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Violão na prática e na teoria

Prof: William Santos


Conhecendo o instrumento 1

Partes do violão:

Existem violões acústicos que são violões que não tem captação e pré-
amplificador em sua estrutura, ou seja, são os mais comuns a serem encontrados.
Violões eletroacústico, são instrumentos que tem captador e pré-amplificador
em sua estrutura, permitindo que o musico possa plugar e amplificar o som de
seu violão com o auxílio de um cabo p10.
Afinando o seu violão 2

Para afinar seu instrumento você precisa antes de qualquer coisa


conhecer as notas musicais e as notas de cada uma das cordas.
No caso do violão, contamos as cordas debaixo para cima, seguindo está
ordem:

1- MI (E)
2- SI (B)
3- SOL (G)
4- RÉ (D)
5- LÁ (A)
6- MI (E)

Observe na imagem abaixo:

Logo depois de saber disso, agora vamos partir para o afinador, que é a
ferramenta que vamos usar para afinar o nosso instrumento.
Existem diversos tipos, mas basicamente todos funcionam da mesma
forma. Sendo assim vamos visualizar e entender como esta ferramenta
funciona.
Afinando seu violão, continuação 3

Afinador digital:

No afinador digital é possível você ver a nota que você está tocando no
seu instrumento por meio de um pequeno display, neste mesmo display
tem algumas informações pertinentes para que possamos afinar o nosso
instrumento. Observe que acima da nota musical existe alguns
ponteiros, estes ponteiros vão indicar se a sua nota está na afinação
exata ou não, ele vai dizer se você precisa apertar ou folgar a corda do
seu instrumento. Caso este ponteiro esteja para esquerda, você tem que
apertar a corda, caso esteja para direita, você tem que folgar, você deve
fazer isso até encontrar a nota exata que representa a corda qual você
quer afinar, encontrando a nota, aperte ou folgue (na medida que for
necessário) para que o ponteiro esteja no centro, na maioria dos
afinadores, quando isso acontece, a nota musical fica verde, indicando
que está afinada.
É muito importante que você preste atenção em qual nota está
aparecendo no visor do afinador, para afinar a corda corretamente na
sua nota de origem e para você não acabar perdendo sua corda,
estourando-a caso aperte demais.
4

Leitura musical

Da mesma forma que aprendemos a ler e escrever algum texto teremos que fazer
com a música, ela necessita ser entendida, e para isso necessita fazer uma leitura
de suas nomenclaturas e entender o que cada uma delas significa.
C= Dó #= Sustenido
D= Ré b= Bemol
E= Mi °= Diminuto
F= Fá m= Menor
G= Sol /= Com baixo
A= Lá
B= Si

Essas são as nomenclaturas básicas e mais encontras nas cifras e partituras, porém
não são as únicas, existem diversos símbolos diferentes e cada um com uma
função, como acordes com sétima “A7” acordes com nona “C9” e muitos outros...
Existe 12 notas musicais e todas elas estão sujeitas a sofrerem alterações em uma
escala ou em alguma composição harmônica.
São elas: C, C#, D, D#, E, F, F#, G, G#, A, A#,B
Se você perceber, somente o “E” e o “B” não tem sustenido, mas isso só existe na
“forma prática” na sua composição material, mas na parte teórica dependendo
tonalidade que você esteja tocando você pode se deparar com alguma “nota
substituída” e ela pode se chamar “Mi sustenido” ou “Si sustenido”.
Obs: um conjunto de notas trabalhando juntas é chamado de “acorde” e ela
sozinha é chamada de “nota”.
Acordes básicos 5

Acordes maiores e menores

Os acordes sustenidos funcionam da mesma forma basta transpor um por um, ou


seja, de um natural para um sustenido se deve subir meio tom.
Exemplo 1: “C” meio tom acima ele se torna “C#” e assim sucessivamente.
Ou seja, se você partir de um acorde maior, por exemplo “D” que é formado pelas
notas “D, F#, A” para o Ré sustenido, você deve subir meio tom em todas as notas
que compõem o acorde.
Exemplo 2: D, F#, A = Ré maior (agora meio tom acima) D#, G, A# = Ré sustenido
maior.
Observe que eu subi meio tom em todas as notas que formavam o acorde de “Ré
maior” e ele se tornou “Ré sustenido maior”, este mesmo calculo pode ser feito
em todos os acordes naturais, sejam eles maiores ou menores, basta especificar
seu ponte de partida, um acorde maior ou um acorde menor, e
consequentemente você terá um acorde sustenido, seja ele maior ou menor, vai
depender de onde você está partindo. Este é um ótimo exercício para treinar as
formas dos acordes.
Campo Harmônico 6

Quando falamos em campo harmônico a primeira coisa que vem em nossa mente
são varias notas embaralhadas sem sentido algum, mas temos que entender que
quando falamos deste assunto nós estamos falando de organização de notas e
escalas musicais. Esqueça este tabu de que “o campo harmônico vai lhe ajudar a
tocar todas as músicas existentes e a tocar de ouvido” o campo harmônico não
passa de organização de notas, ele é somente isso! Todas as notas da escala
naturais maiores e menores organizadas em seus devidos lugares. O campo
harmônico por si só não tem funcionalidade alguma a não ser lhe dizer onde cada
nota se encontra em suas tonalidades, pois para este mecanismo se tornar algo
funcional ele precisa do auxílio de um outro “camarada” chamado intervalos
musicais, que vamos ver um pouco mais a frente.

Campo Harmônico maior


1 2 3 4 5 6 7
C D E F G A B
D E F# G A B C#
E F# G# A B C# D# CAMPO HARMÔNICO OU ESCALAS NATURAIS
F G A Bb C D E
G A B C D E F#
A B C# D E F# G#
B C# D# E F# G# A#

Para descobrir a ordem do campo harmônico menor basta você achar o 6º grau da
escala (isso se aplica em todas as tonalidades maiores) e usar ele como seu ponto
de partida, sua nota inicial.
Neste caso a primeira nota, também chamada de tônica por ser a nota que
determina a tonalidade passa a ser o seu 6º grau menor, também conhecida como
“Nota relativa”, ou seja, semelhante. Se você observar a nota tonal como um
acorde
Campo Harmônico Continuação 7

E o seu sexto grau também como um acorde você vai ver que elas se parecem em
sua composição.
Exemplo 1: C, E, G = Dó maior / A, C, E = Lá menor (sexto grau de dó)
observe que em ambos os acordes encontramos as notas “C” e “E”, isso que faz
com que eles se pareçam tanto.
(Lembrando que isso se aplica em todas as tonalidades maiores)

Agora veja como a escala de dó maior fica após a sua transição para sua nota
relativa (Am)

Exemplo 2: C, D, E, F, G, A, B Menor: A, B, C, D, E, F, G

1 2 3 4 5 6 7
Veja que as notas são a mesma, sem alteração alguma m suas composições, porém
organizadas em ordem diferente, uma “ordem menor” iniciada no sexto grau de dó
que é lá menor. E como está sendo iniciado no sexto grau menor, ele passa a ser a
nota dominante, a tonal, e assim a tonalidade fica menor.
Então sempre quando perguntarem qual é a nota relativa de tal tonalidade, basta
você saber quem é o seu sexto grau, sua sexta nota e assim você saberá quem. Da
mesma forma quando uma música iniciar em um tom menor, basta você saber de
onde esse tom menor derivou (de uma tonalidade maior) e você saberá quais
notas compõem sua escala musical.
Lembre-se, uma tonalidade menor sempre deriva de uma tonalidade maior, ou
seja, ele sempre vai ser o 6º menor de alguma tonalidade maior, sabendo isto você
saberá todas as notas que compõem a escala menor deste tom menor.
Intervalos musicais 8

Agora vamos colocar bateria em nosso brinquedinho chamado campo harmônico!


Os intervalos musicais são como a bateria que faz com que o campo harmônico
funcione, ou seja, é com ele que vamos entender como tudo funciona, como as
notas recebem características de notas maiores e menores, e porque algumas delas
são substituídas por notas bemol e sustenido.
Primeiramente temos que pensar nas notas como números e que cada um desses
números tem uma característica específica para o local onde o mesmo se encontra
M m m M M m o
1 2 3 4 5 6 7…
T T ST T T T ST...
M = Maior
m = Menor
o = Diminuto
T = Tom
ST = Semi Tom
Os números representam as notas musicais, as letras “M”, “m” e “o” as
características das notas quando se encontram naqueles graus, e as letras “T” e
“ST” representa a distância das notas, se é a distância de um tom (T) ou de semi
tom (ST). Quando pegamos este padrão e aplicamos ele em qualquer nota que seja,
ele sempre vai lhe dar o campo harmônico exato desta nota.
Devemos memorizar este padrão pois é ele quem vai auxiliar quando estivermos
tocando uma música, quando quisermos descobrir em qual campo harmônico
estamos tocando, ou a quem pertence aquela sequência harmônica, quais acordes
e notas usar, mudar uma música de tom etc... É ele quem vai fazer tudo isso.
Pegue este padrão e aplique em alguma nota e você vera que ele vai lhe dar as
notas exatas do campo harmônico
Intervalos Musicais Continuação 9

Exemplo 1: iniciando em “C” como meu primeiro grau maior, eu começo a fazer a
contagem da distância das notas: C um tom acima D mais um tom acima E meio
tom acima F um tom acima G outro tom acima A mais um tom acima B mais meio
tom acima C e assim sucessivamente...
Então ficou: C, D, E, F, G, A, B, C... Usando o padrão de intervalos que que acabamos
de ver. E isso se repete em qualquer tonalidade, seja ela natural ou sustenido.
Quando trabalhamos com escalas musicais, pensamos nelas como graus (números)
e respectivamente nas suas características, primeiro grau maior, terceiro grau
menor, sétimo grau de diminuto... Assim sabemos exatamente o que fazer encima
daquela nota musical. O que temos que entender é que cada grau tem sua
característica específica e não sofre alteração, somente as notas que mudam de
posições quando alteramos o tom, o que quero dizer é que é muito mais fácil (e
correto) memorizar o padrão de intervalos com suas características e distância de
notas, do que memorizar cada campo harmônico, nota por nota. Claro que você
deve saber quais são todas as notas nos mais diversos tons, porém é muito mais
fácil fazer isso usando o padrão de intervalos, pois ele é uma composição única que
se aplica em todas as notas, e por ser algo tão importante é essencial que você o
tenha memorizado, pois se acontecer de esquecer as notas que compõem algum
campo harmônico, basta lembra dos padrão de intervalos, digitar ele no seu
instrumento, e facilmente você saberá todas as notas existentes naquele tom.
Vamos praticar um pouco?
Pratique essas sequências em todos os tons e veja como os acordes se alteram, mas
os intervalos ainda são os mesmos.
Exemplo 1: 1,2,5 = No tom de Dó ficaria “C, Dm, G” / no tom de ré “D,Em,A”
1,4,5 6,4,1,5
1,5,4 6,2,5,1
1,5,6,4 4,5,6,3
1,5,6,5,4,5 6,5,4
1,3,4,5
1,6,4,5
Modos Gregos 10

Modos gregos é a chave para o improviso, todo músico precisa saber e dominar de
forma consciente ou inconsciente este assunto tão importante. Os modos te
possibilitam de poder fazer um arranjo ou improviso mais trabalho e bem pensado,
trazendo um sentido as notas, fazendo com que elas se encaixem de forma que isso
abra outros leques na música e trazendo enriquecimento a sua ideia.
Cada modo tem um nome específico e uma função dominante, são eles:
Jônio: T - T - st - T - T - T – st (corresponde ao 1º grau)
Dório: T - st - T - T - T - st - T (corresponde ao 2º grau)
Frígio: st - T - T - T - st - T -T (corresponde ao 3º grau)
Lídio: T - T - T - st - T - T - st (corresponde ao 4º grau)
Mixolidio: T - T - st - T - T - st - T (corresponde ao 5º grau)
Eólio: T - st - T - T - st - T - T (corresponde ao 6º grau)
Lócrio: st - T - T - st - T – T- T (corresponde ao 7º grau)
Se você pegar por exemplo a escala de “Dó” (C) e aplicar modo por modo seguindo os
intervalos propostos, você poderá observar que a única diferença de uma para o outro é
sua nota de partida, ou seja, as notas e os intervalos compõem o campo harmônico que
você está utilizando, mas na medida que muda de um modo para o outro você só altera
sua nota inicial, no caso de “C”, partindo da fundamental que é o próprio “Dó” você
estará fazendo o modo JÔNIO, permanecendo no campo harmônico de “Dó” mas
partindo de sua segunda nota que é o “Ré menor” (Dm) você estará fazendo o modo de
DÓRIO, e assim por diante... Ou seja, cada modo corresponde a um intervalo da escala,
Jônio ao 1º grau, Dório ao 2º grau, Frígio ao 3º grau, Lídio ao 4º grau, Mixolidio ao 5º
grau, Eólio ao 6º grau e Lócrio ao 7º grau do campo harmônico maior.
(sabendo que se estamos falando de uma dominante menor, ou seja, um campo
harmônico menor, ele sempre vai corresponder ao sexto grau de uma nota maior,
como por exemplo, “Bm” derivou do campo harmônico de “D” por ser o 6º grau
relativo, ou seja, vou aplicar o modo correspondente aquela nota no campo
harmônico maior, neste caso o modo de 6º grau que é o modo Eólio, porque uma nota
dominante menor sempre deriva de uma nota maior, sempre vai ser o sexto grau de
alguma nota maior, a nota relativa de alguma outra nota maior, sempre desta forma).
Modos gregos continuação 11

Como já foi dito, os modos gregos é a inicialização para um bom improviso, para gerar
sentido a seus arranjos e etc... e agora que já conhecemos os modos gregos temos que
saber aplica-los, o que não é difícil, sabemos que os modos abrem muitas
possibilidades, nos trazendo novas ideias a cada aplicação diferente, e isso só mostra o
quanto este recurso é vasto e valido para nossa melhoria musical. Basicamente, os
modos se aplicam mediante aos acordes correspondentes, se estamos no tom de “Dó”
mas estamos utilizando o acorde de “Sol” neste momento, significa que estamos no 5º
grau da escala de “Dó”, o que corresponde ao modo Mixolidio, da mesma forma que se
tivéssemos na fundamental, na nossa tonal, ela ira corresponder ao modo Jônio por ser
nosso primeiro modo grego e por estarmos tocando nosso primeiro grau da escala, e
assim por diante.
E a partir disso você pode começar sua improvisação, sentindo todas as sonoridades
que estes modos trazem, percebendo suas diferenças e características, com isso você
começa a criar ideias e caminhos pelos quais você irá trabalhar sempre que tocar
alguma música ou sequência harmônica que se assemelha com o que você está
costumado a tocar e ouvir, ou seja, você começa a criar uma identidade musical por
meio disso!
Como improvisar???
As dicas mais valiosas que posso te passar é:
* Comece a criar fraseados com sentido de resolução (que tenha uma ideia inicial e uma
conclusão) para que você possa aplicar esses shapes quando estiver tocando e perceber
uma oportunidade.
* Identifique e fique por dentro de todos os acordes que compõem a música pela qual
você pretende improvisar, pois com essa informação você saberá quais intervalos
musicais estará tocando e quais modos usar.
* Utilize os modos em fragmentos, não se prenda a um único modo para fazer toda sua
improvisação, utilize ele em fragmentos, de preferência acompanhando os acordes que
estão sendo tocados na sequencia harmônica, para seu improviso fazer mais sentido e
você começar a criar um mapa mental de como utilizar os modos.
* Utilize repetições e na medida que for repetindo mude uma, duas, três notas, para
que suas repetições chamem atenção do ouvinte e passem um ar de “maturidade
musical” para quem está ouvindo, isso é algo muito importante e você pode observar
isso nos solos preferidos das bandas que você tanto curte.
Formação de acordes 12

Quando falamos em formação de acordes falamos na essência de um acorde


musical, ou seja, é tudo que você precisa para saber montar qualquer tipo de
acorde existente! Existe 3 passos que devemos seguir, primeiro temos que
entender como ele é formado, segundo, como ele funciona e terceiro como será
sua aplicação.
Este assunto é bem extenso, pois temos que compreender as características dos
acordes, pois existem acordes tríades (formados por 3 notas) e acordes tétrades
(formados por 4 notas)
Normalmente as tríades são formadas por tônica, terça e quinta (1,3,5)
Já as tétrades são formadas por tônica, terça, quinta e oitava (1,3,5,8)
(a terça e a quinta sofrem alterações na medida que vamos alterando os acordes,
e o oitavo grau pode ser descartado ou substituído por alguma outra nota pois ele
é a sua nota dominante, porém uma oitava acima)
Exemplo 1: Acorde de ré maior D,F#,A,D (Tétrade)
Exemplo 2: Acorde de ré maior D,F#,A (tríade)
Observe que é o mesmo acorde, só que um deles tem a nota “D” duas vezes em sua
composição, ou seja, tônica e oitava, dominante e oitava.
Composição dos acordes maiores:
1,3,5 ou 1,3,5,8
Composição dos acordes menores:
1,3,5 ou 1,3,5,8 (a terça do acorde maior precisa descer meio tom para ele se
tornar um acorde menor)
Composição dos acordes diminutos:
1,3,5 ou ,1,3,5,8 (a terça e a quinta precisam descer meio tom para ele se tornar
um acorde diminuto e a oitava pode ser descartada)
Composição dos acordes meio diminuto:
1,3,5 ou 1,3,5,8 (partindo de um acorde maior, somente a quinta desce meio tom
para ele se tornar um acorde meio diminuto)
Formação de acordes continuação 13

Composição dos acordes aumentados:


1,3,5 ou 1,3,5,8 (o quinto grau precisa subir meio para se tornar uma quinta
aumentada e poder formar um acorde aumentado)
Composição de acordes com baixo:
1,3,5 ou 1,3,5,8 (porém o acorde sofre uma inversão em suas notas, tendo a terça
ou quinta em destaque como uma nota mais grave que as demais, fazendo o
baixo do acorde) sendo assim a sua composição pode ficar como 3,5,1 ou 5,1,3
repare que os intervalos são os mesmos mas em ordens diferentes, tendo o seu
terceiro ou quinto grau em destaque, como a nota mais grava do acorde, dando
uma sonoridade de inversão de acorde.

Existem vários tipos diferentes de acordes, neste caso tratamos dos mais comuns e
usuais cientes de que existem diversos acordes com sonoridades específicas e
funções específicas.
E quando falamos de formação de acordes nós também falamos sobre inversão de
acordes, que é nada mais nada menos do que você ter um acorde qualquer e
inverter a ordem de suas notas sem alterar nenhuma delas.
Exemplo 1: Acorde de mi maior E,G#,B = E agora vamos a primeira inversão de mi
maior que seria G#,B,E e a sua segunda inversão seria B,E,G# (observe que são as
mesmas notas mas em ordens diferentes, ou seja, estão formando o mesmo acorde
mas com a ordem das notas diferente) detalhe, nenhuma nota foi alterada,
somente a sua ordem.
Usamos a inversão de acordes para facilitar na hora que estamos tocando algo,
para evitar que que o musico fique se movimentando muito no seu instrumento
sem necessidade alguma.
É essencial que todo musico saiba inverter os acordes, pois isso pode dar um brilho
diferenciado em seu som, lhe deixando mais ágil no seu instrumento e agregando o
seu conhecimento musical.
(Isto pode ser aplicado em qualquer acorde)
Aproximação de notas 14

Quando falamos em aproximação de notas parece ser algo bem simples e comum na
música em geral, seja ela popular ou clássica, mas devemos saber que não é tão simples
quanto parece ser, pois se o músico não souber fazer isso da forma correta ela conseguira
fazer passagens bonitas de uma nota para outra, deixando o seu som mais sofisticado,
então é essencial que venhamos entender isso.
Aproximação de notas é nada mais nada menos do que você encontra a menor de
distância de uma nota para outra, ou a melhor ordem harmônica entre elas, então além
de usarmos teoria musical para isso, também usamos a nossa percepção musical, a
sensibilidade que adquirimos durante nossa trajetória musical. É evidente que temos
diversas formas diferentes de aproximarmos uma nota da outra, e isso nos dá várias
opções para escolhermos a que melhor se encaixa naquela harmonia, por exemplo:
Na sequência D, G, Bm, A podemos fazer uma aproximação de notas, mas para isso
devemos analisar o que temos em mãos.
Podemos observar que está sequência está na tonalidade de (RÉ MAIOR) pois é composta
por acordes que participam da escala de Ré Maior e está em uma ordem harmônica que
obedece a tonalidade da mesma. Sabendo disso vamos observar a escala de Ré Maior: (D,
E, F#, G, A, B, C#) sabemos os intervalos desta escala são (1M, 2m, 3m, 4M, 5M, 6m, 7°).
M= maior
m= menor
°= diminuto
Temos as informações que precisamos, agora podemos observar que da nota “D” para a
nota G temos a nota E, F# e A, então nós sabemos que estás serão nossas opções para
fazermos uma aproximação de notas, pois são os acordes mais próximos, porém, não
vamos poder usar o acorde de “A” porque ele já se encontra na harmonia logo após o
acorde de “G” então as opções que nos sobraram foram “Em” e “F#m”, então desses dois
acordes vamos escolher o que se encontra mais próximo de “G” que seria o acorde de
“F#m” pois ele se encontra a meio tom de
Aproximação de notas, continuação 15

distância do acorde de “G” então neste caso ele seria nossa aproximação, lembrando que
isso não é uma regra, mas uma opção de aproximação de notas, pois poderíamos fazer
está mesma aproximação de notas usando o acorde de “E” e logo após o acorde de “F#m”
tendo assim algo que chamamos de “subir a escala” ou “subida” na forma mais popular.
Então a nossa sequência ficou: D, F#m, G, Bm, A, e nossa segunda sequência usando o
acorde de “Em” ficou: D, Em, F#m, G, Bm, A, tendo assim uma “subida”.
Está conseguindo juntar as peças e entender como isso funciona? Não existe uma regra
exata para isso, mas é claro que o músico vai na maioria das vezes optar pelo caminho
mais curto, se for exatamente a ideia que ele tem para aquele momento determinado da
música, da mesma forma que outros vão optar pelo caminho mais longo, para uma outra
cara em sua harmonia. Mas devemos fazer isso de uma forma correta e consciente para
não colocarmos acordes indesejados em nossa sequência harmônica.
Esse foi um exemplo simples de aproximação de notas, vamos tentar algo um pouco mais
complexo.
Temos em mãos a sequência: G, Em, C, Am, D
Vamos fazer uma aproximação de notas explorando um pouco mais as possibilidades
harmônicas que temos em mão. Do acorde de “G” para o acorde de “Em” eu quero fazer
uma aproximação usando dois acordes que ainda não se encontram na nossa sequência
harmônica, então eu vou utilizar o “F#m” pois ela é a nota mais próxima que tenho do “G”
para o “Em” , mas eu disse que quero utilizar dois acordes nesta aproximação, então qual
seria minha outra opção? Vamos pensar um pouco em ciclos de quintas e descobrir qual é
a nota que chama o acorde de “E” , partindo de “C” sabemos a quinta de “C” é “G” e que
a quinta de “G” é “D” a de “D” é “A” a de “A” é “E” e quinta de MI é “B” , ou seja, a nota
que chama o acorde de “E” é o “B” e nós também sabemos que a quinta de “B” é o
próprio “F#” que já estamos utilizando em nossa passagem, então nossa sequência vai
ficar: G, F#m, Bm, Em, C, Am, D.
Vamos deixar nossa sequência mais sofisticada? Eu posso pegar o acorde de “Bm” e
transformar ele em “B” e colocar uma passagem de meio tom na nota de “D#” usando o
acorde de “B/D#” e cair no acorde de “Em”, e colocar um acorde de “G/B”
Aproximação de notas, Continuação 16

entre o “C” e o “Am” e nossa sequencia ficou desta forma: G, F#m, B, B/D#, Em, C, G/B,
Am, D.
Agora porque nossa sequência ficou desta forma? Simples! Estamos trabalhando com
empréstimo modal encima do campo harmônico, utilizando as opções de “fusões” de
notas que o campo harmônico nos permite usar, ou seja, utilizamos o “F#m” pois ele era a
nota mais próxima como foi explicado logo acima, depois dele substituímos o nosso “Bm”
pelo acorde de “B” pois ambos chamam a nota de “E” e com isso podíamos utilizar a nota
“D#” junto do acorde de “B” formando o “B/D#” e fazendo passagem de meio tom para
cair no acorde de “Em” e logo depois disso acrescentamos o acorde de “G/B” entre os
acordes de “C” e “Am” pois a nota “B” faz a ponte entre esses dois acordes, e a nota mais
próxima, então utilizamos ele com o acorde de “G” pois ai trabalhamos com a terça da
tônica, da nota tonal, o que deixa a música muito bonita e sofisticada, ou seja, estamos
fazendo uma inversão de acorde, montando o acorde de “G” mas destacando a sua terça,
que é a nota “B” trazendo a ideia de inversão para nossa sequência, deixando ela muito
mais rica do que a forma que a conhecemos.
Lembrando que não é regra você sempre utilizar as notas mais próximas, como vocês
puderam ver na sequência logo acima, eu utilizei notas distantes, tomando outros critérios
como prioridade mas obedecendo o real objetivo que era aproximar os acordes, então
você pode usar sua criatividade encima do campo harmônico para não se limitar a
somente notas próximas de seu próximo acorde, teste outras possibilidades, escute suas
sonoridades e veja todas as opções que você terá disponível para colocar no seu som.
Ciclo de notas 17

Ciclo de notas é um assunto auxiliar que possibilita você entender melhor como uma
harmonia funciona, fazendo com que você entenda com mais clareza as funções de
cada nota, sofisticando sua forma de tocar e abrindo um leque de possibilidades que
talvez você não tenha observado até este momento.
O clico de notas é somente o encontro de duas notas nas mesmas posições, fazendo
com que entre elas tenha somente uma coisa em comum, que o ciclo em que a mesma
está localizada, seja ele qual for.
Para você entender o ciclo de notas, você primeiramente precisa determinar qual ciclo
você vai usar, quarta, quinta... enfim, tendo está informação, você vai partir da nota
“Dó” (C) por ser a primeira nota da escala fica melhor para compreensão. Agora vamos
pegar a nota “Dó” (C) e visualizar quem é seu 5º grau, neste caso é a nota “Sol” (G),
significa que encontramos nossa primeira combinação no ciclo de notas, neste caso o
ciclo de quintas, agora temos que descobrir quem é a quinta de “Sol” e assim por
diante, isso funciona em todos os ciclos, se for um ciclo de sexta vamos utilizar o
mesmo raciocínio, se for de quarta a mesma ideia, seja ele qual for vamos utilizar o
mesmo raciocínio, mas lembre-se de algo importantíssimo! O ciclo de notas pode ser
feito pensando no acorde ou na escala onde aquela nota seja a fundamental, como fiz
logo acima, eu usei a nota “Dó”, eu poderia estar pensando no acorde de “Dó” como
na escala de “Dó maior” que daria no mesmo, o resultado seria o mesmo, ou seja, a
mesma regrinha matemática que todos conhecem, a ordem dos fatores não altera o
produto.
Agora vamos visualizar os ciclos de quartas e quintas para facilitar o entendimento:
CICLO DE QUARTAS:
C, F, Bb, D#, G#, C#, F#, B, E, A, D, G, C

CICLO DE QUINTAS:
C, G, D, A, E, B, F#, C#, G#, D#, A#, F, C
Substituição de acordes 18

Quando falamos em substituição de acordes estamos falando em possibilidades, ou seja,


uma música, ou melhor, uma harmonia não se resume somente na estrutura que ela foi
construída, nas limitações que lhe foram colocadas, pois a música funciona como uma
fotografia, depende da sua perspectiva sobre ela, o que eu posso ver de forma simples,
um outro músico pode ver de forma mais complexa e mais sofisticada, então a
substituição de acordes além de ser uma ferramenta poderosíssima, ela também é uma
ferramenta essencial para que o músico possa sair da mesmice de sempre, dando uma
outra roupagem ao que ele já está acostumado a tocar e potencializando seu
conhecimento em harmonia musical.
O que é substituição de acordes?
É substituir da forma mais adequada os acordes principais de uma tonalidade, ou
música. Acordes Substitutos Cromáticos são aqueles em que pelo menos uma de
suas notas são alteradas em relação à tonalidade ou música onde são empregados.
Vamos ver esse exemplo de substituição de acordes:
C, D, Em, Bm, = C, Am, Em, D
nesta sequência harmônica simples que se encontra na tonalidade de sol maior mas
iniciada no seu 4º grau, ocorreu a substituição de dois acordes, foram eles: “D” e “Bm”
que foram substituídos pelos acordes de “Am” e “D” que neste caso está tendo a função
de quebrar um pouco mais da harmonia, mas trazendo a mesma proposta, no caso do
“Am” ele é a quinta do acorde de “D” por ser a nota “A” (LÁ) e relativa do acorde de “C”
por ser o 6º grau no tom de “C” (dó) mas pelo fato de estarmos no tom de sol maior, o 4º
grau dele foi substituído pelo 2º grau menor e o seu 3º grau menor foi substituído pela
5º justa de sol que é o acorde de “D” que também é nota dominante sobre o acorde de
“Bm” pensando na tonalidade de “D” porque o “Bm” é nota relativa de “D” com isso
fizemos essas duas pequenas alterações dentro do campo harmônico de sol maior,
sabendo que isso não se limita a somente esses acordes esses intervalos e este campo
harmônico, existem muitas outras possibilidades dentro do assunto de substituição de
acordes, podendo alterar
Substituição de acordes, continuação 19

até uma harmonia por completa, vamos ver mais um exemplo em outra tonalidade,
vamos utilizar a substituição na tonalidade de dó maior.
C, G, Am, F = Am, G, Dm, F
Nessa sequência houve a substituição do acorde tonal o “C” pelo acorde de “Am” que é a
nota relativa no campo harmônico de dó maior, ou seja, seu 6º grau, sabemos que as
notas relativas tem alta semelhança com as notas tonais, porque a composição de seus
acordes respectivos só tem uma nota de diferença entre ela e a tonal, no caso de “C” ele é
formado por “C, Em, G” e o acorde de “Am” é formado por “Am, C, Em” ou seja, a única
nota substituída para diferenciar os acordes foi o “G” pelo “Em” que também sabemos
que no campo harmônico de sol maior o “Em” é a nota relativa de “G” ou seja, seu 6º
grau, que para quem não sabe o acorde de “Em” também é chamado de “G6” o famoso
sol com sexta, com isso podemos ver o quão próximos os acordes são, pois suas
semelhanças são enormes, e nessa situação o “C” foi substituído pelo “Am” por conta de
sua semelhança e ar de harmonia menor que o acorde “Am” traz para a sequência. Nossa
segunda substituição foi o nosso terceiro acorde da harmonia que é o “Am” substituído
por “Dm”, mas porquê??? Simples! Não vamos ter dois “Am” na mesma harmonia tão
próximos assim pois não tem necessidade disso e também temos possibilidades de
substituição, como acabamos de fazer, substituímos o “Am” pelo “Dm” e também porque
a nota “A” está dentro do acorde de “Dm” sendo sua 5º justa, e como uma quinta justa
podemos sim utilizar ela na substituição de acordes ou na inversão de acordes sem medo
pois casa muito bem. Então neste caso você pode observar que mais uma vez o campo
harmônico em total evidência dentro de nossa sequencia harmônica, ou seja, não foi uma
simples troca de acordes, mas sim algo fundamentado no campo harmônico e nos seus
intervalos, abrindo as possibilidades de deixar nossa sequência harmônica mais sofisticada
e quebrando aquela repetição da mesma sonoridade o tempo todo em músicas de
intervalos semelhantes.
Com isso podemos ver a grande importância de conhecer o campo harmônico e seus
intervalos, pois quando queremos uma harmonia mais sofisticada e melhor trabalhada,
temos que saber o que fazer, como fazer e porque fazer daquela forma, pois tudo isso vai
influenciar nas nossas ideias na hora de tocar, fora que vai facilitar muito na hora de uma
performance ao vivo.
Harmonia Funcional 20

Quando falamos de “harmonia funcional” falamos das funções harmônicas, pois para uma
harmonia funcionar ela precisa exercer sua real função, ou seja, falamos das sensações
que uma harmonia traz para o ouvinte, ou seja, a sensação que cada intervalo musical traz
dentro de sua real função. Na harmonia funcional temos as 3 principais funções que são
essas:
Função tônica: transmite uma sensação de repouso, finalização e estabilidade. Ela resolve
uma resolução.
Função dominante: passa uma sensação de tensão, instabilidade. Promove a ideia de
preparação para a tônica, sensação de retorno, de recomeço.
Função subdominante: é o meio termo entre as duas funções anteriores, causa uma
sensação de preparação, podendo migrar tanto para a dominante quanto para a tônica,
trazendo a sensação de intensidade na função ou de repouso no caso da tônica.
Porém as funções harmônicas não se resumem somente nessas 3, essas são as principais,
as mais usadas, no total temos 7 funções no nosso campo harmônico que são elas: 1º
Tônica- determina o tom da escala, nota principal; 2º Sobretônica- está acima da tônica
podendo ser um grau de progressão ou variação; 3º Mediante- uma nota de variação,
progressão e substituição, podendo ser usada como opção de substituição ou podendo ser
substituída por algum outro intervalo musical, localiza-se antes da subdominante; 4º
Subdominante- fica logo abaixo da dominante, é uma nota de progressão, podendo ser
usada como nota de finalização, ou de potencialização progressiva; 5º Dominante- a
famosa ”5º justa” ou “5º perfeita” a nota que predomina na escala, sendo uma nota de
passagem ou de progressão musical podendo ser aplicada em diversas partes de uma
sequência harmonia; 6º Sobredominante- a também muito conhecida “nota relativa” uma
nota de substituição e progressão muito semelhante com a nota tonal, ela se encontra
acima da dominante; 7º Sensível- ela é atraída pela tônica e pode ser uma nota de
substituição.
Harmonia funcional, continuação 21

Agora que já temos uma ideia do que é uma harmonia funcional, vamos observar alguns
exemplos práticos para poder fixar o assunto.
Observe está sequência harmônica simples:
Vamos utilizar a tonalidade de Mi maior (E)
Porém vamos partir do seu 4º grau (Subdominante) a sequência fica o seguinte:
“A, B, C#m, E” estamos utilizando o 4º, 5º, 6º e 1º grau da escala de Mi maior, uma
sequência muito conhecida, mas vamos entender o que ocorre nela. Neste caso o “A” que
é a nossa subdominante está com a sua função de progressão, intensificando toda à
harmonia, dando uma ideia de que a música está subindo, chamando de forma intensa
nosso próximo grau. Está é a hora em que a nossa 5º perfeita entra em cena, e exerce seu
papel de dominante, sendo uma nota perfeita para se encaixar em todos os intervalos
usados, mas neste caso da nossa sequência harmônica ela está exercendo a função de
progressão, chamando mais uma nota para a festa, ou seja, está levantando a música
fazendo com que a impressão de que a música está subindo continue, como foi feito no
grau anterior, e é agora que nossa nota relativa entra na harmonia, nossa
sobredominante, o 6º grau, dando um forte impacto e chamando a atenção do ouvinte,
pois as notas menores fazem isso. Mas se você perceber nossa harmonia criou um
problema e precisa de uma resolução, como um cálculo matemático, ela precisa de mais
uma nota para repousar, resolver nosso problema, neste caso entra a nossa tonal, o
acorde de Mi maior (E) trazendo a ideia de repouso, podendo também dar uma ideia de
reinicio ou de finalização.
Porém, podemos substituir algumas notas e modificar toda harmonia, mas com a mesma
característica, observe isso:
“A, B, C#m, E” inicialmente vamos substituir nosso último acorde, nossa nota tonal, vamos
melhorar ele, trocar por algum outro intervalo da escala, neste caso, podemos substituir
ele pelo acorde “G#m”, mas porquê??? Sabemos que podemos inverter os acordes, e que
o acorde de “E” é formado pelas notas “E, G#, B” ou seja, a nota “G#” está presente no
nosso acorde sendo nossa terça, e dentro da escala uma terça menor, sendo assim
podemos inverter nosso acorde de “E” iniciando ele na terça (G#), deixando o “G#” como
a nota de evidencia (o baixo do acorde), nesta situação o som da nota “G#” vai se
encontrar em maior evidência do que as demais, sendo assim ela vai aparecer mais
naquele determinado momento da música, então
Harmonia Funcional, continuação 22

eu posso substituir o meu acorde maior por um acorde menor, porque estou usando uma
nota que se encontra dentro do acorde substituído e ela me dá a possibilidade de fazer
está substituição sem trazer um som desagradável a minha harmonia. Aplicamos a
substituição de notas, mas sem tirar a característica de resolução da música, então o
nosso acorde de “E” passou a ser “G#m”.
Agora vamos para nossa próxima substituição dentro da sequência. Neste caso não vou
substituir o acorde de “C#m” pois está ideia de nota menor para nota menor é agradável
para nossa harmonia, porém o acorde de “B” vai ser substituído pelo acorde de “F#m”,
mas porquê “F#”??? vamos analisar o acorde de “B” dentro do campo harmônico de Mi
maior. Sabemos que o acorde de “B” é formado pelas notas “B, D#, F#” sendo assim
podemos observar que dentro do acorde de si maior temos a nota “F#” sendo a sua 5º
perfeita dentro do acorde, pois os acordes básicos são formados por 1º, 3º e 5º , ou seja,
trocamos um acorde de 5º grau da escala de Mi maior pelo 5º grau do acorde que estava
sendo usado que era o “B”, um pelo outro, e mais uma vez vamos substituir um acorde
maior por um acorde menor, dando uma ideia de tensão na música, algo que é muito
interessante pois prende à atenção do ouvinte por conta do impacto que ela traz.
Mas porque “F#m” se a nota de “F#” é maior dentro do acorde de “B”??? muito simples!
porque dentro da escala de Mi maior a nota “F#” se encontra na posição de 2º grau,
sendo assim ela tem característica menor, e neste caso estamos usando somente campo
harmônico, não estamos usando nenhum empréstimo modal, estamos utilizando as
possibilidades dentro de nosso campo harmônico com o que ele nos oferece, por isso
estamos utilizando o acorde de “F#m” porque se estivéssemos usando o acorde de “F#”
(maior) ele seria um empréstimo modal, pois sua formação tem uma nota fora da escala
de Mi maior, a nota “A# ou Bb” e está nota não pertence ao campo harmônico de Mi
maior e também o empréstimo modal está fora da nossa proposta neste momento.
Agora que entendemos o porquê de utilizar o “F#m” vamos ver a função aplicada a ele. Já
falamos que a nota menor e o segundo grau trás uma ideia de tensão na música
chamando à atenção do ouvinte e trazendo uma ideia bem legal, e também pelo fato do
“F#m” está fazendo o papel do acorde de “B” ele tem a função de levantar a música e
trazer uma ideia de progressão como o “B” estava fazendo com
Harmonia Funcional, continuação 23

a nossa harmonia, e nós sabemos que o nosso 2º grau ou a nossa sobretônica é um grau
de variação, ou seja ele me permite partir para outras extremidades da escala, fazendo
sua função de variação e enriquecendo minha harmonia, dando uma ideia de nota de
passagem que é muito bacana, e neste caso o acorde de “F#m” vai chamar o seu 5º grau,
veja que eu disse “O SEU 5º GRAU”, ou seja, estou me referindo ao acorde de “F#m”, e o
seu 5º grau é nada mais nada menos que a nota ou acorde de “C#” neste caso o “C#m”
pois estamos na tonalidade de Mi maior e no tom de (E) o “C#” é menor.
Sendo assim só nos sobra o acorde de “A” e neste caso vamos manter ele. Nossa
harmonia que era desta forma: “A, B, C#m, E” ficou deste jeito: “A, F#m, C#m, G#m”
Observe também que na harmonia anterior tínhamos os 3 acordes maiores da escala de
Mi maior e agora na nossa nova sequência harmônica temos 3 acordes menores, com suas
respectivas funções, mas, sem alterar a característica da música, fazendo com que ela seja
trabalhada das duas formas, ou até alternando as duas possibilidades na mesma m´sucia
que também é muito interessante.
Lembrando que isso é um exemplo prático no qual você pode aplicar em qualquer
tonalidade, porém a função à harmonia funcional não se resume a somente isso, você
pode aplicar estas ideias e observar outras possibilidades nos outros graus da escala, veja
que trabalhamos pensando na escala musical e no acorde, como ele era montado, qual
posição se encontrava, quais suas características, vendo como ele se aplicava aquela
tonalidade, entendendo sua função e as possibilidades que ele nos proporcionava, não se
limitando a somente sua característica padrão, foi um raciocínio amplo, onde pensamos
dentro e fora da escala sem alterar a formação de acorde algum, ou seja, campo
harmônico puro. Utilize tudo isso, ouça sua sonoridade e veja tudo que você tem em mãos
para poder utilizar no seu som, estude as funções e veja tudo que elas podem lhe
proporcionar, a ideia é que você como músico procure por mais possibilidades dentro
deste assunto para ampliar seus horizontes e melhorar sua harmonia.

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