Lição 4 - A Divindade de Cristo
Lição 4 - A Divindade de Cristo
Lição 4 - A Divindade de Cristo
LIÇÃO
04
A DIVINDADE DE CRISTO
A
presentaremos, nesta Lição, algumas provas da divindade de Cristo. Evidentemen-
te, há uma estreita vinculação entre esta e a primeira Lição deste livro, na qual
falamos da preexistência de Cristo. A presente Lição trata principalmente da
divindade de Jesus, após Sua encarnação. Desejamos mostrar que, ao tornar-se ho-
mem, Cristo em nada limitou a Sua divindade, mesmo ao deixar o esplendor da Sua glória
por algum tempo, para assumir forma humana.
Examinaremos cinco provas fundamentais da doutrina da divindade de Jesus Cris-
to:
1. Durante Sua vida terrestre, nomes divinos foram atribuídos a ele;
2. Cristo evidenciou atributos divinos;
3. Cristo aceitou culto divino, que seria recusado por qualquer profeta ou líder
que não fosse divino;
4. Os ofícios e atividades desempenhados por Cristo pertencem especificamen-
te à divindade;
5. Cristo mesmo Se proclamou divino.
ESBOÇO DA LIÇÃO
1. Nomes Divinos Atribuídos a Cristo
2. Atributos Divinos Conferidos a Cristo
3. Testemunhas Quanto à Deidade de Cristo
4. Ofícios Divinos Atribuídos a Cristo
5. Cristo Mesmo Se Proclamou Divino
1
LIÇÃO 4: A DIVINDADE DE CRISTO 2
OBJETIVOS DA LIÇÃO
Ao concluir o estudo desta Lição, você deverá ser capaz de:
1. Dizer quais são os nomes divinos aplicados a Cristo durante Seu ministério na
terra;
2. Enumerar os atributos divinos manifestados na vida de Cristo;
3. Mencionar exemplos registrados nos Evangelhos de pessoas que adoraram a
Jesus;
4. Listar os ofícios e atividades divinos manifestos em Cristo;
5. Conhecer trechos da Bíblia em que o próprio Cristo afirmou Sua divindade.
LIÇÃO 4: A DIVINDADE DE CRISTO 3
TEXTO 1
Chamado “Deus”
Jesus é chamado “Deus” em vários trechos bíblicos. Na primeira Lição deste livro,
vimos como o título “Verbo” se refere sempre a Jesus. João 1.1 declara abertamente: “O
Verbo era Deus.”. Em Hebreus 1.8 lemos a declaração do Pai que diz acerca do Filho:
“... O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre.”. Em João 20.28, Tomé afirma sua fé,
dizendo a Jesus: “... Senhor meu e Deus meu!”.
Muitas vezes, no NT, Cristo é chamado “SENHOR” em um uso específico da palavra
grega Kurios, que é usada na primeira versão grega do AT somente com referência a
Jeová. Tanto os judeus quanto os cristãos do primeiro século se recusaram a usar este
título honorífico com referência aos imperadores romanos, os quais também se conside-
ravam divinos e queriam ser chamados de “SENHOR” (“Kurios”).
Chamado “SENHOR”
Cristo é chamado “Senhor Jesus” vinte e uma vezes no NT. Em Atos 9.17, lemos as
palavras de Ananias: “... Saulo, irmão, o Senhor me enviou, a saber, o próprio Jesus que
te apareceu no caminho por onde vinhas...”. E, em Atos 16.31, Paulo e Silas proclama-
ram ao carcereiro: “... Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.”.
não perdeu em nada a Sua divindade. Ela se manifesta constantemente por meio dos
nomes a Ele aplicados.
TEXTO 2
Um dos sinais dos tempos tem sido a negação feita por pseudos cristãos quanto à
divindade de nosso Senhor Jesus Cristo. Para os tais, tem sido irracional a afirmação da
teologia neotestamentária, de que Cristo era verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Mas,
acima do que eles creem e pregam, está o testemunho insofismável das Escrituras, que
apresentam um Cristo nascido de carne como qualquer homem, e, ao mesmo tempo,
exercendo atributos inerentes a Deus, o Pai.
Cristo é eterno
No versículo 13 do último capítulo do Apocalipse, estão registradas as seguintes
palavras de Jesus: “Eu sou o Alfa e o Ômega, o primeiro e o último, o princípio e o fim.”.
Já foi dito no Texto 1 da Lição 1 que as letras “alfa” e “ômega” do alfabeto grego
correspondem às letras “a” e “z”, primeira e última letras do alfabeto português. Fica claro
que, quando Cristo se apresentava como a primeira e a última letra do alfabeto grego,
estava dando uma das mais evidentes provas da Sua eternidade. Com isto, Ele dizia que,
antes que qualquer coisa existisse, Ele já existia, e que, após o fim de todas as coisas,
LIÇÃO 4: A DIVINDADE DE CRISTO 5
Cristo é onipotente
Após cumprir finalmente a profecia de Oséias 13.14, “... onde estão, ó morte, as
tuas pragas? Onde está, ó inferno, a tua destruição?...”, ao ressuscitar, Jesus bradou:
“... Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.” (Mt 28.18).
Para entender-se que Cristo é onipotente, necessário se faz que se tenha a certeza
de que Ele detém todo o poder no céu e na terra. Como onipotente, Cristo é: Senhor dos
senhores (Ap 17.14); Criador (Jo 1.3); Rei dos reis (Ap 1.5); Cabeça da Igreja (Ef 1.22);
Preservador de tudo (Hb 1.3; Cl 1.17); Ressuscitador de si mesmo (Jo 2.19) e Salvador
(Tt 3.4-6).
Cristo é onisciente
Onisciência é a capacidade de se conhecer todos os fatos e pensamentos no tempo
e no espaço, mesmo que eles tenham se consumado. Só as pessoas da Trindade detêm
esta capacidade. Muitos são os testemunhos dados pelas Escrituras de que Cristo era
onisciente. Ler Mateus 9.4.
A Seu respeito afirmaram os Seus discípulos: “Agora, vemos que sabes todas as
coisas...” (Jo 16.30). Pedro, por sua vez, também disse: “...Senhor, tu sabes todas as
coisas...” (Jo 21.17). Às sete igrejas da Ásia, Jesus declara: “Conheço as tuas obras...”
(Ap 2.2,19; 3.1,8,15).
Cristo é onipresente
Onipresença é a capacidade de existir e estar simultaneamente em toda a parte.
Esta capacidade é característica de Cristo, como Deus que é. Durante o Seu ministério
terreno, Cristo não podia estar em dois lugares ao mesmo tempo, isto dado às Suas
limitações humanas, mas, após levantar-se dentre os mortos, Ele disse: “... E eis que
estou convosco todos os dias até à consumação do século.” (Mt 28.20).
O apóstolo Paulo, falando sobre a onipresença de Cristo, escreveu que Deus “o
qual exerceu ele em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua
direita nos lugares celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domí-
nio, e de todo nome que se possa referir não só no presente século, mas também no
vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés e, para ser o cabeça sobre todas as
coisas, o deu à Igreja, a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em
todas as coisas.” (Ef 1.20-23).
LIÇÃO 4: A DIVINDADE DE CRISTO 6
TEXTO 3
Desde cedo o judeu era instruído a ouvir: “Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o
único SENHOR.” (Dt 6.4), ainda assim se curvou diante de deuses estranhos por um longo
tempo. Somente depois do cativeiro, na Babilônia, nunca mais a nação israelita se entre-
gou à idolatria. Ainda que Israel como uma nação tivesse muitas falhas, quando Jesus
começou o Seu ministério terreno, a idolatria e o politeísmo não se evidenciaram entre
elas. Diante deste fato histórico, destaca-se a importância do culto divino que os judeus
convertidos prestavam a Cristo, o que não fariam se tivessem dúvida da Sua divindade.
No início
Antes que tratemos do culto que homens prestaram a Cristo, vamos notar que, no
eterno passado, a ordem divina foi que “... todos os anjos de Deus o adorem.” (Hb 1.6).
Depois do Seu nascimento os magos vieram do Oriente a Jerusalém e depois a Belém e
“Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram...”
(Mt 2.11). João Batista deu testemunho da divindade de Jesus quando disse: “Pois eu, de
fato, vi e tenho testificado que ele é o Filho de Deus.” (Jo 1.34).
O povo
Notemos que quem O conhecia, falava dEle. O cego de nascença, depois de curado
e de ter Cristo se revelado a ele, afirmou: “... Creio, Senhor; e o adorou.”, (Jo 9.38). O
leproso aproximou-se dele e “adorou-o.” (Mt 8.2). O mesmo fez Jairo (Mt 9.18), e ainda a
mulher cananeia (Mt 15.25). Marta, irmã de Lázaro, disse: “... eu tenho crido que tu és o
Cristo, o Filho de Deus que devia vir ao mundo.” (Jo 11.27).
Os discípulos
Na ocasião em que Pedro andou por sobre o mar com Jesus, os discípulos que
ficaram no barco O adoraram, dizendo: “... Verdadeiramente és Filho de Deus!” (Mt
14.33).
Marcos começa o Evangelho com as seguintes palavras: “Princípio do evangelho de
Jesus Cristo, Filho de Deus.”. O apóstolo Pedro faz pelo menos duas declarações quan-
to à deidade de Jesus. Consideremos as seguintes: “e nós temos crido e conhecido que
tu és o Santo de Deus.” (Jo 6.69). “... Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” (Mt 16.16).
Tomé, não mais duvidando da ressurreição do Senhor, exclamou: “... Senhor meu e
Deus meu!” (Jo 20.28). Finalmente, João escreve concernente ao seu Evangelho: “Es-
tes, porém, foram registrados para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus...”
(Jo 20.31).
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Os demônios e os ímpios
Em várias ocasiões, os próprios demônios confessaram: “... Tu és o Filho de Deus!”
(Lc 4.41; 8.28 e Mc 3.11 e 5.7). Também os soldados romanos disseram: “... Verdadeira-
mente este era Filho de Deus.” (Mt 27.54).
Deus o Pai
Depois de ser Cristo batizado por João Batista, Deus o Pai falou dos céus: “... Este
é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” (Mt 3.17). Também no Monte da Transfi-
guração de novo o Pai falou: “... Este é o meu Filho amado; a ele ouvi.” (Mc 9.7).
TEXTO 4
Vejamos agora cinco ofícios ou ministérios divinos desempenhados por Cristo, cada
um dos quais evidencia Sua divindade.
Criador
Ao criar tudo que existe, Cristo se revela como divino. Havendo anteriormente anali-
sado o papel criador de Jesus, compete-nos simplesmente citar Colossenses 1.16, que
elimina toda e qualquer dúvida acerca da Sua onipotência criadora:
“... nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as
visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principa-
dos, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.”
“De fato a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele
crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.” (Jo 6.40)
Juiz
Ao julgar todos os homens, Cristo Se mostra divino. Ele declarou em João 5.22: “E o
Pai a ninguém julga, mas ao Filho confiou todo julgamento.”. O apóstolo Paulo, em carta
a Timóteo, se refere ao futuro julgamento de Cristo: “Conjuro-te, perante Deus e Cristo
Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu reino.” (2Tm
4.1).
Estes cinco ofícios, ou atividades de Jesus Cristo, comprovam mais uma vez a Sua
divindade.
TEXTO 5
Lucas 2.41-52 diz que Jesus Cristo, aos 12 anos de idade, já era ciente da Sua
relação toda especial com Deus Pai e da Sua missão específica aqui na terra. Ao ponde-
rarmos os quatro Textos anteriores, devemos lembrar que Jesus Cristo sempre reconhe-
ceu a Sua própria divindade, sem reservas e assim recebeu sempre a adoração a Ele
tributada pelos outros. Mesmo quando era acusado de blasfemo, não negava que Suas
atividades (cura de doenças, perdão de pecados, ressurreição de mortos) fossem própri-
as da divindade.
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