Slides de Aula - Unidade I

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UNIDADE I

História do Pensamento
Filosófico

Prof. Dr. Tadeu Santos


Objetivos gerais da disciplina

 Articular os conhecimentos filosóficos tanto na área específica de atuação profissional quanto


nas diversas áreas do conhecimento, propiciando o pensar interdisciplinar.

 Adotar postura investigativa e crítica em relação aos problemas que a realidade apresenta e
as diferentes formas de conhecimento, possibilitando uma compreensão sistematizada
e transdisciplinar.
Principais períodos da Grécia Antiga

Tempos homéricos (séculos XII a VIII a.C.)


 Corresponde à educação heroica, cavalheiresca e das grandes epopeias.

Período arcaico (séculos VIII a VI a.C.)


 Grandes alterações sociais e políticas com o advento das cidades-estados (pólis).

Período clássico (séculos V a IV a.C.)


 Apogeu da civilização grega. Época em que viveram os sofistas Sócrates, Platão
e Aristóteles.

Período helenístico (séculos III a II a.C.)


 Fase da decadência da Grécia, com o domínio macedônico
e conquista dos romanos.
Do mito à razão

 Nas eras primordiais da civilização humana, o homem era nômade, ou seja, deslocava-se de
forma permanente, sempre acompanhando rios e águas e colhendo alimentos onde estes
estavam disponíveis.

 Há cerca de dez mil anos, ele passou a fixar-se em determinados locais e aprendeu a
desenvolver meios para a subsistência, como a agricultura, a pecuária e a cerâmica.
Do mito à razão

 Com isso, passou a se preocupar mais com questões que, antes, por causa da sua condição
rudimentar, não o incomodavam muito.

 Mesmo sendo impossível responder às perguntas sobre o conhecimento de seus


antepassados, o homem criou a mitologia para tentar compreender sua existência de forma
racional, embora dentro da limitação, das questões primordiais. Nesse sentido, o mito
apresenta características inerentes, como a religiosidade e a fantasia, sem jamais deixar
de ser racional, pois se trata de uma grande atividade intelectual humana.
Do mito à razão

 A importância do pensamento mítico e da mitologia na perspectiva histórica da filosofia é o


início de um pensamento mais exigente por respostas que viriam a ser reconhecidas como
filosofia na fase seguinte da evolução do pensamento humano, a fase cosmológica,
protagonizada pelos filósofos pré-socráticos.
Interatividade

O período clássico da Grécia, compreendido entre os séculos XII a VII a.C., é caracterizado:

a) Pelo nascimento da filosofia.


b) Pelo nascimento da pólis.
c) Pela edição das grandes epopeias.
d) Pela época que viveram Sócrates, Platão e Aristóteles.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
Resposta

O período clássico da Grécia, compreendido entre os séculos XII a VII a.C., é caracterizado:

a) Pelo nascimento da filosofia.


b) Pelo nascimento da pólis.
c) Pela edição das grandes epopeias.
d) Pela época que viveram Sócrates, Platão e Aristóteles.
e) Nenhuma das alternativas está correta.
O nascimento da filosofia

 Os historiadores da filosofia dizem que ela possui data e local de nascimento: final do século
VII e início do século VI a.C., nas colônias gregas da Ásia Menor (particularmente, as que
formavam uma região denominada Jônia), em Mileto, e o primeiro filósofo foi Tales de Mileto.

 Além de possuir data e local de nascimento e de possuir seu primeiro autor, a filosofia
também tem um conteúdo preciso ao nascer: é uma cosmologia. A palavra cosmologia é
composta de duas outras: cosmos, que significa “mundo ordenado e organizado”, e logia,
que vem de logos, e significa “pensamento racional”, “discurso racional”, “conhecimento”
(Chaui, 1997, p. 25).
O nascimento da filosofia

Condições históricas para o nascimento da filosofia:


 as viagens marítimas;
 a invenção do calendário;
 a invenção da moeda;
 o surgimento da vida urbana;
 a invenção da escrita alfabética;
 a invenção da política.
O nascimento da filosofia

 Os primeiros filósofos viveram por volta do século VI a.C., e, mais tarde, foram classificados
como pré-socráticos (a divisão da filosofia grega centraliza-se na figura de Sócrates) e
agrupados em diversas escolas (Aranha; Martins, 1993, p. 66).

 De que são feitas as coisas? Esta é a principal pergunta dos filósofos pré-socráticos. Cada
filosofo pré-socrático encontrou uma resposta diferente, na busca do elemento fundamental
constitutivo de todas as coisas.
Interatividade

Os primeiros filósofos gregos que se preocupavam apenas com o mundo exterior, em


detrimento dos aspectos psicológicos e éticos dos problemas humanos, foram chamados de:

a) Socráticos.
b) Sofistas.
c) Atenienses.
d) Pré-socráticos.
e) Platonenses.
Resposta

Os primeiros filósofos gregos que se preocupavam apenas com o mundo exterior, em


detrimento dos aspectos psicológicos e éticos dos problemas humanos, foram chamados de:

a) Socráticos.
b) Sofistas.
c) Atenienses.
d) Pré-socráticos.
e) Platonenses.
O nascimento da filosofia

 O nascimento do pensamento filosófico se deu na cidade de Mileto, com o primeiro filósofo


chamado Tales de Mileto, e foi concebido como uma cosmologia, ou seja, buscava o
conhecimento racional da ordem do mundo entendido como natureza. É muito importante
ressaltar que, em um período da história humana em que o saber filosófico e o saber
científico eram quase a mesma coisa, é fundamental o conceito formulado pelos filósofos
naturalistas como um marco central de evolução em relação ao conhecimento mítico.
 Um princípio comum aos filósofos desse período é que todos os seres vivos, além de serem
gerados e mortais, encontram-se em transformação constante, mudando em todos os
sentidos; mas sem por isso perderem sua forma e sua estabilidade. Esse processo todo é
percebido como movimento, sendo denominado de devir, ou seja, a passagem contínua de
uma coisa ao seu estado contrário não é caótica, mas obedece a leis determinadas pela
physis ou pelo princípio fundamental do mundo.

 Os filósofos escolheram diferentes physis em seus modelos, isto é, cada um encontrou
justificativas para alegar qual era o princípio eterno e imutável que está na origem da
natureza e de suas transformações.
O nascimento da filosofia

As escolas pré-socráticas são assim designadas para indicar aquele pensamento cuja
preocupação central e investigação principal era a physis. São elas:

1. Escola Jônica, cujos principais representantes são: Tales de Mileto, Anaximandro de Mileto,
Anaxímenes de Mileto e Heráclito de Éfeso.
2. Escola Pitagórica ou Itálica, cujos principais representantes são: Pitágoras de Samos,
Alcmeão de Crotona, Filolau de Crotona e Árquitas de Tarento.
3. Escola Eleata, e seus principais representantes são: Xenófanes de Colofão, Parmênides
de Eleia, Zenão de Eleia e Melissos de Samos.
O nascimento da filosofia

4. Escola da Pluralidade, cujos principais representantes são: os atomistas Leucipo de Abdera


e Demócrito de Abdera, Empédocles de Agrigento e Anaxágoras de Clazómena. De acordo
com Chaui (1994, p. 48), são os filósofos que tentaram conciliar Heráclito e Parmênides
para salvar a filosofia de sua primeira grande crise.
Heráclito de Éfeso: o “obscuro”

Heráclito de Éfeso.
Fonte:
commons.wikimedia.org/
wiki/File:Heraklit.jpeg
Heráclito de Éfeso: o “obscuro”

 Filósofo do devir: “tudo flui” (em grego, “panta rei”).


 Todas as coisas estão em movimento.
 Nunca entramos no mesmo rio duas vezes.
 O fogo representa a eterna instabilidade e mudança.
 O vir a ser de todas as coisas é determinado pelo conflito dos contrários.
 O conhecimento sensível é enganador.
 A imobilidade é uma ilusão dos sentidos.
Parmênides de Eleia: filósofo poeta

Parmênides de Eleia.
Fonte:
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e
d/Parmenides.jpg
Parmênides de Eleia: filósofo poeta

 Revelação da verdade por uma deusa.


 Há dois caminhos: o caminho da verdade (alétheia) e da opinião (doxa).
 A verdade se obtém pelo pensamento (noûs).
 Crítica da filosofia de Heráclito.
 Uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo.
 Defende a imobilidade do ser: “O ser é uno e imutável”.
 A mobilidade é uma ilusão dos sentidos.
Interatividade

De que são feitas as coisas? Esta é a principal pergunta feita pelos pré-socráticos. A resposta
eles foram buscar na:

a) Cosmogonia.
b) Fé.
c) Sagrada Escritura.
d) Physis.
e) Religião.
Resposta

De que são feitas as coisas? Esta é a principal pergunta feita pelos pré-socráticos. A resposta
eles foram buscar na:

a) Cosmogonia.
b) Fé.
c) Sagrada Escritura.
d) Physis.
e) Religião.
Divisão da filosofia antiga

 Primeiro período: estende-se desde o século VII até o ano de 450 a.C., de Tales até
Sócrates. Período de formação ou juventude, já que é nele que se estuda principalmente a
natureza, e passa a se chamar Cosmológico.

 Segundo período: estende-se desde 450 a.C. até o século III d.C., desde Sócrates até o
ecletismo. Destaca-se pela perfeição ou pela virilidade da antiga filosofia. Como seu objetivo
predominante é o homem, esse período recebe o nome de Antropológico.

 Terceiro período: estende-se desde o século I até o século


VI d.C. e, durante três séculos, coincide com o período
antropológico. Traz a decadência da filosofia grega, e seu
objetivo principal é Deus ou a união teosófica com Deus. Por
isso, denomina-se período Teosófico.
Escola de Athenas – Raphael de Sanzio

Escola de Athenas. Fonte: Adaptado de: https://cdn.culturagenial.com/imagens/the-


school-of-athens-by-raffaello-sanzio-da-urbino-cke.jpg?class=article
O pensar filosófico

Saviani (2000) argumenta que a reflexão filosófica não é uma reflexão qualquer, ou seja, é
necessário que ela atenda a algumas exigências para poder ser adjetivada de filosófica. Ele
resume essas exigências a três âmbitos:

 Radical, porque a reflexão filosófica precisa ir até a raiz do problema, investigar


seus fundamentos.
 Rigorosa, porque a reflexão filosófica implica em sistematização apoiada no rigor de um
método próprio.
O pensar filosófico

 Conjunto, porque, ao mesmo tempo em que o problema é visto em profundidade, deve ser
também visto em uma perspectiva mais ampla, de conjunto, em relação a outros elementos
do contexto.
Interatividade

Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio… pois, na segunda vez, o rio já
não é o mesmo, nem tão pouco o homem!

Qual foi o autor que proferiu a famosa frase acima?


a) Heráclito.
b) Parmênides.
c) Sócrates.
d) Anaximandro.
e) Platão.
Resposta

Nenhum homem pode banhar-se duas vezes no mesmo rio… pois, na segunda vez, o rio já
não é o mesmo, nem tão pouco o homem!

Qual foi o autor que proferiu a famosa frase acima?


a) Heráclito.
b) Parmênides.
c) Sócrates.
d) Anaximandro.
e) Platão.
Referências

 ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à filosofia. 2. ed. São Paulo:


Moderna, 1993.
 BORNHEIM, G. A. (org.). Os filósofos pré-socráticos. 13. ed. São Paulo: Cultrix, 2005.
 CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1997.
 CHAUI, M. Introdução à história da filosofia: dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo:
Brasiliense, 1994.
 NABÃO, M. T. P. História da educação. São Paulo: Editora Sol, 2021.
 SAVIANI, D. Educação: do senso comum à consciência filosófica. 13. ed. Campinas: Autores
Associados, 2000.
ATÉ A PRÓXIMA!

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