Art Final CAIXA D ÁGUA DO RIO ITAPICURU

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CAIXA D´ÁGUA DO RIO ITAPICURU

Baldoino Dias Neto


Especialista em Gestão de Recursos Hídricos – UFBA, Geólogo – UFBA, Analista Técnico,
Coordenador Regional da RAA IV da Diretoria de Ação Regional da SRH.
baldoino@srh.ba.gov.br

RESUMO

O presente trabalho, além de registrar as observações colhidas durante inspeções de campo, sintetiza
relevantes informações técnicas, econômicas e sociais sobre o histórico das lavras garimpeiras de esmeralda,
ouro, e mineração de cromita, oriundas de vistorias, sobre a situação atual das principais nascentes do Rio
Itapicuru, bem como atividades de impacto ambiental desenvolvidas pelas populações ribeirinhas da região.
Comenta essas atividades e a disponibilidade de água em quantitade e qualidade na bacia hidrográfica do alto
Itapicuru, especificamente nos metassedimentos da Serra da Jacobina, região centro-norte do Estado da
Bahia. A contribuição hidrológica dos metassedimentos do Grupo Jacobina é relativamente maior que a
contribuição das rochas granitóides do embasamento cristalino, daí a necessidade de preservação especial e
constante vigilância sob essas ações de impacto ambiental nas nascentes da referida bacia.
Relata, ainda, a situação e os problemas atuais de saneamento básico dos garimpos, evidenciando a
importância sócio-econômica de ações voltadas ao apoio e à organização desta atividade produtiva que, no
entanto, apresenta índices de degradação ambiental.
Sem dúvida, as atividades agro-pastoris e de produção mineral constituem alternativas válidas para
absorção de elevados contigentes humanos e geração de renda nesta parte do semi-árido da Bahia, em geral
muito carente de oportunidades econômicas, desde que se leve em conta sempre a preservação e a
sustentabilidae do meio ambiente.

Palavras-chave: água; mineração; saneamento; rio itapicuru.

Water Box of River Itapicuru

ABSTRACT

The present work, besides registering the comments harvested during field inspections, synthecizes
excellent information techniques, economic and social on the description of them you cultivate
goldwashers of emerald, gold, and mining of comity, deriving of you inspect, on the current situation of the
main springs of the River Itapicuru, as well as activities of ambient impact developed by the marginal
populations of the region. It comments these activities and the water availability in quantity and quality in
the hydrographic basin of the high Itapicuru, specifically in the metamorphic sediments of the Mountain
range of the Jacobina, region center-north of the State of the Bahia. The hydrologic contribution of the
metamorphic sediments of the Jacobina Group is relatively bigger that the contribution of the rocks of the
crystalline basement, from there the necessity of special preservation and constant monitoring under these
actions of ambient impact in the springs of the related basin. It tells, still, the situation and the current
problems of basic sanitation of the goldwashers, evidencing the partner-economic importance of actions
directed to the support and the organization of this productive activity that, however, presents indices of
ambient degradation. Without a doubt, the pastoral agriculturists activities and of mineral production
constitute valid alternatives for absorption of raised contingents human beings and generation of income in
this part of the half-barren one of the Bahia, in general very devoid of economic chances, since that if it has
always taken in account the preservation and sustentabilidae of the environment.

Word-key: water; mining; sanitation, river itapicuru.

1
INTRODUÇÃO

A instituição da Lei 6.855/95, a qual dispõe sobre a Política de Recursos Hídricos no Estado da
Bahia, foi um forte e decisivo marco inicial na gestão estadual desses recursos. Nela o Estado foi dividido
em dez regiões administrativas da água, objetivando descentralizar e melhorar o gerenciamento quanto aos
usos e a preservação dos recursos hídricos, de modo a garantir que a água esteja permanentemente
disponível, em quantidade e qualidade satisfatória, para atuais e futuros usuários.
A bacia hidrográfica do rio Itapicuru, encontra-se inserida na região denominada RAA IV; situada na
porção nordeste do Estado, entre as coordenadas 10º 00' e 12º 00' de latitude sul e 37º 30' e 40º 45' de
longitude oeste. A mesma possui forma alongada no sentido oeste - leste, com cerca de 350 Km de
extensão e 130 Km de largura, estreitando-se continuamente para leste a partir do meridiano de 38º 30' até
a desembocadura nas proximidades da cidade do Conde. Limita-se ao norte com as bacias dos rios: Real,
Vaza-Barris, Curaçá e Poção, sendo estes dois últimos afluentes do rio São Francisco; a oeste, com a bacia
do rio Salitre, também afluente da margem direita do São Francisco; ao sul com as bacias dos rios
Inhambupe e Jacuipe, e a leste com o Oceano Atlântico (Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia
Hidrográfica do Rio Itapicuru, 1995); ocupa uma área de cerca de 37.345 Km 2, com 45 municípios,
população de 989.047 habitantes (IBGE/2000); está totalmente inserida dentro dos limites do Estado da
Bahia, sendo, por isso, um patrimônio do Estado, o qual é responsável pelo gerenciamento de suas águas
(Figura 1).

Figura 1 – Mapa da Bacia Hidrográfica do Rio Itapicuru.


Os principais rios que compõem o trecho alto da bacia são: Itapicuru, Itapicuru-Açu, Itapicuru
Mirim, Aipim, Água Branca, Fumaça, Caém, Paiaiá , Prata e Rio das Pedras.
Essa bacia foi escolhida como piloto, pelo Programa Estadual de Gerenciamento de Recursos
Hídricos/PGRH, por estar localizada no polígono das secas, sob o domínio de clima semi-árido, com
estiagens periódicas, e sérias conseqüências econômicas e sociais sobre a sua população. No entanto,
apresenta atividades mineiras importantes, com explorações em longa escala de ouro, cobre, cromo,

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manganês, esmeralda, barita, calcário, mármores e granitos, todas elas concentradas nos seus trechos
superior e médio. Em 1996, quantificou-se que essa região contribuía com 60,2% do total da Produção
Mineral Baiana Comercializada (SGM, 1996). Face a esses bens minerais produzidos, denota um grande
contraste econômico-social, uma vez que embora a sua população apresente níveis alarmantes de pobreza,
somente a atividade mineira, movimenta recursos da ordem de US$ 200 milhões/ano (SGM, 1996).
A Tabela 1 destaca os componentes minerais explorados anualmente na referida região, levando em
consideração o valor em dólares, a percentagem do total e o numero de toneladas produzidas.

BEM MINERAL VALOR EM US$1000 % PRODUÇÃO EM TONELADAS


COBRE 95.319,50 47,50 127.337
OURO 87.072,00 43,39 7
CROMITA 16.572,00 8,26 194.373
BARITA 831,50 0,41 7.228
CERÂMICA VERMELHA 466,80 0,23 13.708
PEDRA 381,00 0,19 129.460
ARGILA 47,90 0,02 19.557
TOTAL 200.690,70 100,00 491.670
Fonte: SGM/não publicado.
Tabela 1. Produção mineral da Bacia Hidrográfica do Rio Itapicuru.

Essas atividades mineiras, e também as agro-pastoris, produzem impactos qualitativos e quantitativos


sobre os mananciais. Ainda, a atividade garimpeira em ouro e esmeralda nas nascentes do rio Itapicuru,
especificamente nos metassedimentos da Serra da Jacobina, com elevada mobilidade desses aglomerados
populacionais, falta de saneamento e desinformação provoca na população local, várias doenças.

CARACRERÍSTICAS DA BACIA

1. GEOLOGIA

Geologicamente a Bahia é um dos estados brasileiros mais conhecidos, uma vez que trabalhos de
mapeamento geológico sistemático executados, principalmente por entidades governamentais
possibilitaram consolidar, ao longo de duas décadas, um amplo acervo de conhecimentos e também
identificar a vocação mineral de suas diversas regiões (Silveira, & Dias Neto, 1994).
O Estado dispõe de uma completa cobertura de mapas geológicos na escala 1:250.000. Para cerca de
50% do seu território, abrangendo regiões de potencial mineral mais expressivo ou de maior complexidade
geológica, são disponíveis mapas nas escalas 1:100.000 e 1:50.000. Uma síntese deste cabedal de
conhecimentos, enfeixando os traços principais de sua geologia, é apresentada no Mapa Geológico do
Estado da Bahia ao milionésimo, na respectiva nota explicativa e no trabalho intitulado Síntese da Geologia
da Bahia (Silveira & Dias Neto, 1994).
A geologia da bacia hidrográfica do rio Itapicuru é bastante complexa, englobando tipos litológicos
de idades bastante variadas, desde o Arqueano até o Quaternário recente, todos fazendo parte do contexto
geológico do Craton do São Francisco. As principais unidades geológicas regionais ocorrentes na bacia são
o embasamento arqueano, o complexo metamórfico de Jacobina, o complexo vulcano-sedimentar Uauá-
Serrinha, o grupo Chapada Diamantina, a bacia sedimentar de Tucano e as coberturas recentes terciárias e
quaternárias. O Grupo Jacobina/Complexo Itapicuru compõem a parte alta da bacia constituindo-se de
metassedimentos aflorantes na serra homônima, de origem clástica, vulcanoclástica e vulcanoquímica,
individualizados nas Formações Serra do Córrego, Ultramafitos da Serra de Jacobina, Rio do Ouro, Serra
da Paciência, Cruz das Almas, Serra do Meio, Água Branca e Bananeira (Barbosa, J.F. & Dominguez, J. M.
L., 1996). Estes sedimentos afloram na porção oeste da bacia, dispondo-se numa faixa alongada no sentido
norte-sul, dobrada suavemente a norte, entre Jaguarari e Senhor do Bonfim, avançando para sul até Miguel
Calmon além dos limites da bacia. Este conjunto de rochas forma um pacote com cerca de 220km de

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extensão e largura variável entre 6 e 10km englobando metaconglomerados basais, que gradam de forma
descontinua para metapelitos no topo, deformados, metamorfisados e associados a manifestações
plutônicas e vulcânicas, também filitos manganesíferos, xistos aluminosos e formações ferríferas bandadas.
A característica estrutural principal é o controle tectônico por falhamentos longitudinais de direção
aproximada norte-sul, e amplitude de dezena de quilômetros.

2. ASPECTOS HIDROLÓGICOS

A serra da Jacobina, é importante acidante geográfico com características morfogenéticas e


morfoclimáticas específicas, clima Úmido a Subúmido (Thornthwaite & Mater, 1955), temperatura média
anual 24ºC, pluviosidade variando entre 477,6 a 1.129,3 mm/ano, sendo março a maior precipitação, e
setembro o mês mais seco; relevo acidentado, às vezes atingindo 1.100 m, talvegues de forte declividade
chegando a 45°; geomorfológicamente, a bacia apresenta modelados de aplanamento e dissecação, com
serras, tabuleiros e depressões; em termos pedológicos, apresenta neossolos litolíticos, latossolos e
luvissolos, as vezes espessos, onde desenvolve-se em suas encostas, vales e grotões, um ecótono de floresta
estacional, com matas compostas por massaranduba, palmeira pindobassu, bucho de veado, canafistula,
jatobá, bambú-taquara, pau-pombo, surucucu, juá, baraúna e aricir (Plano Diretor de Recursos Hídricos da
Bacia Hidrográfica do Rio Itapicuru, 1995). Essa unidade geomorfológica, com sua geotectônica é
responsável pela concentração e acúmulo das águas precipitadas, para geração das nascentes que irão
formar o rio Itapicuru.
Tricart & Santos (1958), fizeram um valioso reconhecimento geográfico da Bacia do Rio Itapicuru;
embora naquela época não existissem os recursos técnicos disponíveis atualmente, é interessante citar
alguns pontos aventados pelos citados autores, pois os mesmos assemalham-se às preocupações inerentes
na atualidade em relação aos recursos hídricos e ao meio ambiente da região: a bacia hidrográfica do Rio
Itapicuru estende-se do litoral atlântico, a partir do município do Conde, até os contrafortes colunares da
Serra da Jacobina, onde situam-se outras cidades importantes do Estado da Bahia, como Senhor do
Bonfim, Jaguarari, Campo Formoso e Jacobina. Essa serra alcança altitudes superiores a 1.000 m, com
relevo íngreme e diferencial que influi decisivamente na distribuição do regime de chuvas. As massas de ar
vindas do leste ascendem nas escarpas formando as chuvas orográficas; o solo espesso e a vegetação mais
densa, nessa região denunciam uma zona mais úmida no meio da caatinga, com papel importante na
hidrologia e na hidrogeologia da bacia; segundo os autores, se fossem derrubadas as matas, um escoamento
torrencial se desenvolveria, não somente erodindo os solos, mas modificando completamente o regime da
parte superior da bacia. Na época os autores já constataram a necessidade de se adotar uma política de
conservação para proteger essas zonas reguladoras e produtoras de água da parte alta da bacia, que
chamamos nesse trabalho de “Caixa D’água do Rio Itapicuru”. O regime de chuvas, o escoamento
superficial e o escoamento de base diferenciam-se nos trechos alto, médio e baixo da bacia, certamente pela
disposição geomorfológica, geológica e florística diferenciada da bacia hidrográfica do rio Itapicuru.
Hoje, o Governo do Estado da Bahia, através da SRH, vem mantendo uma rede hidrometeorológica
distribuída na bacia hidrográfica do rio Itapicuru, há cerca de sete anos, com 61 estações, pluviométricas,
fluviométricas e evaporimétricas, a maior parte delas digitais, colhendo e tratando dados que refletem um
regime fluviométrico do sistema hidrográfico da bacia, denotando variações regionais da pluviosidade, que
são verificadas ao longo de toda a extensão da área avaliada. Na região em foco, alto Itapicuru, os índices
pluviométricos são maiores que na área central, as características dos solos e da vegetação ajudam na
retenção de água, resultando em vazões específicas maiores e que permanecem durante um maior período
de tempo, ocorrendo eventualmente intermitências no escoamento em intervalos de tempos mais curtos
(Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Itapicuru, 1995).
A área mais seca da bacia corresponde ao curso médio do rio Itapicuru, onde os rios desta região
caracterizam-se por ter regime intermitente, persistindo por longos períodos com vazões nulas.
Na região do baixo Itapicuru, os elevados índices pluviométricos, características do clima semi-
úmido, somados ao aporte permanente do aquífero aos cursos d'água, resulta na permanência do
escoamento superficial durante todo o ano.

3. ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS

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O domínio das rochas metassedimentares pertencentes ao Grupo Jacobina compõe parte importante
do sistema de circulação das águas subterrâneas nas nascentes da bacia hidrográfica do Itapicurú,
englobando também o manto de intemperismo. Esse pacote, apresenta razoável permeabilidade e o "sets"
de fraturas, falhas e diáclases do cristalino não decomposto.
Essas litologias não foram enquadradas no domínio Cristalino devido ao elevado índice de
fraturamento, por fornecerem água de boa qualidade e por apresentarem características fisiográficas
distintas, que condicionam índices de precipitação elevados e, conseqüentemente, melhores condições de
alimentação e descarga.
Os aquíferos são de natureza fissural ou localmente granular/fissural. O intenso fraturamento das
áreas de recarga dos metassedimentos sugere a existência de importantes reservas potenciais de águas
subterrâneas, que se destacam em relação às áreas do embasamento cristalino, tanto em termos de
quantidade quanto em qualidade. Estes aquíferos, por serem constituídos de rochas resistentes a alteração,
são capazes de armazenar água sem salinizá-la.
O padrão estrutural dessas rochas, associado à topografia movimentada e à existência de zonas ou
níveis de permeabilidade diferenciada, condiciona o aparecimento de várias nascentes ao longo das serras,
formando as cabeceiras dos principais rios da bacia.
Os reservatórios são alimentados, praticamente pôr águas pluviais e rios que correm sobre fendas.
Convém destacar o papel importante dos aluviões e terraços através dos quais se infiltram as águas. Mas, a
periodicidade dos rios depende da alimentação dos reservatórios, pela quantidade de chuva precipitada,
quantidade e permeabilidade dos aluviões e terraços e, logicamente, da evaporação.
A porosidade intergranular das rochas cristalinas pode atingir até 1,85%. Entretanto a porosidade
total (porosidade + espaços de rupturas) varia de 1% a 20%.
O subsolo em zonas cristalinas, é alimentado de maneira substancial pêlos cursos d'água que têm
suas direções de drenagem superficial, coincidente com as dos principais sistemas de fraturas, falhas etc.
Geralmente esta coincidência se reflete pela apresentação nos cursos d'água de trechos retos tendo a
mesma direção das fraturas. Estas evidências constituem um dos principais critérios utilizados para a
localização e exploração de reservatórios d'água no subsolo cristalino.
Os diversos esforços tectônicos originam vários "sets" de fraturas, dos quais dois se destacam pela
sua posição em relação à lineação: os transversais e os ortogonais. Destes dois sistemas apenas as fendas
transversais apresentam boas possibilidades como aqüíferos, enquanto as longitudinais apresentam-se
geralmente com fracas possibilidades de armazenar água.
Existe, entretanto, um outro tipo de fenda, a angular. As fendas angulares são isoladas e não
constituem bons aqüíferos devido a pouca profundidade que atingem e por serem muito fechadas.
Associadas a outros tipos, funcionam como elementos de interconexão entre as diferentes fraturas
existentes, permitindo um aparente isotropismo no aqüífero e ótima rede de saturação.
A alimentação constante das nascentes do Rio Itapicuru depende, no entanto, da coexistência de
características fitofisionômicas e florísticas localizadas, ou seja, uma zona de transição em que as condições
naturais de solo, clima e relevo favorecem o aparecimento da "Floresta Estacional". Essa cobertura vegetal,
distribui-se no arcabouço geomorfológico da Serra da Jacobina e, por isso, devem ser objeto de incansável
proteção.
A contribuição hidrológica dos metassedimentos do Grupo Jacobina, pelos motivos já expostos, é
relativamente maior que a contribuição das rochas granitóides do embasamento cristalino. Daí a
necessidade de preservação especial e constante vigilância sob as ações de impacto ambiental nas nascentes
dessa bacia.

iv. BARRAGENS

Uma barragem, especialmente uma grande barragem, é o tipo de obra que mais influencia o meio
ambiente. Ela modifica o regime do rio e cria, no local do reservatório, um lago artificial, portanto, algo
diferente de rio. Os níveis freáticos próximos à área represada também são modificados. O desnível da
água entre montante e jusante da barragem cria gradientes hidráulicos elevados. As formações geológicas

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saturadas pelo represamento passam a ter um comportamento diferente. Além de todos estes aspectos, a
própria paisagem é modificada (Maciel Filho, 1997).
Na ultima década do século passado, foram construídos na bacia hidrográfica do rio Itapicurú, vários
barramentos de pequeno porte, com alturas variando entre 1.00m e 5.00 m, em alvenaria de pedra,
concreto ciclópico ou de enrrocamento com núcleo impermeável, a depender das condições locais (Plano
Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Itapicuru, 1995), em distâncias aleatórias, por
prefeituras e/ou particulares, sem qualquer controle, e às vezes sem projeto; muitas, por esse motivo,
apresentam problemas diversos, como por exemplo o rompimento das ombreiras, eutrofização e
assoreamento, dentre outros (Foto 1).
Essas barragens teriam o objetivo de acumular água para atender ao abastecimento de água das
comunidades locais dessedentação dos rebanhos, e, a depender do volume acumulado, para a irrigação de
pequenas lavouras de subsistência nas margens e a jusante dos reservatórios.
A bacia hidrográfica do rio Itapicuru em grande parte dos seus trechos médio e alto constitui-se de
cursos d'água intermitentes, com regime hídrico característico das regiões semi-áridas. Eles apresentam
altos deflúvios durante o período anual das chuvas, permanecendo com vazões durante cerca de 6 a 8
meses por ano, e secos durante o resto do tempo.
Nestas regiões semi-áridas da bacia, geralmente sob domínio geológico dos terrenos cristalinos, estes
rios representam as únicas alternativas para suprimento de água das populações locais, visto que os
mananciais subterrâneos, nesta região, excetuando-se os metassedimentos da Serra da Jacobina, apresentam
baixas vazões e água com altos teores de salinidade. Nestas condições, em períodos de estiagem mais
prolongados, os rios locais secam tornando crítico o abastecimento humano e animal; supre-se essa
escassez, através de carros pipa, de alto custo operacional.
Programas desenvolvidos pelo Governo do Estado da Bahia, em convênio com o Banco Mundial,
através do Plano de Gerenciamento de Recursos Hídricos/PGRH, está implantando na bacia hidrográfica
do rio Itapicuru, principalmente em seu trecho alto, barramentos de grande porte com o objetivo de
perenizá-lo, por ser um rio de vital importância nessa região do semi-árido baiano, tendo na sua população
um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano /IDH, do país. Os sistemas de Ponto Novo,
Pedras Altas, Pindobaçu, e a futura construção de Barroca do Faleiro, garantirão à citada região uma nova e
melhor condição de vida para sua população.

v. ATIVIDADES AGROPASTORIS

As vistorias e visitas de campo, proporcionaram a verificação do alto grau de degradação da faixa de


preservação permanente (Foto 1), principalmente nos locais mais próximos de vilarejos. A principal
atividade desenvolvida nas margens dos rios, que compõem o arcabouço superior da bacia hidrográfica do
rio Itapicuru, é a pecuária. Identificaram-se pequenas áreas com agricultura convencional (horta, plantio de
feijão mandioca, milho e frutíferas).
Em sua maioria, as margens apresentam pequenas propriedades e a degradação é conseqüência da
necessidade de obter boa colheita, o que é mais fácil em áreas mais próximas ao rio, onde se localiza a mata
ciliar. Para modificar esta idéia, é necessário a implantação programas de educação ambiental e a difusão de
tecnologias que permitam ao pequeno agricultor alternativas de produzir sem destruir a faixa de
preservação permanente. O governo do Estado da Bahia está investindo na recomposição da mata ciliar de
alguns rios (a exemplo do Itapicuru do qual os Rios Aipim, Gruna, Paiaiá, Mirim etc., são afluentes
importantes) e, para que os investimentos não sejam em vão, é preciso orientar a população ribeirinha da
necessidade de não desmatar.

ATIVIDADES MINEIRAS

A mineração é um dos setores básicos da economia do país, contribuindo de forma decisiva para o
bem estar e a melhoria da qualidade de vida das presentes e futuras gerações, sendo fundamental para o
desenvolvimento de uma sociedade equânime, desde que seja operada com responsabilidade social, e
dentro dos preceitos do desenvolvimento sustentável (Farias, 2002). No documento final da Conferência

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Rio + 10, 2002, em Johannesburgo, assinado por todos os países presentes, a mineração foi considerada
como uma atividade fundamental para o desenvolvimento econômico e social de muitos países, tendo em
vista que os minerais são essenciais para a vida moderna. A História do Brasil tem íntima relação com a
busca e o aproveitamento dos seus recursos minerais, que sempre contribuíram com importantes insumos
para a economia nacional, fazendo parte da ocupação territorial e da história nacional. Segundo Wagner et.
all, (2002), o setor mineral, em 2000, representou 8,5% do PIB, ou seja US$ 50,5 bilhões, gerou 500.000
empregos diretos e um saldo na balança comercial de US$ 7,7 bilhões, além de ter tido um crescimento
médio anual de 8,2% no período 1995/2000.
O setor mineral do Estado da Bahia, no entanto, refletiu em parte o momento de estagnação por
que passa a economia mundial, brasileira e baiana, com desaceleração nas variações das substâncias
comercializadas. As empresas do setor não aumentaram e nem diminuíram significativamente suas
produções, tendo em vista que a oferta dos insumos minerais é inelástica, e não é afetada de maneira
imediata pelos problemas conjunturais vividos pela economia brasileira em 2001. A PMBC em 2001
apresentou um valor de US$ 1,06 bilhão de dólares (inclusive petróleo e gás). Tal produção foi oriunda de
100 municípios do estado, gerando cerca de 19 mil empregos diretos, enquanto os investimentos no setor
alcançaram cerca de US$ 55 milhões (SILVA, ALEXANDRE A. & RIBEIRO, A. FIGUEREDO, 2002).
As principais atividades mineiras na bacia hidrográfica do rio Itapicuru são:

a. GARIMPO DE CARNAÍBA

O garimpo de Carnaíba engloba importantes ocorrências de Esmeralda, situando-se no povoado do


mesmo nome, município de Pindobaçú.
Foi descoberto no ano de 1963, quando o Sr. José Alves de Araújo mostrou algumas “pedras verdes”
encontradas casualmente, ao garimpeiro Antonio dos Santos.
A partir da identificação da pedra preciosa, começaram as escavações no setor conhecido como
“Bráulia”, em Carnaíba de Baixo, caracterizando-se um dos maiores depósitos minerais de Esmeralda em
todo Mundo (Moreira & Santana, 1982).
Desde então, milhares de garimpeiros circularam na região em busca de aventura e riqueza.
Tradicionalmente a Esmeralda é explorada em regime de garimpagem, existindo cerca de 900
garimpeiros trabalhando direta e regularmente na sua produção, distribuídos em 60 serviços (Ribeiro,
1995).
No início, era viável a utilização de ferramentas simples, mas, atualmente, com a exaustão dos veios
superficiais, tornou-se necessária a introdução de equipamentos mais potentes, como guinchos elétricos em
estrutura de aço, bombas-d’água elétricas, compressores de ar, etc.
A Esmeralda ocorre principalmente em faixas ou bandas de uma rocha denominada flogopito,
conhecida no garimpo como veios ou filões. Molibdenita e Scheelita são os principais minerais associados
(Moreira & Santana, 1982).
A sua importância social decorre do elevado contingente de pessoas envolvidas - adultos, velhos,
adolescentes, mulheres, homens - enquanto que a sua importância econômica advém do valor monetário
atribuído pelo mercado a essa pedra preciosa que, mesmo não lapidada ou trabalhada, alcança valores no
próprio local de produção entre US$ 10,00/g a valores maiores que US$ 2.000,00/g, a depender de sua
qualidade gamológica, encontrando ainda comercialização para escórias ou outras variações sem nenhuma
preciosidade (Ribeiro, 1995).
Conquanto não se tenha registro de alta confiabilidade, várias avaliações mostram que este mercado
movimenta dezenas de milhões de dólares/ano.
A produção de Esmeralda e Berilos verdes do garimpo de Carnaíba, registrada desde 1970 até 1993,
abrange 383,74 toneladas, estimando-se um valor comercializado da ordem de US$ 58 milhões (SGM,
1996).
Apesar dessa vultosa soma, somente agora, o povoado de Carnaíba foi contemplado por sistema de
tratamento de esgotos, que num passado recente, fluíam a céu aberto. Esse sistema foi construído pela
CERB, e, embora esteja operando, existem problemas.
O efluente chega a Estação de Tratamento de Esgoto/ ETE, (Foto 2) passando pelo tanque de
sedimentação, onde se dá de forma anaeróbica, a deposição dos sólidos e a decantação e digestão do lodo,

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futuramente extraído. Em seguida a água oriunda do tanque é filtrada por uma vala de pedra, efluindo com
98% de pureza para o manancial receptor (CERB, 2000).
Constatou-se, que existem atividades de garimpagem que descarregam a água de seus rejeitos
mineiros diretamente no sistema, sobrecarregando essas estações, que não suportam tamanho volume de
material em suspensão, acelerando o processo de tratamento e comprometendo a sua finalidade.
Nota-se, na Foto 3, a conseqüência dessas descargas, a coloração escura da água, que produz ainda
um forte odor fétido.
Ademais, o grande acúmulo de resíduos sólidos lançados nas encostas são carreados para o leito dos
riachos (Foto 4), comprometendo a drenagem urbana e gerando vetores que causam as doenças de
veiculação hídrica.
As doenças de veiculação hídrica podem ocorrer devido: à falta de água segura para abastecimento da
população, neste caso a diarréia é a doença mais freqüente; às doenças que dependem da higiene das
pessoas, relacionado com a sua educação; às doenças relacionadas com o ambiente e a disposição da água,
como a malária, dengue e esquitossomose, entre outros; às doenças relacionadas com as inundações como
a leptospirose, que é a contaminação da urina do rato na água de inundação (Tucci, 2002).

b. GARIMPO DE SOCOTÓ

Descoberto em janeiro de 1983, por José Cavalcante, quando caçava na região da Fazenda Piabas, situa-
se 8 km a norte do Povoado de Tuiutiba, Município de Campo Formoso. Possui área de garimpagem em
meia encosta e as escavações ou serviços são desenvolvidos verticalmente.
O corpo ultrabásico de rochas em que ocorrem o Berilo e a Esmeralda do Garimpo de Socotó é
lentiforme, com 2.650 metros de comprimento por 100 metros de largura média (Santana et. all, 1995).
A Esmeralda, como em Carnaíba, é explorada em regime de garimpagem através de equipamentos
como guinchos elétricos, compressores de ar, marteletes, e com auxilio de explosivos. Cerca de 240
garimpeiros, em 16 serviços, trabalham direta e regularmente na sua exploração.
A produção de Esmeralda e Berilos verdes do Garimpo do Socotó, registrada desde o seu início em
1983 até 1993, abrange 15,69 toneladas, cujo valor comercializado foi estimado em cerca de US$21 milhões
(SGM, 1996).
Para o ano de 2001, estima-se uma pequena queda na comercialização de esmeraldas em Carnaíba e
Socotó, sobretudo decorrente do menor interesse demonstrado pelos comerciantes indianos, principais
compradores. Esse valor, passa de US$ 30.500 em 2000 para cerca de US$ 39.892 em 2001. Na verdade,
esse numero ainda se mostra bastante aquém do valor real de comercialização, em vista da informalidade
na produção dessa substância mineral e, eventualmente, do alto valor que as pedras preciosas pós-lapidação
ganham no mercado, o que não permite quantificar precisamente nem o valor nem o volume
comercializado. Destaca-se, no entanto, a importância social deste segmento que somente na produção,
beneficiamento e comercialização de esmeralda no município de Campo Formoso, ocupa cerca de 15.000
pessoas, vinculados, direta e indiretamente, a esta atividade, segundo estimativas da Prefeitura Municipal de
Pindobaçu, sede do garimpo ( SILVA, ALEXANDRE A. & RIBEIRO, A. FIGUEREDO, 2002).
Apesar de possuir população garimpeira menor que Carnaíba, Socotó não possui Estação de
Tratamento de Esgoto/ ETE, e o mais grave, é que a água disponível para o abastecimento humano (Foto
5) é “partilhada” com animais (Foto 6), sendo afetada também pela antropização das margens de suas
barragens. Existem, porém, bebedouros (Foto 7), construídos em torno da barragem com essa finalidade,
mas que não são usados e encontram-se abandonados.
Como já citado para o garimpo de Carnaíba, a população garimpeira de Socotó, é afetada por
doenças comuns às áreas carentes de saneamento básico: diarréia, dengue esquitossomose, leptospirose,
dentre outras.

8
c. OURO

A origem de Jacobina deve estar ligada à descoberta de ouro nos idos do século XVII. Já em 1880,
uma pequena mineração foi montada na Serra do Vento pela Cia. Minas de Jacobina. Esta empresa
produziu cerca de 84 kg de ouro no período de 1887 a 1896 (SGM, 1996).
Outras tentativas de operações mecanizadas estabeleceram-se na década de 1960, sendo paralisadas
com a descoberta de esmeralda em Carnaíba, no flanco oeste da serra de Jacobina. Nesse período destaca-
se a Mineração Northfield Ltda, empresa de estrutura canadense que de 1950 a 1966, produziu cerca de 2,0
t de ouro. Não existem dados estatísticos sobre a produção total de ouro em Jacobina, porque parte dela
originou-se de garimpagem (SGM, 1996).
A empresa Jacobina Mineração S.A., em 1996 era responsável pela maior parte da produção de ouro
em Jacobina, tendo a atividade garimpeira pequena participação.
Esses depósitos auríferos situam-se numa sequência de metassedimentos conglomeráticos, arenosos
e pelíticos, que foram depositados em uma bacia do Proterozóico Inferior instalada sobre um
embasamento "granito-greenstone". A parte inferior da sequência é constituída de metaconglomerados e
quartzitos, depositados por um paleossistema fluvial de correntes dirigidas de leste para oeste. Essas
rochas contém as mais importantes mineralizações, distribuídas em pelo menos três níveis conglomeráticos
principais. O ouro ocorre em forma livre na matriz dos conglomerados, geralmente acompanhado de pirita
recristalizada, e mais restritamente minerais de urânio.
Importantes depósitos também, estão situados no nordeste da Bahia, nos limites dos municípios de
Araci, Serrinha, Teofilândia e Conceição do Coité. Inicialmente descoberto em 1972, por um programa de
prospecção regional, realizado pela DOCEGEO, algumas anomalias vieram a corresponder ao "trend", das
mineralizações auríferas da "Faixa Weber", que são capeadas por um nível de sedimentos grafitosos e
associam-se a um quartzo-carbonato-cliorita-xisto rico em magnetita. O ouro ocorre disseminado em
massas de quartzo-carbonato, em veios pegmatóides, em níveis de chert recristalizado e em zonas de
silicificação ao longo de fraturas e falhas.
Também a CBPM, através da sua subsidiária Rio Salitre Mineração Ltda. (RIOSAM), iniciou
produção de ouro primário através do processo de lixiviação em pilhas, na mina Maria Preta na região de
Santa Luz em 1987; paralelamente essa empresa investiu em planta gravimétrica para o aproveitamento
econômico do ouro aluvionar da Mina Vereda Grande, no mesmo município. Em média foram produzidos
175 quilos de ouro por ano até 1996.
A produção baiana comercializada de ouro origina-se basicamente desses depósitos vulcano-
sedimentares de ambiente tipo "Greenstone belt” do Rio Itapicurú, e dos depósitos sedimentares de
Jacobina e, para o período de 1992 a 1996 atingiram cerca de 34.406 quilos alcançando a soma de US$
421,31 milhões (SGM, 1996).
Em 1996 a produção totalizou 7.000 kg correspondente a US$ 87,07 milhões. Em 2001, 5.017 Kg
para US$ 45,18 milhões ( SILVA, ALEXANDRE A. & RIBEIRO, A. FIGUEREDO, 2002).
A queda do preço do ouro no mercado externo nos últimos anos motivou a paralisação da Jacobina
Mineração, RIOSAM e outras. Atrelado a esse fator, a baixa oferta de emprego e renda às populações do
semi-árido, provocou um aumento substancial da atividade garimpeira de ouro (Foto 8).
A atividade garimpeira no alto e médio Itapicuru, atrelada às condições econômicas e culturais da
região fazem com que essa atividade de extração seja predatória do meio ambiente e prejudicial à saúde dos
garimpeiros e da população exposta.
A Foto 9, apresenta exploração garimpeira de ouro, nos aluviões do rio Itapicuru Mirim, em zona de
preservação, com dragas de alta potência, que lavam o cascalho, resultando em assoreamento e grandes
escavações nas margens do mesmo rio.
O uso descontrolado do mercúrio nos garimpos de ouro representa um grande problema ambiental,
cuja magnitude ainda é pouco conhecida.
A crescente utilização do mercúrio na formação do amálgama, liga de Au-Hg, e sua emissão para os
diferentes compartimentos ambientais tem sido fonte de preocupação da comunidade científica em todo o
mundo, devido aos efeitos danosos que esse metal provoca no meio ambiente e ao seu potencial tóxico à

9
saúde humana. Esses efeitos nocivos ainda não foram completamente avaliados, tornando difícil a adoção
de medidas de prevenção e controle (Deschamps et all 1998).
Segundo o Relatório Técnico de Avaliação da Qualidade das Águas (CRA, 2000), identifica-se a
presença de mercúrio, em ponto de amostragem situado entre Senhor do Bonfim e Jaguarari, com valor
próximo ao limite máximo estipulado pela resolução do CONAMA 20/86 para as águas de classe 2, não
violando entretanto o padrão para a referida classe.

d. CROMITA

No distrito de Campo Formoso, os depósitos de cromo situados na porção ocidental da Serra de


Jacobina, estão contidos em uma faixa de rochas ultra-básicas metamorfisadas, serpentinitos e clorita
xistos, com uma extensão de aproximadamente 15 km, e largura média de 600 metros. As camadas de
cromitito tem uma espessura total agregada de 5 metros, sendo que a camada mais espessa tem
aproximadamente 2 metros.
Iniciou-se a extração de cromita no Estado da Bahia em 1917, mas somente após a criação da
FERBASA em 1962, ela assumiu maior importância, com a produção de ligas de Fe-Cr (Moacyr et. all,
1986).
A vida útil desses depósitos é estimada em 150 anos para uma produção anual de 60.000 toneladas.
Até 1973, toda a produção originava-se do município de Campo Formoso. A extração de cromita no vale
do rio Jacurici, afluente do rio Itapicuru, foi iniciada em 1974. O significado econômico desse distrito tem
aumentado gradativamente para a produção de cromita no Estado.
Os depósitos de cromita estão associados a sills básico-ultrabásicos, encaixados em rochas do
complexo gnáissico-migmatítico, estruturados em sinformes, mostrando os mesmos padrões de
deformação das encaixantes. Internamente esses sills apresentam-se com estrutura estratiforme e, de um
modo geral, são constituídos de gabros, piroxenitos, serpentinitos e, eventualmente, camadas de cromitito.
As espessuras dos sills são relativamente restritas, não ultrapassando os 300 metros, enquanto que as
camadas de cromitito podem atingir até 15 metros, sendo comum variarem entre 5 e 8 metros. As reservas
potenciais foram estimadas em 30 milhões de toneladas de cromita para a região (Moacyr et. all, 1986)..
A produção de lump, areia e concentrado de cromita em 1996 dos distritos cromitíferos de Campo
Formoso e do vale do Jacurici totalizou 193.000 toneladas no valor US$ 16,5 milhões; em 2001, 251.488
toneladas no valor US$ 11,8 milhões ( SILVA, ALEXANDRE A. & RIBEIRO, A. FIGUEREDO, 2002).
Embora a mineração Ferbasa, cumpra as normas estabelecidas pela Legislação Ambiental em vigor, e
seja um setor importante para o desenvolvimento econômico da região, pois representa 8,3% da Produção
Mineral Baiana Comercializada/ano, sabe-se que a atividade mineira é degradadora basta ver, nas Fotos 10
e 11 a gigantesca “cratera” desenvolvida na Serra da Jacobina nos últimos 40 anos.
Essas grandes escavações (Foto 12), após a exaustão do minério em lavra a céu aberto, estão sendo
aproveitadas pela referida empresa, para a recuperação das áreas degradadas, com a deposição dos rejeitos
de beneficiamento da cromita, usando o método dos centrifugadores gravimétricos. São sistemas
“fechados”, que fazem a água resultante do processo de decantação, através de conjuntos moto-bombas,
circular em condutos forçados, até as cavas abertas. Nesse local, acontece nova e vagarosa decantação, que
irá preencher e “recuperar” as antigas cavas.
Esse material, ainda apresenta um teor médio de 10% em cromita e minerais associados. Por isso os
mesmos são colocados “fechados”, porque sabe-se que, não havendo, em nenhuma hipótese,
transbordamento dessas lagoas, mesmo em situações de altos índices pluviométricos, a água
provavelmente irá infiltrar nas fendas que formam os aqüíferos subterrâneos.
O sistema de circulação dessas águas aparentemente paradas, infiltrará no manto de intemperismo, e
alcançará o "sets" de fraturas, falhas e diáclases do cristalino não decomposto, constituído por quartizitos
bem recristalizados, filitos e/ou filonitos foliados com mergulhos fortes, quase sempre para leste. Essas
águas são também responsáveis pela alimentação das nascentes, aquíferos e barragens existentes na região.

10
MEIOS URBANO E RURAL

É possível que, no tempo em que o Brasil foi oficialmente descoberto, a importância econômica dos
recursos minerais se restringisse ao ouro, prata e pedras preciosas, pois a revolução industrial somente
realizou-se cerca de dois séculos após. Ademais, é oportuno lembrar que a fortuna daquela época era feita
de ouro, prata e pedras preciosas, pois assim se constituía o tesouro dos reis.
Ao final do século XVII, o Brasil experimentaria um surto econômico sustentado pela produção
aurífera, cuja pujança mobilizou uma expressiva massa humana, responsável pela extração de cerca de 840
toneladas do metal, segundo variadas estimativas, e isso sem dispor do aparato tecnológico da moderna
mineração.
A Bahia, além de envolver-se nesse ciclo da mineração, notadamente aurífero, ampliou-se através da
produção de pedras preciosas. A dimensão do envolvimento do Estado pode ser aquilatada, a partir do
patrimônio arquitetônico e cultural sediado nas cidades históricas da Chapada Diamantina, serra da
Jacobina e da própria Salvador (Teixeira, C. et. all. 1998).
A busca dessas riquezas motivou os desbravadores daquela época, a adentrarem pelo continente,
originando os primeiros povoados. Que sempre, situavam-se em locais de disponibilidade de água e
alimento.
Daí surgiram os centros urbanos que hoje se distribuem ao longo da borda leste da serra da
Jacobina, nas nascentes do rio Itapicuru: Senhor do Bonfim, Jaguarari, Campo Formoso, Antonio
Gonçalves, Pindobaçu, Saúde, Caem, Jacobina e outros. A implantação do sistema ferroviário na segunda
metade do século XIX e início do século XX criou condições para um vigoroso ciclo de desenvolvimento
da bacia do Itapicuru. Esses centros cresceram em torno dessas atividades mineiras de forma desordenada
e atualmente apresentam, problemas semelhantes de saneamento básico.
A ausência desses serviços de saneamento básico tem sido responsável por graves problemas de
saúde pública que reduzem a força de trabalho e causam a perda de muitas vidas. O documento Consulta
Nacional sobre Gestão do Saneamento e do Meio Ambiente Urbano(2001), mostra um quadro realista
sobre a situação do saneamento no Brasil. Além de apontar às deficiências das políticas setoriais cujos
desdobramentos têm resultado no agravamento de problemas de poluição, contaminação de solos e águas,
comprometimento irreversível de aqüíferos subterrâneos e proliferação de vetores, são mostrados dados
alarmantes sobre os serviços de abastecimento de água: esses deixam de fora 12% da população urbana; a
coleta de esgotos cobre apenas 35% desta população e apenas 8% do esgoto produzido possui tratamento
adequado. Quanto aos resíduos sólidos, a situação é gravíssima: 76% são acumulados em “lixões” a céu
aberto. Em drenagem e controle de cheias em áreas urbanas, o documento reitera que as ações são
emergenciais, esporádicas e quase sempre definidas após a ocorrência de desastres.
De forma abrangente o saneamento compreende as atividades ligadas ao abastecimento de água, à
coleta, tratamento e disposição final de esgotos sanitários, à limpeza pública e à drenagem de águas pluviais.
São atividades conjuntas essencialmente sociais, diretamente vinculadas à melhoria da qualidade de vida das
populações, e, com ligação direta aos recursos hídricos. (Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia
Hidrográfica do Rio Itapicuru, 1995).
Da falta de saneamento resultam enfermidades associados à água, cerca de 80% das doenças que
atingem o ser humano, segundo a Organização Mundial de Saúde, têm relação com a qualidade da água
consumida pelas comunidades. As febres tifóide e paratifóide, as desinterias, a amebíase, a esquitossomose
e a cólera, são as doenças de veiculação hídrica de maior ocorrência neste contexto.
As condições de saneamento em toda a região da bacia do rio Itapicuru apresentam-se bastante
precárias, com baixos índices de abastecimento domiciliar de água potável e a quase total ausência de
sistemas de esgotamento sanitário, especialmente nas zonas rurais.
Os serviços de abastecimento de água na região da bacia do Itapicuru são implantados e operados
pela EMBASA - Empresa Baiana de Saneamento, nas sedes municipais e distritos de maior porte, enquanto

11
as pequenas comunidades rurais e a população rural dispersa são atendidas a partir de sistemas
simplificados implantados pela Companhia de Engenharia Rural da Bahia/CERB, empresa vinculada à
SEMARH, pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional /CAR , da estrutura da SEPLANTEC,
e pela Central de Associações Comunitárias para Manutenção de Abastecimento de Água, em sistemas
implantados por convênio com o Banco Alemão KFW; os sistemas simplificados são também operados
pelas Prefeituras Municipais (Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Itapicuru,
1995).
Nos últimos anos, dentro dos programas de combate às secas, vem sendo implantada na região
grande quantidade de pequenos sistemas para reservação de água, dos tipos cisternas, barreiros, inflúvios,
barragens subterrâneas e poços amazonas, disseminados em toda a região do semi-árido, com o objetivo de
garantir a oferta de água nos períodos das secas.
O esgotamento sanitário é praticamente inexistente nos municípios da bacia do Itapicuru, refletindo
uma situação que é geral em todo o Nordeste. Apenas as sedes municipais de maior porte, a exemplo de
Senhor do Bonfim e Jacobina, dispõem de redes públicas de coleta, em pequena extensão e em áreas
restritas da zona urbana. Não existem sistemas de tratamento, sendo os esgotos lançados "in natura" nas
drenagens naturais (Foto 13). (Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Itapicuru,
1995).
Nos últimos anos vem sendo implantadas redes coletoras de esgotos em vários municípios da bacia,
através de convênios entre o Ministério do Bem Estar Social e as Prefeituras. Não existe ainda um cadastro
atualizado destas redes.
A grande maioria dos núcleos urbanos não dispõem de rede coletora, sendo utilizadas soluções para
o esgotamento dos dejetos como: fossas sépticas individuais, com sumidouro, nas áreas de maior poder
aquisitivo; fossa sépticas individuais com lançamento do efluente nas vias públicas ou nas redes de
drenagem pluvial, quando existentes; lançamento direto dos esgotos nas drenagens pluviais, nas vias
públicas e nos terrenos baldios.
Na zona rural verifica-se a utilização de privadas higiênicas, com poço de coleta, em alguns casos, e
lançamento "in natura" na maioria das áreas.
A ausência generalizada de serviços de esgotamento sanitário constitui um dos mais graves
problemas do saneamento na área da bacia do Itapicuru.
Os serviços de limpeza pública nos municípios integrantes da bacia do Itapicuru, são operados em
sua totalidade pelas Prefeituras Municipais.
Os processos consistem basicamente de varrição e coleta manual, transporte em caçambas, nos
municípios maiores, e em carroças, nos municípios menores, e lançamento a céu aberto em áreas
degradadas próximas aos centros urbanos. Estas áreas de lançamento são freqüentemente localizadas ao
longo das faixas de domínio das rodovias estaduais (Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia
Hidrográfica do Rio Itapicuru, 1995).
O lançamento a céu aberto representa um grave problema ambiental, podendo provocar a poluição e
contaminação de mananciais superficiais e subterrâneos, além de possibilitar a proliferação de ratos e
insetos, transmissores de doenças infecto-contagiosas.
Com a maior aglomeração populacional da bacia, é a jusante das cidades de Jacobina, Senhor do
Bonfim, Campo Formoso e Miguel Calmon que se localizam as áreas mais vulneráveis ao
comprometimento da qualidade das águas da sub-bacia do Alto Itapicuru, em virtude da alta carga orgânica
de esgotos lançada nos corpos receptores, sem tratamento prévio.
No trecho em que corta a cidade de Jacobina, o rio Itapicuru Mirim sofre considerável contaminação
de suas águas, devido aos esgotos e lixos domésticos lançados em seu leito. Embora alguns bairros
12
possuam rede coletora, os despejos são encaminhados diretamente "in natura" para os rios que cortam a
malha urbana, sejam eles de origem doméstica, comercial ou mesmo industrial. Este cenário, quando
associado aos elevados níveis de assoreamento dos rios, agrava ainda mais o quadro de degradação do
corpo receptor.
Já a sub-bacia do Itapicuru Médio Superior, apresenta-se menos populosa e com atividades
potencialmente poluidoras bastante discretas. Mesmo com reduzidos índices pluviométricos, em especial
nas zonas norte e sul da sub-bacia, e intermitência das descargas fluviais, não chegam a se configurar
cenários com elevados riscos de contaminação das águas, em função do lançamento dos efluentes
sanitários brutos, com exceção da localidade de Capim Grosso, que sendo uma das mais populosas, está
situada em área de nascentes de rios.
Quanto às águas armazenadas nos reservatórios existentes na bacia, verifica-se que vários açudes
apresentam problemas de salinização das águas, constatados pelo aumento dos teores de dureza e cloretos,
nas análises realizadas periodicamente pelo DNOCS. Este problema é decorrente, em geral, da utilização
inadequada dos açudes, do alto grau de evaporação do espelho d 'água e da inexistência de descarga de
fundo que possibilitem a renovação das águas armazenadas (Plano Diretor de Recursos Hídricos da Bacia
Hidrográfica do Rio Itapicuru, 1995).
Face a esse quadro geral que traduz certamente a situação atual dos centros urbanos e comunidades
rurais situados nas nascentes do rio Itapicuru, borda leste da Serra da Jacobina, procurou-se dados no
relatório anual da 28ª DIRES/Diretoria Regional de Saúde, sediada em Senhor do Bonfim, que
apresentasse o quadro atual de alguns dos citados municípios que pertencem à sua gerência.
Constatou-se que existem ações do PACS/PSF Programa de Saúde da Família, que em linhas gerais,
vem contribuindo com a melhoria da qualidade de vida da população. O Quadro 1, contém dados médios
de alguns indicadores de saúde nos nove municípios que compõem essa gerência regional.

Quadro 1 - Indicadores Percentuais de Saúde - 2002


Pré natal no 1º trimestre 51,44%
Crianças < 1 ano c/ vacinação em dia 85,50%
Prev. > 20 anos diabéticos 1,42%
Prev. > 20 anos hipertensos 4,08%
Prev. > 20 anos tuberculose 0,02%
Prev. > 20 anos hanceníase 0,02%
Recém nascido c/ peso < 2.500 g 8,86%
Óbitos por diarréia em < 1 ano 22,41%
Óbitos por IRA em < 1 ano 16,09%
Óbitos por outras causas em < 1 ano 61,49%
Óbitos em mulheres de 15 a 49 anos 2,42%
Visita às famílias 0,97%
Casos novos hanceníase nos município 37
Fonte: 28ª DIRES/não publicado.

Para o controle das edemias, existem programas de combate à doença de Chagas, Febre Amarela e
Dengue, Esquistossomose, Leishmaniose, Malária, Peste e Tracoma.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Torna-se necessário a avaliação da atual situação de saúde dos garimpeiros que atuam nas nascentes
do rio Itapicuru, através de exames clínicos e laboratoriais, sendo utilizados como indicadores biológicos de
exposição ao mercúrio com a dosagem deste metal em sangue e urina (Hg-u). A população não exposta
ocupacionalmente deve ter também medidos os seus níveis de Hg-u.
Os resultados obtidos permitirão conhecer mais profundamente o perfil da população garimpeira
nessa região, além do processo e das condições de trabalho a que está submetida, avaliar a situação geral de
saúde e determinar os níveis de exposição dos trabalhadores ao mercúrio.

13
Os principais problemas de saúde encontrados são comuns a outros grupos populacionais com
características sócio-econômicas semelhantes, predominando a hipertensão arterial, as dermatoses e as
parasitoses intestinais. A alta prevalência da esquistossomose é reveladora das precárias condições sanitárias
às quais estão submetidos os garimpeiros no processo de trabalho.
Certamente é, pois, esse conjunto de fatores micro-regionais como a seca, desemprego e recessão,
por exemplo, os elementos que condicionam e estimulam a retomada das atividades garimpeiras.
Há quase 40 anos iniciou-se a produção de esmeraldas, como pedras preciosas ou berilos verdes de
qualquer qualidade gemológica nesta região Centro-Norte da Bahia e, dado as características geológicas
dessa área, a mesma tem potencial para continuar produzindo por várias décadas. Isso implica dizer que
essa atividade, lavra garimpeira de esmeraldas, continuará a ser uma alternativa sempre válida e imediata
para absorção de mão-de-obra e geração de renda no semi-árido, haja vista os valores envolvidos e a escala
do mercado.
O surgimento da figura do “empresário-garimpeiro”, o aprendizado e a evolução operacional, aliados
a uma oferta de equipamentos voltados para às pequenas lavras e garimpos faz supor a produção em níveis
e cotas cada vez mais profundas.
É, portanto preocupante o aumento desses contingentes humanos nas nascentes do rio itapicuru, em
aglomerados urbanos desordenados, sem saneamento básico e com baixa qualidade de vida.
A atividade garimpeira é notadamente predatória, torna-se, portanto necessário, uma vigilância
constante por parte dos órgãos ambientais, com campanhas educativas, orientações técnicas, e, por fim,
aplicação dos dispositivos legais, para proteger o meio ambiente.
A preservação da unidade geomorfológica da Serra da Jacobina é de vital importância para a
produção de água nas nascentes do rio Itapicuru. Essa “caixa d’água” é extremamente vulnerável a
qualquer mudança do clima e atmosfera, e sua fragilidade carece de esforços constantes por parte do
governo e setores da sociedade no combate à degradação. Durante séculos os seus recursos naturais, que
são fundamentais para a qualidade de vida das populações que aí habitam, são alvos de constantes
agressões.
Os barramentos construídos com o objetivo de fornecerem água para abastecimento humano, e
agricultura irrigada, serão comprometidos em sua função se os programas de educação ambiental e
fiscalização não obtiverem êxito em seus propósitos conservarssionistas, pois daí deriva a segurança do
desenvolvimento econômico da região com sustentabilidade do meio ambiente.
Nenhum dos centros urbanos localizados ao longo da borda leste da serra da Jacobina, nas nascentes
do rio Itapicuru, possui saneamento básico e aterros sanitários, torna-se necessário, uma ação conjunta do
setor público, sociedade civil organizada e usuários, para encontrarem soluções locais de baixo custo que
venham a minimizar os impactos dos lançamentos de efluentes “in natura”, na rede de drenagem urbana e
conseqüentemente nos mananciais.

AGRADECIMENTOS

O autor agradece a Deus, princípio e fim de toda criação, à Superintendência de Recursos Hídricos
do Estado da Bahia /SRH, pelo apoio técnico e financeiro, ao Engº Agrônomo Pedro Roberto Regis
Queiroz pelas sugestões, ao Geól. José Carlos da Silveira pelas fotos, à Engª Agrônoma Rita Mércia
Estigarribia Borges pela correção e sugestões, e aos técnicos da COMIN, pelo fornecimento das
informações do Setor Mineral Baiano.

14
FOTOS:

Foto 1 - Barragem sobre o rio Aipim, note-se a Foto 2 - Estação de Tratamento de Esgoto-ETE/Carnaíba.
ombreira direita quebrada e a ausência de mata ciliar.

Foto 3 - Efluente após ETE/Carnaíba Foto 4 - Resíduos sólidos em efluente após ETE/Carnaíba

Foto 5 - Precariedade na captação e distribuição de Foto 6 - Dessedentação de animais / Barragem /Socotó


água/Socotó.

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Foto 7 - Bebedouro abandonado/Socotó. Foto 8 - Garimpo de ouro em mina paralisada/Serra da
Jacobina

Foto 9 - Atividade garimpeira de ouro/rio Itapicuru Mirim/Jacobina

Foto 10 - Vista de detalhe da lavra principal da Foto 11 - Vista panorâmica da lavra principal da
Ferbasa/Campo Formoso Ferbasa/Campo Formoso

Foto 12 - Lagoa de estabilização em antiga cava de explotação de Cromita/Ferbasa/Campo Formoso.

16
Foto 13 - Lançamento de efluente "in natura"
no riacho do Alambique em Senhor do Bonfim.

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