A Epistemologia em Karl Marx
A Epistemologia em Karl Marx
A Epistemologia em Karl Marx
Resumo
Introdução
1
Wanderson Pereira LIMA. Mestrando em educação pela UFG. wplima9@gmail.com
2
Márcia Amélia GUIMARÃES. Mestranda em Educação pela PUC-GO. marciaaguima@yahoo.com.br
3
Luciana da Silva MARTINS. Mestranda em Educação pela PUC-GO. plucianamartins@hotmail.com
4
Conflito nesse contexto deve ser entendido como argumentação, diálogos entre as teorias, debate acadêmico-
científico.
Marx parte da premissa hegeliana de uma filosofia dialética que se limita ao mundo
dos espíritos, mesmo destacando os aspectos do movimento. Porém Marx modifica a ótica
dialética, tornando-a real, material. “A dialética não é um movimento espiritual que se opera
no interior do entendimento humano” (GADOTTI, 1997, p.21). Marx de fato trabalha a
dialética materialista.
Mas o materialismo dialético não só tem como base de seus princípios a matéria, a
dialética e a pratica social, mas também aspira ser a teoria orientadora da revolução
do proletariado. O materialismo dialético significa a superação do materialismo
pré—marxista, no que este tem de metafísico e de idealista. A filosofia, na
concepção do materialismo dialético sofreu modificação substancial. Ao invés de ser
um saber específico e limitado a determinado setor do conhecimento, o pensar
filosófico tem como propósito fundamental o estudo das leis mais gerais que regem
a natureza, a sociedade e o pensamento e, como a realidade objetiva, se reflete na
consciência. (TRIVINOS, 1987, p.51).
A psicologia histórico-cultural
De acordo com Rego (2014), Vygotsky para fundamentar sua perspectiva sobre o
psiquismo humano cravou suas raízes nos pressupostos do materialismo dialético e histórico
de Marx – como já foi dito anteriormente. A mesma autora cita que a relação sujeito e objeto
sobre a ótica marxiana é uma relação recíproca, constituindo-se num processo histórico-
social. Entendendo então que as ideias, a capacidade cognitiva é constituída a partir do
contato do indivíduo com a natureza.
Ele se confronta com a matéria natural como com uma potência natural. A fim de
apropriar da matéria natural de uma forma útil para sua própria vida, ele põe em
movimento as forças naturais pertencentes a sua corporeidade: seus braços e pernas,
cabeça e mãos. Agindo sobre a natureza externa e modificando-a por meio desse
movimento, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza (MARX, 2013,
p.255).
Considerações finais
Ao investigarmos as raízes epistemológicas de Vygotsky, somos capazes de
compreender as origens de seus principais conceitos, de suas principais ideias e formulações
para fundamentar cientificamente sua nova psicologia, com ambições de desvelar sobre uma
nova ótica as concepções de homem e de mundo e destarte suas constituições psicológicas.
Com a abordagem marxista orientando os estudos de Vygotsky, a teoria histórico-
cultural foi capaz de desnudar sistematicamente os fenômenos a cerca do psiquismo e da
caracterização dos indivíduos, segundo Rego (2014). “Não é exagero afirmar que, num certo
sentido, a obra de Vygotsky, Marx e Engels se completam. O psicólogo soviético buscou, a
partir das influências do materialismo-dialético, avançar e substanciar a caracterização do
desenvolvimento do psiquismo” (p.100).
Aprender é apropriar conceitos históricos e culturalmente formados para serem
internalizados, e por fim, tornando-se parte de sua existência. Atuando na sociedade e na
natureza esse indivíduo poderá concretizar suas funções psicológicas superiores, mediando
conceitos apropriados, reproduzindo aquilo que já foi internalizado, proporcionando nos
Referências
FREITAS, Raquel Aparecida Marra da Madeira. A cultura escolar como uma questão
didática. In: LIBÂNEO, José Carlos; ALVES, Nilda. Temas de pedagogia: diálogos em
didática e currículo. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório. 10. ed. São
Paulo: Cortez, 1997.
MELLO, Suely Amaral. A escola de Vygotsky. In: Kester Carrara (org.). Introdução à
Psicologia da Educação. São Paulo: Avercamp, 2004.
VYGOTSKY. LEV S. A formação social da mente. 6. ed. São Paulo. Martins Fontes, 2003.
________. Psicologia Pedagógica. 3. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010.