2024 Dissert Final Eridan Mepges

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


MESTRADO PROFISSIONAL EM GESTÃO EM SAÚDE

FRANCISCA ERIDAN FONTELES ALBUQUERQUE

CONSTRUÇÃO DE PLANILHA ELETRÔNICA PARA


IMPLEMENTAÇÃO DO PROCESSO DE GESTÃO DOS INDICADORES
DO PREVINE BRASIL NA UBS/APS DO MUNICÍPIO DE AQUIRAZ

Fortaleza-Ceará
2024
FRANCISCA ERIDAN FONTELES ALBUQUERQUE

CONSTRUÇÃO DE PLANILHA ELETRÔNICA PARA IMPLEMENTAÇÃO DO


PROCESSO DE GESTÃO DOS INDICADORES DO PREVINE BRASIL NA
UBS/APS DO MUNICÍPIO DE AQUIRAZ

Dissertação apresentada ao curso de


Mestrado Profissional em Gestão em
Saúde, da Universidade Estadual do
Ceará, como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre.
Área de Concentração: Gestão em Saúde
Coletiva.
Orientador (a): Profa. Dra. Thereza Maria
Magalhães Moreira.

Fortaleza-Ceará
2024
FOLHA PARA FICHA CATALOGRÁFICA A SER EMITIDA APÓS DEFESA
FRANCISCA ERIDAN FONTELES ALBUQUERQUE

CONSTRUÇÃO DE PLANILHA ELETRÔNICA PARA IMPLEMENTAÇÃO


DO PROCESSO DE GESTÃO DOS INDICADORES DO PREVINE BRASIL
NA UBS/APS DO MUNICÍPIO DE AQUIRAZ

Dissertação apresentada ao curso de Mestrado


Profissional em Gestão em Saúde, da
Universidade Estadual do Ceará, como
requisito parcial para obtenção do título de
Mestre.
Área de Concentração: Gestão em Saúde
Coletiva.
Orientador (a): Profa. Dra. Thereza Maria
Magalhães Moreira.

Aprovado em: __/__/___

Banca examinadora

________________________________________
Profa. Dra. Thereza Maria Magalhães Moreira (Orientadora)
Universidade Estadual do Ceará - UECE

________________________________________
Prof. Dr. Thiago dos Santos Garces
Universidade Maurício de Nassau – UNINASSAU
(Membro Externo)

________________________________________
Profa. Dra. Clarice Maria Araújo Chagas Vergara
Universidade Estadual do Ceará – UECE
(Membro Interno)

________________________________________
Prof. Dr. Samuel Miranda Mattos
Secretaria de educação de Fortaleza
(Membro Externo Suplente)
4

Ao meu filho Lucas Albuquerque


Fontenele, que é meu companheiro, meu
amigo e o amor da minha vida. Meu
ânimo vem dele e tudo o que faço é para
ele.
5

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus.
Ao meu filho Lucas Albuquerque Fontenele, que me incentiva, apoia e
valoriza meu esforço.
Agradeço à minha querida e admirável professora e orientadora, Thereza
Maria Magalhães Moreira, e a toda a equipe da UECE.
Agradeço à Banca Examinadora, composta pelo Professor Thiago Garces,
pela Professora Clarice Vergara e pelo Professor Samuel Matos, que engrandeceram meu
projeto com suas preciosas observações.
6

RESUMO

O estudo proposto visa aprimorar a gestão da saúde em Aquiraz-Ceará e tem o objetivo


de desenvolver planilha eletrônica com a função de implementação do processo de
trabalho junto aos indicadores do Previne Brasil por gestores da Atenção Primária em
Saúde (APS). Trata-se de um estudo metodológico, cujo produto (planilha) foi
desenvolvida em maio de 2024, com o auxílio de um especialista em Microsoft Excel, e
contemplou sete indicadores relevantes para a gestão de saúde: consultas de pré-natal,
exames de sífilis e HIV, atendimento odontológico, coleta de citopatológico, vacinação
infantil e acompanhamento de hipertensão e diabetes. Na construção da planilha, foram
definidos indicadores como proporção de gestantes com consultas pré-natal, realização
de exames para sífilis e HIV, atendimento odontológico, cobertura de exame
citopatológico, vacinação infantil e acompanhamento de hipertensão e diabetes. A
planilha foi validada por um comitê de sete juízes especialistas, obtendo Índice de
Validade de Conteúdo (IVC) total de 93,15%, indicando alta concordância dos juízes. A
validação de aparência obteve Índice de Validação de Aparência (IVA) total de 100. A
avaliação de usabilidade, utilizando o System Usability Scale (SUS), confirmou ser a
tecnologia amigável, destacando-a como uma ferramenta passível de efetividade para o
monitoramento dos indicadores do Previne Brasil.

Palavras-chave: Tecnologia; Saúde; Previne Brasil


7

ABSTRACT

The proposed study aims to improve health management in Aquiraz-Ceará and aims to
develop an electronic spreadsheet with the function of implementing the work process
along with the Previne Brasil indicators by Primary Health Care (APS) managers. This is
a methodological study, the product of which (spreadsheet) was developed in May 2024,
with the assistance of a Microsoft Excel specialist, and included seven indicators relevant
to health management: prenatal consultations, syphilis and HIV tests, dental care,
cytopathological collection, childhood vaccination, and monitoring of hypertension and
diabetes. In the construction of the spreadsheet, indicators such as the proportion of
pregnant women with prenatal consultations, syphilis and HIV tests, dental care,
cytopathological test coverage, childhood vaccination, and monitoring of hypertension
and diabetes were defined. The spreadsheet was validated by a committee of seven expert
judges, obtaining a total Content Validity Index (CVI) of 93.15%, indicating high
agreement among the judges. The appearance validation obtained a total Appearance
Validation Index (IVA) of 100. The usability assessment, using the System Usability
Scale (SUS), confirmed that the technology is user-friendly, highlighting it as a tool
capable of being effective for monitoring Previne Brasil indicators.
Keywords: Technology; Health; Previne Brasil
8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 10
2 OBJETIVOS....................................................................................................... 16
2.1 Geral..................................................................................................................... 16
2.2 Específicos........................................................................................................... 16
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.................................................................... 17
3.1 Contextualização do Sistema Único de Saúde (SUS) e Atenção Primária à
Saúde (APS) sua importância na gestão pública.............................................. 17
3.2 Contextualização do Programa Previne Brasil.................................................. 23

4 MÉTODO.............................................................................................................. 31
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 41
5.1 Artigo 1.................................................................................................................... 42
4.3 Artigo 2.................................................................................................................... 54
4.4 Artigo 3.................................................................................................................... 72
Artigo 4.................................................................................................................. 87
Artigo 5.................................................................................................................. 96
Artigo 6.................................................................................................................. 105
APENDICE A- CARTA CONVITE JUÍZES DE CONTEUDO
VALIDAÇÃO CONTEÚDO................................................................................ 119

APENDICE B - CARTA CONVITE JUÍZES TÉCNICOS VALIDAÇÃO DE


120
APARÊNCIA E USABILIDADE................................................................
APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO PARA JUÍZES DE CONTEÚDO...................................... 121

APÊNDICE D - TERMO DE E CONSENTIMENTO LIVRE


ESCLARECIDO PARA JUÍZES DE APARÊNCIA E USABILIDADE.........123
APENDICE E - QUESTIONÁRIO SOCIO
DEMOGRÁFICO PARA OS JUÍZES DE CONTEÚDO E JUÍZES
125
TÉCNICOS.............................................................................................................
ANEXO A - INSTRUMENTO DE VALIDAÇÃO DE CONTEÚDO
EDUCATIVO EMSAÚDE (IVCES).................................................................... 126
9

ANEXO B - INSTRUMENTO PARA VALIDAÇÃO DE APARÊNCIA DE


TECNOLOGIASEDUCACIONAIS EM SAÚDE (IVATES)............................. 127
ANEXO C- INSTRUMENTO SUS ANEXO B - INSTRUMENTO PARA
VALIDAÇÃO DE APARÊNCIA DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
EM SAÚDE 128
(IVATES).................................................................................................
ANEXO D- PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA COM 129
SERES HUMANOS)............................................................................................
ANEXO E- DECLARAÇÃO DE IMPACTO E PRODUTO TÉCNICO)...... 134
ANEXO F – DECLARAÇÃO DE APLICABILIDADE).................................. 135
10

1 INTRODUÇÃO

O direito á saúde está embasado na nossa Constituição Federal (CF/1988)


o n d e estabeleceu as bases normativas e legais parao modelo atual de atenção à saúde
pública, instituindo os princípios básicos, como: universalidade, descentralização dos
serviços ofertados à municipalidade, integralidade, regionalização e hierarquização além
de definir a Atenção Primária em Saúde (APS) como porta de entrada do Sistema Único de
Saúde (SUS). (BRASIL, 1988).
O Sistema Único de Saúde (SUS) é caracterizado por sua magnitude e
complexidade. Assim, compreender seu processo de gestão, financiamento e logística se
faz necessário para executá-lo de maneira sistemática e organizada.
Para tal, é necessário que os atores envolvidos no processo de trabalho da
Atenção Primária de Saúde (APS) reconheçam a relevância dos programas de saúde e
fortaleçam os ajustes imediatos no processo de trabalho ou outros problemas identificados
para assegurar o bom andamento do serviço, pois o atingimento dos indicadores nele
propostos define o teto financeiro do custeio do primeiro nível de atenção à saúde, e,
ainda permite averiguar a qualidade, organização do serviço de saúde, demanda, fluxos,
e ordenação da rede de atenção a saúde, sendo a Atenção Primária de Saúde (APS) o
centro e porta de entrada do usuário.
A Atenção Primária de Saúde (APS) engloba o conjunto de ações de saúde
individuais, familiares e coletivas, abrangendo os princípios do SUS, como prevenção,
promoção e proteção, o diagnóstico e o tratamento além da reabilitação e redução de
danos, os cuidados paliativos e a vigilância em saúde, praticas criadas para contemplar a
qualificação dagestão em saúde, gerir o cuidado integrado à população. (PNAB; BRASIL,
2017).
O financiamento da Atenção Básica (AB) é tripartite, isto é, de
responsabilidade da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. A união faz o repasse
de maneira integral aos municípios e estados. Esses recursos financeirossão para custear os
serviços e as ações desenvolvidas pela Atenção Básica (AB), pois fica a cargo dos
municípios a gestão e execução dos serviços e das ações da Atenção Básica (AB).
(BRASIL, 2019).
Na perspectiva de otimizar e fortalecer o cuidado à comunidade foi criado o
Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ).
Lançado em 2011, representou um marco na Atenção Primária à Saúde (APS). Ele era
11

aplicado por meio de ciclos, os quais compreendiam o estado e o desenvolvimento do


programa dentro das equipes de saúde da Atenção Primária Saúde (APS), aproximando
os resultados para viabilização de novos investimentos dos gestores de saúde por meio
desses ciclos, osgestores poderiam saber quais seriam as prioridades de investimentos
necessários para os avanços.
Contudo, na perspectiva de prover melhorias e avançar cada vez mais nesse
processo, no final do ano de 2019, foi lançado o Programa Previne Brasil publicado no
Diário Oficial da União. Esse novo modelo de financiamento de custeio da Atenção
Primária à Saúde (APS) transferiu recursos financeiros da União aos municípios com
início no ano de .2020. O objetivo principal do programa é promover melhoria da qualidade
e ampliaçãodo acesso aos serviços para a população cadastrada no território, levando mais
equidade com base nas exitosas experiências dos sistemas universais de saúde no Brasil
(BRASIL, 2019).
Essa estratégia de pagamento foi denominada pela equipe técnica do
Ministério da Saúde de financiamento misto, em virtude de equilibrar os valores
financeiros por meio do pagamento per capita, que faz referência à população cadastrada
nas equipes da Equipe Saúde da Família (ESF) e da Equipe de Atenção Primária (EAP).
Foi instituída também a captação ponderada, o pagamento por grau de desempenho e o
incentivo as ações estratégicas, que correspondem às adesões feitas pelos municípios, a
exemplo de: atendimento em horário estendido (Programa Saúde na Hora),
informatização das equipes (Informatiza - APS) e formação de especialistas em
Atenção Primária à Saúde (APS), representada pela (Residência Médica e
Multiprofissional) (HARZHEIM et al., 2020).
Ressalta-se que, no início do ano de 2019, no Brasil que existiam 43 mil
equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) com teto de atendimento para 140 milhões
de pessoas. O acompanhamento desses usuários deveria ser feito via oferta de serviços na
Atenção Primária PS, que promove saúde conforme os problemas mais frequentes dos
brasileiros, a citar:hipertensão, diabetes, além de exames, vacinação. Entretanto destaca-
se que, essacobertura faz referência à realidade das Estratègia Saúde da Família (ESF),
(BRASIL, 2019).
Com o advindo Programa Previne Brasil os gestores municipais ficaram com
autonomia para compor as equipes multiprofissionais conforme a avaliação de suas
necessidades, tornando possível personalizar a equipe segundo a demanda da população
adscrita na área, necessitando, porém, de acompanhamento e cadastro atualizado do
12

usuário, assim como acompanhamento e repasse dos indicadores de saúde e complicação


da comunidade (BRASIL, 2020).
Os resultados alcançados pelos indicadores de saúde sempre serão imprescindíveis
e relativos aos indivíduos, populações e rede de serviços de saúde intersetoriais, e se modificam
ao longo do tempo. O resultado das mudanças nos determinantes sociais da saúde, incluídos os
serviços de saúde e as demais políticas sociais, bem como as transformações epidemiológicas,
demográficas e de acesso da população às políticas sociais também alterarão os resultados
desses indicadores.
Desse modo, é interessante ressaltar que a Secretaria de Atenção Primária do
Ministério da Saúde (SAPS/MS) disponibiliza painel para monitoramento dos
indicadores relacionados ao novo método de financiamento federal para atenção básica.
Tais indicadores foram publicados na Portaria nº 3.222/2019 e servirão como parâmetro
para o pagamento mediante o desempenho das equipes da atenção básica, seja Equipe
Saúde da Família (ESF) ou Equipe de Atenção Primária (EAP) a partir da competência
setembro de 2020.
Com isso, os municípios podem monitorar o alcance das metas no referido
painel. Também foram disponibilizadas a ficha de qualificação dos indicadores
(preliminar), bem como manuais de preenchimento das informações que possuem relação
com os indicadores em questão, tanto em Prontuário Eletronico (PEC), Coleta de Dados
Simplificados (CDS) e para os municípios que utilizam sistemas próprios (Thrift),
(confira os manuais nos links). Para acesso a estas informações a gestão municipal deve
ter acesso ao e-Getor AB do Ministério da Saúde, no
portal: https://egestorab.saude.gov.br/paginas/login.xhtml. Para criação e manejo dos
perfis, seja e-Gestor da AB os municípios devem
acessar https://egestorab.saude.gov.br/paginas/ acesso Publico/faq/indexFaq.xhtml.
O Ministério da Saúde (MS) disponibiliza Painéis de Indicadores da Atenção
Primária em um sistema eletrônico cujo o objetivo é disponibilizar dados e informações
de forma a promover o conhecimento sobre a Atenção Primária à Saúde, subsidiar a
tomada de decisão e aumentar a transparência ativa da Secretaria de Atenção Primária à
Saúde (SAPS), ampliando as possibilidades de monitoramento e avaliação, sendo assim,
aplicável em nas informações dos indicadores do Programa Previne Brasil, objeto do
nosso estudo.
Ainda, ressaltamos como ferramenta de painel de informações, a existência
do sistema chamado LIAS, cujo é um Laboratório de Inteligência Artificial em Saúde
13

(LIAs) que iniciou suas atividades em fevereiro de 2020 a partir da ideia de levar a
inovação tecnológica a gestão dos serviços de saúde. Com o crescimento da ciência de
dados o uso da inteligência artificial e outras ferramentas se tornaram fundamentais para
auxiliar os gestores de serviços de saúde na tomada de decisão.
Diante deste contexto, o estudo pesquisado pretende contribuir para
qualificação da gestão municipal da Saúde de Aquiraz - Ceará, implantando e
implementado medidas organizacionais e instituindo ações de monitoramento, controle e
avaliação das ações e serviços de saúde primária, incorporando a ciência, o ato de cuidar
e servir às necessidades dos usuários com suporte técnico, qualificado e tecnológico, num
processo de vigilância diário, numa perspectiva de visualizar por meio de planilha
eletrônica, especificamente 7 planilhas dos indicadores do Programa Previne Brasil que
atualmente definem o resultado do trabalho desenvolvido nas Unidades Básicas de Saúde,
usando planilhas elatrônicas elaboradas individualmente (7 planilhas específicas dos 7
indicadores do Programa previne Brasil que definem o Diagnóstico Situacional do
atingimento das metas relacionadas).
O interesse pela pesquisa se deu por ser enfermeira atuante e servidora na
gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) há 30 anos e vivenciar várias necessidades como
gestora. Assim, surgiu o desejo de desenvolver uma tecnologia quepermitisse, em tempo
real, o monitoramento dos sete indicadores de saúde propostos pelo Programa Previne
Brasil (PPB). Considerando que ele promove a captação derecursos no SUS e o modelo
de financiamento, como atuante na organização de serviço de saúde entende que a
implantação, implementação e efetivação do sistema local de saúde está diretamente
relacionada a recursos para custeio e investimento no SUS.
Acredito que a gestão em saúde deve assegurar a gerência das ações em saúde
subsidiadas pela contextualização de dados e informações, dai encontro validação do meu
pensamento na citação de Mendes, (2011) quando ele diz que no setor saúde a informação
deve ser entendida como um redutor de incertezas, um instrumento para detectar focos
prioritários, levando a um planejamento responsável e a execução de ações que
condicionem a realidade às transformações necessárias.
A Rede Interagencial de Informação para a Saúde – RIPSA (2008), descreve
os indicadores como sendo medidas-síntese que contêm informação relevante sobre
determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do
sistema de saúde. Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma
população e servir para vigilância das condições de saúde.
14

A partir desse processo entende-se a relevância o monitoramento e avaliação


para a implementação, o aprimoramento da organização e funcionamento das ações e
serviços primários, bem como, os indicadores atingidos como meta alcançada tratrá mais
saúde com qualifidade e automaticamente os repasses financeiros dos Entes Federal e
Estadual.
Consolidando o objetivo do pesquisar em definir o método de monitorar e
avaliar o atingimento das metas dos 7 indicadores do Programa Previne Brasil surge a
seguinte pergunta: Quais elementos devem constituir o conteúdo e aparência da
ferramenta Planilha Eletrônica?
O estudo é relevante por proporcionar sensibilização e compreensão das
equipes de saúde da família do município, na necessidade de buscar o acesso e a garantia
as ações e serviços primários, destacando o registro de dados, os cadastros/indicadores e
sua correlação com os repasses financeiros municipais, assim como por possibilitar
estudos de aprofundamento na área associados a mais oportunidades de melhorias.
Usaremos o Editor de planilhas da Microsolf Excel para computadores que
utilizam o sistema operacional Microsolf Windows, além de computadores Macintosh da
Apple Inc. e dispositivos móveis como Windows Phone, Android ou Ios, de modo que
permitam apresentar os resultados numa sistemática diária com a finalidade de ajustar
rapidamente, em tempo real o processo de trabalho. A gestão tem um período de 4 meses
para enquadrar os feitos das ações em saúde dos 7 indicadores preconizados, pois a
avaliação do Programa Previne Brasil é quadrimenstral.
O estudo prioria elaborar instrumento, ferramneta para avaliação e
monitoramentespecificamente dos sequintes indicadores de saúde:
1- Proporção de gestantes com pelo menos 6 consultas de pré- natal
realizadas, sendo a primeira até a 12ª semana de gestação;
2- Proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e HIV;
3- Proporção de gestantes com atendiemento odontológico realzizado na
atenção primária à saúde;
4- Proporção de mulheres com coletass de citopatológico na atenção primária
à saúde;
5- Proporção de crianças de 1 ano de idade vacindas na APS contra difteria,
tétano, coqueluche, hepatite b, infecções causadas por haemophilus influenzae tipo b e
poliomielite inativada;
6- Proporção de pessoas com hipertensão com consulta e pressão arterial aferida
15

no semestre;
7- Proporção de pessoas com diabetes, com consulta e hemoglobina glicada
solicitada no semestre.
De acordo com informações da Microsoft (MICROSOFT;, 2019), centenas
são as funções possíveis na utilização dos softwares de planilhas eletrônicas. A variação
e complexidade de cada função estão de acordo com os dados com os quais se trabalha.
16

2 OBJETIVOS

2.1 Geral

Desenvolver planilha eletrônica com a função de implementação do processo


de trabalho junto aos indicadores do Previne Brasil por gestores da Atenção Primária em
Saúde (APS).

2.2 Específicos

a) Mapear na literatura os indicadores da gestão existentes que subsidiem o


monitoramento e avaliação do processo de trabalho de gestores com atuação
no Programa Previne Brasil;
b) Realizar benchmarking do Programa Previne Brasil;
c) Construir planilha eletrônica para monitorar o alcance de metas dos sete
indicadores do programa Previne Brasil no Sistema de Saúde da Atenção Básica
(SISAB), para a captação de recurso da APS;
d) Averiguar as evidências de validade de conteúdo e aparência da Planilha
Eletrônica, e sua usabilidade.
17

3 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA

3.1 Contextualização do Sistema Único de Saúde (SUS) e Atenção Primária à Saúde


(APS) sua relevância na gestão pública.

A saúde pública brasileira passou por vários momentos históricos, sociais e


políticos. A gestão em saúde pública no SUS é um grande desafio para a figura do gestor
público, pois para garantir os princípios e diretrizes do SUS é algo desafiador. São tantos
acertos e desacertos no cenário sanitário.
Os Problemas, dificuldades, transformações, fragilidades e despreparo
encontrados no exercício da gestão saúde pública. Estudos apontam no setor público
barreiras de legislação que restringem a agilidade necessária, a alta rotatividade dos
gestores das esferas federativas em função da relação com os processos partidários e
eleitorais, gerando descontinuidade, permanentes recomeços e desmotivação dos
profissionais e trabalhadores.
No Brasil, ainda prevalece a cultura de que qualquer profissional sabe gerir e
que a administração se aprende na prática. Raros são os gestores que passaram por bons
programas formativos para apreensão de conhecimentos e habilidades próprias da gestão,
como liderar grupos, favorecer a motivação e contribuir para a eficácia e efetividade das
organizações e melhoria da qualidade de vida das pessoas no trabalho.
A gestão em saúde pública sempre está em construção juntamente com os
serviços de saúde, para que venham a ser efetivamente centrados nas pessoas, grupos ou
comunidades com necessidades de saúde. Para tanto, faz-se necessário uma ampla
renovação da concepção e prática da gestão atual em saúde.
Há uma constatação do crescimento progressivo dos gastos em saúde em todo
o mundo, e de que os métodos tradicionais de gestão estão longe de gerar uma
performance eficaz e eficiente nos resultados dos serviços de saúde.
Para OMS (2003) estima que 20% a 40% do gasto total em saúde é
desperdiçado por diversas formas de ineficiência e que há uma crise estrutural dos
sistemas de saúde contemporâneos: “Os sistemas de saúde predominantes em todo o
mundo estão falhando, pois não estão conseguindo acompanhar a tendência de declínio
dos problemas agudos e de ascensão das condições crônicas. [...] O paradigma do
tratamento agudo é dominante [...]. Para lidar com ascensão das condições crônicas, é
imprescindível que os sistemas de saúde transponham esse modelo dominante”.
18

Verifica-se a fragmentação da atenção à saúde e dos serviços de saúde é a


principal causa do fracasso na gestão. Para o pensamento, o entendimento das pessoas e
populações, a fragmentação gera barreiras de acesso, descontinuidade da atenção,
atendimento em lugar não apropriado, com consequente desorientação, baixa
resolutividade e falta de protagonismo na assistência às suas necessidades (OPAS,2010).
Esta fragmentação sistêmica se reproduz nos modelos de atenção no interior
das organizações, cada profissional com seu pedaço, impedindo ou restringindo a
abordagem integral, a consideração do usuário como sujeito e favorecendo os riscos e
eventos adversos, configurando uma assistência que carece de humanização e qualidade.
Aspectos negativos dos sistemas fragmentados de saúde são evidenciados
pelo isolamento e incomunicabilidade dos serviços, a não responsabilização pela
população adstrita, desarticulação entre os níveis de atenção e serviços de apoio, com
consequente incapacidade de continuidade no atendimento à população, tornando-a
reativa e episódica (OPAS, 2010).
Nessa fragmentação do modelo de saúde, o gestor em saúde pública necessita
está alinhado na organização da Rede de Atenção à Saúde, bem como adotar a figura
gestor-líder na administração pública consequentemente na saúde pública.
A liderança deve estar na pratica gerencial do gestor como pontos
estratégicos, a força, a coragem, o processo (CHIAVENATO, 2004).
A liderança pode ser vista quando uma pessoa é reparada por um 8 grupo
como o possuidor dos meios para a satisfação das necessidades dos liderados que serão
direcionados para cumprir objetivos propostos (CHIAVENATO, 2004)
A Atenção Primária em Saúde no Brasil (APS) exerce grande importância
para saúde pública em nosso país. Desde de 1994 vem ofertando à população serviços de
Atenção Primária à Saúde (APS) a partir da Estratégia Saúde da Família (ESF).
Estudo internacional evidenciou a complexidade da Atenção Primária à
Saúde e a necessidade de considerar aspectos multidimensionais para avaliar seu impacto
sobre a saúde da população (SCHAFER et al., 2011).
O Sistema Único de Saúde (SUS) foi constituído em 1988 com vários bons
exemplos de sistemas de saúde centrados na Atenção Primária à Saúde (APS) ao redor do
mundo, com bons modelos de monitoramento e avaliação, a migração de centralidade do
sistema para este ambiente de cuidado que se deu de forma contínua, o que pode ser
observado com uma breve retrospectiva histórica percorrendo uma trajetória de muitos e
exitosos alcances para sua consolidação.
19

A Estratégia Saúde da Família (ESF) é a responsável pelos avanços e alcances


de resultados importantes dos indicadores de saúde e coberturas vacinais onde
pontuamos: redução da mortalidade infantil e de mortes evitáveis em adultos; oferta de
cuidado a condições clínicas frequentes; imunização; controle de condições crônicas;
rastreamento do câncer; saúde mental; diminuição de internações por condições sensíveis;
e diminuição da busca por serviços de urgências por motivos não caracterizados como
urgentes. (SELLERA et al., 2020).
Em contrapeso, o Banco Mundial em seu Relatório aponta que o Brasil teve
um cenário histórico de fragilidade em garantir acesso e uma limitada capacidade de
incorporar tecnologias, além da baixa produtividade representada pelo reduzido número
de consultas por médico/ano (1.470, contra 2.294 nos países da OCDE) (BANCO
MUNDIAL, 2017).
Desse modo, a Atenção Primária à Saúde (APS) é um componente essencial
dos sistemas de saúde em todo o mundo e tem sido reconhecida como uma forma eficaz
de melhorar a saúde e o bem-estar das populações.
Enquanto programas de saúde no Brasil, surgiu o Programa Nacional de
Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) e o Programa
Previne Brasil que foram criados para melhorar a eficiência e eficácia da APS,
especialmente em áreas de maior vulnerabilidade social (BARBOSA, 2021).
Atualmente, no contexto da APS, uma das principais estratégias é a do
Programa Previne Brasil sendo um Pagamento por Desempenho (PPD), que busca
incentivar as equipes de saúde a melhorar seus processos de atendimento e alcançar metas
específicas. Esse modelo de remuneração baseia-se no cumprimento de indicadores de
desempenho, que estão relacionados à qualidade dos serviços prestados e à melhoria dos
resultados de saúde (BRASIL, 2022).
O cumprimento dos indicadores de desempenho é uma estratégia desafiadora,
pois requer uma análise criteriosa das práticas gerenciais na APS. Para Harzheim (2020)
em seu estudo destaca como essencial a importância da identificação das áreas que
precisam de melhorias para que os recursos sejam utilizados de forma mais eficiente e
eficaz, a fim de alcançar as metas estabelecidas pelo programa.
Estudo vem destacando os resultados positivos da Atenção Primária à Saúde
(APS) por meio do Programa Previne Brasil com a reforma do seu financiamento
beneficiando à população. Foi destacado um incremento de mais de 50 milhões de pessoas
com cadastro qualificado e único, associado ao número recorde de mais de 52 mil equipes
20

de Saúde da Família/Atenção Primária financiadas pelo Ministério da Saúde (MS), sendo


mais de 35 mil dessas com uso constante de prontuário eletrônico, alcançando o acesso
de primeiro contato, da longitudinalidade e da coordenação do cuidado, muito
dependentes da continuidade da informação clínica (HARZHEIM et al., 2022).
E, com a finalidade de fortalecer as competências emanadas no SUS,
conforme uma linearidade dos marcos de sua história e as atualizações e implementações
ao longo do tempo, sejam de ordem técnicas, sociais, culturais da modernização das
práticas no campo da saúde frente as necessidades e desafios que dificultam e impedem
a plena cobertura da disponibilidade de recursos financeiros que garatam o finaciamneto
da Esf e a APS, dai, cria- se em 2019 o Programa Previne Brasil (PPB), com o desafio de
inovar, sustentabilizar, organizar os serviços, atingir efetivamente os princípios do SUS,
diminuir as desigualdads, ampliar o acesso, qualificar as ações do primeiro nível de
assistência, com equidade e universalidade para a Esf. (HARZHEIM, 2020)
Para Harzheim et al., (2020) é um modelo de financiamento misto, que tem a
pretensão de equilibrar valores financeiros per capita referentes à população efetivamente
cadastrada nas equipes de Saúde da Família e de Atenção Primária, com o grau de
desempenho assistencial dessas equipes somado a incentivos para ações estratégicas.
O financiamento desse programa é um modelo heterogênico, que tem a
aspiração de compensar valores financeiros per capita relativos à população efetivamente
cadastrada nas equipes de Saúde da Família e de eSF, com o coeficiente de atuação
assistencial dessas equipes adicionado a incentivos para ações estratégicas, utilizando
metodologias tecnológicas para validar os dados (MOROSINI; BATISTA, 2020;
HARZHEIM et al., 2020).
Ainda segundo MOROSINI, 2018 é imprescindível a cobertura de 100% da
população em áreas de grande dispersão territorial, as áreas de risco e vulnerabilidade
para atender o princípio da universalidade, além de caracterizar uma segmentação do
cuidado em saúde diante da oferta de padrões diversos, diferentes, desiguais dos serviços,
seja conforme necessidades básicas e ampliadas, e, assim desloca- se a Estratégia Saúde
da Família de sua posição central para organização da Atenção básica, submetendo a
constituiçõrs de processos de trabalho e equipe com carga horária que resgatam o “modelo
da atenção básica tradicional”.
Benchmarking pode ser entendido como processo que compara produtos,
serviços e práticas empresariais. É considerado um instrumento importante dentro da
gestão empresarial. O benchmarking é feito por meio de pesquisas que comparam ações
21

de empresas que atuam no mesmo ramo ou em ramos diferentes (VASCONCELOS;


CANEN; LINS, 2006).
Desse modo, para monitorar e avaliar os indicadores de saúde do programa
Previne Brasil é de suma importância adotar estratégias e práticas gerenciais bem
definidas e direcionadas, como a ferramenta benchmarking para o monitoramento de
indicadores de desempenho para auxiliar a atingir os objetivos e os resultados almejados
para cumprimento de metas e qualidade da gestão em saúde.
Com a evolução tecnológica dos últimos tempos, a informatização de
processos ganhou corpo e sua utilização em grande escala, para registro de informações,
dados e solução de problemas tornou-se a ferramenta mais importante em todas as áreas.
De acordo com os autores Rodriguez e Ferrante "a tecnologia de informação dever
permitir que rotinas intelectuais e controles sejam realizadas de uma forma simples e
automatizada, em tempo real, eliminando ultrapassados controles manuais e sua
burocracia associada". (RODRIGUEZ e FERRANTE, 2000, p. 179).
O Ministério da Saúde iniciou em 1996 a organização da Rede Nacional de
Informações de Saúde (RNIS) com o objetivo de integrar e disseminar as informaçõesdo
SUS no país. Assim, “a RNIS está integrando, através da internet, todos os municípios
brasileiros, facilitando o acesso e o intercâmbio das informações em saúde” com o intuito
de “contribuir para melhoria da gestão, do controle social, do planejamento e da pesquisa
de gestores, agentes e usuários do “SUS” (DATASUS, 2018).
Aglutinar informações do estado de saúde de uma população é indispensável,
ainda mais pelo fato de caracterizar dados, percentuais, metas, taxas, enfim, uma
conjugação de indicadores que determinaram um resultado final na análise quantitativa e
um conceito sob a ótica qualitativa. Enfim, a boa utilização das informaçõess em saúde
só acontece quando se transformam as informações de forma benéfica e transformamos
em indicadores que sirvam para comparação do que foi observado em uma determinada
região/população, com intuito de posteriormente criar ações de intervenção, permitindo
ainda a avaliação da eficácia das intervenções realizadas no âmbito da saúde pública.
É indispensável para avaliação da gestão em saúde a prática de trabalhar com
indicadores, desenvolvidos principalmente para auxiliar na análise de dados secundários
de saúde, em diferentes dimensões, além de proverem matéria prima essencial para a
análise de saúde, a disponibilidade de um conjunto básico de indicadores tende a facilitar
o monitoramento de objetivos e metas em saúde, além de estimular o fortalecimento da
capacidade analítica das equipes de saúde e promover o desenvolvimento de sistemas de
22

informação de saúde intercomunicados (ANDRADE, CAMPOS, SOARES, 2000).


As informações de saúde subsidiam o conheciemnto da situação de saúde e
anteveem uma tomada de decisão e ainda podem assegurar um planejamneto pautado em
ações de saúde mais precisas viabilizando e otimizando a pespectiva de acertos na gestão
de saúde, seja na esfera municipal, estadual ou federal, o embasamento não acontece
dentro de uma subjetividade, segundo Silva, Oliveira e Souza, (2008, p. 30).
A Rede Interagencial de Informação para a Saúde –RIPSA (2008) define
indicadores como medidas-síntese com informação relevante sobre determinados
atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde.
Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para
vigilância das condições de saúde.
Os indicadores de saúde norteiam uma prática de gestão e são essenciais
instrumentos de validação de resultados que são monitorados e sistematicamente sob
análise na busca de atingir metas de um planejamento estratégico e oferta de um serviço
de saúde de qualidade, passivos de ajustes e implementações necessarias nos serviços de
saúde. (RIZZOTTO, 2020). .
A Gestão em Saúde deve garantir na APS uma assistência universal, integral,
resolutiva, contextualizando ‘todas” as diferenças entre os indivíduos e populações nos
territórios no foco da promoção, prevenção e recuperação, enraizadas com a justiça social
e a equidade buscar a prática das ações de saúde com o maior grau de excelência num
alto padrão de saúde e qualidade de vida.
Considerando o meu processo de trabalho na Gestão em Saúde do município
de Aquiraz e minha práxis na APS pude identificar no Programa Previne Brasil algumas
incoências, contradições conceituais e concepcionais, além de dificuldades significativa
entre a teoria e proposta exigida pela Portaria nº 2.979/ 2019 quando da execução das
ações de saúde dentro diferenças reais dos territórios e populações trabalhadas.
Dificuldades que são enfrentadas, e, vencidas, superadas ou não. Observei
características desse programa que diante uma analogia com metodologias anteriores, no
campo de gestão, no campo epidemiológico verifica- se a existência de lacunas gerenciais
nas três esferas de governo no tocante a economia da saúde e desconhecimento do perfil
do usuário do SUS, na sua contextualidade desde as suas necessidades básicas as
biopsicossoais e financeiras.
A pesquisa identificou que na realidade significativos desafios foram
minimizados consideravelmente como é o caso do aumento dos cadastros dos usuários no
23

SUS, mesmo diante da ambiguidade de fatores determinantes, como a queda da renda


familiar e a pandemia da COVID 19, marco divisor de águas na saúde mundial, e ainda
podemos seguramente citar a ampliação da informação e fomento tecnológico.
Considerando as condições dos parcos recursos do erário público, vi e
vivenciei o maior obstáculo da gestão em saúde de Aquiraz em atender aos requisitos do
“Componente de desempenho”, normatizado pela Portaria nº 2.979, de 12 de dezembro
de 2019, como tamém vivenciamos transitoriamente os requisitos da Portaria nº 3.493,
de 10 de abril de 2024 que vem substituí- la.
Sou brasileira, aguerida e tenho plena convicção da capacidade desse povo de
“vitória”, de superar as dificuldades de organização, hierarquização e financiamento da
APS e se adaptar qualiativamente de forma legítima, coforme o que a legalidade exige, e
vencer os novos desafios propostos na Gestão em Saúde da APS.

3.2 Contextualização do Programa Previne Brasil

O Programa Previne Brasil foi instituído através da Portaria nº 2.979, de 12


de novembro de 2019, e estabelece novo modelo de financiamento e custeio da atenção
primária à saúde no âmbito do SUS, por meio da alteração da portaria de consolidação nº
6/gm/ms, de 28 de setembro de 2017.
Conforme a portaria supracitada, os elementos que definem o financiamento
da APS são três:
1. Capacidade Ponderada (Cadastros)
O qual o pagamento com base no número de pessoas captadas pelos serviços
de saúde e cadastradas na ESF e equipe de atenção primária no sistema de informação
para atenção básica (SISAB). É ponderado por critérios de risco e vulnerabilidade, sendo
um valor fixo por pessoa captada para tal finalidade, são considerados os beneficiários do
programa bolsa família (PBF), beneficiários de prestação continuada (BPC), ou
beneficiários da previdência no valor de até dois salários mínimos.
Também são consideradas pessoas cadastradas com idade até 5 anos e com
65 anos ou mais, devendo estar devidamente cadastradas na ESF e na AAP, com
unificação do “cartão sus”, seu documento do cadastro nacional de saúde.
A população quantitativamente considerada no cadastro é baseada na
classificação geográfica definida pelo instituto de geografia e estatística (IBGE),
divididas nas formas de classificação da tipologia do município, cuja classificação é a
24

seguinte:
- município urbano, de peso 1;
- município intermediário adjacente, de peso 1,45;
- município rural adjacente, de peso 1,45;
- município intermediário remoto, de peso 2;
- município rural remoto, de peso 2.

A referida Portaria detalha observações importantes que tornam


imprescindível a observância dos gestores da gestão em saúde, são elas:
- observação 1: o cadastro do cidadão na atenção primária à saúde (aps)
compõe uma das ações realizadas pelas equipes de saúde por meio dele, obtém-se o
reconhecimento da população adscrita à equipe e unidade de atenção primária,
subsidiando o planejamento dos profissionais e gestores nas ofertas de serviços e no
acompanhamento da população sob sua responsabilidade portanto, o sus só considera
cadastros vinculados à equipe.
- observação 2: os dados disponíveis para consulta e avaliação dos resultados
são oriundos do sistema da estratégia e-susab: coleta de dados simplificados (cds) ou
prontuário eletrônico do cidadão (pec), além de sistemas terceiros através da tecnologia
apache thrift.
- observação 3: a avaliação dos resultados das metas da gestão saúde é
atualizada a cada quadrimestre e estará disponível nos bancos de dados o desempenho
desde o ano de 2013.
- observação 4: para o financiamento, a quantidade de cadastros será pelo
número de pessoas únicas no município, aqueles usuários que aparecem nos registros de
atendimento em mais de uma equipe terão a alocação dos recursos dada à equipe com
maior percentual de frequência nos registros.
- observação 5: a equipe de referência é definida com base na frequência de
atendimentos que o usuário realizar dentro de 2 anos, com o critério de desempate sendo
um cadastro individual completo e/ou atendimento mais recente.

2. Pagamento por Serviço ou Incentivo para as Ações e Estratégias e Programas


Esse critério de pagamento é estipulado com base nos serviços executados
pela rede de atenção à saúde (RAS), funcionando como modelo de reembolso, o que for
executado e registrado retorna em forma de recursos, sendo também de valor fixo
25

compatível.
Resgata-se o raciocínio de disponibilidade de recursos respeitando a portaria
nº 3.263, de 11 de dezembro de 2019, que estabelece o incentivo financeiro de custeio
federal para a implementação e fortalecimento das ações de cadastramento dos usuários
do sus no âmbito da APS.
No detalhamento da portaria supracitada, podemos nos apropriar da
finalidade financeira de recursos para apoiar a efetivação dos cadastros através de três
orientações:
- estimular estratégias para a realização e atualização, pelo município e pelo
distrito federal, do cadastro dos usuários no sisab, visando a ampliação do acesso da
população aos serviços da aps.
- fomentar o aperfeiçoamento dos processos de trabalho das unidades de
saúde da família, com vistas a oportunizar a realização do cadastro dos usuários durante
sua permanência no serviço.
- apoiar a divulgação de informações à população por meio de mídias sociais,
veículos de comunicação e impressos sobre a necessidade, importância e incentivo da
realização do cadastro dos usuários no âmbito da aps.

3. Pagamento por Desempenho

Pagamento com base no monitoramento e avaliação de indicadores dos


serviços de saúde por atingimento específico, indo desde os resultados obtidos pelas
equipes, pelos territórios de saúde e pelos municípios a definição dos valores será de
acordo com a variável de atingimento das metas específicas.
A Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, aprovou a política nacional
de atenção básica estabelecendo a revisão das diretrizes para organização da Ab no âmbito
do Sus.
Considerando também a portaria nº 3.222, de 10 de dezembro de 2019, que
dispõe sobre os indicadores do pagamento por desempenho no âmbito do programa
previne brasil, nos seus art. 8º e art. 9º, que estabelecem com clareza as diretrizes para
pagamento pelo alcance do peso total da eficácia, eficiência e resultados obtidos pela esf
na assistência à saúde da população geral e na resolubilidade das demandas da população
específica.
O elenco de indicadores considerados para fins de análise da qualidade da
26

assistência e alcance da quantidade satisfatória com as necessidades das demandas para o


pagamento por desempenho a serem observados sistematicamente na atuação e no
“desempenho” das equipes de saúde da família e equipes de atenção primária são
refletidos diante as ações estratégicas e crônicas, especificamente na saúde da mulher, no
pré-natal, saúde da criança e doenças abrangendo a hipertensão arterial e a diabetes.
Os indicadores definidos pelo ministério da saúde conforme a portaria nº
2.979 são:
1. proporção de gestantes com pelo menos 6 consultas de pré-natal realizadas, sendo a 1ª
até a 20ª semana de gestação;
2. proporção de gestantes com realização de exames para sífilis e hiv;
3. proporção de gestantes com atendimento odontológico realizado;
4. proporção de cobertura de exame citopatológico;
5. cobertura vacinal - poliomielite inativa e da vacina pentavalente;
6. percentual de pessoas hipertensas com pressão arterial aferida pelo menos 1 vez a cada
6 meses;
7. percentual de diabéticos com solicitação de hemoglobina glicada e verificação de
glicemia pelo menos 1 vez a cada 6 meses.
Ainda no tocante à qualidade e valores obtidos com o desempenho no âmbito
da atenção básica, os recursos de incentivos destinados às ações específicas e estratégicas
são estabelecidos pelo ministério, os programas que caracterizam qualitativamente a aps
na contextualização da estratégia saúde da família nos municípios incluem a implantação
da residência médica e multiprofissional, adesões ao programa saúde na hora,
informatização, saúde bucal, ceo, laboratório de prótese dentária, programa saúde nas
escolas, academia da saúde, consultório de rua, equipes ribeirinhas, ubs fluviais,
microscopistas, prisional, saúde do adolescente.
A Portaria nº 3.222, de 10 de dezembro de 2019, dispõe sobre os indicadores
do pagamento por desempenho no âmbito do programa previne brasil, estabelecendo no
seu art. 8º que o ministério da saúde propiciará o acompanhamento mensal e avaliação
dos resultados por equipe da aps a cada quatro meses, e prioritariamente com base nesse
resultado definirá os valores financeiros, o valor final do montante de recursos para cada
equipe e município, no seu art. 9º, afirma a importância de atingir os percentuais
estabelecidos para o elenco dos 7 indicadores avaliados e associados aos resultados
financeiros.
A Portaria nº 3.493, de 10 de abril de 2024, altera a Portaria de Consolidação
27

GM/MS nº 6, de setembro de 2017, para instituir nova metodologia de cofinanciamento


federal do Piso de Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, ao
mesmo tempo que revoga a Portaria nº 2.979, de 12 de novembro de 2019, que implantava
o Programa Previne Brasil no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
Em resumo, o entendimento no registro oficial dessa portaria é possível
afirmar que o cofinanciamento federal será constituído pelos seguintes componentes:
I- Componente fixo para manutenção das eSF e das eAP, além de recursos que se
agregam para implantação de novas equipes, inclusive de Equipes de Saúde Bucal
(eSB) e equipes multiprofissionais (eMulti);
II- Componente do vínculo e acompanhamento das famílias, seus cadastros atualizadas e
vinculados a Unidade Básica de Saúde do seu território;
III-Componente da qualidade para eSF, eAP, eSB e eMulti;
IV-Componente para manutenção de programas, serviços, profissionais, especialidade e
outras alternativas de ações em saúde;
V-Componente específico para Saúde bucal, dado o fomento a qualificaçõa ampliada
reajustada por essa portaria frente a contextualização da APS;
VI-Componente per capiat de base populacional.
Para fins didáticos e de gestão, verifica-se que o Ministério da Saúde
estabeleceu PARÂMETROS específicos para avaliação e monitoramento do alcance de
metas, indicadores e valores quantitativos e qualitativos na definição absoluta em valores,
escores, números e conceitos da qualidade da assistência à saúde na APS. Podemos
elencá-los:
1. Parâmetro Populacional para Cada Equipe (Componente I, II, III, IV)
- Faixa I: 2000 mil pessoas
- Faixa II: 2500 mil pessoas
- Faixa III: 2750 mil pessoas
- Faixa IV: 3000 mil pessoas

2. Parâmetros de Perfil de “Risco à Saúde” Populacional por Equipe (Componente I, II,


III)
- Índice de Vulnerabilidade Social (IVS)
- Muita vulnerabilidade
- Alta vulnerabilidade
- Média vulnerabilidade
28

- Baixa vulnerabilidade
- Muito baixa vulnerabilidade
Segundo a Portaria nº 3.493, de 10/04/24, será utilizado para mensuração o
IVS e o Índice de Equidade e Dimensionamento (IED) aplicado aos municípios pelo
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), e o porte populacional pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ainda considera que a classificação dos
municípios e metodologia dos cálculos será publicada no endereço eletrônico do
Ministério da Saúde.

3. Parâmetros de Porte dos Municípios


- Até 20.000 mil habitantes
- De 20 a 50 mil habitantes
- De 50 a 100 mil habitantes
- Acima de 100 mil habitantes

4. Parâmetro da Per Capita Populacional


Segundo o “Art. 12º-Q, o cálculo do componente demográfico de base
municipal e distrital para as ações no âmbito da APS considerará a estimativa
populacional dos municípios e Distrito Federal divulgada pelo IBGE mais recente”.
Segundo o Art. 12º-R, os recursos federais referentes aos componentes que
trata o art. 9º da supra citada Portaria devem ser aplicados, de forma autônoma, em ações
e serviços da APS, de acordo com o disposto na Lei Complementar nº 141, de janeiro de
2012, e nas Leis orgânicas da Saúde.
A qualidade da assistência à saúde na APS e sua relação com o financeiro
será mensurada por uma ferramenta tecnológica acessível aos usuários e diretamente
ligada em rede pelos sistemas de informação em qualidade, permitindo ao usuário avaliar
e avalizar o nível do atendimento sistematicamente.
Segundo a Portaria nº 3.493, de 10 de abril de 2024, essa avaliação terá um
elenco de indicadores já pré-definidos, divididos em quatro blocos. São eles:
29

Bloco 1 - Vínculo e Bloco 2 - Estratégia Bloco 4 - Equipes


Bloco 3 - Saúde Bucal
Cuidado Saúde da Família Multiprofissionais

2.1. Acesso à
integralidade
1.1. Grau de
satisfação da 2.2. Cuidado da 3.1. Primeira 4.1. Pessoas
pessoa atendida saúde da mulher consulta acompanhadas
1.2. 2.3. Cuidado da 3.2. Tratamentos 4.2. Ações
Acompanhament gestante conclusivos interprofissionai
o do Bolsa 2.4. Cuidado no 3.3. Taxa de s realizadas
Família desenvolvimento exodontia 4.3.
1.3. infantil 3.4. Escovação Compartilhamen
Atendimentos 2.5. Cuidado da supervisionada to do cuidado
domiciliares pessoa com 3.5. Índice de com a equipe
1.4. Número de diabetes prevenção 4.4.
pessoas 2.6. Cuidado da 3.6. Tratamento Resolutividade
acompanhadas pessoa com restaurador dos
dentro dos hipertensão atraumático atendimentos
cadastrados
2.7. Cuidado da
pessoa idosa

Quadro 1 – Demonstrativo do resgate histórico de ferramentas de trabalho que


impactaram no financiamento da Atenção Primária à Saúde no Brasil
1 2 3 4 5
1994 – 1998 1998 - 2010 2011 - 2018 2019 - 2022 2023– 2024
-Piso da -Sistema de -Programa de -Previne Brasil -Novo
Atenção Básica Informação da melhoria do Extinguiu o Piso financiamento
fixo: Incentivo Atenção Básica acesso e da de Atenção com 3
per capita, -Incorporou qualidade Básica Fixo e componentes;
expansão da conceitos para -Introduz a Variável -Saúde da
saúde da família; cadastros de lógica de centralizando família
-Piso de famílias, avaliação de recursos na -Saúde Bucal
Atenção Básica condições de desempenho e de captação sem -eMulti
Variável: moradia e avaliação da garantia de -Mais médicos
componente de saneamento de qualidade na acesso e cuidado -Novo programa
equidade, saúde, produção Atenção de aceleração do
estímulo para e composição Primária à Saúde crescimento
adesão de das equipes de -Programa
políticas saúde. Mais Médicos
nacionais. -Programa de
requalificação
da UBS
Fonte: Autoria do autor.
30

Como falar de APS sem nos reportar ao contexto de determinantes de saúde,


fatores de financiamento de saúde, garantia da captação e alocação de recursos,
organização, métodos, programas, projetos, estratégias, alternativas de fazer saúde com
continuidade da assistência desde da porta de entrada até o centro nas Redes de Atenção
à Saúde do SUS, na APS.
Considerar a imprescindibilidade do cumprimento dos princípios do SUS de
resolutividade, integralidade, enfim, buscar a “perfeição” da assistência a saúde deve ser
a “grande meta”.
A coragem e responsabilidade de experimentar modelos, métodos, enfrentar
mudanças e está sempre apto a implantar e implemntar medidas de gestão em saúde visto
que no arcabouço da legalidade e da legitimidade frente aos documentos normativos do
SUS é um desfio, e, notadamente modificam sistematicamente as estratégias e
metodologias de gestão somado às mudanças advindas de determinantes biopsicossociais
e econômicos do pais e do território de saúde.
O Quadro acima registra exemplos de alternativas utilizadas na gestão da APS
que de forma direta, indireta, construtivamente, rapidamente ou não, tentaram qualificar
a oferta, execução e registro dos feitos de saúde na APS.
Enfim, concordo com o pensamento que outrora Levcovitz e Garrido, 1996;
Cordeiro, 1996; diziam: “A ABS, então, configura- se como o 1º nível que se articula
sistematicamente aos demais serviços de saúde, cuja abrangência provê ações de
promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, de acordo com o perfil epidemiológico
e necessidades apresentadas em um dado território”.
31

4 MÉTODO

Trata-se de um estudo metodológico, que inclui investigações de métodos de


obtenção e organização de dados e condução de pesquisas rigorosas.Trata-se de estudo
para obtenção, organização e análise de dados, que visa à elaboração, validação e
avaliação de instrumentos e técnicas de pesquisa. Na pesquisa metodológica, o
pesquisador busca a elaboração de um instrumento confiável, preciso e que possa ser
utilizado por outros pesquisadores e pessoas (POLIT; BECK; HUNGLER, 2018).
Os dados coletados viabilizaram a construção e busca de evidências de
validade de conteúdo, aparência e usabilidade de planilhas eletrônicas que permitirão o
ajuste da práxis do processo de trabalho na Unidade Básica de saúde (UBS), bem como
o monitoramento dos indicadores do Previne Brasil na área adscrita em tempo real,
propicionado maior vigilância de dados, assim como execução de planos de ação e
medidas de contingenciamento quando necessário.
Para a realização do presente estudo foram seguidas as seguintes etapas: 1)
Levantamento bibliográfico sobre os indicadores de monitoramento do Programa Previne
Brasil; 2) Benchmarking na literatura do Programa Previne Brasil; 3) Construção de
Planilhas Eletrônicas para Sistema de Saúde da Atenção Básica (SISAB) com dados dos 7
indicadores do Programa Previne Brasil que definem o resultado final da captação de
recurso para APS; 4) Averiguar as evidências de validade de conteúdo e aparência das
Planilhas Eletrônicas, e de sua usabilidade.
Sobre o levantamento bibliográfico e benchmarking na literatura, essas duas
etapas foram realizadas em conjunto. Assim, foi desenvolvida uma revisão de escopo com
o intuito de mapear na literatura internacional e, principalmente nacional, os indicadores
da gestão para promover a implementação em tempo real das ações de saúde na Unidade
Básica de saúde e o monitoramento e avaliação do processo de trabalho dos gestores
atuantes no Programa Previne Brasil.
No estudo foi utilizada a ferramenta benchmarking para avaliar o alcance de
resultados para avaliação das práticas gerenciais de Gestão em Saúde na Atenção Primária
em Saúde (APS). Ele tem como finalidade reunir o conhecimento científico já produzido
sobre o tema investigado e permite buscar, avaliar e sintetizar estas evidências para sua
incorporação na prática (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).
Sobre a construção da planilha eletrônica, a opção pelo uso da ferramenta de
planilha eletrônica se deu após verificação de experiências citadas por autores com
32

credibilidade e responsabilidade, conforme referências aqui citadas, e, também pelo meu


dia a dia com planilhas excel que me permitiram de forma mais simplificada, mais rápida
e otimizando recursos financeiros, tempo e condição do exercício na práxis de usá-las
com sucesso.
Assim sendo este projeto está pautado na elaboração de planilhas eletrônicas
personalizadas dos sete indicadores do Programa Previne Brasil que caracterizam um
diagnóstico de qualidade da assistência, melhor desempenho da gestão de Unidade Básica
de Saúde e garanta a captação satisfatória de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS)
para assegurar o custeio do equipamento de saúde, e, proporcionar condições de ajustes,
implementar em tempo real o processo de trabalho de forma que os gestores possam
manter, mudar, acrescentar, enfim, implementar medidas de ajustes nos processos de
trabalho nas Unidades Básicas de Saúde do municipio de Aquiraz, seja o gestor in loco
da Unidade Básica de Saúde, como o Coordenador da Atenção Primária de Saúde e o
Secretario Municipal de Saúde.
As ferramentas de planilhas eletrônicas usadas serão ofertadas pela
plataforma Google, as Spreadsheets (termo em inglês), que nada mais é do que um recurso
utilizado para criação e manipulação de planilhas eletrônicas, com recursos semelhantes
aos do Microsoft Excel, mas com a utilização on line e de forma colaborativa. A principal
caracterização foi a do: "O Google Spreadsheets” que possui uma interface gráfica
semelhante aos outros programas de elaboração de planilhas eletrônica e pode ser usado
com um bom aproveitamento.
As planilhas Google tem o potencial de elaboração, compartilhamento e
gestão coletiva dos conteúdos inseridos, a elaboração desta ferramenta vai desde a
elaboração de planilhas simples até a inserção informações e dados complementares
relacionados a temática central deste projeto de pesquisa que está direcionado a promover
modificações no processo de gestão das Unidades Básicas de Saúde e direcionar “o olhar dos
gestores” para o monitoramento e avaliação dos sete indicadores do Previne Brasil que
refletem a diagnóstico situacional da assistencia a saúde do atendimento qualitativo e
quantitativo, definindo uma situação de gestão em saúde municipal.
A escolha de trabalhar esse projeto na construção de Planilha Eletrônica se
baseia em experiências, tipo o relato de Gonçalves (2013) que considera que as planilhas
Google mantém os recursos desenvolvidos para as planilhas eletrônicas de outros
softwares, somados à capacidade de virtualização e compartilhamento de dados e
informações.
33

Esta ferramenta esta de acordo com as necessidades das mais diversas ordens,
levando em consideração algumas particularidades do município de Aquiraz, pois é
importante considerar a distribuição geodemográfica da população em 30 distritos de
variadas distâncias que evidência uma situação de insegurança da continua estabilidade
da internet, o acesso de qualidade à Internet para que seus recursos sejam utilizados com
todo o seu potencial. Não é exagero afirmar que a utilização de softwares instalados em
Desktop perde em muito para as possibilidades das planilhas Google. Assim sendo, sem
dúvida são percauços a superar para concretização de obtenção das informações em saúde
diariamente, podendo alterar o tempo de conclusão dos resultados.
No entanto as planilhas Google mantêm todos os recursos dos softwares de
planilhas eletrônicas, como criação de tabelas com inserção de fórmulas, funções e
gráficos somados à capacidade de utilização on line e atuação colaborativa dos criadores
e usuários. Vê-se, pois, que o resultado gerado a partir do trabalho com esta ferramenta
pode ser muito positivo sendo o intuito de o pesquisador alcançar a precisão da gestão de
dados lógicos, matemáticos e estatísticos e o compartilhamento e gestão colaborativa
destes dados, utilizando a computação em nuvem para de forma rápida e objetiva
compartilhar simultaneamente os registros entre os gestores envolvidos na gestão e nesse
projeto.
A Utilização das planilhas será pelo sistema Google Drive específico do
monitoramento dos resultados será disponibilizado simultaneamente, em tempo real para
os 3 gestores diretamente envolvidos, o Secretário de Saúde, o Coordenador a Atenção
Primária à Saúde e o Gestor da Unidade Básica de Saúde.
Foi utilizado softwares de criação para as planilhas eletrônicas, e o principal
aplicativo foi o Microsoft Office Excel. Parte do pacote Office da Microsoft, criado para
o mercado da informatização de dados, o aplicativo Excel para computadores que
utilizam o sistema operacional Windows, computadores Macintosh da Apple Inc. e
dispositivos móveis como Windows Phone, Android e IOS. O programa se propõe ao
gerenciamento, criação e apresentação de dados. A estrutura básica consiste em uma
planilha de alto desempenho, recursos para criação de gráficos e funções de
gerenciamento de dados.
Podemos citar outras alternativas de software de produtividade de tarefas com
utilização de dados, de código aberto, que oferecem funcionalidades semelhantes à suíte
Excel. Alguns exemplos de softwares de código aberto, para criação de planilhas
eletrônicas são Planilhas Google, Open Office Calc, ThinkFree Office, Numbers, para
34

usuários Mac, sendo a versão do Excel da Apple, Free Office 2018, LibreOffice entre
outros.
Optamos por uma computação em nuvem que facilita o ambiente de
computação, composto por redes de servidores, virtuais ou físicos, permitindo a criação
e compartilhamento de informações, além de disponibilizar um conjunto de recursos
visuais, de utilização e acesso simples, como hardwares, softwares e outros serviços.
Ainda permite uma utilização de forma econômica, rápida e prática a
aplicação de uma infinidade de recursos da tecnologia, o armazenamento de informações,
dados e recursos de tecnologia de informação em servidores terceirizados e não em
hardwares locais, além de oferecer uma gama de recursos fundamentais para a criação e
compartilhamento de informações e permitir de forma econômica, rápida e prática a
aplicação de uma infinidade de recursos da tecnologia da informação para solução de
problemas como, por exemplo, a gestão e gerenciamente in loco dos dados.
O editor foi o de planilhas Microsoft Office Excel produzido pela Microsoft,
para computadores que utilizam o sistema operacional Windows, computadores Macintosh
da Apple Inc. e dispositivos móveis como Windows Phone, Android e IOS. O programa se
propõe ao gerenciamento, criação e apresentação de dados. A estrutura básica consiste em
uma planilha de alto desempenho, recursos para criação de gráficos e funções de
gerenciamento de dados que facilita o ambiente de computação, composto por redes de
servidores, virtuais ou físicos, permitindo a criação e compartilhamento de informações.
Sua utilização permite de forma econômica, rápida e prática a aplicação de uma infinidade
de recursos da tecnologia informação para solução de problemas como, por exemplo, a
gestão de dados.
A respeito do salvamento de informações e manutenção dos dados, bem como
do acesso coletivo ao que é produzido, há a contribuição da Computação em Nuvem que,
além da segurança dos dados, que dificilmente serão perdidos, há a possibilidade de acesso
e edição por grupos de colaboradores, fazendo com que o trabalho remoto seja possível,
bem como a transparência dos dados trabalhados.
Sobre as evidências de validade de conteúdo e aparência das Planilhas
Eletrônicas, e de sua usabilidade, após a construção das planilhas, foi necessário a sua
validação para se verificar se as medidas representadas no construto são válidas.
A validade de conteúdo avalia a representação adequada do universo de um
construto, verificando a pertinência da representação comportamental das questões
relacionadas ao conteúdo (LOBIONDO-WOOD, 2001). Já a validação de aparência
35

verifica se um instrumento está medindo o construto apropriado, especialmente de acordo


com aqueles que o utilizarão (POLIT; BECK, 2019). Seu objetivo é avaliar a clareza dos
itens, a facilidade de leitura e compreensão, a forma de apresentação e a necessidade de
modificação desses itens (SCHMIDT; BULLINGER, 2003).
Acerca do cenário do estudo, os dados foram coletados em Aquiraz, situado a 32
km de Fortaleza é um município litorâneo do Estado do Ceará. O termo Aquiraz vem da
língua tupi e significa“água mais adiante”, foi a primeira capital do Ceará, criada em 13
de fevereiro de 1699. Município com uma população oficial de 80.645 pessoas e estimada
em 84.581 pessoas (CENSO/ IBGE 2020), sendo que apenas 19% da população mora na
sede do município. A densidade demográfica é de 150,50 Hab./km2, seu Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH) é de 0,641 humano, mortalidade infantil de 8,41
/1000NV. Ressaltamos a característica da sua extensa área territorial de 480, 236 km2.
Os dados foram coletados mais especificamente na Unidade Básica de Saúde
localizada no Distrito do Iguape, que possue população aproximada de 2520 habitantes.
A equipe da Unidade Básica de saúde (ABS) é composta por: 01 enfermeiro, 01 médico,
01 dentista, 01 auxiliar de saúde bucal, 02 técnicos de enfermagem, 3 recepcionistas, 1
atendente de farmácia, 1motorista específico para Equipe Saúde da Família (ESF), 4
motoristas para ambulância específica para urgências. Dentre os serviçosprestados pela
unidade tem-se: Atendimento de Puericultura, Pré-natal, Hipertensão Arterial Sistêmica,
Diabetes Melitus, Saúde Mental, visita domiciliares como apoio ao Serviço de
Atendimento Domiciliar (SAD), ações do Programa de Saúde nas Escolas (PSE), demanda
espontânea, programada e agendada. Ainda Atenção Saúde baixa, média complexidade e
regulação das necessidades da alta complexidade. Saúde Mental, Imunização. Além da
gerência e supervisão do Programa Agente Comunitárioo de Saúde (PACS. A Unidade
possue Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) implantado há dois anos, e,
comprovadamente é a equipe que mais se aproxima do atinfimento das metas
preconizadas nos sete indicadores de qualidade e captação de recurso preconizados pelo
Programa Previne Brasil e principais do Programa Previne Brasil.
A UBS Iguape possui uma população adscrita estimada em 750 pessoas
distribuída em 6 micro- áreas, sendo 4 com cobertura, digo acompanhamento do
profissional agente comunitário de Saúde e 2 ´micro- áreas descobertas. O perfil social
dessas micro- áreas é constituido pela tipologia de favelas, áreas de ocupação transitórias,
conjuntos habitacionais, áreas comerciais, áreas de classes sócio- econômicas diversas,
dunnas, lagoa e praias. O distrito do Iguape possui barreiras geográficas de rios, córregos,
36

alagados, atoleiros, subidas ingremes, grandes distâncias no percurso do território de


saúde.
Após uma avaliação e diagnóstico situacional da capacidade ofertada
disponível do equipamento de saúde, UBS Iguape, verificou- se a existência de barreiras
funcionais relevantes, como: Serviço de Atendimento Médico (SAME) despreparado, ou
ainda em processo de capacitação e atualização, ausência de um serviço específico de
Classificação de Risco e Fluxo do atendimento considerando a complexidade dos
agravos, estrutura física necessitando de reparos de caráter de manutenção, e, no que
especi´fica o meu objeto de pesquisa, insuficiente disponibilidade de material tecnológico
e recurso humano despreparado, ou com pouca aptidão.
Também há que se considerar as barreiras sociais e culturais com limitações
de compreensão por parte da comunidade sobre ESF e do trabalho da ESF, forte
evidências por parte da população pelo atendimento de médico especialista,
principalmente de ginecologista, pediatra e clínico geral, forte presença da cultura da
auto- medicação, violência urbana próximo da UBS.
Enfim, considero relevante citar pontos fortes na comunidade do Distrito do
Iguape que de forma direta ou indireta reflete no comportamento biopsicossocial da
população que pertence de forma Regionalizada e Territorial à responsabilidade da UBS
Iguape.
Relevante citar recursos sociais como a existência de Igrejas (católica 2 e
evangélica 16 e 01 centro de umbanda), escolas 02(01 estadual e 01 municipal), creches
01, quadra de esportes 03, centros comunitários 03, escola de surf 01.
Ainda vale citar a existência de Atores Sociais lideranças comunitárias,
associação de pescadores, associação das rendeiras (E., Z. e J.), associação dos
barraqueiros, professores (diretora do colégio C. S. C.), lideranças políticas, associação
de moradores (família L., Família B., Família D., comerciantes e estabelecimentos
comerciais (G., L., J., e G.).
37

Figura 1- Mapa da cidade de Aquiraz

Fonte: google maps, 2023.

Sobre os participantes da pesquisa, nesta etapa do estudo foi convidado um


grupo de participantes para aturem como juízes no estudo. Os juízes foram divididos em
dois grupos distintos: um grupo com sete juízes de conteúdo (expertises na área) e um
grupo de três juízes técnicos (assesora da coordenação da APS, coordenadora do controle
e avaliação e regulação e auditora da APS e coordenador de imunização e assessor do E-
SUS), para avaliar a validade de aparência e testar a usabilidade.
Foram excluídos da pesquisa os profissionais ausentes por motivo de férias,
licença ou afastamento das atividades e aqueles que não responderam os formulários em
tempo hábil.
Segundo Coluci, Alexandre e Milani (2015) para elaborar um instrumento
que cause mudanças em determinados serviços é imprescindível a escolha de juízes que
irão avaliar os objetivos propostos com esse instrumento e a consonância do mesmo com
esses objetivos, sendo necessário profissionais da área de atuação onde se pretende
estabelecer o instrumento, preferencialmente com determinada especialização na área e
que estejam conectados com os conceitos a serem abordados.
Quanto ao número de componentes para a banca de juízes, alguns autores
38

recomendam um mínimo de cinco e máximo de dez sujeitos, outros sugerem de seis a


vinte sujeitos (Pasquali, 2013), outrossim, esse número pode ser ímpar para evitar o
empate de opiniões. Dessa forma, para esse estudo foram considerados o número de 10
juízes (sendo 7 juízes de conteúdo e 3 juízes técnicos)
Os profissionais convidados como juízes de conteúdo foram profissionais
com expertise na área deste estudo. A busca aconteceu de forma intencional, quando “os
pesquisadores podem decidir propositalmente sobre a seleção de sujeitos considerados
típicos da população ou conhecedores das questões estudadas” (POLIT; BECK, 2011, p.
346).
Segundo Jasper (1994), aponta que um especialista em determinada área deve
atender aos seguintes requisitos: possuir conhecimento adquirido pela experiência;
possuir habilidade que possa o tornar o profissional autoridade no assunto; possuir
habilidade especial em determinado tipo de estudo; possuir aprovação em um teste
específico para identificar juízes; e possuir classificação alta atribuída por uma
autoridade.
Já para a escolha dos juízes técnicos, foram convidados a participar o
secretário de saúde, coordenador da atenção primária a saúde e coordenadores das
unidades básicas de saúde.
Os juízes selecionados foram convidados por meio de carta-convite
(APÊNDICE A e B) enviada por correio eletrônico. Aos que aceitarem participar, foi
solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)
(APÊNDICE C e D). Em seguida, foi encaminhado um link através da plataforma Google
Forms, contendo o instrumento de avaliação e as planilhas propriamente dita. Foi
estabelecido um prazo de 15 dias para realizarem a análise. Todos responderam no prazo
inicialmente acordado.
O instrumento de avaliação da planilha consistiu inicialmente de perguntas
relacionadas aos dados de identificação, como: idade, sexo, formação, tempo de atuação
na área, estado civil, média salarial, qualificações realizadas na área (APÊNDICE E).
Esse instrumento foi aplicado em ambos os grupos de juízes (conteúdo e técnicos)
A validação de conteúdo foi realizada apenas pelos juízes de conteúdo e foi
avaliada por meio do instrumento de validação de conteúdos educacionais em saúde
(IVCES), construído e validado por Leite et al. (2018). O IVCES é composto por 18 itens,
divididos em três domínios (objetivos, estrutura/apresentação, relevância), disposto na
forma de escala Likert (ANEXO A).
39

O domínio objetivo abrange itens que avaliam se o conteúdo do material


educativo está alinhado com os objetivos propostos. No domínio da estrutura e
apresentação, os itens focalizam a forma como o conteúdo é apresentado. Já no domínio
da relevância, os itens buscam avaliar a importância do conteúdo educativo.
Para avaliar a aparência da planilha pelos juízes técnicos, foi empregado o
Instrumento para a Validação de Aparência de Tecnologias Educacionais em Saúde
(IVATES), cuja versão final validada é composta por 12 itens e é aplicável à área da saúde
de maneira abrangente (SOUZA; MOREIRA; BORGES, 2020) (ANEXO B).
A escala do tipo Likert para o IVATES é constituída de 5 pontos, distribuída
em concordância pelos juízes, variando de 1 (discordo) a 5 (concordo totalmente) e o
IVCES que é constituída de 3 pontos distribuída em concordância pelos juízes, variando
de sendo0 (discordo), 1 (concordo parcialmente) e 2 (concordo totalmente).
Já para avaliação da usabilidade pelos juízes técnicos, foi utilizado o
instrumento System Usability Scale (SUS), uma métrica de avaliação da usabilidade,
constituído por um questionário padronizado, amplamente utilizado pela sua praticidade
e rapidez, considerado um dos questionários mais confiáveis e válidos para medir a
usabilidade pelo público-alvo, mesmo aplicado em pequenas amostras (ANEXO C)
(PADRINI- ANDRADE et al., 2019).
As dez questões pertencentes ao SUS foram graduadas em escala tipo Likert,
com valores de um a cinco, classificadas respectivamente como: “discordo fortemente”,
“discordo”, “não concordo nem discordo”, “concordo” e “concordo fortemente”
Os dados sociodemográficos coletados foram organizados em planilhas no
Microsoft Excel® e realizado estatística descriiva.
Para a análise do conteúdo do manual foi utilizado o Índice de Validade de
Conteúdo (IVC). Sendo o escore total do instrumento calculado através da união de todos
os domínios. Ressalta-se que cada item mede apenas um atributo. Foi adotado o nível de
significância de 95% e o de concordância de 80% como critério de decisão para
pertinência do item ou a sua modificação (LEITE et al., 2018).
Já para o cálculo da aparência foi utilizado o Índice de Validade de Aparência
(IVA) baseado no método de estimação do IVC, onde o item com IVA > 0,78 é
considerado excelente; entre 0,60 e 0,77 indica necessidade de adequação para melhoras
na aparência da tecnologia educacional em saúde; item com IVA < 0,60 é classificado
como ruim (SOUSA; MOREIRA; BORGES, 2019).
O Índice de Validade de conteúdo (IVC) foi utilizado para a análise
40

quantitativa, para cada item dos instrumentos. Assim foi possível medir o grau de
concordância entre os juízes, a proporção em porcentagem de opinião “concordo” ou
“concordo totalmente” em relação ao número total de respostas.
Para calcular o escore do SUS, primeiro é somado o escore de cada item que
contribui em uma escala de 1 a 5. Para os itens 1, 3, 5, 7 e 9, o escore individual é a nota
recebida menos 1. Para os itens 2, 4, 6, 8 e 10, a contribuição é 5 menos a nota recebida.
Multiplica-se a soma de todos os escores por 2,5 e assim é obtido o valor total do SUS.
Após a pontuação e o cálculo do escore, é possível fazer a classificação do sistema
avaliado: 20,5 (pior imaginável); 21 a 38,5 (pobre); 39 a 52,5 (mediano); 53 a 73,5 (bom);
74 a 85,5 (excelente); e 86 a 100 (melhor imaginável).
O estudo foi avaliado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Estadual do Ceará para obtenção da autorização de execução. O protocolo da pesquisa
seguirá os princípios éticos estabelecidos na Resolução do Conselho Nacional de Saúde
(CNS/MS) nº 466/12, que regula as pesquisas envolvendo seres humanos. Serão
garantidos os direitos dos participantes e o cumprimento dos princípios básicos da
bioética: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça (BRASIL, 2012).
Todos os participantes foram respeitados quanto aos seus valores culturais,
sociais, morais, religiosos e éticos, bem como esclarecidos quanto aos objetivos,
metodologia, finalidade e impactos desta pesquisa.
Destaca-se que o estudo não implicou riscos nem desconfortos físicos ou
psicológicos aos participantes, tampouco houve despesas ou auxílio financeiro para os
mesmos. O único risco potencial foi a perda de tempo ao responder ao instrumento de
avaliação, entretanto, este é objetivo e sucinto.
Além do risco para o participantes, por se tratar de pesquisa realizada de
forma virtual, têm-se o risco de perdas das infomações, mas os pesquisadores guardaram
as informações na nuvem e no período estabelecido de cinco anos, estes serão deletados.
Por sua vez, a pesquisa oferece benefícios sociais, científicos e de gestão.
Uma vez que essas ferramentas podem promover a melhoria da qualidade dos serviços
de saúde, garantindo acesso equitativo e transparente à população. Além disso,
proporcionam dados valiosos para pesquisas científicas, permitindo avaliar a eficácia das
intervenções e gerar evidências para políticas de saúde baseadas em dados. Em termos de
gestão, as planilhas eletrônicas capacitam os gestores de saúde a tomar decisões
informadas e em tempo real, otimizando recursos e garantindo uma resposta ágil às
necessidades da comunidade.
41

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

A apresentação dos resultados está dividida em três seções: primeiro são


apresentadas as revisões elaboradas que gerou conhecimento para a elaboração do
conteúdo; a segunda seção apresenta a proposta de construção da planilha eletrônica e na
última seção foram apresentadas e discutidas as etapas da validação de conteúdo,
aparência e usabilidade, realizada por juízes com vasta experiência profissional no campo.
Ressalta-se que os artigos que compõe esta seção foram submetidos nos
respectivos materiais científicos:
TÍTULO OBJETIVO LOCAL DE STATUS
PUBLICAÇÃO
Artigo 1: Plano de intervenção Descrever a experiência da Revista Unipar Aguardando
para garantia do acesso à construção de um (B1) Avaliação dos
atenção especializada no Plano de intervenção para pareceristas
município de Aquiraz garantir o acesso à atenção
especializada no município
de Aquiraz-Ce.
Artigo 2: Avaliação das Analisar as ferramentas
práticas gerenciais na gerenciais aplicada ao
Atenção Primária em Saúde Programa
(APS) utilizando a Preveni Brasil utilizando
ferramenta benchmarking benchmarking no alcance de
no alcance de resultados resultados.
Artigo 3: Ferramentas de Mapear na literatura
planejamento e gestão de ferramentas de planejamento e
indicadores gestão de indicadores de
de saúde na Atenção Primária saúde na Atenção Primária de
de Saúde: revisão de escopo. Saúde (APS).
Artigo 4: Implantação de Relatar a experiência da
Unidade Básica de Saúde implantação de uma Unidade
Móvel em aquiraz-ce: relato de Básica de Saúde Móvel no
experiência município de Aquiraz- Ceará.

Artigo 5: Financiamento Da Analisar o financiamento


Atenção Básica: Um Recorte federal da atenção básica à
Histórico saúde no SUS e os aspectos que
conformaram o financiamento,
as transferências de recursos e
as características desse nível de
atenção ao longo dos 36 anos de
existência do SUS.
Artigo 6: Planilha Eletrônica Construir e validar uma planilha
De Monitoramento Do Previne eletrônica de monitoramento
Brasil: construção, evidências dos indicadores do previne
de validade e usabilidade Brasil
42

4.1 Artigos

ARTIGO 1: PLANO DE INTERVENÇÃO PARA GARANTIA DO ACESSO À


ATENÇÃO ESPECIALIZADA NO MUNICÍPIO DE AQUIRAZ

Francisca Eridan Fonteles Albuquerque1


Thereza Maria Magalhães Moreira2

RESUMO: A Regulação em Saúde do Sistema Único de Saúde foi instituída pela portaria
GM/MS nº 1.559, de 08/01/08. Onde a mesma dispões da Regulação dos Sistemas,
Regulação do Acesso e da Assistência. Quando essa regulação não é realizada de forma
correta, há uma grande lacuna de acesso aos serviços especializados. Por esse motivo, o
objetivo desse estudo é descrever a experiência da construção de um Plano de intervenção
para garantir o acesso à atenção especializada no município de Aquiraz-Ce. Inicialmente
foi realizado o diagnóstico situacional do local e a partir disso desenvolvido um plano de
intervenção chamado o MALOTE, que trata-se de um planejamento onde há o intuito de
dar acesso a filas de espera aos serviços especializados. O MALOTE mostrou a
importância do trabalho em equipe, da descentralização e a relevância da gestão
participativa
Palavras-chave: Regulamentação Governamental. Sistema Único de Saúde. Saúde
Coletiva.

ABSTRACT:
The Health Regulation of the Unified Health System was established by ordinance
GM/MS nº 1,559, of 01/08/08. Where it provides for Systems Regulation, Access and
Assistance Regulation. When this regulation is not carried out correctly, there is a large
gap in access to specialized services. For this reason, the objective of this study is to
describe the experience of building an intervention plan to guarantee access to specialized
care in the municipality of Aquiraz-Ce. Initially, a situational diagnosis of the location
was carried out and from this an intervention plan called MALOTE was developed, which
is a plan that aims to provide access to waiting lines for specialized services. MALOTE
showed the importance of teamwork, decentralization and the relevance of participatory
management
Keywords: Government Regulation. Unified Health System. Public Health.
43

1 INTRODUÇÃO

O Sistema Único de Saúde (SUS) é o sistema de saúde público do Brasil,


criado com base nos princípios estabelecidos na Constituição Federal de 1988 e
regulamentado pela Lei nº 8.080/1990. O SUS é um dos maiores sistemas públicos de
saúde do mundo e tem como objetivo garantir o acesso universal, integral e gratuito à
saúde para todos os cidadãos brasileiros. É composto por alguns princípios, que são:
Universalidade; integralidade e equidade (Paim, 2020).
O tratamento e o acesso integral exigem uma ampliação do "objeto de
trabalho", agregando os problemas de saúde à tradicional clínica centrada na doença e,
sobretudo, considerando a vinculação a esses sujeitos. Essa expansão requer uma
mudança nos métodos de intervenção, pois tratar as pessoas para além da dimensão
biológica, bem como trabalhar com suas dimensões sociais e subjetivas, continua sendo
um grande desafio para a saúde pública (Oliveira; Elias, 2012; Do Nascimento et al.,
2009).
Considerando a portaria GM/MS nº 1.559, de 08/01/08 (Oliviera; Pereira,
2013), que dispõe sobre a regulamentação do SUS nacional, ela se divide em três linhas:
1- Regulação dos sistemas de saúde; 2- Regulação dos cuidados de saúde; 3- Regulação
do acesso à ajuda. Pode-se conceituar a regulação em saúde como um conjunto de
medidas que medeiam a demanda de usuários e a disponibilidade de serviços de saúde de
acordo com diferentes perfis de demanda e oferta, bem como regulam o acesso e
estabelecem meios e ações para assegurar direitos constitucionais. acesso geral, fixo e
igualitário, independentemente de acordo prévio no planejamento dos recursos e serviços
de saúde e da disponibilidade de recursos financeiros (Castro; Machado, 2010).
Realizar os princípios do SUS e a Política Nacional de Regulação em Saúde
é de grande relevância para a execução das ações e serviços de saúde da e na Atenção
Básica, que é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS) (Figueiredo,
2012).
Na perspectiva de que a saúde é um direito de todos e dever do Estado,
pautado em suas Leis normativas e Organizacionais, a Regulação em Saúde é uma das
principais Políticas Públicas em Saúde que está no escopo desse direito (De Barros;
Amaral, 2017). Identificada aa necessidade de ampliar a capacidade do setor saúde para
atender as demandas da população, o município de Aquiraz realizou diagnóstico
situacional da saúde através da equipe de Transição do Governo Municipal de Aquiraz
44

no início de 2021 e identificou-se uma demanda reprimida em relação ao acesso da


população aos serviços especializados.
Diante do exposto, o presente estudo tem por objetivo descrever a
experiência da construção de um Plano de intervenção para garantir o acesso à atenção
especializada no município de Aquiraz-Ce.

2 MÉTODO
O município de Aquiraz está situado no estado do Ceará, situado na costa Leste
do litoral (Figura 1). Ela integra a Área Descentralizada de Saúde (ADS) de Fortaleza,
que é composta pelos municípios: Fortaleza, Aquiraz, Eusébio e Itaitinga.
Inicialmente foi realizado o diagnóstico situacional em janeiro e fevereiro de
2021, por uma equipe de especialistas nas áreas nos setores de Controle, avaliação,
regulação e auditoria. Após a análise dos registros encontrados no setor de informática da
Central de Regulação pela equipe de Controle, avaliação, regulação e auditoria,
verificando as quantidades dos serviços pactuados e a demanda reprimida, bem como
levantamento de dados pela Atenção Primária de Saúde junto às Unidades Básicas de
Saúde, pelo qual ficou constatada a significativa demanda reprimida de procedimentos da
Atenção especializada.
As circunstâncias imediatistas do momento pandêmico, início de gestão pública e
o diagnóstico de saúde feito através da análise dos dados e informações encontrados,
assegurando ao gestor da saúde a necessidade urgente de descentralizar as ações de saúde.
O Malote das Especialidades, alternativa cujo cerne está focado em efetivar no
espaço físico das 32 UBS, a princípio, as mais urgentes, consultas especializadas de
cardiologia, dermatologia e pequenas cirurgias de baixa complexidade para as Unidades
Básicas de Saúde.
O Malote é de fato uma “Mala” que transporta a documentação da Atenção
especializada que é parte dos itens elencados pela gestão saúde, com base nas
necessidades já apontadas no diagnóstico de saúde. Essa “Mala” ou “Malote” vai para
UBS e volta para UBS.
Realizado a reunião de implantação do novo PROGRAMA DO MALOTE DAS
ESPECIALIDADES, compartilhando a ideia com a Estratégia Saúde da Família, a equipe
do Hospital Municipal e da Coordenação de controle, avaliação, regulação e auditoria,
com o gestor de saúde e com a presença do prefeito.
Feito o Mapeamento das áreas de maior risco e o levantamento das prioridades
45

assistenciais da população, avaliação dos recursos de Rh, recursos materiais e de


infraestrutura e transporte, digamos, a logística. Selecionado as localidades com maior
demanda reprimida, e, foi dado prioridade aquelas com maior vulnerabilidade de acesso,
foi elaborado um cronograma geral das demais unidades.
Iniciado em março de 2021 o Projeto “Malote das Especialidades” com a
realização de um grande Seminário para a reedição da ideia com todas as equipes da
Estratégia Saúde da Família, operacionalizada em grupos de oficinas de multiplicação e
capacitação, ressaltar que participaram desde as recepcionistas até os motoristas dos
veículos condutores das equipes.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Estratégia Saúde da Família conta com 32 unidades Básicas de Saúde
distribuídas nesse “cenário espaço- territorial” formado por áreas de caatinga e praia de
clima tropical- quente (Figura 2). As demais unidades de saúde que constituem a RAS
ficam na sede do município. É muito importante considerar que existe um grande
distanciamento entre as Unidades Básicas de Saúde e consequentemente das microáreas
de saúde o determina ocasionando um fator complicador para otimizar o deslocamento
da população às unidades de saúde e vice-versa. Esse fato determina a necessidade, digo
impõe a gestão de saúde a necessidade de estabelecer diretrizes de trabalho voltadas
efetivamente a resolver, dirimir as barreiras e obstáculos e garantir o acesso, a
integralidade e a resolutividade da assistência à saúde.
46

Figura 1- Estrutura dos Equipamentos de Saúde e Dados Sociodemográficos

A Central de Regulação e a Direção do Hospital Municipal com base nas


prioridades norteadoras da Atenção Primária Saúde elaboraram um cronograma (Figura
3) de atendimento semanal das especialidades de consultas de cardiologia, dermatologia
47

e pequenas cirurgias eletivas, ressaltando que essas são de baixa complexidade,


documento esse divulgado para coordenações das UBS, que por sua vez assumem a
responsabilidade de avisar aos usuários de cada Área Adscrita.

Figura 2- Cronograma de implantação do malote das especialidades/ 2021.


ETAPAS/2021 JANEIRO FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAI-DEZ

DIAGNÓSTICO X

MAPEAMENTO X

DISCUSSÕES X

DIVULGAÇÃO X

AGENDAMENTO X X X

REALIZAÇÃO X X X

AVALIAÇÃO X

EDUCAÇÃO X
PERMANENTE

Fonte: autoria própria, 2024.

O Malote das Especialidades, alternativa cujo cerne está focado em efetivar no


espaço físico das 32 UBS, a princípio, as mais urgentes, consultas especializadas de
cardiologia, dermatologia e pequenas cirurgias de baixa complexidade para as Unidades
Básicas de Saúde.
O Malote é de fato uma “Mala” que transporta a documentação da Atenção
especializada que é parte dos itens elencados pela gestão saúde, com base nas
necessidades já apontadas no diagnóstico de saúde. Essa “Mala” ou “Malote” vai para
UBS e volta para UBS.
Realizado a reunião de implantação do novo PROGRAMA DO MALOTE DAS
ESPECIALIDADES, compartilhando a ideia com a Estratégia Saúde da Família, a
equipe do Hospital Municipal e da Coordenação de controle, avaliação, regulação e
auditoria, com o gestor de saúde e com a presença do prefeito.
Agendado atendimento 3 vezes por semana dimensionado 30 consultas de cada
especialidade por dia, e 3 procedimentos eletivos de pequenas cirurgias, obviamente
adequando a capacidade instalada de cada Unidade Básica de Saúde, adequação essa feita
pela enfermeira da coordenação do malote e a enfermeira coordenadora da UBS, e ainda
48

com o apoio irrestrito da Coordenação da assistência farmacêutica, dentro da suas


especificidades, seja elenco de medicamentos e insumos disponibilizados para o
programa do Malote.
Dimensionado trinta consultas de cada especialidade por dia, e 3 procedimentos,
obviamente adequando a capacidade instalada de cada Unidade Básica de Saúde que é
conhecedora de fato da real necessidade das populações que moram nas áreas
descentralizadas, nos distritos territoriais. Foi determinado pelo gestor da saúde um
veículo específico, que sairia da secretaria de saúde em horário compatível com o tempo,
calculado pela coordenação do malote para chegada nas UBS, pois cada UBS tem uma
distância diferente, e, bastante estratificadas as áreas adscritas. A saída foi normatizada
saída da Sede da secretaria Municipal de Saúde, e retorno, também, pois a guarda do
MALOTE, digo “o Malote dorme” na sede da Secretaria Municipal de Saúde (Figura 4).
49

Figura 3- Resultados do Projeto Malote

Fonte: autoria própria.

Foram mantidas as marcações das consultas especializadas na Sede do município,


funcionando no Centro de Especialidades Médicas com o propósito de atender a demanda
50

da sede e população adscrita da periferia do município, com o monitoramento contínuo


feito pela setor de Controle, avaliação, regulação e auditoria com o objetivo de
salvaguardar um maior grau de resolutividade e ter com certeza a propriedade do sucesso
do acesso e do atendimento integral das devidas demandas, mantendo também à vista e
sob controle o atingimento das metas e almejando o alcance dos indicadores de saúde.
Os principais procedimentos realizados foram: câncer de pele, Biópsia, Cisto
epidérmico, Nevo/Fibroma/Dermatofibroma Cantectomia, Lóbulo de orelha Lipoma,
Verruga plantar, Retalho, Seringona, ECT Ceratose, ECT Verruga, Acrocórdons,
Drenagem de Abscesso, Infiltração Queloides, Cirurgia Queloides, Vasectomia,
Postectomia (Figura 5).

Figura 4- Resultados do Programa de Dermatologia

Fonte: autoria própria.


51

Para melhor entendimento, foi criado um fluxograma de demonstração de como


ocorre o Programa Malote (Figura 6).

Figura 5- Fluxograma
52

A Regulação em Saúde se torna um instrumento poderoso e importante para a


transformação da realidade da saúde dos municípios. Quando realizado de forma correta,
há o fortalecimento da Atenção Básica, organização da gestão, sáude de qualidade,
equidade e universalidade dos seus usuários (SILVA JUNIOR et al., 2022).
A regulação em saúde no SUS envolve vários aspectos, incluindo: Regulação
Assistencial que envolve o planejamento e a organização dos serviços de saúde, incluindo
a definição de protocolos de atendimento, a distribuição de recursos (como leitos
hospitalares, equipamentos médicos, profissionais de saúde), a regulação da oferta e da
demanda por procedimentos e a regulação da fila de espera para cirurgias e exames
(CAVALCANTE; CRUZ; PADILHA, 2018).

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implantação do MALOTE das Especialidades evidenciou a importância da


descentralização das ações de saúde para gestão saúde de Aquiraz, visto a quantidade, a
distribuição e distâncias territoriais da população em geral. Além da otimização de
recursos humano, material e de infraestrutura, tempo disponibilizado nas ações, aumento
da resolutividade e acessibilidade, humanização da assistência, proporcionando
condições equânimes, além de ampliar a possibilidade do atingimento dos indicadores de
desempenho e metas de programação. Realização de um trabalho em rede, permitindo
uma visão contextual dentro da Ras do município e podendo a gestão da saúde se
organizar cada vez mais e melhor dento da Rede Estadual e Federal de Saúde.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Portaria GM/ MS Nº 1.559, de 01 de agosto de 2008. Institui a Política


Nacional de Regulação do SUS.

BRASIL. Portaria GM/ MS Nº 4279, de 30 de dezembro de 2010. Estabelece


diretrizes para organização da rede de atenção à saúde no SUS.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Resolução nº 5, de15 de


outubro de 2021. Diário Oficial da União, publicado em: 18/ 10/2021. Edição: 196;
Seção:1; Página: 124.
53

CASTRO, Ana Luisa Barros de; MACHADO, Cristiani Vieira. A política de atenção
primária à saúde no Brasil: notas sobre a regulação e o financiamento federal. Cadernos
de saúde pública, v. 26, p. 693-705, 2010.

CAVALCANTI, Ronald Pereira; CRUZ, D. F.; PADILHA, WILTON WILNEY


NASCIMENTO. Desafios da regulação assistencial na organização do Sistema Único
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54

ARTIGO 2: AVALIAÇÃO DAS PRÁTICAS GERENCIAIS NA ATENÇÃO


PRIMÁRIA EM SAÚDE (APS) UTILIZANDO A FERRAMENTA
BENCHMARKING NO ALCANCE DE RESULTADOS

Francisca Eridan Fonteles Albuquerque¹


Thereza Maria Magalhães Moreira2

RESUMO: Atenção Primária à Saúde (APS) é um componente essencial dos sistemas


de saúde em todo o mundo e tem sido reconhecida como uma forma eficaz de melhorar
a saúde e o bem-estar das populações. Atualmente, o Programa Previne Brasil foi criado
para melhorar a eficiência e eficácia da APS, especialmente em áreas de maior
vulnerabilidade social. O monitoramento e avaliação dos indicadores de saúde são
estratégias utilizadas nas praticas gerenciais na APS. A ferramenta benchmarking como
instrumento gerencial para o monitoramento de indicadores de desempenho para auxiliar
a atingir os objetivos e os resultados almejados pelo programa preveni Brasil. O objetivo
do estudo é analisar as ferramentas gerenciais aplicada ao Programa Preveni Brasil
utilizando benchmarking no alcance de resultados. Este artigo é um estudo de revisão de
escopo proposto para analisar as ferramentas gerenciais aplicadas ao Programa Preveni
Brasil utilizando benchmarking no alcance de resultados. A metodologia utilizada no
estudo foi a de Scoping Review, sendo um método de revisão proposto pelo Instituto
Jonna Briggs (JBI). A revisão de escopo demonstrou a importância das práticas
gerenciais da APS utilizando a ferramenta benchmarking para o monitoramento dos
indicadores do programa preveni Brasil. Os achados do estudo apresentou a necessidade
de criar ferramentas para o Benchmarking no monitoramento dos indicadores de saúde,
otimizando os processos de gestão e aplicação de boas práticas, melhorando a
performance da análise e acompanhamento. Ainda, podendo levar a redução de gastos e
aproveitamento otimizado dos recursos, que levará a redução de custos de funcionamento
e orientação estratégica para o alcance de melhores indicadores de saúde. As leituras do
material levantado enfatizam que o Benchmarking é uma ferramenta útil na avaliação de
saúde para melhor avaliar e analisar os resultados positivos e negativos, experiências,
avanços e entraves que possa ocorrer na prática gerencial.
Palavras Chaves: Preveni Brasil, Gestão, Indicadores, Benchmarking
55

ABSTRACT: Primary Health Care (PHC) is an essential component of health systems


around the world and has been recognized as an effective way to improve the health and
well-being of populations. Currently, the Previne Brasil Program was created to improve
the efficiency and effectiveness of PHC, especially in areas of greater social vulnerability.
Monitoring and evaluating health indicators are strategies used in management practices
in PHC. The benchmarking tool as a management instrument for monitoring performance
indicators to help achieve the objectives and results sought by the preventi Brasil
program. The objective of the study is to analyze the management tools applied to the
Preveni Brasil Program using benchmarking in achieving results. This article is a scoping
review study proposed to analyze the management tools applied to the Preveni Brasil
Program using benchmarking in achieving results. The methodology used in the study
was Scoping Review, a review method proposed by the Jonna Briggs Institute (JBI). The
scope review demonstrated the importance of PHC management practices using the
benchmarking tool to monitor the indicators of the preventi Brasil program. The study
findings presented the need to create tools for Benchmarking in monitoring health
indicators, optimizing management processes and applying good practices, improving the
performance of analysis and monitoring. Furthermore, it can lead to a reduction in
expenses and optimized use of resources, which will lead to a reduction in operating costs
and strategic guidance to achieve better health indicators. The readings of the material
collected emphasize that Benchmarking is a useful tool in health assessment to better
evaluate and analyze the positive and negative results, experiences, advances and
obstacles that may occur in management practice.
Keywords: Preveni Brasil, Management, Indicators, Benchmarking

INTRODUÇÃO
A Atenção Primária em Saúde no Brasil (APS) exerce grande importância para
saúde pública em nosso país. Desde de 1994 vem ofertando à população serviços de
Atenção Primária à Saúde (APS) a partir da Estratégia Saúde da Família (ESF).

Estudo internacional evidenciou a complexidade da Atenção Primária à Saúde


e a necessidade de considerar aspectos multidimensionais para avaliar seu impacto sobre
a saúde da população (SCHAFER et al., 2011).
Somos conhecedores que tivemos vários alcances com a consolidação do SUS.
Apesar que o SUS foi constituído em 1988 com vários bons exemplos de sistemas de
56

saúde centrados na APS ao redor do mundo, com bons modelos de monitoramento e


avaliação, a migração de centralidade do sistema para este ambiente de cuidado no SUS
se deu de forma contínua, o que pode ser observado com uma breve retrospectiva
histórica
A ESF é a responsável pelos avanços e alcances de resultados importantes nos
indicadores de saúde e coberturas vacinais onde pontuamos: redução da mortalidade
infantil e de mortes evitáveis em adultos; oferta de cuidado a condições clínicas
frequentes; imunização; controle de condições crônicas; rastreamento do câncer; saúde
mental; diminuição de internações por condições sensíveis; e diminuição da busca por
serviços de urgências por motivos não caracterizados como urgentes. (SELLERA et all.,
2020). Em contrapeso, o Banco Mundial em seu Relatório aponta que o Brasil teve
um cenário histórico de fragilidade em garantir acesso e uma limitada capacidade de
incorporar tecnologias, além da baixa produtividade representada pelo reduzido número
de consultas por médico/ano (1.470, contra 2.294 nos países da OCDE). (BANCO
MUNDIAL, 2017).
Desse modo, a Atenção Primária à Saúde (APS) é um componente essencial dos
sistemas de saúde em todo o mundo e tem sido reconhecida como uma forma eficaz de
melhorar a saúde e o bem-estar das populações. Enquanto programas de saúde no Brasil,
surgiu o Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica
(PMAQ-AB) e o Programa Previne Brasil que foram criados para melhorar a eficiência
e eficácia da APS, especialmente em áreas de maior vulnerabilidade social (BARBOSA,
2021).
Atualmente, no contexto da APS, uma das principais estratégias é a do Programa
Previne Brasil sendo um Pagamento por Desempenho (P4P), que busca incentivar as
equipes de saúde a melhorar seus processos de atendimento e alcançar metas específicas.
Esse modelo de remuneração baseia-se no cumprimento de indicadores de desempenho,
que estão relacionados à qualidade dos serviços prestados e à melhoria dos resultados de
saúde (BRASIL, 2022).
O cumprimento dos indicadores de desempenho é uma estratégia desafiadora,
pois requer uma análise criteriosa das práticas gerenciais na APS. Para Harzheim (2020)
em seu estudo destaca como essencial a importância da identificação das áreas que
precisam de melhorias para que os recursos sejam utilizados de forma mais eficiente e
eficaz, a fim de alcançar as metas estabelecidas pelo programa.
Estudo vem destacando os resultados positivos da APS por meio do Programa
57

Previne Brasil com a reforma do seu financiamento beneficiando à população. Foi


destacado um incremento de mais de 50 milhões de pessoas com cadastro qualificado e
único, associado ao número recorde de mais de 52 mil equipes de Saúde da
Família/Atenção Primária financiadas pelo Ministério da Saúde (MS), sendo mais de 35
mil dessas com uso constante de prontuário eletrônico, alcançando o acesso de primeiro
contato, da longitudinalidade e da coordenação do cuidado, muito dependentes da
continuidade da informação clínica. (HARZHEIM et al., 2022).
O Programa Previne Brasil tem finalidade ampliar o acesso, melhorar a
qualidade e trazer mais equidade para APS no país, baseado nas melhores experiências
de qualidade das unidades básicas no mundo, dentro de sistemas universais de saúde.
Para Harzheim et al., (2020) é um modelo de financiamento misto, que tem a
pretensão de equilibrar valores financeiros per capita referentes à população efetivamente
cadastrada nas equipes de Saúde da Família e de Atenção Primária, com o grau de
desempenho assistencial dessas equipes somado a incentivos para ações estratégicas.
O financiamento desse programa é um modelo heterogênico, que tem a
aspiração de compensar valores financeiros per capita relativos à população efetivamente
cadastrada nas equipes de Saúde da Família e de eSF, com o coeficiente de atuação
assistencial dessas equipes adicionado a incentivos para ações estratégicas, utilizando
metodologias tecnológicas para validar os dados (MOROSINI; BATISTA, 2020;
HARZHEIM et al., 2020).
Desse modo, para monitorar e avaliar os indicadores de saúde do programa
preveni Brasil é de suma importância adotar estratégias e práticas gerenciais bem
definidas e direcionada como a ferramenta benchmarking para o monitoramento de
indicadores de desempenho para auxiliar a atingir os objetivos e os resultados almejados
pelo programa.
Benchmarking pode ser entendido como processo que compara produtos,
serviços e práticas empresariais. É considerado um instrumento importante dentro da
gestão empresarial. O benchmarking é feito por meio de pesquisas que comparam ações
de empresas que atuam no mesmo ramo ou em ramos diferentes (VASCONCELOS;
CANEN; LINS, 2006). Desta forma, pode-se dizer que o benchmarking é uma forma de
se procurar, continuamente, por pontos referenciais para medir as competências dentro
do negócio que a empresa pratica.
O estudo justifica-se pela necessidade de analisar experiencias de práticas
gerenciais no programa preveni Brasil no monitoramento e avaliação dos indicadores de
58

saúde, na perspectiva da ferramenta benchmarking utilizando análise profunda das


melhores práticas gerenciais e usadas na APS. O benchmarking é uma espécie de
feedback sobre aquilo que está funcionando, dando certo no mercado, auxiliando
executivos a se tomarem decisões assertivas, com o intuito de melhorar os resultados da
empresa.
A utilização da ferramenta benchmarking para monitorar e analisar os
indicadores do programa preveni Brasil servirá para gerenciar os indicadores de saúde
da APS mediante de monitoramento e análise das práticas gerenciais, adotando fluxos
assistenciais SUS e protocolos clínicos definidos. Este artigo é um estudo de revisão de
escopo proposto para analisar as ferramentas gerenciais aplicada ao Programa Preveni
Brasil utilizando benchmarking no alcance de resultados.
A revisão de escopo tem sido descrita como examinar a extensão e natureza
das produções ou esclarecer conceitos que fundamentam uma dada área; identifica a
viabilidade ou relevância de realizar revisão sistemática e, configurando um exercício
preliminar a revisão sistemática que apura a pergunta de revisão. Desse modo, a revisão
de escopo pode tanto auxiliar o revisor a examinar evidências emergentes, quando a
produção cientifica existente é recente ou incipiente, quanto examinar como as pesquisas
estão sendo conduzidas em áreas já consolidadas (ARSEY e O’MALLEY (2005). Desse
modo, questiona-se: A utilização da ferramenta benchmarking para monitorar e analisar
os indicadores do programa preveni Brasil contribuirá para o alcance de resultados? O
objetivo do estudo é analisar as ferramentas gerenciais aplicada ao Programa Preveni
Brasil utilizando benchmarking no alcance de resultados por meio de uma revisão de
escopo.

MÉTODO
Foi utilizada no estudo a Scoping Review, método de revisão proposto pelo
Instituto Jonna Briggs (JBI), que permite mapear os principais conceitos, clarificar áreas
de pesquisa e identificar lacunas do conhecimento (JBI, 2015).
A elaboração da pergunta do estudo, utilizou-se a estratégia Population, Concept
e Context (PCC) para uma scoping review (JBI, 2015). Foram definidos: P- Atenção
Primária; C- programa preveni e indicadores e C- ferramentas gerenciais, desde que
considere a análise dos indicadores de saúde na Estratégia Saúde da Família (ES).
Foram incluídos estudos empíricos e teóricos, publicados em inglês, espanhol
59

ou português, que envolvessem atenção primária, programa preveni, indicadores, gestão,


ferramenta benchachikg, monitoramento e análise. Os contéudos mais importantes que
esteja comum ao objeto do estudo foram estudados. Foram excluídos os estudos que
abordassem apenas atenção primária em saúde, sem abordarem as ferramentas gerenciais
aplicada ao programa preveni Brasil e análises de seus indicadores.
No método foi aplicado o protocolo Joanna Briggs (2015) que estabelece a
melhor maneira de se alcançar uma pergunta efetiva que direciona o trabalho de revisão
é se utilizar da estratégia PCC, anacrônico para População, Conceito e Contexto, onde P
= a população (pessoa jurídica organização pública), C = conceito (pandemia, crise e
medidas) e C = contexto (atividade econômica).
A estratégia PCC orienta a elaboração da pergunta de pesquisa, da busca
bibliográfica e permite o pesquisador localizar, de maneira clara, a melhor informação
científica disponível (SANTOS, PIMENTA e NOBRE (2015).
Após a formulação da questão norteadora, sintetizada no objetivo, inicia-se a
busca dos estudos a serem revisados. Tal procura requer um processo de decisão, que
passou pela escolha das bases de dados em que foram pesquisados os estudos, dos
critérios de inclusão e exclusão dos artigos levantados a partir das estratégias de busca
desenhada, e que tipo de publicações entraria para a revisão (artigos, teses, dissertações,
etc).
O estudo de Arksey e O’Malley (2005) identificou que as bibliografias dos
estudos encontrados através das pesquisas de banco de dados – especialmente revisões
sistemáticas e revisões da literatura tradicional – para garantir que esses estudos foram
incluídos no exercício da revisão. Tal processo identificou outras referências, embora
tenha sido atingido um ponto de saturação onde não estavam sendo identificados novos
estudos.
Neste sentido, o levantamento bibliográfico foi realizado no período de julho e
agosto de 2023, utilizando as bases de dados ScientificElectronic Library (SCIELO) e
National Library of Medicine (PubMed). Inicialmente, foram analisadas as palavras
contidas nos títulos, resumos e descritores. Os estudos selecionados que respondiam à
questão norteadora desta revisão foram lidos na íntegra e suas referências foram
analisadas em busca de estudos adicionais.
Utilizou- se ainda, as bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde (LILACS) para adequação às demais bases de dados e plataformas
foram também utilizados os Descritores em Ciências da Saúde (DeCs) para as bases em
60

português: atenção primária, programa preveni e gestão. As referências listadas nos


estudos encontrados também foram pesquisadas, visando identificar documentos
adicionais para inserção potencial.

RESULTADOS
Dos 100 estudos encontrados, após leitura exaustiva dos títulos e resumos dos
artigos, 40 foram selecionados por preencherem os critérios de inclusão estabelecidos.
Entre os selecionados, seis foram exclusos por estarem publicados em mais de uma base
de dados e 10 por não contemplarem em sua totalidade o tema, se referindo apenas à
Atenção Primária em Saúde (APS).

Nesta revisão, a amostra final totalizou em nove estudos selecionados. O


processo de busca e seleção dos estudos desta revisão está apresentado conforme
recomendações do JBI, segundo checklist adaptado do PreferredReportingItems for
Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) (JOANNA BRIGGS, 2015).
Os nove estudos inclusos nesta revisão foram publicados e disponibilizados no
período de 2011 a 2023. Dentre eles, (05) cinco eram artigos científicos e (03) três
Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) (e (01) UM RESUMO anais Quadro 1). Os
estudos sobre a temática abrangeram estudos de abordagem qualitativa e com propósitos
de estudo semelhantes sobre o impacto o Programa Preveni Brasil, práticas gerenciais,
monitoramento e benchmarking correlacionado com análise de resultados dos
indicadores. Nesse sentido, o quadro 1 apresenta as atividades realizadas no Programa
Previne Brasil e as ferramentas gerenciais aplicados aos indicadores de alcance de
resultados.
61

Quadro 1. Estudos encontrados conforme ano de publicação, autoria,


periódico/instituição, título, país do estudo e tipo de publicação.
n Ano Autoria Periódico Título País Publicação
Instituição
1 2022 PINHEIRO,P;L Recima21,issn Programa Previne Brasil, Br Artigo
IMA, G.P. 26775-6218 conhecimento dos gestores
sobre dashboard de
monitoramento de
indicadores de desempenho
de gestão: protocolo de
revisão de escopo.
2 2011 CRUZ, Uniju Indicadores de saúde e Br RESUMO
A.G.S;POZZO segurança do trabalho para AMOSTRA
BON, C.S. avaliação de desempenho e
benchmarking entre empresas
construtoras
3 2022 AGUIAR, R.S; Revista Qualidade da atenção à Br Artigo
ISSN SILVA,S..S. eletrônica saúde do idoso atenção
1695 de primária: uma revisão
- enfermeria, integrativa
6141
4 2019 SOUZA,R.R.H Faculdades A aplicabilidade do Br TCC
; SILVA,T.N. doctum de
benchmarking nos
serra aplicativos móvel
5 2022 HARZHEIM Ciência & Atenção primária à saúde Br Artigo
ET ALL. saúde coletiva,
para o século XXI: primeiros
27(2):609-617,resultados do novo modelo
2022 de
financiamento
6 2016 BARRETO, Com. Opções para a Br Artigo
J.O.M; Ciências implementação do
DIAS, saúde. 2016; pagamento por desempenho
R. 27(2):119- na saúde: um overview de
128 revisões sistemáticas
7 2023 LINARD, A.G; SciELOPreprin Avaliação dos indicadores de Br Artigo
SILVA, A.C.G; ts.6322. desempenho do programa
SANCHO, Previne Brasil no Maciço de
A.T.S, Baturité: Doenças crônicas.
MARQUES,
J.K.S;
MARTINS,
J.S.
62

8 2023 ARAUJO, Universidade Avaliação de mecanismos Br TCC


K.A.L. Federal do Rio gerenciais na atenção
Grande do primária em saúde
Norte Centro objetivando alcançar
de ensino eficiência
superior do
Seridó
graduação em
ciências
contábeis
9 2021 SOARES, C.S; Revista de Debate acerca do novo Br TCC
SILVA, K.R; Administração financiamento da APS: um
SILVA, M.C Hospitalar e relato de experiência.
Inovação em
Saúde.
Fonte: autoria própria (2024)

Quadro 2. Descrição das práticas gerenciais realizadas na APS utilizando ferramenta


tecnológicas.

Estudo Descrição da problemática Intervenções apontadas


1 Conhecimento dos gestores A relevância da interprofissionalidade. A
sobre indicadores de educação interprofissional em saúde e o
desempenho, monitoramento e trabalho em equipe consistem em ferramentas
avaliação do programa Previne fundamentais para que os profissionais de
Brasil. saúde consigam utilizar os indicadores de
saúde a favor do seu processo de trabalho. Se
os profissionais de saúde conquistam uma boa
resolutividade dos serviços de APS centrados
na família, eles são capazes de identificar
riscos e fazer um encaminhamento qualificado,
quando necessário.
2 Indicadores relacionados à Conclui-se, também, que os indicadores foram
segurança e saúde do trabalho elaborados para a realização de uma avaliação,
na construção que podem ser baseada em um método quantitativo e não
levantados junto às empresas paramétrico, que permite posicionar uma
construtoras e analisados empresa de construção civil em relação às
utilizando-se a técnica DEA demais pesquisadas. Com isso, o resultado
(Data Envelopment Analysis), obtido com o levantamento destes indicadores
com a posterior realização de junto às construtoras pode ser analisado
benchmarking entre as utilizando-se a técnica DEA (Data
empresas participantes. Envelopment Analysis), com a posterior
realização de benchmarking entre as
participantes.
3 Investigar os fatores que A partir dos dados obtidos na revisão,
potencializam e fragilizam a identifica-se a existência de fragilidades na
qualidade da atenção ao idoso atenção à saúde do idoso na APS que
na APS pode auxiliar os impactam diretamente na qualidade do cuidado
profissionais e gestores a atuar oferecida e percebida pela pessoa idosa. Foram
no planejamento e identificados aspectos que envolvem ausência
63

aprimoramento das ofertas de treinamentos, protocolos, insumos, recursos


assistenciais. humanos, infraestrutura e de rede intersetorial.

4 A ‘benchmark’, que tem o O benchmarking é uma espécie de feedback


significado de ‘referência’. sobre aquilo que está funcionando, dando certo
Esta ferramenta é utilizada no mercado, auxiliando executivos a se
para realizar análise profunda tomarem decisões assertivas, com o intuito de
das melhores práticas aplicadas melhorar os resultados da empresa
e usadas por empresas que
atuam no mesmo setor daquela
que conduzirá a investigação.
5 A oferta serviços de atenção O cadastro das pessoas e dos profissionais da
primária à saúde (APS) a partir APS brasileira junto ao Sistema de Informação
da Estratégia Saúde da Família em Atenção Básica (SISAB) se configura
(ESF). A ESF alcançou como o maior conjunto de dados demográficos
resultados importantes. Nesse e clínicos de saúde do mundo. Esses avanços
período, o modelo de favorecem a superação das dificuldades para o
financiamento da APS não alcance de maior acesso, longitudinalidade e
sofreu alterações coordenação do cuidado, qualificando a APS
metodológicas importantes. brasileira em busca de melhores resultados em
saúde.
6 O pagamento por desempenho Fatores institucionais e contextuais podem
é usado em todo o mundo para afetar significativamente a implementação e os
apoiar a melhoria dos resultados. O monitoramento e avaliação dos
processos e resultados em incentivos devem focar a adequação aos
saúde, mas ainda há resultados pretendidos e a ocorrência de efeitos
considerável lacuna de involuntários ou indesejados.
conhecimento sobre seus
efeitos, especialmente pela
variedade de modelos e
contextos
7 Monitorar e avaliar o a avaliação realizada nesta pesquisa visa
desempenho das ações estimular o planejamento de uma gestão de
realizadas na APS é uma saúde adequada e contribuir para tomada de
atividade que promove o decisões dos gestores. Dessa forma, os dados
aprimoramento dos serviços, coletados exibem a necessidade de mudanças
além de subsidiar o processo no perfil de atendimento a pacientes com
de gestão, dão transparência doenças crônicas não transmissíveis no Maciço
aos investimentos na área da de Baturité.
saúde para a sociedade.
64

8 Analisar os principais A gestão em saúde pública deve identificar as


processos gerenciais que lacunas existentes, a fim de implementar
impactam a eficiência da estratégias efetivas para aprimorar o
atenção primária à saúde na desempenho e atingir as metas estabelecidas.
cidade de Caicó-RN e Isso requer uma análise cuidadosa das práticas
identificar áreas onde e procedimentos adotados, com a identificação
melhorias podem ser realizadas de áreas de melhoria e a implementação de
para se obter mais recursos, intervenções adequadas. Além disso, é
considerando a nova fundamental fortalecer a capacidade de
metodologia de pagamento por monitoramento e avaliação dos
desempenho do Programa serviços de saúde, a fim de garantir a eficácia
Previne Brasil. das ações implementadas, gerando, por
conseguinte, eficiência no serviço.
9 Debates/Questionamentos por Foram analisados quatro tópicos de discussão:
discentes do curso de mestrado universalidade do acesso e cadastro, impactos
em Gestão de Serviços de positivos e negativos nos pressupostos da APS,
Saúde da Universidade Federal mudanças em ações estratégicas, e
de planejamento em saúde e perda de recursos.
Minas Gerais (UFMG) Concluiu-se que o debate foi enriquecedor para
relacionadas ao novo a qualificação e tomada de decisões dos
financiamento da Atenção gestores da área da saúde.
Primária à Saúde (APS),
intitulado Programa Previne
Brasil.
Fonte: autoria própria (2024)

DISCUSSÃO
Testemunhamos os avanços e desafios que o nosso sistema de saúde brasileiro
vem sendo reconstruído em cada momento da política de saúde. Sabido que a Atenção
Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de atenção em saúde, sendo a porta de
entrada preferencial para os usuários do sistema de saúde. É uma estratégia fundamental
para promover a saúde, prevenir doenças, tratar condições de saúde comuns e coordenar
o cuidado integral dos indivíduos.

O financiamento da APS é de suma importância para a figura do gestor público


na garantia do acesso à saúde e a resolutividade pelo trabalho da Estratégia Saúde da
Família (ESF) sendo desafiador nos processos gerenciais. São muitos avanços,
problemas, dificuldades, transformações, intervenções, fragilidades e despreparo na
porta de entrada do SUS quanto se fala sobre os recursos financeiros da APS.
É notório que a APS atende a mais de 80% dos problemas de sua população,
com tecnologias de menor densidade tecnológica e mais intensivas em cognição. Estudos
mostram que essa resolubilidade da Atenção Primária pode reduzir consideravelmente as
65

Internações por Condições Sensíveis à Atenção Primária (ICSAP), que geram um alto
custo ao sistema público de saúde (MORIMOTO; COSTA, 2019; PINTO et al., 2019).
Para os autores SOARES; MARTIN; SILVA, (2021) destaca em seu estudo que
a APS deve conhecer sua população adscrita e, nesse processo, o cadastro é importante.
No entanto, o mero registro sem a análise dos dados não garante a prestação da assistência
adequada aos usuários. Os gestores deverão pensar em estratégias para aumentar o
vínculo com a população e qualificar a oferta de cuidado de acordo com as necessidades
dos usuários, para além do cadastro
Para os mesmos autores acima em seu estudo verificou-se que o Programa
Previne Brasil tem aspectos positivos e negativos. Avaliaram que o pagamento por
desempenho e o incentivo financeiro a estratégias podem aumentar a resolubilidade da
Atenção Primária. Outros consideraram que o Programa não qualifica os serviços e pode
aumentar as desigualdades no financiamento para os municípios com realidades tão
diferentes, trazendo prejuízos às ações de promoção da saúde e prevenção de doenças e
agravos. A adoção de mecanismos e processos gerenciais mostra-se cada vez mais
necessária para implementação de uma gestão dos serviços de saúde mais eficiente,
buscando alocar de maneira racional os recursos disponíveis, geralmente escassos.
Nesse sentido, VARELA et al (2012) afirma que o SUS acompanhou a
influência das iniciativas de modernização da administração pública gerencial com foco
em gerar resultados e aumentar a eficiência no uso dos recursos.
Os mecanismos e processos gerenciais mais comumente usados na gestão da
Saúde pública são: a) Planejamento e Organização: O planejamento efetivo na atenção
primária à saúde é essencial para direcionar as ações e recursos de forma adequada,
considerando as necessidades da população. b) Monitoramento e Avaliação: O
monitoramento e a avaliação contínua dos serviços de saúde são cruciais para identificar
oportunidades de melhoria e garantir a qualidade dos cuidados prestados. Isso inclui o
estabelecimento de indicadores de desempenho, a coleta de dados relevantes, a análise
dos resultados e a adoção de medidas corretivas quando necessário. c) Gestão de
Recursos Humanos: A gestão adequada dos recursos humanos na atenção primária à
saúde é fundamental para assegurar equipes capacitadas e motivadas. Isso envolve o
recrutamento e seleção de profissionais qualificados, o desenvolvimento de programas
de capacitação e treinamento, a implementação de estratégias de retenção de talentos e a
promoção de um ambiente de trabalho saudável e motivador. d) Uso de tecnologia
aplicada à Saúde Pública: O uso de tecnologias na Saúde Pública do Brasil desempenha
66

um papel deveras importante na melhoria dos serviços de saúde, no diagnóstico precoce,


no tratamento mais eficaz e na promoção da saúde da população. As tecnologias têm o
potencial de otimizar processos, aumentar a eficiência, melhorar o acesso aos serviços
de saúde e fortalecer a gestão pública. (ARAUJO, 2023).
Após a leitura do estado da arte acerca das práticas gerenciais aplicadas na APS
notadamente a melhoria do acesso e dos serviços de saúde. Assim, pode-se verificar na
análise dos estudos definidos na revisão de escopo. Entre os estudos selecionados nesta
revisão, foi possível verificar que a maioria (1, 3, 5, 6, 7 ,8, e 9) tratavam sobre análise
das ações e serviços da Atenção Primária em Saúde (APS) no tocante aos indicadores do
Programa Preveni Brasil. (Quadro 1).
O questionamento da revisão de escopo em relação ao objeto de estudo foi
verificar as práticas gerenciais sobre o monitoramento dos indicadores do Programa
Preveni Brasil utilizando a ferramenta benchmarking.
O estudo 01 destacou o Programa Previne Brasil, conhecimento dos gestores
sobre dashboard de monitoramento de indicadores de desempenho de gestão: protocolo
de revisão de escopo, onde podemos relacionar como uma ferramenta benchmarking.
Ainda, ressalta, como prática gerencial identificar assimetria de informações de forma
inteligente e realizar planejamento correto, com estratégias adequadas e ações concretas
para melhor monitorar a gestão dos indicadores do Programa Preveni Brasil.
O estudo 03 trata-se da APS na atenção do idoso ressaltando a importância das
ações primária ao manuseio na assistência e o seu monitoramento.
Os estudos 5 a 09 destacaram a importância do Programa Previne Brasil como
princípio fundamental a estruturação de modelo de financiamento, a oferta da qualidade
com equidade, a inovação e reconhecimento da eficiência e efetividade, sem deixar de
primar pelo acesso. Destaca ainda a imaturidade de práticas gerenciais voltadas ao
monitoramento dos indicadores de saúde bem como de ferramentas de benchmarking.
O estudo 02 e 04 tratam da utilização da ferramenta benchmarking no
monitoramento de indicadores de saúde e em empresas móveis. Aqui destaca o marco
conceitual de benchmarking. É processo que compara produtos, serviços e práticas
empresariais. Desta forma, pode-se dizer que o benchmarking é uma forma de se
procurar, continuamente, por pontos referenciais para medir as competências dentro do
negócio que a empresa pratica. (VASCONCELOS; CANEN; LINS, 2006).
Nesse contexto, a descrição das práticas gerenciais realizadas na APS utilizando
ferramenta tecnológicas levantados por todos os estudos desta revisão (Quadro 2).
67

O estudo 01 ateve ao conhecimento dos gestores sobre indicadores de


desempenho, monitoramento e avaliação do programa Previne Brasil, sendo que a prática
gerencial utilizada foi no monitoramento da educação interprofissional em saúde e o
trabalho em equipe consistem em ferramentas fundamentais para que os profissionais de
saúde consigam utilizar os indicadores de saúde a favor do seu processo de trabalho,
podendo ser comparada como a ferramenta de benchmarking na perspectiva da análise e
monitoramento das ações adotadas.
No estudo 2 desta revisão, destaca sobre os indicadores relacionados à
segurança e saúde do trabalho na construção que podem ser levantados junto às empresas
construtoras e analisados utilizando-se a técnica DEA (Data Envelopment Analysis), com
a posterior realização de benchmarking entre as empresas participantes. Desse modo, faz
necessário destacar a utilização da ferramenta benchmarking no alcance do resultado
obtido com o levantamento destes indicadores junto às construtoras pode ser analisado
utilizando-se a técnica DEA (Data Envelopment Analysis).
O estudo 03 apresenta os fatores que potencializam e fragilizam a qualidade da
atenção ao idoso na APS pode auxiliar os profissionais e gestores a atuar no planejamento
e aprimoramento das ofertas assistenciais. Sendo destacado como prática gerencial na
APS o planejamento e monitoramento das ações primária na atenção do idoso.
O estudo 4 traz o marco conceitual de ‘benchmark’, que tem o significado de
‘referência’. Esta ferramenta é utilizada para realizar análise profunda das melhores
práticas aplicadas e usadas por empresas que atuam no mesmo setor daquela que
conduzirá a investigação. A utilização da ferramenta benchmarking é uma espécie de
feedback sobre aquilo que está funcionando, ou seja, a análise e o monitoramento do
indicadores, auxiliando os executivos a se tomarem decisões assertivas, com o intuito de
melhorar os resultados da empresa, sendo aplicável na APS.
Os estudos de 05 a 09 reportam sobre a APS e o Programa Preveni Brasil
ressaltando os avanços que favorecem a superação das dificuldades para o alcance de
maior acesso, longitudinalidade e coordenação do cuidado, qualificando a APS brasileira
em busca de melhores resultados em saúde. Como também o monitoramento e avaliação
dos incentivos que devem focar a adequação aos resultados pretendidos e a ocorrência
de efeitos involuntários ou indesejados da APS; a prática da avaliação e monitoramento
no âmbito da APS; o fortalecimento da capacidade de monitoramento e avaliação dos
serviços de saúde, a fim de garantir a eficácia das ações implementadas, gerando, por
conseguinte, eficiência no serviço e o financiamento da Atenção Primária à Saúde (APS),
68

intitulado Programa Previne Brasil no intuito da universalidade do acesso e cadastro,


impactos positivos e negativos nos pressupostos da APS, mudanças em ações estratégicas
e planejamento em saúde.
As práticas gerenciais na APS devem ser sistematizadas com processo de
gestão. É fundamental fortalecer a capacidade de monitoramento e avaliação dos serviços
de saúde, a fim de garantir a eficácia das ações implementadas, gerando, por conseguinte,
eficiência no serviço. Acompanhar os indicadores de desempenho claros e realistas, na
perspectiva de melhoria e avaliação das ações de saúde para intervenção adequada.
Diante desses desafios, é fundamental o envolvimento e comprometimento de todos os
atores envolvidos na gestão em saúde pública, incluindo gestores, profissionais de saúde
e a comunidade.

CONCLUSÃO

A revisão de escopo demonstrou a importância das práticas gerenciais da APS


utilizando a ferramenta benchmarking para o monitoramento dos indicadores do
programa preveni Brasil. Tal programa enfrenta o desafio de ampliar o acesso, melhorar
a qualidade e trazer mais equidade para APS no país, baseado nas melhores experiências
de qualidade da APS no mundo, dentro de sistemas universais de saúde.
Os achados do estudo todos foram na perspectiva da análise de processos
gerenciais da APS, surgindo a necessidade de criar ferramentas para o Benchmarking no
monitoramento dos indicadores de saúde, otimizando os processos de gestão e aplicação
de boas práticas, melhorando a performance da análise e acompanhamento.
Com isso, pode aumentar a eficiência (redução de custos ou otimização de
atividades) da utilização dos recursos e que conseguem atingir resultados eficazes. A
utilização da ferramenta de análise e acompanhamento (Benchmarking) poderão levar a
redução de gastos e aproveitamento otimizado dos recursos, que levará a redução de
custos de funcionamento e orientação estratégica para o alcance de melhores indicadores
de saúde.
As leituras do material levantado enfatizam que o Benchmarking é uma
ferramenta útil na avaliação de saúde a nível operacional, criando elo entre os níveis
tácticos e estratégicos, estimula a unidade de saúde a melhorar desempenho e alterar uma
cultura de estagnação para uma cultura de aprendizagem e melhoria contínua; pode ser
usado para comparar várias atividades e poderá melhorar os processos de gestão. Por fim,
69

a literatura encontrada acerca do objeto de estudo traz a necessidade de utilizar a


ferramenta gerencial Benchmarking na APS na análise e monitoramento dos indicadores
do Programa Previne Saúde para melhor avaliar e analisar os resultados positivos e
negativos, experiências, avanços e entraves que possa ocorrer na prática gerencial.

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72

ARTIGO 3: FERRAMENTAS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO DE


INDICADORES DE SAÚDE NA ATENÇÃO PRIMÁRIA DE SAÚDE: REVISÃO
DE ESCOPO

Francisca Eridan Fonteles Albuquerque¹


Thereza Maria Magalhães Moreira2

Resumo: O estudo mapeou ferramentas de planejamento e gestão de indicadores de saúde


na Atenção Primária de Saúde (APS). O estudo foi delineado conforme preconiza as
diretrizes do Joanna Briggs Institute (JBI), foi também estabelecida a questão de revisão
estruturada pela estratégia mnemônica PCC (População, Conceito e Contexto) para o
desenvolvimento da questão norteadora da pesquisa e da busca bibliográfica. Visando
identificar as palavras-chave e descritores mais utilizados na indexação de estudos na
temática de indicadores de saúde como ferramentas de gestão e planejamento no contexto
da atenção básica no Brasil. Também foi utilizado a ferramenta PRISMA–ScR com seu
checklist e o fluxograma, além da montagem de quadros específicos para a revisão. Os
resultados descreveram o quantitativo de estudos em com concordância com a temática
proposta e seguiram para a etapa de avaliação exaustiva dos resumos, além de descrever
a predominantemente de artigos na língua portuguesa e/ou inglesa. Conclui-se que
construção de indicadores de saúde na Atenção Primária de Saúde (APS), seguiu critérios
com relevância para a compressão das condições de saúde e que os mesmos auxiliam na
tomada de decisões.
Palavras-Chave: Atenção Primária à Saúde, Mapeamento, Políticas Públicas

Summary: The study aimed to map the planning and management tools for health
indicators in PHC. The study was designed in accordance with the guidelines of the
Joanna Briggs Institute (JBI), a review question structured by the mnemonic strategy PCC
(Population, Concept and Context) was also established for the development of the
guiding research question and bibliographic search. Aiming to identify the keywords and
descriptors most used in indexing studies on the theme of indicators as management and
planning tools in the context of primary care in Brazil. The PRISMA- ScR tool was also
used with its checklist and flowchart, in addition to setting up specific tables for the
review. The results described the number of studies in accordance with the proposed
theme and proceeded to the exhaustive evaluation stage of the abstracts, in addition to
73

describing the predominance of articles in Portuguese and/ or English. It is concluded


that the construction of health indicators in PHC followed relevant criteria for
understanding health conditios and that they help in decision- making.
Keywords: Primary health Care, Mapping, Piblic Policies

INTRODUÇÃO
O processo de trabalho e a gerência das organizações públicas de saúde
abrangem um conjunto de desafios enfrentados cotidianamente. Um dos aspectos que
merece destaque é o perfil dos profissionais de saúde para atender as necessidades do
Sistema. No centro de toda essa discussão reformista, o gestor público posto alçado ao
antigo agente público torna-se o agente impulsionador da cultura gerencial, ao qual foi
demandado mais autonomia e responsabilização, com a intenção de romper com a era
burocrática, onde o agente poderia fazer apenas o previsto na lei (BOLLIGER, 2014).
No Brasil, o Ministério da Saúde organizou o Sistemas de Informação em
Saúde (SIS) ao longo das últimas décadas, foram criadas vários SIS, com objetivo de
promover o acesso oportuno à informação mais detalhadas sobre saúde, em que foi
possível através da construção de indicadores das competências estaduais e municipais.
Dentre elas destaca-se os principais sistemas de informação administrado pela instituição
brasileira: Ambulatório (SIA-SUS), Internação Hospitalar (SIH-SUS), Notificação de
Doenças e Problemas de Saúde (Sinan), Mortalidade (SIM), natalidade (Sinasc),
atenção primária (Sisab) – todos os níveis considerados população. Nos serviços de
saúde, existem registos nacionais Saúde (CNES), principal fonte de dados de serviços
públicos e privados (FERREIRA et al., 2020).
Nesse contexto, buscando-se a excelência no trabalho enquanto profissionais
da saúde, traçar algumas estratégias para aprimorar ainda mais os resultados obtidos no
bom gerenciamento do setor de saúde pública. Posto que os gestores de saúde possuem
um olhar permanente nos resultados que utilizam técnicas de gestão e formas de
organização moderna. Além disso os sistemas de informações passaram a ter alimentação
obrigatória por estados e municípios, vinculam seu comprimento ao repassar recursos,
para os munícipios (FERREIRA et al., 2020).
O monitoramento das informações obtidas é de suma importância para
criação de políticas públicas com ações que fortaleçam o atendimento básico de saúde,
surgindo uma mudança nos modelos operacionais que fortaleça a relação entre os
profissionais terapeutas, enfermeiros e toda a equipe gestora (LAZARINO et al., 2018).
74

Isso pressupõe um espaço coletivo que articule controle e manutenção, estimula a


participação dos sujeitos em grupos organizados voltados para a produção de bens e
serviços, perpetua a instituição e seus processos de negócios, apoia a educação efetiva e
a cogestão (CASTRO; CAMPOS, 2014).
Com isso, a análise das condições de saúde e as definições diagnósticas na
Atenção Primária à Saúde (APS), constitui várias fases do planejamento loca, devendo
ser realizado por equipes que atuam na área, orientando na identificação de questões
prioritárias, bem como na implementação de estratégias gerenciais que apoiem APS,
visando a melhoria das pessoas de acordo com as políticas nacionais de atenção básica
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017)
O estudo objetivou-se mapear as ferramentas de planejamento e gestão de
indicadores de saúde na APS.

MÉTODO
O estudo foi de natureza descritiva com delineamento conforme preconiza as
diretrizes do Joanna Briggs Institute (JBI) para revisão de escopo e, para qualidade e
transparência da redação deste artigo, foram seguidas as diretrizes contidas no checklist
do Preferred Reporting Items for Systematic reiews and Meta- Analyses Extension for
Scoping Reviews (PRISMA-ScR), (TRICCO et al., 2022). O protocolo foi registrado na
plataforma Research and data management Software for open Science (OSF)
Para dar início, foi estabelecida a questão de revisão estruturada pela
estratégia mnemônica PCC (População, Conceito e Contexto) para o desenvolvimento da
questão norteadora da pesquisa e da busca bibliográfica, (PETTERS et el., 2020). Assim,
visamos identificar as evidências dos indicadores de saúde (População), uma ferramenta
de gestão e planejamento (Conceito) no contexto da atenção básica (Contexto). O
contexto de interesse foram quaisquer cenários relacionados a indicadores de saúde no
contexto da atenção básica. A pergunta que guiou essa revisão de escopo: “Quais as
evidências do uso de indicadores de saúde no Brasil como ferramenta de gestão e
planejamento no contexto da atenção básica?
Os critérios de elegibilidade seguiram a estrutura do acrônimo PCC. Visando
identificar as palavras-chave e descritores mais utilizados na indexação de estudos na
temática de indicadores como ferramentas de gestão e planejamento no contexto da
atenção básica no Brasil. A Estratégia de busca utilizada foi adaptada às necessidades
específicas da temática, utilizando os descritores indicadores de gestão “Management
75

Indicators”, gestão em saúde “Health Management”, planejamento em saúde “Health


Planning” Planejamento e Administração em Saúde” Health, Planning and Management.
Os idiomas incluídos nesta revisão foram: português, inglês e espanhol de 2012 a 2022.
Os estudos excluídos foram aqueles que não compreendiam o escopo do estudo, além de
tipos de publicação como editoriais, estudos de caso, resumos de conferências e capítulos
de livros, cartas ao editor, comentários.
Para garantir a qualidade e transparência da redação foi utilizada a ferramenta
PRISMA–ScR com seu checklist e o fluxograma incluindo estudos que tratassem de
indicadores como ferramentas de gestão e planejamento no contexto da atenção básica no
Brasil. Para a coleta de dados, houve uma busca nas seguintes bases de dados: Literatura
Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), PubMed (Medical
Literature Analysis and Retrieval and system online (MEDLINE). A seleção destas bases
justifica-se em virtude da vasta disponibilização de artigos nacionais e internacionais de
amplo impacto na área da saúde. Assim como pela disponibilização de artigos gratuitos
completos.
A primeira etapa consistiu na leitura dos títulos e resumos dos artigos,
considerando os critérios de elegibilidade e a pergunta norteadora desta revisão. Na
segunda etapa, foi realizada a leitura na íntegra para seleção da amostra final. O processo
para selecionar os estudos e extrair as evidências dos artigos foi desenvolvido tanto na
busca na base de dados, seleção por título e resumo e leitura na íntegra dos artigos. A
extração dos dados foi utilizada um formulário construído pela autora com base nas
recomendações do JBI Manual for Evidence Synthesis.
Os dados extraídos foram organizados em um quadro sinóptico contendo as
seguintes informações: título, autoria/referência completa, ano de publicação, país,
periódico publicado, objetivo do estudo, tipo de estudo, mostra, ação realizada, indicador
utilizado e meio de avaliação e nível de evidência. Esse formulário foi revisado e
discutido pela pesquisadora antes de iniciar a leitura dos artigos na íntegra e extração de
dados.
Para manipulação e síntese dos dados, a partir dos dados extraídos dos artigos
selecionados foi realizada análise do conteúdo e frequência em que cada dado foi
retratado para relacionar a pergunta norteadora da pesquisa aos dados apresentados, a
partir de um perfil dos artigos selecionados. Realizada análises comparativa dos estudos
incluídos para identificar, através das convergências e divergências dos achados,
possíveis lacunas de conhecimento na área (ALMEIDA, 2021).
76

RESULTADOS
Nas bases de dados inicialmente identificou-se 10568 estudos, após a leitura de
títulos, 8359 foram selecionados por sugerir concordância com a temática proposta e
seguiram para a etapa de avaliação exaustiva dos resumos, 228 realmente abordaram
diretamente o tema do estudo, indicadores como ferramentas de gestão e planejamento
no contexto da atenção básica no Brasil e passaram para etapa de leitura do texto
completo, desses 12 atendiam ao objetivo da revisão e foram incluídos no trabalho
conforme apresentado na adaptação do Fluxograma PRISMA-ScR (Figura 1).
Figura 1 - Fluxograma das etapas de seleção dos estudos
Identificação de estudos via base de dados
Identificação

Estudos duplicados
Estudos identificados nas bases (n = 2.209)
(n = 10.568)

Estudos pré-selecionados após Estudos excluídos por não


eliminação dos duplicados pela atenderem ao objetivo da revisão
leitura dos títulos (n = 4.927)
Triagem

(n = 8.359)

Estudos que atenderam ao critério Estudos em texto completo


de elegilibidade excluídos por não responderem à
(n = 3.432) questão de pesquisa
(n = 3.254)
Elegibilidade

Estudos que atenderam ao critério Estudos excluídos por não


de elegilibidade contemplarem a temática proposta
(n = 178) (n = 166)
Inclusão

Estudos incluídos na revisão


(n = 12)

Fonte: Autoria própria


77

CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS


Os tipos de publicações foram predominantemente de artigos na língua
portuguesa (66,6%). Quatro artigos estavam na língua portuguesa e inglesa. Destaca-se a
prevalência de estudos com abordagem quantitativa (66,6%), seguida de estudos
quantitativos (33,4%).
Em relação ao país de origem da publicação, todos foram no Brasil. Notou-se
maior foco de pesquisa em toda a região brasileira, entre as regiões com maiores áreas de
pesquisas teve-se a região Sul do Brasil, a região Mineira e a região cearense. Percebeu-
se uma heterogeneidade na evolução das tecnologias de informação e uso de indicadores,
assim como necessidade de qualificação sobre os mesmos e oferta de material adequado
de trabalho (internet, computadores, recursos humanos, entre outros) No que concerne
nível de evidência encontrado predominou o nível de evidência 6, ou seja, evidências
procedentes de um único estudo descritivo ou qualitativo. Acredita-se que a
predominância do tipo de estudo, deva-se a busca e o mapeamento feito no tipo de
pesquisa realizado (QUADRO 2).

QUADRO I- Caracterização das publicações encontradas durante a pesquisa


bibliográfica.
AUTORIA TÍTULO SUJEITOS DO DESFECHO
ESTUDO
1 (SANTOS, Apoio institucional e Equipes da ABS No Brasil, as atividades de apoio
A.F. et al., matricial e sua relação são incorporadas à atenção básica
2015) com o cuidado na atenção associando o grau de apoio tanto
básica à saúde matricial quanto institucional e o
resultado da certificação.
2 Análise das práticas Gerentes da ABS A análise dos resultados
(OHIRA,E.H.F gerenciais na Atenção evidenciou a insuficiente
. et al., 2014) Primária à Saúde nos realização de reuniões de equipe,
municípios de pequeno conhecimentos de indicadores,
porte do norte do Paraná, planejamento, avaliação das
Brasil Equipes e preparação dos gerentes.
3 Um retrato da atenção 5570 municípios Os resultados apontam para a
(KASHIWAK básica brasileira: gastos brasileiros necessidade de melhorar a
URA, H.K et municipais e infraestrutura governança dos recursos
al., 2021) nos municípios brasileiros financeiros para a saúde, pois os
municípios com indicadores
socioeconômicos mais baixos
possuem infraestrutura nas
categorias inferiores
4 (COELHO Integração entre os Sistema Nacional Verificou-se uma maior integração
NETO,G.C; et sistemas nacionais de de Informação em com os sistemas geridos pelo
78

al., 2021) informação em saúde no Saúde (SNIS) Departamento de Atenção Básica e


Brasil: o caso da Atenção uma persistência da fragmentação
Básica e-SUS com os SNIS, especialmente
aqueles sob gestão da Secretaria de
Vigilância em Saúde
5 (SANTOS, Incorporação de Equipes da ABS No Brasil, a associação mais forte
A.F.et al; 2017) Tecnologias de de tecnologia foi observada na
Informação e utilização de informações. As
Comunicação e qualidade TICs podem contribuir para
da atenção primária à melhorar a qualidade da atenção
saúde no Brasil primária.

6 (BAY Utilização do aplicativo Membros da Surgimento de novas práticas e a


JÚNIOR et al.; móvel PMAQ-AB e do Atenção Básica do remodelação das existentes e
2021) sistema de gestão para Ministério da Saúde levaram em consideração os
avaliar a qualidade da e pesquisadores de múltiplos componentes exigidos
atenção primária à saúde diversas instituições pela complexa avaliação do acesso
no Brasil: estudo de caso de ensino superior e e qualidade na atenção primária à
qualitativo pesquisa de todo o saúde
país
7 (CIELO, Implantação da Estratégia Sistema Nacional Os investimentos em recursos
A.C. et al.; de Atenção Básica e-SUS: de Informação do tecnológicos, capacitação de
2021) uma análise a partir de Ministério da profissionais e suporte são
dados oficiais Saúde. necessários para qualificar a
efetiva implantação e utilização de
sistemas de informação no país.
8 (MICLOS, Avaliação do desempenho UBS do Brasil A análise de eficiência indicou a
P.V.; et al., de ações e resultados na existência de maior percentual de
2021) atenção primária à saúde municípios efetivos no modelo de
ações de saúde do que no modelo
de resultados de saúde.
9 Planejamento Representantes da O planejamento estratégico
(FIGUEIRE estratégico como Estratégia Saúde possibilita a transformação e
DO, I.D.T.,et ferramenta de gestão da Família (ESF), criação de novas práticas de
al; 2019) local na atenção do Núcleo de saúde nos territórios, sendo
primária à saúde Apoio à Saúde da imprescindível à gestão e a
Família (NASF) e práxis dos profissionais da
gestores da saúde Atenção Primária.
de Fortaleza-Ce
10 Indicadores de saúde e Equipes da ESF Os resultados mostraram que
(MAGALHÃ qualidade de vida no de Minas Gerais através dos indicadores é
ES A.N.F.et contexto da Atenção possível o estabelecimento de
al.; 2012) Primária à Saúde metas, a comparação de
padrões internos do Serviço e
externos à Instituição e o
controle do desempenho das
ações realizada
11(PAES, O uso de indicadores Equipes da ESF Evidenciou-se distanciamento
L.G. et al.; como ferramenta de de Santa Catarina. entre a teoria e prática dos
2015) gestão na estratégia indicadores em relação ao
79

saúde da família planejamento e avaliação das


ações em saúde na estratégia
saúde da família
12 A contratualização Dados A contratualização foi
(DITTERIC como ferramenta da secundários, considerada importante no
H R.G. et al.; gestão na Atenção produzidos pelo processo de trabalho, sendo útil
2015) Primária à Saúde na Banco Mundial para a identificação e solução
percepção dos em pesquisa de problemas, para o
profissionais da estabelecimento de prioridades
Secretaria Municipal de e de compromissos mútuos
Saúde de Curitiba, entre os profissionais, os
Brasil gestores e a população

Fonte: autoria própria (2024)

Quadro 2 Quadro síntese do ano de publicação, revista idioma, tipo de estudo, nível de
evidência (n=12)
Indicadores de coleta Principais achados
Ano de publicação 2012- 1 (8,3%)
2014-1(8,3%)
2015-3 (25%)
2017-2(16,6%)
2020- 1 (8,3%)
2021-2 (16,6%)
2022- 2 (16,6%)
Revista Advancing Digital Health- 1 (8,3%)
Caderno de Saúde Pública- 1 (8,3%)
Ciências de Saúde Coletiva- 2 (16,6%)
Saúde pública-4 (33,3%)
Família, Ciclos de Vida e Saúde-1 (8,3%)
Enfermagem do centro oeste mineiro-1
(8,3%)
Enfermagem da Universidade Federal de
Santa Maria-1 (8,3%)
Saúde e debate- 1 (8,3%)
Idioma Português- 8 (66,6%)
Português/Inglês-4 (33,4%)
Tipo de estudo Quantitativo descritivo- 8 (66,6%)
Qualitativo descritivo- 4 (33,4%)
Nível de evidência 6- 12 (100%)
Fonte: autoria própria (2024)

DISCUSSÃO
Foram significativas as associações positivas entre os seguintes tipos de SI –
avaliação compartilhada e supervisão e avaliação de indicadores – e a certificação de
equipes. Esses resultados sugerem que as atividades de SI são estratégias em constante
80

construção e servem para orientar as práticas de gestão compartilhada (SANTOS et al.,


2015).
Os indicadores citados pelos gerentes dos MPP no presente trabalho foram
baseados nos instrumentos de pactuação junto ao Ministério da Saúde (MS), o que é
correto na medida em que garantem recursos da União quando atingem as metas.
Resultado semelhante ao estudo que obteve respostas de que indicadores importantes são
também os pactuados com o Estado, que devem ser apresentados nos relatórios de gestão
ou são usados na avaliação de programas de repasse de verbas para os municípios saúde
(OHIRA et al., 2014).
De acordo com a classificação de indicadores da Ripsa15 no subitem
demográfico, citaram: população total e idosos, mortalidade proporcional por idade em
menores de 1 ano de idade; em relação à cobertura, os indicadores mais citados foram o
número de consultas médicas/habitante no SUS, cobertura de consultas de pré-natal,
proporção de partos cesáreos realizado pelo SUS, proporção de óbitos, cobertura vacinal.
Não foi citado nenhum indicador socioeconômico para o planejamento na saúde (OHIRA
et al., 2014).
As organizações públicas brasileiras dispõem de escassos mecanismos para
implementá-lo. E o planejamento local é importante por ser o espaço de racionalização
de procedimentos e rotinas17. Em uma pesquisa foram encontrados relatos em que os
enfermeiros do estudo referiam valorizar o planejamento como instrumento importante
da prática da gestão, adequado à especificidade de cada situação18. Neste atual estudo, a
ênfase no planejamento foi para os programas instituídos pelo Ministério da Saúde (MS),
não tendo uma característica singular por regional de saúde. Foi comum a todos os
Municípios de Pequeno Porte (MPP) as ações para hipertensos e diabéticos, doenças
crônicas degenerativas não transmissíveis, já que acometem um número grande de adultos
devido à transição epidemiológica com tendência crescente saúde (OHIRA, et al., 2014).
A regressão quantifica mostrou relação positiva com o tipo de infraestrutura nos
dois ciclos avaliados. Há evidências de que as variáveis de gastos estão positivamente
relacionadas à infraestrutura, o que nos permite entender que alocar mais recursos leva a
uma melhor infraestrutura. Os resultados apontam para a necessidade de melhorar a
governança dos recursos financeiros para a saúde, pois os municípios com indicadores
socioeconômicos mais baixos possuem infraestrutura nas categorias inferiores. Podemos
concluir que os atores são múltiplos, e os diversos critérios de alocação e descentralização
de recursos trazem dificuldades de coordenação e integração entre as entidades,
81

restringindo a devida priorização na distribuição de recursos (KASHIWAKURA et al.,


2021).
A fragmentação dos SIS é um fenômeno relatado por diversos autores ao analisar
as políticas de informação em saúde em diferentes regiões do mundo27–31, mas não
encontramos estudos que dimensionassem tal fragmentação, a partir da contagem e
descrição do SNIS em funcionamento. O registro de 31 SNIS em uso na Atenção Básica
de 2013 a 2018 mostra que persiste no país a tendência de fragmentação, documentada
no Brasil em diversos estudos técnicos (COELHO NETO et al., 2021).
Em países que promoveram projetos para mudar esse cenário, o foco tem sido
uma melhor integração entre as bases de dados nacionais35–37 ou o estabelecimento de
padrões semânticos e tecnológicos para registro e troca de informações entre diferentes
sistemas38,39. Nenhum estudo descritivo foi sobre a integração do SNIS, com foco nas
interfaces do usuário (COELHO NETO et al., 2021).
Distintos aspectos estão envolvidos no processo de incorporação de tecnologias
na área de saúde, tais como: fatores relacionados com tecnologia; ambiente
organizacional; fatores individuais e dos profissionais; ambiente humano e ambiente
externo 13. Também existem limites no que se refere à implementação e avaliação de
políticas inovadoras na área de saúde em ambientes institucionais complexos, como é o
caso do processo de implantação de TIC. Alguns temas estão bem descritos na
literatura 14,15,16, quais sejam: atributos de inovação que preveem (mas não garantem) a
adoção bem-sucedida, a importância da influência social e das redes, a natureza complexa
e contingente do processo de adoção, as características (tanto hardware e software) das
organizações que incentivam e inibem a inovação, ações iniciadas e descontinuadas, além
do processo de assimilação e rotinização, de difícil investigação (SANTOS et al., 2017).
Estabelecer um protocolo de gerenciamento de dados antes de iniciar a coleta de
dados aumenta a eficiência, reduz erros e oferece aos avaliadores uma estrutura adequada
para lidar com os desafios. Este protocolo deve ser compartilhado com toda a equipe
durante o planejamento da avaliação [ 3 ]. O gerenciamento e o acompanhamento são
conduzidos online por um pesquisador líder ou líder da equipe de avaliação quando os
entrevistadores realizaram várias avaliações. Eles são responsáveis por verificar os dados
e identificar erros durante a coleta de dados. Feedback em tempo real também pode ser
fornecido em caso de inconsistências (BAY JÚNIOR, 2021).
A inclusão de novas tecnologias nas organizações influencia novas práticas ou
remodela práticas existentes [ 35 , 36 ]. O sucesso da implementação da tecnologia da
82

informação depende das interações durante o processo e o produto final. A utilização de


diferentes ferramentas e processos visa aprimorar e garantir a qualidade da prática dos
avaliadores, e alguns desses esforços refletem estruturas existentes (BAY JÚNIOR,
2021).
A implantação de sistemas de informação em saúde é condicionada por diversos
fatores e arranjos organizativos. Estudos apontam que o grau de informatização,
disponibilidade de conexão com a internet, qualificação e treinamento dos profissionais
de saúde e suporte adequado de TI (tecnologia da informação)15,16 são fatores-chave
para o sucesso da implantação de sistemas de informação. Além disso, o processo de
implantação também pode ser influenciado pelas características da interface do sistema
com o usuário, incluindo a funcionalidade dos recursos e sua usabilidade, a qualidade dos
dados coletados e a interoperabilidade com outros sistemas (CIELO et al.,2022).
Uma revisão sistemática demonstrou que o processo de implantação de um
sistema de informação é tão importante quanto o próprio sistema. Neste estudo, as
preocupações dos implementadores foram a privacidade e a segurança dos pacientes, a
relação fornecedor/paciente, a ansiedade da equipe, o tempo necessário para implementar
o SIS, a qualidade do atendimento, às questões financeiras, a eficiência e a
responsabilidade (CIELO et al., 2022).
O desempenho na área da saúde mantém-se como um parâmetro importante para
o gestor conduzir suas ações e garantir acesso e qualidade de serviços de saúde à
população. O processo de descentralização no SUS colocou o município como
responsável pela oferta das ações e serviços de saúde da AB, possibilitando uma
diversidade de meios e resultados de implantação da ESF20. Uma das preocupações dos
gestores do SUS é o acompanhamento das ações em saúde relacionadas à AB, assim como
os resultados dessas ações sobre a saúde da população atendida21. As ações em saúde na
AB, garantidas por diretrizes e legislações específicas, são priorizadas localmente pelo
gestor municipal. Essa condição define a grande diversidade de modelos de atenção e
prioridades nos municípios, que possuem características singulares a serem consideradas
(MICLOS et al., 2017).
Nesse cenário, os profissionais da ESF, NASF e gestores da saúde
desempenham seu trabalho no campo da assistência e da gestão, buscando fortalecer o
planejamento em saúde para garantir o aperfeiçoamento do SUS e das políticas setoriais
no território em estudo. E sendo assim, considera-se o planejamento como instrumento
de gestão que permite a tomada de decisões sobre prioridades e investimentos que afetam
83

diretamente a organização da rede de serviços públicos de saúde. Depreende-se, então, o


empoderamento significativo desses profissionais acerca do planejamento em saúde,
ressaltando a importância do ato de planejar para proporcionar simultaneamente,
melhorias nas ações e serviços no cotidiano das práticas individuais e coletivas, na
promoção e na produção da saúde. O planejamento em equipe, compreende a magnitude
de programar as intervenções de saúde de forma coletiva, prezando pela horizontalidade
das ações. Sendo assim, a planificação 08 como processo de construção de
conhecimentos, permite a instrumentalização dos profissionais, para que estes possam
atuar numa tentativa de transformação da realidade (FIGUEIREDO et al., 2020).
A avaliação dos indicadores de saúde na implementação da Estratégia Saúde da
Família (ESF) referem-se a um procedimento de controle e monitoramento da qualidade
da atenção, do processo de trabalho das equipes na relação com as populações adscritas
e, também, na integralidade da assistência em saúde, servindo de base para determinação
de intervenções e implementações. Os indicadores são um instrumento de gestão e
avaliação da situação de saúde, para documentar as desigualdades, determinar grupos com
maiores necessidades, estratificando o risco epidemiológico e identificando áreas
críticas. Constitui, então, matéria-prima para a análise de saúde, promovendo o
monitoramento de objetivos e metas e gerando estímulo e capacidade de análise das
equipes de saúde (MAGALHÃES et al., 2012).
É relevante destacar que a determinação de metas como um guia do trabalho a
ser realizado na USF é essencial, contudo é importante que os trabalhadores saibam
realizar as adaptações necessárias do local às metas estabelecidas da SMS e Ministério da
Saúde (PAES et al., 2015).
Entende-se por indicadores de saúde aquelas medidas, taxas e razões elaboradas
a partir de dados coletados no cotidiano de trabalho, cujo objetivo é sintetizar o efeito dos
diferentes determinantes sobre a saúde de uma população. Estes devem funcionar como
uma bússola orientando a trajetória dos serviços, a fim de melhorar a gestão e a qualidade
da assistência oferecida. Necessitam estar conectados a uma meta, sem a qual perdem o
sentido, uma vez que só são úteis quando se sabe o que almeja- se alcançar (PAES et al.,
2015).
Reconhece-se que o planejamento é uma prática integrante do cotidiano de
trabalho dos enfermeiros gerentes entrevistados e os indicadores acabam fornecendo
subsídios para que a organização do processo de trabalho da equipe ocorra com a
definição de prioridades e estratégias a serem implementadas. Por meio da análise das
84

entrevistas foi possível compreender as formas de organização do trabalho dos


enfermeiros gerentes com base nos indicadores (PAES et al., 2015).
Fim de ampliar a responsabilização sobre os resultados desejados, faz-se
necessário aprimorar os mecanismos de controle e monitoramento, definir precisamente
os indicadores e seus padrões no campo da assistência e da gestão e capacitar os
envolvidos na elaboração do plano ressalta alguns fatores que podem constituir pontos de
fragilidade, como o processo de seleção dos indicadores de monitoramento, os quais
podem não privilegiar as necessidades locais de saúde da população, podendo não
representar melhoria de qualidade (DITTERICH et al., 2015).
É necessária a análise do processo de trabalho sob o ponto de vista coletivo, e
não apenas na singularidade da produção individual. Talvez baseada nesses preceitos, a
SMS demonstrou preocupação com essa questão, pois as metas são consideradas
coletivamente, por unidade de saúde, o que demonstra um ganho em relação ao trabalho
em equipe, pois é estimulado um dispositivo tal qual um "efeito sentinela",
desencadeando uma preocupação em rede na busca da produção do cuidado em saúde que
foi pactuado (DITTERICH et al., 2015).

CONCLUSÃO
A construção de indicadores de saúde na Atenção Primária de Saúde (APS),
seguiu critérios com relevância para a compressão das condições de saúde, causas e
efeitos, visibilidade para orientar decisões de políticas públicas que apoiem o controle
social, partindo para um processo de gestão do SUS que disponibilize recursos a partir
das métricas disponíveis nos sistemas de comunicação do Brasil.
Portanto, há claramente uma necessidade de utilizar indicadores para ajudar na
atenção da saúde básica, possibilitando os profissionais na gestão de recursos públicos e
avaliação de desempenho no processo de tomada de decisão. Para isso é preciso contar
com uma administração participativa e desenvolver políticas de qualificação para
profissionais, para que assim enfrentem as dificuldades existentes e tenham qualificação
para transformar os serviços de saúde. Não basta conhecer os indicadores, é preciso ir
além, e ter uma visão ampla e crítica da situação, analisando todo o contexto e definindo
as prioridades. Então, torna- se imprescindível conhecer a Política Nacional da Atenção
Básica norteadora das questões técnicas e a Política Nacional de Financiamento, que
normatiza o custeio da Atenção Primária (APS) estabelecida pelo Programa Previne
Brasil.
85

REFERÊNCIAS
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MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova


86

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organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). DOU
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87

ARTIGO 4: IMPLANTAÇÃO DE UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE MÓVEL EM


AQUIRAZ-CE: RELATO DE EXPERIÊNCIA

IMPLEMENTATION OF A BASIC MOBILE HEALTH UNIT IN AQUIRAZ-


CE: EXPERIENCE REPORT

Francisca Eridan Fonteles Albuquerque1


Thereza Maria Magalhães Moreira2

RESUMO: O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece uma ampla gama de serviços de
saúde, desde cuidados primários (Atenção Primária á Saúde) até cuidados hospitalares
muito complexos e especialistas. O acesso aos serviços e ações em saúde devem ser
disponíveis para a toda população. Por esse motivo, o objetivo desse estudo é relatar a
experiência da implantação de uma Unidade Básica de Saúde Móvel no município de
Aquiraz- Ceará. seu vasto território, foi inserido em março de 2021 uma Unidade Básica
de Saúde Móvel (UBSM-ônibus) e se mantem até os dias de hoje. São compostas pelos
seguintes profissionais de saúde: médico, enfermeiro e técnico de enfermagem. Os
serviços oferecidos são todas as ações pactuadas para Atenção Básica, como: pré-natal;
atendimento médico clínico; atendimento de enfermagem. Como forma de ampliar o
acesso as ações e serviços de saúde, foi implantada a Unidade Básica de Saúde Móvel em
Aquiraz, visando atender pessoas que residem em localidades de difícil acesso e fortalecer
o vínculo da gestão com a comunidade.
Palavras-chave: Sistema Único de Saúde. Saúde Coletiva. Atenção Básica em Saúde.
Consultório Móvel.

ABSTRACT: The Unified Health System (SUS) offers a wide range of health services,
from primary care (Primary Health Care) to very complex and specialist hospital care.
Access to health services and actions must be available to the entire population. For this
reason, the objective of this study is to report the experience of implementing a Basic
Mobile Health Unit in the municipality of Aquiraz- Ceará. In its vast territory, a Basic
Mobile Health Unit (UBSM-ônibus) was inserted in March 2021 and continues to this
day. They are made up of the following health professionals: doctor, nurse and nursing
technician. The services offered are all actions agreed for Basic Care, such as: prenatal
care; clinical medical care; nursing care. As a way of expanding access to health actions
and services, the Basic Mobile Health Unit was implemented in Aquiraz, aiming to serve
people who live in difficult-to-access locations and strengthen the link between
88

management and the community.


Keywords: Unified Health System. Public Health. Basic Health Care. Mobile Office.

1 INTRODUÇÃO
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece uma ampla gama de serviços de saúde,
desde cuidados primários (Atenção Primária á Saúde) até cuidados hospitalares muito
complexos e especialistas, além disso, o sistema também é responsável pela prevenção e
promoção da saúde, vigilância epidemiológica, distribuição de medicamentos e
iniciativas de saúde para grupos específicos, como crianças, idosos e pessoas com
doenças crônicas (Santos et al., 2016).
Embora o SUS seja considerado uma conquista importante para a saúde pública
brasileira, a mesma enfrenta os desafios da falta de recursos adequados e de
infraestruturas inadequadas, aumento da procura de serviços e ações em saúde. No
entanto, o sistema ajudou a garantir o acesso à saúde para milhões de brasileiros,
especialmente para eles sem meios para pagar por serviços privados (Salgado et al.,
2023).
O Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS) foi criado em 1988 na VIII
Conferência. Um serviço nacional de saúde que primeiro se destacou pela participação
pública. Após a conferência de 1990, o SUS foi fortalecido pela Lei Orgânica nº 8.080,
que o instituiu e organizando-o de acordo com alguns dos seus princípios orientadores.
Os mais importantes são: generalidade, igualdade e integridade. A descentralização e a
hierarquização são organizadas através da disponibilidade de serviços e atividades de
saúde pública que apoiam a regionalização eficaz e eficiente (Faria, 2020).
Os serviços de saúde na área devem ser relevantes, respeitosos e atenciosos aos
fatores sociais de cada campo de acordo com o seu diagnóstico local. A Atenção Básica
(AB) é a organizadora do cuidado e a principal porta de entrada do SUS. Tem a
necessidade de ter cobertura total de abrangência regional de acordo com a Política
Nacional de Atenção Básica que orienta a Atenção Primária à Saúde (APS) (Goya; de
Andrade, 2018).
A cobertura assistencial é de grande relevância para o bom funcionamento da
Atenção Básica. Além de ser a porta de entrada para o SUS, a mesma é ordenadora do
cuidado, ou seja, há a necessidade de que o encaminhamento para serviços especializados
parta da AB. Dentro do exposto, a AB deve ser 85% de resolutividade, pode-se afirmar
que, uma Atenção Primária bem equipada e em perfeito funcionamento, irá sanar até 85%
89

dos problemas de saúde da população (Goya; de Andrade, 2018). Diante do exposto, o


presente estudo tem por objetivo relatar a experiência da implantação de uma Unidade
Básica de Saúde Móvel no município de Aquiraz- Ceará.

2 MÉTODO
O município de Aquiraz está situado no estado do Ceará, situado na costa Leste
do litoral (Figura 1). A mesma faz parte da Área Descentralizada de Saúde (ADS) de
Fortaleza, que é composta pelos municípios: Fortaleza, Aquiraz, Eusébio e Itaitinga. Sua
composição da AB segue assim: 34 Unidades Básicas de Saúde (UBS); 02 pontos de
apoio; 01 unidade base indígena; 03 Centros de Atenção Psicosocial (CNES, 2023).
Por seu vasto território, foi inserido em março de 2021 uma Unidade Básica de
Saúde Móvel (UBSM-ônibus) e se mantem até os dias de hoje. São compostas pelos
seguintes profissionais de saúde: médico, enfermeiro e técnico de enfermagem. Os
serviços oferecidos são todas as ações pactuadas para Atenção Básica, como: pré-natal;
atendimento médico clínico; atendimento de enfermagem (Figura 1).

Figura 1- Consultório Móvel- Aquiraz

Fonte: instagram.prefeituradeaquiraz
90

A UBSM, foi implantada para a ampliação do acesso aos serviços e ações em


saúde para a população em que o território seja de difícil acesso às Unidades Básicas de
Saúde imóveis (fixas).
O atendimento é realizado todos os dias da semana (segunda a sexta) como forma
de rodízio em todas as UBS sendo prioridade as de difícil acesso e a mesma está adaptada
para atendimentos individuais.
Como forma de avaliação, foi observado e acompanhado os atendimentos durante
o mês de junho do ano de 2023 e realizada posteriormente uma análise descritiva do
serviço oferecido por meio da UBSM.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

As características demográficas, socioeconómicas e epidemiológicas da


população protegida determinam os limites e limites da capacidade material para prestar
bons cuidados. O tamanho da área de abrangência e o número de pessoas sob
responsabilidade de uma determinada equipe de saúde da família (eSF) devem
necessariamente ser definidos com base nessas características para que seja estabelecida
a vinculação dos usuários às unidades básicas de saúde (UBS) para oferecer serviços mais
acessíveis, acolhedores e solucionadores de problemas (MENDONÇA et al., 2023).
Para melhor identificar os resultados da pesquisa, os atendimentos realizados pela
equipe que atua na UBSM, obtiveram resultados como: 1. Ampliação do acesso; 2.
Organização da demanda; 3. Aumento da resolutividade em quase 100%; 4.
Fortalecimento da Atenção Básica; 5. Alcance dos Indicadores do Previne Brasil; 6.
Hierarquização da assistência na APS; 7. Ordenação da Rede de Atenção a Saúde; 8.
Fortalecimento do vínculo dos usuários com a APS e com a gestão; 9. Qualificação do
cadastramento dos usuários no Cartão SUS; 10. Otimização dos recursos públicos.
Garantir o acesso aos serviços de saúde faz parte do princípio da universalidade
do Sistema Único de Saúde (SUS), que ainda não foi aplicado a uma parte significativa
dos brasileiros, especialmente à população vulnerável e rural. As fortes disparidades
regionais nas condições de vida e na assistência à saúde, associadas à alta concentração
de especialistas e medidas de saúde nas áreas urbanas, penalizam ainda mais os moradores
das regiões mais remotas do Brasil (GARNELLO et al., 2018; KADRI et al., 2019).
A falta de cuidados primários tem consequências conhecidas como aumento de
chamadas de emergência, hospitalizações evitáveis e aumento de custos para o sistema
91

de saúde. Por outro lado, a prestação de serviços na AB pode levar a uma rápida mudança
nos padrões de acesso aos usuários que buscam a APS e ao mesmo tempo, reduzir
significativamente a procura de cuidados urgentes, que têm pouca capacidade de resposta.
problemas estruturais que afetam diretamente a saúde pública (CARMO; SILVA;
CAMPOS, 2023; DOS SANTOS; CROZATTI, 2023).
Aumentar a cobertura dos serviços de saúde mais próximos do local de residência
pode ampliar a disponibilidade dos serviços e qualificar a utilização dos mesmos, o que
impacta positivamente em importantes indicadores de saúde como mortalidade infantil e
adulta, acompanhamento de hipertensos e diabéticos, além de levar saúde de qualidade
para as gestantes (MACINKO; MENDONÇA, 2018).
A implantação do Ônibus da Saúde veio aprimorar as ações de promoção,
prevenção e recuperação, impactando e garantindo a continuidade da assistência à saúde
com oferta do cuidado e efetivação de práticas integrativas, resolutivas e humanizadas in
loco ou garantindo e monitorando os encaminhamentos dentro da Rede de Atenção à
Saúde.
A APS é considerada estratégia fundamental na reorientação do modelo
assistencial, identificada como centro de comunicação e centro de redes que articulam
correntes e contracorrentes. Os serviços de saúde como porta de entrada, não centrados
em grupos em situação de pobreza, que podem assumir a coordenação do cuidado do
usuário como elemento fundamental da organização dos sistemas de saúde e promovem
igualdade, acesso aos cuidados, qualidade e continuidade (GARNELLO et al ., 2018;
BOUSQUAT et al., 2017).
Observou-se que com a garantia ao acesso aos serviços de saúde através da
Unidade de Saúde Móvel na região do Aquiraz, além de identificar a maior procura ao
serviço, a população foi melhor assistida, houve uma continuidade de tratamentos, e
diminuição de redução de encaminhamentos para unidades especializadas de forma
desnecessária.
Garantir o acesso aos serviços de saúde faz parte do princípio da universalidade
do SUS (Sistema Único de Saúde), que ainda não foi concretizado por parte significativa
da população brasileira, especialmente a população vulnerável residente em áreas rurais.
As fortes disparidades regionais nas condições de vida e assistência à saúde, associadas à
alta concentração de profissionais e serviços de saúde nas áreas urbanas, penalizam ainda
mais os moradores das regiões Norte e Nordeste (BARBOSA; ELIZEU; PENA, 2013).
A ampliação do acesso trata-se de uma questão de humanidade. É um direito à
92

todo cidadão e um dever do Estado segundo a Constituição Federal de 1988. Apesar de


ter esse respaldo através de Leis, Portarias e Decretos, a Regulação em Saúde ainda sim
é um impasse, seja por causa de falta de gestão participativa em ambos os aspectos, ou
seja, por falta de financiamento, regulação essa que não se trata somente de ações no setor
secundário e terciário, mas Regulação do Acesso na APS (FERREIRA et al., 2022).
No Brasil, o Programa Saúde da Família (PSF) tornou-se o principal modelo de
APS do Sistema Único de Saúde (SUS) na segunda metade da década de 1990, por meio
de mecanismos federais de regulação e financiamento, e permaneceu como política
primária em 2000. Destacam-se: a criação do PSF em 1994 e sua transformação em
Estratégia Saúde da Família (ESF) em 1996; Implementação de procedimentos de
transferência de recursos e incentivos financeiros federais para financiar a APS (parcela
fixa e variável de atenção primária) desde 1998; e a publicação da Política Nacional de
Atenção Básica (PNAB) em 2006 e suas revisões em 2011 e 2017 (GIOVANELA, 2018;
SOUSA; SCHIMIZU, 2021).
É importante ressaltar que, apesar das dificuldades e deficiências, as políticas
voltadas ao fortalecimento dos serviços de saúde no Brasil foram as que mais
promoveram a implementação de serviços de saúde e dos Princípios e diretrizes do SUS,
pois geraram diversas mudanças no modelo municipal de atenção e gestão em saúde (DE
SIQUEIRA et al., 2022).
Recentemente, o papel dos serviços de saúde nos sistemas de saúde tem sido
avaliado na resposta dos países à pandemia de covid-19. A atenção à saúde foi importante
tanto no diagnóstico precoce, no acompanhamento de casos leves e no monitoramento da
saúde, como na continuidade do cuidado e do apoio social a determinados grupos
populacionais por meio de atividades intersetoriais. Destaca-se também seu papel nos
atendimentos remotos, rastreamento de casos e contatos, vigilância epidemiológica e
coordenação com vacinação. Contudo, desde 2017, têm sido observadas mudanças na
política nacional de saúde primária, afetando a composição das equipes de atenção
primária e indicando reversões e falhas na progressão da saúde da família, tendo a saúde
da família como estratégia central (DA SILVA; NORONHA; ANDRADE, 2023; LOPES,
2022).
O quadro a seguir mostra a quantidade de atendimentos realizados pela eSF da
UBS móvel, nos anos de 2022 a 2024.
93

Atividades 2022 2023 2024 (primeiro


semestre)
Educação 48 96 40
Permanente
Coleta 240 360 240
citopatológica
Vacinas 480 2.112 1.446
Exames 520 570 285
laboratoriais
Encaminhamentos 360 216 92
em geral
Encaminhamentos 60 144 70
por especialidades
Consultas médicas 2.400 3.008 1.500
Consultas de 2.450 2.024 1.510
enfermagem
Fonte: autoria própria (2024)

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentro de um sistema universal, flexível e sustentável (economicamente e
socialmente), a APS integra uma gama de intervenções e serviços de saúde concebidos
para atender às necessidades individuais e coletivas de uma determinada população,
comunidade ou região, incluindo práticas de cuidados multiprofissionais, vinculadas a um
especialista. serviços, relações intersetoriais e sociedade.
O objetivo do estudo que foi relatar a experiência da implantação de uma Unidade
Básica de Saúde Móvel foi alcançado, pois descreveu-se como se deu a implantação da
Unidade através de levantamento territorial quanto à população e geografia do lugar,
quanto ao número de equipes de saúde distribuídas no território.
A APS como ordenadora do cuidado e principal porta de entrada do SUS,
necessita de atenção dos gestores. Como forma de ampliar o acesso as ações e serviços
de saúde, foi implantada a Unidade Básica de Saúde Móvel em Aquiraz, visando atender
pessoas que residem em localidades de difícil acesso e fortalecer o vínculo da gestão com
a comunidade.
94

REFERÊNCIAS

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96

ARTIGO 5: FINANCIAMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA: pesquisa histórica

FINANCING OF PRIMARY CARE: historical research

Francisca Eridan Fonteles Albuquerque1


Thereza Maria Magalhães Moreira2

Resumo:
Este estudo tem como objetivo analisar o financiamento federal da atenção básica à saúde
no Sistema Ùnico de Saúde (SUS) e os aspectos que conformaram o financiamento, as
transferências de recursos e as características desse nível de atenção ao longo dos 36 anos
de existência do SUS. Tratou-se pesquisa histórica, norteada pela análise do
financiamento federal da atenção básica. Há consenso na literatura de que a atenção básica
representa a principal estratégia de transformação do modelo de atenção à saúde a partir
da criação do SUS. No entanto, os autores apresentam visões distintas sobre como o
financiamento federal e as formas de transferência de recursos entre os entes federativos
impactaram sobre a implantação da atenção básica no Brasil.
Descritores: Financiamento da Assistência à Saúde; Atenção Primária à Saúde; Sistema
Único de Saúde

Abstract:
This study aims to analyze federal funding for primary health care in the Unified Health
System (SUS) and the aspects that shaped the funding, resource transfers, and
characteristics of this level of care over the 36 years of SUS's existence. This was a
historical study guided by an analysis of federal funding for primary health care. There is
consensus in the literature that primary health care represents the main strategy for
transforming the health care model since the creation of SUS. However, the authors
present different views on how federal funding and the forms of resource transfer between
federative entities impacted the implementation of primary health care in Brazil.
Descriptors: Health Care Financing; Primary Health Care; Health Unic System

INTRODUÇÃO
A reforma sanitária brasileira surge no contexto da luta contra a ditadura civil-
militar como conceito de um amplo processo de mudança social e manifestação de um
projeto civilizatório que inclui um projeto de saúde específico baseado no conceito de
saúde como direito (Arouca, 1988). Embora o movimento sanitário não tenha
97

implementado a reforma esperada, que mudou tanto o estado de saúde como a própria
sociedade, promoveu o conceito do direito de cidadania e a reforma democrática do país
(Paim, 2008).
A forte ligação do projeto de reforma sanitária brasileiro com a transformação do
Estado e da sociedade em uma democracia acrescentou algumas características
importantes ao sistema de seguridade social brasileiro, que foi criado na Constituição sob
o nome de Seguridade Social. O novo modelo constitucional de política social caracteriza-
se pelo reconhecimento dos direitos sociais, pela universalidade da cobertura, pelo reforço
das obrigações do Estado, pela submissão das práticas privadas à regulação baseada na
importância pública das atividades e serviços, por uma abordagem orientada para o
público, uma estrutura descentralizada de governo e sociedade e gestão compartilhada
(Teixeira, 2011).
Esse movimento social de grande escala pela reforma sanitária no Brasil permitiu,
entre outras mudanças, a garantia constitucional da saúde como “todo direito e dever do
Estado”, o que levou à criação de um sistema de saúde público e universal, a Saúde Única.
. Sistema - SUS baseado nos princípios da universalidade, integridade, igualdade,
regionalização, descentralização e participação popular (Pinto; Giovanella, 2018).
No Brasil, após a criação do SUS, a atenção primária à saúde tornou-se a principal
estratégia para reorientar o modelo de atenção e aumentar o acesso aos serviços de saúde
(Pinto; Giovanella, 2018) . O modelo de estratégia de saúde da família - ESF tornou-se a
base da atenção primária à saúde no Brasil e está estruturado regionalmente, baseado em
equipes multidisciplinares, abordagem de tratamento individual e coletivo, como
primeiro ponto de contato com o sistema de saúde e início de um processo contínuo de
tratamento em uma rede de serviços extensa (Fiocruz; Cns, 2018).
Há evidências de que os sistemas universais baseados em cuidados de saúde
primários sólidos e principalmente no financiamento e na prestação públicos
proporcionam excelentes resultados em termos de qualidade, eficiência e equidade dos
cuidados de saúde (Starfield; Macinko, 2005). Foram observados diferentes acordos
financeiros na América Latina. relacionados aos modelos de atenção primária à saúde,
que variam desde transferências do nível central até programas especializados (Argentina,
Equador, Guiana, Venezuela), que também se baseiam na distribuição de valores por
pessoa, como no Brasil e no Chile (Wagstaff, 2009; Giovanella; Almeida, 2017).
Dessa forma, o presente estudo pretende analisar o financiamento federal da
atenção básica à saúde no SUS no período de 1988 a 2024 e os aspectos que conformaram
98

o financiamento, as transferências de recursos e as características desse nível de atenção


ao longo dos 36 anos de existência do SUS.

MÉTODO
Trata-se de pesquisa histórica norteada em busca na literatura, com base na
seguinte questão: "O que a literatura científica traz sobre o financiamento federal da
atenção básica no Brasil durante os últimos 36 anos de existência do SUS?". Foi realizada
em seis etapas: seleção da questão de pesquisa; estabelecimento de critérios de inclusão
e exclusão; seleção de amostras; buscar as informações desejadas em artigos; inclusão de
obras selecionadas; discussão e análise dos resultados. Com base na questão de pesquisa
foi possível definir os descritores e palavras-chave: “financiamento”; “atenção básica” e
“SUS”.

Os critérios de participação foram trabalhos publicados na forma de artigos


científicos (artigos originais, ensaios teóricos, reflexões, laudos periciais e publicações);
as obras estão disponíveis online na íntegra em inglês, português ou espanhol; e estudos
cujos títulos, resumos ou palavras-chave abordassem o assunto entre 1988 e 2024. Os
critérios de exclusão foram monografias, teses, dissertações, revisões sistemáticas,
documentos oficiais e trabalhos que não abordassem o assunto proposto.

ACHADOS
Vários autores consideram que a atenção primária à saúde tornou-se área
prioritária do governo federal a partir da segunda metade da década de 1990, dado o
significativo aumento das transferências para esse setor e a significativa expansão da
cobertura nos anos seguintes (Castro; Machado, 2010; Marques; Mendes, 2002).
Desde 1997, quando entrou em vigor a NOB/96, a participação dos recursos
federais no financiamento da saúde pública apresentou uma mudança qualitativa. A
União, por outro lado, acabou com os pagamentos diretos aos prestadores de saúde como
principal meio de alocação de recursos e passou a favorecer as transferências para os
municípios. Por outro lado, centrou-se principalmente nos cuidados de saúde primários,
pelo que os recursos que lhe foram atribuídos foram cada vez mais importantes no total
das transferências (Mendes; Carnut; Guerra, 2018).
A Norma Operacional Básica de 1996 (NOB/96) redefiniu os papéis de cada sub-
região de governo no âmbito do SUS e alterou os mecanismos e fluxos financeiros,
99

reduzindo gradual e continuamente os custos dos serviços e expandindo as transferências


globais. Com a NOB/96, o PSF adquiriu status de estratégia de desvio da atenção primária
e substituiu as formas tradicionais de atendimento. A NOB/96 estabeleceu componentes
fixos e variáveis do Piso de Atenção Básica (PAB) e estabeleceu incentivos financeiros
para os municípios aprovados pelo Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS)
e PSF, tornando automático o repasse de recursos federais para financiamento desses
programas (Solla et al., 2007).
A criação do PAB, juntamente com a transferência de recursos da atenção básica
com base em critérios populacionais, foi essencial para incentivar a expansão da atenção
básica, e observa que a criação do PAB variável melhorou esse processo. Ele estimou que
este modelo financeiro teve resultados positivos no fortalecimento, expansão e
reestruturação do processo de descentralização da atenção primária (Melamed; Costa,
2003).
O objetivo do mecanismo de afetação de recursos introduzido pela NOB/96 era
separar gradualmente a faturação dos serviços de saúde do seu financiamento e criar
incentivos especiais para reorientar a estrutura dos serviços básicos para a expansão e
harmonização a nível nacional (Bodstein, 2002).
O processo de descentralização da atenção primária à saúde no Brasil definiu uma
estrutura de regras e incentivos positivos que incentivou a transferência direta de recursos
federais para áreas municipais, dando aos gestores locais de saúde mais poder de decisão
sobre os recursos administrados por meio do fundo, mecanismos financeiros estaduais e
municipais (Giovanella, 2020).
A NOB 96 conseguiu implementar processos automatizados para descentralizar
recursos e criar a sua própria política de cuidados básicos que favorece programas
considerados estratégicos no desenvolvimento de um novo modelo de ajuda. A criação
de um mecanismo de incentivo financeiro para a descentralização, onde a implementação
do orçamento federal da saúde foi delegada mesmo parcialmente aos governos estaduais,
foi extremamente indutiva (Moraes; Canoas, 2013).
Os mecanismos financeiros desempenharam um papel estimulante na atenção
primária como eixo estrutural para a organização de iniciativas e serviços de saúde. Eles
argumentam que os padrões e incentivos financeiros federais incentivaram a
implementação de políticas municipais quando os serviços foram regionalizados e a ESF
foi estabelecida como referência nacional para a prestação de cuidados primários no SUS.
Essas políticas permitiram a redistribuição de recursos financeiros de tal forma que os
100

municípios localizados em regiões mais pobres também fossem priorizados no contexto


de dificuldades financeiras da saúde.
Os recursos federais repassados por meio da variável PAB foram o principal fator
que levou os municípios a adotarem a ESF como modelo de atenção primária à saúde. Ele
estimou que essa estruturação do financiamento federal é uma escolha estratégica
relacionada à decisão de mudar o modelo de gestão da saúde primária do Brasil, porque
estava interessado no financiamento da ESF e não em qualquer outro modelo (Cabreira
et al., 2019).
A adoção de um modelo político de cima para baixo e não o que é reivindicado
pelo movimento urbano, que defende maior autonomia para a descentralização. Estima-
se que algumas alterações da Política Nacional de Atenção Primária à Saúde – PNAB de
2011 iniciaram o caminho para fortalecer a autonomia dos municípios, levando em conta
uma resposta mais flexível à diversidade e singularidade das necessidades locais. força e
modelo de transferências globais. É importante conquistar um modelo de financiamento
que atinja as prioridades definidas pela União e se baseie em padrões nacionais e gerais
que não são suficientes para se adaptar às necessidades, circunstâncias, especificidades e
projetos locais dos municípios (Sousa; Sousa; Da Silva, 2019).
Na mesma direção, analisando a política federal de atenção básica no período de
2003 a 2008, a NOB 96, embora tenha sido uma ferramenta importante na implementação
da descentralização do sistema, aumentou as transferências diretas de dinheiro para o
fundo na área da atenção básica, constituiu um obstáculo ao avanço da construção de uma
política de saúde baseada nas necessidades do nível local. Isto porque a criação do
mecanismo de transferência da Atenção Primária à Saúde (PAB), que quebrou de forma
abrangente a lógica da transição sanitária global, foi terreno fértil para as políticas de
estímulo financeiro que se seguiram (Vieira; Lima, 2023).
No que diz respeito à descentralização e municipalização da assistência à saúde,
o modelo financeiro da atenção básica limita a autonomia do gestor dos serviços públicos
e impede especialmente a atenção básica e o sistema de saúde em geral de satisfazer as
necessidades locais de saúde, mecanismos de controle e participação. Consideram que o
financiamento do tratamento básico deve basear-se principalmente na necessidade de
cuidados de saúde, tal como previsto na Lei nº. 141/2012 (Simão; Orellano, 2015).
A nova PNAB 2017 flexibiliza o modelo de tratamento e a utilização dos recursos
transferidos por meio do PAB variável fragiliza a capacidade de regulação e consulta
nacional dos Estados-membros, responsável pelo avanço significativo do processo de
101

descentralização do SUS. Em relação ao financiamento, destacam a falta de mecanismos


que diferenciem o valor d a ESF em relação aos chamados equipes de atenção primária
às quais não foram atribuídos anteriormente esses recursos (Almeida et al., 2018).
A PNAB 2017 ampliou a lógica dos incentivos financeiros sob o cálculo dos
valores variáveis do PAB e das condições de avaliação de desempenho, fortalecendo a
lógica administrativa. De acordo com estas análises, a PNAB de 2017 agrava a situação
de subfinanciamento dos cuidados básicos, porque baixa o nível dos recursos próprios do
município e da manutenção dos serviços de cuidados básicos e liberta-o completamente
no cenário de nível de cuidados. sobre o desmantelamento da disciplina económica e das
políticas públicas (Morosini; Fonseca; Lima, 2018).
A Atenção Básica passou por diversas mudanças ao longo do tempo, sendo a mais
recente a mudança no seu financiamento por meio do programa Previne Brasil. Foi
instituído pela Portaria nº 2.979, de 12 de novembro de 2019. O novo modelo financeiro
trouxe algumas alterações nas transferências de receitas aos municípios, que passaram a
ser distribuídas com base em três critérios: meta ponderada, bônus de desempenho e
motivação estratégica (De Melo Bezerra et al., 2022).
Considerando os dados observados ao longo dos anos que mostram que a
cobertura da atenção primária era incerta, o princípio do Previne Brasil é estruturar o
modelo financeiro de tal forma que o objetivo seja aumentar o acesso das pessoas aos
serviços primários de saúde e fortalecer o vínculo entre eles, população e equipe, tornando
os gestores mais responsáveis (Harzheim, 2020).
Segundo o Ministério da Saúde, o programa Previne Brasil equilibra os valores
econômicos per capita, referentes à população devidamente cadastrada nas equipes de
saúde da família (eSF) e atenção básica (eAP), o que promove a aquisição e efetivação
de estratégias de saúde (De Melo Bezerra et al., 2022).
As alterações do financiamento foram feitas de acordo com os indicadores e
números coletados em anos anteriores, que mostraram que a cobertura da população do
Serviço Único de Saúde em termos de atenção básica era baixa. Por que é necessário
manter o mesmo financiamento se não se alcançam resultados satisfatórios mesmo com
o programa de desenvolvimento e qualidade realizado ao longo de vários ciclos e com o
financiamento de todos os municípios? O programa Previne Brasil foi criado para
alcançar resultados positivos ao ampliar o acesso aos serviços de saúde por meio de uma
recuperação criteriosa que organize o trabalho dos agentes comunitários de saúde e de
toda a equipe. implementar estratégias para aumentar os serviços de saúde e atingir metas
102

e indicadores, melhorando a qualidade desses serviços.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos últimos anos, a atenção primária à saúde emergiu como uma das mais
importantes manifestações de garantia do direito à saúde no Brasil nos últimos anos,
apesar dos grandes desafios que ainda precisa superar para se estabelecer como
organizadora do sistema de saúde. com uniformidade garantida. e lidar com a produção
social da doença. O financiamento dos cuidados primários continua a ser uma questão
fundamental para enfrentar este desafio, uma vez que sofre tanto de subfinanciamento
crónico do sistema como de distorções nas formas de transferência de recursos.
O plano financeiro do SUS destacado no processo regulatório da Lei Orgânica da
Saúde ainda tentou superar os limites e problemas do federalismo brasileiro ao referir-se
à divisão territorial de planejamento, recursos e gestão entre os estados federados.
Contudo, trata-se de uma mudança estrutural, que segundo a opinião do autor deve ser
feita: aos poucos e com segurança; baseado em pesquisa aplicada; governação tripartida,
participação popular e controlo social; criação de novos instrumentos legais e
administrativos; com inovações em processos administrativos; e necessariamente
aumentar quantitativamente o financiamento dos cuidados de saúde em geral e dos
cuidados de saúde primários em particular.
Os cuidados de saúde primários mudaram durante esse período, seja para melhor
ou não, mas de alguma forma afetam aqueles que dependem dos seus serviços. O
programa Previne Brasil muda radicalmente o modelo financeiro que vem sendo aplicado
há muito tempo, pois seu real propósito não é apenas financeiro. Foi desenvolvido para
fortalecer os cuidados de saúde primários através das suas atividades, estratégias e
abordagem. Não só para os utilizadores, mas também para quem aí trabalha, para que a
administração se torne cúmplice. A diminuição do valor dos rendimentos pagos aos
governos locais é indiscutível, mas o responsável por isso identificou deficiências nos
seguros de saúde. Suas estratégias incluem melhorar significativamente a população,
melhorar indicadores e metas, aumentar o planejamento da equipe, a colaboração e a
liderança participativa. Em qualquer caso, qualquer programa implementado por
organismos públicos tem sempre as suas vantagens e desvantagens, e há certamente
obstáculos à sua utilização de uma forma que perturbe a economia.
Portanto, parece necessário abordar a fragmentação do sistema de saúde e fazer
propostas de descentralização com foco na cobertura, para que seja aumentada a
103

capacidade do sistema de saúde para responder às necessidades de saúde da população.


Em particular, a fragmentação histórica dos cuidados primários e de todo o sistema de
saúde tornou-se um terreno fértil para a expansão do sector privado e a captura de uma
parte significativa da população nos cuidados de saúde privados, o que enfraquece a base
social dos cuidados de saúde. no setor da saúde.

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105

ARTIGO 6: PLANILHA ELETRÔNICA DE MONITORAMENTO DO


PREVINE BRASIL: construção, evidências de validade e usabilidade

Francisca Eridan Fonteles Albuquerque1


Thereza Maria Magalhães Moreira2
INTRODUÇÃO
O direito à saúde no Brasil é fundamentado na Constituição Federal de 1988, que
estabeleceu as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). A Constituição instituiu
princípios como universalidade, descentralização, integralidade, regionalização e
hierarquização, definindo a Atenção Primária em Saúde (APS) como a porta de entrada
do SUS (BRASIL, 1988). O SUS é um sistema complexo que requer uma gestão eficaz,
financiamento adequado e organização logística para funcionar de maneira eficiente. Os
profissionais da APS precisam reconhecer a importância dos programas de saúde e ajustar
os processos de trabalho para garantir a qualidade e a eficiência do serviço, uma vez que
os indicadores propostos definem o teto financeiro do custeio e ajudam a avaliar a
qualidade e a organização dos serviços (BRASIL, 2017).
Modelos de financiamento de sistemas de saúde e de pagamento por serviços de
saúde são temas amplamente debatidos na área da saúde global, em razão do alto custo
dos insumos, do custeio e do investimento na saúde. Podemos dizer que o financiamento
na saúde é um forte indutor sobre o modelos de gestão, sobre os métodos e sem dúvida,
determinante dos resultados.
Em recente reunião de alto- nível das Nações Unidas sobre Cobertura Universal
de Saúde- meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) – foi aprovada
uma resolução que enfatiza a necessidade dos países garantirem financiamento público
suficiente para o fortalecimento de sistemas de saúde, maximizarem a eficiência dos
gastos em saúde para prestação de serviços acessíveis, oportunos e de qualidade, e
aumentam a destinação de recursos para a Atenção Primária à Saúde (APS), pilar para o
alcance dos ODS relacionados a Saúde.
No Brasil a responsabilidade financeira de alocação de recursos na área da saúde
é compartilhada entre as três esferas de governo, e, de forma pactuada e hierarquizada se
delimitou responsabilidades que cabem a União, Estados, Municípios e o Distrito Federal.
A União repassa recursos integrais aos municípios e estados, que são responsáveis pela
gestão e execução dos serviços (BRASIL, 2019).
Tem sido grande desafio equacionar a qualidade da assistência à saúde na APS
com o custeio dos serviços e equipamentos de saúde, assim podemos citar o programa
106

criado para melhorar a qualidade e o acesso aos serviços, foi criado o Programa Nacional
de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) em 2011, e,
posteriormente, o Programa Previne Brasil, lançado em 2019. Este último introduziu um
modelo de financiamento misto, baseado no pagamento per capita e na captação
ponderada, além de incentivar ações estratégicas como atendimento em horários
estendidos e informatização das equipes (HARZHEIM et al., 2020).
O estudo proposto visa aprimorar a gestão da saúde em Aquiraz, Ceará, por meio
da implementação de uma ferramenta de monitoramento dos indicadores do Programa
Previne Brasil. Utilizando planilhas eletrônicas, o objetivo é acompanhar o desempenho
das unidades básicas de saúde e ajustar as ações em tempo real. A pesquisa busca
sensibilizar as equipes de saúde para a importância do registro e acompanhamento dos
indicadores e possibilitar a melhoria contínua dos serviços de saúde (MICROSOFT,
2019). A ferramenta elaborada abordará indicadores como consultas de pré-natal, exames
de sífilis e HIV, atendimento odontológico, coleta de citopatológico, vacinação infantil e
acompanhamento de hipertensão e diabetes.
O objetivo deste artigo foi descrever a construção e evidências de validade
(conteúdo e aparência) e usabilidade de planilha eletrônica para monitorar
sistematicamente o atingimento de metas dos sete indicadores do programa Previne Brasil
no Sistema de Saúde da Atenção Básica (SISAB), para a captação de recurso da APS.

MÉTODO
A planilha eletônica foi construída pela pesquisadora com o auxílio de um
profissional expertise no programa Microsoft Excel, em Maio de 2024.
A planilha foi elaborada de forma a contemplar os setes indicadores que são
monitorados e avaliados no trabalho das equipes pelo programa Previne Brasil a fim de
garantir o repasse federal.
Os indicadores são voltados à saúde materno-infantil, manejo de condições
crônicas de saúde (hipertensão e diabetes) e imunização (HARZHEIM, 2020).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Sobre a Construção da planilha eletrônica, o quadro 1 a seguir apresenta os


indicadores contemplados, os parâmetros, metas e pesos correspondentes.
107

Quadro 1: Indicadores de desempenho do Programa Previne Brasil, Fortaleza-Ceará,


2024.
Ações Indicador Parâmetr Met Peso
estratégicas o a
I-Proporção de gestantes com, pelo menos, >=80% 60% 1
06 consultas pré-natal realizadas, sendo a
1ª até a 20ª semana de gestação
Pré-Natal II-Proporção de gestantes com realização >=95% 60% 1
de exames para sífilis e HIV
III-Proporção de gestantes com >=90% 60% 2
atendimento odontológico realizado
Saúde da IV-Cobertura de exame citopatológico >=80% 40% 1
Mulher
Saúde da V-Cobertura vacinal de poliomielite >=95% 95% 2
Criança inativada e de pentavalente
VI-Percentual de pessoas hipertensas com >=90% 50% 2
Doenças pressão arterial aferida em cada semestre
Crônicas VII-Percentual de diabéticos com >=90% 50% 1
solicitação de hemoglobina glicada
Fonte: Brasil, 2019.

Nas figuras 1 está disposta a planilha eletrônica construída e na Figura 2 um


pré-teste dela em uma UBS de Aquiraz-Ceará, na qual atuo como Enfermeira.
108

Figura 1: Planilha eletrônica com o acompanhamento diário dos sete indicadores do


Previne Brasil. Fortaleza-Ceará, 2024.

Fonte: Próprio autor (2024).


Figura 2: Planilha eletrônica com o percentual geral por quadrimestre dos sete
indicadores do Previne Brasil de uma UBS de Aquiraz-Ceará. Fortaleza-Ceará,
2024.
109

Fonte: Próprio autor (2024).

Acerca das evidências de validade da planilha eletrônica, tem-se que, em sua


validação de conteúdo, a planilha eletrônica foi submetida à avaliação por um comitê de
sete juízes, todos graduados, com cursos de pós-graduação stricto sensu e atuantes na área
da gestão em saúde. Os juízes participantes eram enfermeiros, assistentes sociais, gestores
em saúde e psicólogos. O processo de validação ocorreu no mês de Junho de 2024 e as
características dos juízes especialistas estão descritas na Tabela 1, a seguir:
110

Tabela 1 – Caracterização dos juízes quanto à faixa etária, sexo, profissão, titulação e
requisitos de Jasper. Fortaleza-Ceará-Brasil, 2024.
Características n %
Faixa etária
De 25 a 30 anos 1 14,3
De 31 a 40 anos 0 0,0
De 41 a 63 anos 6 85,7
Sexo
Feminino 5 71,4
Masculino 2 28,6
Profissão
Enfermeiro(a) 5 71,4
Psicólogo 1 14,3
Assistente social 1 14,3
Titulação
Mestrado 7 100
Tempo de serviço
1 a 6 anos 1 14,3
7 a 14 anos 2 28,6
15 anos ou mais 4 57,1
Habilidades/Conhecimentos
adquiridos pela experiência
Pesquisas na área 4 57,1
Publicações na área 2 28,6
Vivência na temática 7 100
Fonte: Própria autora (2024).
Para validação de conteúdo, foi utilizado Instrumento de Validação de
Conteúdo Educativo em Saúde – IVCES (ANEXO A), onde o conteúdo como um todo
precisa apresentar o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) > 0,8 (LOBIONDOWOOD,
HABER, 2001). Segundo Alexandre e Colucci (2015): IVC mede a proporção ou
porcentagem de juízes em concordância sobre determinados aspectos de um instrumento
e de seus itens. Os níveis variam de 1. discordo totalmente; 2. discordo; 3. discordo
parcialmente; 4. concordo; 5. concordo totalmente. Os itens avaliados pelos juízes foram:
objetivos, estrutura e apresentação e relevância.
O escore total foi calculado via somatório da pontuação de todos os itens,
dividido pelo somatório da pontuação máxima de cada item, vezes 100 para transformar
em percentual, conforme a fórmula de cálculo a seguir: IVCES (subtotal) = (Σ(n)itens
alcançados / Σitens) x 100 e o IVCES (total) = %J1 + %J2 +%J3 + %J4 + %J5 + %J6 +%J7/
(nº de juízes, n=7). A Tabela 2 traz os dados relacionados à validação de conteúdo da
planilha pelos juízes, que o consideraram adequado quanto aos objetivos (IC=91,42%),
estrutura/apresentação (IC=92,85%) e relevância (IC=95,2%), com IC total de 93,15%.
111

Tabela 2 – Resultado da validação com Instrumento de Validação de Conteúdo


Educativo em Saúde (IVCES). Fortaleza, CE, Brasil, 2024.
Itens Concordância
D DP C CT IC
f (%) f (%) f (%) f (%) (%)
OBJETIVOS: propósitos, metas ou finalidades 91,42
1. Contempla tema proposto - - 3 4 100,0
(42,9) (57,1)
2. Adequado ao processo de ensino-aprendizagem - 1 1 5 85,7
(14,3) (14,3) (71,4)
3. Esclarece dúvidas sobre o tema abordado 1 - 2 4 85,7
(14,3) (28,6) (57,1)
4. Proporciona reflexão sobre o tema - - 2 5 100,0
(28,6) (71,4)
5. Incentiva mudança de comportamento 1 - 2 4 85,7
(14,3) (28,6) (57,1)
ESTRUTURA/APRESENTAÇÃO: 92,85
organização, estrutura, estratégia, coerência e suficiência
6. Linguagem adequada ao público-alvo - 1 1 5 85,7
(14,3) (14,3) (71,4)
7. Linguagem apropriada ao material educativo - 1 2 4 85,7
(14,3) (28,6) (57,1)
8. Linguagem interativa, permitindo envolvimento - 1 2 4 85,7
ativo no processo educativo (14,3) (28,6) (57,1)
9. Informações corretas - - 2 5 100,0
(28,6) (71,4)
10. Informações objetivas - - 3 4 100,0
(42,9) (57,1)
11. Informações esclarecedoras - 1 3 3 85,7
(14,3) (42,9) (42,9)
12. Informações necessárias - - 3 4 100,0
(42,9) (57,1)
13. Sequência lógica das ideias - - 3 4 100,0
(42,9) (57,1)
14. Tema atual - - 2 5 100,0
(28,6) (71,4)
15. Tamanho do texto adequado - 1 1 5 85,7
(14,3) (14,3) (71,4)
RELEVÂNCIA: significância, impacto, motivação e 95,2%
interesse
16. Estimula o aprendizado - 1 2 4 85,7
(14,3) (28,6) (57,1)
17. Contribui para o conhecimento na área - - 1 6 100,0
(14,3) (85,7)
18. Desperta interesse pelo tema - - 1 6 100,0
(14,3) (85,7)
D = discordo; DP= discordo parcialmente; CP = concordo parcialmente; C = concordo; f
= frequência absoluta; % = frequência relativa (percentual); IC = indíce de concordância.
Fonte: Própria autora (2024).
112

Sobre a validade de aparência e também sobre a usabilidade, nesta etapa foram


convidados três profissionais atuantes do serviço para julgarem a aparência e usabilidade
da planilha. Todos os juízes que validaram a aparência e usabilidade da planilha tinham
vínculo com a gestão pública e vivenciaram experiências em municípios diversos (de
pequeno, médio e grande porte), tinham pós-graduação e eram enfermeiros, sendo a
maioria do sexo feminino (66,7%), com idade variando de 27 a 47 anos e com tempo de
experiência entre 5 a 20 anos.
Para a validação da aparência foi utilizado o instrumento de validação de
aparência de tecnologia educacional em saúde (IVATES). Os escores avaliados para
aparência estão identificados da seguinte forma: 1)Discordo totalmente, 2)Discordo
parcialmente,3)Discordo, 4)Concordo, 5)Concordo totalmente. Utilizou-se o Índice de
Validação de Aparência (IVA) indicado por Souza, Moreira e Borges (2020), a partir da
somatória das respostas 4 (concordo) e 5 (concordo totalmente) de cada especialista em
cada item do questionário, dividindo-se essa soma pelo número total de respostas.
Calculou-se, ainda, o IVA total, somando cada o valor obtido em cada item pelo total de
itens (Tabela 3).

Tabela 3 – Resultado da validação com instrumento de validação de aparência de


tecnologia educacional em saúde (IVATES). Fortaleza-Ceará-Brasil, 2024.
Itens Concordância
D DP C CT IC
f (%) f (%) f (%) f (%) (%)
1. As ilustrações estão adequadas para o público-alvo - - - 3 100,0
(100,0)
2. As ilustrações são claras e transmitem - - - 3 100,0
facilidade de compreensão (100,0)
3. As ilustrações são relevantes para compreensão do - - - 3 100,0
conteúdo pelo público-alvo (100,0)
4. As cores das ilustrações estão adequadas para o - - 1 2 100,0
tipo de material (33,4) (66,6)
5. As formas das ilustrações estão adequadas para - - 1 2 100,0
o tipo de material (33,4) (66,6)
6. As ilustrações retratam o cotidiano do público- - - - 3 100,0
alvo da intervenção (100,0)
7. A disposição das figuras está em harmonia com o - - 1 2 100,0
texto (33,4) (66,6)
8. As figuras utilizadas elucidam o conteúdo do - - 1 2 100,0
material educativo (33,4) (66,6)
9. As ilustrações ajudam na exposição da temática e - - 1 2 100,0
estão em uma sequência lógica (33,4) (66,6)
113

10. As ilustrações estão em quantidade adequadas no - - 1 2 100,0


material educativo (33,4) (66,6)
11. As ilustrações estão em tamanhos adequados no - - 1 2 100,0
material educativo (33,4) (66,6)
12. As ilustrações ajudam na mudança de - - 1 2 100,0
comportamentos e atitudes do público-alvo (33,4) (66,6)
IVA Total 100,00
D = discordo; DP= discordo parcialmente; CP = concordo parcialmente; C = concordo; f
= frequência absoluta; % = frequência relativa (percentual); IC = indíce de concordância.
Fonte: Própria autora (2024)..

A planilha eletrônica mostrou evidências de validade quanto à aparência, com


IVA total igual a 100%. Esses valores obtidos demonstram que a tecnologia desenvolvida
contém informações adequadas, claras e relevantes e de fácil compreensão para o público
ao qual se destina.
Já para avaliação da usabilidade foi utilizado o instrumento System Usability
Scale (SUS). Para o cálculo do escore de usabilidade (SUS Score), subtrai-se 1 da
pontuação para as respostas ímpares, e para as respostas pares, subtrai-se a resposta de 5.
Para obtenção da média final, multiplica-se o valor encontrado por 2,5, que dará a
pontuação final (entre 0 a 100). Para ser considerado um sistema de usabilidade adequada,
os autores indicam o ponto de corte de 68 pontos. Contudo, Bangor, Kortum e Miller
(2009) e Cavalcante et al. (2021) corroboram que ferramentas tecnológicas com SUS
Score entre 0 e 25 pontos é tida como pior alcançável; de 26 a 39, ruim; 40 a 52, aceitável;
53 a 74, bom; 75 a 85, excelente; e de 86 a 100, melhor alcançável (CAVALCANTI et
al., 2021).

Tabela 4 - Avaliação da usabilidade por especialista. Fortaleza, CE, Brasil, 2024.


Especialista Pontuação Classificação Ia Classificação IIb
E1 97,5 Adequada Melhor alcançável
E2 80 Adequada Melhor alcançável
E3 87,5 Adequada Melhor alcançável
Média 88,3 Adequada Melhor
alcançável
a = classificação da usabilidade com base no ponto de corte de 68 pontos; b = classificação
da usabilidade com base nos estudos de Bangor, Kortum e Miller (2009) e Cavalcante et
al. (2021).
Fonte: elaborado pelo autor.

Portanto, a construção da planilha eletrônica, realizada em maio de 2024 foi


114

essencial para o monitoramento dos sete indicadores do programa Previne Brasil.


Elaborada com a ajuda de um especialista em Microsoft Excel, essa ferramenta possibilita
um acompanhamento preciso e sistemático dos indicadores voltados à saúde materno-
infantil, manejo de condições crônicas (hipertensão e diabetes) e imunização, garantindo,
assim, o repasse federal conforme os parâmetros, metas e pesos estabelecidos.

4 CONCLUSÃO
A validação da planilha por um comitê de sete juízes especialistas na área de
gestão em saúde reforça sua efetividade. Os juízes avaliaram aspectos como objetivos,
estrutura e relevância, utilizando o Instrumento de Validação de Conteúdo Educativo em
Saúde (IVCES). A planilha obteve um Índice de Validade de Conteúdo (IVC) total de
93,15%, demonstrando alta concordância entre os especialistas sobre sua adequação e
utilidade.
Além disso, a avaliação de aparência e usabilidade da planilha, conduzida por
três profissionais experientes, confirmou a clareza, relevância e adequação das ilustrações
e do conteúdo. Com um Índice de Validação de Aparência (IVA) total de 100%, a planilha
se mostrou fácil de compreender e utilizar. O System Usability Scale (SUS) corroborou
esses resultados, destacando a planilha como uma ferramenta tecnológica eficaz e
acessível para o monitoramento dos indicadores do Previne Brasil.

REFERÊNCIAS

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Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 3.992, de 28 de dezembro de 2017.


Altera a portaria de consolidação nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017, para dispor
115

sobre o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços


públicos de saúde do Sistema Único de Saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 2.979, de 12 de novembro de 2019.


Institui o Programa Previne Brasil, que estabelece novo modelo de financiamento de
custeio da Atenção Primária à Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde, por meio da
alteração da Portaria de Consolidação nº 6/GM/MS, de 28 de setembro de 2017. Diário
Oficial da União, Brasília, 13 nov. 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 3.222, de 10 de dezembro de 2019.


Dispõe sobre os indicadores do pagamento por desempenho, no âmbito do Programa
Previne Brasil. Diário Oficial da União. Brasília, 2019.

BRASIL. Ministério da Saúde. Gabinete do Ministro. Portaria nº 1.654, de 19 de julho


de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o Programa Nacional de
Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB) e o Incentivo
Financeiro do PMAQ-AB, denominado Componente de Qualidade do Piso de Atenção
Básica Variável - PAB Variável. Diário Oficial da República Federativa do Brasil,
Brasília, DF, 20 jul. 2011. Disponível em:
http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/pmaq/prt_1654_19_07_2011.pdf.
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WORLD HEALTH ORGANIZATION. World health statistics 2022. Geneva: World


Health Organization, 2022.
119

APENDICE A- CARTA CONVITE JUÍZES DE CONTEUDO

VALIDAÇÃO CONTEÚDO

Prezado(a)
Você está sendo convidado (a) a participar desta pesquisa desenvolvida por
Francisca Eridan Fonteles Albuquerque, discente do Mestrado de Gestão em Saúde da
Universidade Estadual do Ceará, orientada pela Professora Doutora Thereza Maria
Magalhães Moreira, docente da Universidade estadual do Ceará. Esta pesquisa tem como
objetivo de efetivar a construção da ferramenta de gestão em saúde, planilha eletrônica
para implementação do processo de gestão em saúde dos indicadores do Programa
Previne Brasil na Unidade Básica de Saúde (UBS)/ na Atenção Primária (APS) do
município de Aquiraz.
Nós estamos desenvolvendo essa pesquisa porque verificamos que a gestão de
saúde de Aquiraz não alcança as metas dos sete indicadores do Programa Previne Brasil,
pois nos “registros” das ações prestadas verifica- se um baixo percentual de cobertura de
atendimentos ocasionando dificuldades no processo de trabalho, e, até comprometendo o
financiamento da APS. Implantar uma ferramenta para ajudar a gestão de saúde a
monitorar em tempo real o “passo a passo” do processo de trabalho in loco, na UBS, para
contribuir com os ajustes e implementações necessárias tanto em garantir o registro
correto e a cobertura de 100% da assistência à saúde. Ressaltamos o registro visto que é
através dele que se oficializa o atendimento.
O presente estudo foi
aprovado.................................................................................
No link a seguir, você terá acesso ao TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE
E ESCLARECIDO (TCLE).
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfoYLpOPryPRzUKXVEHsIYNwvoS4yc
b229ZJpmoXwuWIJlmPg/viewform?usp=pp_url
Solicitamos, por gentileza, que o (a) Sr.(a) guarde, em seus arquivos, uma VIA
deste documento de consentimento livre e esclarecido. A coleta de dados será feita
através de respostas a um questionário anônimo. O questionário será respondido em seu
próprio computador ou celular, não precisando, portanto, ter contato com nenhuma
pessoa. Link para acesso ao documento:
https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfoYLpOPryPRzUKXVEHsIYNwvoS4yc
b229ZJpmoXwuWIJlmPg/viewform?usp=pp_url
120

APENDICE B - CARTA CONVITE JUÍZES TÉCNICOS

VALIDAÇÃO DE APARÊNCIA E USABILIDADE

Prezado(a)
Você está sendo convidado (a) a participar desta pesquisa desenvolvida por
Francisca Eridan Fonteles Albuquerque, discente do Mestrado de Gestão em Saúde da
Universidade Estadual do Ceará, orientada pela Professora Doutora Thereza Maria
Magalhães Moreira, docente da Universidade estadual do Ceará. Esta pesquisa tem como
objetivo de efetivar a construção da ferramenta de gestão em saúde, planilha eletrônica
para implementação do processo de gestão em saúde dos indicadores do Programa
Previne Brasil na Unidade Básica de Saúde (UBS)/ na Atenção Primária (APS) do
município de Aquiraz.
Nós estamos desenvolvendo essa pesquisa porque verificamos que a gestão de
saúde de Aquiraz não alcança as metas dos sete indicadores do Programa Previne Brasil,
pois nos “registros” das ações prestadas verifica- se um baixo percentual de cobertura de
atendimentos ocasionando dificuldades no processo de trabalho, e, até comprometendo o
financiamento da APS. Implantar uma ferramenta para ajudar a gestão de saúde a
monitorar em tempo real o “passo a passo” do processo de trabalho in loco, na UBS, para
contribuir com os ajustes e implementações necessárias tanto em garantir o registro
correto e a cobertura de 100% da assistência à saúde. Ressaltamos o registro visto que é
através dele que se oficializa o atendimento.
O presente estudo foi
aprovado.................................................................................
No link a seguir, você terá acesso ao TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E
ESCLARECIDO (TCLE). https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfXg3H-EM-
yszS1_cQ1LudeUkAxw8S3JC1wq3PTgdr7h0hawA/viewform?usp=pp_url
Solicitamos, por gentileza, que o (a) Sr.(a) guarde, em seus arquivos, uma VIA
deste documento de consentimento livre e esclarecido. A coleta de dados será feita através
de respostas a um questionário anônimo. O questionário será respondido em seu próprio
computador ou celular, não precisando, portanto, ter contato com nenhuma pessoa. Link
para acesso ao documento: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfXg3H-EM-
yszS1_cQ1LudeUkAxw8S3JC1wq3PTgdr7h0hawA/viewform?usp=pp_url
121

APÊNDICE C - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


PARA JUÍZES DE CONTEÚDO

Voce está sendo convidado a participar do estudo: “Construção de planilha eletrônica


para implementação do processo de gestão dos indicadores do Previne Brasil na Unidade Básica
de Saúde do Iguape/ na atenção primária de saúde do município de Aquiraz”, a ser desenvolvido
pela aluna Francisca Eridan Fonteles Albuquerque, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Thereza Maria
Magalhães Moreira, vinculada ao Mestrado Profissional em Gestão Saúde da Universidade
Estadual do Ceará, tendo como objetivo desenvolver pl ani l ha el et rôni ca p ar a
i m pl em ent ação do processo de trabalho junto aos indicadores do Previne Brasil dos gestores
atuantes na gestão das Unidades Básicas de Saúde na Atenção Primária em Saúde.
Você participará como um(a) dos(as) juízes(as) na validação de conteúdo. Caso
concorde em participar desta pesquisa, enviaremos, via correio eletrônico e/ou pessoalmente, uma
cópia do produto, com o instrumento avaliativo e este Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido. Esse instrumento deverá ser preenchido após leitura e apreciação da planilha
eletrônica; em caso de discordância em 80% de um item pelos juízes, este será desvalidado da
proposta, podendo ser reconstituído mediante sugestões dos juízes, e reencaminhado para nova
validação. Você pode avaliar no seu domicilio ou no local que lhe for conveniente.
Será estabelecido o prazo de 15 dias para que você realize a análise, preencha o
instrumento e o devolva a pesquisadora via correio eletrônico ou pessoalmente. A sua participação
é voluntária, você poder sair deste estudo a qualquer momento, e a sua recusa não lhe acarretará
prejuízo ou dano.
O ato de avaliar a ferramenta tecnológica pode acarretar riscos mínimos como: tempo
dedicado a análise ao produto, cansaço, desconforto, insegurança e constrangimento ao responder
o questionário. Para minimizar estes riscos daremos explicações necessárias para responder as
questões, informamos que não existe pergunta certa ou errada, que será assegurado o sigilo de sua
identidade e privacidade dos dados coletados durante e após a pesquisa. Você não terá custos,
nem receberá vantagem financeira, e será ressarcido se houver despesa ao participar desta
pesquisa. Caso sofra dano resultante de sua participação, terá direito a indenização e a buscar
assistência. A pesquisa será suspensa imediatamente ao se perceber risco ou dano à saúde do
participante.
Espero contar com sua colaboração, pois este estudo beneficiará a Gestão Municipal
de Saúde de Aquiraz-Ceará, contribuindo para implantação e implementação de medidas
organizacionais, instituindo ações de monitoramento, controle avaliação das ações e serviços
de saúde, incorporando a ciência, o ato de cuidar e servir às necessidades dos usuários;
assegurando suporte tecnológico qualificado para a vigilância diária do registro das ações
assistenciais realizadas no foco do Programa Previne Brasil.
Os resultados desta pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome
ou o material que indique sua participação não será liberado sem a sua permissão. Os dados
utilizados no estudo ficarão arquivados com a pesquisadora responsável por cinco anos e, após
esse tempo, serão destruídos. Comunicamos que a pesquisa só terá início, quando o projeto for
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UECE. Este termo de consentimento encontra-
se impresso em duas vias, sendo que uma via será arquivada pela pesquisadora responsável, e
a outra será enviada online a você. Se você tiver alguma consideração ou dúvida, sobre a sua
participação nessa pesquisa, entre em contato com a pesquisadora responsável: Francisca
Eridan Fonteles Albuquerque, Telefone para contato: 85.994331300, e-mail
fefafontinele@gmail.com, e com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do
Ceará, localizado na Av. Dr. Silas Munguba, 1700, Campus do Itaperi, Fortaleza-Ceará–UECE.
CEP 60.714903- Fone. 3101.9890. E-mail: cep@uece.br. Horário de funcionamento: 8h às 12h
122

e 13h às 17h de segunda a sexta.

Eu, ______________________________________, diante dos esclarecimentos prestados,


concordo em participar, como voluntário (a) da pesquisa: “Construção de Planilha Eletrônica
para implementação do processo de gestão dos indicadores do Previne Brasil na Unidade Básica
de Saúde do Iguape/ na atenção Primária de Saúde do município de Aquiraz”.

Fortaleza, ___/___/____

_________________________________________
Assinatura do participante

_________________________________________
Francisca Eridan Fonteles Albuquerque
(Pesquisadora)

_________________________________________
Prof.ª Dr.ª Thereza Maria Magalhães Moreira
(Orientadora)
123

APÊNDICE D - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


PARA JUÍZES DE APARÊNCIA E USABILIDADE

Voce está sendo convidado a participar do estudo: “Construção de planilha eletrônica


para implementação do processo de gestão dos indicadores do Previne Brasil na Unidade Básica
de Saúde do Iguape/ na atenção primária de saúde do município de Aquiraz”, a ser desenvolvido
pela aluna Francisca Eridan Fonteles Albuquerque, sob a orientação da Prof.ª Dr.ª Thereza Maria
Magalhães Moreira, vinculada ao Mestrado Profissional em Gestão Saúde da Universidade
Estadual do Ceará, tendo como objetivo desenvolver pl ani l ha el et rôni ca p ar a
i m pl em ent ação do processo de trabalho junto aos indicadores do Previne Brasil dos gestores
atuantes na gestão das Unidades Básicas de Saúde na Atenção Primária em Saúde.
Você participará como um(a) dos(as) juízes(as) na validação de aparência e
usabilidade. Caso concorde em participar desta pesquisa, enviaremos, via correio eletrônico e/ou
pessoalmente, uma cópia do produto, com o instrumento avaliativo e este Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido. Esse instrumento deverá ser preenchido após leitura e apreciação da planilha
eletrônica; em caso de discordância em 80% de um item pelos juízes, este será desvalidado da
proposta, podendo ser reconstituído mediante sugestões dos juízes, e reencaminhado para nova
validação. Você pode avaliar no seu domicilio ou no local que lhe for conveniente.
Será estabelecido o prazo de 15 dias para que você realize a análise, preencha o
instrumento e o devolva a pesquisadora via correio eletrônico ou pessoalmente. A sua participação
é voluntária, você poder sair deste estudo a qualquer momento, e a sua recusa não lhe acarretará
prejuízo ou dano.
O ato de avaliar a ferramenta tecnológica pode acarretar riscos mínimos como: tempo
dedicado a análise ao produto, cansaço, desconforto, insegurança e constrangimento ao responder
o questionário. Para minimizar estes riscos daremos explicações necessárias para responder as
questões, informamos que não existe pergunta certa ou errada, que será assegurado o sigilo de sua
identidade e privacidade dos dados coletados durante e após a pesquisa. Você não terá custos,
nem receberá vantagem financeira, e será ressarcido se houver despesa ao participar desta
pesquisa. Caso sofra dano resultante de sua participação, terá direito a indenização e a buscar
assistência. A pesquisa será suspensa imediatamente ao se perceber risco ou dano à saúde do
participante.
Espero contar com sua colaboração, pois este estudo beneficiará a Gestão Municipal
de Saúde de Aquiraz-Ceará, contribuindo para implantação e implementação de medidas
organizacionais, instituindo ações de monitoramento, controle avaliação das ações e serviços
de saúde, incorporando a ciência, o ato de cuidar e servir às necessidades dos usuários;
assegurando suporte tecnológico qualificado para a vigilância diária do registro das ações
assistenciais realizadas no foco do Programa Previne Brasil.
Os resultados desta pesquisa estarão à sua disposição quando finalizada. Seu nome
ou o material que indique sua participação não será liberado sem a sua permissão. Os dados
utilizados no estudo ficarão arquivados com a pesquisadora responsável por cinco anos e, após
esse tempo, serão destruídos. Comunicamos que a pesquisa só terá início, quando o projeto for
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UECE. Este termo de consentimento encontra-
se impresso em duas vias, sendo que uma via será arquivada pela pesquisadora responsável, e
a outra será enviada online a você. Se você tiver alguma consideração ou dúvida, sobre a sua
participação nessa pesquisa, entre em contato com a pesquisadora responsável: Francisca
Eridan Fonteles Albuquerque, Telefone para contato: 85.994331300, e-mail
fefafontinele@gmail.com, e com o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do
Ceará, localizado na Av. Dr. Silas Munguba, 1700, Campus do Itaperi, Fortaleza-Ceará–UECE.
CEP 60.714903- Fone. 3101.9890. E-mail: cep@uece.br. Horário de funcionamento: 8h às 12h
124

e 13h às 17h de segunda a sexta.

Eu, ______________________________________, diante dos esclarecimentos prestados,


concordo em participar, como voluntário (a) da pesquisa: “Construção de Planilha Eletrônica
para implementação do processo de gestão dos indicadores do Previne Brasil na Unidade Básica
de Saúde do Iguape/ na atenção Primária de Saúde do município de Aquiraz”.

Fortaleza, ___/___/____

_________________________________________
Assinatura do participante

_________________________________________
Francisca Eridan Fonteles Albuquerque
(Pesquisadora)

_________________________________________
Prof.ª Dr.ª Thereza Maria Magalhães Moreira
(Orientadora)
125

APENDICE E - QUESTIONÁRIO SOCIO DEMOGRÁFICO PARA OS JUÍZES DE


CONTEÚDO E JUÍZES TÉCNICOS

SEXO
IDADE
ENDEREÇO
ESTADO CIVIL
GRADUAÇÃO
PÓS-GRADUAÇÃO ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado ( ) Pós-doutorado
OCUPAÇÃO
SETOR ATUAL
TEMPO DE EXPERIÊNCIA EXPERIÊNCIA ACADÊMICA
Desenvolve pesquisas sobre o Programa Previne Brasil ou gestão em saúde?( ) Sim ( )
Não
Possui artigos publicado sobre o tema?( ) Sim ( ) NãoTem
vivência com a temática? ( ) Sim ( ) Não

Fonte: Elaborada pelo pesquisador.


126

ANEXO A - INSTRUMENTO DE VALIDAÇÃO DE


CONTEÚDO EDUCATIVO EMSAÚDE (IVCES)

Para responder este instrumento você precisará assinalar uma das


opções 1, 2, 3, 4 ou5, que possuem os seguintes significados: 1 = DISCORDO
TOTALMENTE; 2 = DISCORDO; 3 = DISCORDO PARCIALMENTE; 4 =
CONCORDO; 5 = CONCORDO TOTALMENTE.

OBJETIVOS: propósitos, metas ou finalidades 1 2 3 4 5


1. Contempla tema proposto
2. Adequado ao processo de ensino-aprendizagem
3. Esclarece dúvidas sobre o tema abordado
4. Proporciona reflexão sobre o tema
5. Incentiva mudança de comportamento
ESTRUTURA/APRESENTAÇÃO: organização,estrutura, 1 2 3 4 5
estratégia, coerência e suficiência
6. Linguagem adequada ao público-alvo
7. Linguagem apropriada ao material educativo
8. Linguagem interativa, permitindo envolvimento ativo no
processo educativo
9. Informações corretas
10. Informações objetivas
11. Informações esclarecedoras
12. Informações necessárias
13. Sequência lógica das ideias
14. Tema atual
15. Tamanho do texto adequado
RELEVÂNCIA: significância, impacto, motivação e interesse 1 2 3 4 5
16. Estimula o aprendizado
17. Contribui para o conhecimento na área
18. Desperta interesse pelo tema

Observações:
127

ANEXO B - INSTRUMENTO PARA VALIDAÇÃO DE APARÊNCIA DE


TECNOLOGIASEDUCACIONAIS EM SAÚDE (IVATES)

Para responder este instrumento siga a mesma orientação dada para


o preenchimentodo instrumento anterior.

ITENS 1 2 3 4 5
1. As ilustrações estão adequadas para o público-alvo
2. As ilustrações são claras e transmitem facilidade de
compreensão
3. As ilustrações são relevantes para compreensão do conteúdo
pelo público-alvo
4. As cores das ilustrações estão adequadas para o tipo de
material
5. As formas das ilustrações estão adequadas para o tipo de
material
6. As ilustrações retratam o cotidiano do público-alvo da
intervenção
7. A disposição das figuras está em harmonia com o texto
8. As figuras utilizadas elucidam o conteúdo do material
educativo
9. As ilustrações ajudam na exposição da temática e estão em
uma sequência lógica
10. As ilustrações estão em quantidade adequadas no material
educativo
11. As ilustrações estão em tamanhos adequados no material
educativo
12. As ilustrações ajudam na mudança de comportamentos e
atitudes do público-alvo

Observações:
128

ANEXO C- INSTRUMENTO SUS

Abaixo as 10 perguntas básicas, que podem ser adaptadas para se


encaixaremmelhor no contexto do seu produto:

1. Eu acho que gostaria de usar esse produto com frequência.

2. Eu acho o produto desnecessariamente complexo.

3. Eu encontrei o produto fácil de usar.

4. Eu acho que precisaria de ajuda de uma pessoa com


conhecimentostécnicos para usar o produto.

5. Eu acho que as várias funções do produto estão muito bem


integradas.

6. Eu acho que o produto apresenta muita inconsistência.

7. Eu imagino que as pessoas aprenderão como usar


esse produtorapidamente.

8. Eu achei o produto difícil de usar.

9. Eu me sinto confiante ao usar o produto.

10. Eu preciso aprender várias coisas novas antes de


conseguir usar oproduto.
129

ANEXO D- PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA


COM SERES HUMANOS
130
131
132
133
134

ANEXO E- DECLARAÇÃO DE IMPACTO E PRODUTO


TÉCNICO

DECLARAÇÃO DE IMPACTO DE PRODUTO TECNOLÓGICO

● Discente: Francisca Eridan Fonteles Albuquerque


● Docente: Thereza Maria Magalhães Moreira

Com base nas respostas dos profissionais de saúde, verificou-se que o


desenvolvimento de planilhas eletrônicas para o acompanhamento e monitoramento dos
sete indicadores do Programa Previne Brasil no município de Aquiraz representa uma
importante inovação. Estas planilhas, respaldadas por evidências científicas, oferecem
informações de fácil acesso e interpretação para os profissionais, facilitando o trabalho
cotidiano.

O impacto tecnológico das planilhas eletrônicas é significativo, pois elas


permitem uma coleta e análise eficiente de dados essenciais para a gestão de saúde. Isso
inclui o acompanhamento de indicadores como cobertura vacinal, consultas de pré-natal
e saúde infantil. As planilhas são ferramentas tecnológicas de fácil acesso e uso, que
melhoram a eficiência no monitoramento e na gestão das ações de saúde.
Em termos de impacto profissional, o uso dessas planilhas promove a
divulgação e o compartilhamento de informações cruciais para uma assistência em saúde
mais segura e eficaz. É papel dos gestores fornecer ferramentas que possibilitem uma
melhor prática profissional, permitindo decisões baseadas em dados concretos e
atualizados, o que, por sua vez, contribui para a melhoria da qualidade dos serviços de
saúde prestados à população.
Portanto, acredita-se na importância da aplicabilidade dessas planilhas
eletrônicas como uma ferramenta essencial para garantir uma assistência em saúde segura
e qualificada, a partir do monitoramento contínuo dos indicadores de saúde e da aceitação
e compreensão dos profissionais envolvidos.

Fortaleza, _______ de ___________ de 20xx


135

ANEXO F – DECLARAÇÃO DE APLICABILIDADE

Da avaliação do estudo intitulado “Construção de planilha eletrônica para


implementação do processo de gestão dos indicadores do Previne Brasil na Unidade Básica
de Saúde do Iguape/ na atenção primária de saúde do município de Aquiraz,” conclui-se que
seus resultados proporcionam considerações significativas sobre o acompanhamento e
controle dos indicadores de saúde.
Baseados nas respostas dos especialistas da área, verificou-se que o produto
“PLANILHAS ELETRÔNICAS para o Monitoramento dos sete indicadores do Programa
Previne Brasil” representa uma relevante inovação. Essas planilhas eletrônicas auxiliam
os profissionais de saúde no acompanhamento dos indicadores, como cobertura vacinal,
consultas de pré-natal, e outros aspectos críticos para a saúde pública. A construção dessas
planilhas proporcionará impactos tecnológicos ao consolidar e organizar dados relevantes
de forma acessível e de fácil visualização, melhorando a eficiência na gestão de
informações.
O impacto social é notável, pois permite a disseminação do conhecimento
sobre os indicadores de saúde entre os profissionais, promovendo uma gestão mais
informada e participativa. Em termos de impacto profissional, as planilhas oferecem
suporte ao desenvolvimento dos profissionais, capacitando-os para monitorar e analisar
indicadores de saúde de forma eficaz, o que contribui para a melhoria da qualidade do
cuidado oferecido.
Quanto aos impactos econômicos, o monitoramento eficiente dos indicadores
de saúde pode resultar em economia significativa para a instituição de saúde, ao otimizar
recursos e evitar gastos desnecessários.
Portanto, acredita-se na importância da aplicabilidade do produto tecnológico
“PLANILHAS ELETRÔNICAS” para auxiliar os profissionais de saúde no
monitoramento dos indicadores do Programa Previne Brasil, promovendo uma assistência
em saúde segura e qualificada. Esse recurso será utilizado em capacitações para os
profissionais de saúde e como material educativo e informativo em reuniões e sessões de
formação profissional.

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