8675-Texto Proposta Completo
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1 INTRODUÇÃO
Outro enfoque para a pesquisa social é oferecido pela fenomenologia, que se preocupa
em descrever, não explicar ou analisar o fenômeno, nega a neutralidade e afirma que “Tudo
aquilo que sei do mundo, mesmo por ciência, eu sei a partir de uma visão minha ou de uma
experiência do mundo sem a qual os símbolos da ciência não poderiam dizer nada”
(MERLEAU-PONTY, 1999, p. 3).
Karl Marx é o primeiro autor a propor uma racionalidade dialética, uma revisão crítica
da filosofia do direito de Hegel foi o ponto de partida de seus estudos. Hegel, como idealista,
afirmava que o pensamento (a ideia ou o ideal) gerava a matéria (o material). Marx reconstrói
essa lógica apontando que o material é quem gera o ideal ao ser transportado para mente do
homem, daí fala-se que existe um materialismo na construção de Marx (MARX; ENGELS,
1998; MARX, 2008).
Os autores estabelecem a ideia da práxis, na medida que a ciência deve ser uma
atividade “revolucionária” e “prático-crítica” (MARX; ENGELS, 1998). A práxis “é um
processo, movimento que se dinamiza por contradições, cuja superação o conduz a patamares
de crescente complexidade, nos quais novas contradições impulsionam a outras superações”
(PAULO NETTO, 2011, p. 31).
Em síntese, o Estado, que antes era compreendido sempre como uma entidade
representativa de interesses públicos, é estudado vinculado aos interesses de uma classe
dominante. As relações de trabalho, antes vistas como regidas por leis naturais, agora
decorrem de interesses de classe em contradição. As formas ideológicas, pensadas na
perspectiva metafísica e em ideais abstratos, como o de bem comum, refletem instrumentos
de manutenção ou ascensão de grupos ao/no poder (MARX, 2008).
Posteriormente, Gramsci (1982) percebeu que a revolução por meio da luta de classes
transformava os modos de produção e a estrutura. Entretanto, a transformação deveria
começar pela superestrutura, uma mudança na forma de pensar. As classes exploradas que
absorvem o discurso dominante precisam ser conscientizadas, por meio de uma
intelectualidade orgânica, de toda essa lógica da totalidade para resistir e confrontar à
ideologia que oprime.
Por fim, na teoria crítica da Escola de Frankfurt, Habermas (1983) propõe uma
reconstrução do materialismo histórico, desmontando a teoria original, a recompondo,
atualiza para atingir a meta que ela própria fixou, sendo essa a dialética natural do saber
científico.
Frigotto (2004) sistematiza alguns passos primordiais que o pesquisador deve seguir
para aplicar o enfoque da dialética materialista histórica na pesquisa educacional: reconhecer
sua problemática da pesquisa dentro da totalidade; realizar o resgate crítico da produção
teórica já produzida sobre a problemática; organizar e discutir os conceitos e as categorias no
movimento do real no plano histórico; estabelecer conexões, mediações e contradições dos
fatos que constituem a problemática pesquisada; e, por fim, realizar a síntese da investigação,
permitindo a práxis, em que o conhecimento ampliado permite uma ação e serve de base para
uma nova ampliação.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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KOSIK, Karel. Dialética do concreto. 2. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
LUKÁCS, György. Historia e consciência de classe: estudos sobre a dialética marxista. São
Paulo: Martins Fontes, 2003.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. 2 ed. São Paulo: Expressão
Popular, 2008.
MÉSZARÓS, István. A educação para além do capital. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2008.
PAULO NETTO, José. Introdução ao estudo do método de Marx. São Paulo: Expressão
Popular, 2011.