Baixe no formato DOCX, PDF, TXT ou leia online no Scribd
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 4
TEREZINHA ALVES DE OLIVA: A AUTORA
Nasceu em 6 de junho de 1950 em Riachão do Dantas/SE. Filha de João Oliva Alves e
Maria Alves Oliva. Terezinha iniciou os estudos na escola da professora Iclea Fontes Farias. Já em Aracaju, frequentou o Colégio Patrocínio São José e, posteriormente, o Colégio Atheneu Sergipense, onde concluiu o ensino médio em 1967. Em 1968, ingressou no curso de História na UFS. Como estudante, foi monitora e participou do grupo que reorganizou o Arquivo Público do Estado de Sergipe, do qual, posteriormente seria diretora. Em 1972, venceu um concurso promovido pelo Ministério da Marinha, o que lhe proporcionou uma viagem de 40 dias pelo litoral brasileiro. Professora, trabalhou no Colégio Arquidiocesano Sagrado Coração de Jesus, no Colégio Atheneu Sergipense e, após aprovação em concurso público, na UFS, na qual atuou na graduação e na pós-graduação, dirigindo também o Departamento de História, coordenando o trabalho de Avaliação Institucional e o Programa de Documentação e Pesquisa Histórica. Concluiu o mestrado em História na Universidade Federal de Pernambuco em 1981 e obteve o doutorado em Geografia na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho em 1999. Professora emérita da UFS em 2003, continuou a contribuir voluntariamente como professora e assumiu cargos de destaque no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, do qual foi Vice-Presidente e é a atual oradora. Em 2004, tornou-se diretora do Museu do Homem Sergipano e, posteriormente, foi nomeada superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Sergipe. Sua dedicação à preservação do patrimônio cultural teve como marco, durante sua gestão, o reconhecimento da Praça São Francisco, em São Cristóvão, como Patrimônio Mundial em 2010. Cumpriu um período como membro do Conselho Diretor da Fundação Universidade Federal de Sergipe, para onde está sendo reconduzida e contribui em diversas atividades acadêmicas e culturais. Terezinha Alves de Oliva é titular da Cadeira nº 1, cujo Patrono é seu pai, o jornalista João Oliva Alves. TEREZINHA ALVES DE OLIVA: PRODUÇÃO ACADÊMICA E OBRAS Durante sua carreira docente, além da dissertação e da tese, Terezinha Oliva escreveu capítulos de livros, artigos de revistas, artigos de jornal, prefaciou vários livros, manteve uma coluna quinzenal no jornal Correio de Sergipe, participou de Congressos apresentando trabalhos, fez inúmeras palestras em eventos, foi assídua em conceder entrevistas para o rádio, tv e jornais e atender a consultas de pesquisadores, de modo geral. Sempre foi muito requisitada para essas atividades, além das aulas, orientações de alunos, bancas examinadoras e participação em projetos e comissões diversas, tudo voltado ao ensino de História, à História da UFS, ao patrimônio cultural e à atuação em atividades de gestão. A tese, intitulada “O pensamento geográfico em Manoel Bomfim”, defendida em Rio Claro, em 1998, sob orientação do Professor Sílvio Bray, deu origem a vários trabalhos sobre a temática, a exemplo de capítulos nos livros: Gerardi, L.H.O. e Mendes, I.A. (Orgs.) Teoria, Técnicas, Espaços e Atividades. Temas de Geografia Contemporânea. Programa de Pós-Graduação em Geografia. Rio Claro: 2001; Diniz, J.A.F. e França, V.L.A. (Orgs.) Capítulos de Geografia Nordestina, Editora UFS, Aracaju: 2002; Cruz, J. V. e Bittencort Junior, A. Manoel Bomfim e a América Latina: a dialética entre o passado e o presente. Editora Diário Oficial, Aracaju: 2010. Escreveu: Impasses do Federalismo Brasileiro – Sergipe e a revolta Fausto Cardoso, obra publicada em 1985 com segunda edição em 2014. É uma das autoras de Textos para a História de Sergipe (1991), Para conhecer a História de Sergipe (1998), Trajetória Histórica de Sergipe (2002), Atlas Escolar Sergipe: espaço geo-histórico e cultural (2007). Integra, como autora, as seguintes obras: História, Memória e Comemorações na Casa de Sergipe (2014), José Calasans e Sergipe (2016), Os caminhos da pesquisa antropológica, homenagem a Beatriz Góis Dantas (2021). Fruto da sua tese, em 2022, Terezinha publicou seu mais recente livro, Manoel Bomfim, um intérprete do Brasil, pela Editora da Secretaria de Estado da Educação (SEDUC).
Impasses do Federalismo Brasileiro – Sergipe e a revolta Fausto Cardoso
Publicada em 1985 com segunda edição em 2014, trata-se de uma reflexão profunda sobre um riquíssimo período da vida brasileira e sergipana (final do século passado e começo do atual) quando Fausto Cardoso, no desempenho do seu mandato de Deputado Federal por Sergipe, combatia na Câmara Federal, solitariamente, com a força da sua eloquência e o vigor de lúcidos e patrióticos argumentos, a política secessionista e entreguista do então Ministro da Fazenda Joaquim Murtinho; e, em Sergipe, nas ruas, nas praças e na imprensa local, o domínio tirânico do Estado pela Oligarquia chefiada pelo hábil político Padre Olímpio Campos. A par do lado romântico e histórico da vida de Fausto Cardoso, que morreu assassinado, à bala, em frente ao Palácio do Governo Estadual, a Profa. Terezinha Oliva discute algumas questões de suma importância para a compreensão da história brasileira. A leitura dessa obra é indispensável, pela sua atualidade, para todos aqueles que desejam conhecer mais radicalmente os fundamentos da história da República e as razões do doloroso atraso na construção de um destino melhor para o nosso povo.
Para conhecer a História de Sergipe (1998)
Escrito “a quatro mãos”, ou seja, em parceria com a colega e amiga Lenalda Andrade Santos, este livro propõe tornar conhecida a participação sergipana na história nacional, ou seja, “mostrar que Sergipe tem uma história inserida na região e no país e que, apesar de nunca ser citado nos livros didáticos de História do Brasil, Sergipe foi o lugar de importantes momentos da história nacional”. Além disso, todo o livro tem como centro a proposta de trabalhar com o patrimônio cultural sergipano. Criado não para ser "decorado" pelos alunos, mas para ser entendido, discutido e vivido, tendo o professor como mediador. Está estruturado em nove unidades: 1 - Conhecendo Sergipe através da sua história; 2 - Antes de ser Sergipe del Rei: Território dos índios; 3 - A conquista de Sergipe e o movimento da colonização; 4 - A formação da sociedade sergipana; 5 - Sergipe no Estado Nacional Brasileiro do Século XIX; 6 - As mudanças que chegam com o novo século; 7 - Sergipe e o movimento nacional dos anos 20 aos 50; 8 - Política e economia no Sergipe contemporâneo; 9 - A cultura e a moderna sociedade sergipana.
Manoel Bomfim, um intérprete do Brasil
Publicado em 2022, este livro é fruto dos estudos da ilustre riachãoense quando do doutorado em Geografia no ano de 1998. Concentrando-se em História do Pensamento Geográfico, Terezinha Oliva dedicou-se a estudar a obra de Manoel Bomfim, que tratou do Brasil, quando o país dava os primeiros passos na sua história republicana. Na contramão de ideias então correntes, esse sergipano construiu uma interpretação da nação brasileira fundamentada no conhecimento da organização espacial e da história brasileira, destacando a herança colonial e os interesses do Imperialismo, aos quais atribuiu tudo o que impedia o progresso do País e do continente Sul-americano. Manoel Bomfim entendeu o Brasil de modo articulado, como parte da América Latina e fruto da colonização europeia, contestando princípios da Geografia Colonial. Ao escolher a obra dele como objeto de pesquisa, nossa historiadora se permitiu estudar diferentes projetos para o Brasil, de movimentos intelectuais opostos. A publicação de sua tese, intitulada “O pensamento geográfico em Manoel Bomfim”, agora transformada em livro, é mais um grande presente de Terezinha Oliva ao povo sergipano, por contribuir imensamente para retirar do “esquecimento”, ao qual foi relegado durante décadas e décadas, este nobre intelectual sergipano, pioneiro na construção de um pensamento verdadeiramente brasileiro. A obra de Manoel Bomfim e sua abordagem é evidenciada por Terezinha, quando toma dele o conceito de identidade nacional formulado a partir de uma leitura própria do processo histórico de ocupação e defesa do território brasileiro e de uma visão positiva da miscigenação da sua população. Assim aparecem ideias sobre território, espaço produzido, caráter nacional, papel da imigração e do lugar do trabalhador nacional, fundamentais para que Bomfim, além da crítica radical à situação então vigente, apresentasse um projeto para o Brasil, destinado a romper com a herança colonial e, através da educação popular, recuperá-lo para o seu povo.