RAROC
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RAROC
Crédito
Resumo
O modelo RAROC - Risk Adjusted Return on Capital foi desenvolvido nos anos
70. Hoje em dia, praticamente todos os grandes bancos internacionais utilizam
uma variação deste modelo. No Brasil, ao final do século XX, ainda são poucas
as instituições que se deram conta da sua importância, sendo menor ainda o
número de instituições que o tenham adotado. Este artigo tem como objetivo
apresentar esta nova ferramenta, e sugerir uma metodologia para a sua
implantação em bancos brasileiros.
Introdução
Como qualquer entidade com fins lucrativos, um banco tem como principal
objetivo a remuneração do capital dos seus acionistas, acima de uma taxa de
rentabilidade mínima por eles exigida para um investimento de risco similar.
Cabe aos executivos da instituição formular estratégias de geração continuada
de receitas, contribuindo assim para o crescimento sustentado do valor da
instituição.
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operações típicas de um banco, a instituição se interpõe entre os provedores
dos recursos e os tomadores dos mesmos. Em caso de inadimplência do
tomador, a instituição assume o prejuízo mas permanece responsável pelo
pagamento dos recursos captados. Este risco a que acionistas e terceiros com
participação no Passivo Operacional da instituição estão expostos recebe o
nome de Risco de Crédito.
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disputa entre as instituições tem forçado a queda dos spreads e exigido um
esforço muito maior de análise da qualidade dos negócios. Para ganhar
competitividade, os bancos precisam estabelecer preços diferenciados para os
seus produtos e serviços.
O RAROC foi inicialmente concebido pelo Bankers Trust nos anos 70 (Zaik et
all, 1996). Conforme inicialmente definido pelo Bankers Trust, o RAROC
estabelece alocação de capital para transações ou divisões de uma instituição
financeira, igual à perda máxima esperada durante o período de um ano, com
um nível de significância estatística de 99% e antes da incidência de imposto
de renda (Caouette et all, 1996).
Hoje em dia, a maior parte dos grandes bancos mundiais adota uma variação
de modelo de RAROC, utilizando-o como principal ferramenta para decisões
financeiras tais como:
- Alocação de capitais
- Avaliação de desempenho econômico
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- Determinação de spreads diferenciados, compatíveis com as perdas
esperadas
- Administração ativa de portfólios
- Otimização de portfólios (maximização de RAROC)
Onde:
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Na fórmula de Lucro Econômico, a despesa de PDD em geral determinada de
forma retrospectiva a partir de argumentos contábeis, dá lugar ao valor das
Perdas Esperadas, número muito mais preciso, baseado em sofisticados
modelos quantitativos de projeção. A utilização das Perdas Esperadas garante
ao cálculo do RAROC independência em relação a interesses alheios à análise
de risco de crédito.
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Estimação das Perdas Esperadas e Inesperadas e Cálculo do Capital
Econômico
Onde:
Exemplo:
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n Probabilidade Probabilidade
Acumulada
0 4,98% 4,98%
1 14,94% 19,91%
2 22,40% 42,32%
3 22,40% 64,72%
4 16,80% 81,53%
5 10,08% 91,61%
6 5,04% 96,65%
7 2,16% 98,81%
8 0,81% 99,62%
9 0,27% 99,89%
10 0,08% 99,97%
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INSIRA FIGURA I AQUI
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n Severidade Probabilidade
0 0 4,9787%
1 20.000 14,9361%
2 40.000 22,4042%
3 60.000 22,4042%
4 80.000 16,8031%
5 100.000 10,0819%
6 120.000 5,0409%
7 140.000 2,1604%
8 160.000 0,8102%
9 180.000 0,2701%
10 200.000 0,0810%
============================================
INSIRA FIGURA II AQUI
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Cálculo do RAROC
Tendo já obtido a distribuição das perdas com crédito, bem como o valor das
Perdas Esperadas (R$20.000 * 3 = R$60.000), resta-nos agora calcular o valor
das Perdas Inesperadas, que definirá o tamanho do Capital Econômico.
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determinado pelo rating de risco que a instituição estabelecer para si. Por
exemplo, um banco que se proponha a ser uma instituição AA na escala da
Moody´s, escolherá um percentil de crédito compatível com as perdas
esperadas de um ativo AA. No nosso exemplo, adotemos o percentil de 99%. A
fórmula de Capital Econômico é então dada por:
A figura a seguir nos mostra Perdas Esperadas de até R$60.000, que deverão
ser consideradas na formação do preço. Entre o valor das Perdas Esperadas e
o valor equivalente ao percentil de 99%, aparece o valor das Perdas
Inesperadas, que determina o Capital Econômico de R$80.000 (140.000 –
60.000). Perdas maiores que R$140.000 são consideradas extremamente raras
(chance de apenas 1% de ocorrência) e não exigem dotação de Capital
Econômico.
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INSIRA FIGURA III AQUI
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O RAROC deste portfólio é calculado como segue:
V. RAROC e EVA
O Economic Value Added - EVA - foi desenvolvido nos anos 80 por um grupo
de consultores da Stern Stewart & Co., capitaneado por G. Bennett Stewart III
and Joel Stern. O modelo adaptado para instituições financeiras mede o
desempenho econômico de um banco através da diferença entre o Lucro
Econômico (lucro efetivo, sem a influência de eventos extraordinários ou de
convenções contábeis que não reflitam a realidade econômica da instituição) e
o Custo de Capital necessário para obtê-lo (Bastos, 1999).
Existe uma relação direta entre os modelos de RAROC e EVA. O EVA pode ser
visto como um desenvolvimento posterior da fórmula de RAROC, ou ainda a
expressão capitalizada do RAROC:
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VI. Conclusão
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Referências Bibliográficas
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Biografia Resumida do Autor
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Figura I
Distribuição de Inadimplências
25,00%
Probabilidade (%)
20,00%
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
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Figura II
Distribuição de Perdas
25,0%
Probabilidade (%)
20,0%
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
180.000
200.000
Valor das Perdas (R$)
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Figura III
Distribuição de Perdas
Perda Perda Inesperada
Esperada (Percentil de 99%)
Probabilidade (%)
25,0% Capital
20,0% Econômico
15,0%
10,0%
5,0%
0,0%
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
180.000
200.000
Valor das Perdas (R$)
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