RDC 916 2024
RDC 916 2024
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Seção I
Do Objetivo e Abrangência
Art. 1º Esta Resolução fixa os requisitos mínimos exigidos para utilização de
Soluções Parenterais - SP, a fim de assegurar que tais produtos, quando administrados,
sejam seguros e eficazes.
Art. 2º Esta Resolução se aplica a todos os estabelecimentos de saúde voltados a
prática de utilização de soluções parenterais.
Parágrafo único. Exclui-se da abrangência desta Resolução a utilização da Nutrição
Parenteral, em todas as suas apresentações, a qual deve cumprir normativa específica.
Seção II
Das Definições
REQUISITOS GERAIS
Seção I
Das Condições Organizacionais
Art. 4º A utilização das SP, com qualidade, segurança e eficácia, requer o
cumprimento de requisitos mínimos para garantir a total ausência de contaminações
químicas e biológicas, bem como interações indesejáveis e incompatibilidades
medicamentosas.
Art. 5º Para fim desta Resolução a utilização das SP deve abranger as seguintes
etapas:
I - aquisição;
II - recebimento;
III - armazenamento;
IV - distribuição;
V - dispensação;
VI - preparação;
VII - administração; e
Organização e Pessoal
Art. 17. O farmacêutico responsável técnico deve ser o responsável pela definição
das especificações para compra das SP, pela emissão de parecer técnico para sua
aquisição, pelo estabelecimento das diretrizes e coordenação da elaboração de
documentos normativos para o recebimento, armazenamento, distribuição e
dispensação das SP, de modo a garantir a sua qualidade até o momento da utilização.
Art. 18. As atividades de aquisição, recebimento, armazenamento, distribuição e
dispensação das SP devem ser realizadas por profissionais habilitados e/ou treinados,
com conhecimentos específicos sobre os produtos e fornecedores.
Art. 19. O número de profissionais deve ser compatível com o volume dos
produtos em movimentação, de acordo com as solicitações diárias, para permitir que as
operações sejam corretamente executadas.
Art. 20. As atribuições e responsabilidades individuais devem estar formalmente
descritas e perfeitamente compreendidas pelos envolvidos.
Art. 21. Todos os profissionais devem conhecer os princípios básicos das Boas
Práticas de Aquisição, Recebimento, Armazenamento, Distribuição e Dispensação das SP.
Art. 22. Os profissionais devem receber treinamento inicial e contínuo,
formalmente estabelecido em programas dos serviços de saúde.
Art. 25. Não é permitido fumar, comer, beber ou guardar alimentos nas áreas de
recebimento, distribuição, armazenamento e dispensação das SP.
Subseção II
Infraestrutura Física
Art. 27. As áreas de recebimento, armazenamento, distribuição e dispensação
devem atender ao disposto na Resolução da ANVISA RDC nº 50 de 21/02/2002, ou outra
que venha a substituí-la.
Art. 28. As SP devem ser armazenadas diretamente sobre estrados ou em
estantes.
Parágrafo único. Os produtos para pronto uso podem ser armazenados em um
armário específico, dentro da sala/área de serviços descrita no Art. 75 desta Resolução.
Art. 29. As áreas de armazenamento, distribuição e dispensação devem ter
capacidade que permita a segregação seletiva e ordenada dos produtos, bem como a
rotação de estoque.
Art. 30. As áreas de armazenamento devem ser protegidas contra a entrada de
poeira, insetos, roedores e outros animais.
Art. 31. As áreas devem possuir superfícies internas (pisos, paredes e teto) lisas,
sem rachaduras, que não desprendam partículas, sejam facilmente laváveis e resistentes
aos saneantes.
Art. 32. A iluminação e ventilação devem ser suficientes para que a temperatura
e a umidade do ar não deteriorem os medicamentos e os produtos para a saúde e
facilitem as atividades desenvolvidas. Os produtos devem estar protegidos da incidência
de raio solares.
Armazenamento
Art. 48. O farmacêutico é o responsável pelo armazenamento das SP.
Art. 49. O processo de armazenamento das SP deve seguir procedimentos
escritos, conforme as orientações estabelecidas nesta Resolução.
Art. 50. Toda SP deve ser armazenada sob condições apropriadas, de modo a
preservar a identidade, qualidade e segurança das mesmas.
Art. 51. O armazenamento das SP deve ser feito de forma ordenada, com a devida
separação dos lotes a fim de garantir a rotação do estoque, observando-se o prazo de
validade.
Art. 52. A SP deve ser armazenada e devidamente identificada, de modo a facilitar
a sua localização para distribuição e dispensação, sem riscos de troca.
Distribuição e Dispensação
Art. 55. O farmacêutico é o responsável pela distribuição e dispensação das SP.
Art. 56. O farmacêutico, no desempenho de suas funções, deve:
I - elaborar procedimentos escritos orientando a distribuição e dispensação dos
produtos de modo a preservar as suas características, seguindo, inclusive, as
recomendações do fabricante; e
II - orientar, treinar e supervisionar o cumprimento dos procedimentos.
Art. 57. O farmacêutico deve, no processo de distribuição e dispensação, registrar
cada medicamento de forma a garantir sua rastreabilidade.
Art. 58. Na distribuição e dispensação das SP o farmacêutico deve realizar
criteriosa avaliação da prescrição ou da requisição de medicamentos, em casos
específicos.
Art. 59. No processo de distribuição e dispensação das SP deve ser feita a
inspeção visual para verificar a identificação, o prazo de validade, a integridade do
acondicionamento, a presença de corpos estranhos decorrentes de contaminação e
outras alterações físicas.
Art. 60. A SP distribuída e dispensada deve estar acondicionada de maneira que
garanta a sua integridade até o término de sua utilização.
Art. 61. A distribuição e a dispensação devem ser realizadas de modo a garantir
a manutenção da qualidade do produto.
Art. 62. A área de distribuição e dispensação deve estar situada em local que
facilite as operações de recebimento, distribuição e dispensação.
II - leito/registro;
III - nome do produto;
IV - descrição qualitativa e quantitativa dos componentes aditivados na solução;
V - volume e velocidade de infusão;
VI- via de administração;
Art. 91. Toda e qualquer alteração observada, como descrito no art. 90, impede
a utilização do produto, devendo o fato ser comunicado, por escrito, aos responsáveis
pelo setor e notificado à autoridade sanitária competente.
Administração
Art. 97. Os serviços de saúde devem possuir uma estrutura organizacional e de
pessoal suficiente, legalmente habilitada e competente para garantir a qualidade na
administração das SP, seguindo orientações estabelecidas nesta Resolução e nas demais
normativas aplicáveis.
Art. 98. O treinamento deve seguir uma programação preestabelecida e
adaptada às necessidades do serviço, com os devidos registros.
Art. 99. Todo procedimento pertinente à administração das SP deve ser realizado
de acordo com instruções operacionais escritas e que atendam às diretrizes desta
Resolução.
Art. 100. A utilização de bombas de infusão, quando necessária, deve ser
efetuada por profissional devidamente treinado.
Art. 101. Os serviços de saúde devem garantir a disponibilidade de bombas de
infusão, em número suficiente, calibradas e com manutenções periódicas, realizadas por
profissionais qualificados.
Art. 102. As bombas de infusão devem ter registro no Ministério da Saúde.
Art. 103. As bombas de infusão devem ser periodicamente limpas e desinfetadas,
conforme normas da Comissão de Controle de Infecção em Serviços de Saúde.
Art. 104. Antes do início da sua utilização, as bombas de infusão devem ser
cuidadosamente verificadas quanto às suas condições de limpeza e funcionamento.
Art. 105. As operações de calibração e manutenção das bombas de infusão
devem ser registradas e a documentação mantida em local de fácil acesso.
Art. 106. As SPGV devem ser administradas em sistema fechado.
Art. 107. O paciente, sua família ou responsável legal devem ser orientados
quanto à terapia que será implementada, objetivos, riscos, vias de administração e
possíveis intercorrências que possam advir.
CAPÍTULO VI
DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 128. O descumprimento das recomendações desta Resolução sujeita os
responsáveis às penalidades previstas na Legislação Sanitária vigente, sem prejuízo da
cível e criminal.