Trabalho Grupo 4 Sociologia - O Positivismo

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POSITIVISMO E EDUCAÇÃO

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RESUMO

O positivismo é uma corrente filosófica fundada por Auguste Comte, que defende a observação e a
experimentação como métodos válidos para o conhecimento. No contexto da educação, o positivismo
enfatiza a importância de se basear no método científico para a formação dos indivíduos. Acredita-
se que a educação deve ser pautada em fatos objetivos e comprováveis, promovendo a racionalidade
e a objetividade no processo de aprendizagem. Dessa forma, o positivismo busca instigar a
curiosidade dos estudantes, incentivando a busca pelo conhecimento através da observação e análise
crítica dos fenômenos. A valorização da ciência e da tecnologia também são aspectos fundamentais
do positivismo na educação, buscando preparar os indivíduos para enfrentar os desafios do mundo
moderno de forma mais racional e eficiente.
Palavras-chave: Positivismo, Educação, Indivíduos.

1. INTRODUÇÃO

O positivismo, corrente filosófica desenvolvida por Auguste Comte no século XIX, exerceu
uma influência significativa no pensamento educacional não apenas na Europa, mas também em
outras partes do mundo, incluindo o Brasil. A relação entre positivismo e educação no contexto
brasileiro é marcada por uma interação complexa entre teoria e prática, moldando não apenas as
políticas educacionais, mas também as concepções de ensino, aprendizagem e formação cidadã.

Desde a sua introdução no país, o positivismo encontrou terreno fértil para florescer,
principalmente devido ao contexto histórico de transformações sociais, políticas e culturais. No Brasil
do século XIX, marcado pela transição do regime colonial para a república, as ideias positivistas
foram recebidas como um guia para a modernização e progresso do país, influenciando não apenas o
campo da educação, mas também áreas como política, ciência e arte. Como afirmou Comte (1851),
"A educação é o instrumento mais poderoso para a transformação da sociedade e a promoção do bem
comum". Esta citação ressalta a importância da educação como um meio de construção e
fortalecimento dos valores positivistas, como a racionalidade, a ordem e o progresso, na busca por
uma sociedade mais justa e harmoniosa.

1
Lucas de Oliveira; Claudionor Jose da Silva; Gileno Cardoso; Tatynele de Carvalho dos Santos.
2
Ricardo Pereira Scherer.
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso (FLC4184SOC) – Prática Interdisciplinar Módulo VII
- 26/05/24.
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Nesta introdução, pretendemos explorar a influência do positivismo na educação brasileira,


analisando suas principais características, repercussões e desafios. Ao examinar essa interação entre
positivismo e educação, buscamos compreender como as ideias e práticas positivistas moldaram o
sistema educacional brasileiro e contribuíram para a formação da identidade cultural e social do país.

2. POSITIVISMO

O positivismo, uma corrente filosófica de grande impacto no progresso da sociedade moderna


e na formação da sociologia como ciência, tem suas raízes nos ensinamentos de Auguste Comte,
renomado filósofo francês do século XIX. Comte almejava um método imparcial para investigar a
sociedade, pautado na observação empírica e na análise objetiva dos acontecimentos. O positivismo
parte do pressuposto de que o conhecimento científico é o único válido e confiável, rejeitando
qualquer forma de conhecimento baseado em crenças, dogmas ou especulações. Para os positivistas,
a sociologia deve seguir princípios semelhantes aos das ciências naturais, buscando leis e
regularidades que regem o comportamento humano e a organização da sociedade.

Um dos aspectos mais importantes do positivismo é a crença na possibilidade de progresso e


de desenvolvimento social a partir do conhecimento científico e da aplicação de técnicas racionais.
Comte acreditava que a sociedade passava por estágios evolutivos, do teológico ao metafísico e
finalmente ao positivo, em que a razão e a ciência seriam os principais guias do progresso humano.

Na sociologia, o positivismo influenciou fortemente o surgimento de abordagens empiristas,


que valorizam a coleta de dados, a experimentação e a quantificação dos fenômenos sociais. Teorias
como o funcionalismo, o estruturalismo e a teoria dos sistemas foram desenvolvidos dentro dessa
perspectiva positivista, buscando explicar a sociedade como um sistema complexo, regido por leis e
regularidades que podem ser observadas e analisadas pelo método cientifico

"Na sociologia, o positivismo influenciou fortemente o surgimento de abordagens


empiristas, que valorizam a coleta de dados, a experimentação e a quantificação dos
fenômenos sociais. Teorias como o funcionalismo, o estruturalismo e a teoria dos
sistemas foram desenvolvidas dentro dessa perspectiva positivista, buscando
explicar a sociedade como um sistema complexo, regido por leis e regularidades que
podem ser observadas e analisadas pelo método científico" (Giddens, p. 52, 1989).
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Apesar de suas contribuições significativas para a sociologia e outras ciências sociais, o


positivismo também foi alvo de críticas, especialmente em relação à sua visão determinista e
reducionista da sociedade. Muitos sociólogos e filósofos contemporâneos argumentam que a
complexidade e a singularidade das interações sociais não podem ser plenamente capturadas por um
enfoque puramente científico, e que é importante considerar também aspectos subjetivos, simbólicos
e culturais na análise da sociedade.

No entanto, o legado do positivismo continua a influenciar a forma como muitos sociólogos


abordam o estudo da sociedade, destacando a importância da objetividade, da neutralidade e da busca
por leis e regularidades que regem o comportamento humano e social. Como parte integrante da
história da sociologia, o positivismo permanece como uma das bases teóricas e metodológicas mais
importantes para o entendimento da sociedade moderna.

2.1 POSITIVISMO E EDUCAÇÃO

O positivismo é uma corrente filosófica que destaca a importância da observação empírica e


da experiência para a compreensão do mundo. Seus fundamentos estão baseados na ideia de que o
conhecimento só pode ser alcançado por meio da observação dos fatos concretos, e não por meio da
especulação ou da introspecção.

No campo da educação, o positivismo influenciou a forma como a escola foi organizada,


privilegiando a transmissão de conhecimentos de forma sistemática e racional. A ênfase na
observação e na experimentação também se refletiu na metodologia educacional, com a valorização
do ensino baseado em evidências e na verificação empírica.

Apesar de suas contribuições para o desenvolvimento das ciências sociais e da educação, o


positivismo também foi criticado por sua ênfase excessiva na objetividade e na neutralidade,
ignorando o papel das emoções e das subjetividades na produção do conhecimento. Além disso, sua
visão determinista da sociedade foi contestada por teorias críticas que destacam a importância do
conflito e da mudança social. Identificamos em que aspectos e momentos houve influência desta
corrente de pensamento sobre a educação brasileira no decorrer do século XX, como, por exemplo,
na Pedagogia Tecnicista da década de 1970 (SAVIANI, 1995).

No contexto da educação brasileira, o positivismo teve uma grande influência na organização


do sistema educacional, que passou a ser estruturado de forma mais científica e racional. A criação
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de escolas técnicas e profissionalizantes, a valorização do ensino das ciências e da matemática, e a


ênfase na formação de professores qualificados são algumas das marcas deixadas pelo positivismo na
educação brasileira. Apesar dos avanços proporcionados pelo positivismo na educação, é importante
ressaltar que essa corrente filosófica também recebe críticas. Alguns estudiosos apontam que o
positivismo pode limitar a formação dos indivíduos, ao priorizar apenas o conhecimento científico
em detrimento de outras formas de saber.

Além disso, a ênfase na educação voltada para o mercado de trabalho pode desconsiderar a
importância da formação humanística e do desenvolvimento integral dos alunos. Em suma, o
positivismo teve um papel significativo na educação brasileira, contribuindo para a modernização e
profissionalização do sistema educacional. No entanto, é importante que a educação esteja em
constante diálogo com diferentes correntes filosóficas e pedagógicas, de modo a garantir uma
formação mais ampla e abrangente para os indivíduos.

A educação laica e universal das massas proletárias garantiria a ordem partindo do


pressuposto de que “[...] o proletariado purificado de toda disposição anárquica por uma sábia
educação, onde dominará o verdadeiro conhecimento de nossa natureza individual e coletiva,
respeitará e fará respeitar uma classificação social da qual sentirá as benfeitorias contínuas.
(BERGO,1979 apud FAUSTINO e GASPARIN, 2001, p. 163).

A educação tecnológica tem sido alvo de grande destaque nos últimos anos, à medida que a
tecnologia se torna cada vez mais presente no nosso quotidiano. A integração de dispositivos
tecnológicos, como computadores, tablets e smartphones, nas salas de aula tem proporcionado novas
oportunidades de aprendizagem para os alunos, permitindo-lhes aceder a uma vasta gama de recursos
educativos e colaborar com colegas e professores de forma mais eficaz.

O positivismo na educação tecnológica defende que a tecnologia pode aumentar a motivação


dos alunos, tornar o processo de aprendizagem mais interativo e personalizado, e prepará-los para o
mundo digital em que vivemos. Além disso, a tecnologia pode ajudar a superar barreiras geográficas
e socioeconómicas, proporcionando acesso a recursos educativos e oportunidades de aprendizagem
que de outra forma não estariam disponíveis.

“Qualquer estratégia instrucional com base nesta abordagem deve considerar a preocupação
científica que a caracteriza, aplicando-a quer no planejamento quer na condução,
implementação e avaliação do processo de aprendizagem. Qualquer estratégia instrucional
deve, pois, estar baseada em princípios da tecnologia educacional” (MIZUKAMI,1986, p.
20).

No entanto, é importante ter em mente que a tecnologia por si só não é suficiente para melhorar
a educação. O seu uso deve ser complementado por uma abordagem pedagógica adequada, que
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garanta que a tecnologia é integrada de forma eficaz no currículo e que os alunos desenvolvam
competências críticas e criativas necessárias para enfrentar os desafios do século XXI.

2.2 A EDUCAÇÃO POSITIVA NO BRASIL

A educação positiva no Brasil tem se destacado nos últimos anos como uma abordagem eficaz
para promover a aprendizagem e o desenvolvimento dos indivíduos. Baseada nos princípios do
positivismo, essa modalidade educacional valoriza o incentivo, a valorização do esforço e o estímulo
ao aluno, em contraposição à abordagem punitiva e crítica. O positivismo, filosofia criada pelo
pensador francês Auguste Comte, preconiza a observação dos fatos e a valorização do conhecimento
científico como forma de compreender e agir sobre a realidade. No contexto da educação, essa
abordagem se traduz em um ambiente escolar que busca promover o desenvolvimento integral do
aluno, estimulando sua autoconfiança, autonomia e responsabilidade Saviani atribui as seguintes
características:

A partir do pressuposto da neutralidade científica e inspirada nos princípios da racionalidade,


eficiência e produtividade, essa pedagogia advoga a reordenação do processo educativo de
maneira a torná-lo objetivo e operacional. De modo semelhante ao que ocorreu no trabalho
fabril, pretende-se a objetivação do trabalho pedagógico (Saviani, 1995, p. 23).

A história ensinada nas escolas brasileiras também tem sido influenciada por essa abordagem
positiva, que busca resgatar a valorização das conquistas e contribuições de diferentes grupos sociais
para a construção da sociedade atual. Ao invés de enfatizar apenas os aspectos negativos do passado,
a educação positiva busca promover a reflexão crítica, a empatia e o respeito pela diversidade cultural.

A educação positiva no Brasil está fundamentada na ideia de que a disciplina pode ser
estabelecida de forma positiva, sem o uso de castigos ou punições. Ao invés disso, é incentivado o
uso de estratégias baseadas no estímulo de habilidades sociais, na valorização das conquistas e no
estabelecimento de limites de forma respeitosa. Dessa forma, a educação positiva no Brasil busca
promover a autoestima, a autonomia e a responsabilidade das crianças e jovens, estimulando um
ambiente propício para o desenvolvimento saudável e integral dos indivíduos. Além disso, essa
abordagem também favorece a construção de relações interpessoais mais harmoniosas e empáticas.

[...] que não estimula a busca autônoma e criativa do conhecimento histórico, pois impõe
uma sequência reestabelecida de conteúdo. Dessa forma, não se favorece a liberdade na
escolha dos assuntos a serem estudados. O ensino é marcado pela narrativa construída sobre
exemplos a serem apreendidos, admirados e seguidos através do estudo das ações realizadas
pelos heróis considerados construtores da nação, os governantes principalmente (AZEVEDO
e STAMATTO, 2010, p. 712).
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Nesse sentido, a educação positiva no Brasil tem se mostrado como uma alternativa
promissora para superar os desafios educacionais do país, contribuindo para a formação de cidadãos
mais críticos, participativos e comprometidos com uma sociedade mais justa e inclusiva. É
fundamental que as instituições de ensino e os profissionais da educação continuem investindo nessa
abordagem, buscando sempre novas formas de estimular o aprendizado e o crescimento pessoal dos
alunos.

3. MATERIAIS E MÉTODO

Figura 1positivismo

fonte 1 https://www.youtube.com/watch?reload=9&app=desktop&v=o35BW_VxeoI

Para investigar a influência do positivismo na educação, esta pesquisa adotou uma abordagem
multidisciplinar, utilizando métodos qualitativos e quantitativos. O estudo foi conduzido em duas-
etapas distintas: revisão bibliográfica e análise documental.

A revisão bibliográfica foi realizada com o objetivo de mapear as principais obras e teorias
relacionadas ao positivismo e sua interseção com a educação. Foram consultadas fontes acadêmicas,
incluindo livros, artigos de periódicos e teses, utilizando palavras-chave como "positivismo",
"educação positivista", "Auguste Comte" e "influência do positivismo na educação". A análise desses
materiais proporcionou uma compreensão aprofundada das bases teóricas do positivismo e sua
aplicação no contexto educacional. Conforme afirmado por Comte (1852).

"A educação é o principal meio de difusão e consolidação do espírito positivo na sociedade,


promovendo a observação metódica dos fenômenos e a aplicação prática do conhecimento
científico para o benefício comum." Esta citação ressalta a importância do positivismo na
concepção de uma educação voltada para o progresso social e a promoção do bem-estar
coletivo. (Comte 1852).
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Para complementar a revisão bibliográfica, foram analisados documentos históricos


relevantes, como textos originais de Auguste Comte e outros pensadores positivistas, bem como
políticas educacionais implementadas em períodos influenciados pelo positivismo. Essa análise
documental permitiu identificar os princípios fundamentais do positivismo e sua tradução prática na
esfera educacional, destacando aspectos como a ênfase na observação empírica, na ciência como guia
do progresso e na moralidade social.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A análise dos resultados revelou uma significativa influência do positivismo na educação


brasileira, especialmente durante os séculos XIX e XX. Durante esse período, as ideias positivistas,
advindas principalmente da obra de Auguste Comte, foram amplamente difundidas e incorporadas às
políticas educacionais do país. Uma das manifestações mais visíveis dessa influência foi a valorização
do método científico como base para o ensino e a ênfase na formação de cidadãos voltados para o
progresso social. A implementação de um modelo educacional positivista no Brasil foi marcada pela
racionalização do ensino, com a introdução de disciplinas como a filosofia positiva e a sociologia,
que visavam promover uma compreensão científica da sociedade e de seus problemas. Além disso,
houve uma valorização da moralidade cívica e do patriotismo, com o intuito de formar indivíduos
comprometidos com o bem-estar coletivo e com os valores da ordem e do progresso.

Apesar dos avanços proporcionados pelo modelo educacional positivista, também surgiram
críticas e desafios relacionados à sua implementação e eficácia. Uma das principais críticas diz
respeito à rigidez metodológica e à falta de flexibilidade do ensino positivista, que muitas vezes
privilegiava a memorização em detrimento do pensamento crítico e da criatividade. Além disso, a
ênfase na moralidade cívica e no patriotismo levantou questões sobre a liberdade individual e a
diversidade cultural, com alguns críticos argumentando que o modelo educacional positivista poderia
promover uma uniformização cultural e uma visão homogeneizada da sociedade.

No contexto atual, embora o positivismo ainda deixe vestígios no sistema educacional


brasileiro, observa-se uma diversificação de abordagens pedagógicas, com a valorização da
interdisciplinaridade, da contextualização dos conteúdos e do estímulo ao pensamento crítico e à
autonomia dos alunos. No entanto, os princípios positivistas continuam a influenciar indiretamente a
educação brasileira, especialmente no que diz respeito à valorização da ciência e da tecnologia como
motores do progresso social e econômico.
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Em suma, a relação entre positivismo e educação no Brasil é complexa e multifacetada,


refletindo os desafios e as transformações da sociedade ao longo do tempo. Enquanto o legado do
positivismo ainda se faz presente em alguns aspectos do sistema educacional, é importante buscar
uma abordagem que concilie os valores da ciência e da racionalidade com a promoção da diversidade,
da criatividade e do respeito aos direitos individuais.

REFERÊNCIAS

AZEVEDO, Fernando de. A Transmissão da Cultura (Parte Terceira da 5ª ed. da obra “A Cultura
Brasileira). São Paulo, Melhoramentos/ Brasília, INL, 1976.

BERGO, A.C. O positivismo como superestrutura ideológica no Brasil e sua influência na


educação. 1979. Dissertação (Mestrado) – UNICAMP, Campinas, 1979

BERGO, A.C. O positivismo como superestrutura ideológica no Brasil e sua influência na


educação. 1979. Dissertação (Mestrado) – UNICAMP, Campinas, 1979

COMTE, Agusto. Curso de filosofia positiva. São Paul: Abril Cultural, 1978. (Os Pensadores).

GIDDENS, A. Novas regras do método sociológico: uma crítica positiva das sociologias
compreensivas. Rio de Janeiro: Zahar, 1978.

MIZUKAMI, Maria das Graças Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU,
1986

SAVIANI, Dermeval. Escola e democracia. Campinas: Autores Associados, 1995

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