Gestao Recursos Hidricos Souza
Gestao Recursos Hidricos Souza
Gestao Recursos Hidricos Souza
Resumo
Este artigo faz uma análise sobre a Gestão de Recursos Hídricos como instrumento de desafio
permanente da sociedade . Tem como objetivo principal demonstrar a importância de um gestor no
que diz respeito ao consumo e poluição da água . Explícita também a cobrança pelo uso da água
como uma maneira interessante de incentivar o racionamento e o respeito à característica limitada
desse bem. Apresenta a Bacia Hidrográfica como unidade territorial para cobrança e comenta sobre
algumas legislações pertinentes.
INTRODUÇÃO
No princípio, a água era um recurso livre e não havia preocupação com a sua
preservação, haja vista à abundância de água disponível. As civilizações se J
formaram e se desenvolveram em torno dos rios .
A água sempre esteve presente na vida do homem, sem ela seria impossível
à formação da vida humana.
Para Braga, Rebouças e Tundisi, a água significa:
... vida para a flora e a fauna aquáticas. Para a religião, tem o poder de
purificar a alma. Para empreendedores de diferentes setores usuários, é um
recurso de grande utilidade que pode servir como meio de transporte de
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Art. 12 A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes
fundamentos:
II - a água é um recurso natural lim itado, dotado de valor
econômico;...
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso
múltiplo das águas;
Como se nota, vários setores podem usar os corpos de águas, mas não de
forma indiscriminada. Uma atenção especial será atribuída, em momento posterior, à
gestão no fornecimento de água e sua forma de cobrança.
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http://ga.water.usgs.gov/edu/watercycleportuguese.html
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inventário, seu uso e sua proteção adequada, de modo a permitir seu
almejado equilíbrio"
Hoje, o Brasil tem uma das melhores leis referentes à gestão recursos
hídricos, lei nº 9.433/97, como mencionada acima, de grande relevância para
proteção das águas. Ela apresenta cinco instrumentos básicos de gestão que são: a
cobrança, outorga, plano de recursos hídricos, o enquadramento e o sistema de
recursos hídricos. Além disso, traz outro instrumento de gestão eficiente e
participativa, um mecanismo inovador buscando a sustentabilidade e a permanência
da agua em qualidade e quantidade para todos.
A Política l\Jacional de Recursos Hídricos demonstra que o gerenciamento dos
recursos hídricos deve ser realizado através da delimitação territorial das bacias
hidrográficas:
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É esse comitê que toma decisões para gerir a água como, por exemplo, a cobrança
pelo uso do recurso.
Para Pruski (2010), bacia hidrográfica é "adotada como unidade de
planejamento para a qual há necessidade de se estudar o gerenciamento do recurso
natural como um todo, sem redução temática". O autor expõe, ainda, os princípios
que norteadores das bacias hidrográficas. São eles: "conhecimento do ambiente
reinante na bacia; planejamento das intervenções na bacia; participação dos
usuários; implementação de mecanismo de financiamento das intervenções,
baseadas no princípio usuário-pagador".
Portanto, revela-se de fundamental importância as decisões dos Comitês,
uma vez que é a partir deles que se decide o valor econômico a ser cobrado pelo
uso da água, o qual será posteriormente aplicado na recuperação dessas bacias
hidrográficas.
A chamada Lei das Águas ou Código das Águas, decreto 24.643/1934, deu
início a gestão dos Recursos Hídricos no Brasil, apontando a relevância do
desenvolvimento do país através de incentivos agrícolas, industriais e de energia.
Além de trazer em seu bojo possibilidade de cobrança pelo uso da água, trouxe
também o respaldo para desapropriação da água em caso de interesse público,
embora a Constituição Federal de 1988 não recepcione tal afi rmativa .
I\la década de oitenta, foi publicada a lei nº 6.938 de 31 de agosto 1981, a
Política Nacional do meio ambiente, dando uma importância maior a preservação do
meio ambiente e não seu valor econômico. A Lei nº. 7.347/85 apresentou a
responsabilidade objetiva àquele que comete danos ao meio ambiente . É à
aplicação do princípio do poluidor - pagador, obrigação de indenizar ou recuperar os
danos causados aos recursos ambientais.
A Constituição Federal de 1988 ficou conhecida por muitos com Constituição
Ambientalista veio para impor a população o dever de proteger o meio ambiente,
considerando como "bens de uso comum do povo aqueles que, por determinação
legal ou por sua própria natureza, podem ser utilizados por todos em igualdade de
condições". Maria Sylvia Zanella Di Pietro (2003, p. 545) . Nossa Carta magna trouxe,
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na parte de ordem social, um capítulo destinado ao meio ambiente, gerando um
modelo de gestão descentralizada,
Segundo José Afonso da Silva (2004, p. 46), "a Constituição de 1988 foi,
portanto, a primeira a tratar deliberadamente da questão ambiental", trazendo
maneiras para sua proteção, sendo tratada por alguns como "Constituição Verde".
Foi a partir da Lei nº 9.433, de 08 de janeiro de 1997, que foi instalada a
Política Nacional de Recursos Hídricos, regulamentando o inciso XIX do artigo 21 da
Constituição, o qual dispõe sobre a competência da União de instituir um sistema
nacional para gerenciar recursos hídricos. Esta legislação possibilitou a gestão da
água através da cobrança pelo seu uso, visando a racionalização deste recurso
pelos seus usuários.
A PNRH trouxe também o "Plano de Bacia", no qual cada bacia terá seu plano
de recursos hídricos aprovado pelos Comitês de Bacia, contendo demandas, metas,
formas de cobranças pelo uso da água, estudos sobre a qualidade da água.
Posteriormente será integrado à política do estado, e em seguida ao plano nacional.
A Lei supramencionada regula tarnbém o chamado Sistema Nacional de
gerenciamento de Recursos Hídricos, o SNGRH , São órgãos brasileiros como a
ANA - Agência Nacional de Águas, os quais atuam na gestão hídrica do Brasil. O
Sistema apresenta prerrogativas como coordenar a gestão integrada das águas e
promover a cobrança pelo uso da água. Portanto, é o Sistema que gerencia os
recursos financeiros, sociais e de ordem jurídica sobre as bacias hidrográficas.
A ANA é uma agência fiscalizadora e reguladora responsável pela
implementação da Política Nacional dos Recursos Hídricos, integrando o Sistema
Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos. Amparada pela Lei nº
9.984/2000, é ela quem implementa a cobrança para o uso dos corpos hídricos,
através das outorgas, objetivando o controle de quantidade e qualidade da água.
O artigo 4º da da Lei Federal nº 9.984/2000, diz que compete a ANA:
Art. 21. Na fixação dos va lores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos
devem ser observados, dentre outros:
I - nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime
de variação ;
II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume
lançado e seu regime de variação e as características físico-químicas, biológicas e
de toxidade do afluente.
A Lei de PNRH diz que a cobrança pelo uso da água será feita através de
outorga, entendemos, portanto, que será inexigível a cobrança quando não se cabe
a outorga. Ressalte-se que na eventual transgressão ao que determina a lei, o
agente causador, seja ele pessoa física ou jurídica poderá ser responsabilizado civil
e criminalmente.
Conclusão
Referências Bibliográficas
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_ _ _ o Lei n2 • 7.347 de 24 de julho de 1985. Disciplina a ação civil pública de
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanelfa. Direito Administrativo. 25 . ed. São Paulo: Atlas ,
2003.
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SANTOS, Ana Paula Miranda dos. Tutela Jurídica das Águas nas Constituições
Brasileiras. Disponível no site ;
http://amigosdanatureza. org. br/noticias/306/trabalhos/174.
SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. 5. ed. São Paulo:
Malheiros, 2004.
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