Es 002

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Dosagem

(formulação) do
concreto
Objetivos da aula

 Apresentar os conceitos fundamentais


utilizados nos procedimentos de
formulação (dosagem) de concretos
 Exemplificar métodos de dosagem
 Demonstrar cálculos de traços
O que é dosagem?

Procedimentos teóricos e/ou experimentais para


se definir uma proporção dos ingredientes:
– cimento
– areia
– brita
– água
– aditivos

Combinação que atenda a demanda do


concreto
Demandas de um concreto

Estado fresco - trabalhável e homogêneo para


mistura, transporte, lançamento, adensamento e
acabamento

Estado endurecido - propriedades no estado


endurecido de acordo com o projeto;

Durabilidade - coerente com a vida útil de projeto e a


classe de agressividade do ambiente

Ecoeficiência - mitigação dos impactos ambientais /


custos
Lei da porosidade no estado
endurecido
O controle da resistência e da durabilidade do concreto é
feito controlando-se a porosidade.
200

Quando se usa
agregado natural de
Resist. Compressão (MPa)

160

boa qualidade, em
120 concretos de resistência
abaixo de 50MPa
80 a porosidade da pasta
de cimento governa a
40
resistência e
durabilidade.
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
Porosidade
Porosidade da pasta

• Água não consumida na hidratação


– Tempo de cura úmida (idade)
– Reatividade do cimento
• Ar aprisionado / ar incorporado
• Vazios de compactação
– Deficiências de reologia para a energia de
compactação disponível
“Lei” de Abrams (1918)

• “dentro do campo dos concretos plásticos, a resistência aos


esforços mecânicos a cada idade, .... varia na relação inversa da
relação água/cimento”
• Vale somente quando o excesso de água for o responsável pela
porosidade

k1
f cj  a/c
k2
fcj = resistência à compressão a j dias
de idade
k1 e k2 = constantes obtidos por
regressão f(idade, materiais,...)
a/c = relação água/cimento
Etapas iniciais de
qualquer dosagem

• Escolher materiais:
- Cimento, agregados, aditivos, adições ...
• Definir os requisitos de desempenho do concreto:
- Aplicação
Comportamento reológico compatível com a técnica de aplicação e granulometria
adequada ao espaçamento da armadura e geometria dos elementos
- Estruturais
fck de desforma (calculista especifica idade inicial)
fck de projeto (usualmente 28 dias)
Eventualmente, módulo de elasticidade a determinada idade (usualmente 7 ou 28 dias)
- Durabilidade
Atender NBR 6118; NBR 12655
Permeabilidade do concreto compatível com agressividade do meio
- Ecoeficiência
Custo e impacto ambiental reduzido
Escolha agregado
graúdo

- Compatibilizar a dimensão
máxima (Dmax) dos agregados
com o espaçamento das
armaduras e a geometria da peça

- Considerar o processo de
concretagem

revista.construcaomercado.com.br

Critérios do American Concrete Institute (ACI)


 Dmax ≤ 1/5 da menor dimensão entre as faces da forma;
 Dmax ≤ 1/3 da espessura das lajes;
 Dmax ≤ 3/4 do espaço livre entre armaduras
Definir requisitos de
desempenho concreto

1. Calcular resistência média de dosagem (fcm,28d), a


partir da resistência característica de projeto (fck,28d) e
do desvio-padrão produção
fcm,28d = fck,28d + 1,65 . Sd

Desvio-padrão da
produção

Constante que depende da


distribuição normal (5%)
Desvio-padrão estimado (Sd)
depende do processo de produção
NBR 12655: 2015
Concreto de cimento Portland — Preparo, controle, recebimento e aceitação — Procedimento

Processo Agregados
de Sd (MPa)
produção Unidade de medida Umidade

A Em Massa Medida 4,0


B Em Volume aparente Medida 5,5
C Em Volume aparente Estimada 7,0
Produção A  classes de concreto admitidas (C10 a C80)
Produção B  classes de concreto admitidas (C10 a C25)
Produção C  classes de concreto admitidas (C10 a C15)
Exercício:
produção de concreto

• Compare as duas situações abaixo para produzir


concretos com fck28=20 MPa
– Situação A
• agregados dosados pela massa e
• com umidade da areia medida a cada hora
– Situação B
• agregados dosados pelo volume aparente
• com umidade da areia estimada

• Qual dos dois cenários exige maior resistência média?

• Porque?
Qual a resistência média?

Situação A (Sd=4 MPa) fcm = fck + 1,65 . sd

Situação B (Sd=5,5 MPa)

fck = fcm = fcm2 =


20 MPa 26,6 MPa 29,1 MPa
Definir requisitos para o
concreto

2. Planejamento de durabilidade

NBR 6118:2014
Projeto de estruturas de concreto — Procedimento
Definir requisitos para o
concreto

2. Planejamento de durabilidade

NBR 12655: 2015


Concreto de cimento Portland — Preparo, controle, recebimento e aceitação — Procedimento
Definir requisitos para o
concreto

2. Planejamento de durabilidade

NBR 12655: 2015


Concreto de cimento Portland — Preparo, controle, recebimento e aceitação — Procedimento
Definir requisitos para o
concreto

3. Comportamento reológico do concreto

propriedadesdoconcreto.blogspot.com
Parâmetros reológicos de
controle

São escassos e geralmente baseados no ensaio de


abatimento do tronco de cone
A especificação e o controle do
concreto é vinculado ao
abatimento

NBR 8953:2015
Concreto para fins estruturais — Classificação pela massa específica, por grupos de resistência e consistência
Exercício

Como minimizar o teor de


água necessário para
garantir o comportamento
reológico desejado?
Resposta

• Dispersão dos finos


– Aditivos
– Energia de mistura
• Projeto da Granulometria
– Finos e Agregados
• Modificar a distribuição granulométrica
• Modificar a forma das partículas
Métodos de dosagem de
concretos

Dosagem não experimental Dosagem experimental


• Estimado pela experiência • Obtidos a partir de estudo
laboratorial
• Foco em simplicidade
• Foco em economia e meio
• Obras de pequeno porte
ambiente
– fck < 20MPa
• Permite obter traços para
– Cimento > 300kg/m³ qualquer resistência na
• Conservador faixa de estudo

• Exemplo - Método • Otimizado


ABCP/ACI • Exemplo – Método
IBRACON
Dosagem experimental de
concretos – método
IBRACON
Escolher, pelo menos, 3 relações cimento:agregados. O alvo deve estar neste intervalo.
(1:m-1,5) (1:m) (1:m+1,5)

Misturar em laboratório o concreto intermediário (1:m), iniciando com baixo teor de


argamassa seca (por exemplo, α=0,40), aumentando em intervalos (por exemplo, Δα=0,02)
até encontrar o ponto ótimo. Este é determinado por observações visuais e manuseio da
massa de concreto. Sempre ajustar o teor de água para obter a trabalhabilidade (abatimento)
especificada.
Uma vez determinado o teor de argamassa ideal, moldar corpos de prova para ensaios em
concreto endurecido.
Misturar os demais concretos, mantendo para estes o mesmo teor de argamassa e
ajustando a água para obter a trabalhabilidade especificada. Moldar corpos de prova para
os ensaios em concreto endurecido.

Nas idades especificadas, determinar as resistências e demais requisitos especificados.


Construir Diagramas de Dosagem, a partir dos parâmetros determinados.

Obter o concreto desejado entrando no Diagrama de Dosagem com a resistência média


requerida e/ou outras propriedades/requisitos especificados.

Fonte: adaptado de Tutikian; Helene (2011)


Procedimento experimental -
Teor de argamassa seca
insuficiente
Procedimento experimental -
Teor de argamassa seca ideal

Argamassa
seca

Materiais
secos
Determinação experimental
(Lei de Abrams - regressão por
mínimos quadrados)

55
compressão do concreto (MPa)

50

45
Resistência à

40
k1
Experimental result

35 f cj 
Regression
a/c
k2
30

25

20
0,35 0,45 0,55 0,65

Relação água/cimento do concreto (kg/kg)


Traço de Concreto – fixação cálculos
finais de um estudo de dosagem

Relação, em massa ou em volume, entre o cimento, agregados


e água:

– Traço (proporção)
– cimento: areia: brita: água

Traço unitário (para 1 unidade de massa de cimento)

cimento areia brita água


: : :
cimento cimento cimento cimeno
– 1: a: p: a/c
– m=a+p (agregados)
Traço para 1 m³ de Concreto


C
1 m  a / c
C Consumo efetivo de cimento, expresso em kg/m3
 densidade de massa específica do concreto, em kg/m3.
1 massa de cimento, a partir do traço unitário em massa (kg/kg)
m massa de agregados (areia e brita), a partir do traço unitário em massa (kg/kg)
a/c relação água/cimento, em kg/kg
Traço para 1 m³ de Concreto

C : Ca : Cp : Cágua
C (consumo de cimento) = C x 1

Ca (consumo de areia) = C x a

Cp (consumo de brita) = C x p

Cágua (consumo de água) =C x a/c


Diagrama de Dosagem
Experimental

fcm Lei de Abrams


(MPa)

k1
fc = --------- fcj
k2 dias
28
a/c

28 dias
7 dias
C
a/c
(kg/m3)

Lei de Molinari
1000
C = ------------------
(k5 + k6.m)
Slump 140 mm
Slump 80 mm
fc = resistência (MPa)
m
(kg/kg)
m = k3.a/c + k4 Lei de Lyse
a/c = massa de água / cimento (kg/kg)
m = massa de agregados / cimento (kg/kg)
C = consumo de cimento (kg/m3)
Diagrama de Dosagem
Experimental

especificado
fcm Lei de Abrams
(MPa)
resultado k1
fc = --------- fcj
k2 dias
28
a/c

28 dias
7 dias
C
a/c
(kg/m3)

1000
C = ------------------
(k5 + k6.m)
Slump 140 mm
Slump 80 mm
m
fc = resistência (MPa) (kg/kg) m = k3.a/c + k4
a/c = massa de água / cimento (kg/kg)
m = massa de agregados / cimento (kg/kg)
C = consumo de cimento (kg/m3)
Diagrama de Dosagem
Experimental

especificado
fcm Lei de Abrams
(MPa)
resultado k1
fc = ---------
k2 dias
28
a/c

28 dias
7 dias fcj
C
a/c
(kg/m3)

1000
C = ------------------
(k5 + k6.m)
Slump 140 mm
Slump 80 mm
m
fc = resistência (MPa) (kg/kg) m = k3.a/c + k4
a/c = massa de água / cimento (kg/kg)
m = massa de agregados / cimento (kg/kg)
C = consumo de cimento (kg/m3)
Exercício

Calcular
– Traço unitário em massa
– Traço para 1 m³ de concreto

Dados
– Cimento = 11 kg
– Areia = 13,75 kg
– Brita = 24,75 kg
– Água = 5 kg
– δconcreto=2.381 kg/m³
Resposta
Traço Unitário
11/11 : 13,75/11 : 24,75/11 : 5/11
 1 : 1,25 : 2,25 : 0,45

Traço para 1 m³ de concreto

C = [(2381 / (1+3,5+0,45)] = 481 kg/m³


Ca = C x a = 481 x 1,25 = 601 kg/m³ 
C
Cp = C x p = 481 x 2,25 = 1.082 kg/m³ 1 m  a / c
Cágua = C x a/c = 481 x 0,45 = 216 kg/m³
Traço misto para 1 m³ de concreto

• Cimento é dosado em massa (saco de 50 kg)


• Agregado é dosado em volume aparente (padiola)
• Água em baldes (18 litros)

www.forumdaconstrucao.com.br
Exercício

• Calcular o traço misto • Densidade Aparente


– Cimento = 481 kg/m³ – DA areia = 1,50 kg/l
– Areia = 601 kg/m³ – DA brita = 1,60 kg/l
– Brita = 1.082 kg/m³

VRc – volume recipiente

VA – volume agregado

VV – volume de vazios
Resposta

• Cimento = 481/50 = 9,6 sacos

• Areia = 601 kg / 1,50 [kg/l] = 401 litros


– Padiolas = 401 litros / 35 litros = 11,5 padiolas

• Brita = 1.082 kg / 1,60 [kg/l] = 676 litros


– Padiolas = 676 litros/ 35 litros = 19,3 padiolas

• Água = 216 kg / 1 [kg/l] = 216 litros


– Baldes = 216 litros / 18 litros = 12 baldes
Método dos mínimos
quadrados aplicados a
dosagem de concretos
Regressão linear simples

• Considerando um conjunto de pontos de coordenadas


(x,y) que descrevem uma tendência linear
40

35

30

25
Erros ou Desvios
da previsão y = a.x + b
20

15

10
0,30 0,40 0,50 0,60 0,70
Método dos mínimos
quadrados

• Para obter os coeficientes a e b da equação da reta de


regressão que representa um fenômeno linear, deve-se
calcular:
Método dos mínimos
quadrados

• Para obter os coeficientes a e b da equação da reta de


regressão que representa um fenômeno linear, deve-se
calcular:
Lei de Abrams

• A resistência à compressão de um concreto


correlaciona-se com a relação água/cimento (a/c)
através de uma curva do tipo:

• Linearizando-se a equação de Abrams, através de


logaritmos, temos:

y a x b
Lei de Abrams

• Para obter-se a equação de Abrams particular faz-se uma


regressão linear entre log fc e a/c obtendo-se a e b como
coeficientes da reta. Se:

• Com os valores dos coeficientes k1 e k2 tem-se a


equação de Abrams. Para se encontrar o valor da relação
a/c necessária para uma resistência especificada faz-se:
Exercício

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