Mapa de Risco - Estrutura e Interpretação
Mapa de Risco - Estrutura e Interpretação
Mapa de Risco - Estrutura e Interpretação
Segurança do trabalho
O conceito do mapa de risco emergiu no fim dos anos 60, por intermédio de um
movimento sindical originado na FLM (Federazione dei Lavoratori Metalmeccanici), que, no
período, criou uma metodologia própria na aplicação de investigações e atenuação dos fatores
de riscos aos quais os trabalhadores estavam expostos. Popularmente, essa metodologia foi
designada como o “Modelo Operário Italiano”, e tinha como principal objetivo formar grupos
homogêneos que levassem em conta a expertise, a subjetividade operária e a elaboração
realizada de forma espontânea e não imposta.
A fundamentação legal para uma análise da percepção de riscos pelos trabalhadores está
apresentada no item 5.3.1, letra “b”, da NR-5. Esse item aponta que a CIPA deve escolher uma
ferramenta para conduzir essa análise e apresenta o mapa de risco como uma possibilidade.
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Outro ponto em que cabe atenção é quanto aos resultados dos levantamentos no sentido
de verificar coerência naquilo que foi coletado em um comparativo com a realidade de cada
setor. Por vezes, é comum o trabalhador, por meio do levantamento dos fatores de risco em seu
setor, manifestar nos formulários de levantamento de informações suas insatisfações e
frustrações com a empresa, até mesmo referindo-se a assuntos não ligados à segurança do
trabalho (como, por exemplo, salários, refeição, relacionamento com colegas etc.). Alguns
trabalhadores agem assim com o intuito de demonstrarem seu descontentamento, sinalizando
que, em seu setor, há todos os riscos e em grau máximo, o que provavelmente não está
condizente com a realidade.
Etapas de elaboração
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Para elaborar um mapa de riscos, primeiramente é necessário conhecer todos os
processos de trabalho dentro da empresa. Dessa forma, é possível identificar todos os fatores
de risco envolvidos e levantar diversos dados, por exemplo, número de funcionários, sexo,
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O próximo passo é identificar os fatores de risco do local de trabalho e classificá-los
conforme as orientações a seguir (Anexo IV da NR-5, Portaria nº 25 de 29 de dezembro de
1994).
Jornadas de
trabalho
prolongadas
Monotonia e
repetitividade
Outras
situações
causadoras
de estresse
físico e/ou
psíquico
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• Ruídos
• Vibrações
• Radiações ionizantes
• Radiações não ionizantes
• Frio
• Calor
• Pressões anormais
• Umidade
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• Poeiras
• Fumos
• Névoas
• Neblinas
• Gases
• Vapores
• Substâncias compostas ou produtos químicos em geral
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• Vírus
• Bactérias
• Protozoários
• Fungos
• Parasitas
• Bacilos
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O passo seguinte, após classificar os fatores de risco, é identificar as medidas de proteção
existentes no local, sejam elas individuais ou coletivas. É necessário identificar possíveis
queixas dos funcionários quanto à saúde e sobre os riscos a que estão expostos, identificar os
acidentes já ocorridos, as doenças já diagnosticadas e as causas frequentes pela ausência das
pessoas ao trabalho. Somente após todas essas ações é que será elaborado o mapa de riscos.
Depois de elaborado o mapa de riscos, a CIPA, em uma reunião ordinária da equipe, irá
aprova-lo, chegando ao momento da implantação. Nesse momento, os mapas serão
disponibilizados nos setores, afixados em local de fácil acesso e visualização para todas as
pessoas, identificando todos os riscos existentes naquele local de trabalho, servindo como
informação para as pessoas e para a prevenção de acidentes.
Interpretação
Como o mapa de riscos é uma estrutura gráfica contendo uma planta baixa de cada setor,
com símbolos, cores e informações da área, sua interpretação se torna fácil e simples. Veja:
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O tamanho dos círculos servirá para informar se o risco é pequeno, médio ou grande.
A NR-5 não menciona detalhadamente qual método ou ferramenta deve ser utilizada para
definir a intensidade de cada círculo. Entretanto, como na prática o setor de saúde e segurança
no trabalho acaba participando de forma ativa, juntamente com a CIPA, na elaboração do mapa
de riscos, e o texto da NR em relação ao mapa de risco preconiza que ele deve ser uma
representação da visão dos trabalhadores, sugere-se que o tamanho desses riscos seja
mensurado por meio de perguntas e questionários aos trabalhadores.
Uma entrevista fechada, por exemplo, com perguntas que tenham respostas
predeterminadas, pode ser uma alternativa para colocar em prática aquilo que é exigido pela
norma.
Exemplo prático
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Além disso, o mapa de riscos conterá as informações de quais os fatores de risco estão
presentes naquele local, dentro dos grupos especificados no esquema anterior, bem como as
informações da quantidade de pessoas expostas e divididas por sexo.
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avaliados no mapa como contendo riscos são os de depósito de material, de lavagem de carros
e de esterilização. No depósito de material, há dois círculos vermelhos grandes; na lavagem há
dois círculos vermelhos grandes, um círculo azul grande, um círculo marrom grande e um
círculo amarelo pequeno; no setor de esterilização há dois círculos verdes pequenos, um círculo
azul grande e um círculo marrom grande. Ao lado direito da planta baixa encontra-se uma
explicação sobre os riscos ambientais do local em uma tabela. Na coluna da esquerda dessa
tabela estão divididos por linhas os riscos físicos na cor verde, químicos na cor vermelha,
biológicos na cor marrom, ergonômicos na cor amarela e os riscos de acidentes na cor azul. Na
coluna da direita dessa tabela de riscos ambientais estão exemplos de agentes encontrados
nos setores para cada um dos grupos de riscos, também separados por linhas. Para o grupo de
riscos físicos, os agentes encontrados foram calor e ruído das autoclaves; para o grupo de
riscos químicos, os agentes encontrados foram glutaraldeído, hipoclorito de sódio e detergente
enzimático; para o grupo de riscos biológicos, foram encontrados os agentes vírus, bactérias,
fungos, protozoários etc.; para os riscos ergonômicos, o agente descrito é a rotina de trabalho;
para o grupo de riscos de acidentes, os agentes encontrados foram probabilidade de cortes e
perfurações com objetos perfurocortantes e queimaduras. Na parte superior, há uma
representação gráfica explicando como é sinalizada no mapa de risco a intensidade de risco:
são três círculos, o círculo pequeno representa risco pequeno, o círculo médio significa risco
médio e o círculo grande simboliza o risco grande.
Ao observar o mapa de riscos anterior, é possível analisar diversos fatores que podem
trazer informações valiosas sobre os locais de trabalho presentes no mapa de risco do setor.
Nota-se que há fator de risco químico em grau de risco alto em várias situações, seguido de
fatores de riscos de acidentes e fatores de riscos biológicos também em alto grau. Os fatores de
riscos considerados menores são os físicos e ergonômicos.
Após essa interpretação, você, como técnico em segurança do trabalho, deve auxiliar a
CIPA a atuar de forma ativa, com o objetivo de, já no próximo levantamento feito por outra
gestão da CIPA, mitigar ou até mesmo eliminar os fatores de risco do setor, dando prioridade
aos fatores de risco que apresentam graus mais elevados. Por meio desse mapeamento, pode-
se começar o processo nesse setor e nos demais setores da empresa, que também serão
mapeados, estabelecendo planos de ação e até mesmo identificando quais os programas de
saúde e segurança no trabalho mais adequados a serem implantados.
Gestão
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De acordo com a legislação vigente, a cada nova equipe da CIPA o mapa de riscos deve
ser elaborado, seguindo todos os passos já vistos anteriormente. Desta forma, o mapa deve ser
atualizado uma vez ao ano, que é correspondente ao mandato da CIPA. Além disso, ele deve
ser atualizado toda vez que um setor ou a empresa passar por modificações na sua estrutura
física, nos seus processos de trabalho, mudanças de leiaute, inclusão de novos setores ou
fabricação de novos produtos.
É importante ressaltar que o mapa de riscos deve sempre ser revisado minuciosamente a
cada gestão, evitando considerar apenas o mapa anterior, podendo assim observar de forma
clara se houve mudanças nos setores, inclusão de novos fatores de risco ou até mesmo
redução ou eliminação dos fatores de risco em um comparativo com o mapa anterior.
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