SBPOT 20 Anos de Historia 2
SBPOT 20 Anos de Historia 2
SBPOT 20 Anos de Historia 2
Natal 2023
Copyright © 2023
1ª edição
23-167003 CDD-658.314222
Apresentação 9
Prefácio 13
E
m 2001, a Associação Brasileira de Psicologia Organiza-
cional e do Trabalho (SBPOT) deu seus primeiros passos
como uma entidade científica da Psicologia Brasileira.
Nasceu da compreensão e da necessidade de construir um
espaço de discussão, produção e divulgação do conhecimento
científico, na área de Psicologia Organizacional e do Trabalho,
que levasse em conta as especificidades da realidade brasileira.
9
Ao longo desses 20 anos (2001-2021), houve um esforço por
parte das gestões diretoras em construir um acervo que man-
tivesse guardados os documentos e os registros das atividades
desenvolvidas pela entidade. No entanto, pelas próprias limita-
ções tecnológicas de cada época, dentre outros fatores, muitos
documentos, imagens, fatos e acontecimentos se perderam com
o tempo. Foi nesse contexto que surgiu este projeto, concretiza-
do na forma deste e-book comemorativo, de resgatar e compilar
as memórias da SBPOT, vividas e narradas pelos atores que com-
puseram as gestões da SBPOT entre 2001 e 2021. São memórias
de dados factuais, atravessadas pelos afetos de quem trabalhou
para que a entidade chegasse ao reconhecimento de que hoje
desfruta, nacional e internacionalmente.
Apresentação 10
passado e resgatar essas memórias. Estendemos essa homenagem
a todas e todos que fizeram, ou ainda fazem, parte da SBPOT, con-
tribuindo para seu crescimento e visibilidade no país e no mundo.
Esta é nossa celebração e convite para que novas gestões diretoras
surjam e sigam narrando essa história para as próximas gerações.
Apresentação 11
Prefácio
A
SBPOT é um espaço de reflexão e de ação criado para
abrigar, disponibilizar e desenvolver a Psicologia na
investigação e compreensão do trabalho produtivo.
Sua criação e trajetória foram respostas à demanda de coope-
ração articulada entre os psicólogos, na ação profissional e na
pesquisa dos eventos e problemas que povoam e movimentam
o território entre a pessoa, o trabalho e a sociedade (POT). Essa
demanda despontou do reconhecimento de condições emergen-
tes, no desempenho produtivo, diante de novas equações nas
relações entre a pessoa, o trabalho e a sociedade.
13
O poderoso balizamento de tecnologias nas operações,
sem a consideração do espaço, e a crescente competitividade
comercial favoreceram o redesenho das relações de trabalho.
Esse balizamento e sua demanda para o enfrentamento da com-
petitividade impactaram a gramática que rege o desempenho
produtivo, a qualidade de vida no trabalho e a centralidade do
emprego, três referências cruciais para a sustentabilidade da
sociedade. Esse cenário, gestado desde os anos 1970, salienta-
va o florescente poder regulatório de macroestruturas técnicas,
econômicas e midiáticas sobre essas três referências, compro-
metendo o alcance da ação administrativa local.
Prefácio 14
nas equações reguladoras do protagonismo do trabalhador,
caracterizadas por alterações na participação do trabalhador
no desenho e desempenho de suas tarefas e na cobrança de sua
contribuição para os resultados. Novas tecnologias possibilita-
vam a substituição do trabalhador por processos automatizados
nas operações requeridas pelo desempenho produtivo. Modelos
como as células de manufatura, a terceirização e a digitalização
alteravam o protagonismo do trabalhador no desempenho de
suas tarefas e nos padrões de sua qualidade de vida no trabalho.
A implementação desses modelos cobrava, insistentemente, da
POT, a revisão de seu campo de estudo, de seu objeto e de seu
escopo. O território entre a pessoa, o trabalho e a sociedade ofe-
reciam sinais de rápida e profunda metamorfose.
Prefácio 15
A compreensão desses movimentos sobre o desempenho
produtivo, e sobre a qualidade de vida no trabalho e a fertilidade
da ação profissional na reconstrução da sociedade fortemente
balizada por tecnologias, fomentava a demanda de coopera-
ção e interlocução entre os psicólogos da POT. Compreender,
adaptar-se a esse “novo normal” e fertilizar o apoio articula-
do à ação dos psicólogos sob forte pressão da competitividade
econômica clamava por alguma sistematização da reflexão e da
interlocução, além de alguma voz para a POT na sociedade.
Prefácio 16
interlocução sistemáticas, plataforma de ação, visibilidade e bases
para a fertilidade desse ramo especializado do saber sobre o desem-
penho produtivo, explorando sua potencialidade de força social. A
SBPOT disponibilizou mais um instrumento para a reconstrução de
uma sociedade em escancarada metamorfose na centralidade do
trabalho e na gestão do desempenho produtivo.
Prefácio 17
O reconhecimento desses dois processos foi manifestado
na eclosão de associações dedicadas à formação, cooperação e
interlocução profissionais, no redesenho dos cursos de capaci-
tação continuada e no investimento articulado em programas de
interlocução entre profissionais e pesquisadores, dentro e além
das fronteiras de todas as ocupações dedicadas ao desempenho
produtivo. Esse reconhecimento foi naturalmente direciona-
do pelos vetores da reaprendizagem profissional, da pesquisa
científica e de parcerias diversas. A velocidade e consistência da
implementação do “novo normal” implicavam o estudo contínuo
das variáveis e dos processos articulados nas novas equações e
na adaptação do trabalhador ao seu desempenho produtivo e a
condições emergentes no cuidado com a qualidade de vida.
Prefácio 18
isolado, que poderia ser até mesmo suficiente para atender as
necessidades de eficácia do desempenho produtivo, mostrava-se
insuficiente para o enfrentamento da crescente regulagem dos
desempenhos exercida pelas macroestruturas econômicas, polí-
ticas, tecnológicas e sociais sobre a qualidade de vida e o status de
cidadão do trabalhador. Esse empoderamento não só inspirou e
fertilizou movimentos dentro das fronteiras da ação profissional,
mas energizou reações mais amplas denominadas de “os co-
muns” em toda a sociedade (Arvidsson, 2020). Esses movimentos
se tornaram forças políticas no direcionamento da metamorfo-
se em curso para a preservação do cidadão, e de sua qualidade
de vida, sob pressões da priorização de resultados financeiros e
da inovação tecnológica que debilitava o espaço da subjetivida-
de nos processos digitalizados. Esses movimentos sinalizavam
a impotência da ação individual, cobrada pelo cumprimento de
metas no desempenho produtivo, porém sem que essas metas fer-
tilizassem a construção de instrumentos potentes para enfrentar
a regulagem das macroestruturas sobre o trabalho e a qualidade
de vida. A criação da SBPOT foi uma expressão da sensibilidade
dos psicólogos da POT para os movimentos que fertilizam a ação
individual na transformação que o trabalho enfrentava pela força
da crescente mediação de tecnologias que distanciavam o traba-
lhador de operações e observação diretas em seu campo de ação.
Prefácio 19
a uma sociedade que, transferindo o desempenho produtivo para
processos digitalizados, distanciava o trabalhador do escopo de
suas próprias operações. Através de pautas de ação, regularmen-
te revisadas e reenergizadas, a SBPOT abriu caminhos acessíveis
para os psicólogos da POT, nesse momento histórico, apoiando e
interligando seu protagonismo individual e coletivo, articulando a
aplicação de seus conhecimentos às demandas da sociedade e fa-
vorecendo sua consciência de força grupal em contextos em rápida
metamorfose. Esses caminhos energizaram e ampliaram a ação
profissional e a pesquisa, necessárias para a compreensão da adap-
tação a essa metamorfose que já se evidenciava em toda a sociedade.
Assim, a criação da SBPOT era uma aspiração que foi concretizada
pela sensibilidade dos psicólogos da POT à abrangente regulagem
externa dos eventos pelos mecanismos globalmente interconecta-
dos que enfraqueciam a ação profissional solitária e pelo reconhe-
cimento da subjetividade na equação do desempenho produtivo.
A fertilidade da ação profissional dos psicólogos demandava inte-
gração de competências para o enfrentamento de objetivos mais
amplos e o fortalecimento das ações profissionais e pesquisas aptas
para intervir e transformar rotinas poderosas cuja gestão escapava
do alcance das mãos dos profissionais devido às contingências cria-
das pelas macroestruturas tecnológicas e econômicas. O aumento
dos processos digitalizados nas operações do desempenho produti-
vo pedia apoio e fortalecimento da ação profissional solitária para
garantir sua fertilidade na adaptação das relações entre a pessoa,
o trabalho e a sociedade que privilegiava a precisão, velocidade e
eficácia, mesmo ao custo da qualidade de vida no trabalho, como
tem sido visível nos centros de telemarketing.
Prefácio 20
A presença e a voz da SBPOT ofereceram a oportunidade do
protagonismo coletivo capaz de emular a rotina das relações
interprofissionais nas quais, pesquisadores e “curadores” do de-
sempenho produtivo se integram buscando o empoderamento de
suas ações. Os psicólogos da área da POT entenderam a consolida-
ção desse “novo normal” na sociedade e reconheceram na SBPOT
a voz e o apoio pelos quais ansiavam, por alguma força com poder
institucional para a sustentabilidade do apoio da Psicologia no
redesenho das tarefas e das relações de trabalho. Para eles, a as-
piração dos protagonistas da automação de regular a participação
da subjetividade na digitalização dos processos de produção era
uma espécie de negacionismo aplicado ao desempenho produti-
vo e à qualidade de vida no trabalho. A busca dessa regulagem
sinalizava a evolução da gestão em sentido oposto ao movimento
de criação da SBPOT, que era dar visibilidade às potencialidades e
contribuições da Psicologia como ator insubstituível nas relações
entre a pessoa, o trabalho e a sociedade. A crescente instabilidade
das condições de trabalho demandava competências complexas,
subsidiando o desempenho produtivo. A investigação dessa de-
manda fertilizou o célere avanço do conhecimento nas ciências
sociais (Wierviorka, 2007), nas quais espaços como o da SBPOT
eram peças-chaves no enfrentamento de engrenagens que globa-
lizavam os processos pela digitalização. Rapidamente, sua ação
foi integrada aos diversos grupos e projetos que movimentavam
a POT para que a ação profissional e a pesquisa de seus membros
ultrapassassem o estágio da interação tênue observada até então,
capacitando sua voz.
Prefácio 21
Esse passo adiante para a POT ser uma voz e protagonista
visível na transformação da sociedade era um sonho, generali-
zadamente acalentado por seus profissionais e pesquisadores
desde a criação dos conselhos de psicologia, quando essa área do
saber e da ação profissional foi reconhecida e sua voz já era es-
cutada. Nesse sonho, era saliente o imaginário de protagonismo
fortalecido de seus profissionais, no qual a ação institucionaliza-
da ganharia força para enfrentar a pressão da competitividade
sobre a regulagem do desempenho produtivo, que nem sempre
leva em conta sua influência na qualidade de vida do trabalhador.
A ação coletiva gestada na SBPOT atua sobre indivíduos e grupos
para que estes sejam as forças transformadoras que todo profis-
sional recém-graduado sonha para suas intervenções e para a
sua pesquisa. Essa percepção da própria ação como força social
contribui para a segurança do protagonismo individual ao lhe dar
sentido de coletividade e lhe oferecer fontes de constatação de
que sua atividade não é um voo solo, mas compartilhado em suas
crenças, valores e ideais com colegas e outros profissionais que
buscam, igualmente, a transformação do status quo. Essa busca
de ação coletiva não era confundida com o mero reconhecimen-
to da eficácia de resultados, mas identificada em sua capacidade
de transformação da sociedade.
Prefácio 22
conforme os problemas do mundo globalizado demandam para
as suas soluções. Embora as novas tecnologias possam favorecer
a solidão profissional, a existência de uma sociedade cujo escopo
é articular a reflexão e a cooperação entre profissionais e pesqui-
sadores oferece uma luz de esperança ao sentido de coletividade
que os agrupamentos humanos constroem. Uma das potenciali-
dades presentes nas tecnologias digitais é o alto risco de fomento
à ação solitária, como já se constata, há algum tempo, na limitada
integração de pessoas e grupos através das redes que atuam mais
como bolhas isoladoras do que espaços que fomentam a reflexão
coletiva. Esse risco pode ser mitigado pelos antídotos encontra-
dos no desenvolvimento de coletividades como a SBPOT.
Prefácio 23
equações. Como protagonista da relação homem-trabalho, a POT
é protagonista insubstituível na investigação e redesenho do de-
sempenho produtivo diante de novos fenômenos como o quiet
quitting, o boreout, a seleção de pessoal pelo metaverso e a institu-
cionalização da categoria MEI para a migração dos empregos para
voo solo. Esses fenômenos emergentes nas relações de trabalho e
o desmanche dos empregos sinalizam uma sociedade na qual as
macroestruturas regulam, mas não dão conta, da atenção que os
indivíduos requerem. A compreensão e respostas a esses “parado-
xos” requerem consistente e persistente diálogo entre a experiên-
cia e a pesquisa por parte de psicólogos para vasculhar os rumos
da subjetividade na adaptação ao desempenho produtivo que, ao
mesmo tempo, regula e pede autonomia. Esse diálogo será ainda
mais demandado nas próximas etapas da absorção dos desempe-
nhos por operações hoje alocadas no trabalhador, mas em célere
migração para o “protagonismo” das plataformas e algoritmos.
Prefácio 24
compreender essa forma de engajamento no trabalho em proces-
sos digitalizados. Dificilmente protagonistas isolados conseguirão
dar conta da compreensão dos impactos do desempenho produ-
tivo reativo sobre a eficácia das tarefas e a qualidade de vida sem
apoio da interlocução com outros protagonistas, o que pode ser
fomentado e articulado pela SBPOT, como coletividade que re-
presenta a POT. Os desempenhos de tarefas em plataformas nas
quais os eventos são descontextualizados fluem em alta velocida-
de, amarrados a respostas padronizadas, assemelhando-se às situ-
ações encontradas na lógica dos blockchains, nos quais o manejo
de variáveis depende de diversas contingências e procedimentos
concomitantes que seguirão alterando a equação do desempenho
produtivo. A distância entre o trabalhador e a realidade na qual ele
intervém, e entre ele e seu supervisor, desponta como uma con-
dição relevante para as relações com o trabalho. Nesse contexto,
o trabalhador necessita de apoio para a sua adaptação às tarefas,
aos riscos desse isolamento em bolhas e os impactos do trabalho
dentro de bolhas à sua qualidade de vida. Cuidar de desempenhos
assim fortemente amarrados a ferramentas-sistemas rígidas de-
manda observação, reflexão e troca de experiências, que podem
estar disponibilizadas na interlocução rotineira entre profissionais
nas ações integradoras da SBPOT, como suas atividades primárias.
Prefácio 25
a esses questionamentos sobre o desempenho produtivo, sobre
a qualidade de vida no trabalho e a participação do cidadão na
sociedade. Essa transformação depende de profissionais e ações
abrangentes e coordenadas para não se reduzir apenas a uma
utopia na qual se constatam muitos esforços que até apresentam
resultados positivos, mas que pouco fertilizam a elaboração do
“novo normal” no campo do apoio aos stakeholders da POT. Essa
fertilidade esperada nos empenhos individuais será beneficiada
pela ação e apoio da SBPOT.
Prefácio 26
diversas equipes diretoras, que podem ser cotejados com o pro-
cesso histórico recente do Brasil. Embora resumida, a descrição
dessa trajetória ao longo dos capítulos do livro mostra o empenho
dos psicólogos na sustentabilidade do desempenho produtivo na
busca da eficácia, da qualidade e do sentido de vida. Nessa bus-
ca, desponta a própria história recente da POT no Brasil, na qual
cada leitor poderá encontrar o locus de sua própria participação e
a força de seu protagonismo na aplicação e investigação do conhe-
cimento produzido sobre o desempenho produtivo.
Prefácio 27
Referências
Prefácio 28
Capítulo 1 29
capítulo 1
O contexto e as
transformações que
culminaram com
a criação da SBPOT
A
s origens das atividades de pesquisa e intervenções que
hoje estão no escopo da Psicologia Organizacional e do
Trabalho – abreviadamente, POT – remontam ao final
do século XIX, na Europa. O desenvolvimento de métodos volta-
dos à gestão, que alargassem a produtividade, objetivou atender
às demandas do aumento do contingente da população mundial
e à crescente industrialização. Esta foi capitaneada mormen-
te pela Inglaterra, França e Estados Unidos, e ficou conhecida
como segunda revolução industrial. As ciências que focalizam
o comportamento humano rapidamente foram atraídas para,
inicialmente, contribuir com a solução de problemas associa-
dos ao desempenho no trabalho. Logo depois, para resolver os
problemas de insatisfação e saúde decorrentes daquele rápido
crescimento e do uso daqueles métodos.
31
Esse desenvolvimento industrial foi tardio, no Brasil. Não obs-
tante, no contexto das atividades de trabalho, há registros de que
o uso de testes psicológicos e de outros recursos da então denomi-
nada psicotécnica foi introduzido na terceira década do século XX
(Zanelli, Bastos & Rodrigues, 2014). Essa introdução teria ocorrido
no Rio de Janeiro e São Paulo, e poderia ser associada ao ensino
da avaliação psicológica pelo francês Henri Piéron, iniciado na
década de 1920 (Augras, 1965). Assim, comemoramos o centená-
rio da POT brasileira na década atual (2020).
Capítulo 1 32
Nele foi publicado o primeiro anteprojeto de reconhecimento
legal da denominada “profissão de psicologista”, em 1954, sob a
elaboração da ABP (Collares-da-Rocha & Lima, 2019; Associação
Brasileira de Psicotécnica, 1958). Esse anteprojeto registra uma
denominação profissional que não prevaleceu. De algum modo,
a ABP pode ser considerada “uma avó da SBPOT” – Associação
Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho.
Capítulo 1 33
cursos não regulamentados de pós-graduação em Psicologia ini-
ciaram em meados da década de 1960, mas sem ênfase em POT.
As décadas anteriores aos anos 1960 abrigaram tentativas de re-
conhecimento formal da profissão e regulamentação dos cursos
de graduação. Contudo, pessoas efetivamente exerciam as ati-
vidades características do campo da Psicologia, com formação
nesta área ou em outras áreas do conhecimento: “na segunda
parte da década de 1950 [. . .] o que se fazia em Psicologia já era
considerável, especialmente nas áreas da Educação e do Traba-
lho e alguma coisa na Clínica” (Angelini, 2012, s/p).
Capítulo 1 34
Somente em janeiro de 1964, o Decreto 53.464 regulamentou
a profissão e o currículo mínimo dos cursos de graduação em
Psicologia. A partir dessa data, o empenho da categoria profissio-
nal foi para a criação formal do Conselho Federal de Psicologia
(CFP) e dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs), obtida em
20 de dezembro de 1971, com a Lei 5.766. “Mas foi no III Encon-
tro Nacional de Sociedades de Psicologia, realizado em junho de
1973, que se definiram os procedimentos para a constituição e
eleição dos membros do Conselho Federal de Psicologia” (Leite,
2008, p. 12). Efetivamente, a instalação do CFP foi concretizada
em 1974, seguida, a partir de 1975, dos sete primeiros CRPs.
Capítulo 1 35
A segunda metade da década de 1970 foi demarcadora da
prática regularmente credenciada dos profissionais psicólogos
brasileiros. Depois de meio século, havia chegado o momento
de afirmação da categoria, amparada substantivamente pela
lei, com direitos, deveres e prerrogativas, e projeção de uma
imagem distinta, pelo conjunto peculiar de suas atividades. O
período também foi marcado pela emergência ou estabilização
de associações, sociedades e sindicatos de Psicologia, o que de-
nota movimentos em busca de articulação, identidade e fortale-
cimento por meio da união de profissionais. Tais entidades, no
entanto, ainda não tinham o foco em subáreas da Psicologia.
Capítulo 1 36
para o estágio atual desta subárea de conhecimento e campo
de atuação. Proceder ao resgate histórico e à análise (ainda que
breve) das conexões entre os eventos constitui um modo de
consolidar a identidade e expandir os vínculos interativos deste
segmento da categoria. Além disso, fortalecer a pertença como
sentimento coesivo de seus participantes e ampliar a consciên-
cia do que vivemos, para compreender nosso momento atual e
respaldar ações de continuidade desta Associação.
Capítulo 1 37
de direitos, torturas e atentados. Ao mesmo tempo, difundia-se
a imagem do “milagre econômico”, propagandeado por meio da
expansão do consumo e realização de enormes obras públicas,
como a Transamazônica. Tal período foi seguido por forte endi-
vidamento do governo, enquanto, a partir de 1979, foram ado-
tadas medidas de “abertura” e de “consentimento” do retorno
ao pluripartidarismo. A década de 1970 foi, ainda, um período
de grande expansão dos cursos de graduação, especialmente os
oferecidos por instituições privadas. Essa expansão demandou a
regulamentação da pós-graduação, em 1968.
Capítulo 1 38
teve início na década de 1960. Começou a ser empregada pela
comunidade universitária a partir de 1975, em uma rede que
não passava de duas centenas de computadores conectados. Na
época, certamente, os valores para aquisição de um computador
pessoal eram muito restritivos ou quase inacessíveis à popula-
ção comum. Não era diferente, sem dúvida, para os professores
e pesquisadores brasileiros. Esse fato marcante, entretanto, mu-
daria radicalmente as redes de comunicação desses professores
e pesquisadores – por meio da Bitnet e sua forma de produção do
conhecimento – para microcomputadores, a partir da década se-
guinte. Entretanto, era pequeno o número de revistas de Psicolo-
gia – todas generalistas, que pudessem divulgar essa produção.
Capítulo 1 39
(Matos, 1988). No transcurso da década de 1970, com a expansão dos
cursos de graduação regulamentados na década anterior, a instala-
ção dos Conselhos de Psicologia e o pequeno, porém progressivo,
acréscimo na quantidade de profissionais psicólogos, a produção
científica começou a despontar, embora pequena e dispersa.
Capítulo 1 40
Em muitos países industrializados, já na década de 1960, apa-
receu a denominação Psicologia Organizacional e do Trabalho
porque o foco de análise foi ampliado para além-indivíduo e suas
atividades de trabalho. Essa designação reconhecia a necessida-
de de incluir os grupos, a organização e o ambiente externo no
objeto de estudo e na intervenção da área. As bases da Psicologia
Social passavam a sustentar as pesquisas e a prática nas orga-
nizações de trabalho. No Brasil, predominava a denominação
Psicologia Industrial no campo aplicado. No entanto, pelo me-
nos dois livros já estavam traduzidos para o português no início
dos anos 1970: Psicologia Social das Organizações (Katz & Kahn,
1970), primeira edição em inglês no ano de 1966; e A Psicologia
Social das Organizações (Weick, 1973), primeira edição em inglês
no ano de 1969. Ainda na década de 1970, um livro de nem tanta
envergadura, mas com o mérito de tentar compreender os pro-
blemas comportamentais no contexto de trabalho nas interfaces
dos níveis ou âmbitos de análise foi o Ciência do Comportamento
na Indústria (Drake & Smith, 1977). Por fim, com uma proposta
centrada na aplicação de recursos vivenciais a situações da in-
teração social-organizacional, o Psicologia Organizacional: uma
abordagem vivencial (Kolb, Rubin, & McIntyre, 1978).
Capítulo 1 41
caracterizava tal livro. Na década de 1970, nos EUA, o adjetivo “Or-
ganizacional” passou a pospor a expressão “Psicologia Industrial”,
e ainda é assim. No Brasil, e na maioria dos outros países latino-a-
mericanos, o adjetivo “Industrial” caiu em desuso. À semelhança
dos países europeus, a subárea de conhecimento e seu campo de
aplicação da Psicologia passaram a ser qualificados pelos termos
“Organizacional” e “do Trabalho”. Contudo, aquele foco de análise
restrito ao âmbito individual e às atividades de trabalho estendeu-
-se desde as décadas anteriores para os anos 1980.
Capítulo 1 42
mas transformam os alunos, graças ao conteúdo predominan-
te das disciplinas, em psicólogos clínicos” (grifos no original)
(Mello, 1975, p.60). Para Neri (1978, p.119), tratava-se de “uma
área de trabalho da qual a maioria tem apenas uma visão par-
cial e, na maioria das vezes, uma visão negativa”. Outra reflexão
importante alertou para a necessária inserção estratégica de
profissionais de Psicologia nas atividades realizadas em “recur-
sos humanos” e por indispensável atuação como agentes de mu-
dança (Malvezzi, 1979). Assim, a década se encerra não apenas
com uma compreensão mais crítica do que constituía o campo
profissional naquele momento, mas também com sinalizações
sobre o que deveria ser perseguido no futuro.
Capítulo 1 43
pelo desabastecimento de diversos produtos, principalmente, os
alimentícios. Ou seja, a crise herdada da década de 1970 se pro-
longou e se tornou ainda mais severa, mesmo após a posse de um
presidente civil.
Capítulo 1 44
de 1980. Nas pesquisas, a revisão da literatura, em especial a es-
trangeira, demandava meses de busca e espera para recebimen-
to de cópias físicas das publicações.
Capítulo 1 45
e discussão de pesquisas já realizadas. Foram criados GTs com
foco na subárea de conhecimento em POT, mesmo não existindo
PPGs em Psicologia voltados para ela. Esses GTs muitas vezes
terminaram por desempenhar, no Brasil, parte do papel dessa
Divisão 14 da APA e daquela Divisão 1 da IAAP.
Capítulo 1 46
ênfase nas atividades tradicionais, ligadas ao RH – recrutamento
e seleção, treinamento e desenvolvimento, avaliação de desempe-
nho. De outro, uma ênfase extrema na crítica que, de algum modo,
imobilizava (e ainda imobiliza) a prevenção psicossocial e as pos-
sibilidades de promover a maturidade do trabalhador pelas vias de
ações emancipatórias.
Capítulo 1 47
sistema complexo, com características psicossociais distintas,
que lhe conferem identidade. O autor publicou outra obra, que
viria a ter influência mundial nos estudos de gestão e compor-
tamento nas organizações: Organizational culture and leadership
(Schein, 1985). Nela, compartilha um pressuposto que passaria a
ser notado pelos que pesquisam, estudam e intervêm de algum
modo nos contextos organizacionais: “When we examine culture
and leadership closely, we see that they are two sides of the same
coin; neither can really be understood by itself” (p.10) [Quando
examinamos a cultura e a liderança de perto, vemos que são as
duas faces da mesma moeda; nenhuma pode, de fato, ser enten-
dida por si mesma]. Tal pressuposto, aliado à compreensão de
cada contexto de trabalho como um fenômeno único, chamou a
atenção de alguns pesquisadores e dos professores brasileiros de-
dicados, por exemplo, à supervisão de estágios.
Capítulo 1 48
1. A indefinição do papel dos psicólogos organizacionais e o
caráter técnico de suas contribuições; 2. A falta de prescri-
ção para o papel dos psicólogos por parte da organização e
um bloqueio quanto à sua participação nos processos deci-
sórios; 3. A falta, na prática educacional, de um enfoque ca-
racterístico da Psicologia Organizacional que, efetivamente,
permita aos alunos uma melhor compreensão dos processos
organizacionais, e assim, talvez, lhes facilite apreender as
oportunidades de intervenção (Zanelli, 1986, p. 31).
Capítulo 1 49
Os anos 1980 terminaram nos oferecendo um panorama bas-
tante significativo de como se configurava o exercício profissional
da Psicologia e, em particular, da POT. Esse quadro fica bem deli-
neado quando se examinam os resultados do primeiro estudo de
abrangência nacional sobre a formação e atuação do psicólogo no
Brasil (CFP, 1988). Bastos (1988) analisou especificamente as áre-
as de atuação profissional, e Bastos e Gomide (1989) fizeram uma
síntese sobre o exercício profissional dessa ampla pesquisa. O pri-
meiro emprego, porta de entrada para a profissão, se dava pela in-
serção na clínica (43,4%), seguida da área organizacional (18,8%).
Ao longo da carreira, no entanto, embora 73% dos psicólogos con-
tinuassem atuando em uma única área, o restante combinava duas
ou mais áreas de atuação. Nesse grupo que atua em uma única área,
a Organizacional era a escolha de 17,6%, sendo a segunda área após
a clínica (39,3%), mantendo as proporções similares ao do primeiro
emprego. Empresas privadas, públicas e órgãos da administração
pública eram os locais de trabalho mais frequentes depois do con-
sultório particular. Considerando-se o total de trabalhos e as diver-
sas combinações de áreas, verificou-se que 60,7% dos profissionais
tinham alguma atuação na área clínica, vindo a seguir a área or-
ganizacional, com 23,6%. Assim, nos anos 1980, apesar da pouca
ênfase recebida nos cursos de graduação, o segmento de psicólogos
atuando em POT já a configurava como a segunda maior área de
atuação. Seleção, recrutamento e treinamento eram as atividades
mais largamente desenvolvidas na subárea. A atividade na subárea
organizacional era marcada por ser aquela com maior percentual
de dedicação exclusiva – não envolvia combinações com qualquer
outra subárea, até por constituir, em maior proporção, atividade de
Capítulo 1 50
tempo integral (40 horas semanais). Tais dados revelam a existên-
cia de uma comunidade expressiva de profissionais atuando em
POT e possuindo condições de trabalho diferenciadas em termos
de contextos, atividades, tempo dedicado e remuneração, quando
comparada a comunidades de outras subáreas da Psicologia.
Capítulo 1 51
O segundo grande eixo apareceu de forma ainda embrionária
nos anos 1980, mas sinalizou caminhos futuros para a profissão,
e para a POT em particular: a construção de novos modelos, tidos
como inovadores no exercício profissional. Aliado à crítica, em
vários espaços, sobretudo acadêmicos, foram surgindo novas pro-
postas de atuação, novos instrumentos, novas formas de trabalhar,
novas clientelas e até a emergência de novas subáreas dentro da
Psicologia. Concepções mais ampliadas começavam a ser propos-
tas, alargando o escopo das atividades e começando a pensar o
profissional de POT como necessário para além das funções clás-
sicas que exercia. Esse duplo movimento – crítico e propositivo –
moldaria os avanços da Psicologia e da POT nas décadas seguintes.
Capítulo 1 52
Guerra Fria, a economia mundial passou para um período de in-
cremento da internacionalização. A partir desta década, a China
se destacou pelo seu crescimento anual médio e por se tornar
a maior produtora de bens manufaturados, em relações de um
comércio internacional que se tornava cada vez mais intenso.
Com isso, foi possível acompanhar uma reconfiguração de for-
ças entre as potências mundiais.
Capítulo 1 53
Nessa década ocorreu uma segunda intensificação no cres-
cimento dos cursos de graduação, acompanhada de um cres-
cimento dos cursos de pós-graduação. Mas a subárea de POT
raramente estava presente nesses cursos, razão pela qual foi
apontada como uma lacuna dos PPGs em Psicologia, em diag-
nóstico feito pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior – Capes no início da década seguinte. Nessa
mesma época, uma mudança feita pela Capes no sistema de
avaliação de PPGs, aumentando a valorização de publicações
científicas, seria outro estímulo para o desenvolvimento da POT
como subárea de conhecimento. Outras revistas de PPGs foram
criadas, e a SBP criou a Temas em Psicologia. Visavam, ainda, vei-
cular a produção científica da Psicologia em geral.
Capítulo 1 54
atividades em organizações” (Zanelli, 1992, p. 2). Bastos (1992a)
também registrou como principais limites da atuação na área: o
afastamento das decisões estratégicas e a atuação tecnicista frag-
mentada. Discutiu duas lacunas importantes para explicar tal
quadro: a falta de uma compreensão mais complexa dos determi-
nantes do comportamento humano nas organizações; e a compre-
ensão do que é uma organização e quais os determinantes do seu
comportamento como unidade social. Aprofundar tais compre-
ensões era e é requisito para romper com práticas fragmentadas e
pautadas em “pacotes prontos” ou “receitas universais” para lidar
com problemas locais. Em contraste preocupante, Bastos (1988)
argumentava que o salário constituía fator de atração à subárea
de POT como primeiro emprego, porque nela “encontramos as
melhores remunerações dos serviços” (p.178).
Capítulo 1 55
etapa final, foram identificados quatro macros objetivos para a
ocupação, e cada objetivo foi decomposto em termos de funções
(14) e de tarefas. Tal modelo trazia uma ampliação significativa
das possibilidades de inserção do psicólogo no campo organiza-
cional e, sobretudo, fixava a sua atuação, sempre como inserido
em equipe multiprofissional. Trabalhava-se com a concepção de
um profissional de recursos humanos que compartilha com ou-
tros profissionais um amplo conjunto de atividades, já que ape-
nas a avaliação psicológica lhe era algo privativo, como definido
em lei. É interessante destacar que o trabalho dá visibilidade à
inserção do psicólogo nas ações voltadas para a saúde ocupacio-
nal e ações de assistência psicossocial.
Capítulo 1 56
tos; b) novas práticas são incorporadas, ampliando as propostas
de intervenção; e, c) amplia-se o nível de intervenção frente aos
problemas organizacionais e do trabalho. No segundo trabalho,
Zanelli (1994b), analisando conteúdo de um conjunto de entre-
vistas com psicólogos organizacionais selecionados como ‘ino-
vadores’ também buscou identificar movimentos emergentes na
prática dos psicólogos brasileiros nas organizações de trabalho,
ao compará-la com as atividades tradicionais. Evidenciou a pas-
sagem para funções de natureza estratégica como principal eixo
de transição. Assim, tais atividades emergentes eram “vistas in-
seridas no contexto e endereçadas na busca da saúde mental e
da qualidade de vida no ambiente extensivo do trabalho” (p. 56).
O psicólogo assume o papel de consultor, onde “passa a muni-
ciar a organização de conceitos e referenciais” (nas palavras de
um dos participantes da pesquisa).
Capítulo 1 57
julgamento do próprio trabalho e distanciamento do papel de
agente de transformação. O mencionado profissional deveria
tornar suas contribuições conhecidas da comunidade, visualizar
as conexões interdisciplinares de suas atividades e promover a
compreensão de sua prática entre profissionais de outras áreas.
Deveria ser capaz de discutir o referencial científico-metodoló-
gico que sustentava sua prática e os resultados que obtinha, bem
como os valores que sustentavam diferentes direcionamentos
do trabalho. Existia a necessidade de criar grupos de referência
para fortalecer a identidade profissional. A formação em Psi-
cologia não deveria compartimentar ou estigmatizar algumas
atividades, e deveria fornecer parâmetros para identificação
e análise do fenômeno organizacional e apreensão crítica do
contexto das organizações. A autonomia profissional seria viá-
vel se houvesse uma formação preocupada com esse objetivo.
As mudanças curriculares deveriam pautar-se prioritariamente
por análise minuciosa das atividades correntes e das atividades
potenciais do campo profissional. Urgia aumentar a oferta de
cursos de mestrado e criar cursos de doutorado em POT, visando
a qualificação de docentes efetivamente envolvidos com a área e
qualificados para seu ensino e pesquisas.
Capítulo 1 58
continuou a análise das alternativas de intervenção concernen-
tes à formação e atuação do psicólogo organizacional, entre elas,
as necessidades: de conhecimentos e iniciativas do profissional
de ir além do que já se faz; de participação em projetos de pes-
quisa, apesar da escassez de pesquisas na área, no país, à época;
de decodificar a cultura da organização onde atua; de compe-
tência para decidir colocar ou não os seus conhecimentos e ha-
bilidades a serviço de um contexto; de cuidados para produzir
um profissional com capacidade argumentativa, mas também
de manejo de instrumentais; de se ter, na formação, a descrição
das competências, em vez de simplesmente prescrever uma lis-
ta de conteúdos; de considerar as conexões multidisciplinares
e permitir que os demais profissionais da organização possam
entender a sua prática; de criação de centros de referências para
a psicologia organizacional no País.
Capítulo 1 59
científica visando o desenvolvimento de pesquisas sobre temá-
ticas de POT. Sugeria também o apoio a esses estudantes para
criar empresas juniores nos cursos de Psicologia que pudessem
ser espaços de aprendizado prático na forma da oferta de servi-
ços em POT.
Capítulo 1 60
diversos); compreender como esses contextos se estruturam e
funcionam, e afetam os serviços é um requisito importante para
a atuação da(o) profissional, e tal compreensão é possibilitada
pelo acervo de conhecimentos produzidos em POT. Em todos
esses contextos, profissionais de Psicologia, junto a equipes
multidisciplinares, podem estar diretamente envolvidos com a
gestão e desenvolvimento de pessoas, buscando potencializar,
simultaneamente, o desempenho e a produtividade, assim como
a saúde e bem-estar dos trabalhadores.
Capítulo 1 61
Os GTs da ANPEPP produziram “um impacto direto na produ-
ção e disseminação de conhecimento e tecnologias e um impac-
to indireto na educação graduada e pós-graduada e na atividade
profissional no Brasil” (Borges-Andrade, 2018, p. 140). Os GTs
com foco em POT triplicaram na primeira década do Século XXI,
segundo esses autores. Funcionaram como redes de colabora-
ção entre pesquisadores de distintos PPGs, sendo que os focados
em POT tinham mais conectividade intragrupo se comparados
aos demais GTs (Neiva & Corradi, 2011). A quantidade de artigos
publicados sobre temáticas de POT cresceu aceleradamente, de
acordo com Borges-Andrade e Pagotto (2010). Além disso, o livro
Psicologia, organizações e trabalho no Brasil foi finalizado e pu-
blicado (Zanelli et al., 2004). Teve acentuadas tiragens nos anos
seguintes, e foi revisto e ampliado em sua segunda edição, pu-
blicada em 2014. É considerado um “manual” da subárea de POT
e tem sido usado por estudantes e profissionais de outras áreas.
Capítulo 1 62
– rPOT e a Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do
Trabalho – SBPOT foram criadas em 2001 e, finalmente, os Con-
gressos Brasileiros de Psicologia Organizacional e do Trabalho –
CBPOTs iniciaram-se em 2004. Constituíram-se e consolidaram-se,
fiéis aos seus propósitos.
Capítulo 1 63
Referências
Capítulo 1 64
Borges-Andrade, J. E. (1986). Contraponto. Psicologia, Ciência e
Profissão, 6(1), 32.
Capítulo 1 65
CAP%C3%8DTULO%20SBPOT.rPOT/A%20SBPOT%20E%20
EVENTOS%20RELACIONADOS%20%C3%80%20SUA%20
HIST%C3%93RIA%20RECENTE/100%20anos%20de%20
psicologia%20no%20Brasil.pdf
Capítulo 1 66
Leite, W. S. (2008). Lei 5.766: uma cara conquista. Em Conselho
Federal de Psicologia. Democratização no Sistema Conselhos de
Psicologia (pp. 10-13). Conselho Federal de Psicologia. https://
site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2008/10/democratizacao-
sistemaconselhos.pdf
Capítulo 1 67
Schein, E. H. (1982). Psicologia organizacional. Rio de Janeiro,
Prentice-Hall do Brasil.
Capítulo 1 68
Zanelli, J. C., Borges-Andrade, J. E. & Bastos, A. V. B. (Orgs.)
(2004). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre,
Artmed.
Capítulo 1 69
GESTÃO 2001 2003
Narbal Silva
Maria do Carmo Fernandes Martins
Ronaldo Pilati
O
século XXI, que teve início em 1º de janeiro de 2001, e
com término previsto em 31 de dezembro de 2100, é o
vigésimo primeiro século da Era Cristã (também deno-
minada de Era Comum), e o primeiro século do terceiro milênio.
Diante da iminência do novo século, muitos sonhos e desejos fo-
ram criados (e também fantasias), tanto no trabalho, como tam-
bém na vida pessoal, muitos deles influenciados por produções
cinematográficas, como, por exemplo, “Perdidos no Espaço”,
“Jornada nas Estrelas” e os “Jetsons”.
71
Neste último cenário, os carros voadores1 e a robótica domés-
tica (e também no trabalho)2 se encontram em plena evolução.
1 https://g1.globo.com/economia/tecnologia/inovacao/noticia/2021/10/03/
embraer-recebe-encomenda-de-carros-voadores-feita-por-empresa-brasilei-
ra-de-compartilhamento-de-aeronaves.ghtml. Acesso em 30/03/2022.
2 https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2019/02/samsung-lan-
ca-robos-que-realizam-tarefas-domesticas-com-inteligencia-artificial.html.
Acesso em 30/03/2022.
2001
1. Na manhã de 11 de setembro, um grupo de terroristas com
propósito de ‘sequestro suicida’, colidiu com dois aviões da
American Airlines nas torres gêmeas do World Trade Center,
em Nova York, provocando a morte de mais de 3 mil pessoas;
2. Foi decretada a prisão domiciliar do ex-ditador chileno Au-
gusto Pinochet, um dos responsáveis pelo assassinato de mi-
lhares de pessoas durante o regime militar no Chile; 3. Como
resposta ao atentado de 11 de setembro, aviões estaduniden-
ses e do Reino Unido bombardearam o sul do Iraque; 4. O ex-
-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic foi preso e julgado
por crimes de guerra contra a humanidade; 5. A Comissão de
Direitos Humanos da ONU aprovou a resolução proposta pelo
Brasil para o acesso da população mais humilde aos medica-
mentos. Tal aprovação deu início à quebra de patentes dos me-
dicamentos indicados no tratamento da AIDS; 6. Tony Blair foi
reeleito primeiro-ministro da Grã-Bretanha, e participou com
Nelson Mandela de um concerto musical em agradecimento
do povo sul africano pelo apoio da Inglaterra, ao fim do sis-
tema racista; 7. Slobodan Milosevic foi entregue ao Tribunal
2002
1. Em meio a protestos, o euro entrou em vigor, substituindo as
moedas de 12 países da União Europeia; 2. A senadora Ingrid
Betancourt, candidata à presidência da Colômbia, foi seques-
trada pelas FARC; 3. Início da operação Anaconda na guerra do
Afeganistão; 4. Israel organizou a maior operação militar so-
bre territórios palestinos, desde a invasão do Líbano em 1982.
Tal ofensiva levou a Organização das Nações Unidas (ONU) a
apoiar a criação do Estado Palestino; 5. A freira madre Paulina
foi reconhecida pelo Vaticano como a primeira santa brasilei-
ra; 6. O Timor-Leste tornou-se um estado independente, pondo
fim a seiscentos anos de colonização do império Português; 7.
Foi criada a Corte Penal Internacional para processar pessoas
por genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra
e crimes de agressão; 8. Em torno de 100 chefes de Estado e
mais de 50 mil cientistas, militantes e diplomatas reuniram-se
na África do Sul, na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento
Sustentável, para discutir os acordos firmados em 1992,
na ECO-92, realizada no Rio de Janeiro; 9. No discurso que
proferiu, lembrando o primeiro ano dos ataques terroristas ao
World Trade Center e ao Pentágono, o presidente americano
2003
1. O ônibus espacial Columbia desintegrou-se ao reentrar na
atmosfera terrestre, matando sete astronautas; 2. A União
Europeia chegou a um acordo sobre “o primeiro instru-
mento de imigração legal”, o qual prevê o direito de reuni-
ficação familiar de imigrantes; 3. A Assembleia Nacional de
Cuba reelegeu Fidel Castro para mais um mandato de cinco
anos; 4. O 1º ministro de Portugal recebeu em Açores Tony
Blair, George W. Bush e José Maria Aznar, com o propósito
de combinarem a invasão do Iraque, apesar de manifesta-
ções antiguerra estarem acontecendo em cidades europeias,
como Lisboa, Madrid e Londres; A coligação liderada pelos
Estados Unidos iniciou a guerra no Iraque, com o intuito de
derrubar Saddam Hussein; 5. O Projeto Genoma Humano foi
finalizado, com 99% do DNA sequenciado, com 99,99% de
precisão; e 6. O presidente dos Estados Unidos, George W.
Bush, anunciou o fim da invasão no Iraque.5
4 https://istoe.com.br/edicao/40-fatos-que-transformaram-o-brasil-e-o-mun-
do-nas-ultimas-quatro-decadas. Acesso em 01/04/2022.
5 https://acervo.oglobo.globo.com/busca. Acesso em 02/04/2020.
E no Brasil, o que de
importante aconteceu?
2001
1. Ao ser denunciado por violação do painel eletrônico do se-
nado, o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL/BA) renun-
ciou ao seu mandato; 2. O Coronel Ubiratan Guimarães foi
condenado a 632 anos de prisão pelo massacre no presídio do
Carandiru; 3. O “manezinho” Gustavo Kuerten foi tricampeão
em Roland Garros; 4. Desde 1995, reeleito em 1998, Fernando
2002
1. No final de 2002, Fernando Henrique Cardoso obteve re-
conhecimento das Nações Unidas, por ter sido a autorida-
de, que mais contribuiu para o desenvolvimento humano; 2.
Após três tentativas, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presi-
dente; 3. Neste ano, o Brasil ocupou a 13ª posição no ranking
da economia global, segundo fontes do Banco Mundial e do
Fundo Monetário Internacional (FMI); 4. A seleção brasilei-
ra de futebol conquistou pentacampeonato mundial.7
2003
1. No dia 1º de janeiro, Luiz Inácio Lula da Silva se tornou o
35º presidente do Brasil (pela primeira vez, desde a redemo-
cratização do país em 1985, o antecessor, também eleito pelo
voto direto, passou a faixa presidencial ao seu sucessor); 2.
No relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), deno-
minado “Perspectivas para a Economia Mundial”, de setem-
bro de 2003, foi apontada a melhoria da economia no Brasil,
mas advertia que o país ainda estava vulnerável a eventuais
crises externas; e 3. A implementação do bolsa família, que
6 https://www.bol.uol.com.br/fotos/2015/09/11/coisas-que-aconteceram-no-
-brasil-e-no-mundo-em-2001. Acesso em 01/04/2022.
7 https://istoe.com.br/edicao/40-fatos-que-transformaram-o-brasil-e-o-mun-
do-nas-ultimas-quatro-decadas. Acesso em 01/04/2022.
9 http://newpsi.bvs-psi.org.br/eventos/XIII_anpepp_2010.pdf. Acesso em
30/03/2022.
10 https://www.anpepp.org.br/old/5-Simposios/GTs/gts-IXsimposio.htm.
Acesso em 30/03/2022.
11 https://www.anpepp.org.br/old/5-Simposios/GTs/gts-IXsimposio.htm.
Acesso em 30/03/2022.
12 http://www.conpsi2.ufba.br/.
13 http://www.conpsi2.ufba.br/.
Prezados colegas,
14 https://www.sbpot.org.br/post-manifesto/pauta-de-defesa-da-psico-
logia-organizacional-e-do-trabalho/Acesso em 27/03/2022.
Considerações Finais:
Que a SBPOT “seja perene
e infinita como um círculo”!
Ademais, o que nos deixou felizes, foi nos darmos conta “do
tanto que foi feito, em tão pouco tempo”, cujos benefícios cien-
tíficos, políticos e associativos se mostraram imensos ao longo
das duas décadas que se sucederam.
Referências
Introdução
I
niciamos nossa gestão em 2003, sendo a segunda equipe a co-
ordenar nossa Associação, a SBPOT. A Diretoria foi composta
pelos cinco primeiros autores do presente capítulo, respecti-
vamente nos cargos de presidenta, primeiro secretário, segunda
secretária, primeiro tesoureiro e segunda tesoureira, e quatro
dos diretores éramos professores das seguintes instituições: Li-
via, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN); Jairo,
Universidade de Brasília (UnB); Suzana, Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC); e Maria Cristina, Universidade do Estado
do Rio de Janeiro (UERJ). Ronaldo, o primeiro tesoureiro, era
aluno de doutorado da Universidade de Brasília (UnB). Apenas
ele também integrou a gestão anterior, o que nos importou tendo
107
em vista a continuidade institucional. Contávamos também com
Antônio Virgílio Bittencourt Bastos na condução da comissão
organizadora do I Congresso Brasileiro de Psicologia Organiza-
cional e do Trabalho (CBPOT), ação da nossa gestão, sobre a qual
discorreremos adiante. O Conselho Fiscal da entidade no perío-
do de nossa gestão era constituído por: Profa. Maria das Graças
Torres da Paz, Élson da Cunha Vilela e Maria Júlia Pantoja.
Nossas ações
I CBPOT
Preparação do congresso
• Preparação de site
Sessões
23 92% 2 8% 25 100%
Coordenadas
Relatos de
14 78% 4 22% 18 100%
Experiência
Conferências
Mesas Redondas
Elaboração do programa
detalhado do congresso
Inscrições e emissões
dos certificados
Realização do evento
Resultados
Avaliação do congresso
A
terceira diretoria da SBPOT, ao ser eleita em maio de
2005, comprometeu-se a dar continuidade à política
de crescimento e consolidação da entidade, por meio
do aperfeiçoamento de políticas de visibilização da produção
científica e profissional da área, além da ampliação e aprimora-
mento da comunicação entre a SBPOT e a comunidade. Partici-
param da diretoria da entidade quatro mulheres pesquisadoras
nas respectivas funções: Gardênia da Silva Abbad (Presidente);
Mirlene Siqueira (Tesoureira); Sônia Maria Guedes Gondim (1.a
Secretária); Kátia Barbosa Macêdo (2.ª Secretária).
143
Nesta seção, pretendemos contar um pouco da história que
nos uniu para formarmos a equipe de gestão da entidade no
biênio 2005-2007. Em especial, queremos homenagear Mirlene
Siqueira, uma personagem gigante da área de POT, e que tra-
balhou conosco por muito tempo. Mirlene Siqueira, brilhante
pesquisadora da área, fazia parte dos grupos de trabalho - GT
- POT quando as ideias de criação da revista (rPOT) e da SBPOT
circulavam e eram amadurecidas pelos seus integrantes. Após o
desenvolvimento de projetos, pesquisas, eventos e muitas dis-
cussões, esse grupo se ampliou e percebeu que se fazia neces-
sário constituir uma entidade que desse visibilidade à área, até
então pouco valorizada na área de Psicologia.
Agradecimentos especiais:
Jeremy Irons
E
sta gestão da diretoria da SBPOT vivenciou um perío-
do de transição da entidade. Havia a preocupação em
fazer coincidirem as eleições da diretoria da entidade
com a realização bianual do Congresso Brasileiro de Psicologia
Organizacional e do Trabalho (CBPOT). Isso agilizaria o proces-
so eleitoral, promovendo maior participação dos associados.
163
Por isso, a nossa diretoria foi eleita para um mandato de apenas
um ano, com mandato a partir do dia 25 de maio de 2007, sendo
depois reeleita para o período de 2008-2010. Foram, enfim, três
anos de gestão.
3. Disseminação de conhecimentos
via CBPOT e r-POT
O
ano de 2010, no nível macro, iniciou com bons indica-
dores relativos a aspectos conjunturais do mundo do
trabalho, se comparados com os indicadores existentes
nos primeiros anos da segunda década do século XXI. A varia-
ção percentual do produto interno bruto em 2009 – comparada
a 2008 – era negativa (entre 1,22 e 2,13), e havia registro de um
desaquecimento dos indicadores de produção e vendas. Entre-
tanto, os indicadores do mercado de trabalho foram conside-
rados estáveis, conforme análise feita pelo IPEA (2010). Além
disso, o percentual da população economicamente ativa – em
relação à população em idade ativa – tinha apresentado um
comportamento relativamente estável em 2009 – comparado
aos anos anteriores. Essa análise supunha uma ausência de es-
tímulo a novas entradas de trabalhadores na força de trabalho.
181
A população economicamente ativa teria se expandido naquele
ano – especialmente no primeiro semestre. Mas a população em
idade ativa teria crescido um pouco.
Havia três GTs da ANPEPP com foco em POT, até 2004, e seis
a partir de 2006. Seus membros formaram uma rede e inter-
cambiaram conteúdos, participaram de bancas de dissertações
e teses e de reuniões científicas, publicaram conjuntamente,
intercambiaram estudantes e disciplinas da pós-graduação e
se visitaram com finalidades de pesquisa e extensão (Neiva &
Corradi, 2010). Essa rede, quando comparada a redes de outras
subáreas da Psicologia, tinha mais membros estrangeiros, mais
membros com apoio para realizar pesquisas, e demonstrava
mais conectividade intragrupos – mais distantes entre si, se-
gundo essas autoras. Nessa década, esses GTs desenvolveram
estratégias para sistematizar a discussão sobre desafios metodo-
lógicos e a elaboração de um manual brasileiro – a ser usado
no ensino da POT na graduação –, e para promover a criação
da Revista Psicologia Organizações e Trabalho (rPOT) e realizar os
primeiros Congressos Brasileiros de Psicologia Organizacional e
do Trabalho (CBPOT) (Borges-Andrade et al., 2018). Esses GTs e
aqueles PPGs com linhas de pesquisa em POT constituíram, no
2. Inserção da
SBPOT em redes
1) Identificar associações internacionais
internacionais
e fazer propostas de parcerias.
de associações
congêneres.
4. Ampliação da
abrangência da
SBPOT, incluin-
do temáticas
1) Identificar grupos de sócios interessados nessas
mais próximas
temáticas e propor a realização de atividades
das psicologias
tais como encontros e minicursos.
social, am-
2) Elaborar proposta de estatuto para formalmente
biental e do
realizar esta ampliação.
consumidor,
além das típicas
de trabalho e
organizações.
6. Ampliação,
no seu site, da 1) Fazer levantamentos sistemáticos de dados sobre publi-
presença de cações e cursos (stricto e lato sensu) e manter atualizado
dados úteis para o site.
profissionais 2) Sempre que profissionais e estudantes solicitarem tais
e estudantes, dados, remetê-los ao site, ao invés de fornecer as infor-
como publica- mações, para promover visitas virtuais ao site.
ções e cursos.
8. Revisão e uma
eventual adapta-
1) Verificar como outras entidades já funcionam utilizando
ção do estatuto,
a internet para tomada de decisão. Iniciar pelas enti-
para possibilitar
dades do Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia
a utilização da
Brasileira (FENPB).
internet como
2) Com base nisto, elaborar proposta de alteração de
meio de tomada
estatuto.
de decisão por
parte dos sócios.
9. Distribuição
de boletins 1) Elaborar boletins informativos bimensais e enviá-los aos
informativos aos sócios.
sócios
11. Promoção do
fortalecimento
e da integração
dos saberes e
fazeres voltados
1) Criar comissão de sócios para definir um plano de ação
para o “traba-
específico para este tópico.
lho” e para as
2) Levar essas questões para as demais entidades do FENPB
“organizações”,
e outras associações congêneres.
enquanto
3) Estimular publicações que realcem a vinculação de tais
construções
campos de saber e diferentes abordagens. Exemplo:
interdependen-
promover a publicação de um livro com tal tema.
tes, de modo
a evitar cisões
promovidas por
forças políticas
externas.
Perguntas Respostas
8. Existe diferença
Aqui no nosso site, encontra-se um Manifesto que argumenta
entre a psicologia
sobre a complementaridade entre Psicologia do Trabalho e
organizacional e
Organizacional. Sugerimos a leitura integral do Manifesto. A
a psicologia do
resposta oferecida para a pergunta 7 também poderá ajudar.
trabalho?
19. Sugestões de Veja neste site no link “Publicações” os livros cujos direitos
bibliografia em autorais foram cedidos para a SBPOT. Você pode comprar tais
POT. livros diretamente no site da Artmed.
20. Indicação de Há muitos cursos bons no país, mas para obter referências de
Cursos de Pós-gra- cursos em locais específicos, o ideal é se cadastrar na lista de
duação Lato Sensu discussão do Yahoo Groups denominado grupo_sbpot@yahoo-
em Psicologia grupos.com.br, pois centenas de profissionais de Psicologia
Organizacional e do
do Trabalho e Organizacional participam desta lista, residem
Trabalho
em diferentes lugares do país e podem dar informações mais
precisas sobre os cursos, uma vez que a pós-graduação lato
sensu não tem uma avaliação formal no Brasil. Por favor,
clique no link indicado no site da SBPOT, e peça para parti-
cipar deste grupo. Lembramos que nesta lista de discussão
as manifestações são livres e expressam opiniões pessoais
de quem as emitiu. Mensagens de propaganda e SPAMs não
devem ser enviados para a lista.
21. Indicação de
Cursos de Pós- No link “Formação em POT” deste site está disponibilizada uma
-graduação Stricto lista de universidades que oferecem cursos de mestrado e douto-
Sensu em Psicolo- rado aprovados pela CAPES e os respectivos endereços eletrôni-
gia Organizacional cos para obter informações adicionais sobre cada um deles.
e do Trabalho
Levantamentos sistemáticos
de dados sobre publicações
e cursos (estrito senso) e
manutenção no site.
Sempre que profissionais e
estudantes solicitam tais da- Manter o site atualizado
6. Ampliação, no seu dos, são orientados a consul- sempre.
site, da presença de da- tarem o site, para incentivar Manter as redes sociais
dos úteis para profissio- as visitas virtuais. atualizadas.
nais e estudantes, como Criação de um Banco de Atualizar o Banco de
publicações e cursos. Perguntas e Respostas Fre- Perguntas e Respostas
quentes. sempre que necessário.
Notícias sobre a SBPOT atuali-
zadas no site.
A SBPOT está nas redes
sociais (Facebook, Twitter e
Linkedin)
O
agravamento da crise econômica na Europa e o aumen-
to do desemprego caracterizaram, no nível macro, o
ano de 2012. O boletim Mercado de Trabalho: Conjuntu-
ra e Análise nº 53, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea, 2012), mostrou que o mercado de trabalho brasileiro teve
bom desempenho em 2012, em especial a taxa de desemprego,
a menor desde 2009. A taxa de atividade – que compreende a
população ocupada e a que procura emprego – teve uma peque-
na queda em relação a 2011: de 57,3% para 57,1%. Resultados
positivos foram registrados apenas em duas das seis regiões me-
tropolitanas estudadas: Rio de Janeiro (1,8 ponto percentual) e
Recife (0,5 p. p.). Em contrapartida, a taxa de desemprego caiu
0,6 pontos percentuais, atingindo o menor valor desde 2009, de
213
5,4%. Em relação a 2011, as regiões metropolitanas que tiveram
os melhores resultados nesse índice foram Salvador (-2,8 p. p.)
e Porto Alegre (-1,3 p. p.). A taxa de ocupação também mostrou
índices satisfatórios: cresceu 2,3% em relação a 2011. Com exce-
ção de Porto Alegre, todas as regiões metropolitanas avaliadas
apresentaram aumento na taxa, em especial Recife, com cres-
cimento de 4,2%. Outros dois índices importantes foram o de
informalidade, que decaiu de 34,8%, em 2011, para 33,9%, em
2012, e o rendimento médio do trabalhador, que cresceu 0,7%
e ficou na faixa de R$ 1787,70. Contudo, a ainda precária inser-
ção dos psicólogos das organizações e do trabalho no mercado
de trabalho (POT – Psicologia das Organizações e do Trabalho)
mantinha-se constante e restrita (Bastos & Gondim, 2010).
Após ter sido eleita e tomado posse, a nova diretoria da SBPOT atuou
estabelecendo estratégias políticas para aproximar a associação dos pro-
fissionais de POT não docentes, e incluí-los no quadro de associados.
Também estabelecemos parcerias para apoio jurídico e proteção da atua-
ção contra intimidações ilegais advindas do sistema Conselho de Admi-
nistração. Elaboramos documentos de defesa da atuação dos Psicólogos
na área de Gestão de Pessoas, especialmente garantindo sua participação
em concursos públicos. Planejamos e apoiamos atividades de regionaliza-
ção da SBPOT no Brasil (Poços de Caldas, Juiz de Fora, São Luís e Mato
Grosso do Sul, entre outras localidades) e de ampliação da sua abrangên-
cia para incluir temáticas mais próximas das psicologias social, ambiental
e do consumidor, além das temáticas típicas relacionadas a trabalho e or-
ganizações. Elaboramos estratégias de comunicação visando remodelar o
site da associação e redesenhar a logomarca da instituição. Discutimos e
atualizamos o estatuto da associação, com o intuito de utilizar a internet
Ampliação da
• Proposta de alteração no estatuto.
área de abrangência
R
egistrar as memórias de um período de gestão da SBPOT
traz um duplo desafio: primeiro, identificar e recuperar
elementos relevantes que ajudem o leitor a compreender
um processo complexo que se desenrola ao longo do tempo e
que conta com a participação de variados atores e distintas pers-
pectivas; e, em segundo lugar, construir uma linha argumentati-
va coerente que contemple esses diversos olhares e experiências
e que, ao mesmo tempo, constitua uma leitura minimamente
agradável. Certamente que essa não é uma tarefa fácil, ainda
mais que foge ao estilo tradicional de literatura científica com a
qual estamos acostumados a escrever... De qualquer forma, vale
o desafio. Então, vamos lá!
229
E
ra uma vez um grupo de profissionais e pesquisadores
da Psicologia Organizacional e do Trabalho que se reu-
niram em uma cidade muito, muito distante chamada
Bonito, para um encontro que acontecia a cada dois anos. E foi lá
que tudo começou… Essa foi a primeira vez que os membros da
gestão 2014/16 se encontraram, para a assembleia geral ordinária
que se realiza a cada dois anos durante o Congresso Brasileiro de
Psicologia Organizacional e do Trabalho (CBPOT). A cidade é um
paraíso do ecoturismo localizado no estado de Mato Grosso do
Sul, distante cerca de trezentos quilômetros da capital do estado,
Campo Grande. Sua escolha para sediar o evento foi considerada
como um marco na trajetória do evento. Era a primeira vez que o
congresso se realizava no interior do país e distante dos grandes
centros. E a ideia de nos reunirmos em um ambiente natural tão
rico e exuberante animava a nossa comunidade.
1 A Elziane Campos, que na época fazia doutorado na UnB, chegou a ser convidada para
tocar esse projeto. Ela já havia trabalhado com o tema das EJs no mestrado e seguia com
a temática no doutorado. Infelizmente, não conseguimos efetivar essa parceria.
2 Disponível em https://old.sbpot.org.br/download/47
A burocracia necessária
e a desnecessária
Att
4 O DARF em nome da SBPOT com o valor devido do imposto foi saldado em 3 de julho
de 2014.
Atenciosamente,
Claudio V. Torres
Vice-Diretor IP
6 Nesse grupo encontramos os chamados: Livro verde, Livro vermelho, os três livros de
medidas, o manual de treinamento…
7 Diferentes tipos de indexação, DOI, marcação XML dos textos, tradução para inglês,
formatação….
8 Nota de Adriano: No período de gestão seguinte também não houve nenhuma edição
de novo livro, tendo o GT optado por outro número especial. Considero que isso fragi-
lizou a relação com a editora parceira, que precisa de produções dentro de sua linha
editorial para a manutenção dessa relação estratégica.
As Ações de Comunicação
10 Nota de Adriano: Ninguém levou essa divulgação da marca mais a sério do que Elian-
dro. Lembro que fomos ao 9 CONPSI, no centro de convenções de Salvador, em 2015, e
Eliandro distribuía alegremente seus cartões de visita ao pessoal que passava, no qual,
por sinal, constava o título de Coordenador de Comunicação como seu cargo na SBPOT…
quando perguntei a ele por que fazia isso, a resposta foi: marketing…, acompanhada de
um largo sorriso, como era seu costume.
11 Essa era uma das ideias do coordenador de comunicação, Eliandro! Uma loja virtual com
elementos da marca SBPOT foi criada em 2021 com link de acesso pelo site da associação.
O Modelo de Competências
12 https://www.bps.org.uk/qualifications/occupational-psychology
13 https://www.europsy.eu
14 Antonio VIRGÍLIO Bittencourt Bastos. Nesse período Adriano e Virgílio trabalhavam jun-
tos na UFBA, na Superintendência de Avaliação e Desenvolvimento Institucional (SUPAD).
Virgílio era o Superintendente e Adriano o Coordenador de Desenvolvimento Institucional.
15 O diálogo era uma atividade corrente do CFP, transmitida ao vivo pela internet. O vídeo da
apresentação do modelo está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=gOhIDeKxtYg
. Existe ainda no canal do CFP uma série de vídeos gravados pelos participantes do workshop
que falam sobre a importância desse modelo, como por exemplo https://www.youtube.com/
watch?v=EFqxiKWZGRc&t=6s
17 O XXXIV CIP – Congresso Interamericano de Psicologia contou com mais de 2 mil par-
ticipantes.
19 As salas dos Café com tinham de fato café e biscoitos. Os convidados também se sen-
tavam em poltronas ou pufes ao redor do convidado, reforçando a ideia de proximidade
e informalidade.
21 Deve-se lembrar que a SBPOT financia suas atividades com os recursos que sobram
da realização do CBPOT. Assim, se as despesas são cobertas por patrocínio, apoio e fi-
nanciamento, o que sobrar, basicamente inscrições, manterá a associação pelos dois
anos seguintes. Ainda que nosso padrão de despesas seja baixíssimo, esses recursos são
fundamentais.
22 Existia um projeto para o CBPOT, mas ele não cabia nos campos do sistema da
CAPES. Por outro lado, eles pediam informações que não estavam escritas. Assim é que
quase tudo teve que ser refeito à medida que as informações eram inseridas no sistema
e novas informações eram solicitadas.
A título de epílogo
#POTÉTOP
N
ormalmente, a história de uma gestão da SBPOT tende
a ser contada a partir da montagem da chapa para a di-
retoria que é eleita durante a assembleia geral dos asso-
ciados no CBPOT. Por certo que toda gestão tem algum grau de
continuidade, com membros da diretoria atuando em dois perí-
odos consecutivos. Entretanto, no caso específico desta gestão,
não há como marcar esse novo início de uma maneira tão nítida,
uma vez que o presidente (Adriano) e a vice (Fabiana) vêm da
gestão anterior. Mas de uma coisa o leitor pode ter certeza, nun-
ca foi essa a nossa intenção.
273
Tendo vivido o período de gestão, percebido seus proble-
mas e refletido sobre possíveis soluções, com a aproximação
da assembleia geral começamos a procurar pessoas que pu-
dessem estar interessadas em participar da nova diretoria1. A
ideia original era que uma nova chapa se reunisse e construísse
uma proposta de atuação antes do CBPOT. É óbvio que o cargo
principal era o de presidente. Fizemos contato com várias pes-
soas que já tinham uma certa trajetória na área e que ainda não
haviam ocupado essa posição, uma vez que buscávamos para a
presidência alguém com um perfil mais sênior. Entretanto, não
obtivemos sucesso. De um modo geral, ouvíamos, dos possíveis
pretendentes que contatávamos, que estavam sobrecarregados
de atividades, tinham outros planos, não estavam disponíveis
ou que já tinham contribuído de alguma forma com a SBPOT e,
com isso, achavam que já haviam dado a sua cota de colabora-
ção. É importante que se diga que essa busca por uma diretoria
envolvia consulta a pessoas dos principais grupos de trabalho da
ANPEPP que têm algum grau de relação e envolvimento direto
com a SBPOT.
1 Importante é ter em mente que estamos falando, neste início de texto, de um movi-
mento iniciado na gestão 2014-2016.
2 Esse tema da (falsa) oposição entre Organização e Trabalho, que segundo alguns expressa
uma oposição entre capital e trabalho ou empresa e trabalhador, merece uma discussão mais
aprofundada, mas que foge ao escopo deste capítulo, e mesmo desse livro. Como o próprio
manual de competências da SBPOT (2021) mostra, as áreas de atuação não são definidas por
perspectivas teóricas ou metodológicas específicas. Assim, a nossa associação comporta, aco-
lhe e reconhece todas as visões e abordagens da POT como legítimas, e está de portas abertas
a tod@s que queiram participar da construção da área. Pelo menos assim entendemos....
De uma coisa o leitor pode ter certeza: nunca foi a nossa in-
tenção realizar um CBPOT, pela terceira vez em sequência, em
uma cidade do Centro-Oeste. Vínhamos de edições anteriores em
Brasília e, antes disso, em Bonito-MS. Entretanto, assim, como
ocorreu nas vezes anteriores, saímos do último congresso sem
uma definição de onde seria realizado o CBPOT seguinte. Uma
vez mais, contactamos os principais centros onde havia núcleos
de professores ligados à POT. Nossa ideia original era podermos
ir para uma cidade do Nordeste ou do Sul do país. E chegamos
mesmo a considerar a possibilidade de levar o congresso para
Gramado, uma vez que fomos contactados pelo Bureau de Con-
venções da cidade. E assim, como das vezes anteriores, obti-
vemos as mesmas respostas. Poucas pessoas disponíveis para
colaborar e se comprometer com um projeto/atividade dessa na-
tureza. Grupos sobrecarregados de trabalho. Ou problemas con-
cretos, como, por exemplo, o caso de Salvador, onde o centro de
Convenções havia desabado e a Universidade Federal não tinha
estrutura física para acomodar um congresso dessa natureza.
3 Devemos registrar que a Win aparecia como uma indicação de uma parceria que havia
sido bastante exitosa em eventos anteriores. Ela nos parecia uma escolha óbvia. Não havia
nenhum outro tipo de contato ou relacionamento com a empresa.
4 Não sabemos explicar a explicar a origem dessas relações/escolhas na sua origem. Imagi-
namos que isso deve ser objeto de outros capítulos deste livro.
8 Depois descobrimos que nosso evento não foi o único que recebeu este tipo de pressão. Um
outro congresso previsto para a PUC/GO no mesmo período passou por situação semelhante.
Uma cobrança não prevista, às vésperas da atividade.
Capítulo 1 285
da SBPOT é a substituição de diretoria a cada CBPOT9. Assim,
precisamos de mais um pequeno tempo entre uma gestão e ou-
tra para uma transição suave. A lógica do banco é: o que está
escrito no estatuto? Se no estatuto fala que a gestão dura dois
anos e se o CBPOT anterior aconteceu em maio, não importa que
a gestão seja substituída em junho. A conta (temporal) não fecha
e o acesso a conta é encerrado pelo banco. Pura e simples. E foi
assim que chegamos ao CBPOT….
Capítulo 1 286
Estandarte do Divino
10 Infelizmente não conseguimos recuperar o nome das artesãs que produziram o es-
tandarte. Temos uma foto delas, mas não foi possível recuperar seus nomes nos nossos
registros.
11 A festa do Divino acontece 50 dias após o Domingo de Páscoa, sendo, portanto, uma
festa móvel.
Capítulo 1 287
tinham disponibilidade para nos atender antes disso. Aí o jeito foi
esperar o tempo passar e voltar a insistir após a festa. E assim o
fizemos e, dessa vez, conseguimos que aceitassem confeccionar
o estandarte. O pedido envolveu a presença da pomba branca,
representando o Divino Espírito Santo, e elementos caracterís-
ticos típicos da região de cerrado que se apresentam na forma
de uma letra S, lembrando a marca da SBPOT. O estandarte foi
apresentado à nossa comunidade pela primeira vez na abertura
do congresso, sendo conduzido por um grupo de brincantes da
festa do Divino.
12 Nessas sondagens por um nome a questão sempre era posta como uma curiosidade,
sem explicitar o motivo da pergunta, para deixar os(as) interlocutores(as) mais livres.
13 Mira y Lopez foi um médico psiquiatra cubano que veio para o Brasil em 1945 a
convite do Instituto de Organização Racional e do Trabalho- IDORT, da Universidade de
São Paulo. É também bastante conhecido no Brasil por ter criado o PMK.
16 A aprovação do novo endereço (número da nova sala) da SBPOT foi feita na assem-
bleia geral ordinária realizada no IX CBPOT, em Goiânia.
17 Apenas para registro, já que essa é uma estória que não nos cabe contar… Essa sede
formal da ANPEPP em Brasília encerra uma polêmica que pouco antes havia sacudido
a entidade: durante um tempo se cogitou o aluguel de um espaço para abrigar a sede
no Rio de Janeiro.
18 A SBPOT passou a ocupar um espaço que originariamente era usado como sala de
espelho para ensino de prática de avaliação psicológica.
19 Uma mostra do trabalho de Mauro Martins pode ser vista no seu instagram: @
mauromartinscom.
20 Livro verde ou dragão verde são formas comuns de referência ao livro: Zanelli, J.
C.; Borges-Andrade, J. E e Bastos, A. V. B (orgs.) (2015). Psicologia Organizações e Trabalho
no Brasil. Porto Alegre: Artmed.
21 A SBPOT possui um arquivo com a ilustração em alta definição para que faça uso
quando necessário. Esse arquivo precisa ser guardado com carinho.
22 Tem um ditado que diz que não se pode contar com o ovo antes que a galinha o
ponha (o ditado não usa essas palavras exatas, mas é esse o espírito!). Quando fomos
nos aproximando do CBPOT de Curitiba, tudo que podia dar errado deu: a gestão do CRP
que nos apoiou não foi reeleita, a Universidade foi vendida para um grupo econômico
e parte dos seus professores foi demitida, a pandemia da COVID chegou e nos obrigou
a passar do formato presencial para o virtual, e a presidente da comissão científica
precisou se afastar por motivo de saúde.
#POTETOP
24 Uma curiosidade: se nossa sigla é SBPOT por que somos a associação brasileira
de..., não a sociedade brasileira de...? Desconfiamos que isso emerge de uma questão
trazida pelos advogados (olha o direito impondo formato) no momento da constitui-
ção. Os advogados devem ter raciocinado em termos de tipo jurídico, enquanto quem
escolheu o nome pensava na denominação tradicional (ou nome fantasia): sociedades
científicas, SBPC, SBP... Mas uma coisa não é incompatível com a outra. O fato é que
aceitamos isso, e ficou uma coisa esquisita.
Capítulo 1 313
GESTÃO 2018 2020
Fabiana Queiroga
Thaís Zerbini
Melissa Moraes
Daiane Bentivi
Lara Martins
Raphael Di Lascio
F
azer parte da gestão de uma entidade nacional repre-
sentante da área de conhecimento e campos de atuação
em Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT) é uma
honra. Consiste em uma tarefa desafiante, que exige dedicação
mesmo para aqueles que não estavam no primeiro mandato na
SBPOT. A gestão 2018-2020 compunha-se de membros de diferen-
tes perfis: havia quem já tivesse participado de gestões anteriores,
havia quem estivesse ingressando na diretoria pela primeira vez e
havia ainda quem estivesse ingressando como membro da SBPOT
pela primeira vez, ainda que já acompanhasse os trabalhos da
Associação. Além disso, os membros eram de diferentes regiões
do país: Centro-Oeste (Brasília/DF), Sudeste (Ribeirão Preto/SP),
Nordeste (Salvador/BA), Sul (Passo Fundo/RS e Curitiba/PR).
315
O conhecimento produzido em POT consiste em práticas de
gestão de pessoas que podem ser sistematizadas em três gran-
des eixos: reciprocidade, comunicação e saúde ocupacional (van
Beurden et al., 2021). A base geral é que as práticas levam a um
incremento das habilidades, motivações e/ou oportunidades
(Teoria AMO – Ability, Motivation, Opportunity) no trabalho e, a
depender do foco, diferentes possibilidades explicativas se colo-
cam e também conduzem a diferentes tipos de resultados.
Aqui cabe um destaque para dizer que este último volume foi
especialmente desafiante porque tratou de reunir entidades com
visões epistemológicas e metodológicas bem distintas dentro da
Psicologia. O percurso para alcançar um produto que atendesse
ao propósito inicial demandou muito manejo político. Embora
elas estivessem reunidas em torno de um mesmo fórum há mui-
to anos, essa foi a primeira vez que 15 entidades da Psicologia se
reuniram em torno de um projeto que resultou em um produto
coletivo oferecido à comunidade. O resultado nos trouxe muita
satisfação! Para manter a coerência com outra ação, a de ampliar
o intercâmbio internacional com outras entidades científicas, os
três volumes foram publicados também na versão em inglês, para
que pudessem ser divulgados para públicos fora do país.
Preparação do IX CBPOT
e os desafios da pandemia da COVID-19
Referências
Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Traba-
lho [SBPOT]. (2020). Competências para a atuação em psicologia
organizacional e do trabalho: um referencial para a formação e
qualificação profissional no Brasil [recurso eletrônico]. Brasília,
DF: UniCEUB.
A
décima diretoria da SBPOT foi eleita em 6 de junho de
2020, em assembleia realizada por meio virtual, pela
primeira vez desvinculada do Congresso Brasileiro de
Psicologia Organizacional e do Trabalho. Iniciou em um contex-
to completamente atípico no cenário macrossocial sanitário de
trabalho e emprego no país; no cenário meso, relativo ao campo
da Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT); e no cenário
micro da própria gestão da associação.
341
necessita ser situada, ainda que brevemente, dentro do contexto
macrossocial e político aliado ao contexto do trabalho e da POT
no país e no mundo.
1 Segundo https://ourworldindata.org/explorers/coronavirus-data-explorer.
2 https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/
noticias/33240-desemprego-cai-para-11-2-no-trimestre-encerrado-em-janeiro-menor-
-taxa-para-o-periodo-desde-2016.
3 É importante esclarecer que não estamos tratando aqui dos pressupostos da Psico-
logia Positiva.
5 https://old.sbpot.org.br/noticias/nota-publica-decisao-do-stf-acerca-da-comerciali-
zacao-de-testes-psicologicos/
6 https://www.sbpot.org.br/post-manifesto/nota-publica/
7 https://site.cfp.org.br/psicologia-organizacional-e-do-trabalho-presidente-da-sbpo-
t-fala-sobre-impactos-da-reforma-administrativa-na-psicologia/
8 https://site.cfp.org.br/resolucao-cfp-02-2022-regulamenta-avaliacao-psicossocial-
no-trabalho/
9 https://youtu.be/n1JpSCzwHMc
Representações da SBPOT:
atuação internacional
10 https://youtu.be/kMzICzZZELk
Parceria da SBPOT:
Pesquisa do Censo da Psicologia
Revista Psicologia:
Organizações e Trabalho (rPOT)
Referências
N
o capítulo intitulado “O contexto e as transformações
que culminaram com a criação da SBPOT” (Zanelli, Bor-
ges-Andrade, Bastos), deste livro, esclarecemos que as
três últimas décadas do século XX foram marcadas por uma pro-
gressiva inquietação dos profissionais dedicados à Psicologia Or-
ganizacional e do Trabalho quanto à então evidente necessidade
de institucionalizar pelo menos três aspirações deste segmento de
especialistas: a Revista Psicologia: Organizações e Trabalho – rPOT, a
Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho
373
– SBPOT e os Congressos Brasileiros de Psicologia Organizacional
e do Trabalho – CBPOTs. Assim, nessa sequência, de fato sucede-
ram e foram materializadas na primeira metade dos anos 2000.
Referências
Zanelli, J. C. (2001). Prefácio. Revista Psicologia: Organizações e
Trabalho, 1(1), 7-8. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/
pdf/rpot/v1n1/v1n1a01.pdf
A
Revista Psicologia: Organizações e Trabalho (rPOT) com-
pletou 20 anos de existência em 2021. Durante esse
período, a rPOT se consolidou como uma fonte im-
portante de acesso a conhecimentos especializados, gratuitos e
qualificados, desempenhando um papel fundamental na disse-
minação de informação na área das Organizações e do Trabalho,
particularmente, em língua portuguesa.
381
Em 2006, a editoria do primeiro volume da rPOT foi compar-
tilhada pelos professores José Carlos Zanelli e Narbal Silva. No
segundo volume, já inteiramente assumido pelo professor Nar-
bal Silva, são publicados artigos originados do II CBPOT. Entre
2007 e 2012, a editoria da rPOT voltou a ser compartilhada por
um grupo de pesquisadores: Gardênia da Silva Abadd, Narbal
Silva, Pedro Bendassolli, Suzana da Rosa Tolfo, Juliana B. Porto,
Mauro Magalhães, com a colaboração de outros profissionais na
edição de números especiais - Sonia Maria Guedes Gondim, Su-
sana M. Tavares e José Carlos Zanelli. A rPOT passa a ser publi-
cada quadrimestralmente em 2011, e, a partir de 2014, ela passa
a ser publicada trimestralmente.
Informação sobre
Questão Respostas
a revista/ Critério
1 Revista Psicologia:
Nome
Organizações e Trabalho
2 http://pepsic.bvsalud.org/scielo.
URL
php?script=sci_serial&pid=1984-6657
22 http://pepsic.bvsalud.org/scie-
Introduza a URL onde esta infor-
lo.php?script=sci_issues&pi-
mação pode ser encontrada
d=1984-6657&lng=es&nrm=isso
Licenciamento de conteúdo
46 http://pepsic.bvsalud.org/scie-
Introduza a URL onde esta infor-
lo.php?script=sci_serial&pi-
mação pode ser encontrada
d=1984-6657&lng=pt&nrm=isso
49 http://pepsic.bvsalud.org/scie-
Introduza a URL onde esta infor-
lo.php?script=sci_serial&pi-
mação pode ser encontrada
d=1984-6657&lng=pt&nrm=isso
50 A revista permite aos leitores “ler,
baixar, copiar, distribuir, imprimir,
pesquisar, ou link para o texto
Sim
completo” de seus artigos e permi-
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