R - D - Tania Maria Araujo
R - D - Tania Maria Araujo
R - D - Tania Maria Araujo
CURITIBA
2022
TÂNIA MARIA ARAUJO
CURITIBA
2022
Araujo, Tânia Maria
Tecnologia educativa para pais em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica
[recurso eletrônico] / Tânia Maria Araujo – Curitiba, 2022.
1 recurso online: PDF.
CDD 618.9200231
(Andrew Rossut)
RESUMO
Este trabalho desenvolveu a tecnologia educativa denominada Cartilha de Orientação aos Pais
da UTIP, registrada sob nº 978-65-00-49110-4 pela Câmara Brasileira do Livro, e replicável
em outros serviços de saúde. Sua elaboração partiu de projeto aprovado em Comitê de Ética em
Pesquisa (Protocolo nº 4.850.250), com objetivo geral - desenvolver tecnologia educativa para
orientar os pais acerca da hospitalização em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e
específicos - identificar as necessidades dos pais e equipe multiprofissional sobre as
informações inerentes à hospitalização da criança na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.
Trata-se de pesquisa metodológica, de produção tecnológica, elaborada em três fases: 1 -
Exploratória, com levantamento da literatura e diagnóstico situacional com entrevistas dos pais
e equipe multiprofissional; 2 - Desenvolvimento da Tecnologia, com elaboração textual,
ilustração, layout e diagramação; e 3 - Transferência do Conhecimento, com registro do produto
e disponibilização ao serviço hospitalar. Como resultados, a tecnologia educativa sintetiza
diretrizes acerca de educação em saúde, aliadas aos anseios e contribuições dos pais e
profissionais relativos ao conteúdo necessário para orientar o acompanhamento da criança em
unidade crítica. A cartilha educativa se inicia com breve apresentação, destacando a importância
da família no contexto da internação e dados relativos à admissão, seguido dos tópicos: A
unidade de terapia intensiva pediátrica (equipe de saúde, equipamentos, materiais e exames);
Atitudes que ajudam no cuidado do seu filho; Orientações para os pais; Alguns cuidados com
seu filho que você pode colaborar; e Outras informações. Inclui-se espaços destinados ao
registro de sentimentos acerca do momento vivido pelos pais. A tecnologia educativa contribui
para a sistematização do processo de trabalho da equipe multiprofissional, principalmente para
o enfermeiro, referência para a equipe no desempenho das orientações aos pais. A cartilha é
uma ferramenta de comunicação com informações essenciais para promover a educação em
saúde, reduzir conflitos entre os envolvidos, acolhimento, humanização do cuidado e gerando
impacto na segurança do paciente pediátrico gravemente. Ainda gera contribuição para o campo
interdisciplinar, com avanço das pesquisas que envolvem informação e educação.
This study constructed the educational technology known as The PICU Parents' Guidance
Booklet, registered under No. 978-65-00-49110-4 by the Brazilian Book Chamber, and ia
replicable in other health services. Its development began with a project approved by the
Research Ethics Committee (Protocol No. 4,850,250), with the main goal of developing
educational technology to guide parents about pediatric and specific Intensive Care Unit
hospitalization and to identify the needs of parents and the multidisciplinary team about the
child's hospitalization in the Pediatric Intensive Care Unit, and to organize the content of
institutional program of hospital admission. This is a methodological research of technological
production, elaborated in three phases: 1 - exploratory, with a literature review and situational
diagnosis, as well as interviews with parents and the health care team; 2 - Technology
Development, including textual development, illustration, layout, and diagramming; and 3 -
Knowledge Transfer, including product registration and hospital availability. As a result,
educational technology synthesizes health education guidelines, as well as the desires and
contributions of parents and professionals regarding the content required to guide the child's
follow-up in a critical unit. The educational booklet starts with a brief presentation emphasizing
the importance of the family in the context of hospitalization and admission data, then proceeds
on to the following topics: The pediatric intensive care unit (medical staff, equipment, supplies,
and exams); Attitudes that support in your child's care; Parenting guidelines; Some child care
that you can collaborate on together; and other information. It includes spaces for parents to
record their feelings about the experience. The educational technology contributes to the
systematization of the multidisciplinary team's work process, primarily for the nurse, who
serves as a reference for the team in the performance of the guidelines to the parents. The
booklet is a communication tool that contains crucial information to promote health education,
reduce conflicts among those involved, welcome, humanize care, and have an impact on the
safety of severely ill pediatric patients. It also contributes to the interdisciplinary field through
advances in information and education research.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 16
2 OBJETIVOS ................................................................................................................. 19
2.1 GERAL ......................................................................................................................... 19
2.2 ESPECÍFICOS .............................................................................................................. 19
3 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................... 20
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................ 22
4.1 A TRÍADE CRIANÇA, PAIS E EQUIPE MULTIPROFISSIONAL EM UNIDADE
DE TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA ................................................................ 22
4.2 A TECNOLOGIA COMO INSTRUMENTO DE PROMOÇÃO E EDUCAÇÃO EM
SAÚDE. ........................................................................................................................ 25
5 MÉTODO ..................................................................................................................... 28
5.1 ASPECTO ÉTICO ........................................................................................................ 28
5.2 LOCAL DA PESQUISA .............................................................................................. 29
5.3 PARTICIPANTES DA PESQUISA ............................................................................. 29
5.4 ELABORAÇÃO DA TECNOLOGIA EDUCATIVA ................................................. 30
5.4.1 Fase 1 - Etapa exploratória ........................................................................................... 30
5.4.1.1 Levantamento da literatura ........................................................................................... 30
5.4.1.2 Diagnóstico situacional................................................................................................. 30
5.4.2 Fase 2 – Etapa de desenvolvimento da tecnologia educativa ....................................... 31
5.4.3 Fase 3 – Transferência do conhecimento ...................................................................... 33
6 RESULTADOS ............................................................................................................ 34
6.1 LEVANTAMENTO DA LITERATURA .................................................................... 34
6.2 DIAGNÓSTICO SITUACIONAL ............................................................................... 37
6.2.1 Pais ................................................................................................................................ 37
6.2.2 Equipe multiprofissional ............................................................................................... 42
6.3 DESENVOLVIMENTO DA TECNOLOGIA EDUCATIVA ..................................... 47
7 DISCUSSÃO ................................................................................................................ 50
8 CONCLUSÃO .............................................................................................................. 56
REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 57
APÊNDICES ................................................................................................................ 72
APÊNDICE 1 - INSTRUMENTO PARA ENTREVISTA (PAIS) .............................. 73
APÊNDICE 2 - INSTRUMENTO PARA ENTREVISTA (EQUIPE
MULTIPROFISSIONAL) ............................................................................................ 75
APÊNDICE 3 - CARTILHA DE ORIENTAÇÃO AO PAIS DA UTIP ...................... 77
APÊNDICE 4 - QR CODE PROVISÓRIO ................................................................ 105
ANEXOS .................................................................................................................... 106
ANEXO 1 - PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP....................................... 107
ANEXO 2 - CONCORDÂNCIA DAS UNIDADES E DOS SERVIÇOS
ENVOLVIDOS........................................................................................................... 110
ANEXO 3 - REGISTRO DA TECNOLOGIA EDUCATIVA...................................111
ANEXO 4 - SOLICITAÇÃO DE PADRONIZAÇÃO ..............................................112
16
1 INTRODUÇÃO
2 OBJETIVOS
2.1 GERAL
2.2 ESPECÍFICOS
3 JUSTIFICATIVA
4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
pais, ou responsável, durante a sua hospitalização. Contudo, ainda existem profissionais que
não percebem a importância dos pais, criando empecilhos para sua permanência. É fundamental
que os profissionais compreendam que família e criança são elos indissociáveis, cujo contexto
do cuidado de um significa o cuidar do outro e vice-versa, ampliando o conhecimento dos pais
(GOMES E SILVA et al., 2020; FONSECA et al., 2020; MOLINA et al., 2007).
De acordo com Silva e colaboradores (2020) a não aceitação por parte da equipe
multiprofissional da presença dos pais ou de seus familiares na UTIP e enxergá-lo como um
empecilho significa que o cuidado ofertado está sendo realizado de maneira operacional ou
mecanicista. Os autores demonstram nos estudos a ambiguidade sobre a presença dos pais na
UTIP, ora a favor, ora contra, apesar dos profissionais perceberem que a presença dos pais é
benéfica para a criança, os profissionais não veem a importância dos pais para a equipe,
encontrando justificativas para a não permanência em tempo integral e diante de certos
procedimentos.
A presença dos pais em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN) foi
considerada como cuidado holístico, implicando maiores responsabilidades da equipe em
relação aos familiares, com destaque para a comunicação efetiva e bilateral (SILVA, M.M. et
al., 2021a; TOMÁS et al., 2018). O cuidado compartilhado, inserindo os pais é muito utilizado
em neonatologia e deve ser incorporado pelos profissionais de enfermagem em UTIP pois,
favorece ambiente acolhedor, proporciona o reconhecimento da sua função e a valorização, a
qual constitui importante estratégia de enfrentamento (CHAGAS et al., 2017; SOARES et al.,
2016; SOUSA et al., 2017).
Autores sugerem que aliar os pais e os familiares como parceiros críticos e ativos para
práticas seguras, não apenas como mero expectadores do cuidado, é estratégia importante e
promissora para a promoção de saúde e segurança do paciente (SOUSA et al., 2017;
STELMAK, MAZZA; FREIRE, 2017; WEGNER et al., 2017).
Concordamos ser essencial garantir a presença dos pais bem como de seus familiares
no cuidado à criança na UTIP, tendo em vista os benefícios físicos e psicológicos inerentes a
tríade criança-família-equipe (CARDOSO et al., 2021). No contexto desta pesquisa é
reconhecida a presença dos pais durante a hospitalização do paciente crítico como elemento
terapêutico. Assim como, a necessidade de adequada comunicação entre esses e a equipe de
saúde acerca do ambiente de cuidado, e suas peculiaridades. A tecnologia educativa,
direcionada aos pais é entendida como ferramenta de comunicação, e meio para fornecer
informações essenciais com vistas à compreensão e redução de conflitos.
25
5 MÉTODO
Levantamento da
Literatura
Fase 1. Etapa Exploratória
. Entrevistas com familiares
Diagnóstico Situacional . Entrevistas com equipe
multiprofissional
. Elaboração Textual
Fase 2. Etapa . Ilustração
Desenvolvimento da
Tecnologia Eduactiva . Layout
. Diagramação
. Registro da Cartilha
Fase 3. Transfêrencia do
Conhecimento . Disponibilização da
Cartilha
Para a elaboração do conteúdo textual foi realizada leitura crítica dos artigos
amostrados da literatura, dos dados obtidos nas entrevistas com os participantes, e das rotinas
da UTIP relativas ao internamento, ordenadas indutivamente. Como diretriz inicial foi
elaborado o roteiro (sumário) com a definição dos tópicos que iriam compor cada página da
TE, bem como as informações que deveriam constar em cada tópico.
32
A partir da aplicação do teste, as frases classificadas como difícil e muito difícil e que
poderiam não ser entendidas, dependendo da escolaridade do público-alvo, foram reescritas,
sempre que possível para entendimento dos pais e familiares.
6 RESULTADOS
6.2.1 Pais
Faixa Etária
. 20 - 30 anos 8 73
. 31 - 40 anos 2 18
. > 41 anos 1 9
Nº Filhos
.1-2 6 55
.3-5 4 36
. 6 ou mais 1 9
Estado Civil
. Solteira 5 46
. Casada 4 36
. União Estável 2 18
Grau de Instrução
. Ensino Fundamental 3 27
. Ensino Médio 8 73
Benefício Social
. Sim 2 18
. Não 9 82
Ocupação
. Do lar 6 55
. Autônoma 2 18
. Auxiliar de Eletricista 1 9
. Tatuadora 1 9
. Socorrista 1 9
Comorbidades
. Sim 6 55
. Não 5 45
Internação Anterior
. Sim 6 55
. Não 5 45
Faixa Etária
. Até 5 meses 5 45
. 6 meses a 2 anos 2 18
. 3 a 5 anos 4 37
n (11) %
Vivência com outros filhos internados em UTIP
. Sim 1 9
. Não 10 91
QUADRO 2 – OPINIÃO DOS PAIS SOBRE INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA COMPOR MATERIAL
EDUCATIVO DE ORIENTAÇÕES (continua)
PARTICIPANTES INFORMAÇÕES
QUADRO 3 – OPINIÃO DOS PAIS SOBRE INFORMAÇÕES NECESSÁRIAS PARA COMPOR MATERIAL
EDUCATIVO DE ORIENTAÇÕES (continuação)
P5 Admissão do paciente, permanência dos familiares, visita religiosa, troca de
acompanhantes, o que os acompanhantes podem ou não fazer, alimentação,
higiene dos acompanhantes, explicação sobre alguns procedimentos.
P10 Permanência dos familiares, visita a criança, visita médica, uso de oxigênio, de
respirador, de cateter, uso de medicamentos/drogas, uso de dispositivos como
sonda vesical, exames realizados na unidade e externos.
Em relação a sua vivência na UTIP com a criança internada, entre os nove (82%)
respondentes observa-se, pelos relatos, a satisfação com o atendimento e a necessidade de
informações, de acordo com as transcrições na íntegra, a seguir:
assusta. Acho que entender o que está acontecendo em alguns procedimentos que por vez é
simples, mas por estar assustados se torna algo ruim aos olhos dos acompanhantes.
P6: ... super bem tratado, por todos, pessoas simpáticas e tiram todas minhas dúvidas conforme
o tempo
P7: ... ter paciência com os pais ou acompanhantes, ter um cuidado minucioso nos materiais
hospitalares e ter delicadeza nos procedimentos que vão ser realizados para não machucar o
paciente
P8: Eu gostaria de ter mais informações por qual profissional vai assumir cada plantão.
Acredito que nós mães nos sentiremos mais confiantes em saber qual profissional ficará
conosco.
P9: Acho que os profissionais deveriam ser orientados quanto à utilização de alguns
medicamentos, equipamentos, enfim tudo que possa ser utilizado numa rotina de UTIP,
treinamento profissional. E que os profissionais trabalhem com mais empatia e cuidado, afinal
entregamos a vida de nossos filhos em suas mãos.
Faixa Etária
. Até 25 anos 3 6
. 26 a 30 anos 1 2
. 31 a 35 anos 17 35
. 36 a 40 anos 11 23
. 41 a 45 anos 7 14
. 46 a 50 anos 7 14
. > 51 anos 3 6
Nível de Instrução
. Doutorado 2 4
. Mestrado 8 16
. Residência 1 2
. Especialização 15 32
. Superior Completo 12 24
. Superior Incompleto 4 8
. Ensino médio / técnico 7 14
Possuem Filhos?
. Sim 32 65
. Não 17 35
O formato impresso foi o mais mencionado (35%, n = 17), devendo ter disponibilidade
online através de QR CODE, como mencionado por quatro profissionais. E ser fixado na
45
entrada da UTIP, onde os familiares que têm acesso à internet possam consultá-lo livremente.
Houve a sugestão de formato digital, 8% (n = 4) tipo e-book e acesso pelo WhatsApp. O formato
em vídeo 22% (n=11), também foi reportado com sugestão de disponibilização na televisão e
no celular, após disponibilização do link. O aplicativo foi referido por 19% (n=9) dos
participantes por tratar-se de recurso muito aplicado na atualidade, embora requeira acesso à
internet, e possível inviabilidade de custo financeiro. Um participante (2%) sugeriu
disponibilização no site do CHC e QR CODE. Sete dos participantes não opinaram, ou seja
14%, mas mencionaram que o conteúdo deve ser objetivo, lúdico, dinâmico, interessante, de
fácil aplicação, entendimento e manuseio, que atenda à variedade cultural e social dos
familiares, destacando que muitos não têm acesso à internet (GRÁFICO 1).
14%(n=7)
23%(n=11)
2%(n=1) Video
Aplicativo
8%(n=4)
Impresso
Livro digital
18%(n=9) Site
Não referiu formato
35% (n=17)
O índice de teste de legibilidade ficou em 50%, classificado como de fácil leitura para
o público ao qual se destina, com escolaridade até o nono ano, considerando, portanto, as
diretrizes teóricas, o conteúdo da literatura, as normas institucionais e a construção
participativa, o conteúdo foi organizado em cinco tópicos e correspondentes subtópicos, assim
distribuídos:
- A unidade de terapia intensiva pediátrica
x Equipe de saúde
x Equipamentos
x Materiais
x Exames
- Atitudes que ajudam no cuidado do seu filho
- Orientações para os pais
- Alguns cuidados com seu filho que você pode colaborar
- Outras informações
As figuras autorais referentes aos equipamentos utilizados na UTIP, confeccionadas a
partir de fotos dos equipamentos disponibilizadas pela pesquisadora, foram adicionadas ao
respectivo texto, no subtópico ‘equipamentos’. Considerou-se a relevância das características
das figuras, ilustrações, cores, texto, layout e designer para proporcionar leveza ao conjunto e
que despertasse o interesse pela leitura.
Assim considerando, a cartilha foi idealizada de modo à apresentação assemelhar-se
às estórias infantis, justificando-se a inclusão de ilustrações que a essas remetem ao leitor.
Nos elementos pré-textuais incorporou-se uma breve apresentação, tal como um gesto
de acolhimento dos pais no período inicial da hospitalização, proporcionando espaço para o
registro dos dados da criança e inclusão, por esses, de uma foto, um desenho ou um pensamento.
Antes da apresentação dos tópicos relativos às informações, propriamente, abordamos a
importância dos pais e familiares para a criança e para a equipe multiprofissional.
No primeiro tópico (A unidade de terapia intensiva pediátrica) foram inseridas
informações sobre a natureza do internamento da criança e o direito dos pais a acompanhá-la.
Esse tópico foi divido em quatro subtópicos onde foram inseridas as informações relativas à
assistência; no primeiro subtópico a equipe de saúde foi apresentada, listando-se todos os
profissionais que ali atuam. No segundo subtópico os equipamentos de uso na UTIP foram
elencados e descritos, com foco na finalidade, com respectivas figuras do monitor, bomba de
seringa, bomba infusora, ventilador mecânico e acessórios ao suporte ventilatório. No terceiro
49
7 DISCUSSÃO
quebrar o estigma que a UTIP é um local de morte, mas de tratamento e recuperação onde todos
desenvolvem ações para manter a vida (RIPARDO et al., 2021).
Considerando esse objetivo comum, destaca-se que o texto foi elaborado não somente
com base na literatura, normas e rotinas da UTIP, mas sobretudo, nas demandas dos pais e
equipe multiprofissional, foi de fato um produto de elaboração participativa. O estudo
demonstrou que a participação dos pais e equipe multiprofissional foi fundamental para a
construção do conteúdo, uma vez que reúne informações pertinentes às necessidades dos pais
e responde às expectativas da equipe multiprofissional.
Busatto e colaboradores (2021) em estudo que teve a participação dos pais e equipe
multiprofissional concluíram que material didático instrucional com orientações padronizadas
é uma ferramenta para a prática da educação em saúde. A tecnologia aqui apresentada buscou
esse resultado.
Ressalta-se que a participação do público-alvo é de suma importância no processo de
elaboração de materiais educativos, valorizando suas opiniões, necessidades e tornando-os
parceiros do cuidado, considerando seus direitos e os direitos da criança hospitalizada, irá
contribuir para melhoraria da assistência prestada (BARRETO et al., 2021; BISPO et al., 2019;
COSTA et al., 2021; GORDON; CRISP, 2016; LIMA et al., 2017).
Deste modo, reitera-se que a estratégia participativa entre pais e equipe
multiprofissional teve a sua finalidade atendida na coleta de dados, atendendo ao intuito desta
pesquisa. A abordagem participativa, visando atender as demandas, necessidades e expectativas
do pais e familiares relativas a hospitalização da criança, contribui para o cuidado humanizado,
nesse momento de fragilidade em que todos se encontram (LIMA et al., 2017; LIMA; MAZZA,
2019; NOGUEIRA-MARTINS e BOGUS, 2004).
Estudos voltados em UTIN descrevem que a TE despertou sentimentos de vínculo e
afeto, podendo ser usada como um mecanismo de intervenção para promover o apoio emocional
aos pais e familiares durante a hospitalização e não somente ao recém-nascido ou a criança
enferma (LEITE et al., 2016; SANTOS et al., 2019; VELANDIA GALVIS, et al., 2019).
Nesta pesquisa almejou-se também promover a comunicação e reduzir conflitos. Neste
sentido, a cartilha como tecnologia é um instrumento de comunicação entre a equipe e os pais.
Os materiais impressos que descrevem assuntos relacionados à saúde podem ser úteis na
promoção, educação em saúde e melhoria do conhecimento, atitude e prática para quem se
destina. As orientações escritas são mais efetivas do que as feita de forma verbal para melhoria
na comunicação, redução de conflitos entre usuários, pais e familiares e a equipe
multiprofissional (COSTA et al., 2020; GIGANTE et al., 2021; GREENWAY et al., 2019;
52
respeito da situação do filho. Por outro lado, é comum que familiares exponham sentimentos
de confiança, gratidão pelo tratamento ofertado (PÊGO; BARROS, 2017), fato também
observado pelos depoimentos nesta pesquisa.
Destacam-se a fé e a esperança como sentimentos positivos, vindo da religião dos pais
oferecendo conforto e o suporte para enfrentar o que vivenciam na UTIP (CAMPONOGARA
et al., 2016). As informações acerca do apoio religioso, como a visita religiosa, a localização
da capela e apoio profissional foram inseridas na cartilha de acordo com as necessidades dos
pais.
A maioria dos participantes desta pesquisa foram mães jovens, com um a dois filhos e
estudo em nível de ensino médio, casadas ou em união estável. Reconhecidamente a mãe é a
figura mais representativa para a criança, pela proximidade, por transmitir segurança e
acompanhar o filho durante o período da hospitalização (AZEVEDO et al., 2018).
Ter um olhar voltado às mães, torná-las participantes do cuidado na UTIP pode
contribuir para o reconhecimento da função materna, normalmente é perdida em função da
hospitalização da criança. As mães se sentem úteis e valorizadas quando são inseridas no
cuidado da criança e reconhecem o papel da equipe de enfermagem como incentivadora do
envolvimento materno nos cuidados (CARDOSO et al., 2019; GOMES; ERDMANN;
BUSANELLO, 2010; MOLINA; MARCON, 2009; SOARES et al., 2016).
A alteração do papel parental é fator desencadeador de estresse e esse sentimento é
mais evidente nas mães em virtude de não desenvolverem funções maternas como amamentar,
trocar fraldas, dar banho, abraçar, colocar o filho no colo. Ações simples podem ser utilizadas
para atenuar o sofrimento e desenvolver a parentalidade, envolver os pais no cuidado, fornecer
informações claras e objetivas, como o uso de materiais educativos acerca de normas e rotinas
da UTIP, bem como a participação dos pais em alguns cuidados (KEGLER, et al., 2019) pode
agregar valor a esse período crítico. Deste modo, na cartilha os pais são incentivados a participar
em tarefas que os aproximem afetiva e fisicamente do filho.
Uhm e Kim (2018) concluíram em estudo que avaliou um programa com a parceria
mãe e enfermagem, por meio de informações e participação no cuidado em uma unidade de
terapia intensiva, o impacto na satisfação, autoeficácia e melhora da ansiedade entre ambos.
Mcbride-Henry e colaboradores (2020) relatam que as internações recorrentes nos
primeiros dois anos de vida da criança é uma experiência extremamente desafiadora para os
pais, pois se sentem impotentes de cuidar dos filhos durante a hospitalização.
Outro estudo mostra que o uso de TE traz grandes benefícios, podendo melhorar o
vínculo entre a criança e os pais, despertar o afeto, diminuição do estresse e ansiedade
55
ocasionados pela hospitalização (SANTOS, L.M. et al., 2021b). Ressalta-se que quando
estabelecido uma relação empática com os pais e familiares, através de uma comunicação
efetiva, é possível que os mesmos sejam propagadores de boas práticas na promoção da
segurança do paciente pediátrico, identificando e prevenindo incidentes (BIASIBETTI et al.,
2019; COSTA et al., 2021; HOFFMANN et al., 2020; MOURA et al., 2020; WEGNER et al.,
2017).
Finalmente, o uso dos estudos de Echer (2005) e os guias Simply Put – A Guide for
Creating Easy-to-Understand Materials (CDC, 2009) e A Guide to Creating and Evaluating
Patient Materials (DEATRICK, AALBER; CAWLEY, 2010) contribuíram para nortear a
elaboração da TE. Outros autores utilizaram tais apoios para elaboração do conteúdo dos
materiais educativos, de diversos formatos (FERREIRA et al., 2022; LIMA et al., 2021;
PACHECO et al., 2022; SABINO et al., 2018a; SUGISAKA, ANDRZEJEVSKI; ROTTA,
2020; TOLEDO et al., 2022) e sua divulgação contribui para novas pesquisas no tema.
56
8 CONCLUSÃO
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72
APÊNDICES
73
6) Quais informações abaixo você acha necessária conter num material educativo para orientá-
lo durante a hospitalização do seu filho na UTIP?
Admissão do paciente ( ) Permanência dos familiares ( )
Visita à criança ( ) Visita religiosa ( ) Visita médica ( )
Troca de acompanhantes ( ) Passagem de plantão da enfermagem ( )
Uso de Oxigênio ( ) Uso de Respirador ( ) Uso de cateter ( )
Uso de Medicamentos/drogas ( ) Uso de dispositivos como sonda vesical ( ) SNG ( )
SNE ( ) etc ( ) _______________________________________________________
Cuidados corporais ( ) Exames realizados na UTIP ( ) Exames Externos a UTIP ( )
7) Além das informações citadas acima o que você gostaria de saber sobre a UTIP?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
8) Como você acha que deva ser o formato de um material educativo com estas informações?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
09) Quais são suas sugestões, opiniões ou comentário sobre a sua vivência nesta UTIP?
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
75
PARTE 2.
1) Quem você acha que deve orientar os familiares das crianças hospitalizadas na UTIP quanto
as normas e rotinas da unidade?
___________________________________________________________________________
2) Você orienta os familiares da UTIP?
( ) sim Quais orientações? _________________________________
( ) não
ANEXOS
107