Relatório de Evolução Orgânica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE - CCBS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
DOCENTE: LEONARDO TEIXEIRA DALL AGNOL
DISCENTES: Alícia Lopes Souza, Nycolle Carvalho, Marianna Dávila, Sarah Gabryele,
Evelin Cristina Ribeiro e Kelly Silva Costa.

EVOLUÇÃO EM CAMPO

Relatório apresentado à disciplina


de Evolução Orgânica para fins de
obtenção de nota da 3° Unidade.

São Luís - MA
2024

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SUMÁRIO

1. RESUMO …………………………………………………………………………………. 3
2. INTRODUÇÃO …………………………………………………………………………… 3
3. METODOLOGIA ………………………………………………………………………… 3
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ………………………………………………………….. 4
4.1. …………………………………………………………………………………. 4
4.2. ……………………………………………………………………………….... 9
5. CONCLUSÃO ……………………………………………………………………………. 11

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1. RESUMO
A abordagem do trabalho resulta na investigação dos organismos e do ambiente no Parque
Estadual do Sítio do Rangedor observando as características morfológicas e ecológicas e
como interagem entre si. O estudo focou na identificação de espécies vegetais e animais e nas
suas adaptações ao ambiente, ressaltando a conjunção da Fauna e flora em conjunção dos
biomas amazônico e Cerrado. Foram observadas Astrocaryum vulgare, uma palmeira
adaptada ao cerrado, e Danaus plexippus, uma borboleta migratória com características de
aposematismo. As observações destacaram como as adaptações morfológicas dessas espécies
ajudam na sobrevivência e reprodução em seus respectivos habitats, refletindo as teorias de
adaptação e seleção natural.

1. INTRODUÇÃO
Os mecanismos pelos quais a evolução biológica atua como processo formador da
biodiversidade são bem compreendidos na atualidade, contudo, esses mecanismos e
processos não são de fácil compreensão para um público leigo nem mesmo por estudantes de
biologia em vários níveis. Desta forma, a utilização de estratégias didáticas diversificadas
surge como uma ferramenta para o ensino da teoria através de atividades práticas para o
ensino de Evolução.
Localizado em São Luís/MA, o PE do Sítio Rangedor, está inserido totalmente em área
urbana, envolto por três avenidas de grande movimentação.Essa Unidade de Conservação
abriga fauna e flora remanescentes da urbanização da Ilha de São Luís, atuando como refúgio
para espécies da fauna e flora. Vale ressaltar que a UC tem grande importância por ser uma
área de recarga de aquíferos, e por melhorar o clima de uma região da capital maranhense,
que tem sofrido alta ação antrópica (SEMA 2017).
O objetivo deste trabalho é observar e coletar dados sobre as características morfológicas e
ecológicas dos organismos e do ambiente no Parque Estadual do Sítio do Rangedor. O estudo
da evolução em campo é fundamental para entender a biodiversidade e compreender a
importância da preservação e conservação, pois é possível observar informações sobre como
espécies e ecossistemas se adaptam às mudanças ambientais.Além disso, o Parque Estadual
do Sítio do Rangedor possui grande importância ecológica devido à sua rica diversidade de
flora e fauna e seus variados habitats. Através da observação direta no parque, buscou-se a
ressaltar as características morfológicas do organismos e suas interações com o ecossistema.

2. METODOLOGIA
A prática teve início às 8:45, com a equipe reunida no ponto de partida da trilha no Parque do
Rangedor. Optou-se por iniciar a prática com a análise do primeiro ponto de observação, o
borboletário, localizado no início da trilha.
Em seguida, a equipe avançou pela trilha, focando na observação da vegetação local. Durante
a caminhada, foram identificadas diversas espécies de plantas, com atenção à identificação
das famílias e espécies. A identificação de espécies foi realizada com base nas placas
informativas e no conhecimento prévio dos participantes. Um exemplo observado foi a
espécie Byrsonima spicata (Cav.) DC., popularmente conhecida como pé de Murici, da
família MALPIGHIACEAE.

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Além da identificação de plantas, também foram observadas algumas aves ao longo da trilha.
Destacou-se a presença do Coragyps atratus, popularmente conhecido como
urubu-de-cabeça-preta, uma ave comum na região. Durante o percurso, foi possível escutar
sons de animais, embora a equipe não tenha conseguido identificar as espécies responsáveis
pelos sons.
Ao longo da trilha, foram realizados registros fotográficos da paisagem, documentando a
diversidade da flora e outros aspectos relevantes do ambiente. Na parte final da caminhada, a
equipe realizou uma leitura sobre a história do Espinossauro, um animal pré-histórico cujo
nome significa "lagarto espinhoso". Discutiu-se a importância desse animal, que viveu há
cerca de 100 milhões de anos.
A prática foi finalizada às 10:10, concluindo as atividades propostas dentro do tempo previsto
e permitindo uma reflexão final sobre as observações realizadas durante a caminhada. É
importante destacar que a prática de campo permitiu uma rica experiência de observação e
identificação de elementos da flora local, além de reflexões sobre a biodiversidade e a
história natural.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1. Resultados
Ambientes/ecossistemas observados no PE do Sítio do Rangedor, Ilha de São Luís:
Foram observados no parque uma área de 120 ha, remanescente do bioma Pré-amazônia
(zona de transição entre os biomas amazônico e cerrado), ambiente original de São Luís.

Espécies da Flora observadas no Parque Estadual do Sítio do Rangedor (reino Plantae).

FAMÍLIA Nome Científico Nome Comum Descrição Morfológica

Árvore
Apeiba tibourbou inerme,subcaducifólia,
MALVACEAE Aubl. Pente-de-macac heliófila,monóica,porte
o médio que vai até 20
metros.

Planta perene, de porte


Anacardium médio,caule
ANACARDIACE occidentale L. Cajueiro tortuoso,copa com
AE ramos terminais e
folhas simples.

MALPIGHIACE Byrsonima spicata Planta perene, atinge


AE (Cav.) DC. Murici até 5 metros, tronco
tortuoso e fruto tipo
drupa.

FABACEAE Abarema cochleata Barbatimão Árvore terrícola,


(Willd). legume com valvas
coriáceas e margens

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sinuosas.

Árvore e arbusto
tortuoso que mede até
DILLENIACEAE Curatella americana Lixeira 8 metros,folhas
L. alternas simples e
inflorescência
racemosa axilares.

Pequena árvore de até


8 metros, folhas
RUBIACEAE Morinda citrifolia Noni oblongo-ovadas e fruto
de formato ovalado
suculento.

Videira com caules


PASSIFLORACE cilíndricos,folhas
AE Passiflora vitifolia Maracujá-folha- trilobadas,possui flores
de-uva vermelhas brilhantes e
fruto tipo baga.

Árvore caducifólia de
porte grande, atinge
até 30 metros,tronco
BIGNONIACEA Handroanthus albus Ipê amarelo reto e cilíndrico, folhas
E amarelas em cachos.

Tabebuia roseo-alba Árvore de porte


pequeno a médio com
BIGNONIACEA Ipê-branco até 25 metros, casca
E espessa, folha palmada
e tronco cilíndrico.

FABACEAE Acacia mangium Árvore perenifólia,com


(Willd.) 8 a 10 metros, folhas
Acácia pinadas e fruto
apresenta formato
elíptico-oblongo.

Palmeira com caules


ARECACEAE Astrocaryum vulgare Tucum múltiplos,folhas com
Mart. espinhos,inflorescência
s em espigas.

Liana a trepadeira
baixa,tricoma presente,
FABACEAE Dioclea virgata Cipó de macaco folha trifoliolada,
(Rich.) inflorescência axilar,
flor pedicelada e
sementes testa lisa.

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Liana trepadeira,caule
cilíndrico, folha do tipo
SAPINDACEAE Paullinia pinnata Mata- fome estípula, inflorescência
racemiforme e fruto
piriforme.

Palmeira com sementes


oleaginosas, atingem
ARECACEAE Attalea speciosa Coco Babaçu até 30 metros,
apresenta 4-6
inflorescências, o fruto
é um coco que possui 3
a 6 amêndoas no
interior.

Espécies da Fauna observadas no Parque Estadual do Sítio do Rangedor (reino


Animalia).

FAMÍLIA Nome Científico Nome Descrição Morfológica


Comum

Tem cerca de 70mm de


Nymphalidae Danaus plexippus Borboleta envergadura,asas laranjas
monarca com listras pretas e marcas
brancas.

Apresenta plumagem preta


Cathartidae Coragyps atratus Urubu-de-ca com algumas primárias
beça-preta esbranquiçadas,sendo cabeça
e pescoço sem penas.

Boca prognata pequena e


Colossoma Tambaqui forte com dentes maliformes,
Characidae macropomum coloração geralmente parda
com corpo romboidal.

Corpo marrom-mogno, asas


Vespidae Polistes canadensis Marimbond pretas arroxeadas e as veias e
o caboclo estigma são pretos ou
marrons avermelhados.

TERMITIDAE Nasutitermes Cupim Possuem coloração marrom,


corniger arbóreo crescem até 1,9 cm com asas.

Formiga

Abelha
Obs: Espécies de formigas e abelhas não identificadas.

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Figura 1: Espécies da flora encontradas no PE do Sítio do Rangedor.

Figura 2. Espécies da Flora encontradas no PE do Sítio do Rangedor.

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Figura 3. Espécies da fauna encontradas no PE do Sítio do Rangedor.

Descrição detalhada das características morfológicas das espécies Astrocaryum vulgare Mart.
e Danaus plexippus.

Astrocaryum vulgare Mart.


Taxonomia
Reino: Plantae
Filo: Tracheophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Gênero: Astrocaryum
Espécie: A. vulgare Mart.

Palmeira cespitosa, até 20 m de altura × 20 cm de diâmetro, entrenós cobertos por espinhos


negros com até 22 cm de comprimento. Folhas pinadas, 8–16 contemporâneas; bainha e
pecíolo com até 2 m de comprimento, revestidos por espinhos parcialmente achatados e
negros com até 10 cm de comprimento; raque com até 5 m de comprimento com espinhos
negros; pinas lineares, cerca de 120 por lado, irregularmente inseridas em grupos de 2–6 em
diferentes planos, as da porção mediana com até 1.3 m de comprimento × 3.5–5.0 cm de
largura. Inflorescências e infrutescências eretas; bráctea peduncular com até 2 m de
comprimento, densamente coberta por espinhos negros com até 5 cm de comprimento;

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pedúnculo com até 1.5 m de comprimento; raque de 30–70 cm de comprimento, 100 ráquilas
ou mais, portando 2–5 flores pistiladas na porção basal. Frutos globosos, a elipsoides, de
3.5–5 cm de comprimento × 2.5–4 cm de diâmetro, rostrados; epicarpo liso, alaranjado a
vermelho; mesocarpo alaranjado, carnoso, fibroso e adocicado endocarpo duro, negro;
endosperma homogêneo.

Danaus plexippus
Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Isecta
Ordem: Lepidoptera
Família: Nymphalidae
Gênero: Danaus
Espécie: D. plesippus

Apresenta asas laranjas vibrantes com veios pretos e bordas pretas pontilhadas de branco,
características que servem para alertar predadores sobre sua toxicidade. Com uma
envergadura de 8,9 a 10,2 cm, suas asas largas são adaptadas para longas migrações. O corpo
é segmentado em cabeça, tórax e abdômen, com a cabeça preta e antenas longas, usadas para
orientação. O tórax robusto suporta suas asas e três pares de pernas. A probóscide longa
permite a alimentação por néctar. Machos e fêmeas diferenciam-se por uma mancha preta
presente apenas nos machos.

4.2. Discussão
O Parque Estadual do Sítio do Rangedor é um rico objeto de estudo sobre biodiversidade,
visto que apresenta a possibilidade de observação da complexidade e a interseção entre os
biomas amazônico e cerrado. As características morfológicas e adaptativas da flora e fauna
observadas são um fator que permite sua sobrevivência e sucesso em um ambiente de
transição com condições ambientais específicas.
Nessa discussão, exploramos as adaptações de Astrocaryum vulgare (Tucum) e Danaus
plexippus (Borboleta Monarca), e comparamos suas características morfológicas com o
ambiente em que vivem.

1. Astrocaryum vulgare Mart. (Tucum)


Astrocarpyum vulgare é uma palmeira cespitosa, podendo atingir até 20 metros de altura,
com presença de inumeros caules e espinhos longos e negros em seus entrenós. Também
possui folhas e inflorescências bastante singulares. Essa morfologia distinta indica as
adaptações para o ambiente onde essa planta se encontra.
Segundo Grime (2001), plantas como Astrocaryum vulgare, que apresentam espinhos,
continuamente evoluíram em resposta à herbivoria. Isso ocorre particularmente em espaços
abertos, onde a competição por recursos é consideravelmente alta. Ademais, suas folhas
pinadas e múltiplos caules indicam uma adaptação eficaz, capaz de maximizar a captação de
luz solar e absorção de nutrientes do solo.

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A distribuição de Astrocaryum vulgare em ambientes abertos e de solo arenoso, como
apontado por Molles (2013), reflete uma adaptação às condições climáticas e edáficas que são
típicas do cerrado. E por viverem em um ambiente com clima sazonalmente seco, essas
plantas desenvolveram sistemas radiculares profundos e especializados para minimizar a
perda de água, garantindo assim sua sobrevivência.

2. Danaus plexippus (Borboleta Monarca)


A Borboleta Monarca, Danaus plexippus, é um ótimo exemplo de adaptação evolutiva por
meio do aposematismo e defesa química. Suas asas laranjas vibrantes com listras pretas e
marcas brancas servem tanto para sinalizar seu aposematismo para predadores, quanto para
indicar a presença de substâncias tóxicas que a borboleta adquire quando se alimenta de
plantas como o algodoeiro (família Apocynaceae).
O aposematismo, como descrito por Williams (1966), são características visuais que as
espécies desenvolvem para alertar seus predadores sobre sua toxicidade. Essas estratégias
evolutivas são fundamentais para a sobrevivência de D. plexippus em diferentes ambientes,
inclusive o Parque do Rangedor. É importante ressaltar que a capacidade de migração dessa
espécie também demonstra sua aptidão para colonizar diferentes habitats ao longo de seu
ciclo de vida, afrontando mudanças climáticas e ambientais.
O ciclo de vida de Danaus plexippus e sua dependência em certas plantas ilustra uma relação
de coevolução, onde o inseto e a planta hospedeira desenvolvem características mutuamente
benéficas ou defensivas. Futuyma (2013) argumenta que a coevolução pode levar a uma
especialização estreita entre espécies. Isso é notório no relacionamento entre D. plexippus e
suas plantas hospedeiras.

3. Relação entre morfologia e ambiente


A morfologia descrita em Astrocaryum vulgare e Danaus plexippus estão profundamente
ligadas ao ambiente em que vivem. Em relação a A. vulgare, a presença de espinhos e a
arquitetura da planta refletem seu ajuste ao estresse abiótico e à pressão de herbivoria no
ambiente de cerrado. No que se refere à D. plexippus, suas cores vibrantes e toxicidade
representam a adaptação que essa espécie desenvolveu para perdurar em ambientes onde a
predação é elevada, com uma estratégia de defesa explícita por meio do aposematismo.
As teorias de adaptação e seleção natural descritas por Williams (1966) e Futuyma (2013)
podem ser evidenciadas em conformidade com essas observações. São selecionadas as
características morfológicas com base em sua eficácia em aumentar a sobrevivência e
reprodução em ambientes específicos. Sendo assim, são ótimos exemplos as adaptações
observadas em Astrocaryum vulgare e Danaus plexippus, de como a evolução molda as
espécies, otimizando-as em suas interações com o ambiente, garantindo enfim sua
continuidade ao longo do tempo.

5. CONCLUSÃO
O estudo realizado no Parque Estadual do Sítio do Rangedor proporcionou insights valiosos
sobre a biodiversidade presente em um ambiente de transição entre os biomas amazônico e
cerrado. As observações de campo possibilitaram a identificação de diversas espécies de flora
e fauna, revelando importantes adaptações evolutivas que permitem a sobrevivência em

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condições ambientais específicas. Essas adaptações, tanto nas plantas quanto nos animais,
destacam a importância das interações ecológicas e evolutivas para a manutenção dos
ecossistemas.
A prática de campo evidenciou a necessidade de ações voltadas para a preservação desse
ambiente único, onde as pressões ambientais moldam a diversidade biológica. A riqueza
observada no parque demonstra a relevância de preservar áreas naturais que, além de
fornecerem refúgio para espécies nativas, servem como locais essenciais para o estudo e a
compreensão das dinâmicas evolutivas.
Portanto, este relatório reforça a importância de continuar promovendo esforços de
conservação, ressaltando o papel do Parque do Rangedor não apenas como um reservatório
de biodiversidade, mas também como um laboratório vivo para o entendimento das relações
entre organismos e seus ambientes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FUTUYMA, Douglas J. Evolutionary Biology. 3. ed. Sunderland: Sinauer Associates, 1998.

GRIME, J. Philip. Plant Strategies, Vegetation Processes, and Ecosystem Properties. 2. ed.
Chichester: Wiley, 2001.

MOLLES, Manuel C. Ecology: Concepts and Applications. 6. ed. New York: McGraw-Hill,
2013.

SANTOS, S. A excursão como recurso didático no ensino de Biologia e Educação


Ambiental. Em: Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (Org.), Anais do VIII
Encontro Perspectivas do Ensino de Biologia.
São Paulo: FEUSP , 2002.

Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA). 2017. Parque


Estadual do Sítio do Rangedor - Plano de Manejo. Disponível em: http://www.sema.ma.
gov.br/arquivos/1508965820.pdf. Acesso em: 04 setembro 2024.

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