Art 1
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Art 1
Geotecnologias
ARAÚJO, Maria Valdirene ¹; FREIRE, George Satander Sá ²; CRUZ, Patrícia Silva da³ &
PORTELA, João Paulo.
RESUMO --- A Bacia do Acaraú está localizada a oeste da capital cearense e compreende uma área
de 14.500Km², considerada a segunda maior bacia hidrográfica do Ceará. A área pesquisada
compreendeu a região do estuário do rio Acaraú com 80Km². A pesquisa analisou de forma
integrada os atributos ambientais do estuário do rio Acaraú, enfocando os impactos ambientais, bem
como a identificação das unidades ambientais e o processo de uso e ocupação do solo. A
metodologia adotada constou-se de levantamentos cartográficos, bibliografias referentes à área,
fotografias aéreas e imagens de satélites para melhor identificação das unidades naturais. As
atividades de geoprocessamento envolveram o processamento digital de imagens de sensoriamento
remoto e a integração de dados em estrutura de SIG. Os resultados obtidos foram; o levantamento
de uso e ocupação, onde foi dada ênfase na atividade de carcinicultura que ocupa boa parte das
áreas de mangues próximos à foz do rio, o processo de expansão urbana da cidade de Acaraú e
como medida mitigadora dos impactos ficou sugerida a criação de uma Área de Proteção Ambiental
e um programa intensivo de educação ambiental com a população local.
ABSTRACT --- The Basin of Acaraú is located to west of the capital from Ceará and he
understands an area of 14.500Km², considered the second largest basin of Ceará. The researched
area understood the area of the estuary of the river Acaraú with 80Km². The research analyzed in an
integrated way the environmental attributes of the estuary of the river Acaraú, focusing the
environmental impacts, as well as the identification of the environmental units and the use process
and occupation of the soil. The adopted methodology was consisted of cartographic risings,
referring bibliographies to the area, aerial pictures and images of satellites for better identification
of the natural units. The geo- processing activities involved the digital processing of images of
remote sensing and the integration of data in structure of SIG. The obtained results were; the use
rising and occupation, where emphasis was given in the shrimp farm activity that occupies good
part of the areas of close swamps to the mouth of the river, the process of urban expansion and as
measured to lessen of the impacts it was suggested the creation of an Area of Environmental
Protection and an intensive program of environmental education with the local population.
1 – INTRODUÇÃO
A área em estudo está localizada no litoral oeste da capital cearense, a 248 Km de Fortaleza.
O município de Acaraú tem como coordenadas UTM 375000 E e 9682000 W onde corresponde
uma área de 839,20 Km². Limita-se ao Norte com o Oceano Atlântico, ao Sul com os municípios de
Marco, Morrinhos e Amontada, a Oeste com os municípios de Cruz e Bela Cruz e a Leste com o
município de Itarema. A situação espacial do município de Acaraú no contexto da região noroeste
do Estado do Ceará pode ser observada na Figura 2.
A área pesquisada corresponde somente à região estuarina do rio Acaraú que deságua no
município de mesmo nome, compreendendo uma área aproximada de 80Km². As coordenadas
UTM correspondem:
Coordenadas UTM (SAD69) (E) 370000,00 e (W) 9688000,00;
Coordenadas UTM (SAD69) (E) 378000,00 e (W) 9680000,00;
-
Oceano Atlântico
Ceará Carcinicultura
Foz do rio
Acaraú Carcinicultura
Carcinicultura
Manguezais
Planície de inundação
Brasil
Cidade
de Acaraú
Para o desenvolvimento desse projeto, tivemos como meta a análise dos aspectos
geoambientais e o zoneamento da região estuarina. Esta área representa uma área de manguezal e o
maior objetivo é a conservação desse ecossistema diante da grande pressão antrópica e da instalação
de grandes empreendimentos nestas áreas, visto que são áreas de muita vulnerabilidade e
fragilidade.
O Sensoriamento Remoto, através de fotos aéreas e imagens de satélite, o Sistema de
Posicionamento Global (GPS) incorporados aos SIGs - Sistemas de Informações Geográficas, são
ferramentas indispensáveis à obtenção e processamento de dados ambientais em escalas adequadas
aos usuários dos ecossistemas costeiros.
Foram utilizadas as leituras relacionadas ao tema, de dissertações, que muito ajudou nesta
pesquisa empírica. Utilizamos entrevistas com profissionais da área que nos levou um maior
conhecimento da importância da educação ambiental para uma melhor visão da realidade. As visitas
de campo se deram com a equipe do Laboratório de Geologia Marinha da UFC. Verificamos que
cada local tem suas características e paisagens que ao longo dos tempos o homem vem modificando
XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 5
e se apropriando do meio ambiente onde acaba por descaracterizar esse meio trazendo sérios
desequilíbrios que muitas vezes se torna irreversível.
Foram seguidas as seguintes etapas:
- Levantamento e análise da bibliografia pertinente à área em estudo.
- Elaboração do mapa base.
- Organização de material geo-cartográfico e processamento digital de imagens.
- Trabalhos de campo
- Descrição da morfologia, geologia, solo, vegetação e modalidades de uso e ocupação.
- Integração dos dados para elaboração da pesquisa final.
- Para o embasamento teórico-metodológico, serão utilizadas as contribuições de (BERTRAND,
1972) e (TRICART, 1977) no que se refere à delimitação das unidades geoambientais, assim como
os Geossistemas/Geofácies.
- Etapa de Sensoriamento Remoto e Processamento de imagens.
- Material geocartográfico:
- Imagens Quickbird de composição RGB 321, com o processamento das imagens por meio do
Software GIS 9.0 – são imagens de resolução espacial de 0.6m, segue as imagens utilizadas no
processamento de imagens;
- Acarau_03JUN27125537-S2AS-000000149675_01_P001
- Acarau_03JUN27125537-S2AS-000000165668_01_P001_REC-01
- Acarau_03JUN27125537-S2AS-000000165668_01_P001_REC-02
- acarau_03jun27125537-s2as-000000165668_01_p001_rec-03
- Acarau_04SEP09130318-S2AS-000000165668_01_P002_REC-01
- Acarau_04SEP14130845-S2AS-000000165668_01_P006
- Acarau_04SEP14130845-S2AS-000000178613_01_P002
- Carta da SUDENE de 1972, Escala de 1:100.000.
- Carta da Conservação e da Biodiversidade de Acaraú na Escala de 1:150.000 – utilizadas para sua
confecção Imagens do Satélite ETM – LANDSAT 7, WRS 216.64, 217.63, 217.64, 218.63 e
218.64, datadas de Junho de 1999 e Julho de 2000.
- Carta do Diagnóstico Geoambiental de Acaraú na Escala de 1:150.000 – utilizadas para sua
confecção Imagens do Satélite ETM – LANDSAT 7, WRS 216.64, 217.63, 217.64, 218.63 e
218.64, datadas de Junho de 1999 e Julho de 2000.
- Carta do Uso e Ocupação de Acaraú na Escala de 1:150.000 – utilizadas para sua confecção
Imagens do Satélite ETM – LANDSAT 7, WRS 216.64, 217.63, 217.64, 218.63 e 218.64, datadas
de Junho de 1999 e Julho de 2000.
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 4 – Imagem de satélite de Icapuí, onde se observa uma inflexão da costa de NW-SE para E-
W, com a formação de depósitos submersos e laguna. (MAIA, 2005).
9689000.00000
371000.000000 372000.000000 373000.000000 374000.000000 375000.000000 376000.000000 377000.000000
N
9688000.000000
9688000.000000
Sedimentos submersos
9687000.000000
9687000.000000
Fo
zd
9686000.000000
9686000.000000
o
r io
Ac
9685000.000000
9685000.000000
ar
aú
9684000.000000
9684000.000000
Figura 6 – Nesta imagem de satélite Quickbird é possível observar com mais detalhe os depósitos
submersos da foz do rio Acaraú.
XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 9
A área da pesquisa corresponde à foz do rio Acaraú com uma área de aproximadamente de 80km², compreendendo áreas de manguezais com a
presença de indústrias de carcinicultura, faixa praial com campo de dunas, presença de ocupação antrópica cada vez mais crescente, sendo a cidade de
Acaraú, o aglomerado urbano mais importante da região, (Figura 7).
370000.000000 372000.000000 374000.000000 376000.000000 378000.000000
9688000.000000
9688000.000000
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**#*# *# * depósitos submersos
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ocenano atlantico
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* litoral
area de dunas
rio acarau
rio
9686000.000000
9686000.000000
afluente rio
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platação de culturas
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mangue degradado
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# * # * marcas do antropismo
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* # estrada asfaltada
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Instalações carcinicultres
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9684000.000000
9684000.000000
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# canal efluente tanques
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Acaraú
9682000.000000
9682000.000000
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Escala
370000.000000 372000.000000 374000.000000 376000.000000 378000.000000 1:40.000
Figura 7– Mapa Base do Estuário do rio Acaraú, mostrando a diversidade de paisagens e interferência humana na dinâmica natural do ambiente.
O sistema hídrico cearense é dotado de rios intermitentes, ou seja, rios alimentados pelo
regime pluviométrico que secam no período de estiagem. Como possuímos condições climáticas
variáveis e de distribuições irregulares, os rios tornam-se também inconstantes, apresentando
volumes de águas abundantes apenas no período chuvoso.
Diante das condições dos rios intermitentes, são inúmeras as ações de armazenamentos de
água para que não se esgotem até chegar à próxima quadra chuvosa, como a construção de açudes,
onde o Ceará é destaque em questão de açudagem. Mas mesmo com essas ações, as populações do
sertão cearense convivem com a escassez de água e sofrem pela dificuldade de adquirir esse recurso
natural. Diante desta perspectiva nota-se a importância de conservarmos e utilizarmos os recursos
hídricos de forma sustentável e racional.
Com relação às condições climáticas que influem sobre o curso do rio Acaraú, destaca-se que
apesar do litoral possuir um clima Tropical, a maior parte da Bacia encontra-se sob o domínio do
clima semi-árido. Conclui-se que o fluxo hídrico à montante da planície fluviomarinha possui um
regime intermitente, sendo a drenagem do seu alto, médio e baixo curso influenciado pelo regime
das chuvas, onde se torna um rio perene devido a grande quantidade de represas ao longo do seu
leito, destacando-se o açude Araras, o Ayres de Sousa e o Acaraú-Mirim.
Durante o período seco as águas subsuperficiais acumuladas nos aqüíferos da Formação
Barreira, na zona de tabuleiros e baixo curso, alimentam o seu volume hídrico superficial através de
percolação até as planícies fluvial e fluviomarinha.
A Bacia do rio Acaraú possui uma área de 14.500km², sendo considerada a segunda maior
bacia do Ceará, perdendo apenas para a maior bacia do rio Jaguaribe. A região em estudo equivale
uma área de 80km² que corresponde o estuário do rio Acaraú, sendo caracterizada boa parte pelo
manguezal, dunas e áreas agricultáveis, sendo que atualmente a grande concentração é de indústrias
de criação de camarões, a carcinicultura, que está degradando o mangue de maneira que sua fauna e
flora não terão mais como se recompor, devido aos danos que a carcinicultura causa a esses
ecossistemas. Não apenas no Ceará, mas em todo o Nordeste o crescimento do cultivo de camarões
cresceu bastante, visando o mercado externo. (Figura 8).
Oce
N
9688000.000000
9688000.000000
ano
A tlân
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9686000.000000
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9682000.000000
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Convenções Cartográficas
litoral
ocenano atlantico
rio acarau
afluente rio
Escala Numérica
0.8 0.4 0 0.8 1.6 2.4
Kilometers
Datum - SAD 69
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N
9688000.000000
9688000.000000
an o At
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9686000.000000
9686000.000000
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9684000.000000
aú
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9682000.000000
9682000.000000
370000.000000 372000.000000 374000.000000 376000.000000 378000.000000
Convenções Cartográficas
litoral
ocenano atlantico
rio acarau
afluente rio
Dentre a vasta pesquisa feita para o desenvolvimento deste trabalho, foram destacados cinco
temas, considerados mais relevantes, que permitiram adquirir um bom embasamento teórico sobre a
problemática da área e a metodologia adotada:
Desmatamento do ecossistema manguezal;
A atividade da Carcinicultura;
A contaminação das águas pelos efluentes da Carcinicultura;
A educação ambiental e
A necessidade de criação de uma Área de Proteção Ambiental (APA) como medidas de
preservação e conservação do ambiente.
O Brasil tem uma das maiores extensões de manguezais do mundo. Estes ocorrem ao longo
do litoral Sudeste-Sul brasileiro, margeando estuários, lagunas e enseadas, desde o Cabo Orange no
Amapá até o Município de Laguna, em Santa Catarina. Os mangues abrangem uma superfície total
de mais de 10.000 km², a grande maioria na Costa Norte.
O manguezal é um ecossistema particular, que se estabelece nas regiões tropicais de todo o
globo. Origina-se a partir do encontro das águas doce e salgada, formando a água salobra. Este
ambiente apresenta água com salinidade variável, sendo exclusivo das regiões costeiras.
Os mangues localizam-se em terrenos baixos, junto à costa, sujeito às inundações das marés.
Esses terrenos são, na quase totalidade, constituídos de vasas (lamas) de depósitos recentes.
(GUERRA, 1998).
No Brasil, os mangues são protegidos por legislação federal, devido à importância que
representam para o ambiente marinho. São fundamentais para a procriação e o crescimento dos
filhotes de vários animais, como rota migratória de aves e alimentação de peixes. Além disso,
colaboram para o enriquecimento das águas marinhas com sais nutrientes e matéria orgânica.
No passado, a extensão dos manguezais brasileiros era muito maior: muitos portos,
indústrias, loteamentos e rodovias costeiras foram desenvolvidos em áreas de manguezal,
ocorrendo uma degradação do seu estado natural.
O mangue é alvo da especulação imobiliária, que aterra suas áreas para a construção de
casas, marinas e indústrias. Suas águas são alvo de esgotos domésticos e industriais. E mais
recentemente essas áreas estão sendo ocupadas pela carcinicultura, atividade que está crescendo de
maneira acelerada no nordeste do Brasil. (AMBIENTE BRASIL).
4.2 A carcinicultura
Criar uma APA é de muita importância quando se visa à proteção de ecossistemas de muita
fragilidade e vulnerabilidade, como é o caso do estuário do rio Acaraú.
Na área já existe o Parque Ecológico do Município de Acaraú que juntamente com o a
criação da APA formaria um corredor ecológico de proteção do manguezal, ambiente de maior
interesse de conservação, por encontrar-se parcialmente ou muito degradado.
5– AGRADECIMENTOS
A realização deste trabalho foi possível graças ao apoio de várias pessoas e instituições, em especial
a FUNCAP pelo auxílio financeiro recebido.
XVII Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos 17
Ao Prof° Dr. George Satander Sá Freire pela orientação durante a elaboração deste trabalho.
Ao Curso de Pós-Graduação do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Ceará pelos
conhecimentos adquiridos.
Aos colegas do Laboratório de Geologia Marinha e Aplicada (LGMA) pela amizade e ajuda nos
momentos de dúvidas.
BIBLIOGRAFIA