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Módulo 10145

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Enquadramento do

setor farmacêutico

AULA 2 – HISTÓRIA E
EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA
SÍLVIA FERREIRA, 28 - 0 9-2020
Índice
➢História da Farmácia

➢Paleolítico
➢Mesopotâmia
➢Egipto
➢Povo Grego e Romano
➢Povo Árabe
➢Europa
➢Aztecas
➢Renascimento

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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História da Farmácia

Pharmacon Remédio

Farmácia

Deusa Grega Detentora do saber


Pharmakis terapêutico das plantas

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


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História da Farmácia
Paleolítico ( Período mágico religioso)

• Terapêuticas farmacológicas orientadas à utilização de plantas, derivados animais e minerais para

fins curativos;

• Origem e cura das doenças com base em crenças religiosas e mitos;

• Existência de Sacerdotes, Médicos e Farmacêuticos com a mesma função no tratamento e prestígio.

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História da Farmácia
Mesopotâmia

• Primeiros documentos com a descrição de doenças e da sua cura, referindo tanto a via de

administração como os veículos utilizados (Ex: Vinho, cerveja e óleos);

• Inicio da utilização de várias operações como a secagem, pulverização, maceração, digestão e

ebulição.

• Cultivo e comercialização de plantas medicinais;

• Inicio da produção de produtos como corantes, sabões e cosméticos.

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História da Farmácia
Egipto
• Povo cuidadoso com aspetos da sua imagem, como a beleza ou a pele;

• Associação de divindades à prática médica:

• Toth – Deus da ciência e da medicina

• Imhotep – Médico divinizado a quem os gregos chamaram de Asclépio

• Papiro de Ebers (1500 A.C.);

• Matérias primas utilizadas na preparação de medicamentos eram de origem

animal e vegetal.

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História da Farmácia
Egipto

• Prática religiosa separada da prática médica:

• Recolha e armazenamento de compostos terapêuticos ;

• Preparação e armazenamento de medicamentos;

• Aparecimento de formas farmacêuticas (colírios, clisteres, inaladores,

supositórios entre outro).

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História da Farmácia
Povo Grego e Romano
• Tentativa de explicar a doença enquanto evento natural por volta do ano 500 A.C.;

• Hipócrates (460-355 a.c.) – Pai da Medicina, desenvolveu a teoria dos humores.

Sangue – Quente e húmido como o Ar


Fleuma – Fria e húmida como a água
Bílis amarela – Quente e seca como o fogo
Bílis negra – Fria e seca como a terra

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História da Farmácia
Povo Grego e Romano
• Explicação das doenças com base na teoria dos 4 elementos (Terra, Fogo, Água e Ar);

• Determinação do humor em desequilíbrio com base no estado do doente:


• Ex: Caso o doente estivesse demasiado quente e húmido, é sinal que teria demasiado sangue em circulação no seu corpo;

• Início da utilização de gargarejos, óvulos ou colírios para os tratamentos;

• Criação de novas profissões no âmbito da Farmácia, como os Vendedores de Medicamentos ou


Preparadores de Remédios;

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História da Farmácia
Povo Grego e Romano - Galeno
• Médico Grego nascido no Século II, conhecido como o “Pai da Farmácia”, foi o escritor da obra “A
Arte de Curar” com base na doutrina Hipocrática;

• Classificou os medicamentos em 3 grupos:


• Simples;

• Compostos;

• De ação específica (Ex: Diuréticos);

• As noções apresentadas por Galeno foram seguidas até ao Século XVI.

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História da Farmácia
Povo Grego e Romano - Dioscórides
• Pedânius Dioscórides foi o autor do maior guia farmacêutico da antiguidade, “Matéria Médica”,
referenciando:
• > 600 substancias ativas derivadas de plantas;

• 35 produtos de origem animal;

• 90 minerais.

• Demonstrou a importância da conservação para a atividade dos compostos;

• A sua obra está na génese das disciplinas de Farmacologia e Farmacognosia.

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História da Farmácia
Povo Árabe (Séc. VII)
• Descoberta e obtenção das primeiras substâncias dotadas de capacidades terapêuticas através da
Alquimia (origem da Química);

• Surgimento dos primeiros formulários farmacêuticos e receitas médicas, assim como os respetivos
modos de preparo;

• Aparecimento de novas fórmulas, xaropes, conservas ou elixires, assim como o inicio da utilização
do mel como conservante;

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História da Farmácia
Povo Árabe (Séc. VII)
• Da cultura Árabe crê-se ter sido a origem da primeira separação entre Farmácia e Medicina;

• O Farmacêutico passou a necessitar de conhecimento técnico e cientifico para poder exercer a


função, sendo sujeito a sanções em caso de falha;

• Por outro lado, os Médicos permaneceram responsáveis pela manipulação dos medicamentos e
aplicação dos tratamentos.

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História da Farmácia
Europa (Séc. XII)
• Na Europa foi criada a distinção entre 3 profissionais de saúde:
• Médicos;

• Cirurgiões;

• Boticários;

• Em 1240 foi publicada a Magna Carta da Farmácia por Frederico II da Sicília, formalizando a independência
entre as profissões de Farmacêutico e Médico;

• Na Europa foi notada uma forte influência Árabe, principalmente na utilização de substâncias exóticas;

• Produção de perfumes com base de álcool, produzido através da Serpentina de refrigeração.

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História da Farmácia
Aztecas (Séc. XIV)
• Utilização de substâncias alucinogénias para realização de:
• Rituais mágicos;

• Rituais para descoberta da origem das doenças;

• Pioneiros no recurso a substancias anestésicas como o álcool puro para a realização de cirurgias.

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História da Farmácia
Renascimento (Séc. XV e XVI)
• Tal como em tantas outras áreas, o Renascimento caracterizou-se pelo questionar de todas as
verdades até então assumidas ou desenvolvidas;

• Paracelso foi particularmente ativo no questionar e criticar de tudo o que havia sido escrito
relativamente à Medicina e à Farmácia;

• Paracelso foi responsável por colocar em causa a teoria dos 4 humores, tendo proposto uma
abordagem alternativa em que a doença resultava de uma anomalia do foro químico que tinha que
ser tratada usando químicos.

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História da Farmácia
Renascimento (Séc. XV e XVI)
• Esta nova teoria defendia que a saúde dependia do equilíbrio entre 3 elementos:
• Enxofre;

• Mercúrio;

• Sal;

• Defendendo também a utilização de tinturas, extratos e essências obtidas a partir de processos


químicos, e que cada medicamento deve ser específico para cada patologia;

• Durante o Renascimento, o Farmacêutico deixou de ser apenas Botânico, para passar também a ser
químico.

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Enquadramento do
setor farmacêutico

AULA 3 – HISTÓRIA E
EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA EM
PORTUGAL
SÍLVIA FERREIRA
Índice
➢História da Farmácia em Portugal

➢Século XII - XIII


➢Século XIV
➢Século XV
➢Século XVI
➢Século XVII - XVIII
➢Século XIX
➢Século XX - Atualidade

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História da Farmácia
Portugal – Século XII - XIII
• Entre o Séc. XII e o Séc. XIII apareceram em Portugal os primeiros Boticários, com loja própria para venda de

medicamentos, a Botica; que, no âmbito da atividade farmacêutica eram também acompanhados dos:

• Especieiros -> Vendedores de Especiarias;

• Teriagueiros -> Vendedores de Antídotos para Venenos.

• Nesta altura, não havia distinção entre a atividade farmacêutica e a atividade médica, visto que os médicos

também preparavam e vendiam medicamentos.

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História da Farmácia
Portugal – Século XIV
• Em 1326 surgiu a 1ª Boticária em Portugal; fenómeno singular na Península Ibérica, onde a profissão era

exclusivamente masculina até então;

• Em 1338 o Rei D. Afonso IV publicou o 1º documento referente à profissão farmacêutica, que descrevia a

obrigação do Médico do Rei examinar todas as pessoas com interesse na profissão;

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História da Farmácia
Portugal – Século XV
• Ao longo deste Século, houve uma falta de profissionais farmacêuticos, o que obrigou a que fossem pedidos

Boticários a Ceuta para suprir esta necessidade;

• Em 1449 foi publicada a Carta de Privilégios do Boticários no qual eram descritos os privilégios associados à

profissão farmacêutica em Portugal;

• Em 1461, D. Afonso V estabeleceu a separação entre as profissões de Médico e Farmacêutico, decretando a

venda de medicamentos como exclusiva dos Boticários;

• A única exceção a esta regra foi concedida aos Teriagueiros, caso fossem portadores de uma certidão médica atestando a boa qualidade da Teriaga;

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História da Farmácia
Portugal – Século XV (Cont.)
• Neste período, iniciou-se aquilo que ficaria reconhecido na história como a Época dos Descobrimentos;

• Nesta fase, foram feitas novas descobertas a nível de espécies vegetais, minerais e animais, resultando na

produção de novos medicamentos e soluções;

• Como consequência, foram trazidos para a Europa novos medicamentos com alto interesse terapêutico e

comercial.

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História da Farmácia
Portugal – Século XVI
• Ainda nos descobrimentos, os Boticários eram considerados essenciais para fazer

parte das armadas e dos hospitais das Fortalezas que iam sendo erguidas em

locais estratégicos;

• Em 1563, Garcia da Orta publicou o “Colóquio dos Simples e Drogas e Cousas

Medicinais da Índia”

• Nesta época havia forte discriminação religiosa sobre os Boticários Cristãos

Novos, cuja qualidade dos medicamentos era desacreditada pelos Cristãos Velhos.

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História da Farmácia
Portugal – Século XVI (Cont.)
• Em 1521, com D. Manuel I, houve uma reorganização da prática sanitária e farmacêutica através do Regimento do

Físico-mor do reino:

• Este diploma determinou que todos os Boticários estariam sujeitos à aprovação do Físico-mor (Licença para exercer), e regulamentou toda a

atividade farmacêutica até 1836, como por exemplo, os locais de instalação e os preços dos medicamentos vendidos na Botica;

• Neste Século surgiram também diversas instituições como:

• Hospitais;

• Gafarias (para doentes leprosos);

• Albergarias.

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História da Farmácia
Portugal – Século XVII - XVIII
• Época caracterizada pela utilização das práticas Galénicas, recorrendo a terapêuticas como Purgas,

Sangrias ou Clisteres;

• Em 1704 D. Caetano de Santo António publicou a 1ª Farmacopeia Portuguesa (Farmacopeia

Lusitana);

• Em 1794, no reinado de D. Maria I é publicada a 1ª Farmacopeia Oficial Portuguesa -> Pharmacopeia

Geral para o Reino e Domínios de Portugal, dividida em:

• Medicamentos Simples;

• Medicamentos Galénicos;

• Medicamentos Químicos.

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História da Farmácia
Portugal – Século XVII - XVIII (Cont.)
• Já no Séc. XVIII surgiu a Farmácia Química (Paracelso), e o desenvolvimento de técnicas que permitiam a

obtenção de medicamentos com princípios ativos puros;

• Estes medicamentos tornaram-se populares como remédios secretos, e feitos principalmente por químicos,

médicos e cirurgiões;

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História da Farmácia
Portugal – Século XIX
• Até este século, apenas existia Medicina no Ensino Superior, tendo sido criados os primeiros estudos sobre a

profissão farmacêutica ainda no reinado de D. Sebastião, consistindo em:

• 2 anos de Latim e Operações Químicas;

• 4 anos de formação numa Botica.

• Exame final elaborado pela Universidade de Coimbra e realizado perante um júri de médicos professores e boticários.

• Até 1836, o acesso à profissão era pela via do Ensino Superior ou exame do Físico-mor do Reino, tendo este

segundo sido extinto neste ano.

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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História da Farmácia
Portugal – Século XIX (Cont.)
• Em 1834 foi apresentada pelos farmacêuticos uma petição para suspender as funções do Físico-mor do Reino;

• Em 1835 foi criada a 1ª associação farmacêutica (Sociedade Farmacêutica Lusitana), na Botica do Hospital de S. José;

• Entre 1866 e 1868 foi publicada por Pedro José da Silvia, a “História da Pharmacia Portuguesa desde os primeiros séculos

da Monarquia até ao Presente”;

• Nesta altura, tendo como pioneiro Manuel Vicente de Jesus, temos os primeiros passos da industria farmacêutica em

Portugal, sendo que em 1891, Emílio Faria Estácio funda a Companhia Portuguesa da Higiene, que incluía tanto uma

Farmácia como uma Fábrica a vapor para Produtos Químicos e Farmacêuticos.

• Esta fase inicial da industrialização foi complexa devido à falta de Know-How Técnico e de Investimento.

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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História da Farmácia
Portugal – Século XX - Atualidade
• A partir de 1902, passou a ser obrigatório que todos os aspirantes a Farmacêutico frequentassem o curso de

Farmácia antes de poder exercer a profissão;

• Em 1968, começaram a ser implementadas as normas Good Manufacturing Practice (GMP) pela Organização

Mundial de Saúde (OMS), resultando num Sistema de Certificação à qualidade dos Produtos;

• Em Portugal, a avaliação dos Produtos Farmacêuticos, Cosméticos e de Veterinária conforme as normas GMP é

assegurada pelo Infarmed;

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor
Farmacêutico

AU L A 4 – L E G I SL AÇÃO D O SE T OR
FARMA C Ê UTI CO
SÍLVIA FERREIRA, 06 -10-2020
Índice
➢Circuito do Medicamento

➢Legislação do Setor Farmacêutico

➢Farmácias de Oficina
➢Serviços Farmacêuticos
➢Farmácias abertas ao Público nos Hospitais
➢Venda de Medicamentos fora da Farmácia
➢Técnico Auxiliar de Farmácia

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Circuito do Medicamento

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


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Legislação do Setor Farmacêutico
Farmácias de Oficina
➢O Decreto-Lei 307/2007 estabelece todo o regime jurídico das Farmácias de Oficina, dos quais
abordaremos alguns dos pontos principais:

➢Liberdade de Instalação da Farmácia, desde que os requisitos legais sejam cumpridos;

➢Livre Escolha dos Utentes sobre a Farmácia a frequentar;

➢Princípio da Igualdade no relacionamento Farmácia-Utente;

➢Dever de dispensa de medicamentos nas condições legalmente previstas;

➢Dispensa de medicamentos sujeitos a receita médica sem apresentação de receita apenas em casos
de força maior e devidamente justificados;

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Farmácias de Oficina

➢Colaboração com o INFARMED no acompanhamento de reações adversas ao medicamento;

➢Promoção do uso racional do medicamento e informação do preço dos medicamentos similares;

➢A dispensa de medicamentos ao público só pode ser efetuada pelas Farmácias ou pontos de venda
de medicamentos não sujeitos a receita médica;

➢Dever de colaboração com a Administração Pública e com o INFARMED sobre toda a atividade, não
pondo em causa os dados pessoais dos utentes;

➢Implementação e manutenção de um Sistema de Gestão de Qualidade orientado á melhoria


contínua dos serviços prestados aos utentes.
Decreto-Lei 307/2007

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Legislação do Setor Farmacêutico
Farmácias de Oficina

➢Podem ser proprietários de Farmácias pessoas singulares ou sociedades comerciais, não podendo no
entanto ultrapassar, em simultâneo, a exploração direta ou indireta de mais de 4 farmácias;

➢Não podem ser proprietários ou exercer funções de Farmácia pessoas que sejam Profissionais de
saúde prescritores de medicamentos, associações representativas das Farmácias, distribuidores de
medicamentos, empresas da indústria farmacêutica ou empresas privadas que sejam prestadoras de
cuidados de saúde;

➢As Farmácias não podem ser vendidas, trespassadas ou arrendadas ou a sua exploração cedida antes
de decorridos pelo menos 5 anos a contar a partir do dia da abertura.

Decreto-Lei 307/2007

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Legislação do Setor Farmacêutico
Farmácias de Oficina

➢A direção técnica da farmácia é assegurada exclusivamente pelo Diretor Técnico ou um


Farmacêutico, cuja designação deve ser registada no INFARMED pelo proprietário da farmácia,
assim como o seu substituto;

➢A direção técnica deve ser assegurada por alguém independente a nível técnico e deontológico no
exercício das funções;

➢Compete ao diretor técnico assumir a responsabilidade pelos atos farmacêuticos praticados na


farmácia, assegurar que as devidas condições e regras de higiene e segurança estão garantidas,
assim como assegurar que a farmácia dispõe do correto aprovisionamento de medicamentos, isto
para além dos restantes deveres associados ao trabalho em farmácia de oficina;

➢A cessação da sua função deve ser comunicada ao INFARMED com a antecedência de 90 dias, salvo
casos de força maior, devendo, em simultâneo, ser comunicado qual o novo diretor técnico;
Decreto-Lei 307/2007

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Farmácias de Oficina

➢As farmácias devem dispor de pelo menos 1 diretor técnico e 1 farmacêutico, podendo ser
coadjuvados por técnicos de farmácia, técnicos auxiliares de farmácia ou outro pessoal devidamente
habilitado;

➢A farmácia apenas pode ser aberta ao público após a atribuição do alvará por parte do INFARMED;

➢A configuração do Símbolo “Cruz Verde” é definida pelo INFARMED e apenas pode ser usado para
identificar farmácias e deve estar iluminado (se possível) durante a noite sempre que a farmácia
estiver de serviço;

➢As farmácias devem divulgar, de forma visível, informações relevantes como a direção técnica, o
horário de funcionamento, farmácias de serviço, descontos nos medicamentos ou a existência do
livro de reclamações; Decreto-Lei 307/2007

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Farmácias de Oficina

➢A dimensão das instalações da farmácia é regulamentada pelo INFARMED, assim como as divisões
mínimas necessárias, que são a Sala de Atendimento ao Público, o Armazém, o Laboratório e as
Instalações Sanitárias;

➢Como divisões facultativas, as farmácias podem dispor também do gabinete da direção técnica, zona
de recolhimento ou área técnica de informática e economato;

➢O horário de funcionamento das farmácias abrange os períodos de funcionamento, diário e semanal,


assim como os turnos de serviço permanente, de regime de reforço e de disponibilidade, regulados
por Decreto-Lei;

➢Todo o pessoal que desempenhe funções de atendimento ao público deve estar devidamente
identificado com um cartão que contenha o seu nome e titulo profissional; Decreto-Lei 307/2007

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Farmácias de Oficina

➢As farmácias estão autorizadas a vender ao público o seguinte conjunto de produtos:

Medicamentos Substâncias Medicamentosas Medicamentos e Produtos Veterinários

Medicamentos e Produtos Homeopáticos Produtos Naturais Dispositivos Médicos

Suplementos Alimentares Produtos de Alimentação Especial Produtos Fitofarmacêuticos

Produtos Cosméticos e de Higiene Corporal Artigos de Puericultura Produtos de Conforto

➢Nas farmácias não podem ser vendidos produtos que excedam o prazo de validade ou existir
produtos em mau estado de conservação;

➢As farmácias devem providenciar com a brevidade possivel qualquer medicamento solicitado e que
se encontre esgotado; Decreto-Lei 307/2007

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Farmácias de Oficina

➢Do ponto de vista de documentação, as farmácias dispõem nas suas instalações da Farmacopeia
Portuguesa (em papel, formato eletrónico, ou online, a partir de site reconhecido pelo INFARMED),
assim como de outros documentos indicados pelo INFARMED;

➢As farmácias devem dispor do livro de reclamações, sendo que, mensalmente, enviam ao INFARMED
uma cópia das reclamações registadas pelos utentes, caso existam;

➢As farmácias apenas podem encerrar fora do horário previsto após comunicação prévia (90 dias) ao
INFARMED. Nestes casos, caso este encerramento seja gravemente lesivo do interesse público, o
INFARMED providenciará a manutenção de uma farmácia em funcionamento;

➢As farmácias podem ser encerradas pelo INFARMED caso não estejam a cumprir os requisitos de
abertura e funcionamento, podendo este encerramento ser temporário ou definitivo; Decreto-Lei 307/2007

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Farmácias de Oficina

➢A fiscalização das disposições deste Decreto-Lei cabem ao INFARMED, podendo este, caso considere
necessário ou relevante, solicitar o auxilio de outras entidades, nomeadamente autoridades policiais,
no desempenho das funções ou ações de fiscalização;

➢O INFARMED deve colaborar com a Ordem dos Farmacêuticos e comunicar-lhe as infrações cujo
processo sancionatório seja da sua competência;

Decreto-Lei 307/2007

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
42
Legislação do Setor Farmacêutico
Serviços Farmacêuticos
➢A Portaria Nº1429/2007 define os serviços farmacêuticos que podem ser prestados pelas farmácias, dos
quais abordaremos alguns dos pontos principais:

➢As farmácias podem prestar os seguintes serviços farmacêuticos de promoção da saúde e do bem-
estar dos utentes:

➢ Programas de Cuidados Farmacêuticos;


➢ Campanhas de Informação;
➢ Colaboração em programas de educação para a saúde;

➢Estes serviços têm de ser prestados nas condições legais e regulamentares e por profissionais
legalmente habilitados, assim como garantidas as instalações adequadas e autonomizadas.

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
43
Legislação do Setor Farmacêutico
Serviços Farmacêuticos

➢As farmácias que prestem serviços farmacêuticos devem divulgar de forma visível nas suas
instalações, qual o tipo de serviço prestado, assim como o respetivo preço;

➢Alternativamente, esta divulgação pode ser feita através dos sítios da farmácia na Internet;

➢As farmácias devem proceder ao registo dos serviços farmacêuticos prestados, referenciando o seu
tipo e quantidade respetiva;

➢Esta informação, deve ser disponibilizada ao INFARMED sempre que a mesma for solicitada.

Portaria Nº1429/2007

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Farmácias abertas ao Público nos Hospitais
➢O Decreto-Lei 235/2006 estabelece todo o regime de instalação, abertura e funcionamento da farmácia
de dispensa de medicamentos ao públicos nos hospitais do SNS, dos quais abordaremos alguns dos
pontos principais:

➢O concurso para a exploração destas farmácias é aberto a sociedades comerciais privadas,


independentemente da sua titularidade por farmacêuticos, e a sua instalação, abertura e
funcionamento dependem da verificação de interesse público associado;

➢Para que sejam criadas estas farmácias, é necessária a autorização, via despacho do Ministério da
Saúde, através da abertura do já referido concurso, por iniciativa do Hospital SNS concedente;

➢Os pedidos de autorização devem conter a justificação da abertura, projetos de programa e caderno
de encargos do concurso, assim como o parecer do INFARMED acerca do mesmo e do local
proposto;

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Farmácias abertas ao Público nos Hospitais

➢Estas farmácias assumem o nome do Hospital concedente, antecedido do vocábulo “farmácia”;

➢O seu horário de funcionamento é 24h/dia, 7 dias por semana, e o seu funcionamento não pode
representar qualquer acréscimo de pagamento sobre os produtos dispensados;

➢A direção técnica é assegura em permanência e exclusividade por um farmacêutico, podendo ele ser
ajudado por outros farmacêuticos ou técnicos de farmácia devidamente habilitados, devendo
também, ser designados farmacêuticos substitutos para substituição da direção técnica sempre que
necessário;

➢Estas farmácias estão sujeitas aos mesmos deveres que as Farmácias de Oficina, podendo de igual
forma, dispensar os mesmos produtos, ainda que, se necessário, em unidose.
Decreto-Lei 235/2006

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Venda de Medicamentos fora da Farmácia
➢O Decreto-Lei 134/2005 autoriza a comercialização fora das farmácias dos Medicamentos não Sujeitos
a Receita Médica Obrigatória (MNSRMO) e define as regras sobre a mesma, das quais abordaremos
alguns dos pontos principais:

➢O propósito deste decreto incidiu sobre induzir a redução dos preços dos MNSRMO e promover uma
concorrência efetiva entre os vários canais de distribuição e comercialização, enquanto,
paralelamente, contribuir para o alargamento do mercado de emprego para os jovens da área;

➢Não obstante, a venda destes medicamentos deve continuar a ser efetuada por pessoal qualificado,
ou seja, farmacêuticos ou técnicos de farmácia;

➢Os Medicamentos não Sujeitos a Receita Médica (MNSRM) que beneficiem de comparticipação do
Estado, continuam a ser vendidos exclusivamente nas farmácias.

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
47
Legislação do Setor Farmacêutico
Venda de Medicamentos fora da Farmácia

➢A Venda destes MNSRM fora das farmácias não dispensa o cumprimento das obrigações legais
relativas ao Sistema Nacional de Farmacovigilância e ao principio do Uso Racional do Medicamento,
sendo, por exemplo, proibida a sua venda a menores de 16 anos;

➢Os locais de venda dos MNSRM estão na mesma sujeitos a registo prévio no INFARMED e
cumprimento dos requisitos lá estabelecidos, ficando também sujeitos à sua fiscalização;

➢Os proprietários destes locais de venda estão sujeitos aos mesmos deveres e obrigações das
restantes farmácias no que diz respeito à fiscalização da atividade de venda de medicamentos;

Decreto-Lei 134/2005

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Venda de Medicamentos fora da Farmácia
➢O Decreto-Lei 872/2005 determina as condições de venda de MSNRM, das quais abordaremos alguns
dos pontos principais:

➢As instalações de venda devem ser adequadas e dispor de uma placa colocada de forma visível e que
contenha “Venda de medicamentos não sujeitos a receita médica – Registo nº NNNN/200N no
INFARMED”, acompanhada de uma placa com o nome do responsável técnico e habilitação
profissional;

➢Estas instalações devem incluir uma área especificamente destinada à venda ao público e uma área
de armazenagem devidamente delimitadas e com as condições de conservação e higiene garantidas;

➢É obrigatório o registo prévio do local de venda, bem como do seu titular e responsável técnico, a
requerimento do titular, com a antecedência mínima de 10 dias uteis por referência à data de
entrada em funcionamento.

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Venda de Medicamentos fora da Farmácia

➢Os MNSRM só podem ser vendidos ao publico se forem adquiridos a entidades devidamente
licenciadas e autorizadas ao fabrico, importação ou distribuição de medicamentos, cabendo ao
responsável técnico assegurar esta exigência;

➢Nestes locais de venda apenas podem ser vendidos MNSRM que disponham de Autorização de
Introdução no Mercado (AIM) válida nos termos da legislação nacional;

➢Estes locais de venda, bem como os seus titulares e colaboradores, ficam sujeitos ao disposto na
legislação em vigor aplicável aos medicamentos de uso humano, e especificamente ao principio do
uso racional do medicamento;

➢Estas entidades devem comunicar ao INFARMED, na periodicidade por este definida, as quantidades
de MNSRM vendidos nesse período. Decreto-Lei 872/2005

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Venda de Medicamentos fora da Farmácia

➢O local de venda de MNSRM deve dispor de um responsável técnico, farmacêutico ou técnico de


farmácia devidamente registado no INFARMED, que pode ser responsável por mais do que um local
de venda de MNSRM, desde que não acumule a responsabilidade por mais de 5;

➢Ao responsável técnico compete supervisionar as atividades relacionadas com a venda,


armazenamento e conservação dos medicamentos, implementar e garantir o sistema de
farmacovigilância e o sistema de recolha de medicamentos, assim como o cumprimento da
legislação;

➢Ao pessoal em serviço, compete-lhes cumprir os procedimentos definidos no âmbito da venda e


sistemas referidos, para além do cumprimento da legislação aplicável à atividade;

Decreto-Lei 872/2005

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Legislação do Setor Farmacêutico
Técnico Auxiliar de Farmácia
➢A atividade do Técnico Auxiliar de Farmácia é regulamentada pela Deliberação Nº396/2017, que, de
uma forma sumarizada, determina:

➢ Qual a formação técnico-profissional necessária para o exercício de funções de coadjuvação na área


farmacêutica, nos termos e para os efeitos do disposto no Nº2 do Artigo 24º do Regime Jurídico das Farmácias de
Oficina, aprovado pelo Decreto-Lei Nº 307/2007 e republicado pelo Decreto-Lei Nº 75/2016

➢Para se obter o título de Técnico Auxiliar de Farmácia é necessário possuir a qualificação de dupla
certificação de nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações (QNQ) de Técnico Auxiliar de Farmácia;

➢As competências a serem adquiridas para esta certificação podem ser consultadas no vosso Plano de
Estudos.

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Enquadramento do
setor farmacêutico

AU L A 5 - É T I CA E D E ON TOL O GIA
SÍLVIA FERREIRA, 06-10-2020
Índice

➢Trabalho de Grupo Direitos e Deveres dos Utentes

“NOME DO CURSO”
SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Trabalho de Grupo
➢Direitos e Deveres dos Utentes

➢ Grupos:

➢ Catarina Soares e Isabela;


➢ Ester e Mohammed;
➢ Catarina Mateus e Pedro;
➢ Beatriz e Maria João;
➢ Maria Eduarda e Rafaela;
➢ Bruno e Joana;
➢ Tiago.

“NOME DO CURSO”
SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
55
Enquadramento do
setor farmacêutico

AU L A 6 - É T I CA E D E ONTOL O GI A
SÍLVIA FERREIRA, 12-10-2020
Índice
➢Ética e Deontologia

➢Código Deontológico Farmacêutico

➢Teorias da Bioética
➢Principalismo
➢Utilitarismo
➢Ética das Virtudes
➢Ética Casuística
➢Ética do Cuidado

➢Caso Prático

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Ética e Deontologia
➢Ética
➢A palavra Ética provém do vocábulo Grego “Ethos”, e refere-se ao estudo filosófico do valor moral
da conduta humana e das regras e princípios que a devem reger;

➢Trata-se de um código de conduta tido como correto, especialmente por um determinado grupo,
profissão ou indivíduo;

➢Deontologia
➢A palavra Deontologia provém do vocábulo grego “Deontos” (Dever), e refere-se à ciência dos
deveres;

➢Trata-se de um conjunto de regras morais, jurídicas e administrativas, próprias de uma determinada


profissão.

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
58
Código Deontológico Farmacêutico
➢O código Deontológico é inspirado em princípios éticos, e consiste naquilo que são os deveres dos
profissionais farmacêuticos no exercício da sua função;

➢O incumprimento deste código acarreta sanções, que podem ir até à suspensão da atividade
profissional;

➢Pelo contrário, caso não sejam cumpridos os valores éticos, não acarretam sanções, pois os mesmos
não representam uma lei ou um dever;

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Código Deontológico Farmacêutico
➢Os principais deveres profissionais na área farmacêutica são:

➢ Honestidade;

➢ Integridade;

➢ Cortesia;

➢ Independência;

➢ Discrição;

➢ Caráter;

➢ Equidade;

➢ Solidariedade;

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Teorias da Bioética
Principalismo

➢É a teoria da bioética mais comum e baseia-se em 4 princípios desenvolvidos por Tom Beauchamp e
James Childress:

➢ O respeito pela autonomia;

➢ A não maleficiência;

➢ A beneficiência;

➢ A justiça.

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
61
Teorias da Bioética
Principalismo

➢Para além dos 4 princípios chave, existem outros que foram sendo acrescentados à teoria do
Principalismo:

➢ Dignidade Humana;

➢ Consentimento;

➢ Respeito pela vulnerabilidade humana;

➢ Respeito pela diversidade cultural;

➢ Solidariedade e cooperação;

➢ Responsabilidade social.

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
62
Teorias da Bioética
Utilitarismo

➢É a teoria ética normativa que sustenta que o curso da ação é aquele que maximiza a felicidade em
geral

➢Todo o propósito desta teoria assenta sobre:

➢ Maximizar as sensações agradáveis ou positivas;

➢ Minimizar as sensações dolorosas ou negativas;

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
63
Teorias da Bioética
Ética das Virtudes

➢É a teoria ética que dá enfase à boa formação de caráter e da personalidade das pessoas, tanto do
ponto de vista pessoal como profissional;

➢Esta teoria propõe a correspondência entre as virtudes e os princípios de Beauchamp e Childress


(Principalismo):

➢ Respeitabilidade → Respeito pela autonomia;

➢ Não malevolência → Não maleficiência;

➢ Benevolência → Beneficiência;

➢ Justiça → Justiça;

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
64
Teorias da Bioética
Ética das Virtudes

➢ Esta teoria propõe que as teorias éticas atribuam menor enfase aos princípios e regras morais a seguir, por outro
lado, atribuindo maior enfase ao ajudar pessoas e desenvolver bons traços de caráter como a bondade ou a
generosidade;

➢ Esta teoria sugere que as pessoas aprendam a deixar os seus maus hábitos de caráter (vícios) como a ganancia
ou a raiva, e que, na sua generalidade, as impedem de se tornarem melhores pessoas.

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
65
Teorias da Bioética
Ética Casuística

➢ Esta teoria assenta sobre a utilização do raciocínio como forma de resolução dos problemas morais;

➢ A sua aplicabilidade assenta na utilização de regras técnicas a casos particulares, e, com base nestes resultados,
assumir a generalização desta análise;

➢ Esta teoria, é também a base do principio de resolução de múltiplos problemas técnicos, tanto na área
farmacêutica como nas restantes, como por exemplo, o “Doente com HIV”.

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
66
Teorias da Bioética
Ética do Cuidado

➢Esta teoria assenta sobre o que torna determinadas ações corretas ou incorretas e sobre a importância
dos relacionamentos humanos;

➢As principais convicções desta teoria assentam sobre:

➢ Todos os indivíduos são interdependentes para atingir os seus interesses;

➢ Os indivíduos particularmente vulneráveis às nossas escolhas e suas consequências devem merecer consideração
adicional a ser medida de acordo com:

➢ Nível da sua vulnerabilidade perante as nossas escolhas;


➢ Nível da sua afetação pelas nossas escolhas;

➢ É necessário estar atento a detalhes contextuais da situação, a fim de salvaguardar e promover os interesses reais e
concretos dos envolvidos.

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Caso Prático
A obesidade da Dª Maria da Assunção

“A Dª Maria da Assunção sempre sofreu de excesso de peso e encontra-se atualmente obesa. Dirige-se
à sua farmácia habitual e pede ao farmacêutico um produto para emagrecer, acrescentando que o
médico lhe disse que precisa de perder 10 Kg e só com dieta não “vai lá”.

O farmacêutico João Miguel quer ir ao encontro da expetativa da Dª Maria da Assunção, cliente de


longa data da farmácia. Sabe da apetência que esta tem por “produtos naturais” e, como tal, tem a
certeza que acolheria com agrado os produtos que a farmácia tem em exposição para esta finalidade,
embora estes sejam caros.

Na atual conjuntura, a farmácia está com dificuldade em pagar atempadamente as contas; seria um
alívio tentar compor a “caixa” e poder honrar compromissos. João Miguel não esta certo se os
produtos ajudariam a Dª Maria, mas alguns estão no mercado há muitos anos sem problemas e, no
geral, os clientes têm-se manifestado satisfeitos.

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
68
Caso Prático
Conclusões

➢Principal Questão Ética:

➢ Legitimidade do farmacêutico propor um tratamento a um cliente, por ela gostar de “produtos naturais” e
com essa venda melhorar a situação atual da farmácia;

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
69
Caso Prático
Conclusões

➢Segundo a Ética Principalista:

➢ É aplicável o principio da “não maleficiência”, em que o profissional tem que garantir o melhor interesse do
utente:

➢ É benéfico que a Dª Maria emagreça, e para isso, o melhor seria dieta e exercício, no entanto, a Dª Maria
pediu um pedido natural que a ajude;

➢ Logo, o aconselhamento de um produto natural que não prejudique a saúde a Dª Maria vai ajudar a
emagrecer e manter a sua motivação.

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
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Caso Prático
Conclusões

➢Princípio do Respeito pela Autonomia:

➢ A decisão de comprar o produto é da inteira competência da Dª Maria, e deve ser feita de forma livre e
esclarecida;

➢ Para isso, o farmacêutico João Miguel deve esclarecer a utente de forma clara sobre os benefícios e riscos da
toma do produto, proporcionando também outras alternativas.

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SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
71
Caso Prático
Conclusões

➢Princípio da Justiça:

➢ O acesso ao produto passa pela capacidade financeira da Dª Maria para o adquirir;

➢ O farmacêutico João Miguel conhece a utente e sabe a sua capacidade económica para pagar;

➢ No entanto, o seu aconselhamento não deve ser feito tendo esta ideia em mente, o aconselhamento deve ser
feito como se não soubesse desta capacidade financeira, mas sim orientado aos melhores interesses da saúde
da utente.

ENQUADRAMENTO DO SETOR FARMACÊUTICO


SÍLVIA FERREIRA – 2020/2021
72

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