Material Aula 02

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 18

Aula 02

vs. Patológica
Ansiedade Normal

©Todos os direitos reservados a Ana Beatriz Barbosa


Material exclusivo - Curso Mentes Aflitas
Título da Aula: Aula 02
Ansiedade Normal vs. Patológica

Descrição:

O medo e a ansiedade, quando não tratados,


têm potencial de deteriorar significativamente a
vida dos indivíduos, podendo afetar sua saúde
mental, relações sociais e atividades diárias. Ao
identificar e entender esses transtornos, pode-
mos guiar aqueles que sofrem em direção a tra-
tamentos eficazes e garantir que vivam uma vida
mais plena e saudável.

Tópicos Principais:

Introdução à Ansiedade e ao Medo: Entenden-


do como são naturais e quando se transformam
em transtorno.

Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG):


Características, sintomas e a espiral de pensa-
mentos negativos. A relação do TAG com outros
transtornos e a importância de um tratamento
precoce.

Transtorno do Pânico: Entendendo os ataques


de pânico, seus sintomas físicos e como ajudar
alguém em uma crise. A incapacidade criada
pelo medo de ter mais ataques.

Fobia Social ou Timidez Patológica: Os desa-


fios enfrentados por pessoas com medo intenso
de julgamento e como esses medos afetam sua
vida cotidiana.

02
Fobias Específicas: Como as fobias se manifes-
tam e as diferentes respostas fisiológicas, com
destaque para a fobia de sangue. A importância
da empatia e a eficácia das terapias baseadas
em exposição.

TOC - Transtorno Obsessivo Compulsivo:


A diferença entre obsessões e mantras, e como
os comportamentos compulsivos tentam aliviar
a ansiedade gerada por pensamentos negativos.

TEPT - Transtorno de Estresse Pós-Traumáti-


co: Os traumas que podem desencadear TEPT,
os sintomas e o impacto que essas experiências
podem ter a longo prazo na vida de uma pessoa.

03
Múltiplas faces do Medo
e da Ansiedade

Quando falamos em medo e ansiedade, é vital


discernir entre uma resposta natural do corpo e
quando tais sentimentos se transformam em um
transtorno.

Caso não sejam devidamente tratados, estes


transtornos podem afetar significativamente a
vida de uma pessoa.

TAG – Transtorno de Ansiedade


Generalizada
Um dos transtornos mais proeminentes é o
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG).
Caracterizado por uma persistente sensação de
medo e insegurança, aqueles que sofrem deste
transtorno estão constantemente preocupados
com situações cotidianas.

Tendem a ser impacientes, agitados, pessimistas


e sempre antecipam resultados negativos, viven-
do com a sensação de que algo ruim pode acon-
tecer a qualquer instante. Além de insônia e irri-
tabilidade, sem o tratamento adequado, o TAG
pode ser precursor de outros transtornos ansio-
sos.

04
Exemplificando, são aquelas pessoas que se
inquietam por qualquer razão, como hesitar em
atender um telefonema por medo de más
notícias ou presumir o pior quando alguém se
atrasa.

Essa constante sensação de alerta


direcionada para pensamentos negativos pode,
com o tempo, conduzir a outras complicações
como o Transtorno do Pânico. Se não tratado
precocemente, o TAG pode evoluir para este
estágio.

A longo prazo, essa sobrecarga de pensamentos


negativos pode resultar em exaustão mental e
levar à depressão, devido ao desgaste cerebral
constante. Este tópico será explorado mais
adiante, mas é essencial estar ciente dessas
conexões.

Transtorno do Pânico:
O Transtorno do Pânico, por sua vez, é uma ma-
nifestação extrema da ansiedade. Muitos procu-
ram ajuda médica quando enfrentam ataques de
pânico, pois é uma experiência intensamente
desconfortável, marcada por uma súbita e inten-
sa sensação de medo.

Durante esses ataques, que duram entre 20 e 40


minutos, a pessoa está convencida de que está à
beira da morte. Apesar de parecerem surgir sem
motivo, estes episódios são frequentemente o
resultado de anos de ansiedade acumulada.

05
Sintomas físicos comuns durante um ataque de
pânico incluem:
- Taquicardia
- Calafrios
- Boca seca
- Dilatação das pupilas
- Cólicas abdominais
- Náusea
- Vômitos
- Tontura

Esses sintomas são similares aos de ansiedade,


medo e estresse, mas se manifestam de maneira
extremamente intensa. A sensação predominan-
te é a de uma morte iminente.

Portanto, é crucial reconhecer e tratar estes


transtornos para assegurar uma melhor qualida-
de de vida às pessoas afetadas.

Durante um ataque de pânico, tentativas de acal-


mar a pessoa, como dizer "fique tranquila",
podem não ser eficazes, dado que o medo e o
pânico que ela sente são absolutamente reais
para ela naquele momento.

Ao invés disso, ações simples e pragmáticas,


como oferecer água, podem ajudar a atenuar os
sintomas ao diluir os níveis de adrenalina e nora-
drenalina no sangue.

Acompanhar a pessoa e questionar sobre a ne-


cessidade de atendimento médico também é re-
comendado, assim como oferecer um medica-
mento SOS, caso tenha sido prescrito.

06
Com o passar do tempo e após recorrências
destes ataques, muitos desenvolvem o "medo de
ter medo", temendo a possibilidade de uma nova
crise. Isso pode levar a evitar lugares ou situa-
ções em que crises anteriores ocorreram, limi-
tando significativamente a liberdade e a qualida-
de de vida da pessoa.

Por isso, entre todos os transtornos de ansieda-


de, o pânico é particularmente incapacitante. Ele
pode fazer a pessoa se sentir vulnerável, evitan-
do sair sozinha, tornando-se dependente dos
outros para atividades cotidianas e, por fim, le-
vando-a a buscar ajuda mais por desespero do
que por entendimento.

Fobia Social ou Timidez Patológica

Já a fobia social, também conhecida como timi-


dez patológica ou transtorno de ansiedade
social, é caracterizada pelo intenso medo de ser
julgado ou avaliado.

Estes indivíduos podem se sentir confortáveis


em situações um-a-um, mas quando se tornam
o centro das atenções, o medo se manifesta. Seu
cérebro interpreta erroneamente estas situações
como ameaçadoras, acreditando que estão sob
constante julgamento.

07
Por isso, atividades como falar em público ou até
mesmo comer em público podem se tornar an-
gustiantes. No ambiente de trabalho, por exem-
plo, alguém com fobia social pode evitar almo-
ços em grupo, optando por lanches rápidos e
discretos para evitar o desconforto de se sentir
observado.

Reconhecer e entender estes transtornos é fun-


damental para oferecer suporte adequado e
buscar tratamentos eficazes. A empatia, a escuta
ativa e a busca por profissionais qualificados são
passos cruciais nesse processo de ajuda e recu-
peração.

Diferença entre Timidez e TAS

Timidez TAS

Necessidade extrema e
Necessidade moderada de absolu- ta de aprovação
aprovação pelos outros. pelos outros.

A desaprovação é vista
Consegue tolerar a como uma verdadeira
desaprovação tragédia

Gafes sociais são As gafes sociais são vistas


esquecidos com relativa e sentidas como uma
naturalidade tragédia

Reações duvidosas dos Reações duvidosas dos


outros são interpretadas outros sempre são interpre-
com razoável flexibilidade tadas de forma negativa

Pode apresentar uma Expectativa constante de


expectativa de aprovação avaliação negativa pelos
em relação aos outros. outros.

08
Diferença entre
introversão e timidez
Introvertidos: se sentem bem e até mesmo revi-
gorados com a solidão voluntária e não apresen-
tam qualquer ansiedade ou necessidade de
aprovação quando na companhia dos outros.

Tímidos: quando se abrem, revelam seus senti-


mentos, geralmente em terapia. Demonstra um
desejo intenso de serem notados e aceitos. No
entanto, julgam-se incapazes de exercer as habi-
lidades, os sentimentos, os pensamentos e as
atitu- des necessárias a uma boa interação
social.

Causa da timidez:
Temperamento (genética) + vivências ao longo
da vida

Consequências do TAS:
Depressão e o abuso de álcool ou outras drogas.
Temos também a automedicação

Tratamento:

• TCC
• Medicações
• Teatro das emoções
• Teatro para tímidos
• Neurofeedback / biofeedback

09
Fobias Especificas

É o medo exacerbado e infundado em relação a


certos objetos, animais ou situações.

Exemplo, fobia por sangue:

Diferente das outras fobias em que a pessoa tem


um aumento na frequência cardíaca, transpira
excessivamente, tem uma resposta de luta ou
fuga, na fobia por sangue ou materiais hospitala-
res a resposta é oposta. A pessoa desmaia ou
sente uma tontura intensa. Isso ocorre devido a
uma queda brusca da pressão arterial e frequên-
cia cardíaca.

Muitas vezes, essa fobia pode ser perigosa, pois


os desmaios podem resultar em ferimentos aci-
dentais. Não é raro ouvirmos histórias de pesso-
as que desmaiam ao ver sangue e acabam se
machucando no processo. Esta é uma das
poucas fobias em que a resposta fisiológica é
um decréscimo na ativação do sistema nervoso,
em vez de um aumento.

É importante frisar que todas as fobias, indepen-


dente de quão irracionais possam parecer para
outras pessoas, são muito reais para quem as
experimenta. O cérebro de alguém com fobia in-
terpreta a ameaça percebida como real, por isso
a resposta de medo é tão intensa e avassalado-
ra.

Dito isso, é fundamental que se compreenda a


importância do tratamento para esses transtor-
nos.

10
As terapias baseadas em exposição são espe-
cialmente eficazes para fobias, porque expõem a
pessoa ao objeto ou situação temida de uma
maneira controlada e gradual, permitindo que ela
confronte e reavalie seu medo.

Atualmente, com o avanço da tecnologia, a reali-


dade virtual tem sido uma ferramenta valiosa
para tratar diversas fobias. Ela permite criar ce-
nários controlados onde a pessoa pode ser ex-
posta ao seu medo sem qualquer risco real, o
que pode ser especialmente útil em fobias que
são difíceis de reproduzir em um ambiente de te-
rapia tradicional.

O mais importante a ser


lembrado é que a fobia não é
uma sentença de prisão.
Com o tratamento adequado
e o apoio certo, é possível
superar esses medos e viver
uma vida mais livre e plena.

E para quem observa


alguém sofrendo com uma
fobia, a empatia e o entendi-
mento são fundamentais.
Evite minimizar ou ridiculari-
zar o medo da pessoa.

Lembre-se de que, para ela,


o medo é profundamente
real e angustiante.

Apoiar e incentivar a busca


por tratamento é o melhor
caminho.

11
TOC
Transtorno Obsessivo Compulsivo

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) é um


transtorno que se manifesta por meio da ansie-
dade, marcada por pensamentos negativos, in-
trusivos e recorrentes, denominados obsessões.

Estes são pensamentos de conteúdo negativo


que se impõem de forma repetitiva na mente do
indivíduo.

Contrariamente ao que se poderia pensar,


quando se tem um pensamento positivo e repe-
titivo, não se trata de uma obsessão, mas sim de
um mantra. O elemento chave para identificar
uma obsessão é que este pensamento é intrusi-
vo e não desejado pelo indivíduo. Mais do que
isso, para ser classificado como uma obsessão, o
pensamento precisa ser negativo.

Como resposta a essa ansiedade e para tentar


aliviar a tensão provocada por estas obsessões,
a pessoa adota comportamentos repetitivos, co-
nhecidos como compulsões.

Estes são, muitas vezes, chamados popularmen-


te de manias e podem se manifestar de várias
formas, como a necessidade de lavar as mãos
repetidamente, checar fechaduras, contar de-
graus ao subir uma escada, manter objetos em
organização simétrica ou excessiva preocupa-
ção com limpeza.

12
Para contextualizar, podemos comparar o TOC
com um ataque de pânico. Enquanto o pânico
representa um pico extremo de ansiedade em
um período curto, o TOC representa uma alta an-
siedade que persiste constantemente. Ambos os
estados são intensos: o primeiro é agudo e tem-
porário, e o segundo é constante. Viver com um
nível contínuo de ansiedade, como no TOC, re-
presenta um grande desafio e pode ser extrema-
mente doloroso para o indivíduo.

Ansiedade
Intensidade vs frequência
10

2
Pânico TOC
1

13
TEPT - Transtorno do Stress
Pós-traumático
O Transtorno de Estresse Pós-Traumático, fre-
quentemente abreviado como TEPT, refere-se a
uma condição que se desenvolve em resposta a
experiências extremamente traumáticas e es-
tressantes.

Diferente dos traumas comuns que todos pode-


mos enfrentar em nossas vidas, o TEPT surge de
situações tão intensas e chocantes que seriam
traumáticas para qualquer pessoa.

Estamos falando de eventos como sequestros,


acidentes graves, mortes inesperadas ou catás-
trofes. São situações em que a pessoa se encon-
tra frente a frente com o perigo ou presencia
cenas extremamente perturbadoras.

Para ilustrar, um exemplo real:

Um paciente, já em fase de alta de um tratamen-


to para pânico, estava caminhando pela Avenida
Angélica, em São Paulo, quando presenciou o
suicídio de uma senhora.

A intensidade e o choque do ocorrido foram tão


grandes que ele começou a desenvolver
flashbacks daquela cena, uma característica
comum do TEPT. Mesmo que a probabilidade de
testemunhar tal evento seja mínima, o impacto
emocional é imensurável e traumático.

14
Quem sofre com o TEPT tem ideias intrusivas e
recorrentes sobre o evento traumático, frequen-
temente na forma de flashbacks.

Essas lembranças são tão vívidas que podem


ser acompanhadas de sensações, como odores
associados ao momento. Com o tempo, além
dos flashbacks, o indivíduo pode começar a
apresentar crises de pânico, depressão, embota-
mento emocional e até mesmo a sensação de
que sua vida foi encurtada. Tarefas ou atividades
que antes eram prazerosas podem se tornar in-
suportáveis.

É fundamental estar atento e buscar ajuda após


vivenciar situações traumáticas intensas, pois o
TEPT é uma condição debilitante e necessita de
tratamento adequado.

Por fim, é importante ressaltar que, em níveis


moderados, a ansiedade pode ser benéfica e na-
tural. No entanto, quando se torna excessiva e
patológica, é crucial buscar compreensão e
apoio.

15
Conclusão:
O excesso de ansiedade pode levar ao adoeci-
mento. É crucial reconhecermos os sinais e sin-
tomas quando nossa ansiedade começa a se in-
tensificar, permitindo assim uma busca proativa
por ajuda. Quando um transtorno de ansiedade
é diagnosticado, geralmente há um período de
dois a três anos durante o qual esse problema
tem se desenvolvido.

A compreensão de que a ansiedade é uma res-


posta natural do nosso sistema é fundamental.
Porém, quando ela começa a interferir e limitar
nossa vida social, afetiva, profissional e geral, é
um sinal de alerta. Lembre-se de que a ansieda-
de é uma resposta do nosso cérebro, mas nós
não somos apenas nosso cérebro. Identificar
sinais como irritação excessiva, insônia ocasio-
nal, taquicardia esporádica ou problemas diges-
tivos sem causa aparente pode indicar um nível
elevado de ansiedade.

Não podemos negligenciar outros possíveis mo-


tivos para esses sintomas. Por exemplo, atribuir
problemas digestivos à ansiedade quando se
está consumindo muitos doces não é adequado.
No entanto, se começarmos a apresentar sinto-
mas atípicos, como um sono fragmentado, é vital
estar atento e considerar a possibilidade de que
a ansiedade possa estar por trás dessas mani-
festações.

16
Detectar precocemente um nível crescente de
ansiedade permite que tomemos medidas para
reduzi-la, evitando possíveis complicações. Se
esperarmos até o ponto em que surgem proble-
mas graves, como um ataque de pânico, a capa-
cidade de raciocinar e buscar ajuda pode ser
prejudicada.

Assumir o controle da sua vida significa tomar as


rédeas das suas emoções e decisões. Não pode-
mos controlar tudo o que acontece ao nosso
redor, mas temos o poder de escolher como rea-
gimos a essas situações.

A autoconsciência é a chave aqui. Quanto mais


você se conhece, mais capaz é de reconhecer
quando algo não está certo e tomar medidas
para corrigi-lo. Não se trata apenas de identificar
os sintomas físicos, como taquicardia ou insônia,
mas também de reconhecer os gatilhos emocio-
nais e psicológicos que podem estar causando
essas reações.

E, uma vez identificados esses gatilhos, é impor-


tante buscar estratégias e ferramentas para lidar
com eles. Isso pode incluir terapia, técnicas de
meditação ou mindfulness, atividade física regu-
lar, entre outras abordagens. O que funciona
para uma pessoa pode não funcionar para outra,
então é essencial encontrar o que é eficaz para
você.
Além disso, é crucial cercar-se de uma rede de
apoio confiável.

17
Amigos, familiares e profissionais de saúde
mental podem ser aliados valiosos em sua jorna-
da para entender e gerenciar sua ansiedade.
Eles podem oferecer perspectivas diferentes,
conselhos práticos e, acima de tudo, um ombro
amigo para se apoiar.

Outro ponto a considerar é a educação. Informe-


-se sobre a ansiedade e suas manifestações.
Quanto mais você souber sobre o que está en-
frentando, melhor equipado estará para lidar
com isso. Livros, workshops e seminários podem
ser excelentes recursos.

Em última análise, o mais importante é lembrar


que você é mais do que sua ansiedade. Você
tem o poder e a capacidade de superar os desa-
fios que enfrenta e viver uma vida plena e rica.
Com dedicação, autoconsciência e o apoio
certo, você pode navegar pelas águas turbulen-
tas da ansiedade e encontrar calma e equilíbrio.
Portanto, sempre se lembre de priorizar o auto-
cuidado, buscar ajuda quando necessário e,
acima de tudo, acreditar em si mesmo.

Próxima aula:
24/10 às 18:00

18

Você também pode gostar