Positivismo Na Educação

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Filosofia da Educação

José Cavalcante do Nascimento

POSITIVISMO o que é?
O positivismo é, uma filosofia determinista que professa, de um lado, o
experimentalismo sistemático e, de outro, considera anticientífico todo estudo das
causas finais. Assim, admite que o espirito humano é capaz de atingir verdades positivas
ou da ordem experimental , mas não resolve as questões metafisicas, não verificadas
pela observação e pela experiência.

Como sistema filosófico, busca estabelecer a máxima unidade na explicação de todos os


fenômenos universais, estudados sem preocupação alguma das noções metafisicas,
consideradas inacessíveis, e pelo emprego exclusivo do método empírico ou da
verificação experimental.

Pode-se dizer que o positivismo é um dogmatismo físico e um ceticismo metafisico. É


um dogmatismo físico, pois que afirma a objetividade do mundo físico; e é um
ceticismo metafisico, porque não quer pronunciar-se acerca da existência da natureza
dos objetivos metafisicas.

Os fundamentos do positivismo
“ Augusto Comte usa o termo filosofia na acepção geral que lhe
davam os antigos filósofos, particularmente Aristóteles, como
definição do sistema geral do conhecimento humano, e o termo
positiva designa, segundo ele o real frente ao quimérico, o útil
frente ao inútil, o certo frente ao incerto, o preciso frente ao vago,
o relativo frente ao absoluto, o orgânico frente ao inorgânico, e o
simpático frente à intolerância.” ( 1982, p.9)
Observação Empírica: O positivismo valoriza a observação e a experiência sensorial
como base para o conhecimento válido.

Acredita-se que o conhecimento científico deve ser baseado em fatos observáveis e


verificáveis.

Método Científico: Os positivistas defendem o uso do método científico como a


principal ferramenta para a investigação e aquisição de conhecimento. Esse método
envolve a formulação de hipóteses, experimentação, coleta de dados e análise objetiva.

Objetividade: O positivismo busca uma abordagem objetiva e imparcial na análise dos


fenômenos naturais e sociais. Os positivistas buscam eliminar interpretações subjetivas
e preconceitos pessoais em suas investigações.

Linguagem Precisa: Comte enfatizou a importância da linguagem clara e precisa na


comunicação científica. Ele propôs o uso de uma terminologia unificada para promover
a clareza e a precisão nos estudos científicos.

Lei dos Três Estados: Comte desenvolveu a “lei dos três estados”, que postula que o
conhecimento humano passa por três estágios: o teológico, o metafísico e o positivo. No
estágio positivo, a humanidade se baseia apenas em observações e leis naturais,
abandonando explicações sobrenaturais ou metafísicas.

Esses são alguns dos principais fundamentos do positivismo, que influenciaram o


desenvolvimento da ciência e da filosofia moderna.

Positivismo no Brasil
Olhando para as coisas em conjunto, o movimento positivista, que se pretendeu
inovador, impregnou todo o ambiente cultural do século XIX, universalizando a
experiência e resolvendo nela toda a realidade.

O positivismo vinha de expor de maneira sistematizada a confiança da burguesia em seu


próprio impulso transformador de estruturas.
Mas, enquanto na Europa o positivismo servia para justificar as novas atitudes da
burguesia em sua fé no progresso retilíneo da humanidade, nas Américas se apresenta de
maneira diversa daquela como era compreendido no continente europeu, trazendo em
seu bojo um acentuado caráter politico. É assim que no Brasil, galvanizando as
aspirações revolucionárias da classe média urbana, assenta suas bases nas cidades e
sobretudo nas Academias de Direito, na pretensão de se criar e definir uma nova
consciência da realidade nacional, frente à ordem político-social dominante.

No Brasil, o liberalismo, como doutrina clássica do individualismo politico e econômico


com sua ênfase no racionalismo, na lei natural, na igualdade, na liberdade e na
democracia, sofria também uma revisão em seus fundamentos. De um lado, apareciam
os liberais românticos da escola do direito natural, empenhados em deduzir o Estado e o
direito de certa maneira imutável do homem; e de outro, os cientificistas, inspirados nas
conquistas das ciências positivas, Porém, as condições econômicas, sociais e politicas
não são as mesmas da Europa Aqui, a expansão da cafeicultura determinou as
transformações na sociedade, ensejando que a oligarquia rural alcançasse sua
hegemonia sobre o Estado.

Positivismo na Educação
O Positivismo influenciou de maneira considerável a sociedade nos séculos XIX
e XX. Tendo em vista que a Educação é uma atividade social, também foi marcada por
esta influência. Nas escolas, a influencia do positivismo se fez sentir com força
devido à influência da Psicologia e da Sociologia, ciências auxiliares da Educação.
O positivismo esteve presente de forma marcante no ideário das escolas e na luta a favor
do ensino leigo das ciências e contra a escola tradicional humanista religiosa. O
currículo multidisciplinar – fragmentado – é fruto da influência positivista. No Brasil
esta influência aparece no início da República e na década de 70, com a escola
tecnicista. Foi muito divulgado por intermédio do Apostolado Positivista que se
incorporou ao movimento pela proclamação da república e da elaboração da
constituição de 1891. O movimento republicano apoiou-se semideias positivistas para
formular sua ideologia da ordem e do progresso, graças particularmente à atuação de
Benjamim Constant (1836-1891).

A Educação influenciada pelos ideais positivistas carece de incentivo ao


desenvolvimento do pensamento crítico. A educação tecnicista apoiada nos ideais
positivistas não deve reduzir-se apenas ao ensino técnico, mas deve preocupar-se
também em buscar a razão do próprio procedimento técnico. Aceitar a ciência como o
único conhecimento, como queria o positivismo, é algo reducionista que perde uma
considerável parcela de conhecimento que não estão no dado; fica prejudicada tanto a
criação como a dedução.

Sem dúvida, o Positivismo como doutrina sobre a sociedade e sobreas normas


necessárias para reformar a sociedade foi um movimento que dominou uma parte
significativa da cultura europeia tanto no âmbito filosófico como político e pedagógico.
A necessidade expressa por Comte de se estabelecer uma relação fundamental entre a
ciência e a técnica concretizou-se de maneira significativa por gerações. Na educação
houve contribuições significativas no campo do planejamento escolar, uso da
tecnologia, ensino profissionalizante e aplicação do conhecimento científico.

Embora o positivismo tenha contribuído para o avanço da educação em muitos aspectos,


também recebeu críticas por sua ênfase excessiva na objetividade e na ciência, as vezes
em detrimento da criatividade, do pensamento crítico e da individualidade dos alunos.

Referências

Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. 3, n.7, p. 89-94, set./dez. 2002.

RIBEIRO JUNIOR, JOÃO. O QUE É POSITIVISMO. 1.ED. São Paulo: Brasiliense,


1982. 40 P

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