1GE202 - 2023 - 24 - Caso Lux Led - Enunciado

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CONTABILIDADE DE GESTÃO

2023/24

Caso

LUX-LED

Caso elaborado por Joaquim Barreiros e


João Ribeiro, Faculdade de Economia da
Universidade do Porto, 2019
1GE202 – CONTABILIDADE DE GESTÃO

Parte A
Nunca pensei que houvesse tantas formas de calcular o custo dos nossos
produtos. Até aqui limitava-me a olhar para as listagens que o Departa-
mento de Contabilidade de Gestão nos enviava e via-as como objetivas. Os
números têm esse dom, não é? Agora percebo que esta questão é algo mais
complicada e, ao que parece, algo subjetiva.

Paulo C. (Diretor Comercial da Lux-Led)

1. Introdução
A reunião de “apresentação dos novos custos dos produtos” estendia-se há já algumas horas e não tinha
um final à vista. Paulo C., diretor comercial da Lux-Led - uma empresa dedicada à produção e
comercialização de focos de iluminação - não se conformava com a lista de custos unitários dos produtos
apresentada pelo novo responsável pela contabilidade de gestão. Segundo o diretor comercial, esta lista
obrigava a repensar totalmente a política comercial e de pricing da empresa, já que apresentava
diferenças consideráveis face à de anos anteriores no que diz respeito aos custos dos 6 tipos de produtos
que constituíam o seu portfolio: os focos “Alfa”; “Beta”; “Gama”; “Delta”; “Epsilon” e “Zeta”.
O Diretor da Contabilidade de Gestão, Jorge C.G., recentemente contratado, concebeu um novo sistema
de custeio dos produtos que substituiu o tradicionalmente utilizado na organização. Segundo o Diretor
Geral, Nuno D.G., o sistema que anteriormente usavam tinha sido um dos fatores que conduzira a
organização à situação difícil em que atualmente se encontrava. Os resultados da empresa tinham
registado uma quebra acentuada desde 2016, e a “gota de água” surgiu quando, para o exercício de 2018
e pela primeira vez desde o início da atividade da empresa em meados dos anos 90, foi reportado um
prejuízo (vide Quadro 1).

Demonstrações dos resultados (Euros)

2016 2017 2018


Vendas 2 097 092,25 2 049 668,25 2 037 145,50
Variação de Produção 331,57 -545,36 -368,93
Custo das matérias consumidas 874 337,25 890 798,00 908 597,50
Fornecimentos e serviços externos 175 000,00 180 000,00 178 000,00
Gastos com o pessoal 536 000,00 540 000,00 554 000,00
Depreciações de equipamentos 375 000,00 372 500,00 365 000,00
Gastos financeiros 25 000,00 28 000,00 29 000,00
Outros gastos operacionais 25 000,00 27 000,00 28 000,00
Resultado 87 086,57 10 824,89 -25 820,93

Quadro 1: Demonstração dos resultados da Lux-Led

Tradicionalmente, a informação disponível para a gestão tinha-se limitado às demonstrações de


resultados por naturezas constantes do quadro anterior, que eram baseadas num exercício de custeio de
produtos muito simples, conduzido pelo próprio diretor geral em conjunto com o diretor industrial Rui
Indu.

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1GE202 – CONTABILIDADE DE GESTÃO

Como o quadro seguinte permite perceber, não se registaram, naquele triénio, variações significativas do
volume de atividade nem do volume de negócios já que, por razões conjunturais e de política comercial,
se tinha optado também por não alterar os preços de venda:

Vendas, Stocks e Preços


Alfa Beta Gama Delta Epsilon Zeta
Quantidades vendidas 15 500 20 010 12 500 21 980 44 995 29 990
2016 Stock final (prod.acabados) 150 200 100 300 80 60
Stock inicial (prod.acabados) 150 210 100 280 75 50
Quantidades vendidas 15 010 19 775 12 005 22 225 43 675 29 010
2017 Stock final (prod.acabados) 140 175 120 275 80 50
Stock inicial (prod.acabados) 150 200 100 300 80 60
Quantidades vendidas 14 495 19 995 12 035 22 025 44 560 27 990
2018 Stock final (prod.acabados) 145 180 110 250 70 60
Stock inicial (prod.acabados) 140 175 120 275 80 50

2016
2017 Preço de venda unitário 14,50 12,00 18,00 16,00 12,75 16,00
2018

Quadro 2: Vendas, Stocks e Preços (2016 a 2018)


Nota: os eventuais stocks de produtos em curso de fabrico, dado a sua habitual baixa
relevância, eram sempre considerados nulos.

2. Sobre o sistema de custeio de produtos


São os seguintes os princípios adotados na Lux-Led para custeio dos produtos:

 Os custos diretos da produção tratados autonomamente são exclusivamente as matérias-primas.


Relativamente a estas, há já muitos anos a empresa procede ao registo dos consumos por tipo de
produto e por lote, o que lhe permite aferir com muita precisão o custo direto dos seus produtos em
termos de matérias-primas. Já por várias vezes se pensou em simplificar administrativamente o
sistema, uma vez que os coeficientes tecnológicos existentes dos vários tipos de produtos em termos
de matérias-primas são muito rigorosos, mas tal ainda não foi feito.
O quadro-síntese seguinte apresenta os consumos efetivos de Matérias-primas nos três últimos anos:
Consumos efetivos de MP
Unidade Custo unitário Custo matérias
Ano Matéria-prima de medida
Alfa Beta Gama Delta Epsilon Zeta TOTAIS
das MP (€) consumidas (€)
Componentes estruturais kg 7 770 10 000 12 250 16 600 22 600 22 300 91 520 kg 4,00 366 080,0
Fio elétrico metro 15 530 24 010 18 800 26 375 67 600 30 020 182 335 m 0,60 109 401,0
2016 Interrutor unidade 15 525 20 005 12 525 22 030 44 995 30 005 145 085 un 1,25 181 356,3
Velatura litro 1 550 2 000 1 250 2 200 4 500 3 000 14 500 l 15,00 217 500,0
TOTAL 874 337,3
Componentes estruturais kg 7 505 10 000 12 020 16 655 21 830 21 745 89 755 kg 4,00 359 020,0
Fio elétrico metro 14 950 23 710 18 030 26 635 65 500 29 035 177 860 m 0,60 106 716,0
2017 Interrutor unidade 15 010 19 800 12 025 22 225 43 650 29 020 141 730 un 1,40 198 422,0
Velatura litro 1 505 1 980 1 205 2 215 4 360 2 900 14 165 l 16,00 226 640,0
TOTAL 890 798,0
Componentes estruturais kg 7 240 9 995 12 020 16 475 22 250 20 975 88 955 kg 4,10 364 715,5
Fio elétrico metro 14 445 23 980 18 020 26 410 66 835 28 005 177 695 m 0,60 106 617,0
2018 Interrutor unidade 14 505 20 010 12 050 22 000 44 545 28 000 141 110 un 1,50 211 665,0
Velatura litro 1 450 2 000 1 200 2 200 4 450 2 800 14 100 l 16,00 225 600,0
TOTAL 908 597,5
Quadro 3: Consumos efetivos de Matérias-primas

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 Relativamente aos custos indiretos:

 Os custos dos produtos são calculados incluindo apenas gastos industriais;


 Na ausência de um sistema de contabilidade de gestão estruturado, estima-se que são de
natureza industrial 85% dos “gastos com o pessoal”, 60% dos gastos com “fornecimentos
e serviços externos” e 20% dos “outros gastos operacionais”;
 Infelizmente, não está disponível um cadastro de imobilizado com o nível de análise e de
fiabilidade adequados, pelo que também não é preciso o tratamento das depreciações do
equipamento. Tendo em consideração a informação existente e alguns cálculos adicio-
nais, considera-se que 80% das depreciações dizem respeito a equipamentos industriais;
 Estes custos indiretos são repartidos pelos vários tipos de produtos com base nos consu-
mos (em valor) das matérias-primas.

Os valores obtidos desta forma para os três últimos anos, foram os seguintes:

Custos unitários industriais dos produtos


Alfa Beta Gama Delta Epsilon Zeta
Matérias-Primas (€) 5,358 5,471 7,575 6,489 5,660 6,324
2016 Outros gastos industriais (€) 5,305 5,416 7,499 6,424 5,604 6,261
Custo industrial - produto (€) 10,663 10,887 15,074 12,914 11,264 12,585
Matérias-Primas (€) 5,606 5,753 7,901 6,719 5,896 6,601
2017 Outros gastos industriais (€) 5,477 5,621 7,720 6,565 5,761 6,450
Custo industrial - produto (€) 11,083 11,375 15,622 13,284 11,656 13,051
Matérias-Primas (€) 5,745 5,869 8,097 6,891 6,046 6,771
2018 Outros gastos industriais (€) 5,535 5,654 7,800 6,638 5,824 6,523
Custo industrial - produto (€) 11,280 11,523 15,898 13,529 11,870 13,295

Quadro 4: Custo dos produtos em 2016, 2017 e 2018

Jorge C.G., o Diretor da Contabilidade de Gestão, apresentou na reunião o princípio básico do


novo modelo que concebeu e que pretende aplicar a partir de 2019:

Não tem sentido repartir os “outros custos industriais” pelos produtos com base nos
consumos das matérias-primas. Rapidamente percebi, quando comecei a falar com
as pessoas da fábrica e a analisar o processo produtivo, que os produtos mais dispen-
diosos em materiais não são necessariamente os que utilizam mais mão-de-obra e
horas de equipamento. E são classes de custos materialmente relevantes. Por
exemplo, os gastos com pessoal industrial são cerca de 85% do total dos gastos com
pessoal. E os custos com mão-de-obra das linhas produtivas representaram cerca de
69% dos gastos com pessoal industrial. Logo, o meu esforço foi o de recolher
informação sobre a mão-de-obra direta e reconhecer que esta era uma melhor base
de repartição.

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1GE202 – CONTABILIDADE DE GESTÃO

Em resumo:
 não alterei o processo de cálculo dos custos unitários dos produtos em termos de
“matérias-primas”;
 criando uma nova rubrica contabilística de custos, autonomizei e calculei o custo
unitário dos produtos em termos de “mão-de-obra direta”;
 a parcela remanescente de gastos industriais (que continuei a chamar de “outros
gastos industriais”) foi então repartida pelos produtos com base nos consumos
de mão-de-obra direta, calculando assim uma última rubrica: o custo unitário do
produto em termos de “outros gastos industriais”.

Relativamente ao cálculo do custo unitário dos produtos em termos de “mão-de-obra di-


reta” utilizei o chamado “método indireto”, para o que usei uma grelha de coeficientes tec-
nológicos (consumos-padrão do fator por unidade de produto) que o Diretor Industrial Rui
Indu elaborou, tendo por base os seus registos históricos (vide Quadro 5).

Coeficientes tecnológicos - Mão-de-obra Direta


Alfa Beta Gama Delta Epsilon Zeta
Coef. tecnológicos (em minutos) 15 16 30 20 25 38

Quadro 5: Coeficientes tecnológicos (MOD)

Jorge C.G. recalculou os custos de 2016, 2017 e 2018 tendo por base este novo modelo:

Alfa Beta Gama Delta Epsilon Zeta


Matérias-Primas (€) 5,358 5,471 7,575 6,489 5,660 6,324
Mão-de-obra (€) 1,298 1,385 2,596 1,731 2,164 3,289
2016
Outros gastos industriais (€) 2,276 2,428 4,553 3,035 3,794 5,767
Custo industrial - produto (€) 8,933 9,283 14,724 11,255 11,617 15,379
Matérias-Primas (€) 5,606 5,753 7,901 6,719 5,896 6,601
Mão-de-obra (€) 1,342 1,432 2,684 1,790 2,237 3,400
2017
Outros gastos industriais (€) 2,346 2,503 4,693 3,129 3,911 5,944
Custo industrial - produto (€) 9,294 9,688 15,278 11,637 12,043 15,945
Matérias-Primas (€) 5,745 5,869 8,097 6,891 6,046 6,771
Mão-de-obra (€) 1,386 1,479 2,772 1,848 2,310 3,512
2018
Outros gastos industriais (€) 2,348 2,505 4,696 3,131 3,913 5,948
Custo industrial - produto (€) 9,480 9,852 15,566 11,870 12,270 16,231

Quadro 6: Custo dos produtos em 2016, 2017 e 2018 (versão alternativa)

Para Paulo C., a conclusão é simples (vide Quadro 7):


As nossas linhas de maiores vendas são a “Epsilon” e a “Zeta”. Se estes custos são fiá-
veis, trata-se exatamente dos produtos cujos preços vamos ter de rever. Peço muita
desculpa por dizer isto, mas sinto que isto vai ser desastroso em termos comerciais …”

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Custo industrial - confronto de alternativas de cálculo


Alfa Beta Gama Delta Epsilon Zeta
Versão inicial 10,663 10,887 15,074 12,914 11,264 12,585
Novo modelo 8,933 9,283 14,724 11,255 11,617 15,379
2016
€ -1,730 -1,603 -0,350 -1,658 0,354 2,794
Diferença
% -16,2% -14,7% -2,3% -12,8% 3,1% 22,2%
Versão inicial 11,083 11,375 15,622 13,284 11,656 13,051
Novo modelo 9,294 9,688 15,278 11,637 12,043 15,945
2017
€ -1,789 -1,687 -0,343 -1,647 0,387 2,894
Diferença
% -16,1% -14,8% -2,2% -12,4% 3,3% 22,2%
Versão inicial 11,280 11,523 15,898 13,529 11,870 13,295
Novo modelo 9,480 9,852 15,566 11,870 12,270 16,231
2018
€ -1,801 -1,671 -0,332 -1,659 0,399 2,937
Diferença
% -16,0% -14,5% -2,1% -12,3% 3,4% 22,1%

Quadro 7: Custo Industrial – confronto de alternativas

Pretende-se que:
1. Reconstitua o cálculo dos custos unitários na hipótese de não se ter alterado o sistema
de custeio, i.e., tal como se calculavam em anos anteriores;

2. Reconstitua os cálculos que conduziram aos custos dos produtos em termos de “matérias-
primas”, “mão-de-obra direta” e “outros gastos industriais” no novo sistema
implementado por Jorge C.G;

3. Avalie criticamente as mudanças introduzidas por Jorge C.G. no sistema de custeio utili-
zado na Lux-Led.

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Parte B
Entretanto, no final de uma outra reunião em que estiveram ambos presentes, Paulo C. e Jorge
C.G. voltaram a trocar impressões sobre o tema do sistema de custeio:

Paulo C.: ... aliás, que garantia tenho eu de que estes novos custos são fiáveis? Não
haverá ainda melhores formas de calcular os custos? É que, meu caro, perdi
a confiança na informação que me chega sobre custos.

Jorge C.G.: O meu plano era exatamente o de refinar ainda mais o sistema de custeio
no próximo ano. Já tenho, aliás, ideias para isso. Mas tem razão: talvez seja
melhor tentar fazê-lo desde já e testar novas soluções com base nos dados
de 2018. Assim esclarecemos as dúvidas de uma vez. Vou desde já
trabalhar com o departamento de contabilidade financeira para recolher a
informação necessária.

No dia seguinte, o diretor geral e o diretor industrial conversaram também sobre o assunto. Rui
Indu teve uma ideia que o Diretor Geral Nuno D.G. acolheu com entusiasmo:

Rui Indu: Um meu colaborador, o Sérgio F., esteve recentemente a frequentar uma
formação em que foram apresentadas formas de custeio alternativas e, ao
que parece, inovadoras. Na semana passada até me esteve a mostrar os
esboços de umas simulações que tinha feito e as conclusões pareceram-me
interessantes. O que acha se lhe pedir que desenvolva e sistematize esses
esboços?

Nuno D.G.: Ótima ideia. Este tema é tão importante que será fundamental chegar a uma
solução fiável e consensual de uma vez por todas. Vou marcar uma reunião
para analisarmos os resultados e pressupostos dos dois estudos (desse e do
que o nosso homem da contabilidade de gestão está a desenvolver). Apenas
lhe peço que o Jorge C.G. não saiba para já deste trabalho paralelo...

Rui Indu: Combinado. Prometo que a informação será recolhida apenas na minha
área.

Assim, na sequência da reunião de “apresentação dos novos custos dos produtos” e das conversas
atrás relatadas, foram conduzidos dois estudos sobre os custos dos diferentes produtos.
Apresentam-se em anexo esses estudos.

Pretende-se que:
1. Reconstitua os cálculos que conduziram aos custos apresentados nos dois estudos;
2. Comente criticamente as duas propostas e aprecie as vantagens e desvantagens de ambas
as soluções.
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1GE202 – CONTABILIDADE DE GESTÃO

RESULTADOS DA ADOÇÃO DE UM NOVO


SISTEMA DEPCOST PARA O CUSTEIO DOS
PRODUTOS DA LUX-LED
Autor: Jorge C.G.

Pressupostos e comentários:

1. Princípio geral adotado: os custos da Lux-Led foram repartidos numa lógica departamental.
Os custos dos departamentos industriais produtivos ou principais (ou a eles alocados,
atendidos os serviços que lhes são prestados pelos departamentos auxiliares industriais),
foram depois repartidos pelos produtos com base no tempo normal de mão-de-obra utilizado
na respetiva produção.

2. Foi recolhida alguma informação e foram realizadas diversas estimativas para distribuir
custos pelas várias áreas e departamentos. Seria impraticável reconstituir de forma exata
uma contabilidade de custos para um ano inteiro. Para 2019 o sistema de informação será
preparado, e será criado um conjunto de procedimentos, que permitirão obter a informação
exata necessária.

3. Distribuição dos custos de 2018 por áreas/departamentos:

a. Trabalho realizado e pressupostos assumidos:


i. Custos com pessoal por área/departamento com base na listagem de
salários;
ii. Fornecimentos de Serviços por área/departamento por estimativa e
consulta a algumas faturas;
iii. Depreciações por área/departamento com base em estimativas e
consulta a algumas faturas de compra de equipamentos;
iv. Outros gastos: com base em estimativas e caraterísticas de algumas
subclasses de gastos;

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1GE202 – CONTABILIDADE DE GESTÃO

b. Resultado desta distribuição (e alguns comentários adicionais):

Custos por Departamento


Montante
Descrição (€)
Obs.
Direção Geral e Área administrativa 219 413,0 Inclui todos os gastos de financiamento
Área Comercial 59 287,0
Custos Industriais:
Direção 88 121,0 Inclui gastos gerais fabri s
Armazém de materiais 47 543,0
Planeamento 44 121,0
Engenharia e manutenção 52 356,0
Qualidade 34 725,0
Produtos-base 82 122,0
Centros principais.
Montagem 121 311,0 Os valores não integram os consumos de materi ais
nem os gastos com a mão-de-obra direta
Acabamentos 80 080,0
TOTAL (gastos industriais indiretos) 550 379,0

Custo das matérias-primas consumidas 908 597,5


Mão-de-obra direta 324 921,0

CUSTOS TOTAIS 2 062 597,5

Quadro JCG-1

4. Critérios para repartição dos custos dos centros auxiliares pelos centros principais:

 Direção e Qualidade: em partes iguais pelos 3 centros principais;


 Armazém de materiais: consumos de matérias-primas por departamento produtivo, o
que em 2018 correspondeu a: 50% para Produtos-Base; 24% para Montagem; 26% para
Acabamentos;

 Planeamento: 25% para Produtos-Base e para Acabamentos; 50% para Montagem (a


área mais complexa em termos de planeamento);

 Engenharia e manutenção: há folhas de trabalho que permitiram fazer com alguma


precisão a seguinte distribuição: 21% para Produtos-Base; 46% para Montagem; 33%
para Acabamentos.

Resultado desta distribuição:

Total Prod-Base Montagem Acabamentos

Diretos do próprio centro 82 122,00 121 311,00 80 080,00

Da Direção 29 373,67 29 373,67 29 373,67


Do Armazém materiais 23 771,50 11 410,32 12 361,18
Do Planeamento 11 030,25 22 060,50 11 030,25
Da Engenharia e manutenção 10 994,76 24 083,76 17 277,48
Da Qualidade 11 575,00 11 575,00 11 575,00
Total 550 379,00 168 867,18 219 814,25 161 697,58

Quadro JCG-2

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1GE202 – CONTABILIDADE DE GESTÃO

5. Tempo de mão-de-obra nos centros produtivos:

Alfa Beta Gama Delta Epsilon Zeta TOTAIS


Coef. Tecnológico Prod. Base 9,0 4,0 21,0 6,0 3,8 7,8
Coef. Tecnológico Montagem 3,0 9,0 6,0 10,0 12,5 15,0
Coef. Tecnológico Acabamentos 3,0 3,0 3,0 4,0 8,8 15,2
em horas 15,0 16,0 30,0 20,0 25,0 38,0

Produção (unidades) 14 500 20 000 12 025 22 000 44 550 28 000

Minutos totais:
Produtos-base 130 500,0 80 000,0 252 525,0 132 000,0 167 062,5 218 400,0 980 487,5
Montagem 43 500,0 180 000,0 72 150,0 220 000,0 556 875,0 420 000,0 1 492 525,0
Acabamentos 43 500,0 60 000,0 36 075,0 88 000,0 389 812,5 425 600,0 1 042 987,5
217 500,0 320 000,0 360 750,0 440 000,0 1 113 750,0 1 064 000,0 3 516 000,0

Quadro JCG-3

Resultados da aplicação do DEPCOST


custo das linhas de produto em 2018:

Custo industrial - 2018


Alfa Beta Gama Delta Epsilon Zeta
Matérias-Primas (€) 5,745 5,869 8,097 6,891 6,046 6,771
Mão-de-obra (€) 1,386 1,479 2,772 1,848 2,310 3,512
Outros gastos industriais (€)
Produtos-Base 1,550 0,689 3,617 1,033 0,646 1,343
Montagem 0,442 1,325 0,884 1,473 1,841 2,209
Acabamentos 0,465 0,465 0,465 0,620 1,357 2,357

Custo industrial - produto (€) 9,589 9,827 15,835 11,865 12,200 16,192

Conclusões:
- Confirmam-se as conclusões anteriores: um sistema mais refinado gerou custos muito
idênticos, não havendo pois lugar a mais dúvidas sobre a qualidade dos custos apresentados;

- Próximos passos: implementar um sistema que permita uma segura distribuição de custos por
departamentos e recolha de informação sobre serviços prestados por esses departamentos.

Quadro JCG-4

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1GE202 – CONTABILIDADE DE GESTÃO

ANÁLISE AO SISTEMA DE CUSTEIO DE


PRODUTOS DA LUX-LED
© Sérgio F.

Notas prévias:

 O estudo aqui apresentado tem como princípio de base a análise tão exaustiva quanto
possível das atividades desenvolvidas na área fabril;

 Dado o pouco tempo disponível, algumas limitações no acesso a dados, e a ausência de


uma discussão sobre o uso a dar à informação gerada, as conclusões apresentadas abaixo
devem ser encaradas com especial cuidado. Este é sobretudo um exercício que ilustra o
potencial deste tipo de abordagem;

 Os dados que sustentam a análise foram recolhidos através da experiência pessoal do


autor e de entrevistas informais com o pessoal das várias áreas fabris. Em resumo:

Etapa da análise Fonte de dados


Experiência do autor, bem comoconversas informais
1. identificação das principais atividades com o Eng. Rui Indu e os diretores dos vários
departamentos

2. Identificação dos indutores de custos nessas Conversas informais com os diretores e outros
atividades elementos dos vários departamentos

3. Associação de custos às atividades Idem

4. Utilização dos indutores pelos produtos Idem, mais alguma informação disponível

5. Cálculo dos custos dos produtos Com base na informação recolhida em 1, 2, 3 e 4

Quadro SF-1

pág. 10
1GE202 – CONTABILIDADE DE GESTÃO

Resultados (análise ao custo dos produtos):

Custo industrial - 2018


Alfa Beta Gama Delta Epsilon Zeta
Mat.Primas (€) 5,745 5,869 8,097 6,891 6,046 6,771
Mão-de-obra (€) 1,386 1,479 2,772 1,848 2,310 3,512
Outros gastos indust. (€) 2,632 5,103 4,550 2,364 2,905 6,216

Custo industrial - produto (€) 9,763 12,451 15,420 11,103 11,261 16,499

Quadro SF-2

Comentários:

 Não esquecendo a precaução com que os números apresentados devem ser en-
carados, crê-se, ainda assim, que um sistema de custeio baseado no modelo apre-
sentado constitui um claro refinamento face ao modelo atual;

 Caso o modelo aqui apresentado seja considerado adequado e se decida pela sua
adoção, será necessário torná-lo mais fiável e preciso, o que implicará fortes in-
vestimentos nos sistemas de recolha e tratamento de dados.

pág. 11
1GE202 – CONTABILIDADE DE GESTÃO

De seguida apresento alguns pormenores sobre a informação recolhida nas


etapas 1 a 4.

1. Identificação das principais atividades e seus custos

2. Identificação dos indutores de custos

Departamentos Objeto
Atividade Custos Indutor de custos
envolvidos significativo

Produção do corpo do foco 82 122 Produtos-Base Horas de M O Produtos


Preparação das componentes elétricas 58 721 M ontagem Horas de M O Produtos
Montagem 62 590 M ontagem Horas de M O Produtos
Velatura 45 764 Acabamentos Horas M áquina Produtos
Embalagem 34 316 Acabamentos Horas de M O Produtos
Aprovisionamento de mat.primas 28 256 Armazém de materiais Nº de ordens de compra Atividades produtivas
Gestão e manuseamento de stocks 19 287 Armazém de materiais Nº de requisições Produtos
Emissão de ordens de produção 44 121 Planeamento Nº de ordens de produção Produtos
Manutenção 30 789 Engenharia e manutenção Nº de horas de manutenção Atividades produtivas
Realização de testes de qualidade 34 725 Qualidade Nº de testes aos produtos Produtos
Engenharia 21 567 Engenharia e manutenção
Nº de unidades de produto Produtos
Direção + gerais 88 121 Direção
Totais 550 379

Quadro SF-3

3. Associação de custos às atividades

3.1 Das atividades “auxiliares” pelas “principais”

Destino
Origem P ro duç ã o do
P re pa ra ç ã o
c o m po ne nt e s M o nt a ge m V e la t ura E m ba la ge m
c o rpo do f o c o
e lé t ric a s
Aprovisionamento de mat.primas 10 121 9 991 567 5 235 2 342
M anutenç ão 5 111 6 543 6 987 8 999 3 149

Quadro SF-4

pág. 12
1GE202 – CONTABILIDADE DE GESTÃO

3.2 Custos por unidade de indutor

Indutor custo p/
Atividade Custos unid. de
Unidade Quantidade indutor
Produção do corpo do foco Horas de MO 39 252 97 354 2,48
Preparação das componentes elétricas Horas de MO 26 325 75 255 2,86
M ontagem Horas de MO 29 484 70 144 2,38
Velatura Horas máquina 8 095 59 998 7,41
Embalagem Horas de MO 8 418 39 807 4,73
Gestão e manuseamento de stocks Nº de requisições 1 450 19 287 13,30
Nº ordens
Emissão de ordens de produção 1 295 44 121 34,07
produção
Realização de testes Nº de testes 750 34 725 46,30
Nº unid.
Outros 141 075 109 688 0,78
produzidas

Quadro SF-5

4. Utilização dos indutores pelos produtos

Alfa Beta Beta Gama Delta Epsilon TOTAIS


Hora s MO Produçã o corpo do foco 2 976 13 094 3 603 3 397 4 932 11 250 39 252
Hora s MO Prepa ra çã o compon. el étri ca s 1 488 2 752 2 402 2 078 9 730 7 875 26 325
Hora s MO Monta gem 1 488 6 145 3 603 2 018 7 230 9 000 29 484
Hora s má q. - Ve l a tura 704 872 1 667 1 311 1 771 1 770 8 095
Hora s MO Emba l a gem 893 1 179 221 819 3 619 1 687 8 418
Requi si ções de ma téri a s 50 350 100 50 100 800 1 450
Ordens de produçã o 20 300 75 30 120 750 1 295
Tes tes de qua l i da de 20 100 80 10 40 500 750
Produçã o 14 500 20 000 12 025 22 000 44 550 28 000 141 075

Quadro SF-6

pág. 13

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