Artigo - Relato de Experiência Thomas

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

HOSPITAL DA AERONÁUTICA DO RECIFE


SETOR DA TERAPIA OCUPACIONAL

INTERVENÇÃO DA TERAPIA OCUPACIONAL NO AUTOCUIDADO DE PESSOAS


COM DIABETES: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

1 TEN LILIAN PAIXÃO


2 TEN LAURA BARRETO
ESTAGIÁRIO: THOMAS VICTOR

Recife, 2024
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO
2. OBJETIVO GERAL
2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3. JUSTIFICATIVA
4. PERGUNTA CONDUTORA
5. HIPÓTESE
6. PERCURSO METODOLÓGICO
6.1. TIPO E ABORDAGEM
6.2. PROCEDIMENTOS PARA COLETA DE DADOS
6.3. CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
6.4. ANÁLISE DOS DADOS
7.CRONOGRAMA
8.REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO

O diabetes mellitus é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo, afetando milhões de
pessoas e trazendo consigo uma série de complicações que afetam a qualidade de vida e o
bem-estar dos pacientes. Segundo a Federação Internacional de Diabetes (IDF), em 2021, cerca
de 537 milhões de adultos em todo o mundo viviam com diabetes, um número que deverá
aumentar consideravelmente nas próximas décadas. O Brasil é um dos países com maior
incidência de diabetes, o que evidencia a necessidade de políticas públicas e intervenções que
ajudem os indivíduos a gerenciar uma condição de forma eficaz e sustentável ao longo da vida.

O tratamento do diabetes não se limita ao controle glicêmico por meio de medicamentos ou


insulina. A gestão bem-sucedida da doença exige que os pacientes adotem uma série de
comportamentos de autocuidado, que abrangem desde a adesão a uma dieta saudável e prática
regular de atividade física, até o manejo adequado do estresse e a manutenção da saúde
emocional. Nesse contexto, a educação em saúde e o suporte terapêutico são fundamentais para
empoderar o indivíduo no controle de sua condição. A Terapia Ocupacional surge como uma
abordagem crucial, pois trabalha diretamente com a promoção da autonomia e da funcionalidade
nas atividades diárias, além de contribuir para a adaptação de rotinas que favorecem a saúde e o
bem-estar.

A Terapia Ocupacional, enquanto prática externa para a promoção da independência e da


qualidade de vida dos indivíduos, tem um papel significativo no suporte a pacientes com
diabetes. O terapeuta ocupacional auxilia na criação de estratégias personalizadas para o manejo
do autocuidado, considerando as necessidades físicas, emocionais e psicossociais de cada
indivíduo. Isso pode incluir o desenvolvimento de habilidades para manter uma condição de
forma eficaz, a adoção de hábitos saudáveis, a organização do cotidiano e a manutenção da saúde
mental.

Diante disso, este relatório apresenta uma intervenção realizada no Hospital da Aeronáutica do
Recife, voltada para pacientes com diabetes, com foco no autocuidado físico e emocional. O
objetivo foi conscientizar os pacientes sobre a importância de práticas de autocuidado integrado
e destacar o papel da Terapia Ocupacional na promoção de uma gestão mais eficaz do diabetes.
A intervenção incluiu duas dinâmicas participativas: uma autoavaliação de hábitos de bem-estar
e um quiz educativo, que abordou o papel da Terapia Ocupacional, a saúde física e emocional de
pacientes com diabetes. O objetivo central deste trabalho é descrever a intervenção, refletir sobre
os resultados obtidos e discutir a relevância dessas práticas para o manejo do diabetes.
MÉTODO

Este relatório é baseado em um relato de experiência, uma metodologia qualitativa que visa
descrever e analisar uma vivência prática a partir da perspectiva de quem a converteu. Segundo
Nogueira e Cordeiro (2019), o relato de experiência tem como objetivo compartilhar práticas
profissionais, promovendo a reflexão sobre suas aplicações, desafios e resultados no contexto
real. Essa metodologia é amplamente utilizada em áreas de atuação prática, como a saúde e a
educação, para permitir que o profissional documente suas práticas e contribua para a construção
de conhecimento por meio de experiências concretas.

O relato de experiência possibilita uma reflexão crítica sobre as ações realizadas, proporcionando
uma visão aprofundada das atividades e intervenções a partir da observação direta dos resultados
e do envolvimento dos participantes. Essa abordagem é especialmente útil em Terapia
Ocupacional, pois permite que o terapeuta ocupe um papel ativo na avaliação dos resultados e na
adaptação das práticas de acordo com as necessidades do paciente, proporcionando uma
intervenção mais personalizada e eficaz ( Braga, 2020 ).

No presente estudo, a intervenção ocorreu no Hospital da Aeronáutica do Recife, com um grupo


de pacientes diagnosticados com diabetes mellitus. A metodologia aplicada envolveu duas
dinâmicas interativas externas para a promoção do autocuidado físico e emocional:

● Dinâmica 1: Autoavaliação dos Hábitos de Autocuidado


Os pacientes foram convidados a listar cinco hábitos que praticavam para o seu
bem-estar físico e emocional. Essa atividade visa estimular uma reflexão sobre os
comportamentos diários de autocuidado e a importância de práticas regulares para o
manejo do diabetes. Como destaca Silva e Lima (2021), atividades de autoavaliação são
úteis para aumentar a conscientização dos indivíduos sobre suas próprias rotinas de
cuidado.
● Dinâmica 2: Quiz de Verdadeiro ou Falso
O segundo momento da intervenção consistiu em um quiz educativo, composto por
perguntas de verdadeiro ou falso, que abordavam o papel da Terapia Ocupacional no
suporte ao diabetes, bem como questões relacionadas à saúde mental e física. O objetivo
dessa dinâmica foi verificar o conhecimento prévio dos participantes e educá-los sobre as
contribuições da Terapia Ocupacional no tratamento do diabetes, de forma interativa e
lúdica. A utilização de questionários em intervenções educativas é recomendada por
Freire et al. (2018) , por promover o engajamento dos participantes e facilitar a retenção
de informações.

Essa metodologia foi escolhida para criar um ambiente participativo e colaborativo, onde os
pacientes prejudicados não apenas recebessem informações, mas também reflexivos sobre o seu
próprio processo de autocuidado. O uso do relato de experiência, nesse contexto, permite uma
análise rica das práticas e resultados observados, integrando a experiência clínica com o suporte
teórico da Terapia Ocupacional.
RESULTADOS E DISCUSSÕES

Durante a intervenção, encorajamos que as dinâmicas propostas foram eficazes em estimular a


participação ativa dos pacientes e em proporcionar uma reflexão crítica sobre o autocuidado. Na
primeira dinâmica, em que os pacientes deveriam listar cinco hábitos que praticavam para o
bem-estar físico e emocional, observa-se que muitos tinham dificuldades em ponderar ou
nomear esses hábitos. Isso evidencia a necessidade de maior conscientização e educação em
saúde sobre a importância de práticas diárias de autocuidado no contexto do diabetes.

Alguns participantes citaram hábitos como “tomar os medicamentos corretamente”, “controlar a


alimentação” e “fazer caminhadas”. Esses são aspectos importantes do autocuidado físico. No
entanto, deixamos de mencionar práticas externas para o bem-estar emocional, como momentos
de lazer, meditação ou atividades que promovem relaxamento. Isso sugere uma lacuna na
percepção da relação entre saúde emocional e o manejo do diabetes, o que pode influenciar na
adesão ao tratamento e na qualidade de vida geral dos pacientes. Tal conclusão corrobora com
estudos que demonstram que a saúde emocional é um fator crucial para o controle de doenças
crônicas, como o diabetes, sendo também um campo de atuação importante para a terapia
ocupacional.

A segunda dinâmica, o quiz de verdadeiro ou falso, trouxe informações sobre o papel da Terapia
Ocupacional, diabetes, saúde mental e saúde física. Notou-se que muitos dos participantes
tinham conhecimentos básicos sobre os cuidados com o diabetes, como a importância da
alimentação e do controle glicêmico, mas apresentaram dúvidas sobre o papel da terapia
ocupacional no apoio ao manejo da doença e na promoção do bem-estar. Esse resultado ressalta a
necessidade de maior divulgação e conscientização sobre o trabalho do terapeuta ocupacional
junto a essa população, principalmente no que se refere ao suporte emocional e à adaptação das
atividades diárias.

Além disso, os participantes demonstraram interesse em aprender mais sobre como a terapia
ocupacional pode ajudá-los a lidar com os desafios emocionais decorrentes do diabetes, como o
estresse e a ansiedade relacionada à gestão da condição. A literatura reforça que a terapia
ocupacional, ao abordar o indivíduo de forma holística, pode ser uma ferramenta importante
tanto para o desenvolvimento de habilidades práticas, como o controle glicêmico, quanto para a
promoção de um equilíbrio emocional mais adequado.

A intervenção também mostrou a importância de atividades interativas e dinâmicas na promoção


da educação em saúde. A utilização de uma metodologia participativa, em que os pacientes
foram convidados a refletir sobre suas próprias práticas, contribuiu para um maior envolvimento
e conscientização. Esse tipo de abordagem está em consonância com a prática centrada no
paciente, recomendada pela Terapia Ocupacional, que visa fortalecer o papel ativo dos
indivíduos no gerenciamento de sua própria saúde.

Portanto, a intervenção destacou tanto a necessidade de ampliar o conhecimento sobre o


autocuidado emocional quanto a relevância do papel da Terapia Ocupacional no apoio ao manejo
integral do diabetes.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

A intervenção realizada no Hospital da Aeronáutica do Recife, com foco no autocuidado de


pessoas com diabetes, declarou a importância de ações educativas e participativas no contexto da
Terapia Ocupacional. Através das dinâmicas propostas, foi possível observar que muitos
pacientes ainda possuem lacunas em relação à conscientização sobre a relevância do autocuidado
emocional e físico no manejo de sua condição. A experiência ressaltou que práticas simples,
como a reflexão sobre hábitos diários e a participação em atividades interativas, podem
contribuir significativamente para o engajamento dos indivíduos em seus cuidados de saúde.

A Terapia Ocupacional, ao promover a autonomia e o bem-estar nas atividades diárias,


desempenha um papel crucial no apoio a pessoas com doenças crônicas, como o diabetes. A
intervenção realizada destacou a necessidade de ampliar o conhecimento sobre o impacto do
autocuidado emocional, além de fortalecer a compreensão sobre o papel da Terapia Ocupacional
no gerenciamento de condições que afetam tanto a saúde física quanto a mental.

É importante que novas iniciativas desse tipo sejam inovadoras com regularidade, permitindo
que os pacientes adquiram conhecimentos e habilidades práticas para lidar com o diabetes de
forma holística e integrada. O relato de experiência como metodologia permitiu não apenas
documentar a intervenção, mas também gerar reflexões sobre os pontos que podem ser
aprimorados em futuras práticas terapêuticas.

Por fim, conclui-se que intervenções educativas, como as dinâmicas propostas, são ferramentas
eficazes no processo de conscientização e envolvimento dos pacientes, contribuindo para a
promoção de uma gestão mais consciente e integrada do diabetes, com apoio integral da Terapia
Ocupacional.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

Braga, ML (2020). A importância do relato de experiência na prática da Terapia Ocupacional .


Revista Brasileira de Terapia Ocupacional, 28(2), 105-112.

Freire, ST, Pereira, GA, & Santos, RM (2018). O uso de quizzes como ferramenta educativa em
saúde . Educação em Saúde Coletiva, 6(3), 45-57.

Nogueira, AC, & Cordeiro, PL (2019). Relato de experiência: Metodologia qualitativa aplicada
às práticas de saúde . Revista de Pesquisas em Saúde, 15(1), 88-95.

Silva, JF e Lima, ME (2021). Autoavaliação como estratégia educativa em programas de


autocuidado . Saúde & Educação, 10(1), 134-142.

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