Capà - Tulo 7 - Filosofia Medieval

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Contexto histórico!

Após a queda do Império Romano, a Filosofia adquiriu novas características diante


um mundo política e socialmente fragmentado;

A Filosofia começou a ser realizada em centros religiosos, como mosteiros e


catedrais, e posteriormente em universidades.

Podemos classificar esse período em:

• Patrística (Era Cristã e Alta Idade


Média);
• Destaque para o pensador Agostinho de
Hipona*;
• Escolástica (início das universidades);
• Destaque para o pensador Tomás de
Aquino*.

Um traço marcante em toda a Filosofia Medieval, é sua intenção constante de


compatibilizar (conciliar e harmonizar) as realizações intelectuais da cultura greco-romana
com as verdades reveladas da cultura judaico-cristã.
Patrística
Período iniciado de forma contemporânea com o fim do Período Helenístico, os
filósofos eram teólogos ou pensadores do cristianismo nascente;

Era preciso não apenas garantir a própria existência, já que os cristãos foram alvo de
perseguições diversas nos primeiros séculos, mas também marcar posição frente a
tantas influências e definir quais seriam os fundamentos dessa fé;

Período marcado pelas


tentativas de conciliação
entre as diversas culturas,
exceto com o paganismo;

Houve um esforço no sentido


de entender em que medida
o cristianismo seria herdeiro
do judaísmo.
Santo Agostinho
Não há uma linha divisória clara entre seus escritos sobre Filosofia e Teologia,
desta forma, não uma relação antagônica, mas sim complementar entre a fé e a
razão;

Entendia-se que a revelação cristã seria a coroação dos sistemas desenvolvidos


pelos filósofos gregos, dando a eles o complemento que lhes faltava e que pôde ser
conhecido apenas após a encarnação de Cristo, ou seja, a questão metafísica;

Agostinho foi o responsável por efetuar pela primeira vez a reunião da tradição
grega, por meio da filosofia de Platão, com o pensamento cristão.

Ideia do corpo associada ao pecado, mortificá-lo


para purificar a alma:

• O Bem – Deus, o Céu, a Salvação e a Alma;

• O Mal – diabo, o inferno, o pecado e o corpo.


... ainda sobre Santo Agostinho
A Teoria da Iluminação (teoria contraponto da reminiscência de Platão) era o meio
necessário para alcançarmos o conhecimento verdadeiro. Ou seja, a fé era
primordial para iluminar a razão.

Se o Deus cristão é concebido como onisciente, onipresente e bom,


por que então o mal existe?

Será que Deus permite ou quer o mal?


Agostinho coloca uma distinção entre os dois tipos de males: O mal moral (sobre as
escolhas humanas) e O mal não moral (ocorre independente de qualquer coisa);

O mal portanto, não existe e não foi criado por Deus. O mal é, na verdade, fruto da
nossa perspectiva;

Agostinho ainda diferenciava Livre-arbítrio de Liberdade:

• Livre-arbítrio – é a capacidade de eleição entre duas ou mais possibilidades;


• Liberdade – é a escolha do bem, também chamada de boa vontade.
Escolástica
Período em que a Filosofia era elaborada nas escolas, cujo objetivo era didático;

O grande auge da Filosofia Escolástica foi a redescoberta da filosofia aristotélica e o


surgimento das universidades. Ou seja, tudo se passa entre os séculos XI e XIII;

A maior parte das obras de Aristóteles estavam esquecidas no Ocidente, porém


foram recuperadas e traduzidas pelos árabes. Deste modo, Aristóteles chega de
forma completa durante o período Medieval;

No entanto, como Aristóteles era


pagão e sua visão não contemplava
um Deus, seria necessário a
cristianização do pensador da
mesma forma que foi feita com
Platão durante o período Patrístico.
... como curiosidade do período Escolástico,
O surgimento das universidades representou um salto no desenvolvimento de
diversos estabelecimentos de ensino e um significativo avanço cultural;

Surgiram as universidades associadas aos centros religiosos (mosteiros e catedrais);

Os estudos iniciavam aos 15 anos de idade pelas chamadas “Artes Liberais” através
do Trivium (linguagem, retórica, gramática e lógica) e Quadrivium (aritmética,
geometria e astronomia);

Após 6 anos, o estudante podia prosseguir os estudos para uma das três áreas de
especialização (Medicina, Direito e Teologia).
Vale a reflexão!
A Filosofia Medieval não se resumiu somente aos pensadores cristãos, alguns dos maiores
nomes do período eram islâmicos (Avicena e Averróis) e judeus (Maimônides);

Mulheres também fizeram parte deste período, como a alemã Hildegarda de Bingen, as
francesas Heloísa de Argenteuil e Christine de Pizan que, por sua vez, foi a primeira mulher a
estabelecer uma carreira como escritora com guias de moralidade e obras em defesa das
mulheres.
Tomás de Aquino
Seu estilo de pensamento era baseado em disputa, ou seja, debates organizados que se
davam sob uma estrutura específica;

Sua principal obra foi a Suma Teológica (escrita entre 1265 e 1273). Tratava-se de um resumo
sobre Teologia;

Suas teses foram relacionadas entre a razão e a fé gerando reações problemáticas por parte
dos pensadores da época.

“A razão não contradizia a fé, mas era autônoma em relação a


Tomás de Aquino
ela. Ou seja, a razão tem um funcionamento próprio e pode trazer (1225-1274)
uma compreensão aprofundada daquilo que a fé aponta.”

Para Tomás, existem 3 tipos de conhecimento:

1. Existem verdades que alcançamos pela razão e pela experiência sensível, sem que seja
preciso auxílio divino;
2. Há verdades que somos capazes de alcançar pela razão, mas que Deus também manifesta
a nós pela sua revelação;
3. Há verdades que só conhecemos pela revelação divina.
... ainda sobre Tomás de Aquino

Tomás acreditava que era possível provar a existência de Deus de modo


exclusivamente racional;

Para isso, Tomás desenvolve uma retórica baseada em Aristóteles chamada de O


Argumento da Causa Primeira:

“Se olharmos para o mundo e nos perguntarmos por


que as coisas que vemos existem, concluiremos que
existem porque foram causadas por outras coisas.
Acontece que essa causa eficiente também é causada Tomás de Aquino
(1225-1274)
por alguma coisa, e assim por diante. É preciso que
exista uma primeira causa que não foi causada por
nada, mas que causa toda a série.”

O que ele quis dizer?


Tomas de Aquino e as 5 Vias
O argumento da causa primeira (eficiente) é só um dos cinco argumentos
elaborados por Tomás para provar racionalmente a existência de Deus, que ficaram
conhecidas como “As Cinco Vias”:

• O argumento da Mudança;
• O argumento da Possibilidade e da Necessidade;
• O argumento dos Graus de Bondade;
• O argumento da Orientação da Natureza;
• O argumento da Causa Primeira.

Todos estes argumentos têm uma característica em comum: são a posteriori, pois
se baseiam na observação do mundo para extrair conclusões sobre Deus. Ou seja, é
a partir do fato da criação, que experimentamos pelos sentidos, que podemos
provar a existência de Deus a priori, ou seja, independente da nossa experiência de
mundo.

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