Gestão Empresarial e Contabilidade
Gestão Empresarial e Contabilidade
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Reitora
Cicília Raquel Maia Leite
Vice-Reitor
Francisco Dantas de Medeiros Neto
Diretor da Editora Universitária da Uern - EDUERN
Francisco Fabiano de Freitas Mendes
Chefe do Setor Executivo da Editora Universitária da Uern - EDUERN
Jacimária Fonseca de Medeiros
Chefe do Setor de Editoração da Editora Universitária da Uern - EDUERN
Emanuela Carla Medeiros Queiros
Conselho Editorial das Edições UERN
Edmar Peixoto de Lima
Filipe da Silva Peixoto
Francisco Fabiano de Freitas Mendes
Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima
Jacimária Fonseca de Medeiros
José Elesbão de Almeida
José Cezinaldo Rocha Bessa
Maria José Costa Fernandes
Kalidia Felipe de Lima Costa
Regina Célia Pereira Marques
Revisão
Sarah Kimberly de Oliveira Cananeia
Capa e Diagramação
Ana Beatriz Caldas Davi
Catalogação da Publicação na Fonte.
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
Gestão Empresarial e Contabilidade [recurso eletrônico]. /
Maria Auxiliadora de Oliveira Morais, Mayara Muniz de Oliveira, Sandra de
Souza Paiva Holanda, Sidnéia Maia de Oliveira Rego (orgs.). - Mossoró, RN:
Edições UERN, 2023.
122 p.
ISBN: 978-85-7621-406-9 (E-book).
1. Administração de Empresas. 2. Gestão Empresarial. 3. Contabilidade. I.
Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. II. Título.
UERN/BC 658.4 CDD
Bibliotecário: Aline Karoline da Silva Araújo CRB 15 / 783
Editora filiada à:
APRESENTAÇÃO
Este e-book intitulado como Gestão empresarial e Contabilidade é proveniente da
produção científica da XVII Semana do Administrador é um evento anual realizado pelo curso
de Administração da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) do Campus Pau
dos Ferros.
O referido e-book é composto por sete artigos que trazem abordagens teóricas e práticas
envolvendo as áreas de gestão empresarial e contabilidade. No tocante às metodologias de
pesquisa, ressalta-se que a maior parte dos artigos possui seus objetivos de pesquisa vinculados
à pesquisa descritiva, utilizando estudo de caso, levantamento, pesquisa documental e pesquisa
de campo. Dentre as abordagens do problema, os artigos apresentados pelo presente e-book
enfatizaram a abordagem qualitativa, tendo apenas uma pesquisa com ênfase na abordagem
quantitativa.
As Organizadoras
Sumário
...................................... 7
CAPÍTULO 1
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
CAPÍTULO 2
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
CAPÍTULO 3
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
CAPÍTULO 4
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
CAPÍTULO 6
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
CAPÍTULO 7
RESUMO
O presente estudo, tem como objetivo entender como a gestão da diversidade é percebida
pelo gestor e colaboradores de uma empresa no ramo de materiais de construção no Alto
Oeste Potiguar. Trata-se de um levantamento de natureza qualitativa e caráter descritivo. Os
dados foram levantados a partir da realização de entrevista com os sujeitos da pesquisa; o
universo da pesquisa foi composto por 14 colaboradores; o instrumento de coleta de dados
foi adaptado de Silva (2015) e do Instituto Ethos (2016). Os dados foram tratados através da
análise de conteúdo de Bardin (2009). Os resultados demonstram diferentes visões de como é
lidar com um ambiente diverso, mostram que não existem programas de incentivo e promoção
da diversidade, evidenciam a existência do preconceito com as mulheres em um ambiente
tipicamente masculino e as dificuldades de contratação de uma pessoa com deficiência no ramo
da construção civil.
ABSTRACT
The present study aims to understand how diversity management is perceived by the manager
and employees of a company in the construction materials industry in the Upper West of Potiguar.
This is a qualitative and descriptive survey. The data were collected from the interview with
the research subjects; the research universe was composed of 14 employees; the data collection
instrument was adapted from Silva (2015) and the Ethos Institute (2016). The data were treated
through the content analysis of Bardin (2009). The results show different views of how it is to
deal with a diverse environment, show that there are no incentive programs and promotion of
diversity, highlight the existence of prejudice against women in a typically male environment
and the difficulties of hiring a person with disabilities in the construction industry.
1 INTRODUÇÃO
O papel das pessoas dentro das organizações passou por muitas mudanças ao longo dos
anos, as empresas visavam alta produção e maximização dos seus lucros. Com o passar dos
anos, as empresas modificaram seu modus operandi e o homem foi ganhando espaço dentro
das organizações, e esta passou a valorizar o capital intelectual de seus colaboradores. Em
um mundo globalizado e caracterizado pela efemeridade, as empresas devem adaptar-se às
mudanças que o mercado exige e buscar constantemente, forças de trabalhos (ORNELLAS,
2021)
Os primeiros estudos sobre diversidade começaram a surgir na década de 90, com
estudos de Cox (1991) e Thomas (2001). O termo diversidade tem muitos significados, dentre
eles, Fleury (2000) retrata como sendo um mix de pessoas com identidades e características
diversas que interagem no mesmo meio social.
O departamento de Recursos Humanos, tem como principal papel gerir pessoas e
gerenciar seus talentos. Com isso, as práticas de gestão da diversidade passaram a ter grande
relevância nas últimas décadas e tornou-se objeto de estudo para as organizações, visto que,
se bem administrado, trará inúmeros benefícios a estas e , consequentemente, proporcionará
vantagem competitiva e conduzirá a empresa ao melhor desempenho de suas tarefas (ALVES;
GALEÃO-SILVA, 2004; SICHEROLLI; MEDEIROS; VALADÃO JÚNIOR, 2011).
As políticas e leis que obrigam que as empresas tenham no seu quadro de colaboradores
pessoas consideradas como minorias, não são suficientes para integrar grupos marginalizados.
Cabe às empresas, sejam elas de grande ou pequeno porte, adotar as práticas de gestão da
diversidade através de códigos de ética e políticas de diversidade capazes de eximir a
descriminação existente (MOURA; CAMPOS; CAETANO, 2019).
Em um país de dimensões continentais como o Brasil, com uma população diversificada
e marcada pela discriminação e pela desigualdade social (FLEURY, 2000), percebe-se que, em
virtude da cultura já existente e enraizada, grande parte dos colaboradores das empresas são
compostas por homens brancos e héteros. Segundo o Instituto Ethos (2016), grupos compostos
por mulheres e negros ainda são excluídos nas organizações, representando um percentual de
31,3% e 6,3%, respectivamente, em cargos de gerência.
De acordo com a Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção
(ANAMACO), o setor de varejo de material de construção terminou o ano de 2020 com um
crescimento de cerca de 11%, no entanto, por ser considerado um trabalho pesado, este é um
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta seção, será apresentado sob perspectiva teórica os temas acerca da diversidade,
sua origem e conceitos e os desafios inerentes a sua implementação.
A diversidade inclui todos, não é algo que seja definido por raça ou gênero.
Estende-se a idade, história pessoal e corporativa, formação educacional, função e
personalidade. Inclui estilo de vida, preferência sexual, origem geográfica, tempo de
serviço na organização, status de privilégio ou de não-privilégio e administração ou
não-administração (THOMAS, 2001, p.334-335).
Percebe-se então, que o termo diversidade tem diversos significados, que vão de acordo
com o qual é inserido, podendo ter diferentes significados dependendo de qual contexto seja
empregado, podendo estar ligado a aspectos como classe social e religião (ARANHA, 2018).
Ainda que a Gestão da Diversidade possa trazer diversos benefícios para as organizações,
é sabido que implementá-la não é fácil, representando assim um grande desafio (ALVES E
GALEÃO-SILVA, 2004). Se mal gerenciada, a diversidade trará mais pontos negativos que
positivos (SICHEROLLI; MEDEIROS; VALADÃO JÚNIOR, 2011).
Segundo Silva et al. (2016), se não for administrada de maneira adequada, haverá
mais possibilidades de proporcionar o aumento do turnover, implicará falhas e dificulta a
comunicação e culminará na existência de mais conflitos interpessoais na empresa. Outros
obstáculos, estão na descrença por parte dos funcionários da empresa quanto a efetividade dos
programas de diversidade e o preconceito com os indivíduos beneficiados (ALVES; GALEÃO-
SILVA, 2004).
Quando bem gerenciada, a diversidade proporcionará vantagem competitiva à
organização e, consequentemente, desempenha melhor suas funções: alavancando a inovação,
criatividade, produtividade, um bom clima organizacional e a organização será bem-vista
perante a sociedade. Quanto ao desenvolvimento das pessoas, fará com que cada indivíduo
desenvolva suas habilidades (SILVA, 2015). Sicherolli, Medeiros, Valadão Júnior (2011, p. 4),
completam:
Figura 1 – Cargos gerenciais, por sexo, segundo os grupos de idade e cor ou raça (%)
Essa disparidade entre gêneros, se dá também, pelo fato das mulheres estarem
ocupadas com afazeres domésticos (IBGE, 2019). No setor de construção civil, as mulheres
estão vinculadas aos serviços de limpeza. Mas isso tem mudado, uma vez que, os cursos de
engenharia têm mostrado o crescente interesse das mulheres por estas funções (LIMA; MELO;
BENTO, 2019).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Quanto aos procedimentos metodológicos, utilizados com o intuito de responder à
questão problema, o presente estudo caracteriza-se como um estudo de natureza qualitativa.
Conforme Denzin Lincoln (2006), a pesquisa qualitativa é realizada no ambiente natural onde
o fenômeno acontece de forma que os pesquisadores buscam entender o significado que as
pessoas atribuem a este. Richardson (1999), completa dizendo que o objetivo da pesquisa
qualitativa está no aprofundamento e compreensão do fenômeno social.
Quanto aos meios, é classificado como um levantamento, uma vez que, os sujeitos
da pesquisa são interrogados a fim de entender como determinado fenômeno acontece (GIL,
2002). Quanto aos fins, pode ser classificado como descritivo, pois através da interpretação
dos dados coletados será possível analisar a percepção do grupo sobre a gestão da diversidade
(GIL, 2002).
O lócus da pesquisa, será uma empresa de pequeno porte especializada no comércio
varejista de materiais de construção, localizada na região do Alto Oeste Potiguar, no interior
do Rio Grande do Norte. Os sujeitos da pesquisa serão os colaboradores desta empresa,
atualmente, a empresa conta com cerca de 14 colaboradores, podendo este número variar em
alguns períodos do ano em decorrência da sazonalidade. Buscou-se realizar as entrevistas com
todos os colaboradores da empresa.
Para se obter as informações necessárias e se chegar ao objetivo pretendido, foi
aplicado o instrumento de coleta de dados e , posteriormente, estes serão organizados, tratados
e interpretados. O processo de coleta de dados foi realizado através de entrevistas presenciais
gravadas com os colaboradores, seguindo um roteiro semiestruturado. Segundo Gil (2008, p.
109), a entrevista é a “técnica em que o investigador se apresenta frente ao investigado e lhe
formula perguntas, com o objetivo de obtenção dos dados que interessam à investigação”.
As entrevistas foram realizadas entre os dias 10 e 25 de setembro/2021, o instrumento
utilizado foi composto por dois roteiros de Silva (2015) e adaptado do Instituto Ethos (2016),
adaptado para a realidade da organização objeto de estudo. As entrevistas foram aplicadas com
o gestor da empresa e com os demais colaboradores.
Dos 14 colaboradores da empresa, foram entrevistados 9 destes. Visto que, as
informações obtidas se assemelhavam e apresentavam redundância, foi utilizado o princípio
de saturação teórica, uma vez que, pouco acrescentariam na análise dos dados (FALQUETO;
HOFFMANN; FARIAS, 2018). Para resguardar os respondentes e, a fim de manter o sigilo das
informações, estes serão identificados pelos códigos de E1 a E9, conforme o quadro abaixo
mostra o perfil destes.
Os dados foram tratados através da análise de conteúdo, que, conforme Moraes (1999,
p. 2), “compreende procedimentos especiais para o processamento de dados científicos”. A
análise foi baseada nas técnicas de Bardin (2016), que se divide em três etapas: a pré-análise:
fase de organizar os dados e sistematizar ideias, selecionar material e definir objetivos; A
exploração do material: codificação e categorização do material pré-analisado; Tratamento dos
dados obtidos e interpretação: interpretar os dados e inferir informações.
Diversidade é a questão da pluralidade né, cada um pensar da sua forma, cada um ter
suas escolhas entre religião, de cor, de opinião. É cada um ter suas escolhas de onde
quer ir, pra onde quer voltar, como quer deixar o cabelo, se é gordo, baixo ou magro.
Aqui a gente é aberto, aceita todo mundo e abraça todo mundo; claro que é difícil
lidar com pessoas e ainda mais quando cada uma tem sua própria particularidade, mas
o que prevalece é o respeito (E1).
Mesmo que o conceito de diversidade seja amplo e que tenham muitos significados,
em sua fala, o E1 demonstra compreender bem o significado de diversidade, dizendo ainda que
na organização aceitam-se pessoas de todos os perfis; essa diversidade entre os colaboradores,
pode trazer benefícios para empresa (ADIGUZEL; CAKIR, 2020) se administrado de maneira
adequada. E como relatado em sua fala a complexidade de lidar com pessoas, este deixa claro
que o respeito é de suma importância para que se possa mediar e administrar essa diversidade.
Conviver num ambiente diverso, por vezes, representa um grande desafio. Questionados
como é lidar com um ambiente diverso, estes respondem da seguinte forma:
Bom, não tenho nada o que reclamar não, acho que dá pra gente aprender com isso,
não fica aquela coisa monótona de só gente igual. Então acredito que seja válido
trabalhar com gente diferente (E5).
Acho que uma das partes mais interessantes, é o que torna é (...), como se fala, mais
especial né, cada dia você tem que se dedicar mais e se aperfeiçoar (E6).
Normal, a gente tem que saber lidar com as pessoas, claro, porque fulano é diferente
de mim, possa ser que eu não concorde né, mas eu tenho que respeitar ele e ele me
respeitar (E9).
Em suas falas, é possível visualizar diferentes visões de como é lidar com um ambiente
diverso, o que mais chama atenção é a fala dos indivíduos E6 e E9, onde opinam “[...] é o que
torna é..., como se fala, mais especial né [...]” (E6) e “[...] possa ser que eu não concorde né,
mas eu tenho que respeitar ele e ele me respeitar” (E9). Falas como essas, denotam o quão
importante se faz a implementação da diversidade por parte das organizações.
A fim de entender também a visão dos demais colaboradores, foi questionado quais
seriam os pontos positivos e negativos de se trabalhar com pessoas diversas:
Opiniões diferentes e ideias diferentes faz você crescer né, gera muito conhecimento.
Nem sempre você vai tá certo, ai às vezes isso analisa muito você. Tipo, com ele aqui
(faz menção ao gestor) “assim tá certo” ai você “não, tá errado”, mas aí você vai ver,
acabamos chegando a resolução de um problema, onde tem a participação e visão dos
colaboradores e chegamos a uma boa solução. Da mesma forma que pode contribuir
as opiniões diferentes, elas às vezes acabam gerando discussão, claro que tem o lado
positivo né, mas quando levam em conta alguns outros fatores... (E2).
Quanto mais opiniões e sugestões melhor pra empresa né, se você queira fazer a
empresa crescer né, fora que com certeza a gente aprende muito com isso também. E
assim, é, como se diz, traz muito conflito né, porque opiniões diferentes né, porque
assim, eu quero fazer uma coisa a outra pessoa acha melhor de outro jeito e já fazer
do seu jeito, é sempre nesse conflitosinho, mas sempre chega a um consenso, quando
não chega vai pro gerente e o gerente que tem que resolver (E3).
Cada um tem sua opinião né, isso ajuda a empresa a crescer. Mas o principal ponto
negativo que pode trazer, é a confusão. (E8).
a gente não tem isso estabelecido (E1)”. De acordo com Silva (2015), a empresa que não detém
práticas ou políticas em prol da diversidade, acaba por ter perdas em relação à produtividade,
aumento de conflitos, reter talentos e alta rotatividade.
Referente aos fatores e limitações, que poderiam comprometer a implementação de
políticas voltadas a diversidade, é possível visualizar que o principal problema seria a falta de
compreensão por parte daqueles que não seriam beneficiados com as políticas de diversidade:
A fala do entrevistado, vai de acordo com o que aponta Alves e Galeão-Silva (2004),
que a implementação além de não ser fácil, geraria conflitos relacionados à descrença dos que
não se beneficiaram do programa, em relação a sua efetividade.
Note, não é preconceito, vou logo dizendo. Tem que ter mulher, mas, na minha
opinião se eu fosse o dono eu não contrataria mulher devido o peso, só se for só
naquelas área ali, como nós trabalha com venda, carregar carro essas coisas assim,
mulher não tem como pegar num cimento porque é muito pesado né; é, não tem como
pegar numa tinta. Então é um serviço muito pesado pra mulher por isso, mas assim,
se for só pra vender aí tem que ter mulher, agora quando tem que vender e carregar
aí sou de acordo de ter só homem. Como é o que eu digo sempre ao gestor, é sempre
complicado colocar mulher é complicado por isso, porque é só eu de homem, agora
não porque agora que tão arrumando ali os homens fica lá é só eu de homem aqui, eu
tenho que carregar por elas, aí fica pesado é pra minha pessoa (E3).
Tem que ter ajuda masculina, porque as mulheres não conseguem por força pra pegar
um cimento ou um vergalhão, mas tem que ter, na parte de vender, nas áreas mais
voltadas a administração (E7).
Eu vejo como uma coisa normal hoje, agora longe da possibilidade de uma mulher tá
fazendo carga e descarga de caminhão com mercadoria né, porque é muito pesado e
é trabalho de homem (E8).
Falas como a do E3, onde este evidencia “[...] se eu fosse o dono eu não contrataria
mulher devido ao peso [...]”, deixam evidente o quão dominado pelos homens é o ramo de
construção civil. Mesmo com a aceitação da mulher no ambiente de trabalho, é visto que, sem
o homem as mulheres não seriam capazes de exercer suas atribuições. De acordo com a maioria
dos respondentes, as tarefas que as mulheres poderiam desempenhar estariam ligadas às áreas
administrativas (LOMBARDI, 2006). É percebido, até mesmo por parte das próprias mulheres,
o preconceito e discriminação existente (LIMA; MELO; BENTO, 2019).
Eu acho que hoje não, hoje não, agora diante do que vai crescer aí, tem tudo pra
crescer aí se Deus quiser, eu acho que se encaixaria e seria uma boa opção (E2).
É como eu disse, se for pra ficar em um lugar específico, como aqui não tem, assim,
você pra fazer só isso aqui não tem como, depende da deficiência, aí não tem como.
Agora não, se for só pra ficar numa área específica, como o caixa aí tem como encaixar
uma pessoa só no caixa porque tem alguma deficiência (E3).
Acho que a gente tem que liberar espaço para todos os tipos de pessoas né, então
acredito que não tenha problema não, nenhum, claro que teria que ser numa função
que não exigisse força e carregar peso né (E5).
Já, só que nada que tenha causado uma discussão maior, geralmente o que mais
ocorre, até entre mim e entre as pessoas que sou mais próxima, é em relação a times,
um torcedor tira um pouco de onda com o outro porque seu time perdeu, isso é bem
rotineiro e digo que a gente tem que se acostumar (E2).
Não. Tem assim... trabalho. Mas coisas que envolvam coisas pessoais não existe (E4).
Não, raça, idade essas coisas não. No início, a gente via assim, porque aqui só tinha
homem né, aí quando entrou eu e entrou a, aqui só tinha uma menina e a menina da
limpeza, aí quando eu entrei aí tinha aquela coisa via outra menina aí diziam “vixe
mulher de novo”. Porque aqui é só homem, é pesado, mas aí depois os meninos
souberam conciliar tudo sabe, ficou tudo mais fácil (E5).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo, teve por objetivo compreender como a gestão da diversidade é
percebida pelo gestor e colaboradores de uma empresa no ramo de materiais de construção no
Alto Oeste Potiguar. A partir dos resultados discutidos, conclui-se que, o gestor e os colaboradores
da empresa entendem o conceito de diversidade e que por mais difícil que seja gerenciá-la
e conviver com as diferenças no ambiente organizacional. Foi possível visualizar também,
o preconceito em relação às mulheres na construção civil. E as dificuldades relacionadas à
contratação de um PCD numa empresa de construção civil.
Acredita-se que, este trabalho tenha grande relevância gerencial, uma vez que, temas
relacionados à diversidade estão em alta e é sinônimo de competitividade para estas. É de
suma importância social, pois, assim será possível garantir espaço e visibilidade. Quanto a
importância acadêmica, pode ser utilizado de base para trabalhos futuros na área.
Referente às limitações da pesquisa, evidencia-se a resistência de alguns entrevistados,
visto que, havia a desconfiança de que algo poderia o prejudicar dentro da empresa, o tempo
para a coleta e análise dos dados e a falta de estudos relacionados à diversidade em pequenas
e médias empresas.
Sugere-se que, novas investigações sejam realizadas a fim de suprir essa necessidade.
Recomenda-se também a realização de trabalhos de natureza mista, assim, será possível
aprofundar o conhecimento sobre o tema; realizar estudos comparativos entre a realidade de
empresas de grande e pequeno porte; pesquisas relacionadas à implementação de políticas em
prol da diversidade nas empresas brasileiras.
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14 de ago. de 2021.
Email: marina.amanda@hotmail.com
Email: sandrapaiva@uern.br
RESUMO
A pesquisa analisou a gestão dos fatores da qualidade em produtos e serviços na visão dos
clientes internos, externos e do gestor da AABB da cidade de Pau dos Ferros, RN. Foram
aplicados métodos de caráter descritivo com análise de conteúdo. Através da interpretação e
tabulação dos dados, identificou-se falhas nos produtos e serviços existentes na organização,
sendo avaliados entre regular e bom, indicando assim que o local precisa de algumas mudanças.
Assim, as conclusões apontam para a necessidade de reestruturação do ambiente, com ênfase
na organização dos espaços e atendimento ao cliente, bem como, recomendou-se criar um
programa de qualidade para desenvolver o ambiente de acordo com a opinião dos consumidores
do local.
ABSTRACT
The research analyzed the management of quality factors in products and services from the
point of view of internal and external customers and the manager of AABB in the city of
Pau dos Ferros, RN. Descriptive methods with content analysis were applied. Through the
interpretation and tabulation of the data, flaws in the existing products and services in the
organization were identified, being evaluated between regular and good, thus indicating that
the place needs some changes. Thus, the conclusions point to the need for restructuring the
environment, with emphasis on the organization of spaces and customer service, as well as it
was recommended to create a quality program to develop the environment according to the
opinion of local consumers.
Keywords: Quality; Products; Services; AABB.
1 INTRODUÇÃO
A Gestão para a Qualidade procura enfatizar a importância do papel da gerência, em
todos os níveis, liderada pela administração da empresa na conquista e melhoria contínua da
qualidade dos produtos e serviços que são ofertados.
No Brasil, nas últimas décadas, a questão de qualidade tem sido um ponto fundamental,
não apenas para sobrevivência das empresas, mas para continuidade, por meio das necessidades
de soluções dos problemas nos mercados que atuam, cujas implementações surgem em forma
de novos produtos e serviços para que possam se perpetuar e crescer em um mercado cada vez
mais competitivo e globalizado.
Com o intuito de aprofundar os conhecimentos teóricos e práticos sobre os fatores
da qualidade na gestão dos produtos e serviços, observou-se a possibilidade da realização de
um estudo detalhado desses elementos e sua importância frente aos clientes internos, externos
e o gestor; sobre a temática da qualidade e as formas de satisfação de suas necessidades na
Associação Atlética do Banco do Brasil – Pau dos Ferros – RN.
Com a finalidade de se obter mais clareza sobre a gestão da qualidade, buscaram-se
informações com respostas para o seguinte questionamento: Quais as percepções dos fatores
de qualidade encontrados nos Produtos e Serviços ofertados na visão do gestor, dos clientes
internos e externos da AABB – Associação Atlética do Banco do Brasil de Pau dos Ferros-RN?
Desse modo, o presente estudo tem como objetivo analisar a qualidade dos produtos
fornecidos pela Associação Atlética do Banco do Brasil – AABB, na cidade de Pau dos Ferros,
na percepção do gestor, dos clientes internos e externos, de modo a identificar falhas e buscar
suas melhorias.
A presente pesquisa justifica-se por conhecer os fatores da qualidade praticados pela
gestão da AABB de Pau dos Ferros - RN, no que tange os conceitos e definições de qualidade em
produtos e em serviços, seus processos de qualidade e a percepção e avaliação dos indicadores
de qualidade pelos clientes internos e externos, e pelo próprio gestor.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 QUALIDADE EM PRODUTOS
A qualidade nos produtos atende as expectativas dos clientes, fazendo com que os
consumidores se mantenham satisfeitos. Para Frederico et al. (2014), é importante observar
que quando as pessoas compram algo, procuram muito mais do que as características físicas
existentes, mas que os produtos mostram benefícios suficientes para motivar a compra do
consumidor. Assim, as empresas atuais devem observar seus clientes para antecipar seus
desejos com qualidade a um menor custo.
Segundo Gurgel (2007), o simples atendimento dos requisitos de mercado é um
conceito de qualidade restrito, e não compatível com a cultura da administração do produto,
que procura ampliar o produto no desenvolvimento, sempre superando as expectativas.
De acordo com Kotler e Keller (2006), qualidade é a totalidade dos atributos e
características de um produto que afetam sua capacidade de satisfazer necessidades declaradas
ou implícitas. Quanto mais propriedades, características, performances e vantagens tiverem um
produto, mais chances ele tem de sobreviver no mercado competitivo.
Para Maximiano (2000), a qualidade do produto está na tomada de decisão da
organização, em relação ao mercado, e ao tipo de produto produzido, para que a empresa possa
planejar a melhor forma de fabricação e prever a receita advinda das vendas.
Os produtos na visão dos clientes se traduzem numa sequência de expectativas, que
têm a necessidade de ser superados todos os dias. Oakland (1994), diz que a qualidade de um
produto é empregada com o significado de excelência.
maiores objetivos do mercado é atender as necessidades dos consumidores; uma vez que várias
empresas adentram no mercado com o mesmo objetivo, há a necessidade dessas organizações
se destacarem de alguma forma: preço, qualidade, atendimento, são algumas das formas de se
distinguirem.
A forma como os consumidores percebem o serviço, determinam se tiveram uma
experiência de serviços qualitativa ou não, bem como, se a experiência atingiu as expectativas.
Esse é o foco centrado no serviço percebido, à medida que os serviços são caracterizados,
podemos observar que a percepção é levada em consideração com respeito às expectativas do
entrevistado (LIMA, 2013).
A qualidade pode ser percebida através da comparação, feita pelos clientes em relação
a outros produtos (ANDERSON; FORNELL; LEHMANN, 1994; BEI; CHIAO, 2001). Para
os serviços, a qualidade pode ser percebida através da avaliação que o cliente faz dos serviços,
durante ou após a experiência no local pesquisado (TINOCO; RIBEIRO, 2008).Um dos
modelos que visa observar a opinião dos clientes, onde medem o nível de qualidade através
de questionários respondidos pelos consumidores é o Gap; ou diferença entre a expectativa e a
percepção, é uma medida da qualidade do serviço em relação a uma especificidade. Onde o 5.º
Gap é o confronto entre a realidade do produto com o que é esperado pelo cliente, sendo este a
soma dos quatro Gap, portanto, o mais importante deles (ESCH; STEFANO, 2010).
As organizações precisam saber que tipo de serviços os clientes querem, e que problemas
podem estar identificando na sua empresa; observar também como está sua empresa em relação
aos concorrentes, para que possam descobrir se há necessidade de melhoria (SADGROVE,
1995).
Para Cobra (2009, p. 22), “construir a satisfação do cliente por meio da qualidade
e valor é o ponto-chave do novo pensamento mercadológico”. E esse pensamento parte da
premissa básica de que os consumidores comprarão da empresa que entregar o maior valor.”
Cobra diz ainda, que é preciso descobrir os desejos dos clientes, para que as organizações
possam saber o que oferecer a esses consumidores.
O aspecto principal para se identificar uma boa qualidade de serviços, é obtido quando
as percepções do cliente ultrapassam suas expectativas. Mas não basta entender a importância
de se fornecer produtos e serviços de qualidade, é necessário que haja um processo contínuo
de monitoração das percepções dos clientes em relação à qualidade, identificar suas possíveis
causas e estabelecer formas de melhorias. (FADEL; REGIS FILHO, 2009).
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Através das observações na Associação Atlética do Banco do Brasil, a pesquisa
Perfil Presidente
Gênero Masculino
Naturalidade Pereiro – CE
Faixa Etária Mais de 41 anos
Grau de Instrução Superior Completo
Tempo de Presidência no
15 anos
Local
Dias dedicados a Gestão do Quase Sempre aos Sábados e
Local Domingos
Perfil de Gestão Centralizador
Fonte: Dados da pesquisa (2016)
Na tabela 3, percebe-se que o gestor está presidindo o local há 15 anos, dedica dois dias
a gestão do local e sua gestão é centralizada, ou seja, os funcionários não possuem autonomia
para tomar decisões referentes ao ambiente de trabalho.
Conforme a tabela 4, compreende-se que 46,84% dos clientes externos acreditam que a
definição de qualidade que mais se adéqua ao atendimento dos serviços da AABB é a satisfação
do cliente; dois dos clientes entrevistados pela pesquisadora, disseram que não visualizavam
nenhum desses conceitos na prática do atendimento, mas acreditam que a satisfação do cliente
deve ser sempre priorizada. Aplicando esses mesmos conceitos na visão dos clientes internos
(tabela 5), eles também acreditam que a satisfação do cliente é o conceito visualizado no
atendimento do local.
O Gestor da Associação visualizou dois conceitos que são necessários adquirir no local,
segundo a visão do mesmo, ainda não há a utilização deles, mas são de muita importância, os
conceitos são: Qualidade é Satisfazer o cliente (Ishikawa), e Qualidade é o atendimento das
expectativas (Feigenbaum).
A partir da observação das escolhas dos entrevistados, entende-se que as visões
dos clientes e do gestor, estão em conformidade. Embora alguns visualizem os conceitos no
atendimento e outros não consigam ter essa mesma visão, mas todos eles assumem que o
conceito de qualidade mais importante na prática do atendimento dos serviços é a satisfação do
cliente e o atendimento às expectativas deles.
Os clientes foram questionados quanto a qualidade ideal dos produtos e serviços da
Associação Atlética do Banco do Brasil, para analisar a diferença entre a qualidade idealizada
pelos clientes e a qualidade ofertada no local, 22,78% dos respondentes disseram que a
qualidade ideal já existe.
A qualidade ideal do local, segundo a visão dos clientes Externos, seria um lugar que
disponibilizasse de atendimento, segurança, alimentos e uma estrutura física de qualidade;
embora 22,78% dos entrevistados tenham respondido que a qualidade existente no local já é
ideal, podemos perceber que os demais clientes pensam diferente.
Segundo a visão dos funcionários, a qualidade ideal dos serviços oferecidos “seria um
clube que pudesse funcionar conforme as exigências dos associados, seja em melhorias físicas
ou mesmo no atendimento”. Já o gestor, presidente do local, acredita que a qualidade ideal
deve ser “um serviço de cozinha e ambientação melhor apresentado, maior disponibilidade de
opções para entretenimento e opções alimentares”.
Por conseguinte, perguntou-se aos clientes Externos, Internos e ao gestor, se a qualidade
oferecida no local atende às exigências. No gráfico 1, seguem as opiniões dos clientes externos.
deixando de funcionar devido à falta de manutenção, e ao longo dos anos foram ficando apenas
os serviços principais, os mais utilizados pelas crianças e adultos. Esses resultados, corroboram
com as afirmações de Scariot (2009), quando diz que a satisfação é medida na relação entre
percepção e expectativa, se a percepção for maior que a expectativa, o consumidor ficará saciado,
por outro lado, se a percepção for menor que a expectativa, o consumidor possivelmente não
ficará satisfeito.
No tocante a avaliação da infraestrutura, conforme apresentado na tabela 6, sugeriu - se
que os clientes externos avaliassem a Associação de acordo com nove itens citados, com notas
que variaram de 0 a 10 (0 para uma avaliação ruim e 10 para uma boa avaliação); podemos
observar na tabela 6, avaliando notas que cada item recebeu, dentre as médias dos itens de
infraestrutura, a piscina foi a que obteve melhor média (7,4) e a pintura e conservação dos
ambientes obteve a menor média (4,8).
Médias
Itens
Internos Externos Gestor
Restaurante 6,7 6,2 6
Piscina 7,3 7,4 7
Quadra de Areia 9 7 8
Campo de Futebol 5,3 6 4
Estacionamento 7,5 6,7 5
Área Arborizada 8,7 6,7 8
Parque Infantil 8 5,1 7
Pintura e Conservação dos Ambientes 5,7 4,8 7
Fonte: Dados da pesquisa (2016)
Conforme a tabela 6, a média de notas dos clientes internos, mostra que o campo de
futebol foi o item com menor avaliação (5,3) e a quadra de areia obteve a melhor pontuação
(9,0). Na avaliação do Gestor, entre as infraestruturas do local, o campo de futebol obteve menor
média (4), e a quadra de areia e a área arborizada com melhores notas (8), conforme consta no
quadro 6. A partir dessas médias, é notável que a pintura e conservação dos ambientes, bem
como o campo de futebol, necessitam de atenção. A avaliação ruim do campo de futebol se faz
justificável devido à crise hídrica que assola a cidade no momento, isso fez com que a grama
do campo morresse completamente, fazendo com que os jogos não acontecessem.
avaliados pelos clientes externos estão com avaliações entre regular (3) e bom (4), isso significa
que os clientes externos veem a necessidade de melhorias no ambiente, para melhorarem sua
avaliação em relação a estes indicadores.
Médias
Indicadores
Externos Internos Gestor
E 3,5 3,7 4
ELE 3,6 4 4
CG 3,9 4,3 4
CM 4 3,7 4
CHG 3,6 3,5 3
AM 3,6 3,8 4
FP 3,6 3,8 4
LAPS 3,9 4,2 4
QSC 3,8 4,2 4
AP 3,9 4,3 5
QA 3,6 4,3 4
ACF 3,5 3,8 5
UCF 3,3 3,2 4
AQF 3,8 3,7 4
UQF 3,5 3,6 3
AQA 3,9 4,3 5
UQA 4 4,4 5
AB 3,8 4,3 5
UB 3,4 4,2 4
PC 3,7 4 4
PAC 3,6 4,2 4
SL 3,9 4,5 4
Fonte: dados da pesquisa (2016)
Ainda na tabela 7, os clientes internos avaliaram os mesmos itens dos clientes externos,
seguindo também as mesmas instruções, nas médias dos itens avaliados a variação foi de 3,2
(média de avaliação do Uso do campo de futebol – UCF) a 4,4 (média de avaliação do Uso da
quadra de areia – UQA), assim como os clientes externos, os clientes internos também avaliaram
os itens em regular (3) e bom (4); os clientes internos também acreditam haver necessidade de
melhoria, de acordo com as avaliações dos indicadores, fica visível que o padrão da qualidade
do local necessita ser melhorado.
A tabela 7, também demonstra a avaliação do gestor da Associação Atlética, sua média
de notas foi 4,1 (bom), e dentre as notas dos itens avaliados a menor foi 3 (média de avaliação
para chamar o garçom) e 5 (média de avaliação do Acesso às piscinas – AP; Acesso ao campo
de futebol – ACF; Acesso e uso da quadra de areia – AQA/UQA e o Acesso aos banheiros –
deixar de frequentar o local; em meio as justificativas a que mais chama atenção é a falta
de manutenção no espaço físico, percebe–se que há uma desatenção não só do gestor, mas
também dos funcionários. Scariot (2009), acredita que é importante estarmos atentos quando
os erros aparecem, para que a empresa não tenha surpresas negativas, com clientes que não
reclamaram de alguma situação. Ainda segundo o autor, é necessário planejar, programar e
treinar os funcionários para identificar possíveis falhas, sejam elas falhas em produtos ou em
serviços, após esse treinamento é viável iniciar um planejamento que agregue valor ao cliente.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo, teve como objetivo analisar a gestão dos fatores da qualidade
encontrados nos produtos e serviços na percepção do gestor e dos clientes internos e externos
da AABB. Nessa perspectiva, a pesquisa atendeu aos objetivos, bem como, identificou as visões
dos clientes e do gestor, além de fornecer sugestões de melhorias para o local pesquisado.
Os clientes gostam do espaço, é um ambiente bom para as crianças; no entanto, é necessário
padronizar o atendimento, a alimentação, de forma que os clientes elogiam o local para outros
clientes em potencial, uma vez que o clube necessita de aumentar o quadro de sócios.
Compreendeu-se ainda, que o ambiente necessita de uma reestruturação, organizar
melhor os espaços, separar o ambiente das crianças do ambiente dos adultos, incentivar os jogos,
treinar os funcionários para atenderem bem a todos e saber fornecer informações a respeito das
regras dos sócios, divulgar o ambiente para outras pessoas saberem onde se localiza a AABB,
e principalmente, focar no cliente, manter pesquisas de satisfação e se possível atender suas
reivindicações.
Após o estudo da qualidade, buscando a visão dos clientes externos, clientes internos
e em consonância com a política e os objetivos da Qualidade Total da AABB, ressaltamos a
importância do treinamento com a qualificação em todos os setores da AABB nas áreas de recursos
humanos, visando proporcionar desenvolvimento dos funcionários e seu comprometimento
com a organização; além da necessidade de um estudo sobre o marketing, para observar o local,
saber vender seus pontos positivos e superar os aspectos negativos, que fundamentalmente com
um programa de qualidade, como o melhor caminho para o desenvolvimento dos produtos
e serviços de forma que atraia sempre os correntistas para se tornarem clientes ativos deste
importante clube social e integrativo da grande família do Banco do Brasil.
REFERÊNCIAS
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and profitability: Finding from Sweden. Journal of Marketing, v. 58, n.3, p. 53-66, Jul 1994.
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Perceived Service Quality, and Perceived Price Fairness on Consumer Satisfaction and
Loyalty. The Journal of Consumer Satisfaction, Dissatisfaction and Complaining Behavior, v.
14, p. 125–140, 2001. https://jcsdcb.com/index.php/JCSDCB/article/view/110
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reduction, exercise and the brain. Archives of Medical Science: AMS, v. 6, n. 3, p. 447, 6 jun.
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MARTINS, R. A. et al. Indicadores de desempenho para a gestão pela qualidade total: uma
proposta de sistematização. Gestão & Produção, v. 5, n. 3, p. 298–311, dez. 1998. http://
dx.doi.org/10.1590/s0104-530x1998000300010
SADGROVE, K. Gerência de Qualidade Total: o guia para o ISO-9001. São Paulo: Clio
Editora, 1995
TINOCO, M. A. C.; RIBEIRO, J.L. , D. Estudo qualitativo dos principais atributos que
determinam a percepção de qualidade e de preço dos consumidores de restaurantes a la
carte. Gestão & Produção, v. 15, n. 1, p. 73–87, 2008. https://doi.org/10.1590/S0104-
530X2008000100008
Email: juniorbatistaadm@gmail.com
RESUMO
A gestão de estoque tem um papel fundamental para a rentabilidade das organizações, logo,
os investimentos financeiros em estoque podem causar lucratividade ou prejuízos financeiros
a depender do seu gerenciamento, sendo assim as empresas precisam utilizar métodos,
procedimentos e tecnologias para auxiliarem na tomada de decisão; desse modo, o objetivo geral
do trabalho é analisar o gerenciamento do estoque do Supermercado Dois Irmãos, localizado
no município de Areia Branca/RN. O estudo se enquadra como tipo de pesquisa descritiva
com uma abordagem qualitativa, a coleta de dados foi realizada através de uma entrevista
semiestruturada com o gestor da organização sobre o processo de entrada, estocagem, exposição
e saída do estoque. Contudo, percebe-se que, através da experiência de mercado, a organização
faz o gerenciamento de estoque, no entanto, há necessidade de utilizar métodos mais efetivos,
e assim, obter subsídios na tomada de decisão, bem como gerar vantagem competitiva.
ABSTRACT
Inventory management plays a key role in the profitability of organizations, so financial
investments in stock can cause profitability or financial losses depending on their management,
so companies need to use methods, procedures and technology to assist in decision making. ,
thus, the general objective of the work is to analyze the stock management of the Dois Irmãos
Supermarket, located in the municipality of Areia Branca/RN. The study fits as a type of
descriptive research with a qualitative approach, the data collection was carried out through
a semi-structured interview with the manager of the organization about the process of entry,
storage, exposure and exit of the stock. However, it is clear that, through market experience, the
organization manages inventory, however there is a need to use more effective methods, and
thus obtain subsidies in decision making, as well as generate competitive advantage.
1 INTRODUÇÃO
As organizações estão inseridas em um cenário de competitividade acirrada, diante
desta conjuntura, atender as necessidades e desejos dos clientes torna-se o grande desafio das
corporações, tendo em vista que, além dos consumidores estarem cada vez mais exigentes, as
inovações tecnológicas, possibilitam uma ampliação de mecanismos cuja principal finalidade
é facilitar a vida das pessoas no processo de aquisição de algum bem, ou seja, os atendimentos
são realizados com rapidez, proporcionando principalmente comodidade e segurança.
Outrossim, as ferramentas tecnológicas se estabelecem no mercado como um elemento
no qual apresenta um conjunto de atributos, sendo tangíveis e intangíveis, concedendo ao
público-alvo adquirir um produto com valor agregado; desse modo, exige-se das empresas a
obrigatoriedade de ofertar produtos/serviços que garantam qualidade, confiabilidade e agilidade
através da praticidade.
Esta configuração permite ao cliente um número maior de alternativas, consequentemente
há condições de comparar variáveis determinantes no momento da compra, no entanto, em
segmentos nos quais existe pouca diferenciação, os produtos são padronizados, desse modo, os
consumidores priorizam o menor preço.
Nessas circunstâncias, práticas adequadas no gerenciamento de estoque, pode
condicionar as empresas à melhores resultados, considerando-se os problemas causados por
compras mal planejadas, bem como desperdícios de mercadorias, esses fatores contribuem
diretamente no preço final para o cliente, portanto operando seu estoque de maneira eficiente, a
organização tem condições de reduzir custos, e ter condições de comercializar com preço mais
competitivo.
Para isso, a gestão de estoque tem o propósito de controlar os materiais, tendo sob
domínio informações sobre quantidades, obsolescência, métodos e custos, evitando desperdício
e auxiliando nas atividades a respeito do tempo de efetuar pedidos, estoque de segurança e
desempenho de fornecedores.
Assim, torna-se imprescindível avaliar criteriosamente escolha das estratégias, haja
vista que manter níveis de estoque elevados, pode afetar significativamente os custos e no
capital de giro; no entanto, caso a organização mantenha níveis de estoque menores, pode
acarretar a falta de mercadorias, culminando na perda da venda, gerando também insatisfação
do cliente.
Perante o exposto, este estudo tem o propósito de responder a seguinte pergunta: quais
as ferramentas utilizadas no Supermercado Dois Irmãos para o gerenciamento de estoque?
Desse modo, tem como objetivo geral analisar o gerenciamento do estoque do
Supermercado Dois Irmãos, e como objetivos específicos: verificar os meios para realização
dos pedidos, avaliar os procedimentos de recebimento e conferência das mercadorias, investigar
os métodos utilizados no gerenciamento do estoque.
Referente aos procedimentos metodológicos, o estudo de caso se caracteriza como
uma pesquisa descritiva, tendo abordagem qualitativa, a coleta de dados realizou-se através de
uma entrevista semiestruturada com o gestor em março de 2021.
Os resultados constataram que a própria loja efetua a compra diretamente com o
fornecedor e também pela central da rede, no ato da entrega, a nota fiscal do fornecedor é
comparada com anotações do pedido, caso esteja em conformidade, inicia o procedimento de
conferência. Para o gerenciamento de estoque, de maneira não sistematizada, usa-se o método
PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai). O método programado periodicamente pela
organização corresponde ao Inventário Físico, a contagem do estoque pode ser realizada em
situações esporádicas, como festas de fim de ano, período de veraneio, carnaval, etc.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 GESTÃO DE ESTOQUE
De acordo com Slack apud Ching (2006), o conceito de gestão de estoque originou-se
na função de compras em empresas que compreenderam a importância de integrar o fluxo de
materiais a suas funções de suporte, tanto por meio do negócio, como por meio de fornecimento
aos clientes imediatos.
Segundo Pozo (2004), o objetivo maior da administração de materiais é prover o
material certo, no local de produção certo, no momento certo e em condição utilizável ao custo
mínimo para a plena satisfação do cliente e dos acionistas.
Uma das funções dos estoques, é manter a disponibilidade de produtos ou serviços ao
cliente em níveis que satisfaçam a sua grande exigência nesse quesito. Com essa disponibilidade,
consegue-se, além de manter o cliente, aumentar a quantidade de produtos vendidos (CAXITO,
2011).
Segundo Ballou (2007), o ideal seria a perfeita sincronização entre oferta e demanda,
% ITENS % CUSTO
CLASSE A 20 50
CLASSE B 20 a 30 20 a 30
CLASSE C 50 20
Fonte: Gomes; Reis, 2003 apud Caxito (2011).
Pode-se adotar qualquer critério para definição das classes A, B e C, cada empresa
adota seu critério com base em diversos fatores, como quantidade de itens em estoque e a
importância estratégica do item para cada empresa (CAXITO, 2011).
Segundo Dias (2010), o estoque que inicia o processo é armazenado nestas duas caixas
ou gavetas. A Caixa A, tem uma quantidade de material suficiente para atender o consumo
2.4 PRIMEIRO QUE ENTRA, PRIMEIRO QUE SAI (PEPS) E ÚLTIMO QUE ENTRA,
PRIMEIRO QUE SAI (UEPS)
No método PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que sai), o controle é feito pela ordem
cronológica das compras, ou seja, da primeira até a última realizada, sendo substituído na
mesma ordem. Isso porque, os custos reais dos produtos serão aplicados, o que serve para
valorização do estoque (DIAS, 2010).
Já o método UEPS, considera que os últimos itens que deram entrada no estoque é
quem deve sair, fazendo com que os preços sejam avaliados de acordo com as últimas entradas.
O emprego desse método, tem como premissa estabilizar o estoque e avaliar os valores e os
custos de mercado (DIAS, 2010).
Em comparação aos dois métodos, vale ressaltar que ambos são utilizados para avaliar
os estoques e resolver o problema de custo de reposição dos mesmos, embora a conjuntura dos
2.7 RESSUPRIMENTO
Chama-se de ponto de ressuprimento ou reabastecimento, quando a quantidade de
itens que se tem no estoque dá para atender a produção sem que ela sofra qualquer problema
enquanto aguarda a chegada de um novo lote de compras. Póvoa e Chaves (2014), destacam
que quando um determinado item atinge seu ponto de pedido deve-se fazer o ressuprimento do
estoque, colocando um pedido de compra, e para o cálculo do ponto de reposição utiliza-se a
fórmula a seguir:
Equação 2: PR = (CxTR) + Es
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este estudo de caso se caracteriza, no que diz respeito aos fins, a uma pesquisa descritiva,
pois o objetivo do estudo foi analisar o gerenciamento do estoque do Supermercado Dois
Irmãos. Segundo Vergara (2000), a pesquisa descritiva expõe características de determinada
população ou de determinado fenômeno. Não tem compromisso de explicar os fenômenos que
descreve, embora sirva de base para tal explicação.
Com intuito de compilar informações que exponham a realidade sobre os aspectos
relativos à Gestão de Estoque, optou-se entrevistar o gestor por ser a pessoa de maior
conhecimento dos procedimentos logísticos praticados na organização.
A população da pesquisa, representa a totalidade de elementos que possuem
determinadas características definidas para um estudo; desse modo, à população é constituída
pelo gestor do supermercado localizado no município de Areia Branca/RN (BARROS, 2000).
A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista semiestruturada com o gestor
da organização, o questionário aplicado possui 10 perguntas abertas referentes ao processo
de entrada, estocagem, exposição e saída do estoque. O questionário foi entregue e coletado
diretamente com o gestor do supermercado in loco, no momento da entrevista durante o mês
de março de 2021.
De acordo com Lakatos (2003), a coleta de dados é a etapa da pesquisa na qual inicia
a aplicação dos instrumentos e das técnicas selecionadas, com intuito de efetuar a coleta dos
dados previstos.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Supermercado Dois Irmãos - Rede Ideal, localizado no centro do município de Areia
Branca/RN, fundado em 1973, pelos irmãos: José Fernandes e Luiz Fernandes (por isso o
nome), eles romperam esta sociedade em meados dos anos 1990, figurando neste cenário entre
os 04 maiores da cidade, conta com 05 check-outs, 24 funcionários, atua no ramo varejista de
alimentos.
4.1 COMPRAS
De acordo com o gestor, a empresa recebe visitas periódicas dos representantes
comerciais, essas visitas variam de acordo com o produto ofertado, podendo ser entre 7, 15 e
30 dias, no ato da negociação são verificados através do inventário físico de estoque e anotação
de consumo dos itens coletadas pelos repositores semanalmente, desse modo, identifica-se
a necessidade de compra, e a quantidade a ser adquirida varia de acordo com a demanda,
tendo em vista que, a empresa não utiliza um ponto de reposição, ou seja, esse procedimento é
realizado pela análise do histórico de demanda.
Gonçalves (2010), afirma que o método de previsão de compras baseado em dados
históricos possui como fonte a observação do consumo, na qual considera que os dados históricos
contêm informações relevantes sobre o comportamento futuro do fenômeno, servindo de base
para estimativas futuras, dentro de certos limites.
A responsabilidade pela aquisição das mercadorias, concentra-se no gerente de compras
em conjunto com o proprietário do estabelecimento, no entanto, em algumas negociações,
4.2 PEDIDOS
No que se refere aos pedidos, quando a própria loja efetua a compra diretamente com o
fornecedor, cada item é anotado de maneira manual, contendo informações sobre as condições,
pois a maioria dos representantes utilizam dispositivos eletrônicos e não entregam cópias dos
pedidos.
Quando os pedidos são realizados pela área central, os fornecedores entram em contato
com a gerência da Rede, que repassa as ofertas do dia e estabelece quantidade e prazo para
confirmação da transação, caso seja vantajosa, há um sistema informatizado de pedidos através
da sede da rede (centro de distribuição e atacado) no qual são processados os pedidos.
Diante deste cenário, Pozo (2004), constata a necessidade de uma empresa comprar
cada vez melhor e com parceria contribuindo significativamente na obtenção de resultados
que torne permanente sua existência, portanto, empreendedores orientam seus setores de
suprimentos na racionalização dos processos produtivos e com estoques reduzidos.
Sobre o ponto de pedido, apesar de possuir sistema comercial com controle, o critério
sempre tem sido a verificação do estoque, baseado em experiência empírica em relação à
rotatividade dos produtos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os fatores existentes no processo de gerenciamento de estoque, estabelecem
informações relevantes nas quais auxiliam na tomada de decisão, sendo assim, compreender os
procedimentos utilizados desde a realização do pedido até venda ao consumidor final, torna-se
cada vez mais imprescindível, tendo em vista que, o gerenciamento do estoque permite avaliar
REFERÊNCIAS
BALLOU, R. H. Logística empresarial. São Paulo. Atlas, 2007.
CHING, H. Y. Gestão de estoques na cadeia de logística integrada. 3. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais: uma abordagem logística. 5 ed. São
Paulo: Atlas, 2010.
VIANA, J. J. Administração de materiais: um enfoque prático. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
Email: auxiliadora.o.morais@gmail.com
Email: alexsandro.prado@ufersa.edu.br
Email: Lyana.gurgel@acerttacontabilidade.com.br
Email: rooseveltbfilho@gmail.com
RESUMO
Com a evolução da contabilidade de custos a mesma tornou-se uma dessas ferramentas que
contribui para a continuidade da empresa, pois fornece informações que tem por finalidade
auxiliar na tomada de decisão. Considerando esses aspectos, esse estudo teve como objetivo
averiguar o uso da contabilidade de custos como ferramenta gerencial em uma Indústria de
temperos da cidade de Pau dos Ferros/RN. Para o alcance do objetivo e desenvolvimento do
trabalho foi realizada uma pesquisa de campo, onde foi aplicado um questionário formado de
12 questões fechadas e abertas a gerente financeira da Indústria de temperos da cidade de Pau
dos Ferros/RN, a fim de conhecer se essa empresa usa a contabilidade de custos em sua gestão.
Os resultados da pesquisa mostraram que a empresa estudada utiliza a contabilidade de custos e
considera a mesma como uma ferramenta gerencial para auxiliar o gestor na tomada de decisão.
ABSTRACT
With the evolution of cost accounting, it has become one of those tools that contributes to the
continuity of the company, as it provides information that aims to assist in decision making.
Considering these aspects, this study aimed to investigate the use of cost accounting as a
management tool in a seasoning industry in the city of Pau dos Ferros/RN. In order to reach the
objective and development of the work, a field research was carried out, where a questionnaire
consisting of 12 closed and open questions was applied to the financial manager of the spice
industry in the city of Pau dos Ferros/RN, in order to know if this company uses cost accounting
in its management. The research results showed that the company studied uses cost accounting
and considers it as a management tool to assist the manager in decision making.
1 INTRODUÇÃO
Antigamente, a contabilidade de custos tinha somente como objetivo avaliar o
crescimento ou não da organização, mas com a evolução na economia a mesma passou por
essas transformações benéficas levando aos usuários a oportunidade de analisar o produto ou
serviço e os valores agregados a eles (MARTINS, 2010).
Na contabilidade de custos há duas funções a serem ressaltadas: o auxílio ao controle
e às tomadas de decisões. Ela passou de uma mera ferramenta de avaliação de estoques e lucro
para se tornar uma arma de suma importância no controle e decisões gerenciais nas últimas
décadas (MARTINS, 2010).
Neste sentido, a contabilidade de custos é responsável pelo processo de mensuração do
valor de custo de diversas entidades de interesse dos administradores, com o objetivo de que
eles possuam informações que auxiliem na tomada de decisões sobre os mais variados eventos
da gestão (MARTINS, 2010).
Dessa forma, a contabilidade de custos auxiliará nos aspectos gerenciais, fornecendo
informações necessárias para que se tomem as decisões corretas e nos momentos certos,
fazendo com que as empresas maximizem seus lucros, aumentem a produtividade e o mais
importante, esteja sempre reduzindo custos sem reduzir a qualidade do produto ou serviço e
consequentemente manter a organização competitiva no mercado deixando os consumidores
satisfeitos.
Perante esse contexto, essa pesquisa tem como propósito responder o seguinte
questionamento: A Indústria de temperos pauferrense utiliza a contabilidade de custos como
ferramenta gerencial? Como hipótese provável, acredita-se que ela não utiliza a contabilidade
de custos como ferramenta gerencial.
O presente trabalho, tem como objetivo geral averiguar se a Indústria de temperos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONTABILIDADE DE CUSTO
Na atualidade, com um mercado altamente competitivo, independentemente do
tamanho de uma empresa, a mesma necessita dispor de ferramentas que explorem seu produto
ou serviço de forma detalhada para o auxílio dos gestores em seus trabalhos e assim a empresa ter
continuidade em suas atividades, na atualidade a contabilidade de custos é uma das ferramentas
que fornece essas informações privilegiadas.
De acordo com Bornia (2010, p. 11);
Em relação aos métodos de custeios, Martins e Rocha (2010, p. 44), relata que “a
expressão método de custeio diz respeito à composição do valor de custo de um evento,
atividade, produto, atributo, etc.; ou seja, de uma entidade objeto de custeio de interesse do
gestor”.
Percebe-se, que conhecer detalhadamente o custo apropriado a cada produto ou serviço
é fundamental, a partir disso o gestor ficará possibilitado a decidir quais as melhores alternativas
naquele momento para continuidade das operações da organização.
Dentre os métodos de custeio existem várias classificações, o custeio por absorção,
custeio variável e custeio por atividades ou Activity Based Costing (ABC), são as principais
classificações, os demais são diferenciados de acordo com a natureza dos custos (PADOVEZE,
2010).
Desse modo, os gestores utilizam-se dessa ferramenta a fim de encontrar uma
informação mais enxuta, de modo a facilitar sua interpretação dos dados e possibilite quanto às
medidas que a organização venha a tomar. A principal finalidade desse custeio, é possibilitar os
gestores a fazer uma análise depois de interpretados os dados e a partir dela ficar possibilitado
a tomar decisões sobre o produto ou serviço. A tabela 03, traz os conceitos desses métodos.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Foi realizada uma a análise de conteúdo, que em termos gerais, relaciona estruturas
semânticas (significantes) com estruturas sociológicas (significados) dos enunciados. Articula
a superfície dos textos descrita e analisada com os fatores que determinam suas características
(variáveis psicossociais, contexto cultural, contexto e processo de produção de mensagem)
(OLIVEIRA, 2008).
Essa informação corrobora com a literatura que afirma que a contabilidade de custos
vem se tornando uma das áreas de grande importância nas empresas, de acordo com Crepaldi
(2008, p. 6);
A contabilidade de custos, cuja função inicial era fornecer elementos para avaliação
de estoques e apuração do resultado, passou, nas últimas décadas, a prestar duas
funções muito importantes na contabilidade gerencial: a utilização dos dados de
custos para auxílio ao controle e para tomada de decisões. É hoje, talvez, a área mais
valorizada no Brasil e no mundo. Tornou-se muito importante com a redução da taxa
de inflação e a abertura econômica aos produtos estrangeiros. Fornece importantes
informações na formação de preços das empresas.
Corroborando com a ideia, Martins (2012), relata que a contabilidade de custos atua
na gestão como uma ferramenta de auxílio na tomada de decisões das organizações, seu
papel reveste-se de suma importância, pois consiste na alimentação de informações sobre
valores relevantes que dizem respeito às consequências de curto e longo prazo sobre medidas
de introdução ou corte de produtos, administração de preços de venda, opção de compra ou
produção, etc.
informações viáveis para suas tomadas de decisões; nessa análise os gestores se possibilitam a
realizar uma comparação entre o preço de venda de determinado produto, o volume produzido
e o lucro que obterá nele.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O uso de boas ferramentas e ter um bom planejamento, são essenciais para a tomada
de decisões em qualquer empresa. Porém, não há um padrão de informações que supra a
necessidade de todos os usuários de uma organização, visto que cada uma tem sua necessidade
informacional. Pode-se dizer, que o sistema de informação é completo quando se consegue
atingir todas as áreas de uma empresa, fornecendo informações relevantes para uma boa gestão.
A pesquisa em questão, teve como objetivo investigar o uso da contabilidade de custos
como ferramenta gerencial na indústria de temperos da cidade de Pau dos Ferros/RN. Observa-
se, que a indústria estudada usa a contabilidade de custos em sua gestão corroborando com
a literatura onde relata que a contabilidade de custos é uma área de grande importância para
continuidade da empresa, pois essa tem por finalidade fornecer informações para dar auxílio
aos gestores, na tomada de decisão é fundamental utilizar-se da mesma. Com isso, a hipótese
levantada no início da pesquisa não foi aceita, pois se acreditava que a Indústria pesquisada
não utilizava a contabilidade de custos como ferramenta gerencial e confirmou que a empresa
estudada não apenas utiliza , como também, destacou a sua importância para o processo
decisória da empresa.
Entretanto, a presente pesquisa não é dada por encerrada, pois a averiguação foi realizada
com uma indústria da cidade de Pau dos Ferros do Estado do Rio grande do Norte, podendo
haver diferentes resultados para a mesma temática em outras Indústrias. Como sugestões para
futuras pesquisas, recomenda-se a aplicação do questionário com mais empresas para poder
comparar os resultados.
REFERÊNCIAS
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WERNKE, Rodney. Gestão de custos: Uma abordagem prática. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2004.
RESUMO
No âmbito empresarial, a sustentabilidade tem sido incrementada de forma ampla. Possibilitando-
se um equilíbrio nas finanças, além da preservação ao meio em que se está inserido. Portanto,
a pesquisa tem por objetivo averiguar se a geração e distribuição do valor adicionado das
empresas listadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) são comparáveis às demais
empresas listadas na B3. Quanto aos procedimentos metodológicos, trata-se de um estudo
descritivo, documental e quantitativo. Os dados foram coletados a partir das demonstrações
financeiras divulgadas pelas empresas no site da BM & FBOVESPA. Para análise dos dados
aplicou-se o teste de correlação. Os resultados mostraram que a média em relação à análise
de geração de riqueza das empresas que compõem o ISE foram superiores que às demais. Os
testes estatísticos Shapiro-wilk e Wilcoxon demonstram, ao nível de significância de 5% que as
empresas pertencentes ao ISE e as não pertencentes apresentam diferenças estatísticas.
ABSTRACT
In the business sphere, sustainability has been broadly increased. Enabling a balance in finances,
and in addition to preserving the environment in which it is inserted. Therefore, the research
aims to determine whether the generation and distribution of added value of companies listed
on the Corporate Sustainability Index (ISE) are comparable to other companies listed on B3.
As for the methodological procedures, this is a descriptive, documentary and quantitative
study. Data were collected from the financial statements published by the companies on the
BM&FBOVESPA website. For data analysis, the correlation test was applied. The results
showed that the average in relation to the wealth generation analysis of the companies that
make up the ISE were higher than the others. The Shapiro-wilk and Wilcoxon statistical tests
demonstrate, at the level of insignificance of 5%, that companies belonging to the ISE and
those not belonging to the ISE show statistical differences.
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, exigiu-se das empresas a adoção de políticas de gestão associadas a
ecoeficiência, empenhando-se para atender aos requisitos legais aplicáveis, voltados a avaliar
sobre seus quesitos de qualidade, meio ambiente, saúde e responsabilidade social. Assim,
mediante a procura dos stakeholders por um desenvolvimento econômico, social e ambiental,
conhecido ainda como três pilares da sustentabilidade, tornou-se mais evidente o interesse das
empresas por tais mudanças.
Os três pilares de sustentabilidade, também conhecidos como o triple bottom line,
vem sendo amplamente debatidos no âmbito acadêmico e empresarial para fundamentar as
condutas, os projetos e os investimentos ambientais, sociais e econômicos. De fato, para uma
entidade se portar de forma sustentável, é necessário ser socialmente justa, ambientalmente
responsável e financeiramente viável (JOHN ELKINGTON, 1994).
No âmbito empresarial, a sustentabilidade tem sido incrementada de forma ampla,
sendo vista com inúmeras oportunidades. Possibilitando-se um equilíbrio nas finanças, e
além da preservação ao meio em que se está inserido, estimula práticas sociais propícias ao
desenvolvimento da sociedade, no entanto, garante a sobrevivência da organização, e o seu
crescimento. Para Hart & Milstein (2004), sustentabilidade empresarial não é inconciliável com
crescimento econômico; de outro modo, é uma indispensável fonte de vantagem competitiva e
de geração de valor para acionistas e partes interessadas no longo prazo.
Para Donaire (1994), as empresas buscaram se empenhar com a questão ambiental e
procuraram elaborar ações a fim de atender a essa nova crescente demanda de seu ambiente
externo. Dessa forma, o êxito das empresas, portanto, não está associado somente à sua
capacidade de produção e à participação no mercado, mas também a sua preocupação com o
meio que se está inserido, por via de práticas ambientais.
No mercado monetário, os investidores reconhecem empresas de caráter, sobretudo
responsáveis, sustentáveis e rentáveis para investir seus recursos. Os tipos de investimentos
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 DEMONSTRAÇÃO DO VALOR ADICIONADO (DVA)
O processo de evidenciação da geração e distribuição de riqueza, são apresentadas na
Demonstração do Valor Adicionado (DVA), que até 2007 eram publicadas de forma voluntária
por algumas entidades. Todavia, com a criação e aprovação da Lei 11.638/2007, tornou-se
obrigatório a divulgação da DVA para as companhias abertas do Brasil. Desse modo, conforme
a lei, tinha-se que exibir o valor da riqueza gerada pela companhia, a sua distribuição entre os
elementos que contribuíram para a geração dessa riqueza, tais como empregados, financiadores,
acionistas, governo e outros, bem como, a parcela da riqueza não distribuída. Adicionalmente,
De Luca (1998, p. 28), antes disso, já afirmava que a DVA é um conjunto de informações de
natureza econômica. Assim, apresenta-se por meio de um relatório contábil que visa demonstrar
o valor da riqueza gerada pela empresa e a sua distribuição para os recursos que contribuíram
para sua geração.
De acordo com Santos (2007), a DVA é como um meio competente, criado pela
contabilidade, para ser um auxílio em medir e demonstrar a capacidade de geração e distribuição
da riqueza de uma entidade. Zanluca (2018), complementa, que a DVA é uma importante fonte
de informações já que traz dados sobre a geração de receita de determinado período, como por
exemplo, que tipos de receitas a entidade auferiu e o que ela desembolsou em prol das receitas,
como os insumos adquiridos.
matemáticos dessa temática. Segundo Salotti e Yamamoto (2005), existem custos relacionados
à evidenciação, logo, o objetivo do gestor é alavancar os resultados financeiros da empresa;
desse modo, o gestor divulga apenas a informação que beneficia o resultado da companhia.
Por esse motivo, Verrecchia (2001) e Dye (2001), encontraram evidências de que as empresas
divulgam mais informações favoráveis do que negativas.
Por conseguinte, no conjunto de informações a serem divulgadas pelas organizações,
estão inseridas as compulsórias, exigidas por leis e regulamentos, e as voluntárias, baseadas
em diretrizes e recomendações. No Brasil, como não há obrigatoriedade da evidenciação
ambiental, o disclosure é considerado voluntário. Dessa forma, apresentando informações
discricionárias de natureza qualitativa e/ou quantitativa em relatórios elaborados para tais fins,
visando aumentar sua transparência e reduzir a assimetria informacional. Conforme Goulart
(2003), a “transparência” é reconhecida quando a empresa divulga tanto informações positivas,
como também as negativas, pois desta forma estaria contribuindo no sentido de informar com
fidedignidade sua situação.
Considerando a relevância das informações ambientais divulgadas, Berthelot, Cormier
e Magnan (2003), afirmam, que os investidores consideram o disclosure voluntário e que as
demonstrações financeiras não são as únicas fontes de dados utilizadas no processo decisório.
Segundo Lima et al. (2006), a busca dos investidores por maior disclosure, accountability e
comportamento ético por parte das empresas, tem se tornado constante.
Esse avanço da contabilidade ambiental, alavancou o interesse dos pesquisadores
no conhecimento dos fatores que impulsionam as empresas a investirem na melhoria da sua
relação com o meio ambiente e posteriormente, compilar e divulgar essas informações aos seus
diversos usuários. Segundo Gamerschlag, Moller, Verbeeten (2010), a maioria das empresas
divulgam informações ambientais porque é do interesse econômico da companhia, pois ao
aderir à prática do disclosure ambiental voluntário prevê que os benefícios esperados sejam
maiores que os custos da divulgação.
Paralelamente a esse contexto, a evidenciação de informações ambientais de maneira
voluntária para as organizações que já se enquadram como socialmente responsáveis se torna
um fator diferencial positivo de sua transparência, sob olhar dos stakeholders. Com efeito,
se mostram mais preparadas para enfrentar os riscos econômicos, sociais e ambientais, que
consequentemente, geram valor para o acionista no longo prazo (BOVESPA, 2020).
Corroborando com essa tendência, foi criado pela Bolsa de Valores de São Paulo
juntamente com várias instituições, um índice referencial para os investimentos socialmente
responsáveis, o Índice de Sustentabilidade Empresarial (BOVESPA, 2020).
A Bovespa (2020), considera Índice de Sustentabilidade Empresarial um mecanismo
que mede o retorno total de uma carteira teórica. Desse modo, apoia os investidores em
suas tomadas de decisões, e assim, induz as empresas a adotarem as melhores práticas de
sustentabilidade, que por sua vez, contribuem para a continuidade dos negócios. Nesse sentido,
são selecionadas as ações mais negociadas na Bovespa com relação à liquidez, sendo ponderadas
na carteira pelo valor de mercado das ações disponíveis à negociação. O conselho deliberativo,
presidido pela Bovespa, é quem seleciona as empresas que apresentarem melhor classificação.
Está incluso na avaliação, elementos ambientais, sociais e econômico-financeiros, acrescidos
mais três, dos 5 grupos de indicadores: a) critérios gerais; b) critérios de natureza do produto;
e c) critérios de governança corporativa. (BOVESPA, 2020).
indicando que participar do índice não afeta o desempenho econômico desses bancos.
Castro (2017), procura avaliar o desempenho financeiro de empresas participantes
do ISE e das demais que não compõem o índice da BM & FBovespa. A amostra consistiu
de 56 companhias brasileiras, sendo 28 empresas não financeiras participantes do ISE e 28
empresas atuantes no mesmo setor econômico, porém, não atuantes do ISE. Os resultados do
trabalho, revelaram não haver diferença significativa do desempenho financeiro das empresas.
Dessa forma, concluiu-se que não há evidências de que custos adicionais decorrentes de
ações de sustentabilidade de empresas participantes do ISE impactam negativamente em seu
desempenho financeiro.
Silva (2017), verifica a relação das empresas listadas no ISE com o percentual da
riqueza da empresa que é distribuída para a sociedade, levando em conta qual parcela dessa
riqueza permanece retida na empresa ou distribuída aos acionistas. Foram utilizados os
demonstrativos do período de 2011 a 2015, considerando a possibilidade de haver variações
entre demonstrativos de um ano para o outro. A pesquisa analisou as empresas listadas no ISE
e as empresas não listadas no ISE, para definir o comportamento das empresas pertencentes
ao índice, analisando a Demonstração do Valor. Verificou-se que, apesar de a empresa obter
reconhecimento por melhores práticas sustentáveis, estas não são as que distribuem maior
volume de riqueza à sociedade, sendo marcadas por características de maior remuneração aos
acionistas ou reinvestimento da riqueza na própria empresa.
Haller et al. (2016), busca determinar se as informações de valor agregado
relatadas são úteis para revelar a justiça distributiva das distribuições de valor entre as
partes interessadas. Analisando a qualidade da divulgação , portanto, a transparência das
divulgações corporativas sobre distribuições de valor entre as partes interessadas contribuintes.
Os resultados, mostram que as informações de valor agregado divulgadas nos relatórios de
sustentabilidade, são mais limitadas do que se esperava e argumenta-se com base em sua
relevância, que as informações de valor agregado divulgadas carecem de concisão e clareza
conceituais, verificabilidade, comparabilidade e portanto, utilidade. O valor agregado (ou EVG
& D, ou algo semelhante) deve ser um indicador exigido em todos os relatórios de RSC.
Kocmanová (2016), discorre na apresentação de um modelo de Sustentabilidade
Ambiental, Social e Valor Agregado de Governança Corporativa (SESGVA), que se baseia nos
pontos fortes do SVA original, mas supera suas fraquezas. O objetivo da pesquisa empírica, é
se concentrar em medir e gerenciar a sustentabilidade da indústria de transformação em termos
do modelo SESGVA e, com base em pesquisa e dados de 2009 a 2013, para propor um modelo
SESGVA para empresas de manufatura. O modelo SESGVA é destinado a proprietários,
investidores e outras partes interessadas para apoiar sua tomada de decisão e avaliação de
sustentabilidade.
Kassai et al. (2011), analisam a geração e distribuição de riqueza das empresas que
compõem o ISE referente ao ano de 2011, comparativamente com as empresas que já fazem
parte desta carteira teórica, tendo sido excluídas por deixarem de atender a qualquer dos
critérios. A amostra foi formada por empresas de capital aberto listadas no ISE, totalizando 47
companhias de vários setores da economia que foram divididas em dois grupos: as companhias
atuais e as companhias excluídas, no período de dezembro de 2009 a novembro de 2010. Os
resultados relacionados à distribuição da riqueza gerada, certificam-se com a tendência do
comprometimento das empresas com responsabilidade social e sustentabilidade, dado que
sugerem que as mesmas investem a maior parcela da riqueza criada em prol da comunidade,
seja voluntariamente ou por meio de tributos, acreditando que o governo repassará a parcela da
arrecadação tributária em forma de benefícios à sociedade, tais como: educação e saúde, além
de incentivar práticas ambientais.
Diante das análises dos estudos, observa-se que, a inserção e os investimentos em
práticas socialmente sustentáveis proporcionam aspectos positivos, trazendo-lhes uma imagem
transparente e preocupada com o meio inserido. Assim, tendo a DVA como um suporte para
essa análise, é verificado significativamente as informações no âmbito econômico e social.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Essa pesquisa, é classificada como descritiva, pois segundo Gil (2002), seu objetivo
principal é descrever, analisar e identificar as características de uma população ou evento
estabelecendo associação entre as variáveis. Nesse sentido, são descritos e analisados os dados
informados nas Demonstrações do Valor Adicionado das companhias analisadas listadas no
índice de sustentabilidade empresarial e as demais empresas não listadas.
Quanto aos procedimentos, é do tipo documental, assim afirma Gil (2002), que esse
tipo de pesquisa se opera com dados sem tratamento analítico e que poderão ainda ser tratados
conforme o objetivo da pesquisa. De fato, Silva (2003) salienta, que a pesquisa documental se
utiliza de materiais que estão dispersos e não receberam nenhum tratamento analítico podendo
ser tratado conforme o objetivo da pesquisa.
A abordagem dessa pesquisa em sua natureza, é apoiada na perspectiva quantitativa,
pois se utiliza instrumentos tanto no recolhimento, quanto na análise dos dados, segundo
Beuren (2006). De forma que interprete os dados apresentados nas demonstrações, buscando
decompor esses demonstrativos para se obter informações mais analíticas.
Quadro 1 – Empresas listadas no ISE e demais empresas não listadas do setor de energia.
Empresas listadas no ISE Empresas não listadas no ISE
AES Tiete Alupar
Cemig CELPE
Neoenergia Coelce
Copel CESP
CPFL Sabesp
Engie Taesa
Fonte: Bolsa, Brasil e Balcão (B3).
Por meio do teste de normalidade, com a estimativa do p-value inferior a 0,05, foi
possível observar que os dados não apresentaram distribuição normal. Com isso, se fez
necessário testes específicos para dados que não apresentam normalidade na distribuição dos
Por meio da Tabela 3, foi possível observar se de fato as medianas apresentadas são
diferentes entre as empresas listadas e não listadas no ISE, no setor de energia elétrica. Com
a significância estatística de 5%, a hipótese nula ou H0 representa que não existem diferenças
entre as duas amostras e H1 representa que existem diferenças.
Assim, no que tange aos índices de análise de geração de riqueza, o primeiro indicador
analisado comparou a produtividade da mão de obra entre os dois grupos de entidades. Dessa
forma, foi possível perceber que há diferença significativa entre os grupos analisados, salientando
que a participação média de cada funcionário na riqueza criada é menor nas empresas não
listadas no ISE quando estas são comparadas às empresas listadas.
O segundo indicador apresentado na tabela, evidencia a produtividade de vendas das
entidades. Observou-se que, em média, as empresas do ISE, transformam a parcela das vendas
em riqueza quando comparadas às demais empresas que não são listadas no ISE, de forma
equivalente.
O terceiro indicador, revela o volume de ativos aplicados na obtenção da riqueza
criada pelas entidades. Nesse índice, foi perceptível divergências entre as duas amostras, com a
rejeição da hipótese nula. No entanto, pode-se afirmar que as empresas do ISE, empregam com
maior eficiência seus recursos, a fim de aumentar a rentabilidade da empresa, diferentemente
das demais empresas não listadas.
O último indicador, relacionado a geração de riqueza: o quarto apresentado, mostra o
volume de capital próprio aplicado na obtenção da riqueza criada pela entidade. Os resultados
mostram que as empresas do ISE apresentam uma maior relação entre a riqueza criada
e a quantidade de capital próprio aplicado na sua obtenção, quando comparadas às demais
empresas não-ISE. Isso sugere que as últimas mencionadas criam menos valor com a aplicação
dos recursos dos proprietários do que as demais pertencentes ao ISE.
Com relação aos índices de distribuição do valor adicionado, para verificar a diferença
estatística em suas distribuições, comparou-se a amostra de empresas do ISE com a das demais
empresas não-ISE. Os trabalhadores, formam o primeiro grupo de distribuição do valor
adicionado evidenciado na DVA. Assim, o quinto indicador, evidencia a parcela de distribuição
do VAD para pessoal, englobando tanto a remuneração direta quanto os benefícios recebidos
pelos funcionários. Desse modo, a hipótese sendo aceita, indica que a parcela distribuída aos
funcionários não é significativamente diferente quando se analisam os dois grupos da amostra.
Com relação ao segundo grupo de distribuição do valor adicionado, o governo, que é o
sexto indicador da Tabela, denota-se que foi encontrada diferença estatística entre a parcela da
riqueza criada destinada para impostos, taxas e contribuições pelas entidades listadas no ISE e
das demais empresas não-ISE.
O terceiro grupo de distribuição do valor adicionado, evidencia a parcela de riqueza
criada pela entidade destinada à remuneração do capital de terceiros. Nesse sentido, no sétimo
indicador sendo rejeitada a hipótese nula, significa que há diferença entre os grupos no que
tange à parcela da riqueza criada destinada para remunerar capitais de terceiros.
Por fim, o último indicador evidenciado na Tabela, apresenta a participação do capital
próprio no valor adicionado sendo composto tanto pela parte diretamente distribuída ao
investidor, quanto pela parcela retida na entidade para continuidade de suas atividades. Assim,
conforme os dados, a parcela de riqueza criada destinada à remuneração do capital próprio, é
em proporção equivalente entre os dois grupos da análise.
Assim, são apresentados os testes de correlação (tabela 4), e o objetivo dessa análise
foi de avaliar se há relação do ISE entre as variáveis estudadas dos indicadores da DVA.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento do estudo acerca do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial),
perante sua contribuição como uma variável de análise do desempenho e rentabilidade,
é importante para os estudos na área da sustentabilidade. Logo, tem obtido crescimento no
campo acadêmico, o que provoca o estímulo para utilização de políticas mais sustentáveis para
a sociedade.
O trabalho, por meio de testes de médias estatísticas e análises, analisou
comparativamente a geração e distribuição do valor adicionado entre as empresas que
compõem a carteira do ISE e as que não compõem a carteira, do setor de utilidade pública em
especificação, energia elétrica. O período da análise foi de 2010 a 2020, com o estudo acerca de
12 empresas que possuem capital aberto na bolsa de valores B3, sendo 6 pertencentes a carteira
ISE e outras 6 não pertencentes à mesma.
Os resultados expostos na estatística dos indicadores, mostraram que a média em
relação à análise de geração de riqueza das empresas que compõem o ISE foram superiores que
as demais. No grupo dos indicadores de distribuição do valor adicionado, demonstrou-se que
as empresas do ISE tiveram uma melhor performance mediante as empresas não-ISE. Assim,
na participação do capital próprio no valor adicionado a média entre os grupos foi indiferente.
A partir dos testes estatísticos Shapiro-wilk e Wilcoxon, pode-se perceber, ao nível de
significância de 5% que as empresas pertencentes ao Índice de Sustentabilidade Empresarial
e as não pertencentes apresentam diferenças estatísticas. Desse modo, apresentam pequenas
variações significativas em relação ao período da análise, com o p-value inferior a 0,05 na
maioria dos indicadores.
Portanto, pode-se inferir que o fato de que as empresas da amostra estarem pertencentes
ou não ao Índice de Sustentabilidade Empresarial, é refletido de forma significativa em baixa
escala na DVA dessas empresas, considerando-se assim os indicadores da pesquisa.
REFERÊNCIAS
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ojs.unifor.br/rca/article/view/3222/pdf Acesso em: 15 nov. 2020
Email: taynara_milene@hotmail.com
Email: auxiliadora.o.morais@gmail.com
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo analisar e comparar o índice de conformidade das matrizes
curriculares dos cursos de Ciências Contábeis disponibilizados nas universidades públicas norte-
rio-grandenses, em comparação ao Currículo Mundial (CM), proposto pelo Intergovernmental
working group on experts on international Standards on accounting and reporting (ISAR). A
pesquisa se caracteriza como exploratória, documental, quanto à abordagem do problema se
define como quali-quantitativa. os dados foram coletados nos portais eletrônicos dos cursos de
graduação em Ciências Contábeis. O estudo se limitou em analisar apenas a nomenclatura de
cada disciplina, não se estendendo aos conteúdos estudados. Os resultados mostraram que o nível
de adequação entre as Universidades e Currículo Mundial apresentado pela ONU/UNCTAD/
ISAR apresentam um baixo nível de adequação uma média de 22,72% de semelhança, e que
isso pode influenciar de maneira negativa na formação acadêmica dos graduandos.
ABSTRACT
This research aimed to analyze and compare the conformity index of the curricular matrices
of the Accounting Sciences courses available in public universities in the state of Rio Grande
do Sul, compared to the World Curriculum (CM), proposed by the Intergovernmental working
group on experts on international Standards on accounting and reporting (ISAR). The research
is characterized as exploratory, documental, as the approach to the problem is defined as
qualitative-quantitative. data were collected on the electronic portals of undergraduate courses
in Accounting. The study was limited to analyzing only the nomenclature of each discipline,
not extending to the contents studied. The results showed that the level of adequacy between
the Universities and the World Curriculum presented by the ONU/UNCTAD/ISAR present a
low level of adequacy, an average of 22.72% of similarity, and that this can negatively influence
the academic formation of the undergraduates.
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Este capítulo, pretende dar um embasamento teórico à pesquisa, apresentando uma breve
conceituação sobre currículo e qual a sua finalidade, como também, de trazer uma discussão
sobre a adoção do Currículo Mundial de contabilidade proposto pela ONU/UNCTAD/ISAR.
ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), em sua décima sexta sessão, o grupo dedicou-
se para desenvolver um currículo global de contabilidade e outras imposições na qualificação
para contadores profissionais, com intuito de servir como base para as instituições de ensino na
elaboração de seus projetos pedagógicos, alocando disciplinas fundamentais na formação do
profissional em contabilidade. (UNCTAD, 1999).
O Currículo Mundial, foi desenvolvido juntamente com especialista da Sociedade
Árabe de Contadores Certificados, a Associação de Contadores Certificados, os Contadores
Gerais e Certificados do Canadá, a Comissão Europeia, a Fédération Internationale des Experts
Comptables Francophones (FIDEF), o Instituto de Contadores Colegiados de Escócia, o
Conselho Polonês de Padrões Contábeis, a Federação Internacional de Contadores (IFAC) e
representantes do mundo acadêmico e empresas internacionais de contabilidade. (UNCTAD,
2003).
O modelo, é disposto em duas categorias: a TD/ B / COM.2/ISAR/ 05, intitulada
“Desenvolvimento de um currículo global de contabilidade e outras qualificações requisitos”,
que apresenta as diretrizes do currículo global para a qualificação contábil; e a TD / B / COM.2
/ ISAR / 6 que apresenta um modelo de currículo para adequar a educação contábil entre as
instituições.
De acordo com Erfurth (2009), um dos propósitos do ISAR ter publicado em 1999 a
TD/B/COM.2/ISAR/5, foi buscar fortalecer a profissão de contador no mundo e qualificar o
mesmo a oferecer seus serviços além dos limites nacionais.
Como apresentado na TD/B/COM.2/ISAR/5, os elementos básicos para a destreza
dos contadores são os seguintes: a) conhecimentos gerais e suas aptidões; (b) programa de
estudo específico para formação técnica; c) teste de capacidade profissional; d) experiência
considerável; e) didática profissional continuada; e (f) sistema de Certificação contábil.
Já a TD/B/COM.2/ISAR/6, apresenta um modelo de estudo que segue as seguintes
diretrizes, que os discentes devem apresentar conhecimento para estarem aptos a atuar no
mercado internacional: a) conhecimento sobre ambiente corporativo e institucional; b)
tecnologia da informação; c) conhecimento sobre contabilidade e áreas afins.
Em 2003, o grupo apresentou em sua vigésima sessão, o modelo de currículo revisado,
o novo modelo propõe criar referência para qualificação profissional, é importante ressaltar que
as informações contidas no modelo currículo é uma revisão de 7 (sete) currículos nacionais
de organizações profissionais reconhecidas pela sua alta qualidade. (UNCTAD 2003). Para o
desenvolvimento deste trabalho, foi utilizado este novo modelo revisado por ser o mais atual,
o novo currículo TD/B/COM.2/ISAR/21 (Revised Model Accounting Curriculum, MC), é
disposto em quatro blocos de conhecimento conforme mostra o quadro 01.
reguladoras no Brasil.
De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC, 2019), o Comitê de
Procedimentos Contábeis tem como objetivo “centralizar e uniformizar o processo de
produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões
internacionais”.
Conforme o que estabelece Conselho Nacional de Educação Câmara de Educação
Superior, em sua Resolução CNE/CES 10, de 16 de dezembro de 2004, as Universidades
que dispõem do curso de Ciências Contábeis a título de Bacharel, devem apresentar em seus
projetos pedagógicos disciplinas fundamentais que possibilite preparar os discentes a atuar no
mercado, com conhecimentos essenciais referentes às normas internacionais de contabilidade,
e alcançar o perfil desejável de formação exigida para o formando.
O art. 5º da Resolução CNE/CES 10, traz os conteúdos básicos que o graduando deve
dominar na sua formação acadêmica:
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Neste capítulo, será apresentada a metodologia adotada para a construção deste
trabalho, detalhando todos os passos sobre a investigação, técnica e procedimentos e os sujeitos
participantes da pesquisa.
CM.
As universidades foram escolhidas como proposta dessa pesquisa por não apresentarem
nenhum estudo anterior voltado às mesmas, e por propiciar aos discentes do curso de graduação
em contabilidade de compreender a importância da adoção desse currículo e como ele pode
influenciar em sua formação profissional.
3.3 PROCEDIMENTOS
A construção da análise dos dados foi realizada com base no método disclosure, utilizado
por Malaquias e Lemes (2013), Gubiani et al (2010) e adaptado a um estudo semelhante por
Campos e Lemes (2012).
Para realização do cálculo do índice de disclosure, foram confrontadas as disciplinas
dispostas no CM, com as disciplinas que compõem as ementas dos cursos de graduação em
Ciências Contábeis da amostra selecionada. A análise dos dados, foi feita de maneira que cada
disciplina que concordasse ou apresentasse maior grau de semelhança com as propostas pelo
Currículo Mundial ela receberia a pontuação 1, caso não apresentasse nenhuma semelhança
recebeu a pontuação 0, por fim, se chegaria a uma pontuação total referente aos blocos de
conhecimento.
As disciplinas, foram consideradas de duas maneiras: a primeira análise, foi que
independente de ser classificadas como optativas ou obrigatórias foram analisadas com todos
Após pontuar todas as disciplinas, com valores 1 e 0, foi alcançado o somatório total
de cada instituição sobre os blocos de conhecimento do CM, obtendo assim a pontuação para
cada universidade onde o resultado do somatório foi dividido pelo total de disciplinas ofertadas
em cada grade curricular das instituições, e multiplicado por 100 para obter o percentual de
disciplinas atendidas. Através da mesma, foi possível se chegar à percentagem de semelhança
de cada instituição perante o CM.
BLOCO DE
DISCIPLINAS UFRN OBRIGATÓRIAS CONHECIMENTO DO PONTUAÇÃO
(CM)
ELEMENTOS DE DIREITO EMPRESARIAL 3.7 1
MATEMÁTICA FINANCEIRA 4.6 1
CONTABILIDADE TRIBUTÁRIA 3.5 1
MÉTODOS QUANTITATIVOS APLICADOS À
1.2 1
CONTABILIDADE I
CONTABILIDADE AVANÇADA 4.2 1
MÉTODOS QUANTITATIVOS APLICADOS À
1.2 1
CONTABILIDADE II
CONTABILIDADE DE CUSTOS 3.4 1
INTRODUÇÃO A AUDITORIA 3.8 1
MERCADO FINANCEIRO E DE CAPITAL 3.9 1
PONTUAÇÃO TOTAL 13
Fonte: Dados da pesquisa (2020)
Portanto, observa que a UERN apresentou no total uma pontuação de 39 (21 referente
às disciplinas obrigatórias e 18 referentes às disciplinas optativas).
A UERN, apresenta em sua matriz curricular 46 disciplinas em caráter obrigatório e
140 disciplinas em caráter optativas, logo após a análise realizada, foi permissível alcançar os
seguintes resultados: a universidade foi a que apresentou um maior nível de aderência com o
currículo mundial, das 46 disciplinas obrigatórias 21 delas estão de acordo com as disciplinas
proposta pelo CM, e das 140 disciplinas optativas apenas 18 estão de acordo com o modelo
proposto pela ONU.
Apesar de ter sido a instituição que apresentou maior número de disciplinas com
semelhança ao currículo mundial, o seu nível de similaridade foi mais baixo com apenas 20,96%.
Esse resultado se deu pelo fato de que a instituição apresenta um grande número de disciplinas
optativas, depois de realizado o cálculo houve influência no seu resultado, mostrando que
apesar da diversidade dos conteúdos, esses estão em desacordo com os conteúdos presentes no
currículo mundial.
O bloco de maior aderência pela universidade foi o bloco 3: (Contabilidade básica,
Pode-se observar, que a universidade que apresentou um maior nível de adequação foi
a Universidade Federal Rural do Semi- Árido (UFERSA), pois a mesma apresentou um nível
de aderência de 25% ao currículo de contabilidade proposto pela ONU, em segundo lugar está
a Universidade Federal do Rio Grande do Norte com um nível de similaridade de 22,73%
e por último a Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, apesar de sua pontuação ter
sido a maior, o que se pode notar através de sua ementa curricular é que apresenta um grande
número de disciplinas optativas em relação às demais instituições, mas que sua grade curricular
apresenta um baixo nível de similaridade visto a quantidade de disciplinas ofertadas apenas
20,96% estão de acordo como o CM.
Assim como o estudo de Czesnat, Cunha e Domingues (2009), o bloco sobre tecnologia
da informação foi o menos contemplado, apenas a UFERSA dispõe de uma disciplina voltada
ao sistema contábil ao qual foi considerada como atendida. Segundo os autores, essa ausência
pode ocasionar com que os graduandos que não se adequarem às constantes mudanças e que não
apresentarem capacidade profissional para lidar com os sistemas contábeis estarão excluídos
do mercado de trabalho.
A segunda maneira de análise, onde foi levado em consideração apenas as disciplinas
obrigatórias, foi perceptível uma alteração nos índices calculados como mostra a tabela 9.
a UERN revelou-se a instituição com o maior nível de similaridade ao currículo mundial, com
índice de 45,65% e que como foi mencionada na primeira análise as disciplinas optativas que
influenciaram no resultado, pois devido à quantidade de disciplinas ofertadas como optativas
não estão em conformidade com o CM. Já a UFRN, passou a ser a instituição com menor índice
de 32,5%, onde a mesma na primeira análise apresentou um índice de 22,73%. Diante disso,
percebe-se que as universidades devem reavaliar em seus planos pedagógicos as disciplinas
optativas, pois a partir delas compreende-se que as mesmas estão distantes das disciplinas
sugeridas no Currículo Mundial de contabilidade proposto pela ONU/UNCTAD/ISAR,
deixando uma disparidade entre as instituições que oferecem disciplinas dispostas no CM.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa, teve como objetivo analisar o Currículo Mundial de contabilidade
recomendado pelo ISAR/UNCTAD/ONU e comparar os conteúdos nele apresentado com
as matrizes curriculares das universidades públicas do Estado do Rio Grande do Norte, para
que fosse possível medir o nível de aderência de cada uma das instituições. Foram analisadas
as 3 (três) universidades públicas, que ofertam o curso de Ciências Contábeis, sendo elas:
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Universidade Federal do Estado do
Rio Grande do Norte (UFRN) e Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). A
coleta das informações se deu através dos seus sites eletrônicos.
A partir disso, foi calculado o nível de similaridade de cada instituição, onde foi
permissível obter uma percentagem para medir a semelhança entre as matrizes curriculares de
cada universidade com o CM. Para a realização do cálculo, foi atribuída pontuação 1, para as
disciplinas que estavam presentes no currículo mundial, e desconsideradas as disciplinas que
não estavam em conformidade, obtendo uma pontuação de disciplinas optativas e obrigatórias.
Verificou-se, que na primeira análise a universidade que apresentou melhor adequação
foi a UFERSA, pois a mesma alcançou um nível de 25% de conformidade com currículo de
contabilidade proposto pela ONU, seguido da UFRN, que obteve um nível de similaridade de
22,73% e por último a UERN que embora tenha obtido uma pontuação maior, percebe-se que
o total de disciplinas ofertadas como optativas influenciou no seu resultado, o que mostrou um
nível de adequação de 20,96%, e que apesar da diversidade de disciplinas não apresentam estar
em conformidade com o modelo do currículo sugerido pela ONU.
Já na segunda análise, onde não foram consideradas as disciplinas em caráter optativo,
houve uma variação entre os índices calculados onde a UERN aumentou em 25,22% o nível
de adequação ao CM, a UFERSA apresentou uma variação de 16,46 e a UFRN um nível de
9,77%; dessa maneira, foi possível perceber que as optativas influenciaram no resultado e que
após desconsiderar as mesmas obteve-se um resultado positivo.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Resolução N.10, de 16 de dezembro de 2004. Institui as
diretrizes curriculares nacionais para o curso de graduação em Ciências Contábeis, bacharelado
e dá outras providências. Brasília, DF, maio. 2004. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/
cne/arquivos/pdf/rces1004.pdf Acesso em: 18 ago. 2019.
CAMPOS, L. C.; LEMES, S. Análise comparativa entre o currículo mundial proposto pela
CAVALCANTE, Danival Sousa et al. Adequação dos currículos dos cursos de contabilidade
das universidades federais brasileiras ao currículo mundial de contabilidade e o desempenho
no Enade. Pensar contábil, Rio de Janeiro, v. 13, n. 50, p. 42-52, jan./abr. 2011. Disponível
em: http://www.atena.org.br/revista/ojs-2.2.3-06/index.php/pensarcontabil/article/view/905
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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
LAY, L. A. et al. Nível de Similaridade dos Currículos dos Cursos de Ciências Contábeis de
Instituições Catarinenses em Relação ao Currículo Mundial Proposto pelo ISAR/UNCTAD/
ONU. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, v. 4, n. 2, p. 68–81, 30 ago. 2016.
Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/recfin/article/view/27940/16070
Acesso em: 27 jul. 2019.
ALVES, M. B. M.; ARRUDA, S. M. de. Como elaborar um artigo científico. [200_]. Disponível
em: https://posticsenasp.paginas.ufsc.br/files/2014/04/ArtigoCientificoNBR6022-2003.pdf
Acesso em: 10 out 2017.
RESUMO
A ordem cronológica de pagamentos é objeto de discussão desde a promulgação da Lei 8.666/93.
No entanto, tornou-se necessária a sua regulamentação nos municípios jurisdicionados pelo
Tribunal de Contas do RN, mediante a resolução 032/2016. De modo geral, esta normativa visa
promover o equilíbrio no fluxo processual, bem como a garantia de um tratamento isonômico
e impessoal para com os credores da Administração Pública. A partir disso, o estudo objetivou
analisar a percepção dos contadores quanto à observância da ordem cronológica de pagamentos
em municípios do Médio Oeste Potiguar. A pesquisa, se caracteriza como bibliográfica, estudo
de campo e descritiva. A coleta de dados ocorreu por meio de questionário. Os resultados
analisados revelam que os contadores em sua totalidade, deparam-se com limitações ao cumprir
a ordem de pagamentos, em função do desequilíbrio financeiro entre receitas e despesas,
especificamente ao que se refere à ausência de planejamento nos municípios.
ABSTRACT
The chronological order of payments has been the subject of discussion since the enactment
of Law 8,666/93. However, it became necessary to regulate it in the municipalities under
the jurisdiction of the RN Court of Auditors, through resolution 032/2016. In general, this
regulation aims to promote balance in the procedural flow, as well as the guarantee of an
isonomic and impersonal treatment towards the creditors of the Public Administration. From
this, the study aimed to analyze the perception of accountants regarding the observance of the
chronological order of payments in municipalities in the Middle West Potiguar. The research is
characterized as bibliographical, field study and descriptive. Data collection took place through
a questionnaire. The analyzed results reveal that the accountants in their entirety are faced with
limitations when fulfilling the payment order, due to the financial imbalance between income
and expenses, specifically with regard to the lack of planning in the municipalities.
1 INTRODUÇÃO
Dentre as determinações exigidas pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande
do Norte (TCE-RN), há uma regulamentação para os municípios quanto à observância da
ordem cronológica de pagamentos, normatizada através da resolução 032/2016, cujo teor está
relacionado ao artigo 5º, da Lei 8.666, de junho de 1993, que estabelece as normas para licitações
e contratos da administração pública, na qual se institui procedimentos para o pagamento das
obrigações relativas ao fornecimento de bens, locações, realização de obras e prestação de
serviços, devendo cada unidade da administração obedecer a cronologia das datas de suas
exigibilidades de cada fonte oriunda de recursos, salvo quando presentes relevantes razões
de interesse público e mediante prévia justificativa da autoridade competente, devidamente
publicada. (BRASIL, 1993).
A observância da ordem cronológica de pagamentos, é objeto de discussão desde
a promulgação da referida lei, todavia, percebe-se que, apesar de ser uma discussão antiga,
os municípios buscam adaptar-se a essa realidade, haja vista, que as normatizações e
complementações feitas pelos Tribunais de Contas ocorreram somente em 2016. Para tanto, o
papel do contador é de fundamental importância na implantação desta regra, tendo em vista o
trabalho realizado por esses profissionais no controle e no monitoramento dos gastos públicos.
Além disso, é importante considerar que antes da regulamentação da ordem cronológica
de pagamentos, as despesas públicas eram pagas de forma individualizada, de acordo com a
realidade e com o planejamento financeiro de cada município, seguindo critérios instaurados
pela própria gestão. Com a normatização da ordem cronológica, os municípios têm que se
adequar e observar esta nova realidade, e os contadores, especificamente, a partir de sua
responsabilidade nos aspectos de natureza financeira e orçamentária, são fundamentais em sua
aplicação, isso se justifica por estes profissionais estarem diretamente ligados à estruturação
desta ordem. Logo, torna-se relevante investigar a seguinte questão: Qual a percepção dos
contadores dos municípios do Médio Oeste Potiguar quanto à observância da ordem cronológica
de pagamentos?
Desse modo, esta pesquisa objetivou analisar a percepção dos contadores em relação à
observância da ordem cronológica de pagamentos, especificamente no que se refere às exigências
desta norma, à sua eficácia, bem como, às dificuldades de sua aplicação, considerando como
universo de pesquisa o Médio Oeste, uma microrregião do Oeste Potiguar, constituído por seis
municípios: Campo Grande, Janduís, Messias Targino, Paraú, Triunfo Potiguar e Upanema.
A pesquisa se justifica, porque se trata de um tema recente, e de notória escassez de
trabalhos científicos que abordem sobre a temática. Diante disso, com o objetivo de contribuir
com a literatura com a construção de novos conhecimentos e com evidências empíricas acerca da
aplicação das normativas pelos entes públicos como forma de esclarecimentos a administração
pública, a comunidade acadêmica e a sociedade em geral.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONTABILIDADE NA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA DAS DESPESAS
Segundo Andrade (2013), a contabilidade pública é considerada uma ramificação da
ciência contábil, que diferentemente da contabilidade privada, é permitido executar somente
o que está fixado em lei, enquanto na área privada é concedido efetuar todos os atos que a lei
não proíbe. Além disso, a contabilidade pública constitui-se de inúmeros mecanismos capazes
de assegurar sua efetivação de forma organizada e eficiente. Neste sentido, os profissionais
contábeis juntamente com a governança devem tomar como base o orçamento público e as leis
que o constituem.
Orçamento público ou orçamento-programa, é a concretização do planejamento do
Estado, quer na manutenção de sua atividade (ações de rotina), quer na execução dos seus
projetos (ações com início, meio e fim). Constitui a ferramenta do Poder Público para expressar
seus programas de atuação, definindo a origem e o montante dos recursos (receitas) a serem
obtidas, bem como, a natureza e o montante dos dispêndios (despesas) a serem efetuadas.
(ANDRADE, 2013).
Dessa forma, as contribuições de Andrade (2013), apontam a necessidade de se
observar os instrumentos constitucionais fixados no processo de planejamento orçamentário,
onde são definidas as metas a serem alcançadas pela gestão, tendo em vista que a execução
orçamentária e a financeira devem estar em consonância uma com a outra, visto que ao executar
uma despesa, é necessária a existência de recursos para filtrá-la.
Esta observação, aponta para uma fragilidade existente nas gestões municipais e
proporciona reflexões sobre as consequências dessa realidade, sendo relevante atentar para a
programação financeira das entidades, em que segundo o Manual de Contabilidade Aplicado
ao Setor Público (2019), trata-se da consonância entre os pagamentos efetuados e o fluxo de
recebimento, no qual visa o ajuste entre despesas e receitas, a fim de que não haja frustrações
nas estimativas realizadas pelo o orçamento anual, com o intuito de atingir os resultados
previstos pela Lei das Diretrizes Orçamentária, visto que esse descontrole implicaria em um
averiguação do bem ou serviço adquirido pela Administração Pública, com base em documentos
comprobatórios que atestem o cumprimento por parte dos fornecedores ou prestadores de
serviços, definido no art. 63 da Lei 4.320/64 como liquidação da despesa.
Por último, encerra-se o processo de execução da despesa com o seu
correspondente pagamento, momento no qual a despesa é saldada e consequentemente a dívida
é quitada. Nessa perspectiva, a Lei 4.320/64, em seu artigo 64, define a ordem de pagamento
como sendo “o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja
paga”.
a despesa é atestada pelos fiscais de contratos e encaminhada para pagamento. Nesse sentido,
Andrade (2013, p. 108), destaca que “o agente público deverá verificar primeiramente se a
despesa já foi liquidada, em seguida a existência de recursos financeiros e finalmente a ordem
cronológica de exigibilidade de pagamentos.”.
Uma observação relevante a ser apontada, é que o descumprimento desta norma é
considerado um ato ilícito e sujeito a penalidades, haja vista os dispositivos do Decreto-lei nº
201/67, no qual se considera crime por parte do Prefeito Municipal, “antecipar ou inverter a
ordem de pagamento dos credores do Município, sem vantagem para o erário.”. Além disso,
essa afirmativa encontra-se explicitada no artigo 92 da Lei 8.666/93 a qual enfatiza pena de
detenção, de dois a quatro anos, e multa (BRASIL, 1993).
Essa resolução ainda passou por diversas alterações, as quais impossibilitaram a sua
aplicação no ano de 2017, período previsto para dar início, dando prazos para os municípios e
demais órgãos do estado se adequarem, tornando o estrito cumprimento da norma a partir de
1º de janeiro de 2018.
Conforme divulgado no endereço eletrônico do Tribunal de Contas do Estado do Rio
Grande do Norte, “a prorrogação se deu em função de alterações no texto da Resolução e
da execução das ações necessárias para operacionalização da nova regulamentação por parte
da Secretaria de Controle Externo.”. As modificações foram instituídas mediante a resolução
024/2017, promulgada em 28 de novembro de 2017, na qual altera e ao mesmo tempo acrescenta
dispositivos na normativa 032/2016.
Tendo em vista as discussões ocorridas para a implantação da norma nos municípios,
algumas despesas se tornaram dispensadas perante a ordem, podendo ser pagas a qualquer
tempo, sem que sejam incluídas nas listas compostas pelos credores, como por exemplo,
concessões diárias, auxílios financeiros, serviços de telefonia, energia elétrica, água potável
entre outros. Além disso, torna-se admissível a quebra da ordem em determinadas situações,
as quais estão previstas no art. 15º da resolução 032/2016, citam-se alguns exemplos como
a grave perturbação da ordem; estado de emergência; calamidade pública; decisão judicial;
decisão do Tribunal de Contas que determine a suspensão de pagamento; e relevante interesse
público, mediante deliberação expressa e fundamentada do ordenador de despesas.
Dessa forma, ao alterar a ordem dos pagamentos, a unidade gestora terá como obrigação
justificar tal descumprimento e em seguida tornar público o motivo pela qual ocasionou a
quebra da ordem, conforme determinações instituídas no parágrafo 2 do art. 15º, da resolução
032/2016.
No entanto, as justificativas referentes à descontinuação da ordem cronológica de
pagamentos dos municípios pertencentes à jurisdição do Tribunal de Contas do Estado, são
encaminhadas para o Diário Oficial dos municípios do Rio Grande do Norte, na qual se encontra
explicitado no endereço eletrônico da Federação dos Municípios do RN (FEMURN), como
também, podem ser divulgados em Diários Municipais próprios, nos quais são publicadas a
quebras das ordens de pagamentos, acompanhadas das suas justificações.
Dessa forma, o descumprimento da ordem cronológica de pagamentos sem o
acompanhamento da sua devida justificativa é considerado um ato ilícito, podendo acarretar
penalidades ao gestor, conforme tratado pela própria resolução, da qual o seu conteúdo
estar relacionado ao artigo 92 da lei 8.666/93 já citado neste estudo, na qual definem as suas
penalidades.
Essa normativa, também se caracteriza por atender ao princípio da publicidade, tendo
em vista a transparência acerca da situação financeira da entidade a partir de sua adoção, nos
quais são lançados os registros relativos à ordem cronológica em que se encontram as despesas
realizadas pelas unidades gestoras, uma vez que as listas de exigibilidades devem constar nos
portais de transparência dos municípios, acompanhadas dos registros contábeis efetuados no
processo (RIO GRANDE DO NORTE, 2016).
Outra observação relevante a ser apontada, é o tratamento desta norma em relação
aos restos a pagar, uma vez que os gestores ficam impedidos a ocasionar despesas sem antes
observar os restos anuais restantes, inclusive dando prazos para os gestores quitarem suas
dívidas, com a finalidade de abolir o número de inadimplências no setor público, bem como, o
seu endividamento.
A partir das regulamentações instituídas pela Lei 8.666/93 e das resoluções posteriores,
observa-se que esta normativa tem como objetivo impedir o tratamento diferenciado do poder
público para com os seus credores, além de seguir rigorosamente os princípios que rege a
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para este estudo, delimitou-se como universo de pesquisa os contadores das Prefeituras
Municipais, pertencentes à microrregião do Oeste Potiguar, especificamente do Médio Oeste,
onde é constituído por seis municípios, sendo: Campo Grande, Janduís, Messias Targino,
Paraú, Triunfo Potiguar e Upanema. Nesse processo, a definição se deu por conveniência e
acessibilidade, ou seja, “o pesquisador seleciona os elementos a que tem acesso, admitindo que
estes possam, de alguma forma, representar o universo.” (GIL, 2008, p. 94).
A coleta de dados, deu-se mediante questionário aplicado aos contadores dos seis
municípios, estruturado em um quantitativo de 10 questões abertas, conforme consta no apêndice
1 deste estudo. No entanto, a escolha por esse procedimento deve-se a sua aplicabilidade, pois,
segundo Gil (2008, p. 121), o questionário é “a técnica de investigação composta por um
conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre
conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores
[...]”.
Tendo em vista a aplicação dos questionários aos 06 (seis) contadores, obtivemos
retorno de apenas 04 (quatro) respondentes, os quais correspondem a uma amostra de 66,66%
da população. Por sua vez, o estudo está centrado na análise dos questionários recebidos,
considerando o uso de um mesmo critério para entrega e prazo de devolução para todos os
contadores durante esta pesquisa.
Portanto, a amostra foi constituída por parte dos profissionais contábeis atuantes nas
prefeituras municipais pertencentes ao Médio Oeste Potiguar. Sendo os mesmos, durante
as apresentações, nomeados como: Contador A, Contador B, Contador C e Contador D,
respectivamente. A partir daí, foram obtidas as informações necessárias para as análises dos
dados, bem como a construção dos resultados.
O estudo, se classifica como pesquisa bibliográfica, estudo de campo e descritiva. Silva
(2017, p. 149), destaca que “a bibliográfica é um tipo de pesquisa realizada pela maioria dos
pesquisadores mesmo no seu preâmbulo.”. Daí a necessidade de recorrermos a esta pesquisa.
Para o autor, a pesquisa de campo consiste na coleta direta e informação no local em que
acontecem os fenômenos, é aquela que se realiza fora do laboratório, no próprio terreno das
ocorrências.
Por último, identifica-se o estudo como descritivo, já que “[...] são incluídas neste grupo
as pesquisas que têm por objetivo levantar as opiniões, atitudes e crenças de uma população”
(GIL, 2008, p.28). Este estudo, por sua vez, busca analisar a percepção dos contadores acerca
falta de comunicação entre os setores administrativos, uma vez que ao ordenar uma despesa
é necessário averiguar se existe disponibilidade orçamentária e saldo em caixa para efetuar o
pagamento.
Neste sentido, deve-se ressaltar que o Manual de Contabilidade Aplicado ao Setor
Público (2019), trata-se da consonância entre os pagamentos efetuados e o fluxo de recebimento,
no qual visa o ajuste entre despesas e receitas, a fim de que não haja frustrações nas estimativas
realizadas pelo o orçamento anual, com o intuito de atingir os resultados previstos pela Lei das
Diretrizes Orçamentária, visto que esse descontrole implicaria em um desequilíbrio das contas
públicas, onde acarretaria o endividamento da entidade.
Os contadores também foram questionados a respeito das melhorias trazidas pela
norma para o gerenciamento das despesas públicas nas prefeituras e como pode ser constatado
no trecho abaixo relatado pelo Contador A, conforme mostrado na tabela 03.
Nessa perspectiva, o Contador A afirma que “uma das maiores dificuldades existentes
é manter os compromissos em virtude da queda de receita”. Sobre isso, o Contador B certifica
que os impasses estão relacionados à “falta de cultura nas entidades públicas de se trabalhar
o planejamento orçamentário (receitas versus despesas)”. Seguindo essa mesma linha, o
Contador C alega que “o desequilíbrio financeiro não permite a realização de um cronograma
de desembolso para melhor atender as exigências da resolução”. Por último, o Contador D
reitera essa discussão ao assegurar que “os recursos não são compatíveis com os gastos”.
Observa-se, portanto, que os contadores em sua totalidade têm um posicionamento
crítico, que se aproxima das observações apontadas por Angélico (1995), sendo pertinentes
atualmente, as quais evidenciam que com a ausência da programação financeira nos municípios,
os créditos orçamentários logo serão utilizados nos meses iniciais do ano, gerando um déficit
financeiro, devido os problemas de insuficiências de caixa, uma vez que a entrada de receitas
é realizada de forma gradativa, ao longo do exercício. Com base nessa realidade apontada
por Angélico (1995), buscamos investigar o conhecimento dos contadores no que se refere às
quebras de ordem de pagamentos nos municípios onde atuam e os mesmos em sua totalidade,
afirmaram não tomarem ciência de tal ocorrência, haja vista se tratar de uma atitude que não
parte do setor contábil e sim dos ordenadores de despesas.
Conforme já mencionado neste estudo, a ordem cronológica também se destaca
por atender ao princípio da publicidade, tendo em vista que se torna transparente a situação
em que se encontra o andamento dos pagamentos realizados pela gestão. Nesse sentido, foi
necessário para fins de análise, averiguar se nos municípios analisados esse princípio estava
sendo cumprido. Em detrimento dessa temática, o Contador A destacou que “sim, a lista da
ordem cronológica de pagamentos é disponibilizada diariamente no portal da transparência do
município.”. O mesmo procedimento foi realizado no município de Contador D. Percebe-se,
assim, o cumprimento do disposto no parágrafo único do artigo 19 da Resolução 032/2016 a qual
determina que “[...] até o décimo dia de cada mês, deverá se dar no Portal da Transparência a
disponibilização da “lista de exigibilidades” relativa ao mês anterior, da qual haverá de constar,
por fonte diferenciada de recursos”.
Enquanto o princípio da publicidade é observado nas falas dos Contadores A e D, o
Contador B, ao referir-se a disponibilização da ordem no portal da transparência diz que “não,
haja vista que a norma ainda não está estabelecida no município”. O Contador C, por sua vez,
foi sucinto em sua resposta: “dispenso a pergunta, tendo em vista que a norma não ter sido
implantada em seu município”.
Por último, questionou-se a respeito da eficácia da resolução quando se trata dos restos
a pagar, tendo em vista que a norma estipula prazos de pagamentos contados a partir da abertura
do exercício financeiro e orçamentário, sendo especificamente de no máximo 15 (quinze) dias.
Sobre esse aspecto, a resposta do contador A é mostrada na tabela 05.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ordem cronológica de pagamentos visa garantir o tratamento isonômico e impessoal
do poder público para com os seus credores, bem como, a padronização do fluxo processual,
REFERÊNCIAS
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base nas Normas Brasileiras de contabilidade Aplicadas ao setor público (NBCASP) e nos
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