Man. Laudo - Antonio Claudinei de Lima X Bosch Rexroth LTDA

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IVAN BOTEGA ADVOCACIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DA JUSTIÇA DO


TRABALHO DE TIMBÓ – SANTA CATARINA.

ANTONIO CLAUDINEI DE LIMA, já devidamente


qualificado e identificado nos autos da Reclamação Trabalhista que promove em face da
BOSCH REXROTH LTDA, perante esta R. Vara, feito n.º 0000270-67.2024.5.12.0052,
via de seu procurador e advogado que esta subscreve, para manifestar-se acerca do Laudo
pericial:

DAS ATIVIDADES IN LOCI:

A própria reclamada alegou o seguinte:

Ora!

Como montador de válvulas o reclamante tinha contato


diretamente com graxa e óleo.

Sendo que, o mesmo lavava as próprias peças e ferramentas


que usava, ou seja, tinha contato com produtos químicos na MONTAGEM.

Ainda, tal argumento é fato que a reclamada entregou ao


reclamante alguns cremes de proteção.

DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE/AGENTES
QUÍMICOS:

O perito concluiu que:

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Rua Dionysia Campos Gonçalves, 317, Centro, CEP: 14860-000, Barrinha/SP.
Fone: (16) 2136-4340 / Whatsapp: (16) 99241-4898
E-mail: ivanbotega@adv.oabsp.br
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Porém, tal conclusão não merece prosperar!

O reclamante fazia a montagem, ou seja, tinha contato


direto com produtos químicos.

A própria reclamada entregava esporadicamente creme de


proteção ao reclamante para TENTAR neutralizar o contato com agentes químicos.

Se o autor não tinha contato com agentes químicos porque


a reclamada efetuava a entrega de creme proteção ao reclamante?

Assim, conforme artigo 466 do Código de Processo Civil,


necessário que o I. Perito analise as fichas de EPI´s juntadas aos autos para concluir pelos
pedidos, senão vejamos:

Art. 466 – O perito cumprirá escrupulosamente o encargo


que lhe foi cometido, independente de termo de
compromisso.

A NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
INDIVIDUAL – EPI, traz as seguintes regras a serem seguidas:

6.6 Responsabilidades do empregador.


6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI :

a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade;


b) exigir seu uso;
c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em
matéria de segurança e saúde no trabalho;
d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação;
e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado;
f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e,
g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada.
h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas
ou sistema eletrônico.

Assim, o reclamante impugna o laudo pericial no


tocante a insalubridade decorrente a agentes químicos.

Diante dos fatos apresentados, necessário que o I. Perito


responda aos quesitos ora apresentados:
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QUESITOS:

• O reclamante fazia a montagem de válvulas?

• Para a montagem das válvulas necessitava o


reclamante de usar graxa ou óleo?

• As ferramentas sujas que o reclamante utilizava


para realizar as montagens das válvulas estavam sujas de que?

• Qual o tempo de eficácia de 1 creme de proteção


entregado pela reclamada?

• A reclamada entregou creme de proteção contra


agentes químicos ao autor com base nas fichas de EPI’s?

• Quais ferramentas o autor utilizava para


montagem?

• Qual motivo da reclamada entregar creme de


proteção ao autor?

DOS HONORÁRIOS PERICIAIS:

De proêmio, importante ressaltar que o acesso ao poder


judiciário deve ser facilitado, conforme determina o princípio constitucional instituído
pelo inciso XXXV do Artigo 5º da Carta Magna, em especial aos empregados, eis que
figuram como parte hipossuficiente na relação contratual, desta forma, deve ser levado
em consideração a situação de vulnerabilidade econômica em que se encontram, de modo
que, o acesso ao judiciário não pode ser, de forma alguma, demasiadamente onerosa ao
trabalhador.

Deste modo, verifica-se que a imposição ao pagamento dos


honorários periciais, traz consigo ônus demasiado a parte hipossuficiente da relação,
violando os princípios protetivos do direito do trabalho. Nessa ordem de ideias, o art. 5º,
LXXIV, da Constituição Federal, prevê a gratuidade integral da assistência estatal ao
hipossuficiente, de modo que não deve prevalecer exigência no pagamento dos honorários
periciais, logo, o reclamante fica dispensado de arcar com as despesas da perícia caso seja
sucumbente, observando-se que se integra ao avanço social, nos termos do princípio da
proteção evolutiva e sem retrocessos, consagrada no caput do art. 7º da CF, a
comprovação do estado de insuficiência de recursos por simples declaração documentada,
na forma da lei 7.115/1983.

Ainda, importante ressaltar que o reclamante comprovou o


estado de insuficiência de recursos através da declaração de hipossuficiência anexada aos
autos. Diante disso, resta prejudicada eventual condenação do autor no pagamento dos
honorários periciais decorrentes da não constatação de condições insalubres. Não
obstante aos fundamentos acima, o Procurador Geral da República ajuizou perante o
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Supremo Tribunal Federal a Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 5766, contra
dispositivos da reforma trabalhista, que impõem restrições inconstitucionais à garantia de
gratuidade judiciária aos que comprovem insuficiência de recursos, na Justiça do
Trabalho, a qual decisão proferida na ADI n° 5.766, os honorários periciais serão pagos
pela parte sucumbente, mas, se a parte for beneficiária da justiça gratuita, tais despesas
serão suportadas pela União.

Assim, caso o reclamante for sucumbente em honorários


periciais requer que sejam acolhidos seus argumentos, concedendo o benefício da justiça
gratuita ao autor e acatados os justos motivos expostos para não o condenar ao pagamento
dos honorários periciais, devendo ser suportadas pela União, possibilitando dessa forma,
o acesso à justiça.

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Sertãozinho/SP, 23 de outubro de 2024.

Ivan Inácio Botega


OAB/SP n. 323.719

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