Resumo e Lista de Integrais

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Universidade Federal de Viçosa - UFV

Departamento de Matemática - DMA


Cálculo I - Professora Mirianne A. S. Santos

Antiderivada (Integral indefinida)

Definição 1. Dizemos que uma função F é uma antiderivada de uma função f em um


intervalo aberto se F ′ (x) = f (x) em cada x do intervalo.

Antiderivação ou antidiferenciação é o processo de encontrar todas as antideri-


R
vadas de uma função. O sı́mbolo (”s”esticado) denota a operação de antiderivação e
escrevemos

Z
f (x) dx = F (x) + C, se F ′ (x) = f (x).

Então se derivarmos uma antiderivada (integral) de f (x), voltamos a obter f (x), ou seja,
Z 
d
f (x)dx = f (x).
dx

Se integramos a derivada de uma função f (x), voltamos a obter f (x), ou seja,


Z
d
f (x)dx = f (x).
dx
R
A expressão f (x)dx é denominada integral indefinida.

Observação 1. (Propriedades)


R R
cf (x)dx = c f (x)dx


R R R
[f (x) + g(x)]dx = f (x)dx + g(x)dx


R R R
[f (x) − g(x)]dx = f (x)dx − g(x)dx

Integrais imediatas

Integração é essencialmente um trabalho de dar palpites - dada a derivada de f de


uma função F , tenta-se adivinhar qual é a função F . Muitas fórmulas básicas de
integração podem ser obtidas diretamente de suas fórmulas de diferenciação correspon-
dentes.

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Fórmulas de integração
FÓRMULA DE DIFERENCIAÇÃO FÓRMULA DE INTEGRAÇÃO
d R
[kx] = k k dx = kx + C
 r+1dx
d x R r xr+1
= xr (r ̸= −1) x dx = + C (r ̸= −1)
dx r + 1 r+1
d R
[− cos x] = sen x sen x dx = − cos x + C
dx
d R
[sen x] = cos x cos x dx = sen +C
dx
d R
[tg x] = sec2 x sec2 x dx = tg x + C
dx
d R
[− cotg x] = cossec2 x cossec2 x dx = − cotg x + C
dx
d R
[sec x] = sec x tg x sec x tg x dx = sec x + C
dx
d R
[− cossec x] = cossec x cotg x cossec x cotg x dx = − cossec x + C
dx
d x R x
[e ] = ex e dx = ex + C
 dx
d ax ax

R x
= ax (0 < a, a ̸= 1) a dx = + C (0 < a, a ̸= 1)
dx ln a ln a
d 1 R 1
[ln |x|] = dx = ln |x| + C
dx x x
d 1 R 1
[arctg x] = dx = arctg x + C
dx 1 + x2 1 + x2
d 1 R 1
[arcsen x] = √ √ dx = arcsen x + C
dx 1−x 2 1 − x2

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Funções trigonométricas

Tenha em mente as seguintes identidades fundamentais da tabela a seguir.

1 1
sec x = cossec x =
cos x sen x
sen x cos x
tg x = cotg x =
cos x sen x
sen x + cos x = 1 tg x + 1 = sec2 x cotg2 x + 1 = cossec2 x
2 2 2

Exercı́cio 1. Calcule:
R
(a) (3x + 5)dx
R
(b) (t + t2 )dt
 
R 3 1
(c) 8t − 5 + 2 dt
t
R
(d) (5x4 − 8x3 + 9x2 − 2x + 7)dx
R√
 
1
(e) x x+ dx
x
R 5t2 + 7
(f ) dt
t4/3
Exercı́cio 2. Calcule:
R
(a) 4 cos x dx
R
(b) (4 sen θ − 3 cos θ) dθ
R cos x
(c) dx
sen2 x
R
(d) (3 sec x tg x − 5 cossec2 x) dx
R 2 cotg x − 3 sen2 x
(e) dx
sen x
R
(f ) (tg2 x + cotg2 x + 4) dx
R sen θ + sen θ tg2 θ
(g) dθ
sec2 θ

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Substituição simples

Definição 2 (Método de substituição). Se F é uma antiderivada de f , então


Z
f (g(x))g ′ (x)dx = F (g(x)) + C.

Seja u = g(x), então du = g ′ (x)dx e


Z
f (u)du = F (u) + C.

Observação 2. Você deve olhar para o integrando e procurar uma função de x tal que:

• Ao derivar, sua derivada é restante do integrando a menos de uma constante

• A função de u é fácil de integrar (você obtém uma integral imediata).

Estratégia para substituição simples


Passo 1 Escolha uma substituição razoável u = g(x)
Passo 2 Calcule du = g ′ (x)dx
Passo 3 Usando os passos 1 e 2 tente transformar sua integral em uma integral que envolva
somente a nova variável u. Se o integrando ainda tiver a variável x, retorne ao Passo
1, ou seja, tente uma outra substituição.
Passo 4 Calcule a integral obtida no Passo 3, obtendo uma antiderivada envolvendo u.
Passo 5 Substitua u por g(x) na antiderivada obtida no Passo 4.

Para encontrar as integrais dos exercı́cios a seguir usamos a estratégia de resolução de


problemas de introduzir alguma coisa extra. Aqui o ”alguma coisa extra”é uma nova
variável; mudamos da variável x para uma nova variável u.

Exercı́cio 3 (Potências). Calcule as seguintes integrais:


R
(a) (x2 + 1)50 · 2xdx
R
(b) (2x3 + 1)7 x2 dx
R√
(c) 2x + 1dx
R √
(d) x 3 7 − 6x2 dx.

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Observação 3. Para aplicar o método de substituição é importante que você consiga


reconhecer que o integrando é da forma f (g(x))g ′ (x) ou f (g(x))kg ′ (x) onde k é um número
real. A habilidade para reconhecer esta forma é diretamente proporcional ao número de
exercı́cios realizados. Pratique!

Exercı́cio 4 (Funções trigonométricas). Calcule as seguintes integrais:


R
(a) sen(x + 9)dx
R
(b) cos(5x)dx
R
(c) x3 cos(x4 + 2)dx
R
(d) tg xdx
R
(e) cos3 (5x) sen(5x)dx

Exercı́cio 5 (Logarı́tmica). Calcule as seguintes integrais:


R x
(a) dx
3x2 −5
R 1
(b) dx
9 − 2x

R ln x
(c) dx
x
R 1
(d) dx
x(ln x)2
Exercı́cio 6 (Exponencial). Calcule as seguintes integrais:
R
(a) e5x dx
R e3/x
(b) dx
x2

R e x
(c) √ dx
x
R x
(d) e (1 + ex )1/2 dx
R 2
(e) 3x xdx.
R
(e) 2cos x sen xdx.

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Método de integração por partes

A Regra do produto afirma que se f e g são funções deriváveis, então

d
[f (x)g(x)] = f ′ (x)g(x) + f (x)g ′ (x)
dx

Na notação de integrais indefinidas, essa equação se torna


Z
[f ′ (x)g(x) + f (x)g ′ (x)]dx = f (x)g(x)

ou Z Z

f (x)g (x)dx + g(x)f ′ (x)dx = f (x)g(x)

Podemos rearranjar essa equação como


Z Z
f (x)g (x)dx = f (x)g(x) − g(x)f ′ (x)dx

(1)

A fórmula (1), denominada fórmula de integração por partes, é mais facilmente lembrada
com a seguinte notação. Sejam u = f (x) e v = g(x). Então, as diferenciais são du =
f ′ (x)dx e dv = g ′ (x)dx e, assim, pela Regra da Substituição, a fórmula da integração por
partes torna-se Z Z
udv = uv − vdu (2)

Em geral, ao decidir sobre uma escolha para u e dv, geralmente tentamos escolher:

u fica ”mais simples”ao derivar


dv seja fácil de integrar para obter v

Observação 4. Uma estratégia útil para escolher u e dv, que pode ser aplicada quando o
integrando é um produto de duas funções de categorias distintas da lista

Logarı́timica, trigonométrica Inversa, Algébrica, Trigométrica, Exponencial

Neste caso, costumamos ter sucesso tomando u como uma função cuja categoria ocorre
antes na lista e dv como o resto do integrando. O acrônimo LIATE ajuda a lembrar essa
ordem. O método não funciona sempre, mas o bastante para ser útil.

Exercı́cio 7. Encontre escolhas apropriadas para escolha de u e de dv para a integração


por partes de cada integral. Não calcule a integral:

R
(a) x ln xdx u= dv =

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R
(b) (x − 2) sen xdx u= dv =
R
(c) arcsen xdx u= dv =
R x
(d) √ sen xdx u= dv =
x−1

Exercı́cio 8. Calcule as seguintes integrais indefinidas utilizando o método de integração


por partes:
R
(a) xe2x dx
R
(b) ln(x − 1)dx
R
(c) x sen(3x)dx
R ln(x)
(d) dx
x3
R
(e) x ln(x) dx
R
(f ) x2 e3x dx
R
(g) arctg(x) dx
R
(h) x sec2 (x)dx
R
(i) x2 cos(x) dx
R
(j) ex sin(x) dx
R
(k) t2 et dt
R√ √
(l) x arctg( x)dx

Exercı́cio 9. Primeiro faça uma substituição e então use integração por partes para
calcular a integral:
R √
(a) cos xdx
R
(b) x ln(1 + x)dx

2
t3 e−t dt
R
(c)
R
(d) sen(ln x)dx

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Outras fórmulas de integração


R R
sec xdx = ln | sec x + tg x| + C cossec x dx = ln | cossec x − cotg x| + C
R R
tg xdx = ln | sec x| + C cotg x dx = ln | sen x| + C
R dx 1  x  R 1 x
= arctg + C √ dx = arcsen +C
x 2 + a2 a a a2 − x 2 a
R dx 1 x+a R dx 1 x−a
2 2
= ln +C 2 2
= ln +C
a −x 2a x−a x −a 2a x+a

Utilize as seguintes integrais


Z
1 1 x
dx = arctg +C (3)
x 2 + a2 a a

e Z
1 x
√ dx = arcsen + C. (4)
a2 − x 2 a
Exercı́cio 10. Determine:
R 1
(a) dx
16 + x2
R 1
(b) √ dx
3 − x2
R 2
(c) √ dx
4 − x2
R x2
(d) dx
5 + x6
R e2x
(e) √ dx
1 − e4x
R e2x
(f ) dx
1 + e4x

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Frações parciais

p(x)
Seja f (x) = , tal que gr(p(x)) < gr(q(x)), então
q(x)

p(x)
= F1 + F2 + · · · + Fk
q(x)

onde cada Fi possui uma das seguintes formas:

A Cx + D
ou
(dx + e)m (ax2+ bx + c)n

para inteiros não negativos m e n e onde ax2 + bx + c é irredutı́vel, no sentido que a


expressão quadrática não possui zeros reais, isto é, b2 −4ac < 0. Neste caso, ax2 +bx+c não
pode ser expresso como um produto de dois polinômios de grau um. A soma F1 + · · · + Fk
p(x)
é chamada a decomposição em frações parciais de f (x) = e cada Fi é chamada
q(x)
uma fração parcial.

Estratégia para decomposição em frações parciais de p(x)/q(x)


Passo 1 Se o grau de p não é menor que o de q utilize o algoritmo de divisão para obter a
forma própria.
Passo 2 Expresse q(x) como o produto de fatores lineares dx + e ou fatores quadráticos
irredutı́veis e junto os fatores repetidos. Então, q(x) é um produto de fatores da
forma (dx + e)m ou (ax2 + bx + c)n .
Passo 3 Aplique as seguintes regras:
Regra 1 Para cada fator (ax + b)m com m ≥ 1, a decomposição em fração parcial
contém uma soma de n frações parciais da forma

A1 A2 An
+ 2
+ ··· +
dx + e (dx + e) (dx + e)m

onde cada numerador Ak é um número real.


Regra 2 Para cada fator (ax2 + bx + c)n com n ≥ 1 e com ax2 + bx + c irredutı́vel,
a decomposição em fração parcial contém uma soma de n frações parciais da forma

A1 x + B1 A2 x + B2 An x + +Bn
2
+ 2 2
+ ··· +
ax + bx + c (ax + bx + c) (ax2 + bx + c)n

onde cada Ak e Bk é um número real.

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Método de frações parciais (p(x)/q(x) própria)


Passo 1 Utilize a estratégia de decomposição em frações parciais para decompor p(x)/q(x)
Passo 2 Iguale a fração original p(x)/q(x) à soma de todas essas frações parciais. Elimine as
frações da equação resultante e organize os termos em potências decrescentes de x.
Passo 3 Iguale os coeficientes das potências correspondentes de x e resolva o sistema de
equações obtida desse modo para encontrar os coeficientes indeterminados.

Exercı́cio 11. Escreva as formas de decomposição em frações parciais da função. Não


determine os valores numéricos dos coeficientes:
x2
(a)
x(x + 1)
x−2
(b)
(x + 1)(x − 1)
1
(c)
(x − 1)2 (x + 2)
x+1
(d)
(x − 3)(x2 + 1)
3x3 + 2x + 1
(e)
(x + 1)(x − 4)3
x2 − x − 1
(f )
(x2 + 4)(2x − 1)
1 + x + x2 − x3
(g)
x(x2 + 1)2
2x3 − 3x2 + 5x − 1
(h) .
(x2 + 1)2
x2 + x + 1
(i) 3 2
x (x + 1)2

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Exercı́cio 12. Calcule as seguintes integrais indefinidas utilizando o método de frações


parciais:
R x2
(a) dx
x+1
R x−9
(b) dx
(x + 5)(x − 2)
R x−2
(c)
(x − 1)(x + 1)(x − 3)
R x3 + 3x − 1
(d) dx
x4 − 4x2
R dx
(e) , onde a ̸= 0
x2 − a2
R 2x2 + 5x + 4
(f ) dx
(x − 1)(x2 + 2x + 3)

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Potências de senos e cossenos

R
Estratégia para calcular senm x cosn xdx

(a) Se a potência do cosseno é ı́mpar (n = 2k + 1), guarde um fator cosseno e use


cos2 x = 1 − sen2 x para expressar os fatores remanescentes em termos de seno:
R R
senm x cos2k+1 xdx = senm x(cos2 x)k cos xdx
R
= senm x(1 − sen2 x)k cos xdx

A seguir, substitua u = sen x.

(b) Se a potência de seno é ı́mpar (m = 2k + 1), guarde um fator seno e use sen2 x =
1 − cos2 x, para expressar os fatores remanescentes em termos de cosseno:
R R
sen2k+1 x cosn xdx = (sen2 x)k cosn x sen xdx
R
= (1 − cos2 x)k cosn x sen xdx

A seguir, substitua u = cos x. [Observe que se ambas as potências de seno e cosseno


forem ı́mpares, podemos usar (a) ou (b).]

(c) Se as potências de seno e cosseno são pares, utilizamos as identidades dos ângulos-
metade
2 1 1
sen x = (1 − cos 2x) cos2 x = (1 + cos 2x)
2 2
Algumas vezes é útil usar a identidade

1
sen x cos x = sen 2x
2

Exercı́cio 13. Calcule as seguintes integrais:

sin4 cos5 x dx
R
(a)

sin4 x cos4 x dx
R
(b)

cos3 x sin4 xdx


R
(c)

Solução:

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(a) Como n = 5 ı́mpar, utilizamos o primeiro procedimento da tabela:

sin4 x cos5 x dx = sin4 x cos4 x cos x dx


R R

sin4 x(1 − sin2 x)2 cos x dx


R
=
R
= u4 (1 − u2 )2 du
R
= (u4 − 2u6 + u8 ) du
1 2 1
= u5 − u7 + u9 + C
5 7 9
1 5 2 7 1
= sin x − sin x + sin9 x + C
5 7 9
(b) Como m = n = 4 são expoentes pares, utilizamos o terceiro procedimento na tabela:
 2  2
R 4 4 1 R 1
sin x cos x dx = [1 − cos 2x] [1 + cos 2x] dx
2 2
1 R
= (1 − cos2 2x)2 dx
16
1 R
= sin4 2x dx
16
1 R
= sin4 u du (u = 2x, du = 2dx ou dx = du/2)
32
 
1 3 1 1
= u − sin 2u + sin 4u + C
32 8 4 32
3 1 1
= x− sin 4x + sin 8x + C
128 128 1024
(c) Como m = 3 é ı́mpar, utilizamos o segundo procedimento da tabela,

cos3 x sin4 x dx = cos2 x sin4 x cos x dx


R R

= (1 − sin2 x) sin4 x cos x dx.


R

Se consideramos u = sin x, então du = cos xdx e a integral pode ser escrita como

cos3 x sin4 x dx = (1 − u2 )u4 du = (u4 − u6 ) du


R R R

1 1
= u5 − u7 + C
5 7
1 5 1
= sin x − sin7 x + C
5 7

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Potências de tangentes e secantes

R
Estratégia para calcular tgm x secn xdx

(a) Se a potência da secante é par (n = 2k, k ≥ 2), guarde um fator sec2 x e use
sec2 x = 1 + tg2 x para expressar os fatores remanescentes em termos de tg x:
R R
tgm x sec2k xdx = tgm x(sec2 x)k−1 sec2 xxdx
R
= tgm x(1 + tg2 x)k−1 sec2 xdx

A seguir, substitua u = tg x.

(b) Se a potência de tangente é ı́mpar (m = 2k + 1), guarde um fator sec x tg x e use


tg2 x = sec2 x − 1, para expressar os fatores remanescentes em termos de sec x:
R R
tg2k+1 x secn xdx = (tg2 x)k secn−1 x tg xdx
R
= (sec2 x − 1)k sec x tg xdx

A seguir, substitua u = sec x.

Exercı́cio 14. Calcule

R
(a) tan2 x sec4 x dx
R
(b) tan3 x sec5 x dx

Solução: (a) Como n = 4 é par, utilizamos o primeiro procedimento da tabela,


R R
tan2 x sec4 x dx = tan2 x sec2 x sec2 x dx
R
= tan2 x(tan2 x + 1) sec2 x dx.

Se consideramos u = tan x, então du = sec2 xdx e


R R
tan2 x sec4 x dx = u2 (u2 + 1) du
R
= (u4 + u2 ) du
1 1
= u5 + u3 + C
5 3
1 1
= tan5 x + tan3 x + C
5 3

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(b) Como m = 3 é ı́mpar, utilizamos o segundo procedimento da tabela,


R R
tan3 x sec5 x dx = tan2 x sec4 x(sec x tan x) dx
R
= (sec2 x − 1) sec4 x(sec x tan x) dx.

Se consideramos u = sec x, então du = sec x tan xdx e


R R
tan3 x sec5 x dx = (u2 − 1)u4 du
R
= u6 − u4 du
1 1
= u7 − u5 + C
7 5
1 1
= sec7 x − sec5 x + C
7 5

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Para calcular integrais de uma das seguintes formas:


R
(a) sen mx cos nxdx;
R
(b) sen mx sen nxdx;
R
(c) cos mx cos nxdx

Use a identidade correspondente:

1
(a) sen A cos B = [sen(A − B) + sen(A + B)]
2
1
(b) sen A sen B = [cos(A − B) − cos(A + B)]
2
1
(c) cos A cos B = [cos(A − B) + cos(A + B)]
2

Exemplo 1. Calcule:

R
(a) sin(7x) cos(3x) dx.
R
(b) cos(5x) cos(3x) dx.
R
(c) sen(6x) sen(4x)dx

Solução:
(a)
Z Z
1 1 1
sin 7x cos 3x dx = (sin 4x + sin 10x)dx = − cos 4x − cos 10x + C
2 8 20

(b) Z Z
1 1 1
cos 5x cos 3x dx = (cos 2x + sin 8x)dx = − sin 2x − sin 8x + C
2 4 16
(c)
Z Z
1 1 1
sen 6x sen 4x dx = (cos 2x − cos 10x) dx = sen(2x) − sen(10x) + C
2 4 10

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Substituição Trigonométrica

Substituições trigonométricas
Expressão no Substituição Restrição sobre θ Simplificação
integrando

a2 − x 2 x = a sen θ −π/2 ≤ θ ≤ π/2 a2 − x2 = a2 − a2 sen2 θ =
a2 (1 − sen2 θ) = a2 cos2 θ

a2 + x 2 x = a tg θ −π/2 < θ < π/2 a2 + x2 = a2 + a2 tg2 θ =
a2 (1 + tg2 θ) = a2 sec2 θ

√ 0 ≤ θ ≤ π/2 (se x ≥ a)

x 2 − a2 x = a sec θ x2 − a2 = a2 sec2 θ − a2 =
π/1 < θ ≤ π (se s ≤ −a)

a2 (sec2 θ − 1) = a2 tg2 θ

Exercı́cio 15. Determine as seguintes integrais indefinidas utilizando o método de subs-


tituição trigonométrica:
R 1
(a) √ dx.
x2 16 − x2

R 9 − x2
(b) dx
x2
R 1
(c) √ dx
x2 x2 + 4

R x2 − 9
(d) dx
x

R x2 − 25
(e) dx
x
Solução:
(a) Seja x = 4 sin θ, onde −π/2 < θ < π/2. Segue que
√ p p
16 − x2 = 16 − 16 sin2 θ = 4 1 − sin2 θ = 4 cos θ.

Desde que x = 4 sin θ, temos que dx = 4 cos θdθ. Substituindo na integral dada,
R 1 R 1
√ dx = 2 4 cos(θ)dθ
x2 16 − x2 (16 sin θ)(4 cos θ)
1 R 1
= dθ
16 sin2 θ
1 R
= cossec2 θdθ
16
1
= − cotg θ + K.
16

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Como esta é uma integral indefinida, devemos retornar à variável x original. Isso pode
ser feito usando-se as identidades trigonométricas para expressar cotg θ em termos de
sen θ = x/3 ou pelo desenho de um diagrama, na figura a seguir onde θ é interpretado

como um ângulo de um triângulo retângulo. Como sin θ = x/4, escolhemos o lado oposto e
a hipotenusa como tendo comprimentos x e 4. Pelo Teorema de Pitágoras o comprimento

do lado adjacente é 16 − x2 , assim podemos ler o valor de cotg θ diretamente da figura:

16 − x2
cotg θ =
x

(Embora θ > 0 no diagrama, essa expressão para cotg θ é válida quando θ < 0.) Assim,
R 1 1
√ dx = − cotg θ + K
x2 16 − x 2 16 √
1 16 − x2
=− +K
16 x

16 − x2
=− +K
16x
(b) Seja x = 3 sen θ, onde −π/2 ≤≤ π/2. Então dx = 3 cos θdθ e
√ p √
9 − x2 = 9 − 9 sin2 θ = 9 cos2 θ = 3| cos θ| = 3 cos θ

(Observe que cos θ ≥ 0 porque −π/2 ≤ θ ≤ π/2.) Então, a Regra da Substituição Inversa
fornece √
R 9 − x2 R 3 cos θ
dx = 3 cos θdθ
x2 9 sin2 θ
R cos2 θ R
= dθ = cotg2 θdθ
sin2 θ
R
= (cossec2 θ − 1)dθ

= −cotgθ − θ + C
Como está é uma integral indefinida, devemos retornar a variável x original. Isso pode
ser feito usando-se as identidades trigonométricas e sen θ = x/3 para expressar cotg θ em

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termos de θ. Também pela próxima figura, onde θ é interpretado como um ângulo de um


triângulo retângulo. Como sen θ = x/3, escolhemos o lado oposto e a hipotenusa como
tendo comprimentos x e 3. Pelo Teorema de Pitágoras o comprimento do lado adjacente

é 9 − x2 , assim podemos ler o valor de cotg θ diretamente da figura:


9 − x2
cotg θ =
x

Como sen θ = x/3, temos θ = arcsen(x/3), e assim


Z √ √
9 − x2 9 − x2 x
dx = − arcsen +C
x2 x 3

(c) Realize a seguinte substituição

x = 2 tan θ, dx = 2 sec2 θdθ.

Consequentemente,
√ p p √
4 + x2 = 4 + 4 tan2 θ = 2 1 + tan2 θ = 2 sec2 θ = 2 sec θ

e
R 1 R 1
√ dx = 2 sec2 θdθ
4 + x2 2 sec θ
R
= sec θdθ

= ln | sec θ + tan θ| + K.
Desde que tan θ = x/2 temos da seguinte figura que

4 + x2
sec θ =
2

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logo

4 + x2 x
Z
1
√ dx = ln + + K.
4 + x2 2 2
As expressões da direita podem ser escritas

4 + x2 + x √
ln + K = ln | 4 + x2 + x| − ln 2 + K.
2

Desde que 4 + x2 +x > 0 para todo x, o módulo não é necessário. Se então consideramos
C = − ln 2 + K, então
Z
1 √
√ dx = ln( 4 + x2 + x) + C.
4 + x2
(c) Seja x = 2 tg θ, −π/2 < θ < π/2. Então dx = 2 sec2 θdθ e
√ √
q
2
x2 + 4 = 4(tg θ + 1) = 4 sec2 θ = 2| sec θ| = 2 sec θ

Assim, temos
2 sec2 θdθ
Z Z Z
dx 1 sec θ
√ = 2
= dθ
x x2 + 4
2 4 tg θ · 2 sec θ 4 tg2 θ
Para calcular essa integral trigonométrica, colocamos tudo em termos de sen θ e cos θ:

sec θ 1 cos2 θ cos θ


2
= · 2
=
tg θ cos θ sen θ sen2 θ

Portanto, fazendo a substituição u = sen θ, temos


R dx 1 R cos θ 1 R du
√ = dθ =
x2 x2 + 4 4 sen2 θ 4 u2
 
1 1 1
= − +C =− +C
4 u 4 sen θ
cossec θ
=− +C
4

Usamos a figura anterior para determinar que cossec θ = x2 + 4/x e assim

x2 + 4
Z
dx
√ =− +C
x 2 x2 + 4 4x

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(d) Considere a seguinte substituição

x = 3 sec θ, dx = 3 sec θ tan θdθ.

Assim,
√ √ √ √
x2 − 9 = 9 sec2 θ − 9 = 3 sec2 θ − 1 = 3 tan2 θ = 3 tan θ

e, portanto, √
R x2 − 9 R 3 tan θ
dx = 3 sec θ tan θdθ
x 3 sec θ
R
= 3 tan2 θdθ
R
= 3 (sec2 θ − 1)dθ

= 3(tan θ − θ) + C.
Desde que sec θ = x/3, temos que θ = arcsec(x/3) e utilizando o seguinte triângulo


temos que tg(θ) = x2 − 9/3 escrevemos
√ √ 2  x 
R x2 − 9 x −9
dx = 3 − arcsec +C
x 3 3
√ x
= x2 − 9 − 3 sec−1 + C.
3

(e) O integrando envolve um radical da forma x2 − a2 com a = 5; portanto, usando a
substituição
x = 5 sec θ, 0 ≤ θ ≤ π/2
dx
= 5 sec θ tg θ ou dx = 5 sec θ tg θdθ

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Assim, √ √
R x2 − 25 R 25 sec2 θ − 25
= (5 sec θ tg θ)dθ
x 5 sec θ
R 5| tg θ|
= (5 sec θ tg θ)dθ
5 sec θ
R
= 5 tg2 θdθ
R
= 5 (sec2 θ − 1)dθ = 5 tg θ − 5θ + C
Para expressar em termos de x, vamos representar a substituição x = 5 sec θ, geometri-

camente, pelo triângulo da figura, do qual obtemos



x2 − 25
tg θ =
5

Disso e do fato de que a substituição pode ser expressa como θ = arcsec(x/5), obtemos
Z √ 2 √
x − 25 x
dx = x2 − 25 − 5 arcsec +C
x 5

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Expressões quadráticas

Decomposição em fração parcial pode nos levar a um integrando contendo uma ex-
pressão quadrática irredutı́vel ax2 + bx + c (a ̸= 0 e b ̸= 0). Se b ̸= 0 geralmente é
necessário completar quadrado como segue:
 
b
ax + bx + c = a x2 +
2
x +C
a
b2 b2
 
b
= a x2 + x+ 2 − 2 +C
a 4a 4a
2
b2
 
b b
= a x2 + x+ 2 − +C
a 4a 4a
2
b2

b
=a x+ − + C.
2a 4a
A substituição u = x + (b/2a) pode então levar para a forma integral.

Exercı́cio 16. Calcule as seguintes integrais indefinidas:


R 2x − 1
(a) dx
x2
− 16x + 13
R x
(b) dx
x2 − 4x + 8
R 1
(c) √ dx
8 + 2x − x2
R x
(d) √ dx
3 − 2x − x2
Solução:
(a) Note que a expressão quadrática x2 − 6x + 13 é irredutı́vel, desde que b2 − 4ac =
36 − 52 = −16 < 0. Calculamos a quadrado como segue:

x2 − 6x + 13 = (x2 − 6x) + 13
= (x2 − 6x + 9) + 13 − 9 = (x − 3)2 + 4.

Temos u = x − 3, então x = u + 3, dx = du, e assim


R 2x − 1 R 2(u + 3) − 1
2
dx = du
(x − 3) + 4 u2 + 4
R 2u + 5
= du
u2 + 4
R 2u R 1
= 2
du + 5 2
du
u +4 u +4
2 5 u
= ln(u + 4) + arctg +C
2 2
 
2 5 x−3
= ln(x − 6x + 13) + arctg + C.
2 2

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(b) Completando o quadrado, obtemos

x2 − 4x + 8 = (x2 − 4x + 4) + 8 − 4 = (x − 2)2 + 4

Assim, a substituição
u = x − 2, du = dx

fornece
R x R x R u+2
dx = dx = du
x2 − 4x + 8 (x − 2)2 + 4 u2 + 4
R u R du
= 2
du + 2
u +4 u2 + 4
1 R 2u R du
= du + 2
2 u2 + 4 u2 + 4
 
1 1 u
= ln(u2 + 4) + 2 arctg + C
2 2 2
 
1 2 x−2
= ln[(x − 2) + 4] + arctg +C
2 2
(b) Podemos completar o quadrado para a expressão 8 + 2x − x2 como segue:

8 + 2x − x2 = 8 − (x2 − 2x) = 8 + 1 − (x2 − 2x + 1)


= 9 − (x − 1)2 .

Depois, considerando u = x − 1 temos du = dx, e logo


R 1 R 1
√ dx = √ du
8 + 2x − x2 9 − u2
u
= arcsen +C
3
 
x−1
= arcsen + C.
3

(c) Completamos o quadrado para expressão quadrática como segue:

x2 + 8x + 25 = (x2 + 8x) + 25
= (x2 + 8x + 16) + 25 − 16
= (x + 4)2 + 9.

Logo Z Z
1 1
√ dx = p dx.
x2 + 8x + 25 (x + 4)2 + 9
Se nós consideramos a substituição trigonométrica

x + 4 = 3 tan θ

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então
dx = 3 sec2 θ dθ

e
p p p
(x + 4)2 + 9 = 9 tan2 θ + 9 = 3 tan2 θ + 1 = 3 sec θ.

Assim
R 1 R 1
√ dx = 3 sec2 θdθ
2
x + 8x + 25 3 sec θ
R
= sec θdθ

= ln | sec θ + tan θ| + C.
Para retornar a variável x, usamos o triângulo da figura. Isto nos dá


R 1 x2 + 8x + 25 x + 4
√ dx = ln + +C
x2 + 8x + 25 3 3

= ln | x2 + 8x + 25 + x + 4| + D

onde D = C − ln 3.
(d) Podemos transformar o integrando em uma função para a qual a substituição trigo-
nométrica é apropriada completando o quadrado:

3 − 2x − x2 = 3 − (x2 + 2x) = 3 + 1 − (x2 + 2x + 1)


= 4 − (x + 1)2

Isso sugere a substituição u = x + 1. Então du = dx e x = u − 1, assim

u−1
Z Z
s
√ dx = √ du
3 − 2x − x2 4 − u2

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Agora substituindo u = 2 sen θ, obtendo du = 2 cos θdθ e 4 − u2 = 2 cos θ. Dessa forma
R x R 2 sen θ − 1
√ dx = 2 cos θdθ
3 − 2x − x2 2 cos θ
R
= (2 sen θ − 1)dθ

= −2 cos θ − θ + C
√ u
= − 4 − u2 − arcsen +C
2

 
x + 1
= − 3 − 2x − x2 − arcsen +C
2

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Integrais definidas

Definição 3. Dizemos que uma função f é integrável em um intervalo fechado finito


[a,b] se o limite
n
X
lim f (x∗k )∆xk
max ∆xk →0
k=1

existir e não depender da escolha das partições ou da escolha dos pontos x∗k nos subinter-
valos. Nesse caso, denotamos o limite, pelo sı́mbolo:
Z b X n
f (x)dx = lim f (x∗k )∆xk
a max ∆xk →0
k=1

que é denominado integral definida de f de a até b. Os números a e b são denominados


limite de integração inferior e limite de integração superior, respectivamente,
e f (x) é denominado integrando.

Teorema 1. Se f e g forem integráveis em [a,b] e se c for uma constante, então cf , f + g


e f − g serão integráveis em [a,b] e
Rb Rb
(a) a
cf (x)dx = c a
f (x)dx
Rb Rb Rb
(b) a
[f (x) + g(x)]dx = a
f (x)dx + a
g(x)dx
Rb Rb Rb
(c) a
[f (x) − g(x)]dx = a
f (x)dx − a
g(x)dx

Teorema 2. Se f for integrável em um intervalo fechado contendo os três pontos a, b e


c, então Z b Z c Z b
f (x)dx = f (x)dx + f (x)dx
a a c

não importando como os pontos estejam ordenados.

Teorema 3. (a) Se f for integrável em [a,b] e f (x) ≥ 0 em cada x de [a,b], então


Z b
f (x)dx ≥ 0
a

(b) Se f e g forem integráveis em [a,b] e f (x) ≥ g(x) em cada x de [a,b], então


Z b Z b
f (x)dx ≥ g(x)dx
a a

• Substituição simples em integrais definidas:


Z b Z g(b)

f (g(x))g (x)dx = f (u)du
a g(a)

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• Integração por partes para integrais definidas:


Z b Z b
b
udv = uv|a − vdu
a a

Exercı́cio 17. Expresse a integral em termos da variável u, mas não a calcule.


R2
(a) 1
(2x − 1)3 dx; u = 2x − 1

R4 √
(b) 0
3x 25 − x2 dx; u = 25 − x2

R 1/2
(c) −1/2
cos(πθ)dθ; u = πθ

R1
(d) 0
(x + 2)(x + 1)5 dx; u=x+1

R4
(e) −1
(5 − 2x)8 dx; u = 5 − 2x

R 2π/3 sen x
(f ) −π/3
√ dx; u = 2 + cos x
2 + cos x
R π/4
(g) 0
tg2 x sec2 xdx; u = tg x

R1 √
(h) 0
x3 x2 + 3dx; u = x2 + 3

R1
(i) 0
e2x−1 dx; u = 2x − 1

R e2 ln x
(j) e
dx; u = ln x
x

R √3 arctg x
(k) 1 dx; u = arctg x
1 + x2

R √e dx
(l) 1
p ; u = ln x
x 1 − (ln x)2

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Teorema fundamental do Cálculo

A integral definida pode ser calculada encontrando-se uma antiderivada e, então,


subtraindo-se o valor dessa antiderivada no extremo inferior de integração de seu valor no
extremo superior de integração;

Teorema 4 (Teorema fundamental do Cálculo, Parte 1). Se f for contı́nua em [a,b] e F


for uma antiderivada de f em [a,b], então
Z b
f (x)dx = F (b) − F (a)
a

Observe, que não ocorre nenhuma constante de integração nas antiderivadas. Em geral,
quando for aplicado o Teorema Fundamental do Cálculo, não há necessidade de incluir
uma constante de integração, pois, de qualquer forma, ela irá sumir. Para entender isso,
seja F uma antiderivada do integrando em [a,b] e C uma constante qualquer, então,
Z b
f (x)dx = [F (x) + C]ba = [F (b) + C] − [F (a) + C] = F (b) − F (a)
a

Assim, quando estivermos calculando a integral definida, podemos omitir a constante


de integração em Z b
f (x)dx = [F (x) + C]ba
a

e expressar como
Z b Z
f (x)dx = f (x)dx|ba = [F (x)]ba = F (b) − F (a)
a

Teorema 5 (Teorema do Valor médio para integrais). Se f for contı́nua em um intervalo


fechado [a,b], então existirá pelo menos um ponto x∗ em [a,b] tal que
Z b
f (x)dx = f (x∗ )(b − a)
a

Teorema 6 (Teorema fundamental do Cálculo, Parte 2). Se f for contı́nua em um in-


tervalo, então f terá uma antiderivada nesse intervalo. Em particular, se a for um ponto
qualquer desse intervalo, então a função F definida por
Z x
F (x) = f (t)dt
a

é uma antiderivada de f nesse intervalo; isto é, F ′ (x) = f (x) para cada x desse intervalo
ou em uma notação alternativa
Z x 
d
f (t)dt = f (x)
dx a

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Exercı́cio 18. Calcular as integrais definidas usando a Parte 1 do Teorema Fundamental


do Cálculo:
R3
(a) 1 xdx.
R π/2
(b) 0
cos tdt.
R1
(c) 0
(x3 − 4x2 + 1)dx.
R1 x
(d) 0
dx.
x2 + 1
R2 2 +1
(e) 1
xe−x dx.
R9 √
(f ) 4
x xdx.
R π/2 sen x
(g) 0
dx
5
R π/3
(h) 0 sec2 xdx.
R ln 3
(i) 0
5ex dx
R −1 1
(j) −e
dx.
x
R1
(k) −1 (x4/3 + 4x1/3 )dx
R2 √
(l) 0
2x2 x3 + 1dx

Exercı́cio 19. Primeiro faça uma substituição e então use integração por partes para
calcular a integral:
R √π
(a) √ θ3 cos(θ2 )dθ
π/2

(b) 0
ecos(t) sen(2t)dt

Exercı́cio 20. Defina F (x) por


Z x
F (x) = (3t2 − 3)dt
1

(a) Use a Parte 2 do Teorema fundamental do Cálculo para encontrar F ′ (x).

(b) Verifique o resultado de (a) integrando e depois diferenciando.

Exercı́cio 21. Defina F (x) por


Z x
F (x) = cos(2t)dt
π/4

(a) Use a Parte 2 do Teorema fundamental do Cálculo para encontrar F ′ (x).

(b) Verifique o resultado de (a) integrando e depois diferenciando.

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Aplicação: Cálculo de áreas de regiões planas

O cálculo de área de figuras planas pode ser feito por integração. Vejamos as situações
que comumente ocorrem.
Caso 1: Cálculo da área da figura plana limitada pelo gráfico de f , pelas retas x = a,
x = b e o eixo dos x, onde f é contı́nua e f (x) ≥ 0, ∀x ∈ [a,b]
Neste caso, a área é dada por:

Z b
A= f (x)dx.
a

Exemplo 2. Encontre a área limitada pela curva y = 4 − x2 e o eixo dos x.


A curva y = 4 − x2 intercepta o eixo dos x nos pontos de abcissa −2 e 2.

No intervalo [−2,2], y = 4 − x2 ≥ 0. Assim, a área procurada é a área sob o gráfico


de y = 4 − x2 de −2 até 2.
Temos:

3
 
R2 x 2
A = −2 (4 − x2 )dx = 4x −
3  −2
(−2)3

32
= (8 − 8/3) − −8 − = .
3 3
Portanto, A = 32/3 (unidades de área).

Caso 2 Cálculo da área da figura plana limitada pelo gráfico de f , pelas retas x = a,
x = b, onde f é contı́nua e f (x) ≤ 0, ∀x ∈ [a,b].

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Rb
É fácil constatar que neste caso basta tornar o módulo da integral a
f (x)dx, ou seja,
Z b
A= f (x)dx .
a

Exemplo 3. (a) Encontre a área limitada pela curva y = −4 + x2 e o eixo dos x.

A curva y = x2 − 4 intercepta o eixo dos x nos pontos de abscissa −2 e 2

No intervalo [−2,2], y = x2 − 4 ≤ 0. Assim:


R2
A = −2
(x2 − 4)dx
−32 32
= = u.a.
3 3

(b) Encontre a área da região S, limitada pela curva y = sen x e pelo eixo dos x de 0
até 2π. Precisamos dividir a região S em duas sub-regiões S1 e S2 .

No intervalo [0,π], y = sen x ≥ 0 e no intervalo [π,2π], y = sen x ≤ 0. Portanto, se


A1 é a área de S1 e A2 é a área de S2 , temos:

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A = A1 + A2
Rπ R 2π
= a sen xdx + | π sen xdx|
= − cos x|π0 + | − cos x|2π
π |

= −(−1) + 1 + | − 1 + (−1)|
=1+1+2
= 4u.a.

Caso 3: Cálculo da área da figura plana limitada pelos gráficos de f e g, pelas retas
x = a e x = b, onde f e g são funções contı́nuas em [a,b] e f (x) ≥ g(x), ∀x ∈ [a,b].
Neste caso pode ocorrer uma situação particular onde f e g assumem valores não
negativos para todo x ∈ [a,b].

Então, a área é calculada pela diferença entre a área sob o gráfico de f e a área sob o
gráfico de g, ou ainda,

A = [área sob y = f (x)] − [área sob y = g(x)]


Rb Rb
= a f (x)dx − a g(x)dx
Rb
= a (f (x) − g(x))dx.

Para o caso geral, obtemos o mesmo resultado. Basta imaginar o eixo dos x deslocado de
tal maneira que as funções se tornem não-negativos, ∀x ∈ [a,b].

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Observando a figura, concluı́mos que:


Rb
A′ = A = a (f1 (x) − g1 (x))dx
Rb
= a [f (x) − g(x)]dx.

Exemplo 4. Encontre a área da região limitada acima por y = x + 6, abaixo por y = x2


e nas laterais por x = 0 e x = 2.

Temos que

2 2
x2 x3
Z 
2 34 34
A= [(x + 6) − x ]dx = + 6x − = −0= .
0 2 3 0 3 3

Método alternativo

Algumas regiões são mais bem tratadas considerando x como uma função de y. Se
uma região é limitada por curvas com equações x = f (y), x = g(y), y = c e y = d, em
que f e g são contı́nuas e f (y) ≥ g(y) com c ≤ y ≤ d, então sua área é
Z d
A= [f (y) − g(y)]dy
c

Se escrevermos xD como a fronteira direita e xE como a fronteira esquerda, então, teremos


que: Z d
A= (xD − xE )dy
c

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Exemplo 5. Encontre a área limitada pela reta y = x − 1 e pela parábola y 2 = 2x + 6.


As interseções da reta e da parábola podem ser encontradas considerando as soluções de
(x − 1)2 = 2x + 6, que nos dá x = −1 e x = 5. Assim, as interseções ocorrem nos pontos
(−1, − 2) e (5,4). Isolamos x na equação da parábola e as curvas da esquerda e direita

são
1
xE = y 2 − 3 e xD = y + 1
2
Devemos integrar entre os valores de y, y = −2 e y = 4. Assim,
  
R4 R4 1 2
A = −2 xD − xE dy = −2 (y + 1) − y − 3 dy
2
R4 1
= −2 − y 2 + y + 4 dy
2
3 4
1y y2
=− + + 4y
2 3 2 −2

= 18

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Exercı́cio 22. Encontre as áreas das regiões em destaque:

Exercı́cio 23. (a) Encontre a área limitada por y = x2 e y = x + 2.

(b) Encontre a área limitada pelas curvas y = x3 e y = x

(c) Encontre a área da região limitada pelas curvas y = x2 − 1 e y = x + 1.

(d) Encontre a área da região limitada pelas curvas y − x = 6, y − x3 = 0 e 2y + x = 0.

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