Raquel Varela
Raquel Varela
Raquel Varela
Em terceiro lugar o jogo de vídeo, dos aviões e das bombas, o, enfim, glamour da
guerra, com os fatos de 4 mil euros de Von der Leyen a visitar a carne para canhão
na Ucrânia ou os caças israelitas a pilotar o mundo. Na RTP2 está a dar uma série,
Mundo em Chamas, justamente sobre o contrário, a desumanização da guerra.
Não só os mortos e estropiados, mas o enfrentamento entre seres humanos,
iguais entre si em algum ponto desta história e as suas tenebrosas escolhas.
Em quarto lugar Israel. Hoje poucos duvidam que, no seu combate, o dos EUA
com a China e a Rússia, Israel transformou-se num Estado pária, um porta-aviões
dos EUA, que pode deixar morrer todos os reféns e colocar como escudos
humanos desta guerra toda a população israelita.
Israel executa e mostra com orgulho cidadãos de outros países, que considera
terroristas, nesses outros países, usando a Inteligência Artificial. Nem discuto se
são ou não terroristas ou luta armada, falo apenas da execução. Notem, Hitler
negava que estava a matar judeus nos campos de concentração, fez até um teatro
em Terezin, para mostrar como eram bem cuidadas as crianças judias. E Franco,
líder fascista de Espanha, negava a sua cumplicidade nos bombardeamentos de
civis em Guernika ((tornada pública, sob ameaça, por um grande jornalista,
Georges Steer, para o Times).
Outro tipo de informação central, como a IA está a ser usada nesta guerra? que
empresas no mundo fabricam armas? componentes electrónicas, software para
esta matança? Além da disputa imperialista do mundo, eu queria saber quem
ganha e quanto ganha com o material de destruição que é produzido. Porque
todos os dias, e onde, milhares de trabalhadores acordam e vão produzir material
de destruição em vez de material de ensino ou cura ou cultura? E como o Relatório
Draghi pretende que a UE "saia da crise", lei-se recuperar as taxas médias de lucro
das grandes empresas e bancos europeus, investindo em guerra (na comunicação
diz-se "defesa e segurança")? Sim, quanto sangue há em cada moeda dourada da
"recuperação europeia" e do "combate ao terrorismo"?