Jurisprudencia - Nulidade Contrato Sindicato
Jurisprudencia - Nulidade Contrato Sindicato
Jurisprudencia - Nulidade Contrato Sindicato
(TJ-SE - AC: 00014477520198250037, Relator: Vaga de Desembargador (Des. José dos Anjos),
Data de Julgamento: 17/04/2023, 2ª CÂMARA CÍVEL)
E M E N T A APELAÇÃO CÍVEL – EMBARGOS À EXECUÇÃO – EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA –
PRELIMINAR – CERCEAMENTO DE DEFESA – AFASTADA – MÉRITO – TERMO DE CONFISSÃO DE
DÍVIDA ASSINADA PELO PRESIDENTE DO SINDICATO – PRINCÍPIO DA BOA -FÉ OBJETIVA –
APLICAÇÃO DA TEORIA DA APARÊNCIA – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO
Consoante jurisprudência pacífica do STJ, “não há cerceamento de defesa quando o
magistrado, com base em suficientes elementos de prova e objetiva fundamentação, julga
antecipadamente a lide” (AgRg no REsp 1206422/TO, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 25/06/2013, DJe 01/07/2013). Não há se falar em
nulidade de instrumento particular de confissão de dívida, quando o contrato é subscrito por
pessoa que detinha poderes para tanto. Na hipótese, aplica-se a teoria da aparência, segundo
a qual é considerado válido o negócio jurídico firmado de boa-fé com quem detinha,
aparentemente, poderes de representação, como ocorre no caso do Presidente do Sindicato.
AÇÃO ANULATÓRIA DE NEGÓCIO JURÍDICO. COMPRA E VENDA DE VEÍCULO. Autor que requer
a anulação do contrato de compra e venda de veículo, bem como do contrato coligado de
financiamento, além de indenização por danos materiais e morais Sentença de procedência.
Apelo das concessionárias e da instituição financeira. Preliminar de ilegitimidade passiva do
banco. Teoria da asserção. Condições da ação aferidas à luz dos fatos narrados na exordial.
Precedentes do E. STJ. Autor que requer a rescisão tanto do contrato de compra e venda
quanto do contrato de financiamento. Legitimidade passiva, em tese, configurada. Preliminar
afastada. Mérito. Resistência das concessionárias em rescindir a avença, alegando pleno
conhecimento do autor em relação aos termos da aquisição. Ata notarial que comprova dolo
do preposto das concessionárias, induzindo o consumidor ao erro para celebrar o contrato de
financiamento e, consequentemente, o contrato de aquisição do veículo. Recibo de venda do
veículo que sequer se encontra assinado pelo requerente. Vício de consentimento
caracterizado. Anulação do negócio jurídico por indução ao erro substancial e dolo do
preposto das concessionárias. Art. 138 e art. 145 do Código Civil. Contrato coligado de
financiamento que também deve ser anulado. Danos materiais. Ocorrência. Nexo de
causalidade direto entre a conduta desidiosa dos requeridos e os danos ocasionados ao
patrimônio do autor, que teve de dispender valores com a lavratura de ata notarial para a
instrução do presente processo, que visava o desfazimento de negócio jurídico
manifestamente viciado. Danos materiais devidos. Danos morais. Ocorrência. Situação que
ultrapassou o mero aborrecimento cotidiano, consubstanciado em ardil praticado pelos réus
para obter vantagem econômica sobre o autor. Finalidade punitiva da indenização. Quantum
indenizatório fixado em valores proporcionais. Sentença mantida. Recursos não providos.
(TJ-RS - AC: 50003636120198210005 BENTO GONÇALVES, Relator: Isabel Dias Almeida, Data de
Julgamento: 30/03/2022, Quinta Câmara Cível, Data de Publicação: 30/03/2022)