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Ana Carolina Paiva Bento-Gaz

Desempenho de escolares falantes do Português Brasileiro no

Clinical Evaluation of Language Functions - 4th edition (CELF- 4)

Tese apresentada à Faculdade de Medicina da


Universidade de São Paulo para obtenção do
título de Doutor em Ciências

Programa de Ciências da Reabilitação


Área de concentração: Comunicação Humana
Orientadora: Profa. Dra. Debora Maria Befi Lopes

São Paulo
2013
Ao meu marido Marcus,
meu amor, amigo e companheiro de todas as horas.
Sou cada dia mais feliz ao seu lado.
Juntos alcançaremos todos os nossos objetivos.
Te amo.
Agradecimentos

Esta tese sintetiza uma longa caminhada pessoal e profissional. Os alicerces

dessa caminhada foram, sem dúvida, os valores e exemplos transmitidos pela

minha família. As dificuldades encontradas nesse processo foram superadas

com muita fé, dedicação, amor, determinação e apoio de amigos e familiares.

Agradeço, primeiramente, a Deus, por iluminar meu caminho pessoal e

profissional.

À minha orientadora Profa. Dra. Debora Maria Befi-Lopes, pela

oportunidade, confiança, ensinamentos e apoio em todos os momentos.

À Profa. Dra. Fernanda Dreux Miranda Fernandes, muito obrigada pelo

auxílio com a tradução inversa.

À Profa. Dra. Haydée Fiszbein Wertzner por ter me acolhido como pós-

graduanda no início desse processo.

À CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior), que financiou a realização deste estudo.

À banca de qualificação, Profa. Dra. Fernanda Dreux Miranda Fernandes,

Profa. Dra. Haydée Fiszbein Wertzner e Dra. Elizabete Giusti, pela leitura

cuidadosa do meu estudo e pelas sugestões pertinentes.


Às professoras do Curso de Fonoaudiologia da Universidade de Federal

de São Paulo, pela sólida formação.

Às amigas do Laboratório de Investigação Fonoaudiológica em Alterações

do Desenvolvimento da Linguagem, Ana, Bete, Erica, Juliana, Marina, Marcely,

Suelen e Telma, pelo companheirismo e incentivo durante todo esse processo.

A todos os membros das escolas que participaram desta pesquisa, E.E.

Blanca Z. Simões e Colégio Marupiara, muito obrigada por acreditar e permitir

a coleta dos dados.

A todos os sujeitos desta pesquisa e aos seus pais, que acreditaram no

trabalho e contribuíram para a sua realização.

À Marina Puglisi, pelo auxílio na compreensão dos dados estatísticos da

minha tese.

À Maria Beatriz, pela cuidadosa correção ortográfica da minha tese.

Aos meus pais, que me deram a maior herança que se pode ter:

Educação.

À minha irmã Gabriella e ao meu cunhado André, obrigada por fazerem

parte de mais uma conquista, vibrando intensamente.


À minha sogra Margareth, mãe dedicada, sempre presente e amiga,

obrigada por tudo. Você é um pilar muito importante na minha vida.

Ao meu sogro Abílio, exemplo de professor, obrigada pelo apoio,

incentivo, carinho e dedicação em todas as horas.

À minha tia Severina que esteve junto a mim, ajudando e torcendo em

todos os momentos.

À tia Meire, prima Ana, avó Maria, avó Lourdes, Fátima e Maddalena,

obrigada pela torcida.

Ao meu marido Marcus Vinicius, meu amor, obrigada por valorizar, apoiar

e compreender a importância desse trabalho na minha vida. Você foi

fundamental nesse processo. Compartilhar amor, sonhos, realizações, tristezas

e incertezas com você me faz imensamente feliz.


Esta tese foi financiada pela CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de

Pessoal de Nível Superior, na forma de bolsa de Doutorado


Esta tese está de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento desta
publicação: Referências: adaptado de International Committee of Medical Journals
Editors (Vancouver).
Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Divisão de Biblioteca e
Documentação. Guia de apresentação de dissertações, teses e monografias.
Elaborado por Anneliese Carneiro da Cunha, Maria Julia de A. L. Freddi, Maria F.
Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso, Valéria Vilhena. 3a
ed. São Paulo: Divisão de Biblioteca e Documentação; 2011.
Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com List of Journals Indexed in
Index Medicus.
Sumário

LISTA DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS


RESUMO
SUMMARY
ESTUDO - Desempenho de escolares falantes do Português Brasileiro no
Clinical Evaluation of Language Functions - 4th Edition (CELF - 4)
1. Introdução......................................................................................................14
2. Objetivo e Hipóteses......................................................................................22
3. Método...........................................................................................................24
3.1. Aspectos Éticos..........................................................................................25
3.2. Casuística...............................................................................................25
3.3. Material...................................................................................................26
3.3.1. Descrição do teste........................................................................27
3.3.2. Pontuação do teste CELF-4..........................................................30
3.4. Procedimento..........................................................................................34
3.4.1. Tradução direta do Teste CELF – 4 (Inglês Americano para
o Português Brasileiro)...........................................................................34
3.4.2. Tradução Inversa (back translation).............................................35
3.4.3. Análise da equivalência teórica, semântica e cultural..................35
3.4.4. Seleção dos sujeitos e aplicação do CELF - 4.............................35
4. Resultados.....................................................................................................37
4.1. Tradução direta e inversa do Teste........................................................38
4.1.1.Tradução dos itens que compõem os subtestes e análise das
equivalências..........................................................................................38
4.2. Tradução do manual de aplicação do teste............................................44
4.3. Tradução dos Formulários de respostas 1 e 2.......................................45
4.4. Análises Estatísticas Descritivas e Medidas de Fidedignidade..............45
4.5. Comparações com a normativa americana........................................... 67
4.6. Comparações entre Escola Pública e Particular.....................................69
5. Discussão......................................................................................................74
6. Conclusões....................................................................................................81
7. Anexos...........................................................................................................84
8. Referências .................................................................................................113
LISTA DE FIGURAS, QUADROS E TABELAS

- Figura 1 – Foto ilustrativa do KIT completo do CELF-4...................................28


- Figura 2 – Ilustração das modificações do livro de estímulo para os Itens 3 e 4
do Plural Irregular do subteste Estrutura de Palavra.......................................39
- Figura 3 – Ilustração das modificações do livro de estímulo para o Item
de demonstração dos Substantivos Derivados do subteste Estrutura de
Palavra.............................................................................................................40
- Figura 4 – Ilustração das modificações do livro de estímulo para o Item de
demonstração do Passado Irregular do subteste Estrutura de Palavra..........41
- Quadro 1 – Distribuição dos sujeitos por faixa etária .....................................26
- Quadro 2 – Descrição dos subtestes do CELF-4............................................28
- Quadro 3 - Subtestes administrados em cada nível do processo de avaliação
do CELF-4........................................................................................................30
- Tabela 1 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna
do subteste Conceitos e Seguindo Direções (CSD)........................................46
- Tabela 2 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna
do subteste Estrutura de Palavra (EP)............................................................48
- Tabela 3 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna
do subteste Repetição de Sentenças (RS)......................................................50
- Tabela 4 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna
do subteste Formulação de Sentenças (FS)...................................................51
- Tabela 5 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna
do subteste Classe de Palavras Receptivo (CP-R).........................................52
- Tabela 6 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna
do subteste Classe de Palavras – Expressivo (CP-E).....................................53
- Tabela 7 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna
do subteste Estrutura de Sentença (ES).........................................................54
- Tabela 8 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna
do subteste Vocabulário Expressivo (VE)........................................................55
- Tabela 9 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna
do subteste Definição de Palavras (DP)..........................................................56
- Tabela 10 – Análise dos itens ( quantidade de acertos ) e da consistência
interna do subteste Compreensão de Parágrafos (CP)..................................57
- Tabela11 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência
interna do subteste Montagem de Sentenças (MS)........................................58
- Tabela 12 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência
interna do subteste Relações Semânticas (Rel S).........................................59
- Tabela 13 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência
interna do subteste Consciência Fonológica (CF)..........................................60
- Tabela 14 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna
do subteste Associação de Palavras (AP).......................................................62
- Tabela 15 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência
interna do subteste Repetição de Números – Ordem Direta (RN OD)...........63
- Tabela 16 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência
interna do subteste Repetição de Números – Ordem Indireta (RN OI)..........64
- Tabela 17 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna
do subteste Sequencia Familiar (SF)...............................................................65
- Tabela 18 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna
do subteste Nomeação Rápida Automática – Tempo (NRA Tempo)..............66
- Tabela 19 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna
do subteste Nomeação Rápida Automática – Erro (NRA Erro).......................66
- Tabela 20 – Porcentagem de crianças classificadas como normais e alteradas
no CELF-4 em cada construto (escore padronizado) por idade e tipo
de escola........................................................................................................67
- Tabela 21 – Diferenças entre idade e tipo de escola para cada construto do
CELF-4.............................................................................................................69
- Tabela 22 – Diferenças entre idade e tipo de escola para cada construto do
CELF-4.............................................................................................................70
- Tabela 23 – Estatística descritiva para cada construto do Teste de Linguagem
CELF-4.............................................................................................................71
- Tabela 24 – Porcentagem de crianças classificadas como adequadas e
inadequadas nos subtestes Consciência Fonológica (CF) e Associação
de Palavras (AP).............................................................................................72
- Tabela 25 – Porcentagem de crianças classificadas como adequadas,
intermediárias e inadequadas no subteste Nomeação Rápida Automática –
NRA (tempo e erros)........................................................................................73
Bento-Gaz ACP. Desempenho de escolares falantes do Português Brasileiro no
Clinical Evaluation of Language Functions - 4th edition (CELF - 4) [tese]. São
Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo; 2013.

Resumo

Para avaliar a linguagem infantil, há a necessidade da utilização de vários


testes e a identificação das alterações deve ser realizada por meio de um
sistema padronizado. No Brasil, há escassez de testes formais para avaliação
da linguagem infantil. A tradução e adaptação de instrumentos já disponíveis
em outras Línguas podem amenizar essa carência. Sendo assim, o objetivo
geral deste estudo foi verificar o desempenho de escolares falantes do
Português Brasileiro no Clinical Evaluation of Language Functions - 4th Edition
(CELF - 4). Participaram deste estudo 160 escolares em desenvolvimento
normal de linguagem, na faixa etária compreendida entre 7 e 10 anos de idade,
sendo 80 deles recrutados em escola pública e 80 oriundos de escola particular
da Zona Leste da cidade de São Paulo. Na primeira parte do estudo,
apresentamos a tradução e adaptação do CELF-4 para o Português Brasileiro
e os resultados obtidos mostraram que os procedimentos adotados na tradução
do teste mantiveram sua equivalência com a versão original, indicando que não
houve mudanças significativas no conteúdo e no formato do teste. Foi utilizado
o α de Cronbach para verificar a consistência interna de cada subteste do
CELF-4, ou seja, se cada subteste mede de forma consistente aquele
construtor que pretende avaliar. Nesta análise, observou-se que, ao excluir os
itens acertados ou errados e os itens problemáticos da totalidade da amostra,
todos os subtestes analisados apresentaram consistência interna satisfatória,
exceto o subteste Associação de Palavras para a faixa etária de 8 anos.
Posteriormente, comparamos o desempenho de escolares de escola pública e
particular em desenvolvimento normal de linguagem e falantes do Português
Brasileiro no referido teste. As crianças da escola pública apresentaram
desempenho significativamente pior do que o das crianças da escola particular
em todos os subtestes, exceto aqueles que envolviam memória de trabalho. Os
resultados do estudo indicaram que o grupo da escola particular de todas as
faixas etárias apresentou desempenho semelhante à normativa americana. A
grande maioria dos sujeitos do grupo da escola pública apresentou
desempenho aquém da normativa americana, sendo que os grupos de 9 e 10
anos foram os que mais se distanciaram do desempenho esperado para as
faixas etárias. Talvez as características socioeconômicas dos escolares e a
qualidade das escolas pública e particular possam ter influenciado seu
desempenho no teste de Linguagem CELF-4. No entanto, são necessários
estudos para analisar tais aspectos. Além disso, pesquisas futuras com maior
número de sujeitos em desenvolvimento normal e alterado de linguagem nas
diferentes faixas etárias são importantes para se obter medidas como
especificidade e sensibilidade, assim como para a validação do teste no Brasil.

Descritores: Avaliação; Testes de Linguagem; Linguagem Infantil; Tradução;


Criança.
Bento-Gaz ACP. Performance of portuguese speaking school children in the
Clinical Evaluation of Language Functions - 4th edition (CELF - 4). [thesis]. São
Paulo: “Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo”; 2013.

Summary

In order to evaluate childhood language, several tests aiming identification of


disorders must be performed in standardized systems. In Brazil, there are very
few formal tests to access childhood language. Translation and adjustment of
well established tests in foreign languages may fulfill that need. Therefore, the
main goal of the current study is to verify the performance of Portuguese
speaking school children in the Clinical Evaluation of Language Functions - 4th
Editions (CELF - 4). We enrolled 160 normal language development school
children between the ages of 7 and 10, half from public schools and the other
half from private schools, both located on the east side of São Paulo. For the
first part of the study, we present the CELF-4’s translation and adjustment to
Brazilian portuguese language and the results showing equivalence between
the original and translated versions, which demonstrate that there were no
significant changes in the test’s form and content. Afterwards, we compared the
CELF-4 performance of children from public and private schools with normal
language development. Children from public schools showed significantly worse
results when compared to those from private schools, with the exception of
tasks involving work memory. These results indicate that the group of children
from private schools, despite of the age group, performed similarly to the
American standard. The majority of subjects from public schools placed below
that standard, with children between 9 and 10 years of age performing much
under expected for their age group. It is possible that social economic factors
and the low quality of public teaching mainly account for the poor performance
in the CELF-4’s test, observed in groups from public schools. However, more
studies are needed in order to investigate those findings. Moreover, future
researches involving greater numbers of normal and impaired language
development subjects, from different age groups, could obtain more accurate
measures to help CELF-4’s validation for Portuguese language.

Descriptors: Speech, language and hearing sciences; Evaluation; Language


tests; Child language; Translating; Child.
14

______________________________________________________________
1 . Introdução
15

O processo de avaliação da linguagem tem como objetivo a coleta de


informações confiáveis, integrando-as e interpretando-as para fazer um
julgamento ou tomar uma decisão. Essas informações devem conter a história
clínica do sujeito avaliado, resultados de testes formais e informações
coletadas a partir de observações em situações naturais (Shipley e McAfee,
2004, Webster et al., 2004; Wetherby et al., 2007, Shumway e Wetherby,
2009).
Reed (1994), Befi-Lopes (2003), Boop et al. (2009), Carbone et al. (2010)
destacam que o processo de avaliação e diagnóstico é o primeiro passo para a
intervenção com crianças com alterações de linguagem. As informações
obtidas nesse processo devem ser usadas para definição da necessidade, ou
não, de intervenção e também para fornecer direções para o tratamento.
Em relação às crianças com suspeita de alterações de linguagem, a
avaliação deve: determinar se a criança apresenta, ou não, alguma alteração
de linguagem; identificar a causa do problema; identificar as áreas que estão
deficitárias; descrever as regularidades no comportamento de linguagem da
criança e decidir a conduta que deve ser realizada (Bloom e Lahey, 1978;
Lahey, 1990; Boone e Plante, 1994, Plante e Vance, 1994; Reed, 1994; Merrel
e Plante, 1997; Hresko et al., 1999; Paul, 2001; Befi-Lopes, 2003, Shipley e
McAfee, 2004, Nelson et al., 2006; Lung et al., 2008).
Para que o processo de avaliação seja efetivo, é necessária a utilização
de instrumentos e procedimentos adequados para a verificação dos padrões de
linguagem da criança em questão. Esses instrumentos devem atender às reais
condições de faixa etária e possibilidade de linguagem, bem como propiciar o
melhor acesso ao potencial lingüístico da criança (Befi-Lopes, 2002).
Há controvérsias quanto ao procedimento adequado para a avaliação do
desenvolvimento da linguagem infantil. Pesquisadores relatam que a avaliação
deve ser feita em situações naturais, como a coleta de amostras espontâneas
de fala. Outros autores referem as situações formais ou o uso de protocolos
específicos como sendo a maneira ideal para realizar o processo avaliativo.
(Bloom e Lahey, 1978; Stark e Tallal, 1981; Bishop, 1992; Reed, 1994; Watkins
e DeThorne, 2000, Paul, 2001; Correa et al., 2003; Andrade et al, 2004;
Scheuer, 2006).
16

Para avaliar a linguagem infantil há a necessidade da utilização de vários


testes e a identificação das alterações deve ser realizada por meio de um
sistema padronizado. Portanto, o diagnóstico de possíveis alterações no
desenvolvimento da linguagem deve identificar aspectos comprometidos e para
isso existe a indicação de testes padronizados (Stark e Tallal, 1981; McCauley
e Swisher, 1984; Lahey, 1990; Watkins, 1994; Rice, 1997; Hresk et al., 1999;
Law, 2001; Befi-Lopes, 2002, Correa et al., 2003; Castro-Rebolledo et al., 2004;
Andrade e Juste, 2005; Broggio, 2005, Lung et al., 2008; Shong e Cheng,
2009).
Os testes devem investigar habilidades receptivas e expressivas da
linguagem, promover informações normativas que possibilitem comparações
entre as diferentes idades e com a normalidade e indicar as habilidades e
dificuldades das crianças testadas. Além disso, é importante que os testes
sejam administrados em um período curto de tempo, de modo a evitar fadiga
da criança ou do examinador (Hresk et al., 1999). Os mesmos autores
acrescentam que os testes podem ser usados como parâmetro de evolução
durante o processo de reabilitação e também como instrumentos de pesquisas
científicas.
Bloom e Lahey, 1978; Boone e Plante, 1994; Paul, 2001; Shipley e
McAfee, 2004; Lung et al., 2008 descrevem alguns tipos de instrumentos
formais de avaliação: uso de procedimentos de screening ou de triagem, testes
que avaliem o desenvolvimento precoce de linguagem (testes de identificação
precoce) e testes que avaliem aspectos ou componentes lingüísticos
específicos.
A maioria dos estudos utiliza testes formais para a avaliação da
linguagem, ainda que não exista uma prova que inclua uma avaliação completa
e que englobe a diversidade dos aspectos envolvidos (Castro-Rebolledo et al.,
2004).
Na Fonoaudiologia Brasileira não há nenhuma comissão formada que
tenha como objetivo estabelecer as diretrizes para a construção ou adaptação
de instrumentos de avaliação fonoaudiológica. Por esse motivo, recorremos a
outras áreas, como a Psicologia, visando compreender a maneira que esse
processo ocorre.
17

Internacionalmente, o padrão de construção, revisão e adaptação de


instrumentos utilizados na avaliação psicológica já se encontra devidamente
estabelecido e em uso há anos, tendo passado, inclusive, por revisões.
A revisão dos Standards for Educational and Psychological Tests
(American Educational Research Association, American Psychological
Association e National Council on Measurement in Education, 1999) e o
International Test Commission Guidelines for Translating and Adapting Tests
(ITC, 2010) são referências clássicas em relação aos parâmetros dos
instrumentos utilizados na avaliação psicológica.
Basicamente, essa literatura indica que os instrumentos devem possuir
uma fundamentação teórica, parâmetros psicométricos estabelecidos, um
sistema de correção e interpretação dos escores, uma descrição clara dos
procedimentos de aplicação e correção e um manual que contemple as
informações citadas.
No que se refere aos conceitos de validade e de precisão de testes
psicológicos, vale destacar que são elementos indispensáveis para garantir a
confiabilidade dos resultados das aplicações (Noronha, 2003).
Vários são os trabalhos teóricos de autores nacionais e internacionais que
se destinam à discussão dos parâmetros psicométricos, considerando que um
teste para ser confiável e recomendável deve apresentar os estudos de
verificação de suas qualidades (Ancona-Lopez,1987; Erthalm,1987; Cronbach,
1996; Anastasi e Urbina, 2000; e Pasquali, 2001).
A validade tem sido entendida como a verificação do que o teste avalia e
se ele realmente mede aquilo a que se propõe (Pasquali, 2001). Portanto, um
teste é válido quando mede com exatidão o que pretende avaliar e a
verificação da fidedignidade do teste e dos examinadores é fundamental
(McCauley e Swisher ,1984; Roehring et al., 2008).
Para a verificação da precisão, considera-se a constância dos resultados
em diferentes situações de aplicação ou com aplicações advindas de testes
similares (Anastasi e Urbina, 2000).
Existem alguns critérios psicométricos que são determinantes na validade
de um teste: número de sujeitos na amostra de normalidade, quantidade de
informações sobre a amostra de normalidade, como por exemplo, as
18

características socioeconômicas do grupo, avaliação da fidedignidade do


próprio teste, fidedignidade dos examinadores, manual de aplicação
destacando a necessidade do treinamento anterior, a utilização do teste e
informações sobre sua metodologia (McCauley e Swisher, 1984; Ghanizadeh et
al.2006, Lauth, 2008) .
Pesquisas destacam que, ao se utilizar testes padronizados para
diagnosticar alterações de linguagem, é necessário comprovar que o
procedimento adotado é efetivo, por meio da demonstração de que as crianças
que foram diagnosticadas com alteração e aquelas que foram consideradas em
desenvolvimento normal, realmente possuem esse padrão de desenvolvimento
de linguagem. Para isso, é recomendada a realização de testagens que
validem o teste utilizado, verificando, dessa forma, a sensibilidade e as
especificidades do instrumento (Befi-Lopes, 2002; Befi-Lopes, 2004; Loos-Avay
et al., 2005; Billard et al., 2006; Sachse et al., 2007; Charach et al. 2009).
Sendo assim, para julgar a qualidade dos instrumentos, são utilizadas medidas
de sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e negativo dos testes
diagnósticos.
A sensibilidade é definida como sendo a proporção de indivíduos com a
doença que apresentam um teste positivo para a mesma. Um teste sensível
raramente deixa de encontrar pessoas com a doença (Flecher et al., 1996).
Especificidade é a proporção de indivíduos sem a doença que apresentam
um teste negativo. Um teste específico raramente cometerá o erro de dizer que
pessoas sadias são doentes (Flecher et al., 1996).
A probabilidade de doença, dado o resultado de um teste, é chamada de
valor preditivo do teste. O valor preditivo positivo é a probabilidade de doença
em um paciente com o resultado de um teste positivo (anormal) (Flecher et al.,
1996).
O valor preditivo negativo é a probabilidade de não ter a doença quando o
resultado do teste é negativo (normal). O valor preditivo de um teste é uma
resposta à questão: se o resultado do teste do meu paciente é positivo (ou
negativo), qual a probabilidade de que o meu paciente tenha (ou não tenha) a
doença? O valor preditivo é também chamado de probabilidade posterior
(Flecher et al., 1996).
19

Todos esses dados são necessários para a tomada de decisões clínicas,


para o diagnóstico e também para racionalizar os pedidos de exames
complementares, evitando gastos desnecessários de tempo e dinheiro para as
instituições de saúde e para o paciente.
Um bom teste possui um alto valor para a sensibilidade e para a
especificidade, pois ele identificará corretamente aqueles que têm a doença e
aqueles que não têm.
Os testes são elaborados de tal forma que permitem comparações entre
as pontuações de uma escala elaborada a partir de dados obtidos numa
população normal e as pontuações do examinado. Podem ser aplicados em um
número grande de crianças de distintas populações e devem atender a critérios
estatísticos de confiabilidade e validade. Podem avaliar um ou vários
componentes da linguagem, a saber, semântica, fonologia, sintaxe, morfologia
ou pragmática, considerando a recepção, a expressão ou ambas (Hage, 2000;
Hage et al., 2004).
O uso de testes formais e parametrados na prática clínica e no campo da
pesquisa possui uma série de vantagens, mas, segundo a literatura, o valor
desses testes pode ser sumarizado por um termo: objetividade. As medidas
informais de avaliação da linguagem levam a interpretações subjetivas, o que
torna a decisão diagnóstica arriscada (Weiner e Hoock, 1973; Boone e Plante,
1994). Os autores destacam as vantagens, mas também alertam quanto à
importância dos testes apresentarem informações sobre as normas utilizadas
para a interpretação dos resultados.
No Brasil, temos disponível no mercado somente dois testes que avaliam
a linguagem infantil : ABFW Teste de Linguagem Infantil (Andrade et al., 2004)
e o Protocolo de Observação Comportamental (PROC) (Zorzi e Hage, 2004).
O ABFW Teste de Linguagem Infantil (Andrade et al., 2004) é destinado à
avaliação das áreas de fonologia, vocabulário, fluência e pragmática, indicado
para crianças de 2 a 12 anos. É um teste inteiramente direcionado ao
Português falado no Brasil. Para as autoras, o princípio do referido teste é que
a obtenção de dados objetivos representa um aspecto fundamental para a
precisão diagnóstica das desordens da linguagem. Além disso, a utilização de
dados objetivos na investigação inicial e nas reavaliações subsequentes,
20

possibilita tanto a consistência dos resultados obtidos, quanto a comunicação


mais clara dos profissionais com os pacientes e suas famílias.
Zorzi e Hage (2004) publicaram o Protocolo de Observação
Comportamental (PROC) para a avaliação da linguagem e dos aspectos
cognitivos infantis. O protocolo foi elaborado no sentido de propor uma situação
planejada, na qual se possa observar e registrar a interação de crianças entre
12 e 48 meses com o examinador, envolvendo brinquedos pré-selecionados. O
tempo sugerido por sessão é de 30 a 40 minutos. Para os autores, a
observação comportamental é um procedimento pelo qual se analisa o
comportamento geral da criança em contextos semi-estruturados. É um
procedimento útil com crianças pequenas, pois possibilita que a avaliação seja
realizada considerando todos os seus comportamentos.
Portanto, conforme apontado por muitos autores, pode-se observar a
escassez de testes formais para avaliar a linguagem infantil no Brasil (Hage,
2000; Befi-Lopes, 2002; Correa et al., 2003; Andrade et al., 2004; Broggio,
2005).
Alguns autores sugerem que a tradução e adaptação de instrumentos já
disponíveis em outras Línguas podem amenizar essa carência. Além disso,
pesquisas com esse objetivo podem propiciar estudos transculturais, que
comparem os achados do contexto brasileiro com os internacionais. Dessa
forma, objetos de estudo seriam melhor caracterizados na medida em que
vários centros de pesquisa usassem os mesmos instrumentos (Dumanci et al.,
2004; Excoffier et al., 2007; Peña, 2007; Lauth et al., 2008)
Recentemente, no Brasil, alguns estudos foram realizados visando
traduzir e adaptar testes formais de linguagem infantil para o Português
Brasileiro. Dentre eles, podemos citar os estudos realizados por Broggio (2005)
e Giusti (2007).
Broggio (2005), realizou um estudo com crianças em desenvolvimento
normal de linguagem com idades entre 4:0 e 8:10 anos, com o objetivo de
traduzir a adaptar o Test of Language Development Primary 3 (TOLD-P:3)
(Newcomer e Hammill, 1997) para o Português Brasileiro. Para tanto, foram
avaliadas 76 crianças e os resultados indicaram diferenças significativas
quanto ao desempenho nos subtestes, em função do aumento da idade, ou
21

seja, quanto maior a idade dos sujeitos, maior a pontuação no teste. Essa
diferença não foi encontrada com relação ao sexo. Considerando todos os
grupos, as crianças tiveram melhor desempenho no subteste Vocabulário a
partir de Figura e pior desempenho no subteste Análise Fonêmica. Conclui-se
que os dados encontrados nesse estudo poderão servir como parâmetro para a
realização de novas pesquisas sobre a aquisição e desenvolvimento de
linguagem de crianças com desenvolvimento típico.
Giusti (2007) e Giusti e Befi-Lopes (2008), adaptaram para o Português o
Test of Early Language Development – TELD 3 (Hresk et al., 1999), obtendo,
em seus resultados, dados que permitiram afirmar que a performance de
crianças brasileiras em desenvolvimento normal de linguagem, no referido
instrumento, é equivalente a da população original de validação do teste
(americana), sendo, portanto, passível de utilização sem nenhuma outra
adaptação sociocultural ou linguística. Os achados, após análise estatística,
indicaram que o TELD 3 pode ser utilizado como medida da idade linguística de
crianças brasileiras em desenvolvimento de linguagem. Sendo assim, a versão
brasileira do teste pode ser um excelente instrumento, não só para estudos
transculturais, como para verificação, por ocasião do diagnóstico, do grau de
déficit da criança, caso exista, além de permitir a observação da evolução
clínica de crianças com desordens de comunicação.
Apesar de esses estudos terem sido realizados, ainda temos encontrado
no Brasil muitas dificuldades para a realização do diagnóstico de crianças com
alterações de linguagem e para o desenvolvimento de pesquisas nessa área,
pois faltam padrões de referência confiáveis sobre as habilidades linguísticas
de crianças em desenvolvimento normal de linguagem, principalmente na faixa
etária acima de 7anos.
22

____________________________________________________________
2 . Objetivos e Hipóteses
23

Com base no exposto, o objetivo geral do presente estudo foi verificar o


desempenho de escolares falantes do Português Brasileiro (PB) no Teste de
Linguagem Clinical Evaluation of Language Functions - 4th Edition (CELF 4)
elaborado por Elisabeth H. Wing, Wayne A. Second e Eleanor Semel em 2003.
Para alcançar esse objetivo, nossos objetivos específicos foram:
1. Traduzir para o Português Brasileiro (PB) o Teste de Linguagem Clinical
Evaluation of Language Functions - 4th Edition (CELF 4);
2. Analisar o desempenho de escolares normais falantes do PB de escolas
pública e particular no Teste de Linguagem Clinical Evaluation of
Language Functions - 4th Edition (CELF 4);
3. Comparar o desempenho dos escolares falantes do PB de escola
pública com aqueles falantes do PB de escola particular no Teste de
Linguagem Clinical Evaluation of Language Functions - 4th Edition
(CELF 4).
4. Comparar o desempenho dos escolares falantes do PB de escolas
pública e particular no Teste de Linguagem Clinical Evaluation of
Language Functions - 4th Edition (CELF 4) com a normativa americana.

Com base nos objetivos descritos acima, foram formuladas as seguintes


hipóteses:
- HIPÓTESE 1 (H1): A tradução e adaptação para o Português Brasileiro do
Teste de Linguagem Clinical Evaluation of Language Functions - 4th Edition
(CELF 4) não modificará o que cada subteste pretende avaliar;
- HIPÓTESE 2 (H2): Os escolares falantes do PB oriundos de escola
pública apresentarão desempenho pior no Teste de Linguagem Clinical
Evaluation of Language Functions - 4th Edition (CELF 4) se comparados aos da
escola particular;
- HIPÓTESE 3 (H3): O desempenho no Teste de Linguagem Clinical
Evaluation of Language Functions - 4th Edition (CELF 4) dos escolares falantes
do PB oriundos de escola particular será semelhante à normativa americana.
No entanto, o desempenho dos escolares de escola pública será abaixo do
esperado quando compararmos com o padrão americano.
24

______________________________________________________

3 . Método
25

3.1. Aspectos Éticos

Este estudo foi analisado e aprovado pela Comissão de Ética para Análise
de Projetos de Pesquisa – CAPPesq da Diretoria Clínica do Hospital das
Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo sob número
145/10.
É importante ressaltar que, anteriormente à elaboração do projeto, foi
realizado contato com a Editora Pearson, que publicou o Teste de Linguagem
Clinical Evaluation of Language Functions - 4th Edition - CELF 4 (Wing et al.,
2003), visando a obtenção da autorização para a tradução para o Português
Brasileiro. A Editora Pearson, juntamente com os autores do teste, permitiu a
tradução e aplicação do CELF 4 (Wing et al., 2003) com a finalidade de uso
restrito à pesquisa. (Anexo 1).
Além disso, todos os sujeitos recrutados concordaram em participar do
estudo, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2).

3.2. Casuística

Fizeram parte do estudo 160 escolares em desenvolvimento normal de


linguagem, na faixa etária compreendida entre 7 e dez 10 anos de idade,
recrutados em escola pública e escola particular da Zona Leste da cidade de
São Paulo. Os sujeitos foram divididos em 4 faixas etárias, totalizando 40
sujeitos por faixa-etária, sendo 20 de escolas públicas e 20 de escolas
particulares como informado no Quadro 1.
26

Quadro 1: Distribuição dos sujeitos que farão parte da pesquisa por faixa etária

160
Sujeitos

80 80
Sujeitos Sujeitos
Escolas Escola
Públicas Particular

20 20 20 20 20 20 20 20
Sujeitos Sujeitos Sujeitos Sujeitos Sujeitos Sujeitos Sujeitos Sujeitos
7;0-7;11 8;0 -8;11 9;0-9,11 10;0-10;11 7;0-7;11 8;0-8;11 9;0-9;11 10;0-10;11

Os critérios para inclusão dos sujeitos foram: ausência de queixa ou


tratamento fonoaudiológico anterior e desempenho escolar satisfatório,
segundo as professoras. Além disso, deveriam apresentar desempenho
adequado na prova de Fonologia (Wertzner, 2004) [Anexo 3] e no Teste de
Desempenho Escolar [TDE] (Stein, 1994) [Anexo 4].
Considerando que estudos anteriores (Broggio, 2005 e Giusti, 2007) não
encontraram diferenças entre sexos, essa variável não foi considerada.

3.3. Material

• No estudo, utilizamos os seguintes materiais:


• Kit completo do Teste de Linguagem Clinical Evaluation of Language
Functions - 4th Edition - CELF 4 (Wing et al., 2003) incluindo os
Protocolos para registro das respostas obtidas na avaliação;
• Gravador digital de voz Sony;
• Cronômetro;
• Computador para criação de banco de dados dos resultados em
planilhas específicas para posterior análise;
27

• Impressora jato de tinta, cartuchos de tinta e papel para impressão


dos protocolos de respostas;
• Softwares – windows e office .

3.3.1. Descrição do teste

O CELF-4 elaborado por Elisabeth H. Wiig, Wayne A. Secord e Eleanor


Semel em 2003 é um instrumento de avaliação de desordens de comunicação
e linguagem de estudantes de 5 a 21 anos de idade. O teste deve ser
administrado individualmente por fonoaudiólogos e pedagogos. O tempo de
aplicação é de aproximadamente uma hora e trinta minutos.
A padronização do teste foi realizada com amostra de 2.650 alunos
americanos, sendo essa representativa em idade, gênero, raça / etnia, status
socioeconômico, com base no nível de escolaridade da mãe e região
geográfica. O teste também analisou o desempenho de crianças com distúrbios
de linguagem.
O instrumento tem edições prévias e está disponível para falantes do
inglês e do espanhol.
Os objetivos do teste são:
• Identificar se há desordem de linguagem;
• Descrever a natureza do distúrbio de linguagem;
• Avaliar comportamentos subjacentes à linguagem (memória de
trabalho, automatização de fala e consciência fonológica);
• Avaliar a linguagem e comunicação no contexto.
O Teste CELF-4 é composto por dois álbuns de figuras e dois formulários
de resposta, sendo um direcionado à faixa etária de 5 a 8 anos e outro à faixa
etária de 9 a 21 anos, ilustrados na Figura 1.
28

Figura 1 – Foto ilustrativa do KIT completo do CELF-4

CELF-4
Wiig, Secord, Semel
(2003)

O instrumento apresenta 16 subtestes que avaliam os subsistemas da


Linguagem, Perfil Pragmático e apresenta uma Escala de Avaliação
Observacional descritos no Quadro 2.

Quadro 2 – Descrição dos subtestes do CELF-4


29

SUBTESTES TAREFA EXECUTADA

Conceitos e seguindo direções (CSD) O estudante aponta os objetos no livro de


Total de Itens avaliados: 54 itens estímulos em resposta às direções dadas
Aplicado na faixa etária entre 5 e 12 anos oralmente.
Estrutura da palavra (EP) O estudante completa a sentença
Total de Itens avaliados: 32 itens (procedimento cloze) com a estrutura alvo.
Aplicado na faixa etária entre 5 e 8 anos
Repetição de sentenças (RS) O estudante imita as sentenças apresentadas
Total de Itens avaliados: 32 itens pelo examinador.
Aplicado na faixa etária entre 5 e 21 anos
Formulação de sentenças (FS) O estudante formula sentenças sobre o
Total de Itens avaliados: 28 itens estímulo visual apresentado, usando palavras
Aplicado na faixa etária entre 5 e 21 anos ou frases alvo.
Classe de palavras (1 e 2) – (CP-1 e CP-2) O estudante escolhe duas palavras que são
Total de Itens avaliados: 21 itens – CP-1 e 24 relacionadas e descreve sua relação.
itens – CP-2
Aplicado na faixa etária entre 5 e 7 anos – CP-1 e
8 e 21 anos – CP-2
Estrutura da sentença (ES) O estudante aponta a figura que ilustra a
Total de Itens avaliados: 26 itens sentença dada.
Aplicado na faixa etária entre 5 e 8 anos
Vocabulário Expressivo (VE) O estudante identifica um objeto, pessoa ou
Total de Itens avaliados: 27 itens atividade retratada no livro de estímulo.
Aplicado na faixa etária entre 5 e 9 anos
Definição de palavras (DP) O estudante define uma palavra que foi
Total de Itens avaliados: 24 itens nomeada e a usa numa sentença.
Aplicado na faixa etária entre 9 e 21 anos
Compreensão de parágrafos (CP) O estudante responde perguntas sobre o
Total de Itens avaliados: 15 itens parágrafo apresentado oralmente pelo
Aplicado na faixa etária entre 5 e 21 anos examinador. As questões têm como objetivo a
idéia principal do parágrafo, detalhes,
informações sequenciais, inferenciais e
preditivas.
Relações semânticas (Rel S) Após ouvir a sentença, o estudante seleciona
Total de Itens avaliados: 21 itens duas opções corretas de quatro que
Aplicado na faixa etária entre 9 e 21 anos respondam à questão alvo.
Montagem de sentença (MS) O estudante produz duas sentenças semântica
Total de Itens avaliados: 19 itens e gramaticalmente corretas com palavras ou
Aplicado na faixa etária entre 9 e 21 anos grupo de palavras apresentados visualmente e
oralmente, contidos no livro de estímulos.
Consciência Fonológica (CF) O estudante rima palavras e segmentos,
Total de Itens avaliados: 85 itens mistura e identifica sons e sílabas em palavras.
Aplicado na faixa etária entre 5 e 21 anos
Nomeação rápida automática (NRA) O estudante nomeia cores, formas e a
Total de Itens avaliados: 3 itens combinação de formas e cores enquanto o
Aplicado na faixa etária entre 5 e 21 anos tempo de emissão é cronometrado.
Associação de palavras (AP) O estudante fala palavras de uma categoria
Total de Itens avaliados: 3 itens específica em um minuto.
Aplicado na faixa etária entre 5 e 21 anos
Repetição de números (1 e 2) – (RN-1 e RN-2) O estudante repete números na ordem dada ou
Total de Itens avaliados: 15 itens inversa.
Aplicado na faixa etária entre 5 e 21 anos
Sequencias familiares (1 e 2) – (SF-1 e SF-2) O estudante nomeia os dias da semana, conta
Total de Itens avaliados: 12 itens – SF-1 e 8 itens de trás para frente e outras ordens enquanto o
– SF-2 tempo de emissão é cronometrado.
Aplicado na faixa etária entre 5 e 16 anos – SF-1
e 17 e 21 anos – SF-2
Perfil pragmático (PP) O examinador elucida informações dos pais e
Total de Itens avaliados: 52 itens professores sobre as habilidades de linguagem
Aplicado na faixa etária entre 5 e 21 anos social do estudante.
Escala de avaliação observacional (EAO) Pais, professores e estudante avaliam a
Total de Itens avaliados: 40 itens interação do estudante na sala de aula e suas
Aplicado na faixa etária entre 5 e 21 anos habilidades comunicativas.
30

Os subtestes que compõem o CELF-4 são agrupados em 4 níveis do


processo de avaliação do teste. Os níveis 1, 2 e 3 do processo de avaliação
formam os construtos ou diferentes escores gerados pelo teste e seguem
descritos no Quadro 3.

Quadro 3 – Subtestes administrados em cada nível do processo de


avaliação do CELF-4

5-8 anos 9-12 anos 13-21 anos

Nível 1 Nível 1 Nível 1


Identificar o problema e determinar a Identificar o problema e determinar Identificar o problema e determinar
elegibilidade a elegibilidade a elegibilidade
Escore de Linguagem Geral (ELG) Escore de Linguagem Geral (ELG) Escore de Linguagem Geral (ELG)
Conceitos e seguindo direções Conceitos e seguindo direções Repetição de sentenças
Estrutura da palavra Repetição de sentenças Formulação de sentenças
Repetição de sentenças Formulação de sentenças Classe de palavras 2-total
Formulação de sentenças Classe de palavras 2-total Definição de palavras
Nível 2 Nível 2 Nível 2
Descrever a natureza da desordem Descrever a natureza da desordem Descrever a natureza da desordem
Escore de Linguagem Receptiva Escore de Linguagem Receptiva Escore de Linguagem Receptiva
(ELR) (ELR) (ELR)
Conceitos e seguindo direções Conceitos e seguindo direções Classe de palavras 2-receptivo
Classe de palavras 1/2-receptivo Classe de palavras 2-receptivo Relações semânticas
Estrutura da sentença Estrutura da sentença Compreensão de parágrafos
Escore de Linguagem Expressiva Escore de Linguagem Expressiva Escore de Linguagem Expressiva
(ELEx) (ELEx) (ELEx)
Estrutura da palavra Repetição de Sentenças Repetição de Sentenças
Repetição de Sentenças Formulação de Sentenças Formulação de Sentenças
Formulação de Sentenças Classe de palavras 2-expressivo Classe de palavras 2-expressivo
Escore de Linguagem-Conteúdo Escore de Linguagem-Conteúdo Escore de Linguagem-Conteúdo
(ELC) (ELC) (ELC)
Conceitos e seguindo direções Classe de palavras 2-total Definição de palavras
Classe de palavras 1/2-total Vocabulário Expressivo (9 anos) Montagem de sentenças
Vocabulário Expressivo Definição de palavras (10-12 anos) Compreensão de parágrafos
Escore de Linguagem-Estrutura Compreensão de parágrafos Escore de Linguagem-Memória
(ELE) Escore de Linguagem-Memória (ELM)
Estrutura da palavra (ELM) Repetição de sentenças
Repetição de sentenças Repetição de sentenças Formulação de sentenças
Formulação de sentenças Conceitos e seguindo direções Relações Semânticas
Estrutura da sentença Formulação de sentenças
Nível 3 Nível 3 Nível 3
Avaliar os comportamentos clínicos Avaliar os comportamentos clínicos Avaliar os comportamentos clínicos
subjacentes subjacentes subjacentes
Escore de Memória de Trabalho Escore de Memória de Trabalho Escore de Memória de Trabalho
(EMT) (EMT) (EMT)
Consciência Fonológica Consciência Fonológica Associação de palavras
Associação de palavras Associação de palavras Nomeação rápida automática
Nomeação rápida automática Nomeação rápida automática Repetição de números 1 e 2
Repetição de números 1 Repetição de números 1 Sequencias familiares 1 e 2
Sequências familiares 1 Sequências familiares 1
Nível 4 Nível 4 Nível 4
Avaliar a Linguagem em contexto Avaliar a Linguagem em contexto Avaliar a Linguagem em contexto
Perfil Pragmático Perfil Pragmático Perfil Pragmático
Escala de avaliação observacional Escala de avaliação observacional Escala de avaliação observacional
31

3.3.2. Pontuação do Teste CELF-4

A pontuação dos subtestes do teste de linguagem CELF-4 gera os


seguintes escores:

• Escore de Linguagem Geral (ELG)

Escore de Linguagem
Geral (ELG)

5-8 anos 9-12 anos 13-21 anos

SOMA DO ESCORES BRUTOS SOMA DO ESCORES BRUTOS SOMA DO ESCORES BRUTOS


Conceitos e seguindo direções Conceitos e seguindo direções Repetição de sentenças
Estrutura da palavra Repetição de sentenças Formulação de sentenças
Repetição de sentenças Formulação de sentenças Classe de palavras 2-total
Formulação de sentenças Classe de palavras 2-total Definição de palavras

• Escore de Linguagem Receptiva (ELR)

Escore de Linguagem
Receptiva (ELR)

5-8 anos 9-12 anos 13-21 anos

SOMA DOS ESCORES BRUTOS SOMA DOS ESCORES BRUTOS SOMA DOS ESCORES BRUTOS
Conceitos e seguindo direções Conceitos e seguindo direções Classe de palavras 2-receptivo
Classe de palavras 1/2-receptivo Classe de palavras 2-receptivo Relações semânticas
Estrutura da sentença Estrutura da sentença Compreensão de parágrafos
32

• Escore de Linguagem Expressiva (ELEx)

Escore de Linguagem
Expressiva (ELEx)

5-8 anos 9-12 anos 13-21 anos

SOMA DOS ESCORES BRUTOS SOMA DOS ESCORES BRUTOS SOMA DOS ESCORES BRUTOS
Estrutura da palavra Repetição de Sentenças Repetição de Sentenças
Repetição de Sentenças Formulação de Sentenças Formulação de Sentenças
Formulação de Sentenças Classe de palavras 2-expressivo Classe de palavras 2-expressivo

• Escore de Linguagem – Conteúdo (ELC)

Escore de Linguagem –
Conteúdo (ELC)

5-8 anos 9-12 anos 13-21 anos

SOMA DOS ESCORES BRUTOS SOMA DOS ESCORES BRUTOS SOMA DOS ESCORES BRUTOS
Conceitos e seguindo direções Classe de palavras 2-total Definição de palavras
Classe de palavras 1/2-total Vocabulário Expressivo (9 anos) Montagem de sentenças
Vocabulário Expressivo Definição de palavras (10-12 Compreensão de parágrafos
anos)
33

• Escore de Linguagem – Estrutura (ELE)

Escore de Linguagem – Estrutura (ELE)

5-8 anos

SOMA DOS ESCORES BRUTOS


Estrutura da palavra

Repetição de sentenças

• Escore de Linguagem – Memória (ELM)

Escore de Linguagem –
Memória (ELM)

9-12 anos 13-21 anos

SOMA DOS ESCORES BRUTOS SOMA DOS ESCORES BRUTOS


Repetição de sentenças Repetição de sentenças
Conceitos e seguindo direções Formulação de sentenças
Formulação de sentenças Relações Semânticas
34

• Escore de Memória de Trabalho (EMT)

Escore de Memória de
Trabalho (EMT)

5-16 anos 17-21 anos

SOMA DOS ESCORES BRUTOS SOMA DOS ESCORES BRUTOS


Repetição de números 1 (Ordem Direta e Repetição de números 2 (Ordem Direta e
Ordem Indireta) Ordem Indireta)
Sequência Familiar 1 Sequência Familiar 2

Esses escores permitem a comparação do desempenho observado na


avaliação com o de seus pares cronológicos.

3.4. Procedimento

3.4.1. Tradução direta do Teste CELF – 4 (Inglês Americano para o Português


Brasileiro)

A pesquisadora executante realizou a tradução direta do Inglês para o


Português Brasileiro de todos os itens que compõem o Teste CELF-4, bem
como dos procedimentos de aplicação, correção e interpretação dos
resultados. A tradução foi revisada por uma professora de inglês, não
conhecedora do teste, com formação em Letras e domínio de ambos os
idiomas.
35

3.4.2.Tradução Inversa (back translation)

Após a tradução direta, foi realizada a tradução inversa por um falante do


inglês, experiente em traduções. Em seguida, a pesquisadora e o falante do
inglês analisaram cada item traduzido, visando manter a equivalência com a
versão original do teste. Para os itens em que a tradução original não pôde ser
mantida, a pesquisadora, a responsável pela tradução inversa e a orientadora
do presente estudo reviram cada um dos itens buscando consenso.
É importante ressaltar que a responsável pela tradução inversa é docente
do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo, experiente na área de linguagem infantil e fluente em inglês.

3.4.3. Análise da equivalência teórica, semântica e cultural

A pesquisadora, a responsável pela tradução inversa e a orientadora do


presente estudo, examinaram cada um dos itens dos subtestes que compõem
o teste, assim como o material utilizado para a sua aplicação, no caso, os
álbuns, para verificar se existiam discrepâncias socioculturais, tanto nos itens
testados nos subtestes, quanto no material gráfico. Todas as alterações
realizadas estão descritas no Capítulo 4, Resultados.

3.4.4. Seleção dos sujeitos e aplicação do CELF 4

Após a tradução do teste para o Português Brasileiro, foi feito contato com
escolas públicas e escolas particulares da cidade de São Paulo para expor a
relevância do estudo, visando a obtenção da permissão para sua realização.
Obtida a permissão, a pesquisadora realizou uma entrevista prévia com os
professores de crianças da faixa etária entre 7 a 10 anos e selecionou aquelas
que não apresentavam queixas escolares, nem acadêmicas. Em seguida,
reuniu-se com os pais ou responsáveis pelas crianças previamente
selecionadas e, após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e
36

Esclarecido, realizou a avaliação da Fonologia (Wertzner, 2004) [Anexo 3] e o


Teste de Desempenho Escolar (Stein, 1994) [Anexo 4] para assegurar que a
criança não apresentasse nenhuma alteração de linguagem oral e escrita. A
testagem foi feita numa sala silenciosa cedida pela escola.
Foram selecionados 186 escolares, sendo 97 oriundos de escola pública e
89 de escola particular. Foram excluídos 17 escolares da escola pública e 9 da
escola particular, já que apresentaram alterações de linguagem oral e ou
escrita apontadas pelos testes realizados para inclusão na pesquisa, acima
descritos.
As crianças que apresentaram alterações de linguagem oral e ou escrita,
foram encaminhadas para serviços gratuitos de atendimento fonoaudiológico
próximos às suas residências.
Para os sujeitos que atenderam aos critérios de inclusão, foi realizada a
aplicação do Teste CELF-4 traduzido e adaptado para o Português Brasileiro,
numa sala silenciosa em suas próprias escolas.
Optamos por realizar somente a aplicação dos subtestes que compõem o
teste CELF-4. Sendo assim, a Escala de Avaliação Observacional e o Perfil
Pragmático não foram aplicados, pois entendemos que esses itens fazem
sentido quando o sujeito avaliado apresenta alterações de linguagem e esse
não foi o público alvo do estudo, que pretende traçar a performance de
crianças em idade escolar com desenvolvimento típico de linguagem no Teste
CELF-4, traduzido e adaptado para o Português Brasileiro.
As respostas das crianças foram gravadas em gravador digital Sony e,
posteriormente, transcritas nos formulários de resposta 1 e 2 do Teste CELF-4,
traduzido e adaptado para o Português Brasileiro.
A correção e a interpretação das respostas foram feitas de acordo com as
instruções contidas no manual do examinador e traduzidas para o Português
Brasileiro.
Os resultados obtidos no teste foram classificados segundo os critérios
adotados na versão original.
37

_______________________________________________________________
4. Resultados
38

A tradução do Clinical Evaluation of Language Functions - 4th Edition -


CELF 4 (Wing et al., 2003), foi realizada sem dificuldades. O formato original do
teste não foi alterado, ou seja, foram mantidos todos os itens testados, assim
como todas as instruções de aplicação (início do teste, critérios de pontuação,
interpretação dos resultados e formulários de resposta). Os resultados das
análises adotadas no processo de tradução serão apresentados a seguir.

4.1. Tradução direta e inversa do teste

A tradução realizada pela pesquisadora foi corrigida por um professor de


Inglês. Após a tradução direta, foi feita a tradução inversa que resultou
compatível com a versão original do teste. No entanto, foram necessários
alguns ajustes para manutenção da maior equivalência possível entre a versão
americana e a versão traduzida do teste, como segue.

4.1.1.Tradução dos itens que compõem os subtestes e análise das


equivalências

Conforme descrito anteriormente, o CELF-4 é composto por 16 subtestes


que avaliam os subsistemas da Linguagem, Perfil Pragmático e apresenta uma
Escala de Avaliação Observacional.
A maioria dos subtestes, assim como o Perfil Pragmático e a Escala de
Avaliação Observacional, foram apenas traduzidos, não sendo necessárias
adaptações significativas.
Nos subtestes Estrutura da Palavra, Relações Semânticas, Montagem de
Sentenças, Compreensão de Parágrafos e Consciência Fonológica, foram
necessárias alterações, conforme segue.
39

- Estrutura da Palavra

Esse subteste apresenta 32 itens em que são avaliadas habilidades


morfossintáticas.
Os itens 3 e 4 pretendem avaliar a capacidade da criança em produzir
plural irregular. Na versão original, o item 3 apresenta a frase “Here is one
mouse. Here are two ________ (mice)”. Para o Português Brasileiro, o plural de
rato é regular. Sendo assim, foi feita a seguinte adaptação: “ Aqui há um balão.
Aqui há dois _______(balões)”. Já o item 4 apresenta a frase “ Here is one
child. Here are three______(children)”. Neste caso, também para o Português
Brasileiro o plural de criança é regular. Foi feita, então, a seguinte adaptação:
“Aqui há um pão. Aqui há dois______ (pães)”. Esse subteste é acompanhado
de figuras que servem de apoio para a produção da criança. Sendo assim,
também foi necessária a adaptação das figuras de apoio. Com a finalidade de
manter, da melhor forma possível, a estrutura da versão original, retiramos do
próprio teste uma figura que pudesse ser usada nesses itens, a fim de não
modificar o padrão gráfico. Ou seja, a figura utilizada foi a de um balão que é
usada no subteste Estrutura de Sentenças e a figura do pão usou a própria
figura da criança desse item, acrescentando outro pão à mão da criança, como
mostra a Figura 2.

Figura 2 – Ilustração das modificações do livro de estímulo para os itens 3 e 4


do Plural Irregular do subteste Estrutura de Palavra
40

Na versão original do teste, no item de demonstração dos Substantivos


Derivados, há a frase “This man teaches. He is called a .....teacher”. Para o
Português Brasileiro este não seria um exemplo de substantivo derivado.
Sendo assim, fizemos a seguinte adaptação: “Esta mulher pinta. Ela é
chamada de ....pintora”. Realizamos também a adaptação da figura que serve
como apoio, substituindo a figura do professor ensinando para a figura de uma
mulher pintando um quadro, usada no subteste Estrutura de Sentença, como
mostra a Figura 3.

Figura 3 – Ilustração das modificações do livro de estímulo para o item de


Demonstração dos Substantivos Derivados do subteste Estrutura
de Palavra

No item de demonstração do Passado Irregular, há a frase “The boy is


writing a letter. This is the letter that the boy....wrote.” O verbo escrever no
Português Brasileiro, no passado, não é irregular. Adaptamos para a frase: “A
mãe está vendo o menino fazer uma carta. Esta é a carta que a mãe do
menino....viu.” Nesse item, acrescentamos à figura original o desenho de uma
mulher usado no subteste de Formulação de Sentenças, como mostra a Figura
4.
41

Figura 4 – Ilustração das modificações do livro de estímulo para o item de


demonstração do Passado Irregular do subteste Estrutura de
Palavra

No item 32, também do Passado Irregular, há a frase “The boy is drawing


a cat. This is the cat that the boy___________(drew)”. Neste item, não
modificamos a figura, somente a frase para: “ O menino está fazendo um gato.
Este é o desenho que o menino________(fez)”.

- Relações Semânticas

No subteste Relações Semânticas, após ouvir uma sentença, o estudante


deve selecionar duas respostas corretas de quatro opções que respondam à
questão alvo.
Nesse subteste, foram substituídos os nomes próprios utilizados na versão
original do teste por outros culturalmente mais comuns no Brasil.
No item 17, há a seguinte pergunta: “The chart listed the countries in
alphabetical order. Norway came”:
a) “Between South Africa and Taiwan”
b) “After Turkey”
c) “Before South Africa”
d) “After Italy”
42

Foi necessário modificar o nome do páis Africa para Rússia para manter
como corretas as alternativas c) e d). Sendo assim, o item foi adaptado para:
Em ordem alfabética Noruega está:
a) Entre Rússia e Taiwan
b) Depois da Turquia
c) Antes da Rússia
d) Depois da Itália

- Montagem de Sentenças

Nesse item, são apresentados blocos de palavras e é solicitado que a


criança faça duas frases diferentes, utilizando todas as palavras sem modificá-
las, ou seja, modificando apenas a ordem dos blocos de palavras.
Nos itens demonstração Ensaio 2, itens 4, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 14, 16, foi
necessário modificar as palavras, pois o bloco de palavras apresentado na
versão original permitia que fosse produzida uma frase afirmativa e, ao mudar a
ordem das palavras, se formasse uma frase interrogativa. No entanto, no
Português Brasileiro não é possível modificar a ordem das palavras para se
produzir a frase interrogativa, já que, nessa língua, a frase interrogativa
formada tem a mesma ordem das palavras da frase afirmativa, modificando
somente a entonação da fala em relação à produção da frase afirmativa, como
por exemplo:
Com as palavras: “Tall”, “the boy”, “is” podemos formar as seguintes
frases:
“The boy is tall.”
“Is the boy tall?”
Já com as palavras: “Alto”, “o menino”, “é” podemos formar as seguintes
frases modificando somente a entonação da fala.
O menino é alto.
O menino é alto?
Sendo assim, optamos por respeitar o número de blocos de palavras dos
itens citados anteriormente e substituir por frases semanticamente reversíveis.
43

O item de demonstração original do teste apresentava o seguinte bloco de


palavras: “Tall”, “the boy”, “is”. Foi substituído por: “o nenê”, “o menino”,
“mordeu”.
No ensaio 2, original do teste, o bloco de palavras “is”, “on the chair”, “the
kitten”, foi substituído por: “beijou”, “o papai”, “a menina bonita”.
No item 4, o bloco “in the basket”, “the ball”, “put”, “will”, “you”, foi
substituído por: “o menino alto”, “jogou”, “a mulher gorda”, “com”.
No item 6, o bloco “glue”, “could”, “you”, “with”, “that”, “fix”, foi substituído
por: “cachorro”, “roubou”, “o” , “do menino”, “carne”.
No item 7, o bloco “the restaurant”, “the pizza”, “to deliver”, “going”, “isn´t”,
foi substituído por: “o homem”, “a pizza”, “não vai entregar”, “a mulher”, “para”.
No item 8, o bloco “the keys”, “the girl”, “her pocket”, “put”, “didn´t”, “in”, foi
substituído por: “gato”, “preto”, “o”, “fugiu”, “cachorro”, “grande”, “do”.
No item 9, o bloco “the runner”, “the race”, “to win”, “going”, “isn´t”, foi
substituído por: “palhaço”, “o”, “trapezista”, “o roubou”, “nariz”, “grande”, “de”.
No item 10, o bloco “cross”, “we”, “the street”, “here”, “shouldn´t”, foi
substituído por: “rua”, “a”, “mais”, “perigosa”, “é”, “do que”, “avenida”, “a”.
No item 12, o bloco “the lamp”, “the woman”, “the table”, “put”, “didn´t”,
“on” foi substituído por: “a”, “blusa”, “a”, “mulher”, “menina”, “colocou”, “não”,
“na”.
No item 14, o bloco “know”, “don´t”, “you”, “it”, “where”, “put”, “you”, foi
substituído por: “amiga”, “a”, “o brinquedo”, “mulher”, “da”, “na caixa”, “colocou”.
No item 16, o bloco “remember”, “can´t”, “he”, “it”, “if”, “mailed”, “he”, foi
substituído por: “não se lembra”, “homem”, “o”, “a blusa”, “colocou”, “pai”, “do”.
Foram necessárias mudanças nos itens 2, 3, 5, 11, 15, 17 e 18,
adicionando palavras que fazem papel de elemento de ligação na sentença, ou
excluindo alguma palavra que não é usada na sintaxe do Português Brasileiro.
No item 2, adicionamos a palavra e ao bloco de palavras.
No item 3, adicionamos a palavra que ao bloco de palavras.
No item 15, houve redução no número de palavras, pois na tradução para
o Português excluímos a palavra “it” que aparece duas vezes no bloco de
palavras desse item.
44

No item 17, houve redução no número de palavras, pois na tradução para


o Português excluímos a palavra “it”.
No item 18, adicionamos a palavra que ao bloco de palavras.

- Compreensão de Parágrafos

Nesse subteste, foram substituídos os nomes próprios usados na versão


original do teste para outros culturalmente mais comuns no Brasil.

- Consciência Fonológica

Esse subteste sofreu adaptações, pois não há equivalência fonológica


entre o Inglês (língua original do teste) e o Português Brasileiro (língua para
qual o teste foi traduzido).
Apesar de termos modificado todos os itens desse subteste, mantivemos
os objetivos de cada um deles , ou seja, medir, com vocábulos do Português
Brasileiro, as habilidades metalinguísticas de combinação de sílabas, detecção
de rima, identificação de fonema inicial, medial e final, deleção de sílabas,
produção de rima, segmentação silábica e fonêmica, segmentação de
sentenças, deleção de sílabas e fonemas e substituição de fonema inicial, final
e medial.

4.2. Tradução do manual de aplicação do teste

No manual de aplicação do CELF-4, todas as instruções ao examinador e


também à criança que está sendo testada, estão descritas de forma clara e
objetiva. As instruções de aplicação do teste, correção, interpretação dos
resultados e critérios de pontuação foram todas mantidas, não havendo
necessidade de adaptações.
45

4.3. Tradução dos formulários de resposta 1 e 2

O formato dos formulários de resposta 1 e 2 foi mantido conforme a


versão original do teste. Esses formulários de resposta podem ser usados pelo
examinador no momento da aplicação do teste para registrar as respostas
obtidas.
Os formulários de resposta encontram-se em anexo no CD.

4.4. Análises Estatísticas Descritivas e Medidas de Fidedignidade

Os dados foram inicialmente analisados utilizando-se estatísticas


descritivas e medidas de fidedignidade, a fim de verificar se os itens de cada
escala apresentavam bons índices de consistência interna. Esses índices
analisam se a escala mede de forma consistente aquele construto que
pretende avaliar, ou seja, se os itens da escala são consistentes e adequados
para esse propósito. Seguindo parte dos procedimentos utilizados para a
validação do material original em inglês, a medida de consistência interna
adotada neste estudo foi a do α de Cronbach (para cada escala e para cada
idade, separadamente). É importante mencionar que há uma diferença
importante entre esta análise e a implementada na versão original do teste:
enquanto este estudo dispõe dos dados de 40 sujeitos por idade, o material
americano possui um N mínimo de 200 crianças de cada idade, o que torna a
análise mais robusta. Isso, aliado ao fato de que a maioria das respostas
analisadas são binárias (acerto = 1; erro = 0), reduz substancialmente os
valores de α de Cronbach, o que pode prejudicar um pouco esta análise.
Os valores aceitáveis de α de Cronbach para testes que medem
habilidades são geralmente iguais ou superiores a 0,70 1. Portanto, para as
escalas que apresentaram inicialmente um valor inferior a este, foram
implementadas novas análises, removendo os itens problemáticos, a fim de
atingir esse valor de corte mínimo. Isso não implica dizer que tais itens devem
46

ser necessariamente removidos do teste (em virtude das ressalvas já


mencionadas sobre o tamanho amostral e natureza binária das variáveis), mas,
eventualmente, podem ajudar a entender que tipo de item pode ser
problemático para a amostra falante do Português Brasileiro (PB) deste estudo.
A interpretação do “item problemático” não tem a ver com a dificuldade
absoluta do item (se foi fácil ou difícil para as crianças), mas sim se ele
acompanha ou não o nível de dificuldade do subteste, ou seja, se ele parece
ser discrepante dos demais.
As tabelas 1 a 19 descrevem a quantidade de crianças que acertou cada
item dos subtestes do Teste de Linguagem CELF-4 (Wing et al., 2003), para
cada idade e tipo de escola; discriminam os itens problemáticos que poderiam
ser removidos para se obter índices mais satisfatórios e apresentam os valores
de α de Cronbach iniciais (sem remover itens) e finais (após remover itens
suficientes para obter α de Cronbach ≥ 0,70). Em alguns casos, não foi
possível atingir esses valores, mesmo nas análises finais.
Pelo fato da maioria dos subtestes utilizar dados binários, os itens muito
fáceis ou muito difíceis (acertados ou errados por todas as crianças) não
apresentaram variância nenhuma, e por isso foram eliminados, mesmo nas
análises iniciais.

Tabela 1 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Conceitos e Seguindo Direções (CSD)
_______________________
1
Field A, Miles J, Field Z. Discovering Statistics Using R. London, SAGE Publications Ltd; 1
edition, 992 pages. April 4, 2012.
47

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.

CSD 1 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 2 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 3 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 4 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 5 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 6 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 7 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 8 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 9 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 10 20 20 x 19 20 20 20 x 20 20 x
CSD 11 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 12 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 13 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 14 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 15 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 16 20 20 x 19 20 20 20 x 20 20 x
CSD 17 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 18 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 19 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 20 20 20 x 19 20 20 20 x 20 20 x
CSD 21 20 20 x 19 20 20 20 x 20 20 x
CSD 22 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 23 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CSD 24 20 19 19 19 x 19 19 20 20 x
CSD 25 20 20 x 20 20 x 18 20 20 20 x
CSD 26 19 16 17 19 19 19 18 20
CSD 27 15 20 17 20 19 20 19 19
CSD 28 12 19 20 19 x 16 20 18 19
CSD 29 17 18 18 17 19 20 19 20
CSD 30 12 18 17 14 16 18 18 19
CSD 31 14 17 16 19 16 17 16 18
CSD 32 12 13 16 17 x 20 19 18 14
CSD 33 11 15 10 17 10 8 x 15 15
CSD 34 13 15 15 18 19 15 14 18
CSD 35 16 16 17 20 19 20 18 20
CSD 36 13 19 17 15 x 17 16 16 20
Continua
48

Tabela 1 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Conceitos e Seguindo Direções (CSD) - Conclusão
7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS
ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.

CSD 37 14 16 12 13 17 16 12 12
CSD 38 15 16 17 16 16 18 15 15
CSD 39 14 17 17 19 14 19 13 19
CSD 40 15 15 18 18 x 16 19 16 20
CSD 41 13 13 20 16 x 17 18 17 13
CSD 42 14 17 18 14 19 17 18 20
CSD 43 15 16 19 17 x 18 15 19 19
CSD 44 15 16 14 10 x 12 19 11 14
CSD 45 15 16 15 14 17 18 16 19
CSD 46 13 17 14 16 18 17 15 20
CSD 47 9 12 11 13 13 16 x 17 14
CSD 48 11 13 14 16 16 15 15 17
CSD 49 10 11 9 13 14 14 12 9
CSD 50 8 6 12 10 13 1 x 8 15
CSD 51 7 12 7 8 10 14 9 9
CSD 52 6 9 8 11 13 16 11 7
CSD 53 8 8 5 7 11 11 10 13
CSD 54 11 8 11 9 13 15 9 6

Cronbach
0,865* 0,589 0,641 0,748*
inicial (α)

N itens 30 34 31 29
0,702* 0,712*
Cronbach
... ...
final (α)

N itens ... 26 27 ...

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular - Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
Removidos

Tabela 2 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Estrutura de Palavra (EP)
_______________________________________________________________
49

7 ANOS 8 ANOS
ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
EP 1 17 20 19 20
EP 2 15 20 19 19
EP 3 14 18 19 19
EP 4 10 16 17 17
EP 5 19 19 18 20 x
EP 6 20 20 x 19 19 x
EP 7 20 20 x 20 20 x
EP 8 20 20 x 20 20 x
EP 9 20 20 x 20 20 x
EP 10 20 20 x 20 20 x
EP 11 20 20 x 20 20 x
EP 12 20 20 x 20 20 x
EP 13 18 20 19 19
EP 14 20 19 19 20
EP 15 16 15 x 14 18 x
EP 16 17 20 18 20
EP 17 1 2 5 3
EP 18 2 2 6 0 x
EP 19 19 19 20 20
EP 20 14 19 16 20
EP 21 16 15 16 20 x
EP 22 9 10 11 10 x
EP 23 13 14 15 19
EP 24 8 6 9 6 x
EP 25 18 20 19 20
EP 26 17 17 18 20 x
EP 27 9 18 19 20
EP 28 11 16 15 19
EP 29 17 18 17 20
EP 30 19 20 19 20
EP 31 12 16 15 17 x
EP 32 15 20 18 20
Cronbach 0,697 0,482
inicial (α)
N itens 25 25

Cronbach 0,714* 0,657


final (α)
N itens 24 16

Legenda: Públ– Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)Cronbach inicial: os itens acertados por todos os
indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
50

Tabela 3 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna do


subteste Repetição de Sentenças (RS)

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
RS 1 59 56 60 60 x 60 60 x 60 60 x
RS 2 60 60 x 60 60 x 60 60 x 60 60 x
RS 3 60 59 59 60 60 60 x 60 60 x
RS 4 59 60 60 60 x 60 60 x 60 60 x
RS 5 59 58 60 60 x 60 60 x 60 60 x
RS 6 56 54 60 54 59 59 60 57
RS 7 56 58 60 56 59 60 56 59
RS 8 52 53 55 50 53 57 57 56
RS 9 59 57 59 57 59 60 60 59
RS 10 58 56 55 55 57 58 51 55
RS 11 48 50 42 45 58 54 52 53
RS 12 18 13 20 19 31 42 26 31
RS 13 38 31 48 54 56 56 48 48
RS 14 19 25 36 28 41 35 31 46
RS 15 28 37 37 48 42 49 46 51
RS 16 36 37 49 49 48 51 51 55
RS 17 36 35 47 52 52 55 50 50
RS 18 12 19 19 22 16 28 12 20
RS 19 17 21 33 45 34 42 35 50
RS 20 25 14 27 30 25 36 25 43
RS 21 16 23 31 43 38 45 32 37
RS 22 1 4 12 10 15 4 8 14
RS 23 3 3 12 12 14 6 10 12
RS 24 7 1 12 8 18 21 12 27
RS 25 5 5 21 17 20 22 16 22
RS 26 4 3 18 20 13 4 15 22
RS 27 2 3 7 3 10 3 12 17
RS 28 2 1 7 4 7 2 5 10
RS 29 3 1 5 4 7 0 7 7
RS 30 1 2 10 6 3 4 4 17
RS 31 0 1 0 0 x 1 0 0 3
RS 32 3 1 9 8 6 4 9 6
Cronbach 0,875* 0,820* 0,800* 0,872*
inicial (α)
N itens 31 27 27 27
Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
51

Tabela 4 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna do


subteste Formulação de Sentenças (FS)

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
FS 1 36 39 40 40 x 40 40 x 40 40 x
FS 2 26 35 36 36 40 40 x 40 40 x
FS 3 37 39 40 38 x 40 40 x 40 40 x
FS 4 38 39 40 40 x 40 40 x 40 40 x
FS 5 37 37 38 38 40 40 x 40 40 x
FS 6 34 38 40 36 40 40 x 40 40 x
FS 7 39 39 40 40 x 40 40 x 40 40 x
FS 8 30 37 32 40 40 38 36 40
FS 9 23 35 38 36 x 40 38 40 40 x
FS 10 18 25 26 38 x 28 36 22 36
FS 11 24 33 30 37 x 38 38 32 28
FS 12 28 37 32 40 38 40 39 40
FS 13 4 16 24 16 16 32 11 28
FS 14 4 23 23 18 24 36 31 36
FS 15 17 33 32 34 32 40 36 36
FS 16 16 20 26 22 x 24 12 x 28 30
FS 17 14 25 38 34 36 38 28 40
FS 18 3 12 11 10 16 33 13 24
FS 19 2 2 2 8 x 0 2 5 20
FS 20 8 24 22 20 30 40 28 18
FS 21 8 15 18 20 30 36 27 25
FS 22 0 4 10 0 0 2 8 4
FS 23 2 8 12 16 18 32 14 16
FS 24 0 2 0 0 x 0 0 x 0 4
FS 25 30 38 26 38
FS 26 24 35 26 22
FS 27 14 2 x 12 20
FS 28 8 6 x 12 14
Cronbach 0,862* 0,650 0,565 0,712*
inicial (α)
N itens 24 20 20 20

Cronbach 0,697 0,713*


... ...
final (α)
N itens ... 14 17 ...
Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
52

Tabela 5 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Classe de Palavras Receptivo (CP-R)

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
CP-R 1 20 20 x 19 19 19 19 20 20 x
CP-R 2 18 20 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CP-R 3 20 20 x 17 19 13 19 18 18
CP-R 4 19 18 7 11 x 9 18 6 12
CP-R 5 16 20 16 12 x 15 16 16 18
CP-R 6 17 20 15 19 17 18 17 17
CP-R 7 18 20 10 8 11 15 12 12
CP-R 8 17 19 3 8 x 3 9 6 6
CP-R 9 16 17 1 0 1 9 2 7
CP-R 10 13 15 11 5 9 7 10 16
CP-R 11 14 17 1 0 1 3 5 5
CP-R 12 18 19 4 4 4 1 4 5
CP-R 13 16 16 2 0 3 2 6 11
CP-R 14 15 18 3 1 3 1 3 0
CP-R 15 12 14 2 4 4 4 5 4
CP-R 16 14 20 0 0 x 1 0 0 0 x
CP-R 17 10 14 5 1 4 3 4 11
CP-R 18 10 18 0 1 x 1 1 3 4
CP-R 19 18 19 0 0 x 0 0 x 0 9
CP-R 20 12 14 0 1 0 2 0 3
CP-R 21 9 15 0 0 x 0 0 x 0 4
CP-R 22 0 0 x 0 0 x 1 3
CP-R 23 0 0 x 0 0 x 0 4
CP-R 24 0 0 x 0 0 x 1 3
Cronbach
0,727* 0,501 0,749* 0,785*
inicial (α)
N itens 19 17 18 21
Cronbach ,617
... ... ...
final (α)
N itens ... 13 ... ...

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
53

Tabela 6 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Classe de Palavras – Expressivo (CP-E)

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
CP-E 1 19 20 16 19 18 17 19 20
CP-E 2 17 20 17 20 19 20 20 20 x
CP-E 3 17 19 16 19 11 19 17 16
CP-E 4 18 15 7 10 x 9 16 5 11
CP-E 5 12 19 13 9 x 12 15 13 17
CP-E 6 15 18 5 7 5 9 1 13
CP-E 7 18 18 7 5 9 10 2 5
CP-E 8 16 18 1 6 1 6 2 5
CP-E 9 16 17 1 1 1 6 1 5
CP-E 10 5 13 7 3 6 3 6 14
CP-E 11 8 17 0 0 x 0 0 x 0 0 x
CP-E 12 17 19 2 2 x 2 0 1 2
CP-E 13 14 16 1 1 1 1 3 11
CP-E 14 15 18 3 0 1 1 1 0
CP-E 15 10 14 1 2 2 2 2 3
CP-E 16 12 18 0 0 x 1 0 x 0 0 x
CP-E 17 10 11 3 1 3 2 x 0 5
CP-E 18 9 18 0 1 x 1 0 x 1 1
CP-E 19 17 20 0 0 x 0 0 x 0 7
CP-E 20 9 14 0 1 0 1 0 1
CP-E 21 8 15 0 0 x 0 0 x 0 2
CP-E 22 0 0 x 0 0 x 0 2
CP-E 23 0 0 x 0 0 x 0 3
CP-E 24 0 0 x 0 0 x 0 1
Cronbach
0,837* 0,625 0,685 0,716*
inicial (α)
N itens 21 17 18 21
Cronbach 0,700* 0,700*
... ...
final (α)
N itens ... 13 15 ...

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
54

Tabela 7 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Estrutura de Sentença (ES)
_______________________________________________________________

7 ANOS 8 ANOS
ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
ES 1 17 19 20 20 x
ES 2 19 19 20 20 x
ES 3 14 18 19 20
ES 4 20 18 17 19
ES 5 20 19 19 20 x
ES 6 18 19 20 20 x
ES 7 20 19 20 19
ES 8 16 20 20 20 x
ES 9 19 17 19 20
ES 10 20 19 20 20 x
ES 11 19 20 20 20 x
ES 12 18 17 20 17 x
ES 13 18 18 20 20 x
ES 14 19 16 18 20 x
ES 15 17 19 19 18
ES 16 17 19 17 20
ES 17 16 18 18 20 x
ES 18 20 19 20 20
ES 19 13 18 18 20 x
ES 20 16 20 20 17 x
ES 21 17 15 13 16 x
ES 22 12 14 18 16
ES 23 15 17 14 16 x
ES 24 16 18 16 18
ES 25 13 15 15 20
ES 26 15 17 18 19
Cronbach 0,763* 0,393
inicial (α)
N itens 26 18

Cronbach 0,582
...
final (α)
N itens ... 10

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
55

Tabela 8 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Vocabulário Expressivo (VE)
_______________________________________________________________

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
VE 1 38 40 40 40 X 40 40 x
VE 2 38 38 40 40 X 40 40 x
VE 3 34 40 38 40 40 40 x
VE 4 35 39 39 40 40 40 x
VE 5 38 38 40 40 X 40 40 x
VE 6 28 36 40 38 40 40 x
VE 7 28 32 40 40 X 40 40 x
VE 8 24 40 33 40 40 40 x
VE 9 10 14 24 30 16 40
VE 10 16 22 17 24 20 26
VE 11 7 18 26 19 22 22
VE 12 21 34 28 31 28 34 x
VE 13 24 38 38 40 40 40 x
VE 14 20 34 28 38 38 32 x
VE 15 26 30 38 32 32 40
VE 16 28 36 22 38 40 40 x
VE 17 18 26 28 36 30 34
VE 18 24 30 34 40 36 34 x
VE 19 18 20 28 34 30 26 x
VE 20 17 20 30 36 32 30 x
VE 21 14 24 38 40 32 34
VE 22 3 10 11 14 12 25
VE 23 0 0 x 3 8 0 2
VE 24 0 10 2 4 4 16
VE 25 0 10 4 14 7 20
VE 26 1 5 6 8 5 2
VE 27 0 0 x 3 0 2 4
Cronbach 0,861* 0,744* 0,551
inicial (α)
N itens 25 23 17

Cronbach 0,668
... ...
final (α)
N itens ... ... 12
Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
56

Tabela 9 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna do


subteste Definição de Palavras (DP)
_______________________________________________________________

9 ANOS 10 ANOS
ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
DP 1 36 38 34 38
DP 2 33 33 30 38
DP 3 32 31 31 38
DP 4 29 32 28 36
DP 5 19 29 20 33
DP 6 18 38 16 30
DP 7 0 2 0 0 x
DP 8 39 37 33 38
DP 9 13 10 11 11
DP 10 28 33 32 34
DP 11 36 38 38 38
DP 12 16 27 18 15
DP 13 24 36 26 34
DP 14 2 2 4 24
DP 15 11 26 12 8
DP 16 8 14 4 22
DP 17 19 16 12 14
DP 18 30 4 5 11
DP 19 0 2 1 22
DP 20 11 18 13 19
DP 21 10 4 6 26
DP 22 4 8 7 4
DP 23 4 24 10 11
DP 24 0 2 4 10
Cronbach 0,810* 0,827*
inicial (α)
N itens 24 23

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
57

Tabela 10 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Compreensão de Parágrafos (CP)
_______________________________________________________________

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
CP 1 6 13 x 5 6 16 20 18 19
CP 2 17 9 15 16 18 19 19 19
CP 3 15 18 17 20 14 16 x 17 19
CP 4 15 14 x 15 16 x 12 15 14 16
CP 5 17 19 18 20 16 20 19 18
CP 6 10 13 16 18 13 17 11 15
CP 7 13 14 12 17 16 16 11 17
CP 8 11 14 18 17 15 15 11 17
CP 9 8 8 x 9 7 14 13 16 15
CP 10 18 18 20 18 x 11 12 17 17
CP 11 11 11 16 12 14 17 14 14
CP 12 18 14 17 14 x 10 15 10 14
CP 13 7 14 12 18 x 7 13 10 13
CP 14 8 7 5 9 x 10 15 9 12
CP 15 17 16 20 18 x 16 17 12 14
Cronbach
0,592 0,617 0,694 0,829*
inicial (α)
N itens 15 15 15 15
Cronbach
0,674 0,717* 0,700*
final (α)
N itens 12 9 14

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
58

Tabela 11 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Montagem de Sentenças (MS)

9 ANOS 10 ANOS
ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
MS 1 20 20 x 17 18
MS 2 6 11 9 16
MS 3 5 15 7 13
MS 4 17 19 17 18
MS 5 18 20 18 20
MS 6 13 19 15 20
MS 7 17 20 19 14
MS 8 18 15 18 20
MS 9 8 15 9 15
MS 10 13 20 17 14
MS 11 17 20 15 19
MS 12 10 17 13 15
MS 13 7 16 11 12
MS 14 8 14 9 16
MS 15 6 12 5 10
MS 16 11 18 12 17
MS 17 3 13 7 13
MS 18 5 14 5 10
MS 19 6 17 4 12
Cronbach 0,894* 0,758*
inicial (α)
N itens 18 19

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
59

Tabela 12 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Relações Semânticas (Rel S)

9 ANOS 10 ANOS
ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
Rel S 1 19 20 20 20 x
Rel S 2 15 20 18 20
Rel S 3 19 17 16 16
Rel S 4 13 10 16 11
Rel S 5 16 17 12 14
Rel S 6 11 10 10 14
Rel S 7 14 18 14 8
Rel S 8 7 9 11 13
Rel S 9 12 20 12 17
Rel S 10 12 13 11 13
Rel S 11 12 15 9 8
Rel S 12 7 3 9 10
Rel S 13 8 13 6 13
Rel S 14 9 15 18 13
Rel S 15 9 18 11 7
Rel S 16 10 15 10 18
Rel S 17 10 17 9 9
Rel S 18 14 16 15 16
Rel S 19 11 14 11 13
Rel S 20 6 11 11 12
Rel S 21 7 11 5 11
Cronbach 0,792* 0,719*
inicial (α)
N itens 21 20

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
60

Tabela 13 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Consciência Fonológica (CF)
_______________________________________________________________

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
CF 1 17 20 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CF 2 18 20 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CF 3 16 20 19 19 20 20 x 19 20
CF 4 18 20 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CF 5 19 20 20 20 x 20 20 x 19 20
CF 6 16 20 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CF 7 15 20 19 20 20 20 x 20 20 x
CF 8 11 13 14 14 19 19 15 19
CF 9 9 12 14 11 17 18 14 20
CF 10 17 16 19 18 17 20 15 18
CF 11 17 15 18 19 18 20 18 20
CF 12 8 13 14 14 14 19 17 13
CF 13 10 15 14 16 17 20 16 16
CF 14 12 16 17 19 16 20 16 20
CF 15 12 16 16 19 18 20 16 20
CF 16 18 20 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CF 17 19 19 20 20 x 20 20 x 19 20
CF 18 18 19 20 20 x 20 20 x 19 20
CF 19 19 18 20 20 x 20 20 x 19 20
CF 20 18 18 18 16 17 20 20 20 x
CF 21 5 8 15 11 18 18 13 18
CF 22 4 8 10 9 12 15 12 13
CF 23 3 5 10 10 14 6 12 9
CF 24 4 5 12 5 11 15 15 12
CF 25 4 5 12 6 16 6 13 13
CF 26 18 18 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CF 27 11 13 16 20 14 19 19 20
CF 28 11 12 20 16 17 20 17 13
CF 29 16 17 20 18 18 20 20 19
CF 30 18 17 18 19 16 19 14 17
CF 31 18 16 19 20 20 20 x 20 19
CF 32 10 12 11 19 13 19 13 15
CF 33 11 14 11 18 13 20 14 17
CF 34 16 18 16 20 20 20 x 20 19
CF 35 15 16 15 20 19 20 20 19
CF 36 12 13 15 17 19 18 18 20

Continua
61

Tabela 13 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Consciência Fonológica (CF) - Continuação
7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS
ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
CF 37 11 14 18 19 20 19 19 20
CF 38 6 11 13 15 13 18 16 17
CF 39 9 10 14 16 16 18 15 16
CF 40 8 13 14 17 16 17 17 17
CF 41 11 18 16 19 20 20 x 19 20
CF 42 16 19 20 20 x 20 20 x 20 20 x
CF 43 11 15 18 17 20 20 x 19 18
CF 44 16 19 19 20 20 20 x 18 19
CF 45 16 19 19 18 20 18 19 20
CF 46 9 11 14 12 17 19 18 13
CF 47 11 12 14 15 17 19 16 16
CF 48 7 8 11 12 14 9 15 13
CF 49 3 6 8 12 14 18 11 9
CF 50 5 8 9 6 6 12 9 7
CF 51 18 17 19 20 20 20 x 20 20 x
CF 52 16 17 19 20 20 20 x 19 20
CF 53 17 19 18 20 20 20 x 19 20
CF 54 16 19 19 20 20 20 x 20 19
CF 55 18 19 19 20 20 19 19 20
CF 56 11 16 19 18 19 20 18 20
CF 57 11 19 19 18 20 20 x 20 20 x
CF 58 13 17 19 18 19 20 20 20 x
CF 59 14 15 17 20 19 20 19 20
CF 60 14 16 18 20 20 20 x 20 20 x
CF 61 10 14 16 15 19 14 19 19
CF 62 5 10 10 15 13 13 14 15
CF 63 4 6 9 7 6 18 12 16
CF 64 7 10 11 14 19 18 16 16
CF 65 6 7 13 9 15 17 15 16
CF 66 6 11 12 15 15 17 13 14
CF 67 10 13 13 18 16 20 18 18
CF 68 7 10 10 14 14 19 12 14
CF 69 7 9 11 11 16 19 15 14
CF 70 4 4 9 10 14 15 11 15
CF 71 12 17 18 18 20 19 18 20
CF 72 11 16 18 16 19 17 18 20
CF 73 13 15 18 19 16 20 19 19
CF 74 10 15 15 17 17 19 19 19
CF 75 11 16 15 17 16 19 18 19
Continua
62

Tabela 13 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Consciência Fonológica (CF) - Conclusão
7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS
ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
CF 76 12 14 18 19 20 18 18 20
CF 77 10 10 15 12 18 13 18 19
CF 78 9 13 17 17 20 18 19 20
CF 79 10 14 18 17 18 20 17 19
CF 80 9 15 18 16 18 19 18 20
CF 81 11 16 17 18 20 20 x 19 20
CF 82 7 14 16 18 19 17 18 18
CF 83 10 14 15 18 19 20 19 20
CF 84 10 13 18 18 19 20 18 19
CF 85 10 15 17 16 18 19 19 20
Cronbach
0,974* 0,947* 0,889* 0,930*
inicial (α)
N itens 85 74 60 72
Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos

Tabela 14 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna


do subteste Associação de Palavras (AP)
_______________________________________________________________

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
AP 1 214 270 270 375 x 284 358 296 349
AP 2 212 249 265 263 237 298 267 300
AP 3 100 88 x 142 163 169 198 164 198
Cronbach
0,666 0,119 0,737* 0,634
inicial (α)
N itens 3 3 3 3
Cronbach
0,688 0,433 ... ...
final (α)
N itens 2 2 ... ...
Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
Observação: Pelo fato de haver apenas 3 itens nesta escala, os valores entre 0,6 e 0,7 podem
ser considerados satisfatórios, no entanto para 8 anos a escala parece ruim.
63

Tabela 15 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Repetição de Números – Ordem Direta (RN OD)
_______________________________________________________________

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
RN OD 1 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
RN OD 2 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
RN OD 3 20 20 x 20 20 x 20 20 x 20 20 x
RN OD 4 19 19 20 20 x 20 20 x 20 20 x
RN OD 5 20 18 20 20 x 20 20 x 19 19
RN OD 6 18 20 19 19 20 20 x 20 20 x
RN OD 7 18 18 16 20 17 19 18 20
RN OD 8 17 14 16 16 17 15 14 16
RN OD 9 14 14 14 14 x 18 18 14 16
RN OD 10 11 8 10 13 15 10 9 16
RN OD 11 8 4 10 9 6 12 9 14
RN OD 12 5 5 7 6 7 8 7 10
RN OD 13 0 2 2 0 3 7 4 7
RN OD 14 1 3 5 4 5 6 5 8
RN OD 15 0 0 x 0 0 x 0 3 2 2
RN OD 16 0 1 1 0 2 1 3 4
Cronbach
0,760* 0,635 0,729* 0,836*
inicial (α)
N itens 12 10 10 11
Cronbach
... 0,664 ... ...
final (α)
N itens ... 9 ... ...

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
64

Tabela 16 – Análise dos itens (quantidade de acertos) e da consistência interna


do subteste Repetição de Números – Ordem Indireta (RN OI)

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
RN OI 1 20 20 x 19 20 20 20 x 20 20 x
RN OI 2 19 20 x 19 20 20 20 x 20 20 x
RN OI 3 9 13 x 10 13 x 15 17 16 19
RN OI 4 11 10 13 15 x 17 16 x 18 18
RN OI 5 1 4 3 4 7 11 7 3
RN OI 6 1 2 5 0 x 5 8 11 5
RN OI 7 0 1 2 0 1 4 3 1
RN OI 8 0 0 x 1 0 1 1 1 0
RN OI 9 0 0 x 0 0 x 0 0 x 0 0 x
RN OI 10 0 0 x 1 0 0 0 x 0 0 x
RN OI 11 0 0 x 0 0 x 0 0 x 0 0 x
RN OI 12 0 0 x 0 0 x 0 0 x 0 0 x
RN OI 13 0 0 x 0 0 x 0 0 x 0 0 x
RN OI 14 0 0 x 0 0 x 0 0 x 0 0 x
Cronbach
0,444 0,555 0,562 0,540
inicial (α)
N itens 6 9 6 6
Cronbach
0,567 0,685 0,591 ...
final (α)
N itens 4 6 5 ...

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
65

Tabela 17 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna


do subteste Sequencia Familiar (SF)

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
SF 1 103 110 103 106 x 108 111 107 110
SF 2 104 91 100 96 x 99 92 83 94
SF 3 83 74 86 89 94 93 91 99
SF 4 81 92 88 98 x 90 93 84 103
SF 5 79 70 75 85 84 91 80 99
SF 6 80 71 111 107 120 123 124 119
SF 7 38 35 56 46 x 62 47 80 72 x
SF 8 59 58 74 92 x 79 83 77 100
SF 9 24 46 49 59 68 89 86 93
SF 10 22 23 34 52 55 97 69 81
SF 11 32 28 57 34 59 87 61 59 x
SF 12 20 8 30 8 25 30 37 21
Cronbach
0,772* 0,337 0,750* 0,584
inicial (α)
N itens 12 12 12 12
Cronbach
0,550 0,634
final (α)
N itens 7 10

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
66

Tabela 18 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna


do subteste Nomeação Rápida Automática – Tempo (NRA Tempo)

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
NRA Tempo 1 702 669 628 632 517 598 584 552
NRA Tempo 2 1083 803 828 733 685 733 687 670
NRA Tempo 3 1998 1733 1547 1612 x 1390 1469 1332 1334
Cronbach inicial
0,745* 0,606 0,833* 0,743*
(α)
N itens 3 3 3 3
Cronbach final
0,736*
(α)
N itens 2

Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos

Tabela 19 – Análise dos itens (soma da pontuação) e da consistência interna


do subteste Nomeação Rápida Automática – Erro (NRA Erro)
_______________________________________________________________

7 ANOS 8 ANOS 9 ANOS 10 ANOS


ITEM Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens Públ. Part. Itens
(n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov. (n=20) (n=20) remov.
NRA Erros 1 4 4 x 4 3 x 2 4 3 0
NRA Erros 2 60 10 27 6 8 4 6 7
NRA Erros 3 58 12 27 17 6 12 15 6
Cronbach
0,670 0,156 0,387 0,410
inicial (α)
N itens 3 3 3 3
Cronbach
0,874* 0,210 ... 0,589
final (α)
N itens 2 2 ... 2
Legenda: Públ. – Escola Pública, Part. – Escola Particular, Itens remov. – Itens removidos
* Valores considerados satisfatórios (α ≥ 0,70)
Cronbach inicial: os itens acertados por todos os indivíduos (x) foram removidos
Cronbach final: os itens acertados por todos os indivíduos (x) e os itens problemáticos (x) foram
removidos
67

Na análise dessas tabelas, observa-se que, ao excluir os itens acertados por


toda a amostra e os itens problemáticos, os subtestes analisados apresentam
consistência interna satisfatória, exceto o subteste Associação de Palavras para a
faixa etária de 8 anos (Tabela 14).

4.5. Comparações com a normativa americana

A seguir, as análises de comparação entre o desempenho dos escolares


falantes do PB, oriundos de escolas pública e particular e a normativa americana
no Teste de Linguagem CELF -4 (Wing et al., 2003).

Tabela 20 – Porcentagem de crianças classificadas como normais e alteradas


no CELF-4 em cada construto (escore padronizado) por idade e
tipo de escola
_______________________________________________________________

IDADE ESCOLA CLASSIFICAÇÃO ELG ELR ELEX ELC ELE ELM EMT
< 80 5% 25% 20% 20% 20% 0%
Pública Entre 80 e 89 35% 10% 30% 25% 30% 5%
≥ 90 60% 65% 50% 55% 50% 95%
< 80 5% 5% 5% 5% 5% 5%
7 anos Particular Entre 80 e 89 5% 5% 15% 0% 15% 10%
≥ 90 90% 90% 80% 95% 80% 85%
< 80 5% 15% 13% 13% 13% 3%
Total Entre 80 e 89 20% 8% 23% 13% 23% 8%
≥ 90 75% 78% 65% 75% 65% 90%
< 80 0% 0% 10% 0% 5% 0%
Pública Entre 80 e 89 15% 20% 10% 15% 15% 15%
≥ 90 85% 80% 80% 85% 80% 85%
< 80 0% 0% 5% 0% 0% 0%
8 anos Particular Entre 80 e 89 5% 0% 0% 5% 10% 0%
≥ 90 95% 100% 95% 95% 90% 100%
< 80 0% 0% 8% 0% 3% 0%
Total Entre 80 e 89 10% 10% 5% 10% 13% 8%
≥ 90 90% 90% 88% 90% 85% 93%
Continua
68

Tabela 20 – Porcentagem de crianças classificadas como normais e alteradas


no CELF-4 em cada construto (escore padronizado) por idade e
tipo de escola – Conclusão
IDADE ESCOLA CLASSIFICAÇÃO ELG ELR ELEX ELC ELE ELM EMT
< 80 20% 30% 15% 35% 15% 5%
Pública Entre 80 e 89 25% 30% 30% 15% 25% 15%
≥ 90 55% 40% 55% 50% 60% 80%
< 80 10% 10% 0% 5% 5% 0%
9 anos Particular Entre 80 e 89 10% 25% 25% 5% 20% 5%
≥ 90 80% 65% 75% 90% 75% 95%
< 80 15% 20% 8% 20% 10% 3%
Total Entre 80 e 89 18% 28% 28% 10% 23% 10%
≥ 90 68% 53% 65% 70% 68% 88%
< 80 45% 45% 30% 10% 35% 10%
Pública Entre 80 e 89 10% 10% 40% 15% 20% 10%
≥ 90 45% 45% 30% 75% 45% 80%
< 80 15% 20% 10% 0% 15% 0%
10 anos Particular Entre 80 e 89 15% 15% 10% 20% 35% 15%
≥ 90 70% 65% 80% 80% 50% 85%
< 80 30% 33% 20% 5% 25% 5%
Total Entre 80 e 89 13% 13% 25% 18% 28% 13%
≥ 90 58% 55% 55% 78% 48% 83%

Legenda: ELG – Escore de Linguagem Geral; ELR – Escore de Linguagem Receptiva; ELEx –
Escore de Linguagem Expressiva; ELC – Escore de Linguagem (Conteúdo); ELE – Escore de
Linguagem (Estrutura); ELM – Escore de Linguagem (Memória); EMT – Escore de Memória de
Trabalho.

De acordo com os dados, podemos observar que a maior parte dos


escolares oriundos de escola particular apresentou desempenho semelhante à
normativa americana para todos os contrutos analisados. No entanto, os
escolares recrutados na escola pública apresentaram desempenho abaixo do
encontrado na normativa americana, exceto para o Escore de Memória de
Trabalho (EMT).
69

4.6. Comparações entre Escola Pública e Particular

A fim de verificar se houve diferença de desempenho entre os escolares


de escolas públicas e aqueles de escolas particulares no Teste de Linguagem
CELF-4, foram utilizadas as Análises Multivariadas, considerando o
desempenho nos construtos (escores padronizados) como variáveis
dependentes e a “idade” e o “tipo de escola” como as variáveis independentes.

Tabela 21 – Diferenças entre idade e tipo de escola para cada construto do


CELF-4
_______________________________________________________________

TAMANHO
P
VARIÁVEL SUBTESTE F DO PODER
VALOR
EFEITO
ELG 11,558 0,000 0,186 0,999
ELR 12,324 0,000 0,196 1,000
ELEx 4,470 0,005 0,081 0,873
Idade ELC 4,351 0,006 0,079 0,863
ELE* 2,107 0,151 0,027 0,299
ELM** 6,245 0,015 0,076 0,694
EMT 1,074 0,362 0,021 0,286
ELG 17,795 0,000 0,105 0,987
ELR 12,016 0,001 0,073 0,931
ELEx 23,637 0,000 0,135 0,998
Escola ELC 29,929 0,000 0,165 1,000
ELE* 9,505 0,003 0,111 0,861
ELM** 6,558 0,012 0,079 0,715
EMT 3,349 0,069 0,022 0,444
ELG 1,111 0,347 0,021 0,295
ELR 1,030 0,381 0,020 0,276

Interação ELEx 1,638 0,183 0,031 0,424


"idade e ELC 1,960 0,122 0,037 0,498
escola" ELE* 1,237 0,269 0,016 0,196
ELM** 1,190 0,279 0,015 0,190
EMT 0,866 0,460 0,017 0,236

Legenda: ELG – Escore de Linguagem Geral; ELR – Escore de Linguagem Receptiva; ELEx –
Escore de Linguagem Expressiva; ELC – Escore de Linguagem (Conteúdo); ELE – Escore de
Linguagem (Estrutura); ELM – Escore de Linguagem (Memória); EMT – Escore de Memória de
Trabalho.* A escala ELE foi aplicada apenas nas crianças de 7 e 8 anos

** A escala ELM foi aplicada apenas nas crianças de 9 e 10 anos


70

Idade
Como foram utilizados os escores padronizados para essa análise, não
seria esperada nenhuma diferença de desempenho entre escolares de
diferentes idades, visto que esses escores já levam em consideração a faixa
etária da criança. Entretanto, as análises revelaram a existência de um efeito
significante de idade para todos os testes, como demonstra a Tabela 21. As
análises post-hoc indicaram que, de uma forma geral, o desempenho
(proporcional) dos escolares piorou ao longo da idade, como demonstrado na
Tabela 22.

Tabela 22 – Diferenças entre idade e tipo de escola para cada construto do


CELF-4
_______________________________________________________________

COMPARAÇÕES ELG ELR ELEX ELC


8 anos 1,000 1,000 0,655 1,000
7 anos 9 anos 0,111 0,001 1,000 0,013
10 anos 0,000 0,000 0,258 1,000
7 anos 1,000 1,000 0,655 1,000
8 anos 9 anos 0,010 0,004 0,419 0,030
10 anos 0,000 0,000 0,002 1,000
7 anos 0,111 0,001 1,000 0,013
9 anos 8 anos 0,010 0,004 0,419 0,030
10 anos 0,225 1,000 0,419 0,030
7 anos 0,000 0,000 0,258 1,000
10 anos 8 anos 0,000 0,000 0,002 1,000
9 anos 0,225 1,000 0,419 0,030

Legenda: ELG – Escore de Linguagem Geral; ELR – Escore de Linguagem Receptiva; ELEx –
Escore de Linguagem Expressiva; ELC – Escore de Linguagem (Conteúdo).

As escalas ELE (Escore de Linguagem-Estrutura) e ELM (Escore de


Linguagem – Memória) não estão discriminadas na Tabela 22, pois havia
apenas a comparação entre duas idades. A escala EMT (Escore de Memória
de Trabalho) também não aparece, pois não houve efeito principal de idade.
71

Tipo de escola
Já para a variável “tipo de escola”, os escolares de escola pública tiveram
desempenho significativamente pior do que os escolares de Escola Particular,
em todos os construtos exceto para o EMT (Escore de Memória de Trabalho).

Interação entre idade e tipo de escola


A seguir, são apresentadas as estatísticas descritivas relativas às médias
e DP das crianças de cada idade e tipo de escola, em cada um dos construtos
do Teste de Linguagem CELF-4 (Wing et al, 2003).

Tabela 23 – Estatística descritiva para cada construto do Teste de Linguagem


CELF-4

IDADE ESCOLA ESTATÍSTICA ELG ELR ELEX ELC ELE ELM EMT
Média 93,85 95,95 88,65 94,75 89,40 104,40
Pública
DP 10,16 16,52 11,30 16,91 12,22 10,80
Média 103,10 106,95 98,95 109,10 99,30 103,55
7 anos Particular
DP 11,76 12,50 11,94 13,30 12,34 13,08
Média 98,48 101,45 93,80 101,93 94,35 103,98
Total
DP 11,82 15,49 12,60 16,68 13,12 11,84
Média 98,95 98,45 96,10 99,50 95,45 104,65
Pública
DP 9,83 9,57 11,25 10,03 10,02 13,69
Média 101,80 101,55 99,00 102,90 100,10 106,80
8 anos Particular
DP 6,53 6,57 7,49 6,50 6,59 8,07
Média 100,38 100,00 97,55 101,20 97,78 105,73
Total
DP 8,37 8,25 9,55 8,52 8,70 11,14
Média 90,45 89,05 90,10 89,00 92,55 102,60
Pública
DP 10,96 11,93 11,26 11,42 11,61 13,59
Média 95,60 92,65 96,50 98,10 97,30 108,00
9 anos Particular
DP 8,38 9,21 8,09 7,80 9,04 9,59
Média 93,03 90,85 93,30 93,55 94,93 105,30
Total
DP 9,98 10,68 10,21 10,69 10,55 11,92
Média 83,20 84,05 82,85 93,85 80,95 98,00
Pública
DP 11,52 12,33 10,80 11,05 21,20 12,01
Média 93,25 92,35 95,25 108,55 92,75 104,90
10 anos Particular
DP 11,56 13,50 10,23 15,31 13,02 12,00
Média 88,23 88,20 89,05 101,20 86,85 101,45
Total
DP 12,47 13,44 12,13 15,14 18,36 12,35
Legenda: ELG – Escore de Linguagem Geral; ELR – Escore de Linguagem Receptiva; ELEx –
Escore de Linguagem Expressiva; ELC – Escore de Linguagem (Conteúdo); ELE – Escore de
Linguagem (Estrutura); ELM – Escore de Linguagem (Memória); EMT – Escore de Memória de
Trabalho.
72

As tabelas 24 e 25 descrevem o desempenho dos escolares da escola


púbica e particular nos subtestes Consciência Fonológica (CF), Associação de
Palavras (AP) e Nomeação Rápida Automática (NRA), em comparação com a
normativa americana.

Tabela 24 – Porcentagem de crianças classificadas como adequadas e


inadequadas nos subtestes Consciência Fonológica (CF) e
Associação de Palavras (AP)
_______________________________________________________________

TIPO DE CF AP
IDADE
ESCOLA Adequado* Inadequado* Adequado* Inadequado*
Pública 55% 45% 80% 20%
7 anos Particular 80% 20% 95% 5%
Total 68% 33% 88% 13%
Pública 90% 10% 95% 5%
8 anos Particular 90% 10% 100% 0%
Total 90% 10% 98% 3%
Pública 95% 5% 90% 10%
9 anos Particular 95% 5% 100% 0%
Total 95% 5% 95% 5%
Pública 90% 10% 85% 15%
10 anos Particular 95% 5% 100% 0%
Total 93% 8% 93% 8%

*No teste original, a nomenclatura utilizada para “Adequado” e “Inadequado” foi,


respectivamente, “Meet criterion” e “Does not meet criterion”.

Os resultados mostram que, pouco menos da metade dos escolares de


escola pública, na faixa etária de 7 anos, apresentou desempenho considerado
inadequado, de acordo com a normativa americana para o subteste
Consciência Fonológica (CF). Esse efeito não ocorre para as demais faixas
etárias estudadas, já que a grande maioria dos dois grupos (escola pública e
escola particular) apresenta desempenho adequado.
O desempenho dos escolares no subteste Associação de Palavras (AP)
tanto da escola publíca quanto da escola particular foi, em sua grande parte,
adequado, de acordo com a normativa americana.
73

Tabela 25 –Porcentagem de crianças classificadas como adequadas,


intermediárias e inadequadas no subteste Nomeação Rápida
Automática - NRA (tempo e erros)
_______________________________________________________________

TIPO DE NRA TEMPO NRA ERROS


IDADE
ESCOLA Adequado* Intermediário* Inadequado* Adequado* Intermediário* Inadequado*
Pública 0% 25% 75% 70% 10% 20%
7 anos Particular 15% 20% 65% 100% 0% 0%
Total 8% 23% 70% 85% 5% 10%
Pública 5% 15% 80% 85% 5% 10%
8 anos Particular 10% 15% 75% 100% 0% 0%
Total 8% 15% 78% 93% 3% 5%
Pública 0% 35% 65% 95% 5% 0%
9 anos Particular 0% 10% 90% 100% 0% 0%
Total 0% 23% 78% 98% 3% 0%
Pública 0% 15% 85% 95% 0% 5%
10 anos Particular 0% 5% 95% 100% 0% 0%
Total 0% 10% 90% 98% 0% 3%

*No teste original, a nomenclatura utilizada para “Adequado”, “Intermediário” e


“Inadequado” foi, respectivamente, “Normal”, “slower than normal / more than normal”
e “Non-normal”.

De acordo com os resultados, nenhum grupo (escola pública e escola


particular), em nenhuma faixa etária, apresentou desempenho satisfatório em
relação ao tempo no subteste Nomeação Rápida Automática (NRA) quando
comparamos com a normativa americana. Em relação ao número de erros,
tanto os escolares de escola pública como os de escola particular
apresentaram desempenho adequado, de acordo com a normativa americana.
74

_______________________________________________________________
5. Discussão
75

A HIPÓTESE 1 (H1): - A tradução e adaptação para o Português


Brasileiro do Teste de Linguagem Clinical Evaluation of Language Functions -
4th Edition (CELF 4) não modificará o que cada subteste pretende avaliar - foi
confirmada.
O processo de tradução e adaptação de instrumentos publicados em
outras Línguas deve ser criterioso para não inviabilizar seu uso e
aplicabilidade. Além disso, pesquisas transculturais só serão possíveis caso
seja garantida a equivalência entre a versão original e a versão traduzida do
instrumento.
A tradução e adaptação do Teste de Linguagem Clinical Evaluation of
Language Functions - 4th Edition (CELF-4) utilizou o método já consagrado em
inúmeros estudos (Guillemin et al, 1993; Bullinger et al, 1998; Ruperto et al.,
2001; Tubert-Jeannim et al, 2005) e que é recomendado pela Word Health
Organization (WHO, 2011). Sendo assim, foram realizadas: (1) tradução direta,
(2) tradução inversa, (3) análise da equivalência teórica, semântica e cultural,
(4) aplicação do teste, (5) versão final da tradução.
Portanto, os procedimentos de tradução e adaptação do CELF-4 foram
compatíveis com as orientações descritas na literatura quanto aos cuidados
que o processo de tradução e adaptação de um instrumento estrangeiro
exigem.
Na análise da equivalência entre a versão traduzida e original do CELF-4,
nos deparamos com dificuldades nos itens que avaliam os aspectos
morfossintáticos da linguagem oral. Giusti (2007), encontrou mais dificuldades
na tradução dos itens do TELD 3 - Test of Early Language Development (Hresk
et al., 1999) que investigavam aspectos sintáticos e morfológicos da linguagem
oral.
Analisar a efetividade do instrumento faz parte do processo de tradução
de um instrumento. Para tanto, é essencial que o instrumento seja aplicado no
novo contexto para que sua validade possa ser analisada.
Para um teste ser considerado válido, é necessário que seja aceito
clinicamente e meça com exatidão aquilo que pretende avaliar.
Apesar de modificações terem sido inevitáveis nos itens que avaliam
aspectos morfossintáticos, podemos dizer que as adaptações não foram
76

significativas. Além disso, acreditamos que tais adaptações não modificaram o


que os itens do teste pretendiam mensurar.
Foi utilizado o α de Cronbach para verificar a consistência interna de cada
subteste do CELF-4, ou seja, se cada subteste mede de forma consistente
aquele construto que pretende avaliar. Nesta análise, observa-se que, ao
excluir os itens acertados ou errados por toda a amostra e os itens
problemáticos, todos os subtestes analisados apresentam consistência interna
satisfatória, exceto o subteste Associação de Palavras (AP) para a faixa etária
de 8 anos. Esse aspecto pode ser entendido como um dado isolado, ou ser
atribuído ao fato da amostra de escolares por faixa etária ser reduzida e
também ao fato de termos poucos itens nesse subteste. O aumento da
amostra, bem como a análise minuciosa de cada item que foi excluído na
análise de confiabilidade, auxiliarão na decisão de retirar algum subteste ou
itens de subtestes que compõem o Teste de Linguagem CELF-4. Após a
aplicação em larga escala, poderemos analisar se será necessário reformular a
tradução e adaptação de alguns itens dos subtestes do Teste de Linguagem
CELF-4, visando sua melhor adequação ao contexto brasileiro.
Estudos envolvendo sensibilidade e especificidade do instrumento são
úteis na sua validação. No entanto, exigem que a aplicação seja realizada em
sujeitos com alterações.
Ainda não podemos analisar a sensibilidade e especificidade do Teste de
Linguagem CELF-4 traduzido e adaptado para o PB, pois, para tanto, é preciso
aplicá-lo em sujeitos falantes do Português Brasileiro de diversas regiões do
país nas diferentes faixas etárias a que o teste se propõe e em sujeitos com
alterações de linguagem.

A HIPÓTESE 2 (H2): - Os escolares falantes do PB oriundos de escola


pública apresentarão desempenho pior no Teste de Linguagem Clinical
Evaluation of Language Functions - 4th Edition (CELF 4) se comparados aos
sujeitos de escola particular - foi confirmada.
De acordo com os resultados do estudo, os escolares de escola pública
tiveram desempenho significativamente pior do que os escolares de escola
77

particular, em todos os construtos, exceto para o EMT (Escore de Memória de


Trabalho).
Acreditávamos que haveria diferença no desempenho de escolares de
escola pública e particular no CELF-4 traduzido e adaptado para o Português
Brasileiro, já que os escolares da escola pública apresentam nível
socioeconômico inferior aos da escola particular.
O Escore de Memória de Trabalho (EMT) é semelhante entre os grupos
de escola púbica e particular, pois a memória de trabalho não é dependente de
maior estímulo como os demais escores gerados pelo Teste de Linguagem
CELF-4. A memória de trabalho é importante para as habilidades de linguagem
testadas no CELF-4, já que permeia toda e qualquer tarefa de linguagem. No
entanto, o fato de um grupo apresentar menor estímulo não fará com que haja
déficit especifico na memória de trabalho (Engel et al., 2008; Engel et al.,
2012).
Inúmeros estudos demonstram que o desenvolvimento de linguagem está
suscetível a características socioeconômicas (Raviv et al., 2004; Noble et al.,
2005; Farah et al., 2006; Noble at al., 2007; Engel et al., 2008).
O nível socioeconômico está relacionado à qualidade da estimulação que
a criança recebe e reflete, índices importantes de desenvolvimento humano,
tais como renda familiar, grau de escolaridade e profissão dos pais (Raviv et
al., 2004).
Especificamente com relação às manifestações de linguagem, as
influências das condições socioeconômicas sobre o desempenho linguístico
não são uniformes para todos os seus componentes. Há um número
considerável de estudos mostrando diferenças no vocabulário expressivo e
receptivo de crianças pequenas em função do nível socioeconômico (Raviv et
al., 2004; Noble et al., 2005, Farah et al., 2006, Noble et al., 2007; Engel et al.,
2008).
Com relação às habilidades gramaticais, os achados parecem
inconclusivos.
Foram encontradas diferenças entre a qualidade da produção gramatical
(Hayiou-Thomas, 2008, Pungello et al., 2009) e a extensão média do enunciado
(Hart e Risley, 1992) de crianças de diferentes níveis socioeconômicos.
78

Entretanto, Noble e colaboradores (2005) não observaram evidências


consistentes de um efeito socioeconômico sobre as habilidades sintáticas,
assim como o desenvolvimento gramatical não foi associado ao nível de
educação materna no estudo de Hoff e Tian (2005).
O nível socioeconômico mostrou-se fracamente associado às habilidades
de letramento (Duncan e Seymour, 2000) e de elaboração narrativa (Shiro,
2003) e nenhuma associação estatística foi encontrada entre as características
socioeconômicas e a aquisição fonético-fonológica (Dodd et al., 2003, Hayiou-
Thomas et al., 2010), ou entre as habilidades de processamento fonológico
(Noble et al., 2007).
É importante ressaltar que este estudo foi realizado em apenas uma
região da cidade de São Paulo. Sendo assim, é necessária a realização de
estudos multicêntricos em diversas regiões do país, visando a compreensão do
desempenho de falantes do Português Brasileiro no Teste de Linguagem –
CELF-4.
A HIPÓTESE 3 (H3) - O desempenho no Teste de Linguagem Clinical
Evaluation of Language Functions - 4th Edition (CELF 4) dos escolares falantes
do PB oriundos de escola particular será semelhante à normativa americana.
No entanto, o desempenho dos escolares de escola pública será abaixo do
esperado quando comparamos com a normativa americana - foi confirmada.
De acordo com os dados, podemos observar que a maior parte dos
escolares oriundos de escola particular apresentou desempenho semelhante à
normativa americana para todos os contrutos analisados. No entanto, os
escolares recrutados na escola pública apresentaram desempenho abaixo do
encontrado na normativa americana, exceto para o Escore de Memória de
Trabalho (EMT).
Os resultados mostram que, pouco menos da metade dos escolares na
faixa etária de 7 anos de escola pública, apresentou desempenho considerado
inadequado, de acordo com a normativa americana para o subteste
Consciência Fonológica (CF). Esse efeito não ocorreu para as demais faixas
etárias estudadas, já que a grande maioria dos dois grupos (escola pública e
escola particular) apresenta desempenho adequado.
79

A Consciência Fonológica (CF) é uma habilidade metalinguística


relacionada ao processo de letramento. É provável que as crianças de 7 anos
das escolas públicas ainda não tenham sido estimuladas em relação a esse
aspecto, diferentemente do que ocorre nas escolas particulares, onde é
frequentemente abordado em faixas etárias anteriores aos 7 anos.
Segundo os resultados, nenhum grupo (escola pública e escola particular),
em nenhuma faixa etária, apresentou desempenho satisfatório em relação ao
tempo no subteste Nomeação Rápida Automática (NRA), quando comparamos
com a normativa americana. Em relação ao número de erros, tanto os
escolares de escola pública como os de escola particular apresentaram
desempenho adequado, de acordo com a mesma normativa.
Podemos justificar esse dado, analisando a extensão das palavras em
Inglês e em Português que deveriam ser ditas nesse subteste. Em Inglês, a
extensão das palavras relacionadas a cores é menor se compararmos com as
mesmas cores em Português. Portanto, o tempo é menor para os sujeitos
falantes do Inglês. Sendo assim, é necessário rever a normativa para o
contexto brasileiro.
O desempenho dos escolares no subteste Associação de Palavras (AP),
tanto de escola pública quanto de escola particular, foi, em sua grande parte,
adequado, de acordo com a normativa americana.
Pesquisas mostram que há diferenças entre línguas latinas e o Inglês, no
que se refere à riqueza morfológica. As línguas latinas apresentam morfologia
gramatical mais rica e, por esse motivo, são maiores os benefícios de seus
falantes, pois há informações mais redundantes que facilitam o processamento
gramatical (Slobin e Bever, 1982; Kail, 2004; Devescovi et al, 2005).
As particularidades de cada língua, portanto, têm o papel de direcionar a
atenção da criança aos aspectos mais relevantes à sua aquisição (Slobin e
Bever, 1982), especialmente aqueles relacionados à fonologia e à gramática.
Recentemente, Puglisi (2010) verificou, em seu estudo, que as
características socioeconômicas influenciaram mais o desempenho das
crianças em tarefas de compreensão de sentenças do que as diferenças
crosslinguísticas.
80

Muito embora as características crosslinguisticas e socioeconômicas


interfiram no processamento da linguagem, a infuência exercida sobre cada
componente linguístico não é a mesma. Os aspectos crosslinguisticos
influenciam o grau de refinamento que as crianças apresentam sobre
determinadas habilidades linguísticas, mas não estão associados ao sucesso
ou ao fracasso do desenvolvimento de linguagem.
81

_____________________________________________________________
6. Conclusões
82

A tradução do Clinical Evaluation of Language Functions - 4th Edition


(CELF 4), embora trabalhosa, foi realizada sem dificuldades. Todo formato
original do teste foi mantido, ou seja, foram mantidos todos os itens testados,
assim como todas as instruções de aplicação (início do teste, critérios de
pontuação, interpretação dos resultados e formulários de resposta).
A maioria dos subtestes, assim como o Perfil Pragmático e a Escala de
Avaliação Observacional, foram apenas traduzidos, não sendo necessárias
adaptações significativas, com exceção daquelas que visavam manter a maior
equivalência possível entre a versão americana e a versão traduzida do testes.
A versão traduzida e adaptada para o Português Brasileiro do teste de
linguagem CELF-4 mostrou-se sensível para caracterizar a performance de
linguagem da população estudada.
A maioria dos subtestes apresentou consistência interna satisfatória,
exceto o subteste Associação de Palavras para a faixa etária de 8 anos,
mesmo quando removidos os itens acertados ou errados por toda amostra e os
itens problemáticos. Esse dado significa que os subtestes que compõem o
Teste de Linguagem CELF-4 realmente medem o que se pretende avaliar.
É necessário aplicar o teste em um número maior de sujeitos para
verificar se os itens removidos das análises de consistência interna podem ser
retirados e se esses itens sofreram inflluência do processo de tradução.
Os escolares de escola pública tiveram desempenho significativamente
pior do que os escolares de escola particular, em todos os construtos exceto
para o EMT (Escore de Memória de Trabalho).
Os escolares de escola particular apresentaram desempenho semelhante
à normativa americana para todos os contrutos analisados. No entanto, os
escolares recrutados na escola pública apresentaram desempenho abaixo do
encontrado na normativa americana, exceto para o Escore de Memória de
Trabalho (EMT).
Talvez as características socioeconômicas dos escolares e a qualidade
das escolas pública e particular possam ter influenciado o desempenho dos
escolares no teste de Linguagem CELF-4. No entanto, são necessários
estudos para analisar tais aspectos.
83

Além disso, é importante ressaltar que esse é apenas o início do processo


de adaptação e validação deste teste de Linguagem. É fundamental que se
amplie a aplicação na faixa etária de 7 a 10 anos e nas demais faixas etárias
que o teste compreende. A aplicação em sujeitos com Distúrbios de Linguagem
também parece interessante, visando obter medidas como especificidade e
sensibilidade.
Nosso estudo, obviamente, tem limitações, como quantidade de sujeitos, e
ausência de questionário de nível socioeconômico, cuja necessidade surgiu ao
longo do processo, sendo impossível recuperar, em decorrência de tempo,
dificuldade de aplicação do teste, entre outros fatores. Entretanto, temos
convicção da importância desse tipo de estudo, tanto para a pesquisa como
para a clínica em Fonoaudiologia.
84

_______________________________________________________________
7. Anexos
85

Anexo 1A - Aprovação CEP-FMUSP do Protocolo de Pesquisa nº 145/10


86

Anexo 1B - Aprovação CEP-FMUSP para mudança de orientador para a aluna


Ana Carolina Paiva Bento-Gaz referente ao Protocolo de Pesquisa nº 145/10
de: Profa. Dra. Haydée Fiszbein Wertzner para “Profa. Dra. Debora Maria Befi-
Lopes“
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101

Anexo 4A - ABFW - TESTE DE LINGUAGEM INFANTIL nas Áreas de


Fonologia, Vocabulário, Fluência e Pragmática. Fonologia – Protocolo de
Registro - Imitação
102
103

Anexo 4B - ABFW - TESTE DE LINGUAGEM INFANTIL nas Áreas de


Fonologia, Vocabulário, Fluência e Pragmática. Fonologia – Protocolo de
Registro - Nomeação
104
105

Anexo 4C - ABFW - TESTE DE LINGUAGEM INFANTIL nas Áreas de


Fonologia, Vocabulário, Fluência e Pragmática. Fonologia – Análise dos
Processos Fonológicos - Nomeação
106
107

Anexo 4D - ABFW - TESTE DE LINGUAGEM INFANTIL nas Áreas de


Fonologia, Vocabulário, Fluência e Pragmática. Fonologia – Análise dos
Processos Fonológicos - Imitação
108
109
110
111
112

_______________________________________________________________
8. Referências
113

_______________________________________________________________
8. Referências
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