Thaís Oliveira Da Silva: Universidade Federal de Alfenas
Thaís Oliveira Da Silva: Universidade Federal de Alfenas
Thaís Oliveira Da Silva: Universidade Federal de Alfenas
Alfenas/MG
2018
THAÍS OLIVEIRA DA SILVA
Alfenas/MG
2018
Dedico este trabalho à minha família, pelo amor, estímulo e carinho dispensados a mim ao
longo desta caminhada.... Sem vocês, nada disso seria possível...
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, pelo dom da vida, e por guiar os meus passos com
sabedoria, discernimento e mansidão ao longo desta jornada, que carregou em si incansáveis
lutas, todos os dias.
Aos meus pais, Itamar e Sirleni, pelo amor incondicional, carinho, apoio e segurança na
concretização dos meus sonhos. Ao meu irmão, Eder, por estar sempre ao meu lado e ser
torcedor nato das minhas vitórias. Ao meu namorado, André, pelo amor, apoio, carinho e
estímulo constantes no alcance dos meus objetivos.
À minha orientadora, mentora e amiga, Profª Drª Maria Regina Martinez, pela brilhante
condução de minha vida acadêmica e profissional, desde os meus anos de graduação. Com você
pude visualizar e completar cada passo dessa trajetória de um jeito diferente, inovador, leve e
eficaz! Você é um exemplo para mim... obrigada por tudo!
Às Professoras Doutoras Zélia Marilda Rodrigues Resck, Roberta Seron Sanches e
Elana Maria Ramos Freire, pelas contribuições valiosas no meu exame de Qualificação e
Defesa.
À Profª Drª Silvana Maria Coelho Leite Fava, coordenadora do Programa de Mestrado
em Enfermagem, pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Alfenas; aos
professores e demais colaboradores do Programa de Pós-graduação em Enfermagem, pelo
apoio e pela oportunidade a mim concedidos.
Ao hospital estudado, por ter cedido espaço à realização do meu trabalho; com destaque
especial à equipe do Bloco Cirúrgico e da Central de Material e Esterilização, pela amizade,
pelo apoio e pela disposição em contribuir na concretização desta pesquisa.
À minha vó Inês, por permitir que, mesmo em dias de cansaço, eu desenvolvesse o que
há de melhor nesta vida, o amor e o cuidado ao próximo... cuidar da senhora todas as noites é
uma honra para mim...
Aos amigos do mestrado, pela agradável convivência neste período e por termos
conseguido concretizar mais esse sonho em nossas vidas! Parabéns a todos nós!
Aos meus familiares e amigos, pelo apoio, incentivo e carinho!
A todos que de alguma forma participaram desta minha conquista!
Dificuldades preparam pessoas comuns para destinos extraordinários (C.S. Lewis).
RESUMO
The reality of the health landscape regarding organizational, managerial and financial aspects
has demonstrated weaknesses that have challenged the sustainability of institutions. In the
hospital sphere, the Surgical Center presents itself as a sector very prone to high costs, but also
to the generation of high profits; and the nurse is one of the most capable professionals to lead
changes and improvements in these challenging scenarios with the use of quality management
tools, as this professional acts directly in the patient care and in the management of the units.
This study aimed to map the surgical center of a hospital using Lean Healthcare tools; use Lean
tools appropriate to every need demanded in the mapping and propose improvements. The
research was carried out in a private, medium-level, accredited level 2 hospital in the State of
Minas Gerais, Brazil, at the Surgical Center, in interaction with nurses, nursing technicians,
physicians and managers. A single case study was developed, being characterized as an applied
research, for seeking to generate knowledge for practical application and to return to the
solution of problems; with a qualitative approach, for trying to describe the practical reality and
to analyze it in a subjective way; exploratory, with the objective of deepening in a research
problem in order to make it explicit and / or construct hypotheses; and with technical action
research, as it was associated with actions and resolutions of problems. The research-action
phases of detailed survey, critical analysis and intervention proposal were developed. Together
with the participant observation and the design of hospital flows and data, the following detailed
tools were used in the detailed survey: Lean Healthcare philosophy: Current Value Stream
Maps (MFVA), waste categorization and 5S Program. As results, the MFVA of the
macroprocess of elective surgery and the macroprocess of emergency and emergency surgery
were made and discussed. And the results referring to the other two tools used, were detailed
in tables and texts described. From the mapping, it was possible to raise what has been
developed in the hospital and is positive for the institution, as well as it was also possible to
visualize and indicate systemically points that could be improved with proposals for
intervention and projection of future realities from the elaboration of Maps of Future Value
Flow (MFVF).
Figura 1- Panorama atual das certificações válidas no Brasil pela ONA em fevereiro
de 2018.............................................................................................................. 21
Figura 2- Linha do tempo da evolução histórica da Filosofia Lean ................................. 22
Figura 3- Gráfico mostrando a dimensão das atividades que agregam e que não
Agregam valor e o que melhorias podem interferir na quantidade dessas
atividades .......................................................................................................... 23
Figura 4- Categorias de desperdício de acordo com a definição clássica e com
exemplos na saúde ............................................................................................ 24
Figura 5- Categorias de desperdício ................................................................................. 24
Figura 6- Mapa de Fluxo de Valor Atual (MFVA) de uma Central de Material e
Esterilização (CME) ......................................................................................... 26
Figura 7- Mapa de Fluxo de Valor Futuro (MFVF) de uma Central de Material e
Esterilização (CME) ......................................................................................... 26
Figura 8- Escala de medida de qualidade em processos................................................... 27
Figura 9- DAMAIC (Define, Measure, Analyze, Improve e Control) ............................. 28
Figura 10- Método de implantação de um Programa Lean Healthcare em um Hospital... 28
Figura 11- Áreas, ferramentas e resultados do Virgínia Mason Medical Center ............... 29
Figura 12- Áreas, ferramentas e resultados do Hospital Hôtel-Dieu.................................. 30
Figura 13- Áreas, ferramentas e resultados do Kingston General Hospital ....................... 30
Figura 14- Melhores resultados do Lean Healthcare por categoria ................................... 31
Figura 15- Ferramentas utilizadas por área hospitalar ....................................................... 32
Figura 16- Procedimentos da pesquisa ............................................................................... 42
Figura 17- Organograma do Serviço de Enfermagem do hospital em estudo .................... 45
Figura 18- Processo interno de atendimento de enfermagem ao paciente cirúrgico .......... 48
Figura 19- Processo interno detalhado de assistência de enfermagem ao
paciente cirúrgico.............................................................................................. 49
Figura 20- Mapa de Fluxo de Valor Atual (MFVA) do macroprocesso de
cirurgia eletiva .................................................................................................. 53
Figura 21- Mapa de Fluxo de Valor Atual (MFVA) do macroprocesso de cirurgia de
urgência e emergência ...................................................................................... 54
Figura 22- Mapa de Fluxo de Valor Atual (MFVA) do macroprocesso de cirurgia
eletiva com indicações de explosão Kaizen ...................................................... 71
Figura 23- Mapa de Fluxo de Valor Futuro (MFVF) do macroprocesso de cirurgia
eletiva com indicações de explosão Kaizen implantadas ................................. 72
Figura 24- Mapa de Fluxo de Valor Atual (MFVA) do macroprocesso de cirurgia de
urgência e emergência com indicações de explosão Kaizen ............................ 73
Figura 25- Mapa de Fluxo de Valor Futuro (MFVF) do macroprocesso de cirurgia de
urgência e emergência com indicações de explosão Kaizen implantadas ........ 74
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 15
2 OBJETIVOS ............................................................................................................. 35
2.1 Objetivo geral ............................................................................................................. 35
2.2 Objetivos específicos ................................................................................................. 35
3 MÉTODO DE PESQUISA ...................................................................................... 36
3.1 Tipo de estudo ............................................................................................................ 36
3.2 Amostra e cenário de estudo ...................................................................................... 41
3.3 Coleta de dados .......................................................................................................... 41
3.4 Análise de dados ........................................................................................................ 42
3.5 Ética em pesquisa ....................................................................................................... 42
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 44
4.1 Levantamento detalhado, análise crítica e proposição de intervenções ..................... 44
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 77
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 79
APÊNDICES............................................................................................................. 88
15
1 INTRODUÇÃO
hospital. Castilho et al. (2011) fizeram o levantamento de custos e receitas por setor hospitalar
e comprovaram essa afirmação. Disseram que além dessa unidade já ser “cara” por natureza,
também carreia muitos gastos provenientes de desperdícios relacionados à material, estrutura
física, equipamentos, leitos, processos de trabalho, e recursos humanos; e que esses gastos
podem ser rapidamente amenizados ou excluídos caso haja uma efetiva gestão de processos,
pois em todos os setores, principalmente no CC, há um arcabouço gigantesco de fonte de lucros
na rede hospitalar (COLLAR, 2012; TAGGE et al., 2017).
Fazer gestão efetiva de processos significa mapear todas as atividades que são realizadas
na instituição ou no setor específico, levantar quais as necessidades de melhorias, e quais os
pontos fortes nos quais devem ser mantidos investimentos. Após tal mapeamento, formulam-
se estratégias de intervenção e realizam-se tais planejamentos a fim de reduzir custos, aumentar
lucros e melhorar a qualidade do serviço prestado na instituição. Muitos gestores,
principalmente aqueles vinculados às empresas particulares que continuamente efetivam gestão
de qualidade para serem certificados com níveis excelentes de qualidade, têm buscado excluir
todo e qualquer desperdício existente na organização, seja ele relacionado a recursos materiais,
humanos ou a processos de trabalho especificamente, e alcançar lucros máximos e sucesso da
instituição como um todo (CASTILHO et al., 2011; COLLAR, 2012; TAGGE et al., 2017).
Com relação a certificação de qualidade em hospitais, desde os anos 80 e 90, as
organizações passaram a ser mais racionais, estruturadas e focadas nas demandas dos clientes.
Esses sinais de mudança foram caracterizados por uma visão sistêmica das organizações,
visando à auto realização, à inovação, às novas capacidades, à criatividade, à competitividade
e à alta produtividade por parte de seres humanos mais participativos no processo de
desenvolvimento das instituições. Os profissionais deveriam, a partir de aí ser mais ativos, mais
transformadores, interferindo positivamente no modo como as organizações estavam se
desenvolvendo (TWIGG; DUFFIELD; EVANS, 2013).
A qualidade difundida não ficou restrita apenas às indústrias ou aos fornecedores de
produtos, mas também passou a influenciar os prestadores de serviços, principalmente na área
da saúde. Devido à complexidade do atendimento, os hospitais foram os mais influenciados a
buscarem a qualidade dos serviços para que os gastos dispendiosos fossem diminuídos e para
que a infraestrutura humana e física fosse mais bem trabalhada e mais condizente com a
demanda do cliente, com a redução de custos e com a qualidade total da assistência (BONATO,
2011).
As instituições vencedoras passaram a ser aquelas que identificavam e trabalhavam com
os seus problemas a fim de aperfeiçoá-los da melhor forma possível para atingir a qualidade
18
total dos seus serviços. Esse termo “qualidade total” compreende a qualidade de trabalho,
serviço, informação, processo, estrutura e pessoas. Por meio de uma gestão científica dos
processos que envolvem a empresa, as expectativas e a satisfação dos clientes são mais
rapidamente alcançadas, isso implica em análise dos fatos e dos dados que permeiam os
negócios a fim de corrigi-los ou prevenir novas ocorrências. Para tanto, deve haver uma
melhoria nos padrões atuais de desenvolvimento de produtos e serviços, com maior
envolvimento dos trabalhadores nos processos, estando sempre de acordo com a ética que
envolve a saúde (TEIXEIRA; CASSIANI, 2010; BONATO, 2011).
A cultura da qualidade vem sendo embutida nas instituições de saúde e envolve a
infraestrutura do sistema e o desenvolvimento social, econômico e educacional dos indivíduos
trabalhadores e usuários. Os gestores mais bem-sucedidos conseguem adaptar estratégias
eficazes mesmo em meios completamente adversos e arriscados. Sendo o principal quesito para
o alcance mínimo da qualidade “o bom gerenciamento de riscos e processos”, os gestores da
saúde devem prezar pela qualidade de seus serviços criando todos os meios para que seus
clientes sejam tratados da melhor forma, ou seja, da forma mais segura, humanizada e holística
possível (BONATO, 2011; SHAW et al., 2013).
Alguns autores definem qualidade como a obtenção dos maiores benefícios com os
menores riscos ao paciente e ao menor custo, focando na tríade de gestão de estrutura, processo
e resultado. Entende-se, portanto, que a segurança do paciente/ cliente vem em primeiro lugar,
e é algo imprescindível para o alcance da qualidade total nos serviços de saúde (BRASIL, 2011;
ERLER et al., 2013).
Atrelado à qualidade total dos serviços de saúde está a acreditação hospitalar, que
consiste em um procedimento voluntário, periódico e reservado, que tem como objetivo a
avaliação padronizada dos recursos organizacionais visando garantir a qualidade da assistência.
Nessa avaliação, todos os serviços da organização são avaliados. E é importante ressaltar que,
independente do recurso tecnológico envolvido, o foco da avaliação é na qualidade do serviço
prestado. O atendimento deve caracterizar-se pela excelência aproveitando-se de qualquer que
seja a tecnologia disponível. Assim, tanto o hospital público quanto o hospital privado,
localizados na cidade ou na zona rural, terão que prezar pelos mesmos padrões de qualidade
(BRASIL, 2002; COUTO; PEDROSA, 2007; BONATO, 2011; ONA, 2018).
Sendo um método de avaliação externa da qualidade nos serviços de saúde, a acreditação
foi difundida em países de língua inglesa antes mesmo do movimento do gerenciamento da
“Qualidade Total”; além disso foi desenvolvida na própria área de saúde e envolveu
primeiramente, e, sobretudo, a corporação médica. Essa característica de ser externa, diminuiu
19
as possíveis resistências para a adoção dos métodos de avaliação. E como a participação das
instituições é voluntária, há um estímulo à melhoria contínua da qualidade integrada à sociedade
e à cidadania. Ademais, por ter um caráter eminentemente educativo, com vistas à melhoria
contínua, sem o objetivo de fiscalizar ou controlar oficialmente, a acreditação leva à instituição
algumas vantagens: segurança para os pacientes e profissionais; qualidade da assistência;
construção de equipe; útil instrumento de gerenciamento; critérios e objetivos concretos
adaptados à realidade brasileira e caminho para melhoria contínua (BONATO, 2011; COUTO;
PEDROSA, 2007; CHUANG; HOWLEY; HANCOCK, 2013).
Na realidade brasileira, os processos de acreditação hospitalar vêm sendo difundidos
uma vez que houve uma grande disseminação territorial do Manual da Organização de
Acreditação pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). Esse manual dispõe de
requisitos para se obter o título de “Acreditado” e descreve os processos administrativos e seus
atributos mínimos que são: liderança, administração, garantia de qualidade, organização da
assistência, atenção ao paciente/cliente e diagnósticos. Esse instrumento é de relevante valor
para o administrador hospitalar devido ao impacto positivo que a Acreditação causa no corpo
funcional e nos clientes das instituições de saúde (BRASIL, 2002; ONA, 2014; ONA, 2016;
ONA, 2018).
O processo de Acreditação Hospitalar impõe, como requisito, mudanças
comportamentais e iniciativas constantes dos profissionais em busca da realização de metas e
objetivos propostos, e melhoria permanente e contínua do atendimento prestado. Deve haver
uma contínua mudança de paradigma dos profissionais com o objetivo de internalizar valores e
rever conceitos para que as organizações vinculadas às pessoas cresçam e aperfeiçoem seus
processos de trabalho (BONATO, 2011; VALORI et al., 2013).
No início dos anos 90, com a publicação de “Acreditação de Hospitais para América e
Caribe”, o Brasil começou a desengatar estratégias com o objetivo de ser acreditado em suas
instituições hospitalares. Em 1992, foi realizado o primeiro seminário de acreditação em
Brasília, no qual foi apresentado um manual de acreditação. Desde então os hospitais brasileiros
passaram a pensar e repensar a Acreditação e tomaram como modelo a Acreditação Canadense,
cujo foco é a segurança do paciente e a melhoria nos atendimentos. Os indicadores de tal modelo
caracterizam categorias que englobam a qualidade e o desempenho de todas as áreas de
atendimento dos serviços de saúde, incluindo os elementos: atendimento, recepção de
pacientes, calibragem de equipamentos, capacitação e tecnologia de gestão (BRASIL, 2002;
BONATO, 2011).
20
Figura 1- Panorama atual das certificações válidas no Brasil pela ONA em fevereiro de 2018.
Fonte: https://www.ona.org.br/OrganizacoesCertificadas
Fonte: http://docplayer.com.br/2100309-Conceitos-lean-em-sistemas-de-saude-eficacia-da-utilizacao-de-
ferramentas-para-gestao-de-estoques-de-medicamentos-e-correlatos.html
23
A produção enxuta carreia em si vários princípios, dentre eles, determinar o que é valor
para o cliente; identificar o fluxo de valor, ou seja, a sequência de operações e atividades que
agregam e não agregam valor ao processo produtivo; implantar fluxo contínuo, no qual cada
atividade é imediatamente passada à atividade seguinte, evitando gerar estoques e paradas;
desenvolver produção puxada, isto é, onde não for possível implantar fluxo contínuo, deve-se
produzir somente quando o cliente requerer. E, além desses princípios, nesta filosofia há um
compromisso com a perfeição, onde a busca pela melhoria contínua gera possibilidades infinitas
às empresas (WOMACK; JONES, 2004; BERTANI, 2012; GREEN; VALENTINI, 2015;
PINHEIRO; TORTORELLA, 2017).
Na gestão hospitalar tem sido observada grande dificuldade em definir quem realmente
é o cliente, desenvolvendo processos que atendem apenas os clientes internos, que são médicos,
administradores, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos, dentistas, entre
outros profissionais da equipe; relevando as demandas do verdadeiro cliente, que é o paciente.
Para isso, na empresa, sob a óptica do verdadeiro cliente, devem ser definidas as atividades que
agregam valor; as que são necessárias, mas não agregam valor; e aquelas que não agregam valor
(WOMACK; JONES, 2004; MAGALHÃES, 2016).
As atividades que agregam valor tornam o produto ou o serviço mais valioso para o
cliente; as que são necessárias, mas não agregam valor, não tornam o produto ou o serviço mais
valioso para o cliente, porém são necessárias; e as que não agregam valor, não tornam o produto
ou o serviço mais valioso ao cliente, e nem são necessárias mesmo nas atuais circunstâncias.
Na Figura 3, tem-se um gráfico mostrando que em uma companhia típica as atividades que
agregam valor são bem menores do que as que não agregam valor, e que processos de melhoria
tracionais reduzem tanto as atividades que agregam valor quanto as que não agregam valor,
mas as melhorias realizadas com enfoque na produção enxuta, reduzem em grande escala as
atividades que não agregam valor e mantém as que agregam valor (BERTANI, 2012).
Figura 3- Gráfico mostrando a dimensão das atividades que agregam e que não agregam valor e o que melhorias
podem interferir na quantidade dessas atividades
Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfMwEAA/tcc-heitor-martins-autonomacao-pfmea-poka-
yoke?part=2
24
Bertani (2012, p. 32) elenca duas novas categorias que podem ser observadas no setor
saúde, conforma mostra a Figura 5:
Figura 5- Categorias de desperdício.
Figura 6- Mapa de Fluxo de Valor Atual (MFVA) de uma Central de Material e Esterilização (CME).
Figura 7- Mapa de Fluxo de Valor Futuro (MFVF) de uma Central de Material e Esterilização (CME).
Fonte: http://blogdaengenharia.com/metodologia-six-sigma-e-ferramenta-dmaic/
Fonte: http://blogdaengenharia.com/metodologia-six-sigma-e-ferramenta-dmaic/
O Lean Healthcare tem sido utilizado em hospitais, mesmo que ainda de forma
incipiente na realidade brasileira, para melhoria da gestão dos processos e para a redução de
desperdícios e custos. Alguns exemplos encontrados na literatura, em grande parte
internacionais, podem ser citados aqui para reiterar essa afirmação: um hospital norte americano
reduziu o Lead Time do Fluxo de Paciente em 25%, do transporte em 75% e do tempo de espera
em 31%, em fluxos radiologia-centro cirúrgico, e nos processos de trabalho no setor de
radiologia (BERTANI, 2012; GREEN; VALENTINI, 2015; DESTINO et al., 2017;
PINHEIRO; TORTORELLA, 2017).
Outro exemplo é de um hospital nos Estados Unidos da América (EUA) que reduziu o
tempo de envio de medicamentos da farmácia para os leitos de 4 horas para 12 minutos. O
Virgínia Mason Medical Center (EUA), usando as ferramentas lean, já citadas anteriormente,
aumentou a sua produtividade em 36% e reduziu seus estoques em 53%. No ThedaCare Inc.
(EUA), a média de dias que um paciente ficava no hospital passou de 6,3 dias para 4,9 dias e o
custo de uma cirurgia coronariana caiu 22%. A seguir são colocadas as Figuras 10, 11, 12, 13,
14 e 15 que ilustram e descrevem mais exemplos, que foram todos compilados por Bertani
(2012):
Figura 10- Método de implantação de um Programa Lean Healthcare em um Hospital.
2 OBJETIVOS
3 MÉTODO DE PESQUISA
Yin (2001) apresenta quatro aplicações para o Método do Estudo de Caso: para explicar
ligações causais nas intervenções; para descrever o contexto real no qual a intervenção ocorreu;
para fazer uma avaliação, ainda que de forma descritiva, da intervenção realizada; e para
37
explorar aquelas situações onde as intervenções avaliadas não possuam resultados claros e
específicos. Todas essas aplicações se encaixam neste presente estudo.
O estudo de caso pode ser único ou múltiplo, usando como unidade de análise um ou
mais indivíduos, grupos e organizações. A individualidade de cada caso é mantida mesmo
quando mais de um caso for pesquisado (PONTE, 2006).
Para Roesch (1999) o estudo de caso apresenta algumas características: adequado
quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente evidentes, limitando o
estudo de caso para fenômenos contemporâneos; adequado para estudo de processos; permite
a exploração de grande número de variáveis; é conduzido em grande detalhe, e, frequentemente,
baseia-se em múltiplas fontes de dados; pode combinar vários métodos de coleta de dados como
entrevistas, questionários, observação, técnicas de história de vida ou uso de dados secundários.
Tripp (2005) menciona que o estudo de caso pode ser usado para descrever uma
pesquisa-ação, principalmente quando a ação pesquisada não resultou em implementação do
aprimoramento da prática, ou seja, quando o alvo principal da atividade foi a construção de
conhecimento teórico inovador e não especificamente a mudança da prática.
Por mais que o objetivo desta estratégia de pesquisa seja de proposição de intervenções
para mudança da prática, o desenvolvimento da pesquisa-ação envolve a obrigatoriedade da
implementação da prática aprimorada. Porém, a construção de propostas de intervenção faz
parte do escopo desta técnica de pesquisa, que quando não alcança o desenvolvimento de todas
as suas fases, para não ser descaracterizada como pesquisa-ação, pode ser descrita como um
estudo de caso, com estratégia de pesquisa-ação, e não como um método de pesquisa-ação
isolado (TRIPP, 2005).
A pesquisa- ação é uma estratégia de pesquisa que envolve estreita relação entre ação e
resolução de problemas, num ciclo iterativo de investigação-ação. Os pesquisadores e os
participantes que representam a situação da realidade a ser investigada trabalharam de modo
colaborativo e participativo. Os pesquisadores desenvolveram o processo do “conhecer”
tomando os cuidados necessários para haver reciprocidade/complementariedade por parte das
pessoas e dos grupos envolvidos na pesquisa (THIOLLENT, 1947, 1992; BALDISSERA,
2001; TRIPP, 2005).
Para tanto, é necessário definir com precisão as ações, os agentes, os objetivos e
obstáculos, e as exigências de conhecimentos a serem produzidos em função dos problemas
encontrados na ação ou entre os indivíduos envolvidos na situação, havendo sempre a intenção
de transformar a realidade a partir do ativismo das pessoas envolvidas (THIOLLENT, 1985
apud BALDISSERA, 2001).
38
A pesquisa ação se caracteriza como uma sequência lógica e sistemática de passos que
se operacionalizam através de instrumentos e técnicas de investigação, tematização e
programação/ação. O momento investigativo dividiu-se nas fases de seleção de uma área de
trabalho, no caso, o Centro Cirúrgico do Hospital; de recompilação de informações sobre este;
de observação e de levantamento de suas características processuais (BALDISSERA, 2001;
THIOLLENT, 2009).
O momento de tematização teve como objetivo uma reflexão crítica sobre os fatos
pesquisados e sua elaboração teórica. No momento de programação/ação, foi feita uma reflexão
crítica sobre a realidade observada, e procurou-se propor ações para transformá-la. Os
problemas foram levantados e analisados como subsídios para o planejamento de um posterior
programa de ações; com execução e avaliação do mesmo. A partir daí os colaboradores do
hospital poderão, em estudos posteriores, utilizar o novo conhecimento adquirido para elaborar
e/ou aprimorar a sua prática, através da execução de um projeto coletivo, juntamente com outros
pesquisadores (BALDISSERA, 2001; THIOLLENT, 2009).
Segundo Thiollent (2009), na estratégia da Pesquisa-Ação, o estudo da relação entre os
saberes visa estabelecer ou melhorar a estrutura de comunicação entre dois universos: o dos
pesquisadores e o dos profissionais. O profissional conhece os problemas e as situações que
está vivendo. De modo geral, quando existem condições para sua expressão, seu saber é rico e
espontâneo, muito apropriado à situação da organização. Já o saber dos pesquisadores permite
a abstração, a formulação de hipóteses e a generalização, auxiliando na elaboração de novas
maneiras de fazer o que muitas vezes já até é feito.
A metodologia da Pesquisa-Ação cria um clima, dentro da organização que está sendo
analisada, de troca de saberes, de permanente formação de recursos humanos, do lado não só
dos profissionais da organização, mas também dos pesquisadores, que cada vez mais têm seus
conhecimentos enriquecidos (BALDISSERA, 2001).
Neste estilo de pesquisa várias ferramentas de gestão podem ser utilizadas, dentre elas:
entrevistas, fluxogramas, check lists de verificação e de diagnóstico, brainstorming (chuva de
ideias), diagramas de causa e efeito, indicadores, técnica GUT (priorização de problemas por
gravidade, urgência e tendência), relatórios escritos e orais; além das ferramentas do Lean
Healthcare, que podem ser utilizadas tanto para mapear processos como para formular
propostas de solução de problemas (NUNES; INFANTE, 1996; GAUZE JÚNIOR, 2016).
Dentre as ferramentas lean existentes, podem ser utilizadas: categorização de
desperdícios, programa 5s, A3, Andon, Cadeia de Ajuda, Ciclo Kaizen, Produção Celular,
Gestão Visual Kanban, Mapa de Fluxo de Valor Atual (MFVA) e Mapa de Fluxo de Valor
39
Esta fase consistiu no estudo de propostas de solução para os problemas, falhas e pontos
passíveis de aprimoramento identificados na análise crítica. A escolha das propostas teve como
base a literatura científica e as opiniões dos colaboradores do campo de estudo. Foram feitas
sugestões para novos procedimentos, os quais poderão ser totalmente delineados e definidos
em planos de ação na próxima fase, em estudos posteriores. Porém, sabe-se que nesta presente
fase, algumas alterações nos procedimentos já podem ser implementadas, iniciando-se o
processo de mudanças e preparando- se para a fase seguinte: elaboração da documentação para
aprovação dos novos procedimentos.
Neste estudo, devido ao tempo limitado de desenvolvimento da pesquisa, foi possível
chegar até esta fase, com elaboração de propostas de intervenção. As próximas fases poderão
ser desenvolvidas em estudos futuros.
Esta fase consiste em preparar relatórios de planos de ação para submeter a forma com
a qual os novos procedimentos serão desenvolvidos à aprovação das instâncias competentes.
São produtos desta fase: relatório final e conclusivo; e protocolos, regimentos ou manuais de
procedimentos.
5ª Fase – Implantação:
6ª Fase - Acompanhamento
Em estudos posteriores,
poderá haver implantação
Formulação de estratégias
e acompanhamento das
Registro de achados em de intervenção
estratégias e ações
diários de campo e editor juntamente com equipe e
formuladas, com o
de textos e imagens em gestores com vistas à
objetivo de alcance de
computador. Diálogo implantação de processos
melhorias nos processos
simultâneo com os aliados à filosofia Lean
do CC, com consequente
colaboradores a respeito Healthcare e possível
melhoria do atendimento
dos achados e dos geração de indicadores
ao cliente, e possíveis
registros realizados. para acreditação
reflexos no aumento de
hospitalar nível 3.
lucros e na diminuição de
gastos na empresa.
Esse estudo foi desenvolvido após a autorização do hospital (APÊNDICE B), dos
setores competentes (APÊNDICE C) e do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Federal de Alfenas (UNIFAL-MG) pelo n° de CAAE: 68814717.3.0000.5142 e n° de parecer:
2.137.955 (ANEXO A). Os profissionais colaboradores dessa pesquisa, que forneceram as
43
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Quanto aos recursos humanos, conta com uma equipe de enfermagem com 52
colaboradores, sendo 10 enfermeiros, um coordenador de enfermagem e 41 técnicos de
45
enfermagem. Uma enfermeira responsável pelo SCIH e pelo SCQH. Um enfermeiro gestor do
PA e da UTI. Os técnicos de enfermagem se dividem em turnos de trabalho de seis horas diárias
semanais, plantões noturnos de 12 horas, e um plantão de 12 horas no fim de semana aos que
trabalham de dia, e os enfermeiros realizam jornadas de 12 horas de trabalho por 36 horas de
descanso. O corpo clínico é aberto, sendo que há sempre dois médicos clínicos gerais no setor
de Internação, um pediatra e um clínico geral/ emergencista/ intensivista no PA, três
anestesiologistas no BC, bem como, no mínimo, um cirurgião, um auxiliar e uma
intrumentadora para cada cirurgia. Há três recepções, e em cada uma delas há sempre dois
auxiliares administrativos. No setor administrativo são cerca de 40 colaboradores; no serviço
de higienização e limpeza, cerca de 15 colaboradoras e no serviço de Hotelaria, manutenção e
transporte, cerca de 10 colaboradores. A Figura 17, a seguir, é um organograma de como o
Serviço de Enfermagem está estruturado no hospital:
Coordenação de
Enfermagem
Enfermeiros Internação/
Enfermeiros PA/UTI Enfermeira BC/CME
Berçário/ BCI
Legenda: SCIH: Serviço de Controle de Infecção Hospitalar; SCQH: Serviço de Controle da Qualidade Hospitalar;
PA: Pronto Atendimento; UTI: Unidade de Terapia Intensiva; BCI: Berçário de Cuidados Intermediários; BC:
Bloco Cirúrgico; CME: Central de Material e Esterilização.
Fonte: Do autor.
46
Tabela 1- Número de cirurgias por especialidade, e número de anestesias, por tipo, no hospital em estudo, no ano
de 2017.
Cirurgias por especialidade/ anestesias por tipo- janeiro a dezembro de 2017
BC JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média
Total de Cirurgias 138 98 131 111 140 116 141 142 118 136 138 123 128
Ginecológicas/ 22 16 22 22 23 22 25 24 19 21 22 19 21
Obstétricas
Geral 17 33 25 39 28 29 29 38 36 42 36 17 31
Plásticas 37 16 22 9 27 29 44 19 12 14 28 36 24
Urológicas 7 8 9 4 8 7 5 10 9 4 12 9 8
Ortopédicas 18 6 20 10 14 10 13 20 8 13 14 9 13
Otorrino 19 10 16 13 21 11 7 17 21 18 10 12 15
Vasculares/ 18 9 17 14 19 8 18 14 13 25 16 21 16
Neurológicas/
Odontológicas
Anestesias JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Média
Anestesia Geral 53 36 46 30 52 39 45 63 50 59 46 48 47
Anestesia 51 39 55 50 59 43 55 44 41 47 54 37 48
Bloqueio
Local/ sedação 26 22 25 23 25 21 37 28 24 24 37 39 28
Fonte: Do autor.
Fonte: Do autor.
49
Fonte: Do autor.
50
e construção de processos de melhoria, sendo que, na literatura utilizada por este mesmo autor,
houveram muitas aplicações dessa ferramenta em ambientes hospitalares.
Baker, Taylor e Mitchell (2011) sugerem que ao mapear fluxo de valor em ambientes
hospitalares, se tenha primeiramente o ponto de vista, ou melhor, as percepções do paciente,
que é o principal cliente deste seguimento de serviços. Para isso, todos os processos devem ser
acompanhados fisicamente com um cronômetro nas mãos, observando principalmente as filas
de espera e os tempos de parada entre um processo e outro.
Inicia-se o mapeamento da esquerda para a direita, construindo os processos pelos quais
o paciente passa, de uma forma ainda não tão detalhada, sendo que neste momento, o fluxo de
materiais é substituído pelo fluxo do paciente. É reunido um grupo de pessoas chave de cada
processo envolvido. Para uma primeira visão, é mapeado com lápis e papel, desenhando o fluxo
do paciente desde o momento de sua entrada até o momento de sua saída. Em cada etapa do
mapeamento, é importante conversar com as pessoas envolvidas nos processos, perguntando-
lhes sobre as dificuldades e as oportunidades que elas enxergam (BAKER; TAYLOR;
MITCHELL, 2011).
Após esse primeiro mapeamento, Baker, Taylor e Mitchell (2011), orientam a
construção do processo detalhado, contendo o tempo de processamento, o tempo de espera entre
os processos, a tempo disponível para o desenvolvimento da atividade ou do processo, e o
número de colaboradores, bem como seus turnos de trabalho. Alguns símbolos utilizados no
setor de produção podem ser adaptados para a realidade hospitalar com o uso de imagens de
ambulância e de supermercado de medicamentos, por exemplo. Nesse detalhamento, o fluxo de
materiais e o fluxo de informações são condensados com o fluxo do paciente e, além dos
símbolos já padronizados, podem ser utilizadas cores diferentes no mapa para facilitar a
visualização e a diferenciação entre os processos e/ou fluxos.
A seguir, serão demonstrados os MFVA do processo de atendimento hospitalar ao
paciente cirúrgico, do hospital em estudo, em cirurgias eletivas, e de urgência e emergência nas
Figuras 20 e 21:
53
Figura 20- Mapa de Fluxo de Valor Atual (MFVA) do macroprocesso de cirurgia eletiva.
Fonte: Do autor.
Figura 21- Mapa de Fluxo de Valor Atual (MFVA) do macroprocesso de cirurgia de urgência e emergência.
Fonte: Do autor.
que se dizer que, pelo fato de se relacionar à urgência e emergência, os processos são realizados
em tempos menores do que os da cirurgia eletiva, devido à necessidade de rapidez e agilidade
caracterizadas por esses tipos de cirurgias.
Após a observação desse mapa apresentado, entende-se que o macroprocesso de
Cirurgia de Urgência e Emergência acontece em um tempo médio de ciclo de fluxo de
valor do paciente cirúrgico de 405 minutos ou 6,75 horas, e um tempo médio total de ciclo
de processos de apoio ao fluxo de valor do paciente cirúrgico de 1.342,25 minutos ou 22,37
horas. Somando-se os tempos de todas as caixas de processo, o macroprocesso de Cirurgia
de Urgência e Emergência acontece com um tempo médio de 1.747,25 minutos ou 29,12
horas.
Após a apresentação desses dois mapas da situação atual dos macroprocessos das
cirurgias eletivas e de urgência e emergência, serão apresentados a seguir as descrições, as
análises e as propostas de intervenções pontuais a cada processo mapeado para que a realidade
futura seja projetada nos mapas de fluxo de valor futuro:
Quadro 3- Processo “Consulta médica/ Emissão de guia” no macroprocesso de cirurgia eletiva.
Processo Consulta médica/ Emissão de guia
Descrição do processo Há atendimento médico ao paciente, com descrição, pelo médico,
em formulário próprio, da necessidade ou da indicação de
intervenção cirúrgica. Além disso, há emissão de pedido de
Internação Cirúrgica, com descrição de materiais necessários,
bem como emissão de pedidos de exames e pré-avaliações
necessárias.
Tempo médio de processo Eletiva: 35 min/ Urgência e Emergência: não se aplica
Tempo disponível de processo 1 hora
Recursos Humanos e 1 médico/ 1 secretária/ Formulários impressos próprios
Materiais
Carga horária de trabalho 8 horas por dia
Pontos passíveis de Observado tempo médio de atendimento bastante variado aos
aprimoramento diferentes pacientes e pelos diferentes médicos dentro de cada
hora disponível para a consulta médica.
Discussão Não há legislações brasileiras regulamentando o tempo médio de
uma consulta médica, porém, auditorias em serviços públicos
recomendam que o médico realize quatro consultas em 1 hora, ou
seja, que cada consulta tenha um tempo médio de 15 minutos.
Porém, para que uma boa consulta seja feita, com ética, avaliação
criteriosa do paciente e hipóteses de diagnóstico certeiras, há
consenso de que o tempo médio de uma consulta seja de 25
minutos (BRASIL, 2004b; PRODOCTOR, 2018).
Proposições de intervenções Redução e padronização no tempo médio de consulta médica.
pontuais
Fonte: Do autor.
56
Quadro 10- Processo “Admissão e preparação Pré-Operatória: PA; UTI; BCI; Internação” no
macroprocesso de cirurgia eletiva e de urgência e emergência.
Processo Admissão e preparação Pré-Operatória: PA; UTI;
BCI; Internação
Descrição do processo O paciente é admitido no Hospital em um dos setores,
passando pela recepção, e sendo atendido por um colaborador
da equipe de enfermagem. Para a realização desse processo, o
Pronto Atendimento (PA) conta com 1 colaborador Técnico de
Enfermagem, a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com 1
colaborador Técnico de Enfermagem, sendo o PA e a UTI
supervisionados por 1 Enfermeiro; o Berçário de Cuidados
Intermediários (BCI), conta com 1 colaborador Técnico de
Enfermagem; a Internação, com 1 colaborador Técnico de
Enfermagem, sendo o BCI e a Internação supervisionados por
1 Enfermeiro; e ao ser preparado e encaminhado ao Bloco
Cirúrgico, pode haver a colaboração de mais 3 pessoas
(Enfermagem, Laboratório ou Radiologia).
Tempo médio de processo Eletiva e Urgência e Emergência: 35 min
Tempo disponível de processo 24 horas
Recursos Humanos e Materiais 1 Enfermeiro/ 1 Técnica de Enfermagem, de Laboratório ou de
Radiologia/ Formulários de admissão/ Roupas do hospital/
instrumentos de cuidados de enfermagem
Carga horária de trabalho Enfermeiros: 12 horas por dia/ Técnica de Enfermagem, de
Laboratório ou de Radiologia: Dois turnos de 6 horas de dia
ou um turno noturno de 12 horas
Pontos passíveis de Observação de não realização de alguns cuidados pré-
aprimoramento operatórios de enfermagem prescritos pelos médicos em
receituário de internação cirúrgica; e também observado atraso
no encaminhamento do paciente ao BC.
Discussão Os cuidados pré-operatórios de enfermagem são fundamentais
para a realização das cirurgias, e se alguns desses cuidados não
forem realizados, pode haver até mesmo cancelamento do
procedimento cirúrgico. Alguns desses cuidados envolvem
administração de medicamentos, tricotomia, orientação quanto
ao jejum e ao esvaziamento da bexiga, aplicação de enema,
aferição de sinais vitais, entre outros. Vale ressaltar que,
incluído nos cuidados pré-operatórios de enfermagem está o
transporte seguro, e no tempo adequado, do paciente ao Centro
Cirúrgico, evitando atraso no início da cirurgia e consequente
sintomas de ansiedade pelo paciente, com alterações em seus
sinais vitais, o que pode acarretar em cancelamento do
procedimento (CHRISTÓFORO, 2006; SENA et al., 2017).
Proposição de intervenções Observação e realização prioritária de cuidados pré-
pontuais operatórios de enfermagem prescritos. Ter um colaborador
específico para transportar o paciente ao BC, caso as alas
estejam lotadas.
Fonte: Do autor.
63
Quadro 13- Sub processo “Realização de exames de imagem” no macroprocesso de cirurgia eletiva e de urgência
e emergência.
Processo Realização de exames de imagem
Descrição do processo Consiste na realização de exames de imagem instantâneos no BC,
durante o ato cirúrgico, com o uso de um aparelho intensificador de
imagens, mais conhecido como arco cirúrgico, por um técnico de
radiologia.
Tempo médio de processo Eletiva e Urgência e Emergência: 180,0085minutos (aprox. 3 hs)
Tempo disponível de 24 horas
processo
Recursos Humanos e 1 Técnico de Radiologia/ Avental de chumbo/ Intensificador de
Materiais Imagens
Carga horária de trabalho 6 ou 12 horas
Pontos passíveis de Atraso na realização desses exames durante a cirurgia pois há
aprimoramento somente 1 Técnico de Radiologia por turno de trabalho para toda a
demanda hospitalar.
Discussão O profissional técnico de radiologia atua no Centro Cirúrgico
realizando exames de imagem instantâneos a partir do manuseio de
um equipamento intensificador de imagens, conhecido como “arco
cirúrgico”. Seu processo de trabalho acontece durante o
procedimento cirúrgico para auxiliar o cirurgião a visualizar a
inserção de guias e próteses, entre outros detalhes a serem
visualizados no ato cirúrgico. Por isso, o técnico de radiologia é de
suma importância durante o ato cirúrgico. Os exames de imagem
precisam ser emitidos em todo processo cirúrgico, muitas vezes
necessitando primeiramente realizar o exame de imagem para
depois começar a cirurgia. Vale ressaltar que a acomodação do arco
cirúrgico na mesa cirúrgica segue padrões de esterilização, com uso
de capa descartável estéril, e o técnico de radiologia, bem como os
outros profissionais presentes na sala cirúrgica usam
obrigatoriamente o avental de chumbo (SINTTARESP, 2014).
Proposição de intervenções Contratação eventual de 1 Técnico de Radiologia exclusivo para os
pontuais procedimentos do BC.
Fonte: Do autor.
Quadro 14- Sub processo “Realização de exames de laboratório” no macroprocesso de cirurgia eletiva e de
urgência e emergência.
Processo Realização de exames de laboratório
Descrição do processo A coleta de amostras dentro do BC para realização de exames de
laboratório é feita pela equipe de enfermagem e encaminhadas ao
laboratório para serem analisadas pela equipe do Laboratório.
Tempo médio de processo Eletiva e Urgência e Emergência: 210 minutos (3,5 horas)
Tempo disponível de processo 24 horas
Recursos Humanos e Materiais 1 colaborador da enfermagem do BC/ materiais de coleta de sangue
Carga horária de trabalho 6 ou 12 horas
Pontos passíveis de Atraso na entrega dos resultados de exame de urgência. Não padronização
aprimoramento de tempo de entrega de resultados de exames ao BC.
Discussão Durante os procedimentos cirúrgicos pode haver intercorrências
operatórias relacionadas a volemia do paciente, como a perda de muito
sangue, sendo necessário colher amostragens com urgência para que os
médicos vejam o resultado e transfundam hemocomponentes. Nesses
casos, a análise pelo Laboratório deve seguir padrões de urgência e
emergência para a segurança do próprio paciente que está sendo operado
(RÉGIS; GOHR; SANTOS, 2018)
Proposição de intervenções Criar protocolos de tempo de entrega de resultados de exames, reduzindo
pontuais o tempo de processo.
Fonte: Do autor.
65
Quadro 15- Processo “Alta do BC” no macroprocesso de cirurgia eletiva e de urgência e emergência.
Processo Alta do BC
Descrição do processo Após a realização da cirurgia, o paciente se recupera da
anestesia, sendo assistido pelo anestesiologista e pela equipe
de enfermagem, e depois é encaminhado à saída do BC para
outro setor.
Tempo médio de processo Eletiva e Urgência e Emergência: 35 minutos
Tempo disponível de processo 1 hora
Recursos Humanos e Materiais 1 Anestesiologista/ 1 colaborador da Equipe de Enfermagem/
formulário de alta anestésica, maca com seus devidos suportes
Carga horária de trabalho Anestesiologista: enquanto o paciente estiver no BC/Técnica
de Enfermagem: dois turnos de 6 horas de dia ou um turno
noturno de 12 horas
Pontos passíveis de Não há funcionamento da Sala de Recuperação Pós Anestésica
aprimoramento (SRPA), ficando o paciente sob os cuidados de enfermagem da
circulante após a cirurgia, na própria sala de procedimentos.
No formulário de anestesia, não há registro de alta anestésica.
Atraso na retirada do paciente da sala cirúrgica, pois o mesmo
está se recuperando do ato anestésico-cirúrgico; atraso no
encaminhamento do paciente para a ala, bem como dos
prontuários devido à sobrecarga de serviços das circulantes
(com serviços assistenciais, e administrativos, como por
exemplo, registro e requisição de materiais descartáveis
utilizados na cirurgia).
Discussão O paciente cirúrgico, no pós-operatório imediato pode
apresentar alterações clínicas importantes e que devem ser
observadas atentamente por técnicos de enfermagem,
enfermeiros e anestesiologistas. Alguns sintomas podem ser
apresentados pelo paciente nesse momento: hipotermia,
tremores, dor, náuseas e vômitos, hipertensão e queda de
saturação de oxigênio. Quando o paciente não é monitorizado
intensivamente nos primeiros 60 minutos pós-operatórios,
alterações clínicas podem gerar risco de vida (WELTE;
FONSECA, 2016).
Proposição de intervenções Implantação e funcionamento de SRPA. Registro de alta
pontuais anestésica. Alocação de mais um colaborador de enfermagem
ou de um auxiliar administrativo específico para o BC,
principalmente nos períodos da manhã, nos quais foram
observados maior movimento de cirurgias, para evitar
sobrecarga e atrasos no serviço de enfermagem e no
funcionamento do BC.
Fonte: Do autor.
66
Quadro 16- Processo “Higienização e limpeza da sala de cirurgia” no macroprocesso de cirurgia eletiva
e de urgência e emergência.
Processo Higienização e limpeza da sala de cirurgia
Descrição do processo É o processo de higienização e limpeza feito a cada troca de cirurgias.
Tempo médio de Eletiva e Urgência e Emergência: 40 minutos
processo
Tempo disponível de 16 horas
processo
Recursos Humanos e 2 colaboradoras do serviço de Higienização e Limpeza/ materiais e
Materiais equipamentos de higienização e limpeza
Carga horária de 8 ou 12 horas
trabalho
Pontos passíveis de Observada grande variação de tempo de limpeza das salas cirúrgicas
aprimoramento entre as diferentes cirurgias e as diferentes colaboradoras da equipe de
higienização e limpeza. Observado ausência de processos diários de
limpeza de equipamentos.
Discussão Um dos indicadores de qualidade em Centro Cirúrgico é o tempo de
higienização e limpeza das salas cirúrgicas entre uma cirurgia e outra,
visto que, quanto mais otimizado for esse processo, maior a capacidade
de o setor abranger um número máximo de cirurgias. O tempo médio
gasto em limpezas concorrentes entre cada cirurgia é de 7,1 minutos
segundo alguns autores. Mas o tempo maior está na pré-limpeza, com
uma média de 21,1 minutos, e na pós-limpeza e preparo da sala, com
uma média de 17,9 minutos, segundo esses mesmos autores.
Recomenda-se um tempo médio de 20 minutos para uma limpeza
completa e eficiente entre cada cirurgia (JERICÓ; PERROCA; PENHA,
2011).
Proposição de Padronizar quais equipamentos do BC que as colaboradoras podem
intervenções pontuais limpar; e reduzir a variação do tempo de higienização e limpeza das salas
cirúrgicas.
Fonte: Do autor.
Quadro 19- Processo “Alta Hospitalar” no macroprocesso de cirurgia eletiva e de urgência e emergência.
Processo Alta Hospitalar
Descrição do processo Esse processo se inicia quando o paciente recebe alta médica, e o
colaborador da enfermagem organiza a alta do paciente e o acompanha até
a saída do hospital, na secretaria, juntamente com as secretárias, finalizando
esse processo.
Tempo médio de processo Eletiva e Urgência e Emergência: 35 minutos
Tempo disponível de processo 1 hora
Recursos Humanos e 1 médico/ 1 colaborador da enfermagem/ Receituários/ Documentos e
Materiais formulários de alta hospitalar
Carga horária de trabalho Médico: tempo gasto na alta/ Técnica de Enfermagem: dois turnos de 6
horas de dia ou um turno noturno de 12 horas
Pontos passíveis de Variabilidade de tempo grande devido à demora em retirar dispositivos do
aprimoramento paciente e entregar a ele receituário, documentos e exames, e em assinar
papeis de alta.
Discussão O processo de alta do paciente hospitalar compreende a atuação do médico
e da equipe de enfermagem próximos ao leito e de auxiliares administrativos
e equipe de higienização e limpeza na saída do paciente do hospital. A alta
se completa após o status do leito ser transferido de ocupado para livre. E
esse processo pode conter vários desperdícios como: longas esperas dos
pacientes e familiares pela emissão da alta pelo médico; acúmulo de altas
em um mesmo período do dia, devido aos médicos terem que conciliar suas
altas com seus consultórios; longas esperas pela retirada e entrega de
documentos de alta; pacientes que já estão de alta e continuam ocupando o
leito; tempo para completar a higienização do leito; e tempo de leito liberado
limpo, aguardando admissão de outro paciente. Todos esses desperdícios
podem ser amenizados ou eliminados por meio de estratégias de gestão que
interfiram positivamente em cada gargalo desse processo (SOLIMAN;
SAURIN; WERLE, 2017).
Proposição de intervenções Reduzir variabilidade de tempo otimizando o processo.
pontuais
Fonte: Do autor.
68
traduzidos respectivamente para o português em: sendo de seleção, senso de ordenação, senso
de limpeza, senso de bem-estar e senso de disciplina (BERTANI, 2012; RODRIGUES, 2015).
Segundo esses autores, Bertani (2012) e Rodrigues (2015), a utilização do Programa 5s
contribui para a sustentabilidade financeira e organizacional do ambiente de trabalho de
qualquer empresa que busque produtividade, qualidade e competição estratégica de negócios,
sendo aplicável desde os setores de produção de bens de consumo até os setores de prestação
de serviços, como o de serviços de saúde, por exemplo, que preconizam tanta ordenação,
seleção, limpeza, bem-estar e disciplina. Logo abaixo, no Quadro 21, estão os cinco sensos com
os respectivos achados da pesquisa:
Quadro 21- Programa 5S com os achados da pesquisa.
Programa 5S
Japão Brasil Observação Propostas de intervenção
Materiais e equipamentos necessários Nenhuma
estavam separados dos desnecessários,
Seiri Senso de por exemplo caixas de cirurgia pouco
seleção utilizadas estavam separadas das mais
utilizadas.
Materiais reprocessáveis não Manter senso de ordenação em todos os
estavam bem ordenados quanto às datas, materiais e equipamentos do setor
do vencimento mais recente para o (RÉGIS; GOHR; SANTOS, 2018).
vencimento mais tardio. O
armazenamento estava sendo feito sem
ordenação, causando vencimento de
materiais que estavam guardados mais ao
fundo dos armários.
Seiton Senso de TOT e fios guias não ordenados
ordenação nas salas de cirurgia, causando transtorno
no momento da anestesia geral.
Adaptadores de tomadas e
suportes de braçadeiras e perneiras não
mantidos em lugares de fácil acesso.
Materiais que precisam estar ordenados
em sala cirúrgica, não ordenados ou não
repostos, como por exemplo, clorexidine
alcóolica, álcool 70%, entre outros.
Setor limpo. Apenas carrinhos de Padronizar programação de limpeza de
Senso de anestesia sem programação de limpeza carrinhos de anestesia e de
Seiso limpeza tanto pela equipe de enfermagem, quanto equipamentos pela enfermagem ou pela
pela equipe de higienização e limpeza. equipe de higienização e limpeza
(JERICÓ; PERROCA; PENHA, 2011).
Uso de condicionadores de ar em salas Segundo Poveda, Santos, Galvão
cirúrgicas com temperaturas muito (2014), a temperatura e a umidade do
baixas, em torno de 18°C após a indução ambiente devem ser constantemente
anestésica, causando desconforto de avaliadas, tendo em vista a saúde
temperatura nas circulantes da sala que ocupacional dos funcionários e a
tem que se movimentar entre as salas e os segurança da assistência ao paciente
corredores, sendo que estes últimos estão cirúrgico. A Association of
em temperatura ambiente. O paciente é periOperative Registered Nurses
bem aquecido durante a cirurgia, tanto (AORN) recomenda que a temperatura
com soros mornos, quanto com cobertores nas Salas de Operações (SO) na unidade
Seiketsu Senso de sob as roupas estéreis. de Centro Cirúrgico (CC) seja mantida
bem-estar entre 20 e 23°C, e a umidade do ar
ambiente, entre 30 e 60%1. No Brasil, a
Associação Brasileira de Enfermeiros
de Centro Cirúrgico, Recuperação
Anestésica e Centro de Material e
Esterilização (SOBECC) referenda a
Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), orientando a
manutenção da temperatura em SO
entre 18 e 22°C, e a umidade do ar entre
45 e 55%
Shitsuke Senso de As regras e os acordos são bem definidos Nenhuma
disciplina e seguidos pelos colaboradores.
Fonte: Do autor.
71
A seguir, nas Figuras 22, 23, 24 e 25, tem-se os Mapas de Fluxo de Valor Atual (MFVA)
da cirurgia eletiva e da cirurgia de urgência e emergência, com as indicações em amarelo dos
pontos principais que podem ser melhorados/implantados para que o hospital apresente a
realidade futura projetada nos Mapas de Fluxo de Valor Futuro (MFVF) dessas duas
modalidades de cirurgia:
Figura 22- Mapa de Fluxo de Valor Atual (MFVA) do macroprocesso de cirurgia eletiva com indicações
de explosão Kaizen.
Fonte: Do autor.
72
Figura 23- Mapa de Fluxo de Valor Futuro (MFVF) do macroprocesso de cirurgia eletiva com
indicações de explosão Kaizen implantadas.
Fonte: Do autor.
Figura 24- Mapa de Fluxo de Valor Atual (MFVA) do macroprocesso de cirurgia de urgência e
emergência com indicações de explosão Kaizen.
Fonte: Do autor.
74
Figura 25- Mapa de Fluxo de Valor Futuro (MFVF) do macroprocesso de cirurgia de urgência e
emergência com indicações de explosão Kaizen implantadas.
Fonte: Do autor.
Para retomar, resumir e pontuar as sugestões feitas a partir dos mapeamentos de fluxo de valor
atual e das projeções de realidades futuras realizadas nos mapas de fluxo de valor futuro, a seguir, serão
apresentados em tópicos, as sugestões feitas:
75
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
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YIN, R. K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. Tradução: Daniel Grassi. 2. ed. Porto
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Você está sendo convidado (a) a participar, como voluntário (a), da pesquisa LEAN
HEALTHCARE: GESTÃO DE QUALIDADE EM CENTRO CIRÚRGICO. No caso de
você concordar em participar, favor assinar ao final do documento. Sua participação não é
obrigatória, e, a qualquer momento, você poderá desistir de participar e retirar seu
consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com o pesquisador (a) ou
com a instituição. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone e endereço do
pesquisador (a) principal, podendo tirar dúvidas do projeto e de sua participação.
TELEFONE: 3701-9471
JUSTIFICATIVA: Custos crescentes, que muitas vezes superam receitas, têm sido
encontrados nos hospitais devido à complexidade estrutural e de atendimento ao cliente
demandada neste seguimento da saúde. Dos setores que mais demandam investimentos, bem
como garantem grande retorno financeiro ao hospital, está o Centro Cirúrgico. Para que
desperdícios em processos sejam reduzidos ou eliminados, tem sido desenvolvido no setor
saúde metodologias voltadas à Filosofia Lean Healthcare, que significa produção enxuta na
saúde. Corroborando com essas ideias, muitos dos hospitais que empregaram ferramentas lean
em suas atividades, tiveram êxito em seus processos, melhorando a qualidade do atendimento
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CONFIDENCIALIDADE DA PESQUISA:
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(Nome por extenso) (Assinatura)
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