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Gênero Crônica Conceito

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Crônica

A crônica é um gênero textual curto escrito em prosa, geralmente produzido


para meios de comunicação, por exemplo, jornais, revistas, etc.
Além de ser um texto curto, possui uma "vida curta", ou seja, as crônicas tratam
de acontecimentos corriqueiros do cotidiano.
A palavra crônica, do latim chronica, refere-se a um registro de eventos
marcados pelo tempo cronológico. Do grego khronos, significa tempo.
Assim, as crônicas estão extremamente conectadas ao contexto em que são
produzidas, por isso, com o passar do tempo, elas perdem sua “validade”, ou seja,
ficam fora do contexto.

As características das crônicas


 narrativa curta;
 uso de uma linguagem simples e coloquial;
 presença de poucos personagens, se houver;
 espaço reduzido;
 temas relacionados a acontecimentos cotidianos.

Tipos de crônicas
Embora seja um texto que faz parte do gênero narrativo (com enredo, foco
narrativo, personagens, tempo e espaço), há diversos tipos de crônicas que exploram
outros gêneros textuais.

Podemos destacar a crônica descritiva e a crônica dissertativa. Além delas, temos:

 crônica jornalística: mais comum das crônicas da atualidade, são as crônicas


chamadas de “crônicas jornalísticas” produzidas para os meios de
comunicação, onde utilizam temas da atualidade para fazerem reflexões.
Aproxima-se da crônica dissertativa.
 crônica histórica: marcada por relatar fatos ou acontecimentos históricos,
com personagens, tempo e espaço definidos. Aproxima-se da crônica
narrativa.
 crônica humorística: esse tipo de crônica apela para o humor como forma de
entreter o público, ao mesmo tempo que utiliza da ironia e do humor como
ferramenta essencial para criticar alguns aspectos seja da sociedade, política,
cultura, economia, etc.

Importante destacar que muitas crônicas podem ser formadas por dois ou mais
tipos, por exemplo: uma crônica jornalística e humorística.

A Crônica no Brasil
A crônica foi inicialmente desenvolvida com caráter histórico (as crônicas
históricas). Elas relatavam, desde o século XV, fatos históricos (reais ou fictícios) ou
acontecimentos cotidianos (sucessão cronológica), algumas com toque de humor.
Mais tarde, esse gênero textual despretensioso foi se aproximando do público e
conquistando os leitores mundo afora. Hoje, esse fato é confirmado pela enorme
difusão das crônicas, sobretudo nos meios de comunicação.
No Brasil, a crônica tornou-se um estilo textual bem difundido, desde a publicação
dos folhetins, em meados do século XIX. Alguns escritores brasileiros que se
destacaram como cronistas foram:

 Machado de Assis
 Carlos Drummond de Andrade
 Rubem Braga
 Luís Fernando Veríssimo
 Fernando Sabino
 Carlos Heitor Cony
 Caio Fernando Abreu

Segundo o professor e crítico literário Antônio Cândido, em seu artigo “A vida ao


rés-do-chão” (1980):
“A crônica não é um “gênero maior”. Não se imagina uma literatura feita de
grandes cronistas, que lhe dessem o brilho universal dos grandes romancistas,
dramaturgos e poetas. Nem se pensaria em atribuir o Prêmio Nobel a um cronista, por
melhor que fosse. Portanto, parece mesmo que a crônica é um gênero menor.
“Graças a Deus”, seria o caso de dizer, porque sendo assim ela fica mais perto de
nós. E para muitos pode servir de caminho não apenas para a vida, que ela serve de
perto, mas para a literatura (...).
(...) Ora, a crônica está sempre ajudando a estabelecer ou restabelecer a
dimensão das coisas e das pessoas. Em lugar de oferecer um cenário excelso, numa
revoada de adjetivos e períodos candentes, pega o miúdo e mostra nele uma
grandeza, uma beleza ou uma singularidade insuspeitadas. Ela é amiga da verdade e
da poesia nas suas formas mais diretas e também nas suas formas mais fantásticas,
sobretudo porque quase sempre utiliza o humor. Isto acontece porque não tem
pretensões a durar, uma vez que é filha do jornal e da era da máquina, onde tudo
acaba tão depressa. Ela não foi feita originalmente para o livro, mas para essa
publicação efêmera que se compra num dia e no dia seguinte é usada para embrulhar
um par de sapatos ou forrar o chão da cozinha.”
Nesse trecho, Antônio Cândido destaca algumas características da crônica: a
aproximação com o público, através de uma linguagem mais direta e despretensiosa,
além da duração temporária da publicação.

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