Direitos Reais Aula 1

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ROTEIRO DE AULA

DIREITOS REAIS- Profª: Simone Flores


DATA: 15/08/2023

EMENTA DA AULA: Aspectos gerais; noção histórica; conceito, objeto; distinção entre direitos obrigacionais
e direitos reais; figuras híbridas; classificação; e características/princípios dos direitos reais. Exercícios de
fixação.

1. ASPECTOS GERAIS E NOÇÃO HISTÓRICA:


O estudo do Direito Civil está relacionado ao aspecto econômico-social dos bens
corpóreos, conhecido como Direitos das Coisas ou Direitos Reais. Seguindo uma linha de sustento das
relações jurídicas em uma visão tradicional - o contrato, a propriedade e a família,- estiverem presentes
em relações jurídicas vinculadas à uma perspectiva burguês-liberal. Atualmente, observa-se a construção
de uma nova abordagem: o “tríplice vértice fundante do privado”, a saber: as titularidades, o trânsito
jurídico e o projeto parental.
Conceito: profº Marco Aurélio Bezerra de Melo - “...ramo do direito civil regente da
situação jurídica gerada pela norma de direito que confere ao indivíduo o poder de titularidades sobre os
bens apropriáveis, apontando sua extensão e limites, fundados primordialmente na função social e na
boa-fé. (pág. 03) .
As coisas são os objetos corpóreos, tangíveis,
apresentando consistência. As coisas podem ser

2- OBJETO:
consideradas o gênero, da qual os bens são espécies. Em
regra, só os bens jurídicos corpóreos podem ser objeto
de direitos subjetivos reais e de direitos de posse, ou
seja, as coisas. Há outros bens jurídicos que não são
considerados coisas (vida, liberdade, livre iniciativa...)

3- DISTINÇÃO ENTRE DIREITOS REAIS E OBRIGACIONAIS:


Os direitos subjetivos podem ser patrimoniais e não patrimoniais.
Os direitos subjetivos patrimoniais se dividem em direitos pessoais, obrigacionais ou de crédito e em
direitos reais. Como diferenciá-los?
SUJEITO ATIVO SUJEITO PASSIVO OBJETO RELAÇÃO
JURÍDICA
DIREITO CREDOR DEVEDOR DAR, FAZER E NÃO ENTRE CREDOR E
OBRIGACIONAL FAZER DEVEDOR

DIREITOS REAIS TITULAR COLETIVIDADE RESPEITAR O BEM ENTRE TITULAR E


A COLETIVIDADE
4- FIGURAS INTERMEDIÁRIAS:

a) OBRIGAÇÃO PROPTER REM: São aquelas que nascem independentemente da vontade do devedor, por ser titular de
um direito real, motivo pelo qual ela segue e recai sobre a coisa.
b) ÔNUS REAL- é um gravame que recai sobre determinado bem, restringindo o direito do titular de um direito real

c) OBRIGAÇÕES COM EFICÁCIA REAL: existem situações jurídicas nas quais o legislador, sem criar novo direito real,
garante eficácia real, erga omnes, a um determinado contrato. Tal é o caso do art. 33 da lei de locações – 8.245/91, que
autoriza o locatário a registrar o contrato e, se isso for feito pelo menos trinta dias antes de o locador vender o imóvel,
poderá o locatário exigir o direito de preferência na aquisição, caso o locador se proponha a alienar o imóvel

5- CLASSIFICAÇÃO DOS DIREITOS REAIS:


Muito embora existam várias formas de classificação, a mais apropriada e didática é a que divide os
direitos reais em DIREITOS REAIS SOBRE COISA PRÓPRIA (propriedade) E DIREITOS REAIS SOBRE COISA
ALHEIA.
Os direitos reais sobre coisas alheias são aqueles que possuem dois titulares distintos com poder sobre
a coisa. Nessa última categoria jurídica temos ainda três grupos de direitos reais:
a) De fruição;
b) De garantia;
c) De aquisição.
6- PRINCÍPIOS OU CARACTERÍSTICAS DOS DIREITOS REAIS:
Segundo o profº Nelson Rosenvald e Cristiano Chaves( págs: 10/22) as características dos Direitos Reais são:
a) Absolutismo: “...os direitos reais podem ser classificados como poderes jurídicos, pois concedem a seu titular verdadeira situação de
dominação sobre um objeto. Esse poder de agir sobre a coisa é oponível erga omnes, eis que os direitos reais acarretam sujeição universal
ao dever de abstenção sobre a prática de qualquer ato capaz de interferir na atuação do titular sobre o objeto.
b) Publicidade: “Como consequência do princípio do absolutismo, surge o princípio da publicidade, por excelência para os bens imóveis –
registro: art. 1227 Cc.
c) Sequela: Os direitos reais aderem à coisa, sujeitando-se imediatamente ao poder de seu titular, como oponibilidade erga omnes. A
inerência do direito real ao objeto afetado é tão substancial a ponto de fazer com que o seu titular possa persegui-lo em poder de terceiros
onde quer que se encontre. Ex: “Se A concede o seu imóvel em hipoteca em favor de B como garantia de um débito e, posteriormente,
procede à venda do mesmo bem para C, se que cumpra a obrigação de adimplir o débito hipotecário, poderá o credor B retirar o imóvel do
poder de C, com declaração de ineficácia da compra e venda com base na sequela, tendo em vista que a coisa afetada à sua atuação como
titular de um direito real em coisa alheia, com registro prévio no ofício imobiliário. (pág. 15).
d) Preferência: “Presente nos direitos reais de garantia, consiste no privilégio do titular do direito real em obter o pagamento de um débito
com o valor do bem aplicado exclusivamente à sua satisfação. Havendo concurso de diversos credores, a coisa dada em garantia é
subtraída da execução coletiva, pois o credor real, pignoratício, hipotecário, prefere a todos os demais. [...] A preferência dos direitos reais
é consequência da sequela ( assim como esta é consequência do absolutismo). Assim, A concede o seu imóvel em hipoteca em prol de B,
como garantia de um contrato de mútuo e, posteriormente, torna-se inadimplente. O fato de o devedor A ter contraído débitos com vários
outros credores não é algo significativo para o credor B.
e) Taxatividade: direitos reais são numerus clausus.Art. 1225 CC.
EXERCICIOS DE FIXAÇÃO:
DISCIPLINA: DIREITOS REAIS
PROFª: SIMONE FLORES- Data: 15/08/2023
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO:

1) Ano: 2006 Banca: FCC Órgão: DPE-SP Prova: FCC - 2006 - DPE-SP - Defensor Público
Considere as afirmações:

I. Os direitos reais e os pessoais integram a categoria dos direitos patrimoniais, sendo o primeiro exercido sobre determinada coisa,
enquanto o segundo exige o cumprimento de certa prestação.

II. Os direitos reais não podem ser classificados como direitos absolutos.

III. O direito real, quanto à sua oponibilidade, é absoluto, valendo contra todos, tendo sujeito passivo indeterminado, enquanto o direito
pessoal (ou obrigacional) é relativo e tem sujeito passivo determinado.

IV. Os direitos reais obedecem ao princípio da tipificação, ou seja, só são direitos reais aqueles que a lei, taxativamente, denominar como
tal, enquanto os direitos pessoais podem ser livremente criados pelas partes envolvidas (desde que não seja violada a lei, a moral ou os bons
costumes), sendo, portanto, o seu número ilimitado.
SOMENTE estão corretas as afirmações
a) I e II.
b) II e III.
c) I, III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.
Exercícios: 3- Ano: 2017 Banca: Fundação para o Vestibular da
Universidade Estadual Paulista – VUNESP
Prova: VUNESP - Câmara de Sumaré - Procurador
2- Ano: 2018 Banca: Associação Catarinense de Jurídico -o 2017
Estudos e Pesquisas - ACEP
Compreende-se por direito de sequela
Prova: ACEP - Prefeitura de Aracati - Advogado -
2018 a) a prerrogativa do lesado de pleitear indenização do
autor do dano.
Considerando a teoria do “numerus clausus” e o
Código Civil brasileiro, atualmente vigente, b) o exercício do direito de retenção sobre bens alheios,
assinale a alternativa que não constitui direito real. quando o devedor não comprovar sua condição de
solvente.
a) O penhor.
c) a prerrogativa do devedor de exigir que o credor tome
b) A locação imobiliária urbana com cláusula de as medidas necessárias para mitigar o próprio dano.
vigência no cartório de registro de imóveis.
d) as medidas adotadas pelo credor para evitar que o
c) A anticrese.
devedor aliene bens antes de adimplir sua dívida.
d) A concessão de uso especial para fins de moradia.
e) a prerrogativa do credor de excutir a garantia, esteja
ela sob a propriedade de quem for.

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