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Sumário

APRESENTAÇÃO DO PLANO DE GOVERNO ......................................................................................................... 04

A NATAL QUE MERECEMOS ........................................................................................................................................ 06

EIXO 1 | Natal merece direitos para todo o povo ............................................................................................. 07


. OBJETIVO 1 - Assegurar o acesso à Educação pública de qualidade. .......................................................... 09
. OBJETIVO 2 - Universalizar o acesso à saúde de qualidade. ............................................................................ 10
. OBJETIVO 3 - Fortalecer a política de Assistência Social. .................................................................................. 12
. OBJETIVO 4 - Institucionalizar a rede municipal de proteção aos Direitos Humanos e
de grupos em situação de vulnerabilidade socioeconômica. ..................................................................................... 13
. OBJETIVO 5 - Combater o racismo e estruturar uma prefeitura antirracista. ............................................ 14
. OBJETIVO 6 - Promover a igualdade de gênero e combater qualquer forma de
violência contra a mulher. ........................................................................................................................................................ 15
. OBJETIVO 7 - Assegurar acesso à moradia digna e segura. ............................................................................. 16
. OBJETIVO 8 - Consolidar as políticas públicas de cultura e de preservação do
patrimônio histórico da cidade. ............................................................................................................................................. 17
. OBJETIVO 9 - Democratizar e requalificar os espaços públicos e estruturar a cidade
com equipamentos e espaços de lazer e para a prática de esporte. ........................................................................ 18
. OBJETIVO 10 - Estruturar o sistema de mobilidade urbana na cidade. ...................................................... 19
. OBJETIVO 11 - Construir política de segurança pública cidadã e baseada em evidências. ...................... 20
. OBJETIVO 12 - Assegurar o desenvolvimento urbano da cidade por meio do
planejamento. .............................................................................................................................................................................. 21

EIXO 2 | Natal merece uma gestão pública e serviços públicos mais modernos e
transparentes .............................................................................................................................................................................. 23
. OBJETIVO 1 - Assegurar a participação popular, descentralizar a tomada de decisão e
a execução de políticas públicas, e aumentar a transparência. ................................................................................. 26
. OBJETIVO 2 - Promover uma transformação digital da administração municipal para
melhorar a prestação dos serviços públicos. .................................................................................................................... 27
. OBJETIVO 3 - Realizar planejamento orçamentário e financeiro do município. ...................................... 27
. OBJETIVO 4 - Capacitar e valorizar os servidores públicos municipais para melhorar a
prestação do serviço público. ................................................................................................................................................. 28
. OBJETIVO 5 - Institucionalizar iniciativas que promovam justiça social. .................................................... 29
. OBJETIVO 6 - Consolidar a cooperação interfederativa da região metropolitana. ................................ 29

EIXO 3 | Natal merece mais desenvolvimento sustentável ......................................................................... 31


. OBJETIVO 1 - Transformar Natal em um polo tecnológico. ............................................................................. 34
. OBJETIVO 2 - Estruturar política de emprego e renda no município. ......................................................... 35
. OBJETIVO 3 - Implantar programa de incentivo à industrialização e de fomento a
atividades com maior valor agregado. ................................................................................................................................ 36
. OBJETIVO 4 - Consolidar um turismo integrado à comunidade e ambientalmente
adequado ao século XXI. .......................................................................................................................................................... 37
. OBJETIVO 5 - Organizar o trabalho informal e assegurar direitos a esses trabalhadores. ..................... 38
. OBJETIVO 6 - Fomentar a economia solidária e os pequenos e microempreendedores. ..................... 38
. OBJETIVO 7 - Incentivar a pesca artesanal, a indústria pesqueira e a agricultura urbana. ..................... 39

EIXO 4 | Natal merece mais justiça socioambiental ....................................................................................... 40


. OBJETIVO 1 - Transformar Natal em uma cidade sustentável. ....................................................................... 41
. OBJETIVO 2 - Promover medidas de mitigação (redução da emissão de gases do

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efeito estufa) e adaptar a cidade aos efeitos das mudanças climáticas. ................................................................. 42
. OBJETIVO 3 - Melhorar o sistema de drenagem urbana e requalificar as lagoas de
captação para evitar alagamentos e desastres ambientais. ........................................................................................ 43
. OBJETIVO 4 - Estruturar a rede de esgotamento sanitário da cidade. ........................................................ 43
. OBJETIVO 5 - Gerir os resíduos sólidos de forma a reduzir o volume e garantir o
tratamento adequado dos resíduos gerados. ................................................................................................................... 43
. OBJETIVO 6 - Preservar a Biodiversidade e restaurar os ecossistemas existentes no
município. ...................................................................................................................................................................................... 44
. OBJETIVO 7 - Instituir uma política de proteção e de recuperação de nossos recursos
hídricos. ......................................................................................................................................................................................... 44
. OBJETIVO 8 - Proteger a nossa zona costeira para garantir a sua biodiversidade, a sua
balneabilidade e seu uso diverso pela população. ........................................................................................................ 44
. OBJETIVO 9 - Contribuir para a transição energética do município. ........................................................... 45
. OBJETIVO 10 - Transformar Natal numa cidade que acolhe todos os seres. ............................................. 45

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1 | APRESENTAÇÃO DO PLANO DE GOVERNO

A candidatura de Natália Bonavides para a prefeitura de Natal e de Milklei Leite para a vice prefeitura é
uma oportunidade da cidade para romper com o ciclo de prefeituras que não fazem o menor esforço para
garantir uma vida melhor para quem vive em Natal. Nos últimos anos, nossa cidade teve governos que
fizeram muito menos do que o necessário para resolver os problemas da cidade e da classe trabalhadora
natalense.

Os resultados disso têm sido a desaceleração do crescimento da cidade, o aumento da desigualdade,


a perda de oportunidades de investimento, o sucateamento dos serviços públicos, a criação de barreiras
para que a população tenha acesso a direitos, a redução da renda e de direitos dos servidores públicos e
dos trabalhadores, o colapso do sistema de transporte público da cidade, e, em última instância, a piora
da vida das pessoas que vivem em nossa cidade. Tudo isso está fazendo Natal ficar para trás quando
comparada às capitais próximas à do nosso estado. Enquanto essas capitais tiveram políticas públicas que
contribuíram para a redução da desigualdade e para uma aceleração do crescimento econômico, a nossa,
vítima de decisões políticas equivocadas de quem esteve à frente da prefeitura nos últimos anos, caminhou
no sentido contrário.

É chegado o momento de rompermos de vez com essa realidade. E a candidatura de Natália Bonavides
e de Milklei Leite, representando a Coligação Natal Merece Mais, é uma oportunidade para construirmos
uma Natal comprometida com a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem nesta cidade. Para
isso, este plano de governo tem como principal meta estabelecer políticas que coloquem a cidade no rumo
do desenvolvimento sustentável com combate às desigualdades e com garantia de direitos.

E a chapa da Coligação Natal Merece Mais é a única preparada para executar uma agenda capaz
de colocar Natal nesse rumo, por ela ser construída pelos setores que lutam por construir uma cidade
verdadeiramente popular. Esta chapa é um movimento de quem lutou contra as políticas das gestões
anteriores da prefeitura que deixaram Natal para trás e reduziram os horizontes dos sonhos do povo
natalense. Portanto, é um movimento para, finalmente, esses setores tomarem as rédeas do futuro da
cidade para conduzir uma gestão municipal que tenha como objetivo principal garantir direitos e acabar
com as desigualdades.

Este plano de governo é fruto de um processo que se iniciou com plenárias temáticas em bairros que
denominamos “chame gente” para ouvir as principais demandas e angústias da população de Natal. Além
disso, também organizamos Grupos de Trabalho, com a participação de pessoas que voluntariamente
manifestaram interesse em contribuir com este plano para tornar realidade a Natal de nossos sonhos,

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um procedimento de consulta popular por meio de um portal da internet. A partir das contribuições que
vieram dessas plenárias, dos Grupos de Trabalho e das propostas que chegaram a partir das mais de 300
contribuições por meio da plataforma Natal Merece Mais (natalmerecemais.com.br), a Coligação Natal
Merece Mais elaborou este plano de governo.

Ao fim desse processo, entendemos que o plano de governo que tem o objetivo de garantir o
desenvolvimento sustentável com combate às desigualdades em Natal precisa ser estruturado nos
seguintes eixos:
a) Natal merece direitos para todo o povo
b) Natal merece uma gestão pública e serviços públicos mais modernos e transparentes
c) Natal merece mais desenvolvimento sustentável
d) Natal merece mais justiça socioambiental

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2 | A NATAL QUE MERECEMOS

Para reverter o quadro no qual a nossa cidade se encontra, é preciso que Natal tenha uma gestão na
prefeitura cujos principais compromissos sejam: a) criar políticas públicas, por meio de amplo processo de
participação popular, que garantam acesso a direitos, sem qualquer discriminação, para todas as pessoas
que vivem em Natal e que venham visitá-la, que revertam as desigualdades, combatam as discriminações
e afirmem a cidadania; b) modernizar a prestação de serviços públicos para melhorar e agilizar o acesso
a direitos; c) criar as condições para que Natal acelere o crescimento econômico e tenha empregos de
qualidade, contribuir para uma maior diversificação da matriz produtiva de nossa cidade, incentivar
atividades econômicas com menor emissão de carbono e atrair mais investimentos; d) construir políticas
que garantam maior resiliência da cidade às mudanças climáticas e que Natal se torne exemplo de políticas
que contribuam para a transição energética e para mitigar o processo de mudanças climáticas.

Esses compromissos devem ser os eixos orientadores da execução de políticas públicas cujo principal
objetivo é o de melhorar a vida das trabalhadoras e dos trabalhadores da cidade. Esses eixos serão capazes
de colocar a cidade de Natal no rumo do desenvolvimento sustentável com combate às desigualdades.
Executar essa agenda de transformação da cidade baseada nas necessidades de nosso povo exige ampla
participação popular no processo de deliberação, controle e execução das políticas para que essa agenda
ganhe a legitimidade necessária para sua implementação. Além disso, para melhorar a vida de nosso povo,
essa agenda precisa entregar serviços públicos de qualidade para garantir acesso a direitos. Por isso, será
uma diretriz norteadora de todos esses eixos a combinação de participação popular com a entrega de
serviços públicos.

O governo que executará este plano também terá como princípios a unicidade e a integração das
políticas públicas; dessa forma, promoverá a colaboração intersetorial entre as diversas secretarias e órgãos
municipais responsáveis pelas políticas públicas, assegurando que todas as ações e programas trabalhem
de forma coordenada e complementar para assegurar cidadania às pessoas que vivem na nossa cidade
e que vêm visitá-la. Com este plano, a gestão municipal resgatará o papel do município de coordenar,
planejar, regular e promover políticas públicas que asseguram acesso a direitos e desenvolvimento.

Portanto, para construir a Natal que merecemos, o governo que executará este plano irá elaborar
propostas, programas, projetos e ações de governo orientados pelas diretrizes e ações descritas nos
seguintes eixos:

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EIXO 1 | Natal merece direitos para todo o povo

O principal objetivo de uma gestão da prefeitura deve ser garantir e estruturar uma rede de serviços
públicos capaz de promover o bem-estar de todas as pessoas que vivem em nossa cidade e que vêm visitá-
la. Por isso, este eixo do plano de governo é destinado a estabelecer as diretrizes necessárias para criar
políticas públicas, por meio de amplo processo de participação popular, que garantam acesso a direitos,
sem qualquer discriminação. As políticas serão direcionadas para todas as pessoas que vivem em Natal,
revertendo desigualdades e combatendo discriminações, garantindo, assim, a plena cidadania para todo
o povo.
Este eixo tem como meta garantir a qualidade de vida da população natalense. A partir dele, serão
estabelecidas as diretrizes para políticas essenciais como saúde e educação, assegurando que todos
tenham acesso a serviços de saúde de qualidade, educação inclusiva e de excelência, e programas de bem-
estar social. A qualidade de vida é um direito fundamental, e nossas ações estarão focadas em proporcionar
condições para que cada pessoa viva com dignidade.
A partir deste eixo, desenharemos políticas que ampliem o acesso a serviços médicos e hospitalares de
qualidade, além de programas preventivos que promovam a saúde pública e de outros serviços de saúde.
A meta é garantir que todos, independentemente de sua condição socioeconômica e, principalmente,
do bairro onde moram, tenham acesso a tratamentos de saúde eficientes e humanizados. Também
trabalharemos para oferecer uma educação pública de qualidade, com infraestrutura adequada, valorização
dos profissionais da educação e programas que incentivem a permanência e o sucesso escolar. A formação
integral do povo natalense é essencial para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e próspera.
Compreendemos que o pleno acesso à educação é mais do que garantia de aula e educação formal.
A escola precisa ser vista como o principal equipamento social, cultural, esportivo e pedagógico de uma
comunidade – é onde primeiro o poder público chega muitas vezes e onde conseguimos tratar as questões
sociais de forma global.
Nesse sentido, acreditamos que é preciso um amplo processo de valorização da educação, com
investimentos robustos, com vistas a tornar a escola o centro irradiador das diversas políticas públicas
implementadas pelo município: é onde se vai estudar, brincar, acessar internet, praticar esportes, fazer
uma reunião da associação comunitária, fazer um projeto de dança, teatro, uma horta comunitária,
onde ocorrerá campanhas de conscientização, vacina. Tudo isso pensando que educação é mais do que
conteúdos formais, é constituir-se cidadão e cidadã.
Natal é uma cidade marcada por profundas desigualdades, e é essencial que as políticas de combate
a elas estejam no centro de nossas ações. Por isso, é preciso fortalecer políticas de assistência social que
apoiem as populações mais vulneráveis, proporcionando acesso a serviços básicos, programas de geração
de emprego e renda, e iniciativas que promovam a inclusão social.
Este eixo também norteará as políticas de direitos humanos, assegurando que todas as pessoas
tenham seus direitos fundamentais respeitados e protegidos.
Promoveremos ações que combatam todas as formas de discriminação e violência, assegurando que
Natal seja uma cidade inclusiva, onde todos possam viver com segurança e dignidade.
A participação popular será uma ferramenta essencial para a construção dessas políticas, garantindo

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que as vozes da população sejam ouvidas e que as soluções sejam construídas de forma participativa.
Juntos, trabalharemos para transformar Natal em uma cidade mais justa, digna e acolhedora para todos.
Os objetivos deste eixo são:

OBJETIVO 1 - Assegurar o acesso à Educação pública de qualidade.


Diretrizes e ações:
. Construir uma Educação pública, democrática, de qualidade e socialmente referenciada;
. Elaborar e executar programa de expansão da educação integral na rede municipal de ensino;
. Democratizar o acesso à educação e elaborar ações de permanência estudantil;
. Priorizar a educação de qualidade em tempo integral, com a construção de creches, incluindo
horários estendidos para atender mães e pais que trabalham em horários diferenciados, ou em turnos de
longa duração;
. Garantir a universalização do acesso às creches por meio da ampliação das vagas por meio da
finalização das obras inacabadas deixadas pelas gestões anteriores, da construção de novas unidades e de
um plano emergencial de ampliação de vagas para que nenhuma criança esteja fora da creche desde os
primeiros dias de governo;
. Estabelecer um sistema transparente de demanda de creche;
. Ampliar a oferta de turmas para jovens e adultos;
. Instituir uma política de enfrentamento ao analfabetismo;
. Constituir os Conselhos Escolares como estratégia de democratizar as decisões na área de educação
e a fiscalização do cumprimento do Plano Municipal de Educação por meio da participação de todos os
atores envolvidos no processo educativo;
. Democratizar a gestão escolar por meio do fomento da participação dos pais, responsáveis e da
comunidade nas decisões escolares, e do diálogo entre todos os atores das escolas;
. Incentivar a organização estudantil nas escolas;
. Promover a educação em direitos humanos e garantir que os currículos escolares se pautem pelas
políticas afirmativas, pela educação antirracista e pela valorização da diversidade e da inclusão;
. Fomentar o desenvolvimento de projetos que tratem sobre temas de relevância para a juventude,
como educação ambiental e combate à violência, nas unidades escolares;
. Transformar as unidades escolares para que sejam também espaços de convivência nos bairros em
que estão localizadas, com serviços de cultura, lazer e esporte;
. Construir plano para reduzir gradativamente os aluguéis dos prédios escolares e Centros Municipais
de Educação Infantil (CMEIs), buscando ter equipamentos próprios do município;
. Retomar obras paralisadas pelas gestões anteriores, planejar e executar reformas nas escolas que
necessitam de requalificação;
. Ampliar o número de salas de aulas climatizadas nas escolas das redes municipais;
. Garantir o livro didático e o fardamento escolar para os estudantes;
. Assegurar que as escolas municipais tenham acesso à internet e que contem com computadores
tanto para as atividades administrativas e pedagógicas, quanto para uso da comunidade;
. Promover programa de letramento digital aos estudantes da rede municipal;

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. Implementar ações intersetoriais, integrando educação, assistência social, saúde, esporte e lazer,
buscando ampliar o trabalho das equipes multidisciplinares no ambiente escolar;
. Transformar os espaços das escolas em ambiente de preservação da memória dos bairros nos quais
elas estejam localizadas;
. Valorizar as bibliotecas públicas como espaço social e cultural relevante: ampliar, garantir acervo
diverso, digital e físico, com livros, mídias, imagens, além de infraestrutura de estudos coletivo e individual
e uso tanto escolar como comunitário;
. Ampliar a frota de veículos de transporte escolar, reduzindo os aluguéis e garantindo o atendimento
completo da demanda;
. Garantir alimentação escolar de qualidade, incluindo alimentos saudáveis, da agricultura familiar,
bem como o incentivo à construção de hortas escolares e comunitárias nas dependências da rede de
ensino;
. Garantir adequação das unidades de ensino e dos serviços de educação às necessidades das pessoas
com deficiência;
. Promover e assegurar a ocorrência de reuniões pedagógicas com educadores e educadoras que
discutam o desenvolvimento dos alunos coletiva e individualmente, constatando dificuldades e projetando
planos para superá-las, inclusive com medidas de reforço escolar;
. Ampliar o atendimento de educação inclusiva para estudantes com deficiência, condições ou
transtornos, garantindo contratação de pessoal especializado, além de melhoria da infraestrutura;
. Assegurar que 1/3 da jornada de trabalho das educadoras e dos educadores seja destinado a atividades
extraclasse;
. Elaborar a política municipal de formação e valorização dos profissionais da educação com as
seguintes diretrizes: a) mesa Permanente de Negociação; b) cumprimento de piso salarial; c) respeito à
jornada; d) formação contínua.

OBJETIVO 2 - Universalizar o acesso à saúde de qualidade.


Diretrizes e ações:
. Construir políticas públicas para a saúde orientadas pelos princípios e diretrizes do Sistema Único
de Saúde (SUS);
. Executar políticas fundamentadas no conceito ampliado de Saúde, que inclui todas as condições
necessárias para se ter uma boa saúde e uma vida plena, tais como: saneamento básico e ambiente saudável,
moradia digna, trabalho salubre, renda compatível, transporte confortável, educação de qualidade, direito
ao esporte, acesso à cultura, serviços urbanos eficazes, dentre outros bens coletivos;
. Fortalecimento da participação social na Saúde em parceria com o Conselho Municipal de Saúde,
o envolvimento dos conselhos distritais e locais, o diálogo com as associações comunitárias, sindicatos
profissionais e grupos organizados da sociedade que advogam pelo direito à saúde;
. Desenvolver relações federativas baseadas na cooperação e colaboração como condição para
assegurar a integração das ações, tão necessárias à garantia do cuidado continuado às pessoas, nas redes
de atenção;

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. Construir pactos entre os entes federados, liderando a constituição do consórcio interfederativo
setorial;
. Aprimorar a regionalização da Saúde no município com fortalecimento dos distritos sanitários e
integração de ações intersetoriais nos distritos sanitários;
. Promover uma profunda transformação na Atenção Primária à Saúde (APS), com foco em assegurar
a adequada distribuição de insumos, medicamentos e equipamentos;
. Garantir a integralidade entre a APS e a Atenção Especializada, de modo que a população seja
encaminhada para consultas especializadas, além de aderir ao APS Potiguar e a todas as ofertas do
Ministério da Saúde aos municípios;
. Desenvolver uma política de educação permanente para os trabalhadores da saúde;
. Executar uma política de informatização dos serviços e promoção da transformação digital nos
serviços da APS com integração das informações sanitárias em prontuário único em todos os serviços da
rede;
. Profissionalizar a gerência dos serviços de atenção básica com escolha qualificada de dirigentes
locais, incremento da participação comunitária e educação permanente de gerentes e profissionais;
. Reestruturar os serviços de saúde bucal e da assistência farmacêutica, reconhecendo o caráter
transversal dessas políticas e a necessidade de superação do caos generalizado que perdura ao longo das
últimas gestões;
. Consolidar a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de modo a promover a superação do modelo
hospitalocêntrico do tratamento das questões de saúde mental;
. Desenvolver ações e serviços orientados a ampliar a capacidade funcional e desempenho das pessoas
com deficiência, tendo como objetivo desenvolver potencialidades, talentos, habilidades e aptidões físicas,
cognitivas, sensoriais, psicossociais, atitudinais, profissionais e artísticas que contribuam para a conquista
da autonomia e participação social em igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas;
. Elaborar uma política municipal de atenção à saúde da pessoa idosa;
. Fortalecer as ações de saúde sexual e reprodutiva no município;
. Formular política de equidade em saúde, de modo a atender às especificidades de grupos sociais
em vulnerabilidade socioeconômica, frente aos desafios para garantir o acesso e a permanência na saúde
pública municipal por parte da população LGBTQIA+, indígena, quilombola, pescadores e ribeirinhos,
povos ciganos, migrantes, refugiados e apátridas, formular política de equidade em saúde, de modo a
atender às especificidades desses grupos;
. Incorporar de forma efetiva a estratégia da promoção da saúde em nível municipal, visando criar
mecanismos que reduzam situações de vulnerabilidade socioeconômica e os riscos à saúde da população,
privilegiando a redução dos agravos quanto às Doenças Crônicas e Raras;
. Promover a reestruturação da Atenção Especializada com o objetivo de assegurar a efetiva articulação
dela com a APS e a sua organização em Rede e implementação em Linhas de Cuidado integradas com os
serviços estaduais e federais;
. Reformular o atendimento pré-hospitalar móvel (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU
- e Serviço de Transporte Sanitário - STS), além de realizar investimentos na infraestrutura do atendimento

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pré-hospitalar fixo (Unidades de Pronto Atendimento - UPAS);
. Desenvolver política de pesquisa e inovação tecnológica com base nas necessidades do sistema
municipal de saúde;
. Promover uma transformação digital no acesso à saúde pública municipal por meio da celebração
de convênios e parcerias para garantir a criação de ferramentas que possibilitem a marcação on-line e
transparência quanto às consultas, exames, cirurgias, leitos e demais procedimentos (regulação);
. Fortalecer e qualificar a cooperação com as Universidades e instituições de Ensino e Pesquisa com
vistas a tornar o SUS municipal em um Sistema de Saúde Escola e incorporar saberes e tecnologias na
qualificação dos serviços;
. Reorganizar a vigilância em saúde no município, potencializando ações integradas com o Ministério
da Saúde, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (SESAP), os municípios da região metropolitana, visando
qualificar as ações de controle de riscos, doenças e agravos em todas as regiões da cidade.

OBJETIVO 3 - Fortalecer a política de Assistência Social.


Diretrizes e ações:
. Combater desigualdade e criar oportunidades para que a população em situação de miséria possa
superar essa condição;
. Assegurar que a pasta de assistência seja coordenada por profissional com histórico na área;
. Expandir a presença do poder público nos bairros por meio da abertura de Centro de Referência
de Assistência Social (CRAS) onde há ausência de equipamentos de proteção social, considerando o índice
populacional do território, de modo a garantir que todas as regiões do município sejam cobertas
por uma rede socioassistencial eficaz;
. Ampliar o Serviço de Acolhimento Institucional;
. Criar o Serviço de Família Acolhedora;
. Garantir a melhoria da infraestrutura das Unidades de acolhimento de Criança e Adolescente, e das
condições materiais para a realização do trabalho;
. Garantir os equipamentos necessários (tais como internet, celulares, materiais de
expediente e computadores) para o funcionamento das unidades de assistência;
. Ampliar as formas de concessão de benefícios eventuais;
. Fortalecer e ampliar o Serviço de Situação de Calamidade e Emergência através da construção de
um protocolo que esteja integrado aos serviços e benefícios socioassistenciais;
. Descentralizar os postos de cadastramento para o Cadastro Único para os bairros;
. Garantir a prestação de serviços e concessão de benefícios que considerem as diversidades
socioculturais e identidades, viabilizando o acesso de grupos específicos, visando à sua proteção e ao seu
protagonismo;
. Aprimorar a vigilância socioassistencial, com adoção sistemática do índice de proteção social e a
construção de mapas de proteção e desproteção social;
. Respeitar e apoiar os espaços de participação e controle social, garantindo, assim, a gestão
democrática da política de assistência social;
. Criar uma Ouvidoria no Sistema Único de Assistência Social;

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. Fortalecer a atuação do Conselho Municipal de Assistência Social;
. Assegurar maior integração entre as políticas de assistência do município com as do sistema federal
para operacionalizar o Sistema Único da Assistência Social (SUAS);
. Desenvolver uma política de capacitação permanente de servidores, conselheiros e de trabalhadores
dos prestadores de serviço dos equipamentos de assistência;
. Estruturar a cobertura do serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para atendimento em
contraturno escolar.

OBJETIVO 4 - Institucionalizar a rede municipal de proteção aos Direitos Humanos e de grupos em


situação de vulnerabilidade socioeconômica.
Diretrizes e ações:
. Assegurar a liberdade de grupos que necessitam de proteção específica e adotar políticas de
reparação;
. Adotar uma governança que garanta a intersetorialidade da execução de políticas públicas do
município, com a coordenação dos órgãos municipais responsáveis pela execução de políticas voltadas
para a proteção específica de grupos em situação de vulnerabilidade socioeconômica;
. Valorizar a diversidade como forma de construir uma cidade democrática;
. Promover a afirmação de direitos humanos como política transversal a todas as políticas executadas
pelo município;
. Combater todas as formas de preconceito, exclusão e segregação de pessoas e grupos;
. Instituir políticas, programas e ações intersetoriais de enfrentamento ao racismo, machismo,
LGBTfobia, capacitismo, inclusive por meio de políticas de incentivo à empregabilidade dos grupos que
sofrem essas violências;
. Combater a violência em todas as suas formas, inclusive as perpetradas por agentes do Estado;
. Fortalecer os mecanismos de proteção aos direitos de crianças e adolescentes;
. Combater a violência sexual contra crianças e adolescentes e estabelecer políticas de atendimento
às vítimas desse tipo de violência de modo a tratar as consequências físicas e psicológicas;
. Fortalecer as estruturas e programas que contribuem para o enfrentamento do racismo;
. Garantir a liberdade religiosa e o respeito a todas as formas de religião, crença, culto ou fé;
. Criar uma Ouvidoria Geral Municipal de Direitos Humanos com a competência de receber, analisar e
encaminhar as manifestações recebidas pela população relativas às violações de Direitos Humanos;
. Estabelecer um sistema de inteligência que sistematize dados sobre a situação da
proteção de Direitos Humanos;
. Adotar programa de capacitação contínua a todos os servidores para garantir que o serviço público
atenda às necessidades específicas de cada grupo em situação de vulnerabilidade socioeconômica e
contribua para o combate à violência, ao preconceito, à exclusão e à segregação de pessoas e grupos;
. Promover atividades de educação em direitos humanos;
. Fortalecer a rede de atenção às pessoas com deficiência, inclusive com a criação de centros de
reabilitação para essas pessoas;

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. Adaptar a cidade e seus equipamentos e serviços para que eles sejam compatíveis às necessidades
das pessoas com deficiência, com especial atenção à adequação das calçadas, dos serviços de turismo e
dos sistemas de semaforização e de transporte público;
. Criar programas específicos de atenção à saúde da pessoa idosa e criar centros de lazer e convivência
para essa população;
. Adaptar a cidade e seus equipamentos e serviços à pessoa obesa;
. Criar uma Política Municipal de atenção à população apátrida, refugiada e migrante com o objetivo
de criar ferramentas de: a) combate à xenofobia; b) promoção de acesso a direitos sociais, econômicos
e culturais; c) garantia de direito à documentação; d) fomento à convivência familiar e comunitária; e)
instituição de um programa municipal de acolhimento aos refugiados, apátridas e migrantes;
. Constituir uma Comissão da Verdade, Memória e da Justiça no âmbito do município com a
competência de recomendar um programa de Verdade, Memória e Justiça sobre o período de arbítrio
da ditadura e de apoiar familiares de mortos e desaparecidos políticos a encontrar o paradeiro dos que
sofreram a violência da ditadura;
. Instituir uma Política Municipal para a População em Situação de Rua com o objetivo de criar
instrumentos para: a) implementar uma política de habitação de interesse social para essa população,
a exemplo das políticas desenvolvidas com base no modelo “moradia primeiro”; b) ampliar os serviços
socioassistenciais a
essa população; c) assegurar uma política de trabalho, emprego, renda, formação e educação para a
população em situação de rua;
. Facilitar o acesso à documentação da população em situação de rua, com mutirões nos locais onde
as pessoas estão, desburocratizando e facilitando o acesso a esse serviço de cidadania;
. Ampliar o atendimento de albergamento municipal e melhorar a estrutura já existente.
OBJETIVO 5 - Combater o racismo e estruturar uma prefeitura antirracista.
. Construir uma prefeitura antirracista com o compromisso da promoção da igualdade racial;
. Criar o Programa Municipal de Combate ao Racismo;
. Criar uma governança que garanta a participação de membros do governo e representantes da
sociedade civil no monitoramento e da implementação e dos resultados das políticas para a população
negra;
. Implementar o Plano Municipal de Saúde Integral da População Negra, garantindo acesso e
tratamento adequado nas unidades de saúde;
. Desenvolver e implementar um Protocolo Antirracista Municipal para orientar todas as ações da
administração pública, garantindo práticas antirracistas em todas as políticas e intervenções;
. Criar espaços culturais que valorizem e preservem a herança cultural africana, indígena e de outros
povos tradicionais, como museus e centros culturais;
. Ampliar o apoio a eventos culturais que promovam as culturas de comunidades tradicionais;
. Propor a criação de espaços reservados aos povos e comunidades tradicionais de matrizes africanas
e ameríndias com o objetivo de permitir que exerçam o livre direito ao culto e às manifestações ritualísticas,

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com vistas a instituir, na praia do meio, um Largo Multicultural das tradições afroameríndias;
. Instituir programa de capacitação e formação continuada dos servidores municipais, especialmente
os da segurança pública e os profissionais da educação, incluindo programa de combate ao racismo;
. Fomentar iniciativas nas escolas que contribuam para o cumprimento da obrigação estabelecida na
Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, de inclusão no currículo oficial da Rede de Ensino da temática “História
e Cultura Afro-Brasileira”;
. Incentivar a criação de roteiros turísticos em pontos simbólicos da cultura afroamérindia;
. Desenvolver programas de incentivo ao empreendedorismo negro e de comunidades tradicionais,
com treinamentos, mentorias e facilitação no acesso ao crédito;
. Criar a Feira Étnico-Racial do Município de Natal;
. Promover a regularização pública das Unidades tradicionais e dos terreiros.
OBJETIVO 6 - Promover a igualdade de gênero e combater qualquer forma de violência contra a
mulher.
Diretrizes e ações:
. Promover a proteção aos direitos das mulheres de modo a garantir o atendimento integral das
mulheres a todas as políticas das quais elas necessitem;
. Garantir autonomia pessoal e econômica às mulheres;
. Assegurar que haja integração entre os serviços de educação, saúde, proteção social e segurança
que atenda às necessidades especificidades das mulheres;
. Fomentar e apoiar iniciativas culturais que resgatem a memória, os saberes e fazeres das mulheres,
valorizando a cultura popular e ressaltando a contribuição das mulheres de todas as gerações;
. Instituir programa de geração de emprego e renda específico para mulheres, com especial atenção
à capacitação dessas mulheres em atividades que lhes garantam maior renda;
. Incentivar o acesso de mulheres às incubadoras, ao microcrédito e à assistência financeira, fortalecer
os empreendimentos econômico-solidários, e apoiar a organização das trabalhadoras informais de modo a
melhorar o acesso a direitos e a renda dessas trabalhadoras;
. Estruturar e ampliar a rede de acolhimento a mulheres em situação de violência;
. Fortalecer no município o Programa Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher em todas
as fases de suas vidas, levando em conta a diversidade do universo feminino e respeitando o corpo e as
decisões das mulheres;
. Garantir atendimento integral em saúde mental e saúde sexual e reprodutiva às mulheres;
. Garantir o planejamento reprodutivo e o acesso aos métodos contraceptivos, inclusive a contracepção
de emergência, e ampliação da oferta de consultas e exames ginecológicos;
. Adotar ações visando reduzir a taxa de mortalidade materna no período de gravidez, parto e
pós-parto, e enfrentar a violência obstétrica, com ações para capacitação de profissionais de saúde e de
promoção de campanhas de informação para a população em geral;
. Estabelecer políticas de atendimento às vítimas de violência sexual de modo a tratar as consequências
físicas e psicológicas;
. Combater o feminicídio e todas as demais formas de violência de gênero: física, psicológica, sexual,
doméstica, patrimonial, familiar, laboral e política;

15
. Instituir protocolo de notificação de casos de violência psicológica e física contra as mulheres em
todos os setores do município;
. Criar um protocolo para ser seguido por empresas (principalmente bares e restaurantes) e entidades
públicas de acionamento emergencial da rede de proteção de mulheres em situação de violência;
. Integrar e potencializar o funcionamento dos serviços existentes em âmbito local, articulando-
os com as redes nacional, estadual e regional, tais como prontos-socorros, polícias, guarda municipal,
assistência social, sistema de justiça, unidades de saúde e rede hospitalar, institutos de perícia, casas de
abrigo e outros equipamentos;
. Estabelecer parcerias com o governo federal para trazer serviços específicos para atendimento das
mulheres, tais como a Casa da Mulher Brasileira;
. Garantir o acesso ao auxílio aluguel social às mulheres vítimas de violência doméstica e em situação
de vulnerabilidade socioeconômica;
. Ter uma rede de saúde capacitada para fazer o primeiro acolhimento em caso de violência;
. Associar o município à campanha Brasil sem Misoginia, coordenada pelo Ministério das Mulheres;
. Fortalecer o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher;
. Criar um sistema de monitoramento das políticas executadas para as mulheres responsável pela
elaboração de estatísticas periódicas sobre as mulheres atendidas pelas políticas públicas do município;
. Garantir que os bairros da cidade sejam cobertos pelos serviços e políticas para as mulheres.
OBJETIVO 7 - Assegurar acesso à moradia digna e segura.
Diretrizes e ações:
. Priorizar investimentos em equipamentos urbanos em locais da cidade com menor acesso;
. Promover ações de regularização fundiária;
. Combater o déficit habitacional por meio de uma política habitacional perene que tenha como
principais focos a produção de unidades habitacionais para a população de baixa renda, a reforma e
recuperação de moradias precárias com vistas à qualificação de imóveis, e a reabilitação de imóveis
abandonados e
subutilizados, por meio de empreiteiras ou de autogestão, em parceria com entidades, associações e
sindicatos;
. Implementar políticas que garantam a execução da Lei nº 11.888, de 24 de dezembro de 2008, em
Natal de modo a assegurar que pessoas de baixa renda tenham acesso à assistência técnica para projeto
de habitação de interesse social;
. Priorizar a construção de novas habitações de interesse social em regiões com maior déficit
habitacional e em locais com amplo acesso a equipamentos, e serviços urbanos e postos de trabalho;
. Criar programa de concessão de direito de uso a partir da reabilitação de imóveis públicos
abandonados em áreas centrais;
. Implementar ações de monitoramento preventivo e recuperação de áreas em situação de risco;
. Desenvolver programa de realocação da população situada em áreas de risco ou de preservação
ambiental que respeite o direito dessa população à vizinhança, à memória e à cidade;

16
. Fortalecer programa de urbanização e regularização de loteamentos irregulares;
. Mapear terrenos destinados à produção de habitação de interesse social;
. Aplicar os instrumentos previstos na Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade), para
desestimular a ocorrência de imóveis que não cumpram a sua função social;
. Instituir comitê municipal de conflitos fundiários urbanos para mediar conflitos em torno de
despejos, reintegração de posses e outras formas de remoções forçadas de moradores.

OBJETIVO 8 - Consolidar as políticas públicas de cultura e de preservação do patrimônio histórico


da cidade.
Diretrizes e ações:
. Garantir a socialização dos bens culturais, a preservação do patrimônio histórico da cidade e a
perenidade e a sustentabilidade da cadeia econômica da cultura em nossa cidade;
. Criar projetos que possibilitem a circulação e fruição de produtos artísticos de nossa cidade em
todas as zonas e bairros;
. Criar uma política de reabertura, manutenção e ocupações dos espaços públicos da cultura já
existentes na cidade;
. Incentivo à ocupação dos espaços públicos da cidade por iniciativas culturais;
. Fortalecer a Rede Municipal de Pontos de Cultura;
. Implantar programa de apoio e acesso a conteúdo digital amplo e diversificado em áreas periféricas
da cidade;
. Criar corredor cultural da cidade, para fomento do turismo cultural;
. Valorizar os festejos populares e as diversas manifestações culturais, como batalhas de MCs, hip hop,
rap, grupos de dança de K-pop, bois de reis e pastoril, garantindo-lhes locais de ensaio e apresentação,
apoio logístico e infraestrutural, auxílio na divulgação e promoção, além de capacitação e formação;
. Adequar a infraestrutura física e tecnológica dos equipamentos culturais já
existentes na cidade e aumentar o número desses equipamentos;
. Realizar o mapeamento sociocultural de cada bairro da cidade para conhecer as
diferentes formas de expressão cultural e instituir um plano para incentivá-las;
. Apoiar as escolas de samba e grupos de quadrilhas existentes na cidade;
. Promover oficinas sobre a história das manifestações culturais nos equipamentos públicos de
cultura e de ensino;
. Promover uma progressiva ampliação do número de editais públicos com a perspectiva de incentivo
ao pequeno produtor cultural;
. Incorporar à política de qualificação de trabalhadores cursos sobre técnicas e práticas relacionadas
à produção artística;
. Reativar e reestruturar os equipamentos de formação artística da cidade, como a Escola Municipal
de Balé Rooselvelt Pimenta a Escola Técnica de Teatro Carlos Nereu;
. Criar Centros de Cultura e Memória Popular nos bairros destinados preservar a memória e as
tradições das comunidades nas quais estejam localizadas;

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. Utilizar os espaços escolares, fora dos horários de aula, para o desenvolvimento de atividades
culturais e de lazer;
. Investir na ampliação do número de bibliotecas municipais;
. Implantar ações afirmativas e cotas em ações, eventos e editais públicos de cultura, para garantir
que a diversidade também se manifeste por meio da cultura;
. Revitalizar da Ribeira e da Cidade Alta, de modo a otimizar a infraestrutura instalada nesses bairros,
e por meio da utilização de políticas de incentivo para ampliar o uso habitacional e o desenvolvimento do
comércio, dos serviços e das atividades de lazer e cultura da região;
. Reabrir um cinema público ou sala de cinema em Natal.
OBJETIVO 9 - Democratizar e requalificar os espaços públicos e estruturar a cidade com
equipamentos e espaços de lazer e para a prática de esporte.
Diretrizes e ações:
. Instituir uma política geral de uso, destinação e localização dos equipamentos e espaços desportivos
e de lazer do município e da implantação de projetos para ocupação desses espaços;
. Valorizar a participação das comunidades e a diversidade de manifestações esportivas e de lazer
presentes na cidade;
. Ampliar a oferta de espaços e de oportunidades de esporte, de lazer e de descanso na cidade, e
requalificar os já existentes;
. Integrar as políticas de esporte, lazer e cultura com políticas educacionais e de saúde;
. Descentralizar os equipamentos de práticas esportivas para que eles também sirvam como
instrumentos de desenvolvimento local;
. Apoiar a realização de eventos de competição de jogos eletrônicos (games) para contribuir com o
desenvolvimento do cenário de esportes eletrônicos (e-sports) na cidade;
. Elaborar plano por bairro, especialmente em regiões da periferia da cidade, com auxílio dos
conselhos de moradores, para implementar infraestrutura e equipamentos públicos em todas as regiões da
cidade, para requalificar e estimular o uso dos espaços públicos já existentes e para definir as prioridades
das intervenções urbanas em cada localidade;
. Transformar os equipamentos de lazer e de descanso da cidade em espaços de resfriamento para
que os cidadãos possam utilizá-los para aumentar o conforto térmico, como estratégia de promover a
adaptação da cidade às mudanças climáticas;
. Fomentar o uso do rio Potengi e de sua orla para atividades de lazer e esporte;
. Implementar um programa de iluminação pública eficiente e sustentável, com o objetivo de ampliar
o serviço de iluminação pública e substituir os atuais equipamentos de iluminação por lâmpadas de LED;
. Reforçar a zeladoria da cidade para garantir espaços urbanos limpos e bem cuidados, principalmente
com a adoção de um sistema moderno de monitoramento da situação dos equipamentos públicos da
cidade para assegurar a execução continuada de ações de manutenção e recuperação das ruas e dos
equipamentos públicos em todas as regiões da cidade;
. Construção de equipamentos higiênicos sanitários na cidade (banheiros, lavanderias, etc.).

18
OBJETIVO 10 - Estruturar o sistema de mobilidade urbana na cidade.
Diretrizes e ações:
. Priorizar o transporte coletivo em relação ao individual, e dar primazia aos pedestres;
. Transformar o transporte público em Natal em um instrumento que permita o acesso aos mais
variados equipamentos públicos e ao exercício de direitos;
. Articular todos os meios coletivos de transporte em uma rede única, de alcance metropolitano,
integrada física, tarifária e operacionalmente;
. Criar a infraestrutura para contemplar a necessidade dos que se utilizam, simultaneamente,
da mobilidade ativa e de outros meios de transporte, como o rodoviário e o metroviário, e instalando
instrumentos de suportes para bicicletas e demais necessidades dos usuários;
. Institucionalizar um sistema de planejamento permanente da rede de transporte público e de
mobilidade da cidade, e revisar o Plano Municipal de Mobilidade Urbana;
. Reordenar a secretaria competente para gerir o sistema de mobilidade da cidade de modo a adequá-
la à Política Nacional de Mobilidade Urbana;
. Adequar a rede de transporte público ao planejamento do desenvolvimento urbano;
. Tornar a administração pública municipal a efetiva gestora do serviço de transporte, garantindo
amplo acesso ao serviço e fomentando a mobilidade ativa na cidade;
. Instituir um sistema que integre a mobilidade de Natal à sua região metropolitana;
. Criar um sistema de organização do transporte público baseado em: a) sistema unificado de
bilhetagem e tarifação; b) reordenamento e integração do sistema de transporte coletivo urbano e
metropolitano; c) capilarização intermodal com apoio de bicicletários;
. Ampliar gradativamente as hipóteses de gratuidade no transporte público com o objetivo de
implantar o Programa Tarifa Zero na cidade;
. Priorizar a instituição de linhas que sirvam às populações que residem nas regiões periféricas da
cidade;
. Ampliar as faixas de ônibus e priorizar a segurança viária para ciclistas, implantando ciclovias nas
principais vias da cidade;
. Incentivar a implantação de uma frota de energia renovável no transporte público e modos de
transporte mais sustentáveis;
. Investir em transportes públicos de baixa emissão de carbono, priorizando a eficiência e a cobertura
de ônibus sustentáveis e ambientados ao clima local;
. Promover amplo programa de reabilitação dos pontos de ônibus de modo a torná-los mais
confortáveis para os usuários do transporte público e mais fáceis de localizar e identificar;
. Criar política de melhoria das condições de trabalho para os trabalhadores e trabalhadoras do
transporte público, com vistas a evitar sobrecargas e problemas de saúde laborais;
. Instituir um Plano de Logística e Carga com vistas a organizar o trânsito da cidade e melhorar a
infraestrutura necessária para permitir o desenvolvimento econômico da cidade;
. Tornar viável o aumento do uso de bicicleta como meio de transporte, com esse intuito, verificar a
viabilidade de instituir um sistema de compartilhamento de bicicletas com integração física e tarifária ao

19
sistema de transporte público da cidade e criar zonas demarcadas para uso alternativo de equipamentos
sustentáveis de mobilidade individual motorizados (autopropelidos), tal como patinetes elétricos,
skates, monociclos;
. Liderar a articulação de requalificação do sistema ferroviário, a inserção de veículo leve sobre trilhos
(VLT) em áreas de maior demanda.

OBJETIVO 11 - Construir política de segurança pública cidadã e baseada em evidências.


Diretrizes e ações:
. Implementar o Projeto Segurança Inteligente, que visa minimizar os riscos à segurança das pessoas e
patrimônios nos locais de maiores incidências criminais, com o estabelecimento de programa de Segurança
Contínua, supervisionada por um Conselho da Guarda Municipal e por um Conselho dos Moradores
e Lojistas dos locais especificados, com os seguintes objetivos: a) intensificação dos patrulhamentos
preventivos motorizados e a pé nos pontos sensíveis da cidade; b) introdução de Bases Móveis da Guarda
Municipal, que realizarão estacionamento em locais considerados críticos; c) otimização do monitoramento
eletrônico inteligente, especialmente nas vias de entrada e saída da cidade; d) investimento no serviço de
inteligência e estatística da Guarda Municipal;
. Ampliar e aprimorar o programa da Patrulha Maria da Penha (Lei municipal nº 461/2017) para
assegurar assistência e proteção às vítimas de violência doméstica (mulheres, crianças, pessoa idosa, etc.);
. Elaborar, a partir de sistema em que as pessoas possam reportar, com garantia de anonimidade
caso desejem, onde foram vitimadas pela criminalidade e qual o tipo desta, a fim de orientar políticas
de prevenção, concentrando ações e serviços públicos inibidores da violência (como, por ex., políticas de
iluminação, espaços e equipamentos públicos abertos);
. Instituir programa municipal de combate à receptação de celulares que utilize o código de
Identificação Internacional de Equipamento Móvel (IMEI) dos celulares em ações de fiscalização de lojas
para localizar celulares furtados e roubados, inspirado no exitoso modelo do governo do Piauí;
. Promover pesquisas sobre a violência na cidade;
. Realizar mapeamento da violência e da criminalidade da cidade para orientar a execução de políticas
de prevenção;
. Revitalizar o espaço urbano com transformação das áreas inseguras em áreas de lazer e cultura;
. Estruturar, efetivamente e com participação cidadã, o Conselho Municipal de Segurança Pública e o
Fundo Municipal de Segurança;
. Instituir programa de prevenção à violência e à criminalidade nos bairros, com foco nos espaços
mais vulneráveis da cidade, com as seguintes diretrizes: a) a criação de espaços de convivência; b) a garantia
de equipamentos públicos relacionados a acesso à cidadania e direitos; c) a abertura de escolas aos finais
de semana para atividades culturais, esportivas e de lazer; c) parceria com os governos federal e estadual
para executar programas de prevenção à violência, em diálogo com as ações do Programa Nacional de
Segurança Pública com Cidadania (PRONASCI);
. Liderar a articulação para instituir o Fórum Metropolitano de Segurança Pública;
. Executar política de zeladoria que incentive o surgimento de mais locais de convivência;
. Criar um Plano Municipal de Segurança Pública Cidadã Baseado em Evidência com ampla participação

20
popular e com as seguintes diretrizes: a) adoção de ações de prevenção à violência; b) promoção da cultura
de paz e de respeito aos Direitos Humanos; c) atuação comunitária das forças de segurança;
. Investir no processo de formação humanística contínua da Guarda Municipal, para funcionar como
mediadora de conflitos comunitários, em parceria formativa com o poder judiciário;
. Assegurar o acompanhamento psicológico aos servidores e às servidoras da segurança pública
municipais;
. Promover política de valorização dos trabalhadores que integram a Guarda Municipal com as
seguintes diretrizes: a) estabelecimento de mesa de negociação para melhorar as condições de trabalho;
b) garantia de equipamentos necessários para o trabalho; c) cumprimento do dever de atualização anual
dos salários; d) combate ao assédio a esses trabalhadores;
. Capacitar a Guarda Municipal com formação antirracista, anti-LGBTfóbica, anti-aporofóbicas e de
proteção ao meio ambiente;
. Implantar a Ronda Cidadã de patrulhamento preventivo;
. Organizar um controle externo da Guarda Municipal, com participação popular, com ênfase na
evitação de ações discriminatórias e de uso da força;
. Criar um órgão de controle, fiscalização e de garantia da eficiência da guarda municipal e dos
agentes de trânsito;
. Articular a criação de um Comitê de Segurança no município de Natal, composto por representantes
da guarda municipal e das demais forças de segurança pública organizada pelos demais entes federativos
(Polícias Militar, Civil e Federal), da prefeitura, do governo do Estado, e da sociedade civil, com a competência
de compartilhar informações e planejar a segurança integrada na capital do estado.

OBJETIVO 12 - Assegurar o desenvolvimento urbano da cidade por meio do planejamento.


Diretrizes e ações:
. Fortalecer o processo participativo no planejamento e desenvolvimento urbano;
. Descentralizar as decisões relativas ao planejamento urbano;
. Montar uma governança que garanta o planejamento integrado da cidade;
. Cumprir os princípios estabelecidos na Lei n° 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade), e
em especial o da função social da cidade e da propriedade.
. Assegurar que o Plano Diretor seja um instrumento de planejamento e gestão da cidade com vistas
a garantir que os equipamentos urbanos, os serviços públicos e a cidade sejam acessíveis a todos;
. Reduzir o tempo e a necessidade de deslocamento na cidade por meio de ações de planejamento
do transporte público e de criação de novas centralidades urbanas por meio da implantação de polos
coletivos de serviços urbanos em todos os bairros da cidade;
. Criar um plano de desenvolvimento integrado para cada zona da cidade, com especial atenção
àquelas que têm déficit na oferta de serviços e equipamentos urbanos, como as zonas norte e oeste, para
promover o desenvolvimento dos bairros de cada região da cidade, em especial das periferias;
. Qualificar e ampliar os espaços públicos da cidade e assegurar que haja a diversificação do uso
dessas áreas;
. Elaborar planos e projetos urbanos para reestruturar áreas deterioradas e subutilizadas da cidade;

21
. Regularizar, urbanizar e qualificar loteamentos irregulares;
. Promover a Regularização Fundiária Urbana por meio de lei específica para núcleos urbanos
informais em situações de risco especial com propostas de intervenções para a prevenção e controle de
riscos, recuperação de áreas degradadas, melhoria das condições de sustentabilidade e da habitabilidade;
. Regulamentar todas as Zonas de Proteção Ambiental e as Zonas de Especial Interesse Turístico da
cidade;
. Elaborar uma política de intervenção nas Áreas Especiais de Interesse Social com vistas a garantir
uma estrutura de gestão que impulsione a regulamentação desses locais, e que a assegure às populações
que nelas vivem o acesso a direitos por meio de serviços e equipamentos coletivos;
. Promover cooperação internacional com outras cidades para compartilhar experiências exitosas
de planejamento urbano que deram certo ao redor do mundo, principalmente entre cidades de países da
periferia do capitalismo.

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23
EIXO 2 | Natal merece uma gestão pública e serviços públicos mais
modernos e transparentes

Ter serviços públicos de qualidade em nossa cidade depende da organização da estrutura da gestão
e da valorização dos servidores que prestam o serviço à população.
A sucessão de gestões municipais comprometidas com um projeto de atraso construiu uma estrutura
administrativa com pouquíssima capacidade de inovação e que inibe a capacidade dos servidores que
dedicam suas vidas a prestar serviços à nossa população.
Por isso, um plano de governo comprometido com entregar à nossa cidade serviços à altura do que
nosso povo merece e necessita precisa ter como uma de suas metas modernizar a prestação de serviços
públicos para melhorar e agilizar o acesso a direitos.
Esse processo de modernização dos serviços públicos de nossa cidade deve ter os seguintes pilares
fundamentais: transparência, participação popular e uso de tecnologia.
A participação popular permite que as pessoas contribuam diretamente na tomada de decisões
que afetam as suas vidas, também é garantida maior legitimidade e efetividade das políticas executadas
pela gestão. Vale lembrar que, na medida em que as cidadãs e cidadãos municipais estão diretamente
envolvidos nos processos decisórios, também há a concretização de uma gestão com maior transparência.
Ao contrário desse mandamento de transparência na gestão da coisa pública, os governos municipais
anteriores optaram por uma política que traz mais opacidade à gestão municipal, afinal, nossa capital
passou a ocupar o 20º lugar no ranking de transparência e governança pública1.
Além disso, com vistas a democratizar a gestão municipal, é fundamental promover a adesão real
a um Orçamento Participativo e o fortalecimento dos conselhos de direitos. A transparência é essencial
para que a população possa acompanhar e fiscalizar as ações do governo, garantindo que os recursos
sejam aplicados de forma correta e eficiente, e que seja possível verificar se as ações da prefeitura estão
cumprindo os objetivos escolhidos pelo povo. Por sua vez, a participação popular fortalece a democracia,
permitindo que os cidadãos contribuam diretamente na tomada de decisões que afetam suas vidas, o que
garante maior legitimidade das políticas executadas pela gestão. Assim, a partir da efetiva participação
popular, transparência e gestão democrática, é possível planejar estrategicamente a superação dos desafios
da realidade local.
Os serviços públicos de Natal carecem de uma verdadeira transformação digital, de modo que
sejam aproveitadas as tecnologias disponíveis e estimulada a criação de ferramentas que respondam às
necessidades do povo que vive em Natal. A tecnologia é uma aliada indispensável para otimizar processos,
reduzir burocracias e ampliar o acesso aos serviços públicos, tornando-os mais rápidos e eficientes. Em
paralelo ao uso de tecnologia, é preciso assegurar que as pessoas tenham acesso a meios de utilizar essas
tecnologias e que alternativas analógicas continuem disponíveis para quem optar por não as utilizar ou
não tiver como fazê-lo.
A valorização dos servidores é outro ponto crucial, pois profissionais motivados e bem-preparados são
fundamentais para a implementação de uma gestão moderna e transparente e para que haja a prestação
______________

1 Disponível em <Natal fica em 20º lugar em ranking de nível de transparência entre as capitais - Portal 98 FM Natal>.

24
de serviços públicos eficientes. Além disso, o setor público é o que mais emprega em nosso município; por
isso, ter servidores com a renda preservada tem um forte impacto sobre a economia local, contribuindo
para a circulação de bens e serviços e, em última instância, para a arrecadação.
As gestões municipais que estiveram à frente da prefeitura nos últimos anos caminharam em sentido
contrário ao da valorização dos servidores. Esses trabalhadores relatam assédios e perseguições; o
desrespeito ao cumprimento da data-base; a omissão da gestão municipal quanto à implantação de ofício
das gratificações e ao pagamento dos quinquênios.
Em adição a isso, as últimas gestões municipais têm optado por processos seletivos simplificados e
contratualizações com cooperativas. A exemplo da saúde, o último concurso público da área foi realizado
em 2018, estando vigente até setembro de 2024; mesmo em plena vigência e com demanda para novas
contratações, a Prefeitura de Natal não objetivou a substituição de contratos temporários por servidores
efetivos no quadro da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Natal.
Natal também precisa de uma estrutura administrativa que potencialize a inovação e que assegure
uma boa prestação de serviços. Isso implica na criação de mecanismos que permitam a constante
atualização e o aprimoramento dos processos administrativos, bem como na capacitação contínua dos
servidores. Um governo moderno deve ser capaz de adaptar-se às novas demandas da sociedade e usar as
mudanças tecnológicas a favor da prestação de serviços de qualidade e eficientes. Além disso, a busca pela
justiça social e desenvolvimento sustentável deve estar no centro de todas as ações governamentais, com
a estrutura administrativa refletindo esse compromisso e fornecendo todos os instrumentos necessários
para que ela seja alcançada.
Aproximar a gestão municipal da realidade local e dos cidadãos é uma das principais metas deste
plano de governo, que se propõe a descentralizar as decisões e levar a administração pública para
mais perto da população. Iniciativas que promovam a descentralização administrativa, permitindo que
decisões importantes sejam tomadas nos bairros e comunidades, são fundamentais para que a gestão
municipal possa responder de forma mais ágil e eficiente às necessidades locais. Este movimento não
apenas fortalece a democracia, mas também assegura que as políticas públicas sejam mais adequadas às
realidades específicas de cada região da cidade.
É imprescindível buscar a autonomia financeira do município, fugindo da atual realidade que
depende fundamentalmente de repasses da União e do Estado. Além disso, é inadmissível o grau atual de
dependência das políticas municipais das emendas parlamentares da bancada do Rio Grande do Norte
no Congresso Nacional. Afinal, é preciso que os programas da prefeitura sejam perenes e que a prefeitura
e o povo natalense tenham autonomia para deliberar sobre a execução desses programas e sobre as
prioridades do município. Com vistas a reduzir as dívidas municipais e captar recursos, é preciso renegociar
contratos vigentes e assegurar a cooperação e colaboração como pressupostos das relações federativas.
Por fim, a ampliação da participação popular nas decisões administrativas é fundamental para que
essas decisões saiam dos gabinetes e cheguem às ruas e bairros de Natal, assegurando que as políticas
públicas sejam mais inclusivas e atendam verdadeiramente às necessidades das pessoas que moram em
Natal e que vêm visitá-la.
Os objetivos deste eixo são:

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OBJETIVO 1 - Assegurar a participação popular, descentralizar a tomada de decisão e a execução
de políticas públicas, e aumentar a transparência.
Diretrizes e ações:
. Utilizar a participação popular como um dos pilares da administração pública;
. Instituir uma política municipal de participação popular para regulamentar os mecanismos de
consulta pública na administração municipal;
. Adotar novos e fortalecer os mecanismos participativos existentes e reativar os que foram
inviabilizados pelas gestões anteriores;
. Democratizar a gestão municipal por meio da reestruturação de um programa robusto de Orçamento
Participativo que assegure a executabilidade das decisões tomadas no processo participativo de construção
do orçamento e a gradativa ampliação da parcela do orçamento controlado por esse processo;
. Instituir um programa de conselhos populares cuja principal atribuição será promover o
protagonismo popular na gestão pública por meio de reuniões abertas e consultas populares sobre os
principais temas da cidade;
. Fortalecer os conselhos de direitos, estimulando a participação da população;
. Assegurar a observância das deliberações feitas em assembleias, conferências e demais instrumentos
participativos;
. Estruturar ferramenta de descentralização da execução de políticas públicas no município de modo
a garantir que as regiões administrativas contem com meio de promover atendimento público, registro de
pedidos e reclamações da população e de buscar a solução dos problemas apontados;
. Reformular o procedimento de solicitação e prestação informações atualizadas de interesse pessoal
para os cidadãos e as de interesse público para a população em geral;
. Fomentar a proposição de estratégias, por parte dos servidores públicos e da população de modo
geral;
. Garantir ampla publicidade à prestação de contas da gestão municipal, de acordo com as disposições
da Lei de Acesso à Informação (LAI);
. Implementar cronograma de prestação de contas de cada secretaria, por meio de audiências
públicas e de plenárias nos bairros da cidade;
. Cumprir rigorosamente os prazos estabelecidos pela LAI quanto à prestação de informações em
resposta aos pedidos de acesso à informação;
. Ampliar a capacidade de intervenção da Controladoria Geral do Município, visando ações
pedagógicas, para além do combate à corrupção e a promoção da transparência, especialmente por meio
do uso de mecanismos de inteligência nas ações da controladoria;
. Reestruturar a Ouvidoria Geral do Município tornando-a um órgão seguro para protocolo de
denúncias, e efetivo para tratamento da resolução dos casos;
. Combater e prevenir a corrupção para garantir que a aplicação de recursos públicos e a prestação de
serviços se deem orientados pelos interesses coletivos e pelo objetivo de melhorar a vida do povo;
. Criar uma coordenadoria de Cooperação Técnica para facilitar a troca de experiências e a cooperação
com outras administrações em nível nacional e internacional.

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OBJETIVO 2 - Promover uma transformação digital da administração municipal para melhorar a
prestação dos serviços públicos.
Diretrizes e ações
. Realizar parceria com instituições de ensino superior para adotar programa de residência tecnológica
para o desenvolvimento de ferramentas e inovações que atendam às necessidades da Administração
Pública e dos usuários e das usuárias de serviços públicos;
. Incentivar à implementação de práticas inovadoras na administração pública municipal;
. Inserir Natal na Estratégia Nacional de Governo Digital (ENGD), presente no plano de industrialização
do governo federal, para assegurar a ampliação dos serviços digitais na prefeitura;
. Criar uma comissão de transformação digital da administração pública municipal, devendo ser
associada ao Gabinete da Prefeitura e ser responsável por identificar experiências exitosas, implementar e
estimular práticas inovadoras na gestão pública;
. Adotar o melhor padrão de sistema informatizado para a gestão de processos e procedimentos
administrativos e de documentos eletrônicos;
. Remodelar os sítios eletrônicos relativos aos órgãos e serviços públicos municipais;
. Estruturar programa de modernização continuada da administração pública municipal com foco na
melhoria da prestação de serviços públicos e do atendimento à população;
. Capacitar os servidores públicos sobre o uso de ferramentas digitais na prestação de serviços;
. Estruturar as unidades de prestação de serviço público com equipamentos necessários para a
digitalização do serviço público, como tablets e computadores;
. Garantir acesso à internet nas unidades de prestação de serviço público;
. Consolidar uma base única dos dados do município para facilitar o acesso às informações públicas e
a serviços públicos, nos moldes do executado pelo governo federal por meio do acesso gov.br;
. Utilizar ferramentas digitais para potencializar os mecanismos de consulta popular;
. Adotar licenças livres nos documentos e publicações do município;
. Adotar política de incentivo ao uso de softwares livres no serviço público municipal;
. Investir no uso de tecnologia de informação na gestão pública para aproveitar as potencialidades
geradas por dispositivos móveis (como para mapeamento, gerenciamento da cidade em tempo real e
facilitação de acesso à informação);
. Ampliar o acesso a serviços pela modalidade digital;
. Assegurar que o fornecimento de serviço público por meios digitais não irá acabar com a opção
presencial para aqueles cidadãos que prefiram ou necessitem dessa modalidade de serviço;
. Criar pontos de apoio a serviços digitais para aqueles cidadãos que precisem de auxílio para acessar
ferramentas digitais da prefeitura;
. Estruturar programa de universalização de acesso à rede sem fio de internet em áreas públicas.
OBJETIVO 3 - Realizar planejamento orçamentário e financeiro do município.
Diretrizes e ações
. Realizar auditoria dos contratos vigentes e identificar quais estão aptos à renegociação e quais são
custos desnecessários, com o objetivo de qualificar a prestação de serviços e de tomar mais eficiente o uso

27
dos recursos públicos;
. Elaborar programas de transição energética e de telefonia, de modo que haja a adesão progressiva
de formas alternativas e mais baratas de compra e distribuição de energia elétrica e de prestação dos
serviços de telefonia na administração pública;
. Negociar a transferência de serviços públicos que funcionam em imóveis privados para imóveis
públicos municipais, estaduais ou federais;
. Institucionalizar comissão de controle de qualidade das compras públicas, proporcionando a
avaliação técnica da qualidade dos insumos, materiais e equipamentos adquiridos nos procedimentos
licitatórios;
. Otimizar o acompanhamento da manutenção da infraestrutura dos imóveis onde funcionam
serviços públicos;
. Adotar políticas (ver eixo 3) que incentivem a atividade econômica no município e, assim, aumentem
a sua capacidade arrecadatória;
. Combater injustiça tributária, assegurando verdadeiramente a progressividade do sistema tributário
municipal;
. Negociar junto ao Governo Federal a ampliação dos recursos públicos destinados para o município,
além de atuar articuladamente com o governo estadual e parlamentares estaduais e federais, visando à
qualificação das ações da gestão municipal;
. Basear as relações federativas na cooperação e colaboração como condição para assegurar a
integração das políticas públicas municipais;
. Firmar um consórcio interfederativo da região metropolitana, melhorando a oferta de serviços
públicos e reduzindo os ônus que recaem sobre o município de Natal;
. Realizar planejamento orçamentário e financeiro com vistas a desenvolver um cronograma de
redução das dívidas municipais, como também estratégias de captação de recursos e viabilização de
parcerias para otimizar os recursos disponíveis e melhorar o desempenho na gestão das ações e serviços
públicos.

OBJETIVO 4 - Capacitar e valorizar os servidores públicos municipais para melhorar a prestação do


serviço público.
Diretrizes e ações
. Instituir programa de capacitação permanente para os servidores públicos, proporcionando
inclusive a participação em atividades promovidas por outros órgãos e entes federados;
. Realizar um levantamento sobre o número de vagas ociosas no serviço público e sobre as
necessidades de novas contratações de pessoal para estruturar um plano de recomposição da força de
trabalho dos servidores públicos municipais, por meio da realização de concursos para provimentos de
vagas;
. Modernizar o modelo de realização de concursos públicos, de modo que, a partir da identificação
da necessidade concreta do município, será analisada a possibilidade de realizar um concurso unificado
municipal;
. Instalar e manter ativa mesas de negociação que promovam o efetivo diálogo entre a gestão

28
municipal, sindicatos e servidores públicos, para negociar pautas salariais e não salariais;
. Realizar estudos de impacto orçamentário e financeiro que assegurem a atualização anual dos
vencimentos dos servidores (data-base), analisem as propostas de criação de novos Planos de Cargos,
Carreiras e Salários e a reestruturação dos já existentes;
. Desenvolver um cronograma de implementação de gratificações, quinquênios e demais direitos
dos servidores;
. Estruturar uma governança descentralizada de recursos humanos que facilite o acesso de
servidores a informações importantes sobre suas carreiras, como regras sobre progressão, e que agilize os
procedimentos administrativos necessários para o desenvolvimento da carreira dos servidores, evitando,
assim, que os servidores precisem buscar o judiciário para terem seus direitos funcionais respeitados e
reduzindo os gastos da prefeitura com custas sucumbenciais em ações judiciais repetitivas;
. Estruturar um canal específico de denúncias formalizadas por servidores públicos na composição
da Ouvidoria Geral do Município, com o intuito de combater efetivamente casos de assédio e demais
episódios vinculados às atividades da administração pública;
. Criar um programa de combate ao assédio moral;
. Reestruturar o setor de atenção à saúde do servidor, articulando-o com o Centro de Referência em
Saúde do Trabalhador.

OBJETIVO 5 - Institucionalizar iniciativas que promovam justiça social.


Diretrizes e ações
. Criar uma coordenação responsável por monitorar o cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) pelo município;
. Instituir um programa de cotas para a ser aplicado pelas empresas com contratos com o poder
público para incentivar a empregabilidade de grupos em vulnerabilidade socioeconômica;
. Estruturar política de contratação de mão-de-obra da população em situação de rua nas atividades
que sejam realizadas por empresas terceirizadas contratadas pela prefeitura;
. Instituir um Programa de Democratização dos Imóveis de Natal responsável por fazer um
levantamento de imóveis públicos pertencentes ao município que estejam próprios para destinação para
uso social;
. Assegurar que o orçamento em políticas sociais seja compatível com a demanda da população;
. Utilizar o poder de compra do município para estimular atividades econômicas que induzam o
desenvolvimento sustentável e a geração de empregos;
. Instituir a obrigatoriedade de que percentual do orçamento de pastas estratégicas, como saúde,
educação, assistência social, segurança e trabalho, seja executado para a execução de políticas específicas
para as mulheres.

OBJETIVO 6 - Consolidar a cooperação interfederativa da região metropolitana.


Diretrizes e ações
. Estruturar e participar da governança de cooperação interfederativa da região
metropolitana;

29
. Articular a ativação do Conselho de Desenvolvimento Metropolitano;
. Propor a criação e implantação do Fórum de prefeitos da Região Metropolitana de Natal;
. Criar um escritório de projetos, em parceria com instituições de pesquisa e ensino, a serem
compartilhados pelos municípios da região metropolitana;
. Adotar a estratégia de formação de consórcios na região metropolitana para coordenar os esforços
na solução de problemas;
. Articular a proposição de um plano diretor para a região metropolitana.

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31
EIXO 3 | Natal merece mais desenvolvimento sustentável

Natal merece uma gestão municipal que reconheça a sua responsabilidade no planejamento da
estrutura produtiva de nossa cidade e que se comprometa com a tarefa de aproveitar as oportunidades
abertas pelo atual mandato do Presidente Lula para assegurar o desenvolvimento econômico sustentável
de nossa cidade. A cidade precisa de uma gestão que aproveite os programas do governo federal que
executam as agendas de reindustrialização, de retomada do crescimento, de combate às desigualdades, de
ampliação dos postos de trabalho e da transição energética e que potencialize seus resultados aqui em nossa
cidade. Sem ela, nossa capital não enfrentará os principais desafios provocados pelo subdesenvolvimento,
pela dependência e pelo processo de mudanças climáticas.
Por isso, deve ser uma tarefa da prefeitura orientada por este plano de governo criar as condições para
que nossa capital acelere o crescimento econômico e tenha empregos de qualidade, construir uma maior
diversificação da matriz produtiva de nossa cidade, incentivar atividades econômicas com menor emissão
de carbono e atrair mais investimentos. E isso deve ser feito por meio de uma política que contribua para
aproveitar as potencialidades de nosso povo, qualificando os serviços já prestados e buscando atrair novos,
e promovendo ações que incentivem a inovação e o desenvolvimento de novas tecnologias.
Enquanto várias capitais da região têm crescido, nossa cidade, em um caminho completamente
diferente: vive um ciclo prolongado de desaceleração do crescimento econômico. Esse dado é reflexo de
uma sucessão de gestões que não assumem o menor compromisso em planejar a economia da cidade,
tampouco com a diversificação da sua matriz produtiva. Até mesmo os setores para os quais temos maiores
vantagens competitivas, como o de turismo e o de comércio e serviço, sofrem o impacto de nossa cidade
não ter um plano de desenvolvimento econômico.
Nos últimos anos, a atividade do setor privado que mais emprega e que mais contribui para o PIB
e para a arrecadação do município, a de comércio e serviços, tem tido resultados preocupantes como
os de desaceleração do crescimento, da redução da capacidade de remuneração dos trabalhadores e
da crise do comércio em bairros como Alecrim e Cidade Alta, que concentravam até pouco tempo atrás
uma significativa parcela do comércio local. No turismo, vemos nossas orlas abandonadas, deixadas sem
investimentos consistentes que retornem às comunidades, a falta de opções culturais gratuitas ou de baixo
custo, e a atuação da gestão municipal de piorar a cidade para quem nela vive.
Esse quadro tem gerado como resultado, além da evidente queda do crescimento, a criação de vagas
de empregos com alta rotatividade e que pagam muito menos do que os trabalhadores e trabalhadoras
precisam para sobreviver. Essa situação precisa ser modificada. Para isso, a gestão municipal deve contribuir
não apenas para o crescimento dos setores que já predominam na economia local, mas também para
desenvolver aqueles que podem gerar e distribuir mais renda e que criam empregos com maior duração e
com maior remuneração. Sem a execução de um plano econômico para Natal e sem uma gestão municipal
que cumpra sua função de indutor do desenvolvimento, a tendência será de reprodução do atual quadro e
de intensificação dos fatores que deprimem a nossa capacidade de desenvolvimento inclusivo.
Portanto, este plano de governo pretende aproveitar os nossos potenciais econômicos e, nos médio
e longo prazos, criar condições para que surjam novos modelos produtivos que tornem nossa cidade um
polo regional de investimentos social e ambientalmente sustentáveis e de pujança nos setores de comércio,

32
serviços e inovação.
Para isso, é preciso elaborar um plano de ação para que a gestão municipal contribua para que
nossa capital aproveite o ciclo nacional de aceleração do crescimento, reproduzindo aqui o que já está
acontecendo nacionalmente. Um plano que permita que nossa cidade se constitua como um polo regional
de indústria tecnológica, cultural e de baixa emissão de carbono.
Esse plano também precisa aproveitar o potencial das instituições públicas de ensino para alavancar
a capacidade de inovação de nossa capital. As universidades públicas são 15 das 20 instituições brasileiras
que mais depositam patentes no Brasil2. A UFRN, por exemplo, é a 39ª instituição brasileira que mais
deposita patentes em 2023.
A inovação é emprego para a classe trabalhadora. A prefeitura tem como desafio ser uma plataforma
de conexão entre três eixos: as universidades, os institutos federais e estaduais; a iniciativa privada; e os
governos estadual e federal. Além disso, como ninguém come PIB, como já nos lembrava a economista
Maria da Conceição Tavares, com isso querendo dizer que pode haver crescimento sem repartição social
justa, nosso compromisso também é o de assegurar que esse ciclo de crescimento seja acompanhado por
ampla distribuição de renda, crescimento da renda do trabalho e por criação de empregos mais duradouros
e com melhores salários, bem como colaborar com a formalização dos trabalhos, com a melhora das
condições de trabalho dos trabalhadores informais e com o empreendedorismo.
Para o curto prazo, este plano de governo também apresenta diretrizes e ações para uma política que
dê segurança a importante parcela da população que vive do trabalho informal em nossa capital. Parte
desse setor é o dos trabalhadores por aplicativos, que representa 12 mil pessoas atuantes hoje no ramo
de “aplicativos de serviços, como entregas” no RN, segundo dados do IBGE de 20223 , sendo a maioria na
capital de nosso estado. Melhorar as condições de trabalho e de remuneração para um setor com número
tão expressivo de trabalhadores tem forte impacto na demanda agregada interna, com potencial para
aquecer o setor de comércio e serviços. Ademais, uma cidade do porte de Natal é composta por vários
ecossistemas econômicos conectados a partir de empregos formais, servidores públicos, mas também a
partir da informalidade. Esse tipo de atividade exige um cuidado mais intenso por parte do Estado, com a
finalidade de pensar redes de proteção e formas de garantir a autonomia financeira desses trabalhadores
e trabalhadoras. A Prefeitura pode contribuir bastante para promover a autonomia financeira destes
trabalhadores e trabalhadoras.
Este plano também indica as diretrizes e as ações para o desenvolvimento de uma política capaz
de auxiliar os pequenos e médios empreendedores e as iniciativas de economia solidária, especialmente
aquelas que contribuem para a soberania alimentar e a preservação do patrimônio histórico-cultural
da cidade. Nesse contexto, a gestão municipal deve atuar de maneira proativa para criar um ambiente
favorável ao empreendedorismo local, proporcionando capacitação, acesso a crédito e incentivos fiscais
Além disso, é fundamental promover a integração entre os diversos setores econômicos e sociais da cidade,
fortalecendo redes de cooperação e parcerias que possam impulsionar o desenvolvimento sustentável e
inclusivo.
______________

2 Disponível em: <INPI - Ranking depositantes residentes de 2023>.

3 Disponível em: <RN tem 19 mil trabalhadores por aplicativo, aponta IBGE - Tribuna do Norte>.

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Para o turismo, as gestões das elites políticas defendem um modelo de desenvolvimento turístico que
coloca o turista no centro das políticas públicas, esquecendo-se de quem constrói a cidade, empresta-lhe
brilho, faz cultura e dá vida a práticas históricas que constroem patrimônios imateriais, como a ginga com
tapioca. Em contraposição a esse modelo predatório, que dá de ombros para as populações locais, é preciso
apresentar um projeto de “Turismo Integrado à Comunidade”, cuja premissa é a de que os investimentos
e ações públicas se destinam a melhorar as condições de trabalho e de vida dos cidadãos natalenses que
servem ginga com tapioca e outros tipos de pescado, promovem festas e eventos culturais, colorem as
ruas com feiras de artesanato. Afinal, é o desenvolvimento autônomo das potencialidades do natalense e
da natalense que atrai turistas, e não a construção artificial de uma cidade para quem a visita, e outra para
quem nela mora.
O turista que vem a Natal não é, em regra, o multimilionário que frequenta Balneário Camboriú,
predada por enormes prédios e poucas opções culturais comunitárias. Aqui, vêm aos montes turistas de
classes médias e populares, buscando as experiências prazerosas, muitas vezes gratuitas, que nossa cidade
tem a oferecer. O que seria, por exemplo, do Rio de Janeiro sem seus sambas populares, de rua? Pois é, Natal
também possui uma cena cultural pujante e rica! Por isso, melhorar a vida de quem vive em nossa cidade,
melhorando os serviços públicos (como transporte) e fortalecendo as experiências locais, também é uma
forma de atrair novos visitantes e, assim, dinamizar um dos setores predominantes na economia da nossa
capital. Nossa cidade é repleta de eventos periódicos de sambas, feiras de produtos de artesanato, culinária
e design local, corridas de rua, festividades religiosas, e tudo isso precisa ser fortalecido e incentivado.
A revitalização dos espaços urbanos, a promoção de eventos culturais e turísticos, e o incentivo a
práticas sustentáveis são ações que, somadas, podem transformar Natal em uma cidade mais resiliente e
próspera. O fortalecimento do turismo, com a valorização de nossa cultura e belezas naturais, e a promoção
de eventos que atraiam visitantes ao longo de todo o ano, são estratégias essenciais para dinamizar a
economia local. Para essa área, nosso governo também precisa implementar uma política que proteja os
atrativos turísticos naturais e que os aproveite em benefício das pessoas que vivem em nossa cidade para,
assim, atrair visitantes; que aproveite a capacidade de nosso povo para criar rotas gastronômicas; e que
valorize as manifestações culturais e as festas de rua, como os circuitos do samba. Assim, este plano de
governo busca não apenas enfrentar os desafios atuais, mas também preparar Natal para um futuro de
crescimento sustentável, com oportunidades equitativas para todos os seus cidadãos.
Ainda, é crucial lembrar que o desenvolvimento econômico deve andar de mãos dadas com a justiça
social e ambiental. A construção de uma cidade mais justa, inclusiva e sustentável requer a participação
ativa de toda a comunidade, desde os gestores públicos até os cidadãos, passando por empreendedores
e trabalhadores.
Somente assim poderemos garantir que Natal se torne uma referência em qualidade de vida,
inovação e desenvolvimento humano. Este é o compromisso que assumimos e a missão que nos orienta
na construção de um futuro melhor para todos.
Os objetivos deste eixo são:

OBJETIVO 1 - Transformar Natal em um polo tecnológico.


. Apoiar e promover iniciativas de divulgação científica;

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. Estimular a competitividade e a atratividade de nossa cidade para novos investimentos, especialmente
para atividades não poluentes e com capacidade de gerar produtos e serviços com maior valor agregado;
. Construir um calendário de maratona de desenvolvimento de ideias inovadoras e de soluções de
software (ideathons e hackathons) para resolver problemas relacionados aos eixos temáticos dos setores
estimulados pelo plano de industrialização do governo federal (como energias renováveis, complexo
industrial de saúde e digitalização de serviços públicos), envolvendo o sistema S, iniciativa privada,
infraestrutura municipal e universidades e institutos federais e estaduais;
. Buscar cooperação técnica com as prefeituras que executam políticas exitosas de atração de
investimentos para produção de novas tecnologias;
. Buscar investimentos em instituições como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social (BNDES), Banco Nordeste e Novo Banco de Desenvolvimento, para financiar a inovação tecnológica
e infraestrutural de que Natal precisa;
. Criar uma política de retenção de talentos e de incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento para
fomentar a inovação tecnológica por meio de agência municipal de incentivo à pesquisa e instalação de
parques tecnológicos e incubadoras;
. Garantir o acesso aos bens tecnológicos por meio de políticas como a instalação de internet sem
fio em espaços públicos e articulação melhorar o sinal de celular na cidade para acabar com os vazios de
cobertura;
. Formar parcerias com as instituições de ensino já instaladas na cidade para desenvolvimento de
tecnologias que solucionem problemas da cidade, como a digitalização dos serviços da prefeitura;
. Estudar a utilização de uma política de incentivos fiscais para a revitalização do centro da cidade e da
Ribeira em prol do alojamento de empresas de tecnologia, inovação de design, a exemplo da experiência
do Porto Digital do Centro do Recife, transformando esses bairros em um território de economia criativa e
de inovação tecnológica.

OBJETIVO 2 - Estruturar política de emprego e renda no município.


. Integrar as políticas de assistência social com as de emprego e renda do município;
. Facilitar acesso a crédito, e realizar cursos específicos, fomentando o empreendedorismo, para
que grupos em vulnerabilidade socioeconômica, como mulheres, população negra, em situação de rua e
LGBTQIA+, possam dar o pontapé em seus negócios;
. Investir na capacitação dos trabalhadores do turismo, como bugueiros, artesãos e pequenos
empreendedores, com formações em língua estrangeira, marketing digital, noções de contabilidade, etc.;
. Requalificar as políticas de capacitação dos trabalhadores e de intermediação de mão-de-obra do
município, que hoje não conta com estrutura mínima para fomentar a empregabilidade;
. Realizar parcerias com projetos de extensão e de pesquisa das universidades e com o Sistema S para
tornar a política de qualificação da mão de obra já realizada pela prefeitura em uma verdadeira política
pública;
. Estruturar as unidades físicas nas quais são realizadas as atividades de qualificação de mão de obra
com os equipamentos necessários para a execução dessa política;

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. Planejar programa de direcionamento de investimentos e empregos para regiões prioritárias da
cidade, especialmente para regiões da periferia da cidade;
. Disponibilizar equipamentos públicos que funcionem como um ponto popular de trabalho,
preferencialmente localizados em bairros de maior vulnerabilidade socioeconômica, onde trabalhadores
informais poderão ter os meios e equipamentos necessários para produzir e trabalhar (escritórios de
coworking; máquinas de costura, cozinha industrial, etc.);
. Focar os investimentos de capacitação de mão de obra em áreas de maior escassez de trabalhadores
e que permitam os trabalhadores receberem melhores salários (robótica, inteligência artificial, audiovisual,
etc.);
. Implementar cursos de capacitação específicos para mulheres para qualificá-las para ocupar
mercados de trabalhos com prevalência atualmente masculina, como nas atividades de tecnologias,
construção civil, etc.;
. Estudar a concessão de benefícios fiscais para atrair novas empresas para bairros com maior
vulnerabilidade socioeconômica para descentralizar a oferta de empregos.

OBJETIVO 3 - Implantar programa de incentivo à industrialização e de fomento a atividades com


maior valor agregado.
. Incentivar o desenvolvimento de atividades econômicas com baixo impacto ambiental;
. Coordenar, juntamente com os governos estadual e federal, a execução, em nossa cidade, do plano
de industrialização formulado pelo Governo Federal;
. Criar uma secretaria com a competência de planejar o desenvolvimento econômico e social da
cidade;
. Criar um plano para fomentar atividades de processamento de produtos que já produzimos em
nossa cidade, como os de pescados;
. Buscar e articular investimentos em instituições como Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social (BNDES), Banco Nordeste e Novo Banco de Desenvolvimento para financiar obras que
melhorem a infraestrutura de Natal;
. Articular a criação de consórcio da região metropolitana para coordenação dos esforços da região
de garantir infraestrutura para a indústria, aos moldes do consórcio do ABC paulista;
. Articular com os municípios da região metropolitana a proposição de um plano diretor da
industrialização da região;
. Articular com os municípios da região metropolitana a requalificação dos distritos industriais da
região;
. Criar estrutura na governança municipal responsável por realizar intercâmbio técnico com cidades
que desenvolveram experiências exitosas de planejamento do desenvolvimento econômico ao redor do
mundo e por buscar parcerias internacionais para novos investimentos;
. Aproveitar o plano de industrialização do governo Lula para incluir na frota de ônibus de Natal de
baixa emissão de carbono para, assim, induzir o surgimento de uma indústria auxiliar a esses veículos em
nossa cidade;

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. Aproveitar o Programa Cidades Intermediadoras, presente no plano de industrialização do governo
federal, para concorrer aos editais de contratações públicas lançados no âmbito desse programa para
promover mudanças na infraestrutura da cidade que incentivem os setores produtivos;
. Implementar uma política de compras governamentais focada nas empresas sediadas em Natal;
. Utilizar o poder de compra da prefeitura para fomentar a demanda por bens e serviços de maior
valor agregado na cidade e com menor emissão de carbono;
. Requalificar a área portuária de Natal e articular com o governo federal a modernização do porto de
Natal com o objetivo de torná-lo adequado para impulsionar as atividades produtivas da nossa capital e do
nosso estado, por exemplo, com instalação guindaste e organização de retroporto.

OBJETIVO 4 - Consolidar um turismo integrado à comunidade e ambientalmente adequado ao


século XXI.
. Desenvolver e promover o Turismo de Base Comunitária;
. Fomentar o turismo de aventura na cidade e nos arredores;
. Recuperar as praças públicas existentes que estão sem manutenção e ampliar seu número, sobretudo
na Zona Oeste e Zona Norte;
. Investir na divulgação de Natal a partir do turismo gastronômico;
. Integrar as linhas de ônibus com os pontos turísticos da Cidade de Natal;
. Estudar a viabilidade da criação de linhas especiais, com tarifação reduzida ou isenta, de acesso às
praias e aos espaços de lazer e de cultura;
. Articular a existência de um serviço de transporte público de qualidade ligando o aeroporto à cidade
de Natal, com funcionamento 24 horas ou em horário compatível com o horário dos voos em operação
aeroporto;
. Promover o resgate do Turismo Histórico e Cultural por meio de roteiros como a de Natal na 2ª
Guerra Mundial e do fortalecimento de festejos populares, como Carnaval e São João;
. Criar política para valorização, ocupação, restauração da Ribeira e Centro, aos moldes do que foi
executado em Recife por meio do programa Recentro;
. Fortalecer os mercados públicos e equipamentos públicos usados para vendas de mercadorias
turísticas (Árvore do Mirassol, Mercados Públicos, Feirinhas de Artesanato, etc.);
. Fomentar a realização de eventos na cidade para transformar Natal em um atrativo turístico o ano
inteiro;
. Promover parcerias com entidades para tronar Natal um destino para eventos de negócios,
científicos, acadêmicos, profissionais, estudantis, etc.;
. Criar e implementar, em parceria com os governos estadual e federal, um plano de atração para o
turismo internacional;
. Garantir infraestrutura para que a cidade tenha cotidianamente atividades culturais, como rodas de
samba, não só em datas comemorativas;
. Realizar acompanhamento periódico das necessidades de adequação de infraestrutura com os
produtores de atividades culturais, dos comércios local e dos moradores das adjacências dos polos de festa

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de rua na cidade;
. Organizar competições gastronômicas em bares e restaurantes de Natal com pratos típicos da
cidade e do estado e fomentar os que já existem;
. Viabilizar feiras gastronômicas na cidade;
. Publicizar o calendário de festas populares, passando a divulgar nos sites e nas redes sociais da
prefeitura as rodas de samba, os forrós, os piseiros e demais manifestações de cultura popular;
. Promover maratonas de inovação (ideathons) para incentivar a formulação de ideias de gameficação
do turismo na cidade, estimulando a visita e o consumo em áreas turísticas.

OBJETIVO 5 - Organizar o trabalho informal e assegurar direitos a esses trabalhadores


. Organizar e identificar a rede de ambulantes que trabalham nas praias, nas ruas e nos eventos
culturais, como as rodas de samba, para garantir sua segurança e a sistematização e implementação das
suas demandas;
. Reforçar o ecossistema econômico relacionado aos circuitos de festa de rua;
. Estruturar nos bairros da nossa cidade pontos de apoio ao trabalhador por aplicativo, com estrutura
de bebedouro e banheiros públicos, nos quais esses trabalhadores poderão descansar, esperar chamado e
carregar celular.

OBJETIVO 6 - Fomentar a economia solidária e os pequenos e microempreendedores.


. Fomentar a integração da política de assistência com a Economia Solidária para potencialização do
acesso à renda e da inserção diferenciada no mundo do trabalho;
. Criar Feira Municipal de Artesanato e espaço permanente e coletivo de exposição e venda do
artesanato natalense nas orlas da praia;
. Abrir espaço no site da prefeitura para divulgação do trabalho e contato dos artesãos da cidade,
fazendo a ponte entre o turista e artesão;
. Prestar assessoria, por meio de parceria com o sistema S, para auxiliar no processo de abertura,
licenciamento e fechamento de micro e pequenas empresas e articular a integração dos órgãos envolvidos
no processo de registro e legalização de empresas e negócios;
. Criar e implementar um plano de reordenamento sobre a ocupação das áreas públicas nos corredores
comerciais (calçadas, praças e canteiros);
. Reestruturar os espaços comerciais coletivos como feiras, mercados, camelódromos, etc.;
. Firmar parcerias com instituições financeiras para facilitar o acesso ao crédito;
. Criar e implementar a sinalização de corredores comerciais;
. Criar e implementar programa de revitalização das Feiras Livres;
. Fomentar a implementação de loja colaborativa com marcas de design locais;
. Auxiliar os feirantes e trabalhadores que vendem comida na rua a ter equipamentos e a adotar
práticas que garantam a segurança sanitária dos produtos vendidos;
. Criar e implementar uma Lei para Negócios de Impacto Social e da Economia Solidária;
. Promover editais para o apoio, fortalecimento e aceleração para as cooperativas e atividades da
economia solidária;

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. Promover feiras periódicas regionais, para induzir o desenvolvimento dos Negócios de Impacto,
Economia Solidária e Economia Circular;
. Fomentar feira de Economia Circular;
. Criar uma incubadora de cooperativas municipais para incentivar a formação de cooperativas e
lhes prestar apoio técnico (jurídico, contábil e de gestão), com especial atenção ao setor de transporte de
aplicativo, a exemplo das já existentes, em outros locais do país;
. Implementar estratégias de economia solidária como serviços de microcrédito, cooperativas de
consumo, bancos populares e moedas sociais, que disponibilizem crédito e benefícios públicos;
. Priorizar e ampliar as compras governamentais das Micro e Pequenas Empresas.
OBJETIVO 7 - Incentivar a pesca artesanal, a indústria pesqueira e a agricultura urbana.
. Planejar e executar programa para tornar o pescado produzido em Natal mais competitivo;
. Fortalecer e valorizar a Pesca Artesanal no município, com a adoção de uma política de construção
de ranchos públicos de pesca, e a regulamentação dos territórios pesqueiros municipais, por meio do
reconhecimento e estabelecimento de zonas tradicionais de pesca em Natal;
. Requalificar o mercado do Peixe em Natal e estabelecer de política de valorização do pescado;
. Adotar políticas de incentivo ao desenvolvimento da Maricultura (algas);
. Adotar ações de incentivo para funcionamento do Terminal Público Pesqueiro de Natal;
. Disseminar tecnologias sociais, como a aquaponia ou sisteminhas, em espaços coletivos;
. Promover e incentivar a realização de Feiras de Produtos Agroecológicos;
. Fortalecer as hortas orgânicas comunitárias de Natal;
. Fortalecer e ampliar os espaços de comercialização da economia solidária em Natal;
. Fomentar e viabilizar a política das farmácias vivas nas UBS de Natal, com aquisição da produção
das hortas urbanas;
. Fomentar e viabilizar as compras governamentais para alimentação escolar oriundas da produção
sustentável da pesca e da agricultura urbana e periurbana de Natal;
. Fomentar o acesso dos produtos oriundos da pesca artesanal, aquicultura e agricultura familiar ao
mercado consumidor;
. Promover a Regularização fundiária dos espaços destinados à pesca, agricultura urbana e periurbana
em Natal.

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EIXO 4 | Natal merece mais justiça socioambiental

O mundo está mudando rapidamente, enfrentando desafios que afetam toda a humanidade, como
as mudanças climáticas e os eventos extremos que se tornam cada vez mais frequentes globalmente, no
Brasil e em nossa região. Diante desse cenário, é essencial promover uma mudança significativa, alinhada
com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), de maneira participativa, integrada e objetiva.
É crucial enfrentar os problemas históricos para consolidar projetos esperados pela população, garantir a
preservação dos ecossistemas e melhorar a qualidade de vida.
Por isso, nossa cidade precisa de uma gestão comprometida em construir políticas que garantam maior
resiliência às mudanças climáticas e que façam de Natal um exemplo em políticas que contribuam para a
transição energética e a reversão do processo de desequilíbrio ambiental. Uma política comprometida
com o enfrentamento dos desafios dos novos tempos exige empenho na descarbonização, transição
energética, aumento da resiliência e promoção de cidades sustentáveis. A inclusão e a participação social
são fundamentais, respeitando os povos, comunidades tradicionais, promovendo o diálogo para resolver
conflitos e assegurando a função socioambiental da cidade. Isso inclui uma integração entre urbanismo,
meio ambiente e clima, com o objetivo de promover o bem-estar da população e atrair um desenvolvimento
sustentável e responsável.
Para alcançar esses objetivos, é necessário planejamento, inovação, modernização e valorização das
pessoas, trabalhadores e servidores públicos. Além disso, é essencial fortalecer as instituições públicas,
garantindo sua capacidade de promover melhorias na qualidade de vida da população e uma gestão
eficiente. É preciso arborizar, proteger ecossistemas, transformar a mobilidade urbana reduzindo emissões
e transformar o lixo em recursos econômicos. Isso inclui monitorar a situação ambiental, educar a população
e dialogar com municípios vizinhos e investidores, unificando esforços com os governos estadual e federal.
Apresentamos propostas concretas, construídas coletivamente, para o meio ambiente de nossa
capital, baseadas nos problemas reais e desafios globais que enfrentamos hoje.
Os objetivos deste eixo são:

OBJETIVO 1 - Transformar Natal em uma cidade sustentável.


Diretrizes e ações:
. Associar a política ambiental com as políticas estruturantes da cidade, incorporando as diretrizes
ambientais e de sustentabilidade em todas as políticas executadas pela prefeitura;
. Adotar uma governança que assegure que a execução de políticas de combate às mudanças
climáticas e de proteção do meio ambiente sejam integradas às demais políticas públicas executadas pelo
município;
. Modernizar o órgão responsável pela execução de políticas ambientais, melhorando suas rotinas, e
institucionalizando a sua competência de tratar dos temas relacionados às mudanças climáticas, incluindo
a mitigação e a adaptação;
. Fortalecer o órgão responsável pela execução de políticas ambientais e de adaptação e combate às
mudanças climáticas, garantindo o pleno exercício da fiscalização da atividade de licenciamento ambiental;
. Criar incentivos para quem implementa iniciativas de melhorias ambientais, de forma integrada

41
com sua construção ou reforma ou mesmo adoção de áreas públicas de interesse da coletividade;
. Organizar fóruns periódicos para a participação popular na agenda ambiental incentivando o
controle social, a busca pela Agenda 2030 da ONU, a identificação de problemas e a construção permanente
de propostas para melhorar a qualidade de vida dos bairros;
. Incentivar a implementação da Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e
Comunidades Tradicionais na área do município, com foco na cadeia produtiva da sociobiodiversidade –
associada aos direitos territoriais, modos de vida, práticas e conhecimentos tradicionais;
. Revisar e modernizar o Código do Meio Ambiente da Cidade do Natal, compatibilizando-o com a
legislação ambiental brasileira e estadual dos últimos 30 anos e fortalecendo o Sistema Municipal do Meio
Ambiente integrado ao Sistema Estadual e Nacional, com planejamento e participação social;
. Fortalecer os programas de educação ambiental da capital para promover o exercício da cidadania, a
aprendizagem e a orientação uniformizada para que o município e escolas multipliquem soluções práticas
adaptadas às realidades dos bairros;
. Elaborar programas de educação ambiental;
. Diversificar os usos dos parques e áreas verdes por meio da organização de espaços de lazer e de
esporte.

OBJETIVO 2 - Promover medidas de mitigação (redução da emissão de gases do efeito estufa) e


adaptar a cidade aos efeitos das mudanças climáticas Diretrizes e ações.
. Elaborar e aplicar um Plano Municipal de Mudanças Climáticas (PMMC) que preveja políticas para
prevenir os desastres socioambientais e para promover a adaptação da cidade às mudanças climáticas;
. Articular uma governança que integre os esforços dos municípios da região metropolitana na
mitigação das mudanças climáticas e na prevenção aos desastres socioambientais;
. Fortalecer a Defesa Civil e executar o Plano Municipal de Contingência (Plancom) para garantir
a atuação preventiva, e para agir emergencialmente em situações de desastres para restabelecer a
normalidade social;
. Estruturar um plano de investimentos no desenvolvimento e manutenção de espaços verdes, como
parques, jardins, florestas urbanas, e outras áreas que promovem a vegetação dentro das cidades;
. Criar corredores ecológicos que liguem diferentes habitats naturais, permitindo que a fauna e a flora
possam se mover e interagir livremente;
. Fortalecer o monitoramento ambiental da cidade, com capacidade para execução da política
ambiental e coleta de dados sistemáticos para geração de relatório de qualidade do meio ambiente que
aponte os indicadores com maior necessidade de atuação do poder público;
. Estabelecer o monitoramento das principais fontes emissoras de gases que afetam negativamente
a qualidade do ar da cidade, gerando um inventário dos gases do efeito estufa atualizado da capital, além
de rede de monitoramento climático, para instituição de medidas de mitigação e da redução de impacto e
riscos e adequação à legislação ambiental mais recente e moderna;
. Realizar cooperação técnica e orçamentária com cidades de outros países e organizações
internacionais para adotar estratégias exitosas em outras cidades.

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OBJETIVO 3 - Melhorar o sistema de drenagem urbana e requalificar as lagoas de captação para
evitar alagamentos e desastres ambientais.
Diretrizes e ações:
. Criar um plano emergencial de requalificação das lagoas de captação, prevendo orçamento
compatível com a manutenção dessas estruturas;
. Instalar lixeiras e ecopontos próximos às lagoas de captação;
. Instalar sistema de alerta de risco de transbordamento nas lagoas de captação;
. Adaptar e implementar áreas verdes e vias públicas com materiais e soluções sustentáveis para
evitar alagamentos;
. Adotar sistemas de drenagem compatíveis com as características naturais;
. Utilizar materiais permeáveis ou semipermeáveis nas vias públicas, adaptando a capital ao conceito
de cidade-esponja, absorvendo águas de chuva para o aquífero e, com base nas características naturais,
adaptar as áreas inundáveis;
. Implementar o Plano Diretor de Drenagem de Natal;
. Revisar as situações críticas de alagamento da cidade, com efetiva execução de projetos inacabados
e novas soluções técnicas para os casos não previstos, em nível micro e de macrodrenagem.

OBJETIVO 4 - Estruturar a rede de esgotamento sanitário da cidade.


Diretrizes e ações:
. Revisar o sistema de esgotamento sanitário nas áreas críticas de alagamento que possuem ligações
clandestinas de drenagem, ao mesmo tempo em que se revista o sistema de drenagem com ligações
clandestinas de esgoto;
. Promover a expansão da rede de coleta e tratamento de esgoto da cidade, em articulação com os
demais entes federativos, para tornar Natal uma cidade sustentável e livre de contaminação de suas águas
subterrâneas por fontes de esgoto;
. Promover a expansão de abastecimento de água potável, em articulação com os demais entes
federativos;
. Estudar medidas de reutilização de águas no âmbito do poder público e estimular ações e soluções
técnicas na iniciativa privada.

OBJETIVO 5 - Gerir os resíduos sólidos de forma a reduzir o volume e garantir o tratamento


adequado dos resíduos gerados.
Diretrizes e ações:
. Reestruturar e requalificar a política de coleta seletiva na cidade, com inserção social dos catadores
e cooperativas para atendimento aos bairros, estimulando agendas ambientais periódicas na cidade para
que a própria população seja estimulada, favoreça a economia circular e a geração de renda com descarte
adequado dos resíduos;
. Adotar as soluções técnicas necessárias para cobrir toda a capital com os serviços de coleta de
resíduos, com prioridade para os bairros periféricos, as feiras públicas e a eliminação dos depósitos
inadequados de lixo e problemas com queimadas, inclusive adotando e divulgando novos pontos de

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descarte regular;
. Melhorar o controle e a qualidade na estação de transbordo da cidade, para reduzir os problemas
ambientais existentes e potenciais conflitos sociais e ambientais no contexto urbano em que se encontra;
. Disponibilizar amplamente recipientes de lixo por áreas públicas estratégicas da cidade com maior
movimentação de pessoas, atraindo as pessoas para o descarte correto e de forma criativa;
. Estudar a possibilidade de criação de unidades de triagem de resíduos, reciclagem, compostagem,
disponibilização de máquinas e equipamentos para os catadores, oferecendo cursos e agregando valor aos
seus produtos reciclados e reutilizados;
. Estruturar política de ecopontos e soluções sustentáveis para os resíduos da construção civil;
. Implantar programa de Economia Circular que permitirá introduzir o resíduo na cadeia produtiva e
transformá-lo em insumo para uma política industrial municipal;
. Criar o plano para a gestão de resíduos recicláveis e resíduos orgânicos.
OBJETIVO 6 - Preservar a Biodiversidade e restaurar os ecossistemas existentes no município.
Diretrizes e ações:
. Atualizar o Plano de Arborização Municipal e aumentar a arborização urbana com adoção de espécies
nativas e parcerias com instituições, hortos e viveiros, com meta de aumento contínuo e permanente da
arborização na cidade, melhorando com isso o clima local, a paisagem e a drenagem urbana;
. Garantir espaços de uso compatível com a preservação da biodiversidade das áreas protegidas
da cidade, por meio da criação de equipamentos que permitam atividades de contemplação, prática de
esportes, lazer, educação ambiental, etc.;
. Estudar a criação de projetos como bioparque e jardim botânico dentro de Zonas de Proteção
Ambiental da cidade para integrar a população com a proteção desses ambientes e seus usos sustentáveis;
. Identificar áreas degradadas com possibilidade de recuperação da biodiversidade, a partir da
participação popular, para a elaboração de projeto alternativo de restauração que garanta segurança e
qualidade ambiental para a população.

OBJETIVO 7 - Instituir uma política de proteção e de recuperação de nossos recursos hídricos.


Diretrizes e ações:
. Melhorar a qualidade ambiental dos rios existentes na cidade, com apoio do estado e municípios
vizinhos na gestão dos Rios Pitimbu, Potengi e Doce, além de outras iniciativas de revitalização nos rios
municipais e suas margens, com reflorestamento e parques lineares baseados em ecossistemas locais;
. Adotar o controle ambiental e correção das fontes contaminantes das águas subterrâneas para as
atividades de alto impacto que possam representar riscos à qualidade dos poços.

OBJETIVO 8 - Proteger a nossa zona costeira para garantir a sua biodiversidade, a sua
balneabilidade e seu uso diverso pela população.
Diretrizes e ações:
. Requalificar a orla marítima da cidade e replanejar a urbanização da orla para torná-la adequada e
compatível com as características naturais e os diversos usos recreativos e turísticos potenciais;

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. Assegurar, com medidas de gestão de resíduos sólidos, de ampliação da rede de coleta e de
tratamento do esgoto, e de melhoramento da drenagem da cidade, que a urbanização da orla não
contamine as águas das praias e não aumente o processo de erosão;
. Elaborar plano de engenharia, com consulta à população atingida, para adaptar as áreas urbanizadas
sujeitas ao processo de inundação costeira, com especial atenção para as áreas de interesse social que mais
sofrem com esse problema, como o Passo da Pátria.

OBJETIVO 9 - Contribuir para a transição energética do município.


Diretrizes e ações:
. Iniciar o processo de transição energética com incentivo ao uso de energias renováveis e à
modernização da infraestrutura municipal;
. Aumentar a participação de fontes renováveis na matriz energética do município, com priorização
à autonomia energética dos prédios e espaços públicos;
. Fazer a transição do sistema de iluminação da cidade para um de menor gasto energético;
. Investir em transportes públicos de baixa emissão de carbono, priorizando a eficiência e a cobertura
de ônibus sustentáveis e ambientados ao clima local.

OBJETIVO 10 - Transformar Natal numa cidade que acolhe todos os seres.


. Recuperar e manter a unidade do centro de zoonoses e dos equipamentos de castração municipais;
. Implementar e fortalecer leis que protejam os direitos dos animais;
. Adaptar os locais de convivência pública para recepção e convivência de animais;
. Promover campanhas educativas de conscientização sobre maus-tratos de animais, zoonoses e
outras doenças que afetam a saúde animal;
. Instituir um plano de substituição gradativa do uso de tração animal pelo uso de tração mecânica
nas cidades, com devido acompanhamento das pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica
que utilizam a tração animal como forma de subsistência;
. Criar programas de castração acessíveis à população, de modo a controlar a superpopulação de
animais domésticos e reduzir o número de animais em situações de abandono;
. Promover campanhas educativas sobre a importância da adoção responsável, incentivando a
adoção de animais de abrigos controlados por protetoras e protetores independentes, e a conscientização
sobre as responsabilidades envolvidas na criação de um animal de estimação;
. Cadastrar protetores e protetoras independentes de baixa renda, e, a partir desse diagnóstico,
implantar programa de assistência aos cuidados desses animais;
. Estabelecer padrões de bem-estar animal mais rigorosos, incluindo regulamentações para práticas
de criação e abate humanizadas;
. Promover campanhas de vacinações contra raiva e doenças virais;
. Fornecer apoio para organizações de proteção animal e abrigos de animais, para assegurar a
continuidade do de resgate, cuidado e reabilitação de animais em situações de risco desenvolvido por
essas organizações.

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