Apostila de Hemato

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Instituto Radiônica de Ensino

Curso Técnico em Análises Clínicas


Disciplina: Hematologia

Sistema circulatório

O sistema circulatório é constituído por: coração, vasos sanguíneos (artérias, veias e


capilares) e vasos linfáticos. É o responsável pela condução, distribuição e remoção das
mais diversas substâncias dos e para os tecidos do corpo. Também, é essencial à
comunicação entre vários tecidos.
É responsável por conduzir elementos essenciais para todos os tecidos do corpo:
oxigênio para as células, hormônios (que são liberados pelas glândulas endócrinas) para os
tecidos, condução de dióxido de carbono( C02) para sua eliminação nos pulmões, coleta de
excreções metabólicas e celulares, entrega de excreções nos órgãos excretores, como os
rins, transporte de hormônios, tem importante papel no sistema imunológico na defesa
contra infecções, termo-regulação: calor, vasodilatação periférica; frio, vasoconstrição
periférica. Transporte de nutrientes desde os locais de absorção até às células dos diferentes
órgãos.
Em anatomia e fisiologia, o sistema circulatório é percorrido pelo sangue através das
artérias, dos capilares e das veias. Este trajeto começa e termina no coração.
A circulação inicia-se no princípio da vida fetal. Calcula-se que uma porção
determinada de sangue complete seu trajeto em um período aproximado de um minuto.

Vasos sanguíneos
Os vasos sanguíneos são tubos pelo qual o sangue circula. Há três tipos principais: as
artérias, que levam sangue do coração ao corpo; as veias, que o reconduzem ao coração; e
os capilares, que ligam artérias e veias. Num circulo completo, o sangue passa pelo coração
duas vezes: primeiro rumo ao corpo; depois rumo aos pulmões.

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Coração (o centro funcional)

O aparelho circulatório é formado por um sistema fechado de vasos sanguíneos, cujo


centro funcional é o coração. O coração bombeia sangue para todo o corpo através de uma
rede de vasos. O sangue transporta oxigênio e substâncias essenciais para todos os tecidos e
remove produtos residuais desses tecidos.
O coração é formado por quatro cavidades; as aurículas direita e esquerda e os
ventrículos direito e esquerdo. O lado direito do coração bombeia sangue carente de
oxigênio, procedente dos tecidos, para os pulmões, onde este é oxigenado. O lado esquerdo
do coração recebe o sangue oxigenado dos pulmões, impulsionando-os, através das artérias,
para todos os tecidos do organismo.

Circulação pulmonar

O sangue procedente de todo o organismo chega à aurícula direita através de duas


veias principais; a veia cava superior e a veia cava inferior. Quando a aurícula direita se
contrai, impulsiona o sangue através de um orifício até o ventrículo direito. A contração
deste ventrículo conduz o sangue para os pulmões, onde é oxigenado. Depois, ele regressa
ao coração na aurícula esquerda. Quando esta cavidade se contrai, o sangue passa para o
ventrículo esquerdo e dali, para a aorta, graças à contração ventricular.
Sistema Circulatório

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Ramificações
As artérias menores dividem-se em uma fina rede de vasos ainda menores, os
chamados capilares. Deste modo, o sangue entra em contato estreito com os líquidos e os
tecidos do organismo. Nos vasos capilares, o sangue desempenha três funções; libera o
oxigênio para os tecidos, proporciona os nutrientes às células do organismo, e capta os
produtos residuais dos tecidos. Depois, os capilares se unem para formar veias pequenas.
Por sua vez, as veias se unem para formar veias maiores, até que por último, o sangue se
reúne na veia cava superior e inferior e conflui para o coração, completando o circuito.

Circulação portal
A circulação portal é um sistema auxiliar do sistema nervoso. Um certo volume de
sangue procedente do intestino é transportado para o fígado, onde ocorrem mudanças
importantes no sangue, incorporando-o à circulação geral até a aurícula direita.

Veia

No sistema circulatório, uma veia é um vaso sanguíneo que leva sangue em direção
ao coração. Os vasos que carregam sangue para fora do coração são conhecidos como
artérias.

Função

As veias servem para levar o sangue dos órgãos de volta ao coração. Na circulação
sistêmica o sangue oxigenado é bombeado para o ventrículo esquerdo pelas artérias até os
músculos e órgãos do corpo, onde seus nutrientes e gases são trocados nos capilares,
entrando nas veias contendo restos celulares e dióxido de carbono. O sangue pobre em
oxigênio é recolhido pelas veias e levado até o átrio direito do coração, que transfere
sangue para o ventrículo direito, onde é então bombeado para as artérias pulmonares e
finalmente aos pulmões. Na circulação pulmonar as veias pulmonares trazem o sangue
oxigenado dos pulmões para o átrio esquerdo, que desemboca no ventrículo esquerdo,
completando o ciclo da circulação sanguínea.
O retorno do sangue para o coração é auxiliado pela ação do bombeamento de
músculos esqueléticos, que ajudam a manter extremamente baixa a pressão sanguínea do
sistema venoso.

Anatomia

A maioria das veias possuem válvulas unidirecionais chamadas de válvulas venosas


para prevenir o contrafluxo causado pela gravidade. Este sistema é constituído de um
músculo de esfíncter ou de duas ou três dobras membranosas. Elas também possuem uma
fina camada externa de colágeno, que ajuda a manter a pressão sanguínea e evita o acúmulo
de sangue. A cavidade interna na qual o sangue flui é chamada de luz. As veias são
envolvidas por músculos lisos que ajudam a manter o fluxo sanguíneo para o átrio direito.
A capacidade total das veias é mais que suficiente para suportar o volume total de sangue
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do corpo; essa capacidade é reduzida através da constrição dos músculos lisos,
minimizando a luz (e conseqüentemente o volume) das veias e por fim de todo o sistema
venoso.
As paredes das veias são menos resistentes e mais delgadas do que as das artérias,
embora apresentem três camadas. Quando não transportam sangue perdem a sua forma de
cilindro (colabam).
Desmaios podem ser causados devido à uma falha no bombeamento músculo-
esquelético. Longos períodos em pé podem resultar em acúmulo de sangue nas pernas, com
pressão sanguínea muito baixa para levar o sangue para cima, até o coração. Choques
neurogênicos e hipovolêmicos podem também causar desmaios. Nesses casos os músculos
lisos envolvendo as veias se tornam frouxos e se preenchem com sangue, absorvendo uma
grande quantidade do volume total de sangue, mantendo o sangue afastado do cérebro e
provocando e causando perdas de consciência.

Artéria

Artérias são vasos sanguíneos que carregam sangue a partir dos ventrículos do
coração para todas as partes do nosso corpo. Elas se contrastam com as veias, que carregam
sangue em direção aos átrios do coração.
O sistema circulatório é extremamente importante para a manutenção da vida. O seu
funcionamento adequado é responsável por levar oxigênio e nutrientes para todas as
células, assim como remover dióxido de carbono (CO2) e produtos metabólicos, manter o
pH ótimo, e a mobilidade dos elementos, proteínas e células do sistema imune. As duas
principais causas de morte em países desenvolvidos, o infarto do miocárdio e o ataque
cardíaco, podem ser resultado direto de um sistema arterial que tenha sido lentamente e
progressivamente comprometido pelos anos de deterioração

Descrição

O sistema arterial é a porção de alta pressão do sistema circulatório. A pressão arterial


varia entre a máxima pressão durante a contração cardíaca, chamada de pressão sistólica, e
a mínima, ou pressão diastólica, entre as contrações, quando o coração descansa entre os
ciclos. Essa variação de pressão nas artérias produz uma pulsação que é observável em
qualquer artéria, e é um indicador da atividade cardíaca. A parede das artérias é espessa,
formada de tecido muscular elástico. Artérias finas são chamadas de arteríolas. As veias são
vasos que trazem o sangue para o coração.Internamente são providas de valvas que
impedem o refluxo do sangue.Como artérias,também se ramificam em vasos de menor
calibre,as vênulas.Tem paredes mais finas que artérias,porém seu diâmetro interno é maior.

Anatomia

A camada mais externa é conhecida como túnica externa, antigamente conhecida


como túnica adventícia, e é composta de tecido conjuntivo. A camada interna é a túnica
média ou média, que é composta de células musculares lisas e tecido elástico. A camada
mais interna, que está em contato direto com o fluxo sanguíneo, é a túnica íntima,
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normalmente chamada de íntima. Essa camada é composta principalmente de células
endoteliais. A cavidade interna do vaso na qual o sangue flui é chamada de luz. As paredes
das artérias, ao contrário das paredes das veias, têm alguma resistência, fazendo com que,
mesmo quando não contiverem sangue, elas mantenham a sua forma tubular (ou seja, elas
não colabam).

Capilar sanguíneo

Os capilares sanguíneos, ou vasos capilares são vasos sanguíneos do sistema


circulatório com forma de tubos de pequeníssimo calibre. Constituem a rede de distribuição
e recolhimento do sangue nas células. Estes vasos estão em comunicação, por um lado, com
ramificações originárias das artérias e, por outro lado, com as veias de menor dimensão. Os
capilares existem em grande quantidade no nosso corpo. Podem deformar-se com muita
facilidade, impedindo assim a passagem de glóbulos vermelhos. A parede dos capilares é
constituída por uma única camada de células que é a túnica íntima (ou interna) das artérias.
É nas paredes dos capilares que ocorrem as trocas dos gases.

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Tecidos sanguíneos

O tecido sanguíneo - ou simplesmente sangue - é constituído por uma parte líquida


denominada plasma e plos elementos figurados.
O plasma é uma solução aquosa clara, constituída de água (mais de 90%), sais
(carbonatos, cloretos, sulfatos e outros), aminoácidos, glicoses, vitaminas, hormônios,
uréia, etc.
No plasma pode-se verificar a presença de determinadas proteínas, como o
fibrinogênio (que participa da coagulação sanguínea), as globulinas (que atuam como
anticorpos) e as albuminas (que participam da regulação do sangue).
Os elementos figurados do sangue compreendem os glóbulos vermelhos, os glóbulos
brancose as plaquetas.

Glóbulos Vermelhos.

Também chamados de hemácias ou eritrócitos, são as mais numerosas células


sanguíneas. Na espécie humana existem cerca de 4,5 milhões hemácias por mm³ se sangue
no homem e 4,0 milhões por mm³ na mulher. Em todos os mamíferos, as hemácias são
anucleadas e contém milhões de moléculas de hemoglobina, pigmento respiratório seu
transporte e distribuição para todas as células vivas do organismo. Portanto, as hemácias
têm o papel distribuir o O2.
As hemácias são produzidas na medula óssea vermelha (tecido hematopoiético, isso é,
produtor de glóbulos sanguíneos). A presença de medula óssea fica nos ossos chatos ou
curtos, tais como costelas, esterno, bacia pélvica, vértebras e ossos cranianos.
A duração de uma hemácia é de cerca de 90 a 120 dias, em média. Por serem
continuamente renovadas, torna-se necessária a remoção constante das hemácias
envelhecidas do sangue. Os órgãos encarregados dessa remoção e da conseqüente
destruição dessas hemácias são os fígado e o baço.
As hemácias têm a forma de um disco bicôncavo. São, portantos, "achatadas", o que é
vantajoso no sentido de facilitar a difusão do O2 para os tecidos, além de permitir um
relativo aumento da superfície de aquisição de O2.

Glóbulos brancos.

Também chamados leucócitos, são maiores que as hemácias e capazes de fagocitar e


digerir células diversas ou partículas estranhas ao organismo. Alguns deles são muitops
ativos na produção de anticorpos que neutralizam as toxinas elaboradas por um
determinado invasor do corpo. portnato, podemos dizer que os leucócitos estão
intimamente associados ao mecanismo de defesa do organismo.
Os leucócitos são os elementos figurados menos numerosos do sangue na espécie
humana existem cerca de 4000 a 10000 deles por mm³ de sangue.
A leucocitose (aumento dos glóbulos brancos) é freqüente nos indíviduos portadores
de infecção, caso em que o organismo, "numa atitude de defesa", aumenta a produção de
glóbulos brancos. Em situação inversa, na leucopenia (diminuição dos glóbulos brancos), o
teor de leucócitos no sangue é baixo, o que aumenta a suscetibilidade à doenças em geral.
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Através da emissão de pseudópodes, os leucócitos têm a capacidade para deslocar
todo o conteúdo celular do interior do vaso sanguíneo para o tecido conjuntivo vizinho.
Assim podem abandonar a corrente sanguínea, ampliando de maneira consuderável a
capacidade de defesa do corpo. A esse fenômeno dá-se o nome de diapedese.
Os glóbulos brancos podem se formar na medula óssea - sendo então denominada
granulócitos - e nos órgãos linfóides, como timo, baço, linfonodos e amígdalas - neste caso,
são chamados de agranulócitos. A produção ocorre de uma forma contínua, uma vez que
esses glóbulos têm um ciclo de vida muito curto (às vezes persitem na corrente circulatória
apenas por algumas horas).
Há diferentes tipos de granulócitos e agranulócitos. Que seram estudados
detalhadamente em leucograma.

Plaquetas.

Elementos figurados do tecido sanguíneo, as plaquetas, conhecidas também como


trombócitos, são fragmentos de células anucleados, incolores e portadores de
tromboplastina ou tromboquinase, enzima que participa do mecanismo da coagulação do
sangue. Formam-se na medula óssea, onde, tem origem na fragmentação de células
denominadas megacarióticitos.
Na corrente circulatória humana existem, em média, cerca de 300000 plaquetas por
mm³ de sangue.
Uma das mais importnates propriedades do sangue é, sem dúvida, a capacidade de
coagular-se. Não fosse isso, o sangue poderia escorrer, indefinidamente, através de
qualquer vaso lesado.
No sangue circulante existe uma proteína solúvel denominada fibrinogênio, que tem
função estrutural. Logo que o sangue começa a sair do vaso, na região do corte, o
fibrinogênio se converte em fibrina, uma proteína insolúvel que adere às paredes do vaso.
Assim, organiza-se uma verdadeira rede de fibrinas. Essa rede promove a retenção de
glóbulos sanguíneos de tal maneira que se forma massa densa em torno da região lesada,
denominada coágulo. Nessas condições, a hemorragia é paralisada.
Para que o fibrinogênio se tranforme em fibrina, no entanto, é necessária uma enzima
denominada trombina, que por sua vez, provém de uma substância produzida no fígado
chamada protrombina. A produção de protombina ocorre em presença da vitamina K. Por
isso, essa vitamina tem importante participação na coagulação sanguínea.
Para que a protrombina se converta em trombina são necessários, como catalisadores,
os íons Ca++ e a enzima tromboplastina, que provém das plaqutas e dos tecidos lesados.

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Tecido linfático (linfa)

A linfa é formada a partir da filtração do excesso de líquido intercelular extravasado


dos capilares sanguíneos. Nelas, as células mais abundantes são os linfócitos. Esse tecido,
no entanto, é desprovido de hemácias e de plaquetas.
O sistema linfático é formado pela linfa, por um conjunto de vasos linfáticos e pelos
órgãos linfóides, tais como o baço, o timo e os linfonodos. Este sistema tem,
fundamentalmente, o papel de auxiliar o sistema sanguíneo na remoção de impurezas,
coletar e distribuir ácidos graxos e gliceróis absorvidos no intestino e contribuir para a
defesa do organismo, através da produção de anticorpos e linfócitos.

Sistema linfático

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Hematopoiese

Hematopoiese é o processo de formação, desenvolvimento e maturação dos


elementos figurados do sangue (eritrócitos, leucócitos e plaquetas), a partir de um precursor
celular comum e indiferenciado conhecido como célula hematopoiética pluripotente, ou
célula tronco,hemocitoblasto ou stem-cell.
A hematopoiese é um processo fisiológico que garante a renovação das células
sanguíneas e se produz cotidianamente no organismo. Ela é classificada em três
tipos: eritropoiese, para células vermelhas do sangue; leucopoiese, para os leucócitos e
trombocitopoese, para as plaquetas. Um defeito de hematopoiese pode provocar doenças
como hemopatia - leucemia, linfoma - ou uma aplasia dos glóbulos vermelhos.

Órgão Hematopoietico

Esses órgãos são: medula óssea, linfonodos (gânglios linfáticos), baço e fígado.
Produzem, no processo da Hematopoiese, os elementos do
sangue: leucócitos, hemácias e plaquetas.

Medula óssea

A medula óssea, também conhecida como tutano, é um tecido líquido-gelatinoso


que preenche a cavidade interna de vários ossos e fabrica os elementos figurados do sangue
periférico como: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas.
A medula óssea é um órgão hematopoiético. Ela é constituída pelas linhagens que
originam os três elementos citados acima, de células que tomam parte na fabricação do osso
(osteoblastos e osteoclastos), de células e fibras que compõem uma malha para sustentar
todas as células referidas (fibras e células reticulares). É onde estão as células progenitoras
das células sanguíneas. Ali também têm origem as alterações que vão ser responsáveis por
inúmeras doenças. No homem adulto sadio produz cerca de 2,5 bilhões de eritrócitos, 2,5
bilhões de plaquetas e 1,0 bilhão de granulócitos para cada quilograma de sua massa
corporal.
A medula óssea é constituída por um tecido esponjoso mole localizado no interior dos
ossos longos. É nela que o organismo produz praticamente todas as células do
sangue: glóbulos vermelhos (Eritrócitos), glóbulos brancos (Leucócitos) e plaquetas
(Trombócitos). Estes componentes do sangue são renovados continuamente e a medula
óssea é quem se encarrega desta renovação. Trata-se portanto de um tecido de grande
atividade evidenciada pelo grande número de multiplicações celulares.

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A medula óssea mantém-se em atividade intensa e ininterrupta para produzir células
sanguíneas e para isso depende de abundante e contínuo suprimento de substâncias.
Para elaborar novos glóbulos vermelhos ela aproveita restos de glóbulos vermelhos
envelhecidos e destruídos, ferro contido na hemoglobina é reaproveitado.

Linfonodos

Os linfonodos ou também gânglios linfáticos são pequenos órgãos perfurados por


canais que existem em diversos pontos da rede linfática, uma rede de ductos que faz parte
do sistema linfático. Atuam na defesa do organismo humano e produzem anticorpos.
A linfa, em seu caminho para o coração, circula pelo interior desses gânglios, onde é
filtrada. Particula como vírus, bactérias e
resíduos celulares são fagocitadas pelos linfócitos e macrófagos existentes nos linfonodos.
Quando o corpo é invadido por microorganismos, os linfócitos dos linfonodos,
próximos ao local da invasão, começam a se multiplicar ativamente para dar combate aos
invasores. Com isso, os linfonodos incham, formando as ínguas. É possível, muitas vezes,
detectar um processo infeccioso pela existência de linfonodos inchados.
O sangue circula no organismo e vai até as células (que precisam do oxigênio) através
de artérias. As artérias vão diminuindo de calibre à medida que chegam à periferia do
organismo vivo, até se transformarem em capilares sanguíneos, favorecendo um contato
muito íntimo com as células. Neste contato as hemácias liberam o oxigênio e recebem o gás
carbônico (CO2). O sangue retorna ao coração pelas veias, passando novamente no pulmão,
onde jogam fora o CO2 e capturam novo oxigênio (O 2). Nos capilares e arteríolas podem
vazar algumas proteínas além do oxigênio. Além disso, nos intestinos há a absorção de
várias substâncias, entre elas as gorduras, que não conseguem entrar diretamente nas veias
ou artérias. Para serem absorvidas, precisam entrar no sistema linfático.
O linfonodo tem a função de formar uma barreira entre os vírus e
as células neoplásicas que venham dos ductos linfáticos.

Baço

O baço é o maior órgão do sistema linfático (que ajuda na defesa do organismo) do


corpo humano, tem forma oval e pesa cerca de 150 gramas. Situa-se na região superior
esquerda do abdômen, à esquerda do estômago e acima do rim esquerdo. Tem duas faces,
uma diafragmática, que se relaciona com o diafragma, e outra visceral, que se relaciona
com o estômago, o cólon transverso e o rim esquerdo.
Tem função imunológica e hematológica desempenhados por duas polpas, uma
branca, formada por tecido linfoide e que produz e armazena os linfócitos (células de
defesa do corpo), e outra vermelha, que destrói as hemácias defeituosas e idosas e armazena
células de defesa, liberando-as na circulação quando necessário.
É um órgão frágil, bastante suscetível a rupturas.

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O início da hematopoiese

Inicialmente, a célula-tronco se diferencia em dois tipos, cada tipo comprometido


com a formação de uma grande linhagem hematológica: mielóide (hemácias, plaquetas,
granulócitos (eosinofilos, basófilos e neutrófilos) e monócitos (agranulócitos)) e linfóide
(linfócitos).

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Eritrocitopoiese: de acordo com o grau de maturação, as células eritrocíticas são chamas de:
proeritroblastos, eritroblastos basófilos, eritroblastos policromáticos, eritroblastos ortocromáticos (ou
acidófilos), reticulócitos e hemácias.

Granulocitopoiese: o mieloblasto é a célula mais imatura já determinada para formar


exclusivamente os três tipos de granulócitos. Quando surge nela granulações citoplasmáticas específicas,
ela passa a receber o nome de promielócito neutrófilo, eusinófilo ou basófilo, de acordo com o tipo de
granulação presente. Os estágios seguintes de maturação são o mileócito, o metamielócito, o granulócito
com núcleo em bastão e o granulócito maduro (neutrófilo, eosinófilo e basófilo).

Monopoiese: as plaquetas se originam na medula óssea vermelha pela fragmentação de pedaços


do citoplasma dos megacariócitos. Este, por sua vez, forma-se pela diferenciação dos megacarioblastos.

Linfocitopoiese: processo de formação dos linfócitos. A célula mais jovem da linhagem é o


linfoblasto, que forma o prolinfócito, formando este, por sua vez o linfócito maduro. O linfócito B sai
maduro da medula óssea, enquanto que os linfócitos T migram para o timo para completarem o processo
de maturação.

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Hemograma completo

Hemograma é um exame realizado que avalia as células sanguíneas de um paciente.


O exame é requerido pelo médico para diagnosticar ou controlar a evolução de uma doença.
O hemograma compreende a contagem das células do sangue periférico (hemácias,
leucócitos e plaquetas) e a contagem diferencial dos cinco tipos leucocitários, além da
quantidade dos valores da hemoglobina e do hematócrito e ainda o do cálculo dos índices
hematimétricos.
O hemograma é composto por três determinações básicas que incluem as avaliações
dos eritrócitos (ou série vermelha), dos leucócitos (ou série branca) e das plaquetas (ou
série plaquetária).
O hemograma contempla diversas provas efetuadas, com a finalidade de avaliar
quantitativa e qualitativamente os componentes celulares do sangue. Os itens avaliados
incluem: hemácias, hemoglobina, hematócrito, índices hematimétricos, leucócitos totais,
contagem diferencial de leucócitos, plaquetas e exame microscópico de esfregaço de
sangue corado.
A análise quantitativa das hemácias, leucócitos totais, plaquetas e a avaliação dos
índices hematimétricos são hoje realizados por meio de equipamentos automatizados que
combinam diferentes métodos de avaliação de alta tecnologia e precisão à capacidade de
análise de milhões de células, permitindo resultados mais precisos.
A utilização desses equipamentos permite também a avaliação de índices
hematológicos e a visualização em histogramas que demonstram a distribuição dos
diferentes elementos analisados.
Essa característica possibilita a identificação de alguns parâmetros antes impossíveis
de serem avaliados ou que eram analisados subjetivamente, com a visualização do
esfregaço em lâmina. Entre esses parâmetros, temos o índice de anisocitose (RDW), a
identificação de populações mistas de células, a anisocitose plaquetária e alertas para
possíveis alterações presentes na amostra examinada. Esses alertas são específicos para
alterações das séries vermelha, branca e das plaquetas, como presença de blastos,
granulócitos imaturos, desvio à esquerda, atipias linfocitárias, grumos plaquetários,
microcitose, hipocromia, entre outros.
Realizam ainda, por uma combinação de métodos de análise celular e coloração, a
contagem diferencial de leucócitos, que serve de orientação para o citologista, chamando a
atenção para situações nas quais a avaliação deve ser mais cuidadosa.
A análise qualitativa é realizada pela avaliação da lâmina corada, associada aos
resultados obtidos pela avaliação eletrônica. A coloração das células diferencia em detalhes
as estruturas nucleares e citoplasmáticas, permitindo a avaliação do tamanho das células, a
relação núcleo/citoplasma, a forma do núcleo, a presença de nucléolos, o padrão da
cromatina e a coloração do citoplasma, a presença de granulação, vacúolos e outras
alterações morfológicas.
Os resultados auxiliam a identificação de doenças de origem primária ou secundária
de características agudas ou crônicas. São utilizados também para acompanhar a evolução
de uma varie dade de doenças e para monitorar os efeitos colaterais decorrentes do uso de
medicamentos.

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A avaliação eritrocitária pode identificar processos anêmicos, policitêmicos,
alterações de forma e tamanho das hemácias. A avaliação leucocitária pode identificar
processos inflamatórios, infecciosos, alérgicos, parasitários e leucêmicos. Pode também
indicar a presença de elementos anormais e de atipias linfocitárias. A avaliação plaquetária
identifica processos de trombocitopenias adquiridas ou hereditárias e trombocitoses

Amostra para exame hematologicos

O sangue venoso ou capilar pode ser usado para técnicas rotineiras de hematologia .
O sangue capilar obtido por punção de pele é bom para procedimentos como esfregaços
sangüíneos, porque aditivo químico é adicionado á amostra que cause alteração na
aparência das células. Todavia, os exames não podem ser repetidos , já que somente uma
pequena amostra é obtida por punção capilar.
Quando uma quantidade maior de sangue é nescessária , o sangue é obtido de uma
veia por punção venosa. As amostras venosas de sangue para exames hemátologicos são
usualmente colhidas em um frasco contendo anticoagulante para inibir a coagulação. O
anticoagulante mais frequente usado no laboratório de hematologia é o EDTA (ácido
etilenodiaminotetracético).

Obs.: Para o realizar o exame de Hemograma completo o material ultilizado é sangue


total colhido em anticoagualante EDTA. Que preserva todos os elementos do sangue.
Tubo de tampa roxa.

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Eritrograma

O eritrograma é a primeira parte do hemograma. É o estudo dos glóbulos vermelhos,


ou seja, das hemácias, também chamadas de eritrócitos.
Os três primeiros dados, contagem de glóbulos vermelhos, hemoglobina e
hematócrito, são analisados em conjunto. Quando estão reduzidos, indicam anemia. E,
quando elevados indicam eritrocitoses, que é o excesso de eritrócitos (hemácias)
circulantes.
É o exame responsável em analisar o estado das células vermelhas presentes no nosso
corpo. O exame realiza uma contagem de todos os glóbulos vermelhos e identifica qualquer
alteração, problema ou outra situação patológica relacionadas ao sistema eritropoético
(maturaçao celular).
A contagem de hemácias é a primeira informação fornecida e é expressa em milhões
por mm3. Os níveis de hemácias iguais ou maiores que 5,52 milhões/mm3 em homens e
iguais ou maiores que 5,03 milhões/mm3 em mulheres são considerados poliglobulia.
A concentração de hemoglobina é expressa em g/dL, e sua avaliação é de grande
importância pelo papel no transporte de oxigênio e por estar diretamente relacionada à
anemia, sendo sua melhor forma de avaliação laboratorial.
O volume relativo das hemácias dentro do volume de sangue é fornecido pela análise
do hematócrito, que é expresso percentualmente.
A relação entre esses diferentes parâmetros pode ser obtida pela análise dos índices
hematimétricos que irão fornecer informações adicionais sobre variações de volume e
concentração da hemoglobina. Os achados morfológicos do esfregaço corado fornecem
mais informações sobre conteúdo da hemoglobina, forma, tamanho e inclusões
eritrocitárias.
Os resultados a serem avaliados são:
Contagem de hemácias: Este teste, também chamado de contagem de eritrócitos, é
parte de uma contagem completa de sangue. É também usado para detectar a quantidade de
hemácias em um microlitro (milímetro cúbico) de sangue total. Os valores normais variam
de acordo com o sexo e com a idade. Valores normais: Homem de 4,32 a 5,52
milhões/mm³, Mulher de 3,9 a 5,03 milhões/mm³.
Hematócrito: é o percentual do sangue que é ocupado pelas hemácias. Representa a
porcentagem de sangue ocupada pelas hemácias, por exemplo, caso apareça como 40%,
significa que 40% do sangue do paciente é composto de hemácias.Os valores variam com o
sexo e com a idade. Valores: Homem de 40 - 50% e Mulher de 35 - 45%. Recém-nascidos
tem valores altos que vão abaixando com a idade até o valor normal de um adulto. Seus
valores altos podem indicar policitemia, enquanto seus valores baixos podem indicar um
caso de anemia;
Hemoglobina: é uma proteína presente nas hemácias, responsável por pigmentar o
sangue e transportar o oxigênio pelo corpo. Quando seus valores estão baixos, pode causar
descoloração do sangue, palidez e falta de oxigênio nos órgãos e indicam anemia. Na
prática, a dosagem de hemoglobina acaba sendo a mais precisa na avaliação de uma
anemia. São conciderados valores normais, para homens 13,5 a 18 g/dl e para mulheres 12
a 16 g/dl.

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VCM (Volume Corpuscular Médio): é o índice que ajuda na observação do
tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia: se pequenas são consideradas
microcíticas (< 80fl, para adultos), se grandes consideradas macrocíticas(> 96fl, para
adultos) e se são normais, normocíticas (80 - 96fl). Quando há variação, ou seja, são
observadas hemácias macrocíticas e microcíticas, o quadro é chamado de anisocitose. A
unidade utilizada é femtolitro (fl).
Esse dado ajuda a diferenciar os vários tipos de anemia. Por exemplo, anemias por
carência de ácido fólico cursam com hemácias grandes, enquanto que anemias por falta de
ferro se apresentam com hemácias pequenas. Existem também as anemias com hemácias de
tamanho normal.
Alcoolismo é uma causa de VCM aumentado (macrocitose) sem anemia.

Cálculo Ex.: Hem: 5,50 milhões/mm³


Hb: 15,2 g/dl
Hto: 45,6 % VCM = 8,29 x 10
Fórmula:
VCM = Hto x 10 VCM = 82,9 fl
VCM = Hematocrito x 10 Hem
Hemácias
VCM= 45,6 x 10
5,50

HCM (Hemoglobina Corpuscular Média): Representa o quoeficiente de conteúdo de


hemoglobina em determinado volume de hemácias pelo número de células no mesmo
volume. Representa o peso da hemoglobina dentro das hemácias. Seu resultado é dado
em picogramas. O intervalo normal é 26-34pg
Ex.: Hem: 5,50 milhões/mm³
Cálculo Hb: 15,2 g/dl
Hto: 45,6 % HCM = 2,76 x 10
HCM = Hemoglobina x 10
Hemacia HCM = Hb x 10 HCM = 27,6 pg
Hem

HCM = 15,2 x 10
5,50

16
CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média): É a média da
concentração interna( saturação) de hemoglobina em uma população de eritrocitos.
Como se sabe, a concentração é a relação entre o soluto(parte, conteúdo) e a solução(todo),
ou seja, é o conteúdo de uma determinada substância em um determinado volume.
Imagina-se uma população d eritrocitos , em que cada um deles tenha uma concentração
específica de hemoglobina. O CHCM é o valor médio dessa concentração.
O intervalo normal é de 32 - 36g/dl. Como a coloração da hemácia depende da quantidade
de hemoglobina elas são chamadas de hipocrômicas (< 32), hipercrômicas (> 36) e
hemácias normocrômicas (no intervalo de normalidade). É importante observar que na
esferocitose o CHCM geralmente é elevado.

Ex.: Hem: 5,50 milhões/mm³


Cálculo Hb: 15,2 g/dl
Hto: 45,6 % CHCM = 0,33 x 100
CHCM = Hemoglobina x 100
CHCM = Hb x 100 CHCM = 33 g/dl
Hematócrito
Hto

CHCM = 15,2 x 100


45,6

RDW (Red Cell Distribution Width): é um índice que indica a anisocitose (variação de
tamanho), sendo o normal de 11,5 a 14,5%( variam de acordo com o modelo do contador),
representando a percentagem de variação dos volumes obtidos. Nem todos os laboratórios
fornecem o seu resultado no hemograma.
Normalmente realiza-se uma análise estatística em testes realizados em um grande
grupo de indivíduos normais para se chegar aos límites estabalecidos para hemoglobina,
hematócrito e número de hemácias, isto quer dizer que cada região possui um límite de
normalidade.

17
Morfologia das Hemácias

A Morfologia das hemácias (ou estudo da forma das hemácias) é feita em


microscópio, analisando o esfregaço de sangue. O eritrócito normalmente possui a forma de
um disco bicôncavo. Quando visto de frente apresenta uma região central mais clara (halo)
do que a da zona periférica. Isto decorre em virtude da distribuição da hemoglobina em seu
interior a ausência de um núcleo.
Poiquilocitose ou pecilocitose refere-se à variação na forma das hemácias.
As alterações formas encontradas são:

Drepanócitos
Sinônimo de hemácias em forma de foice. Os eritrócitos adquirem essa forma devido
a presença da Hemoglobina S, que polimeriza e se precipita na membrana da célula,
ocasionando a deformação.
É encontrado nas doenças falciformes. Doença falciforme é um termo genérico que
engloba um grupo de anemias hemolíticas crônicas hereditárias, dentre elas a anemia
falciforme .

Esferócitos
São eritrócitos com a biconcavidade reduzida. Quando visualizados no microscópio
perdem a zona clara central, são mais densos e ocorre redução do diâmetro, em comparação
com os demais eritrócitos. Por isso, também são chamados de microesferócitos.
Pode ser causado por defeitos genéticos nas proteínas de membrana ou pode ser
adquirida, aparecendo nos casos de anemia hemolítica autoimune.

Eliptócitos/Ovalócitos
São eritrócitos que apresentam formas ovaladas e eliptocíticas. As causas dessa
alteração são defeitos genéticos nas proteínas do citoesqueleto da célula.
Na eliptocitose hereditária praticamente todas as hemácias têm essa forma. Porém,
pode ser encontrada uma pequena quantidade de eliptócitos/ovalócitos nas talassemias,
anemia ferropriva e anemia megaloblástica.

Codócitos
Sinônimo de hemácias em alvo. A hemácia apresenta dupla biconcavidade de tal
maneira que, quando projetada em um plano, a hemoglobina é visualizada em uma pequena
faixa periférica e, geralmente, na parte central, o que lhe dá o aspecto “em alvo”.
Podem ser encontrados nas hemoglobinopatias (SS, SC), talassemias, hepatopatias,
em pacientes esplenectomizados e na anemia ferropriva.

18
Dacriócitos
São eritrócitos em forma de gota ou lágrima. A deformação ocorre quando as células
passam nas fenestrações entre cordões e sinus medulares do baço, sofrendo estiramento
além dos limites da elasticidade.
É muito comum na mielofibrose, devido à hematopoese extramedular (o baço produz
células sanguíneas devido a hipocelularidade da medula óssea). Pode ser encontrado
também nas talassemias, anemias hemolíticas e em pacientes esplenectomizados.
Esquizócitos
São eritrócitos fragmentados, irregularmente contraídos e mordidos.
São causados por traumas mecânicos, válvulas cardíacas artificiais, agressão térmica
nas queimaduras e agressão química pelo uso de fármacos oxidantes. Se a fragmentação for
significativa, o paciente irá apresentar manifestações clínicas de anemia hemolítica.
Aparecem também em condições clínicas como coagulação intravascular disseminada
(CIVD), púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) e Síndrome Hemolítico-Urêmica
(SHU).

Acantócitos
São hemácias com a membrana irregular, apresentando espículas irregularmente
distribuídas.
In vitro pode ser artefato. In vivo decorre de hepatopatias, diminuição da função do
baço e esplenectomia.
Outros achados não relacionados a forma:
 Hemácias aglutinadas (agrupamentos de hemácias): quando a hemólise é causada
por um anticorpo contra hemácias, elas acabam se agrupando (crioaglutininas).
 Hemácias em Rouleaux (hemácias em rolos, formam pilhas de rolos de hemácias):
aparece em alta concentração de globulinas anormais, mieloma múltiplo e
macroglobulinemia.
Inclusões nas hemácias:
 Corpuscúlos de Howell-Jolly (aparecem como se fossem um botão azul escuro junto
à membrana da hemácia, por fragmento nuclear ou DNA condensado): após
esplenectomia, anemias hemolíticas severas.
 Hemácias com pontilhados basófilos: (vários pontos roxos dentro da hemácia, pela
precipitação dos ribossomos ricos em RNA): aparecem na talassemia beta, intoxicação por
chumbo, anemia hemolítica por deficiência de pirimidina-5-nucleotidase.
 Anel de Cabot (forma de uma anel ou em oito dentro da hemácia, por restos
nucleares): em anemias hemolíticas severas.

19
Resumo

Morfologia dos eritrócitos


A morfologia dos eritrócitos ou das hemácias e feita em avaliação microscópica analisando
esfregaço sanguineo,as formas encontradas são;
Morfologia Caracteristicas Causas Forma
Depranocitos Forma de foice Anemia falciforme

Esferocitos Forma esférica Anemia esferocitica e nas


Pequena hemoliticas auto imune
hipercromica
Eliptocitos Forma de charuto Podem aparecer em qualquer tipo
de anemia

Hemácias em Membrana grande Hemoglobinopatias


alvo Palidez e Síndromes talassemicas
(Codócitos) Alvo central corado Doenças hepaticas

Dacriocitos Forma de lagrima ou Podem aparecer em qualquer tipo


coxinha de anemias

Hemácias Coloração mais azul Anemia hemolitica


policromaticas devido a presença de
RNA residual

esquisocitos Hemácias Hemólise e queimaduras


fragmentadas

Hemácia Preciptado de Retirada do baço


mordidas hemoglobina nas
hemácias(chamado de
corpúsculo heinz)
Acantocitos Hemácias com pontas Retirada do baço
de diversos tamanhos Disfunsao hormonal
Doenças hepaticas

Crenadas Hemácias varias Uremia


pontas pequenas Uso de heparina
Deficiência de piruvatokinase

20
Outros achados não relacionadas a forma
Hemácias Agrupamento das Hemolise
aglutinadas hemacias

Hemácias em Formas em rolos,pilhas Alta concentração de


rouleaux de hemácias em rolo globulinas(proteína q transporta
lipideos anormais,mieloma múltiplo e
macroglobulinemia(câncer dos
linfomas)
Inclusão das hemácias
Corpúsculo de Aparece na membrana Anemia hemolítica severa e
howell-jolly das hemácias como um esplenectomia (retirada do baço)
botão azul(fragmento
do DNA)

Hemácias com Vários pontos roxos Intoxicação por chumbo,anemia


pontilhados dentro das hemolítica por deficiência de
basofilos hemácias(excesso de pirimidina-5-nucleotidase(genético)
RNA)

Anel de cabot Forma de anel ou de Anemia hemolítica severa


oito dentro da hemácia
por restos nucleares

Corpos de Heinz Hemoglobina Anemia hemolítica,algumas


desnaturada encontrada drogas,deiciencia da glicose-6-fosfato
nas membranas das
hemacias

Corpúsculo de Pontos enegrecidos Anemia hemolítica e


pappenheimer sideroblastica(excesso de ferro)

Eritoblastos Hemácia nucleadas Anemia hemolítica,reações


leucoeritriblasticas(fibrose e metástase
medular)

21
Anemias

A anemia é a diminuição dos níveis de hemoglobina na circulação. A principal função


da hemoglobina, uma proteína presente nas hemácias, é o transporte de oxigênio dos
pulmões para os tecidos.
Diz-se haver anemia (do grego, an = privação, haima = sangue) quando a
concentração da hemoglobina sanguínea diminui aquém de níveis arbitrados pela
Organização Mundial de Saúde em 13 g/dL para homens, 12 g/dL para mulheres, e 11 g/dL
para gestantes e crianças entre 6 meses e 6 anos.
A hemoglobina é o pigmento que dá a cor aos glóbulos vermelhos (eritrócitos) e tem a
função vital de transportar o oxigênio dos pulmões aos tecidos.
Apesar de ter um cortejo de sintomas e sinais próprios, a anemia não é, em si, uma
doença, mas uma síndrome, pois pode decorrer de uma extensa lista de causas.
É a síndrome crônica de maior prevalência em medicina clínica.
As anemias podem ser causadas por deficiência de vários nutrientes como
ferro, zinco, vitamina B12 e proteínas. Porém, a anemia causada por deficiência de ferro,
denominada Anemia Ferropriva, é muito mais comum que as demais (estima-se que 90%
das anemias sejam causadas por carência de Ferro). O ferro é um nutriente essencial para a
vida e atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no
transporte do oxigênio para todas as células do corpo.
A hemoglobina é uma molécula complexa, formada de duas partes, uma protéica, a
globina, e uma não protéica, a heme. No organismo humano três são os principais tipos de
hemoglobinas que se encontram: hemoglobina A1 ( HbA1 ) que representa cerca de 97%
do total; a hemoglobina A2 que forma cerca de 3% da hemoglobina do adulto; hemoglobina
fetal ( HbF ), presente durante a vida intra-uterino.
A diferença entre as três deriva da diferente estrutura da globina. Esta é uma molécula
complexa, que se compõe de dois pares de cadeias protéicas indicadas com as letras do
alfabeto grego. A estrutura na hemoglobina fetal ( HbF ) é alfa2 gamma2; na hemoglobina
A1 é alfa2 beta 2; na hemoglobina A2 é alfa2 delta2. Obviamente a formação da globina é
controlada por sistemas que regulam a quantidade e a qualidade a ser produzida pelo corpo,
e quando este sistema está alterado, a produção da globina está comprometida.

Sinais e sintomas

São variáveis e dependem da gravidade do quadro, da sua velocidade de instalação e dos


níveis de hemoglobina. Podem ocorrer:

* fadiga e fraqueza
* palidez cutâneo-mucosa (pele, conjuntiva)
* dificuldade de concentração
* vertigens e tonturas
* palpitações e taquicardia
* claudicação (dores nas pernas)
* dispnéia (falta de ar)
* inapetência ocorre frequentemente em crianças
22
Classificação da anemia

A anemia pode ser classificada em duas categorias: aquelas que nascem com o
indivíduo (neste caso temos uma anemia hereditária) ou podem ocorrer com o indivíduo
por algo que lhe acontece durante a vida (neste caso são as anemias adquiridas).

Anemias hereditárias: As anemias hereditárias geralmente se relacionam a


alterações genéticas na fabricação do glóbulo vermelho – seja da membrana que dá forma
ao glóbulo vermelho, seja das substâncias que estão em seu interior – hemoglobina e
proteínas (enzimas). Neste grupo de anemias hereditárias temos algumas causas comuns em
nossa população como as talassemias ou anemias do Mediterrâneo, comuns em indivíduos
com ascendência italiana, portuguesa e libanesa; ou ainda a anemia falciforme, mais
comum em indivíduos com ascendência africana.

Anemias adquiridas: As anemias adquiridas podem acontecer por carência de


nutrientes, por alterações na medula óssea ou ainda por outra doença que leva a anemia por
outros mecanismos. Assim, nos quadros de carência de vitaminas podemos citar a falta de
ferro ou de vitamina B12; nas doenças da medula óssea podemos citar as leucemias ou a
síndrome mielodisplásica. Já nas doenças que levam a anemia por outros mecanismos
citamos as diversas doenças reumatológicas e infectocontagiosas, a insuficiência renal
crônica ou as alterações de tireoide.

Tipos
A anemia pode ser dividida em seis tipos:

Anemia ferropriva
Anemia ferropriva é o tipo de anemia decorrente da deficiência de ferro dentro do
organismo levando à uma diminuição da produção, tamanho e teor de hemoglobina dos
glóbulos vermelhos, hemácias. O ferro é essencial para a produção dos glóbulos vermelhos
e seus níveis baixos no sangue comprometem toda cascata de produção das hemácias.

Anemia por deficiência de vitamina B12


Na anemia por deficiência de vitamina B12 ocorre baixa contagem de hemácias
devido a pouca quantidade dessa vitamina no organismo.
Anemias causadas por deficiência de vitaminas, no geral, são chamadas de anemias
megaloblásticas. Já alguns tipos de anemias causadas por deficiência de vitamina B12 são
chamadas de anemias perniciosas.
A deficiência de vitamina B12 pode resultar de uma dieta deficiente desta vitamina,
que é encontrada principalmente em carnes, ovos e leites. Esse é um problema muito
comum em vegetarianos e veganos.

23
Anemia hemolítica
Em pessoas saudáveis, os glóbulos vermelhos duram por cerca de 120 dias antes de
serem descartados pelo organismo. Na anemia hemolítica, os glóbulos vermelhos no sangue
são destruídos antes do tempo normal, sem dar tempo de serem repostos pela medula óssea.
A anemia hemolítica ocorre quando a medula óssea não é capaz de repor os glóbulos
vermelhos que estão sendo destruídos.
A anemia hemolítica também tem sua forma autoimune, que ocorre quando o sistema
imunológico identifica erroneamente seus próprios glóbulos vermelhos como corpos
estranhos, desenvolvendo anticorpos que atacam as hemácias, destruindo-as muito
prematuramente.

Anemia falciforme
A anemia falciforme é uma doença hereditária (passa dos pais para os filhos)
caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com
uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se
mais facilmente, causando anemia.
É importante não confundir a anemia falciforme com a anemia ferropriva, causada
por deficiência de ferro. A segunda é muito mais comum (estima-se que 90% das anemias
sejam causadas por carência de ferro).

Anemia aplástica
Esta anemia rara, com risco de vida, ocorre quando seu corpo não produz uma
quantidade suficiente de glóbulos vermelhos. As causas da anemia aplástica incluem
infecções, doenças auto-imunes e exposição a produtos químicos tóxicos. A doença pode se
manifestar de diferentes formas e intensidades.

Anemia causada por outras doenças


Algumas doenças podem afetar a capacidade do corpo de fazer glóbulos vermelhos.
Por exemplo, alguns pacientes com doença renal desenvolvem anemia porque os rins não
estão fazendo o suficiente para sinalizar a medula óssea que ela deveria fazer novos ou
mais glóbulos vermelhos. A quimioterapia utilizada para tratar vários tipos de câncer
também prejudica a capacidade do corpo de fazer novos glóbulos vermelhos, podendo
causar a anemia.

Causas
A anemia ocorre quando o sangue não possui sangue vermelho suficiente. Isso pode
acontecer se:
 Seu corpo não produz células sanguíneas vermelhas suficientes
 O sangramento faz com que você perca os glóbulos vermelhos mais rapidamente do
que eles podem ser substituídos
 Seu corpo destrói os glóbulos vermelhos.

24
Fatores de risco
Esses são fatores colocam você em maior risco de desenvolver anemia:

Uma dieta que não possui certas vitaminas


Ter uma dieta com baixas quantidades em ferro, vitamina B12 e ácido fólico aumenta
o risco de anemia.

Distúrbios intestinais
Ter uma desordem intestinal que afeta a absorção de nutrientes no intestino delgado -
como doença de Crohn e doença celíaca - coloca você em risco de anemia.

Menstruação
Em geral, as mulheres que não chegaram ainda na menopausa apresentam maior risco
de anemia ferropriva do que homens e mulheres na pós-menopausa. Isso porque a
menstruação causa a perda de glóbulos vermelhos.

Gravidez
Se você está grávida e não está tomando um multivitamínico com ácido fólico, você
pode estar com um risco aumentado de anemia.

Condições crônicas
Se você tem câncer, insuficiência renal ou outra condição crônica, você pode estar em
risco de anemia de doença crônica. Essas condições podem levar a uma escassez de
glóbulos vermelhos.

Diagnóstico

O hemograma é o principal exame a ser realizado quando há suspeita de anemia.


Neste exame é possível a avaliação da série vermelha, que inclui os seguintes parâmetros:
* número total de hemácias
* hemoglobina
* hematócrito
* volume corpuscular médio (VCM)
* hemoglobina corpuscular média (HCM)
* concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM)
* Red Cell Width (RDW)

25
Leucócito
Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, são células incolores
que atuam principalmente na defesa do corpo, protegendo-o contra organismos
invasores e desencadeando respostas imunológicas. Os leucócitos são produzidos na
medula óssea, local onde a maioria também amadurece. A partir desse local, eles são
levados através dos vasos sanguíneos para todo o corpo junto a outras células do sangue.

Formas de atuação dos leucocitos


Os leucócitos atuam na defesa do organismo de dois modos:
Fagocitose - nesse processo, as células sanguíneas de defesa englobam, digerem e
destroem os microrganismos invasores.
Produção de anticorpos - os anticorpos, proteínas especiais, neutralizam a ação das
substâncias tóxicas produzidas pelos seres invasores ou presentes em alimentos e
substâncias diversas.
O pus que geralmente se acumula no local de um machucado é formado pelo
conjunto de leucócitos, de microrganismos mortos, e também do líquido que sai dos
capilares nos pontos infectados.

Quantidade de leucócitos no sangue


Geralmente, a quantidade de leucócitos num determinado volume de sangue é
determinada automaticamente através de um contador celular computadorizado. Esses
instrumentos fornecem a contagem leucocitária total, expressa como células por mililitros
de sangue, assim como a proporção de cada um dos cinco tipos principais de leucócitos. A
contagem leucocitária total normalmente varia de 4 mil a 10 mil células por mililitro. Uma
quantidade muito pequena ou muito grande de leucócitos indica um distúrbio.
A leucopenia, uma diminuição na quantidade de leucócitos para menos de 4.000
células por mililitro, torna uma pessoa mais suscetível a infecções.
A leucocitose, um aumento na quantidade de leucócitos, pode ser uma resposta a
infecções ou substâncias estranhas, ou ser resultante de um câncer, de um traumatismo, do
estresse ou de determinadas drogas.
A maioria dos distúrbios dos leucócitos envolve os neutrófilos, os linfócitos, os
monócitos e os eosinófilos. Distúrbios envolvendo os basófilos são muito raros.

Tipos de leucócitos
Os leucócitos dividem-se em três classes:
* Os granulócitos constituem até 70% de todos os leucócitos. Têm esse nome porque
contêm grânulos com diferentes substâncias químicas, dependendo do tipo da célula.
Dividem-se em três classes: neutrófilos, eosinófilos e basófilos.
* Os linfócitos ou agranulócitos constituem 30% a 40% de todos os leucócitos. Os
linfócitos se dividem em dois subtipos principais: células B (as que amadurecem dentro da
medula óssea) e as células T (aquelas que amadurecem no timo).
* Os monócitos constituem até 7% de todos os leucócitos. Os monócitos se
transformam em macrófagos, quando saem da corrente sanguinea para o tecido. Processo
chamado de Diapedese.

26
% no
Sangue
Tipo Morfologia Diagrama Função
dos
Adultos

N.Bastão célula
jovem com núcleo
em forma de
bastão com fina
granulação no
citoplasma. Neutrófilos estão envolvidos na defesa contra infecção
N.segmentado bacteriana e outros pequenos processos inflamatórios.
Neutrófilo célula madura 70% Também são chamados Fagócito e são o tipo mais
com núcleo abundante no sangue humano.
multilobulado(3 a
5 núcleos) ligados
por fina cromatina
e fina granução no
citoplasma.

Núcleo bilobulado
com grânulos Eosinófilos envolvidos nas infecções parasitárias e
Eosinófilo vermelho 2% a 4% processos alérgicos.Têm um núcleo celular bilobulado
alaranjado.

Núcleo irregular
bilobulado, citoplasma
é levemente basofílico Basófilos são responsáveis pela resposta alérgica e
Basófilo com vários grânulos <1% liberação de histamina. Têm um núcleo e grânulos
grosseiros corados de especificos coram-se de roxo.
roxo que cobrem o
núcleo.

Linfócitos são mais comuns no sistema linfático. Os


três tipos principais são:
Linfócitos B: Células B produzem anticorpos que se
Células pequenas, ligam ao patógeno para sua posterior destruição.
aredondadas com Células B também são responsáveis pelo sistema de
núcleo denso que 30% a memória ("guardam resposta contra um novo ataque
Linfócito ocupa 90% do do mesmo agente patógeno").
40%
citoplasma sem Linfócitos T Auxiliares ou (CD4+): coordena a
grnulo. resposta imune.
Linfócitos T citotóxicos (ou CD8+): Destroem as
células infectadas.
Natural killers (ou NK): capazes de matar o vírus.

Núcleo com forma


de rim, com a
cromatina clara
Diferenciam-se, sempre que necessário em
Monócito (frouxa), possui 7% Macrófagos, mas também fagocitam.
invaginaçoes,
citoplasma. Sem
granulo com vaculos

27
Granulócito

Os Granulócitos são células de defesa do corpo humano.

Características

* são provenientes da medula óssea e liberados no sangue;


* são 70% das células brancas;
* possuem muitos grânulos no citoplasma, daí o nome (granuló..., de grânulos; cito,
de célula; célula com grânulos).

Coloração

Os grânulos são corados da seguinte maneira:

* azul - Basófilos (0,5 a 1% dos Granulócitos);


* vermelho - Eosinófilos (3 a 5% dos Granulócitos);
* incolor - Neutrófilos (90 a 95% dos Granulócitos).

Os Granulócitos, em geral, possuem núcleos polimorfos, ou seja, são células


polimorfonuclerares (núcleo de diferentes formas: multilobulado, forma de feijão, de
alteres, circulares e etc).
Os Granulócitos circulam pelo sangue e podem migrar para os tecidos, por exemplo,
por ocasião das respostas inflamatórias, exceto pelo Mastócito, que fica no tecido. Os
Mastócitos são muito parecidos com os Basófilos, mas possuem origens diferentes. Não se
conhece, ao certo, qual a origem dos Mastócitos que parecem não vir da medula óssea.

Granulócito basófilo

Basófilo é um tipo de leucócito que se fixa com corantes básicos.

Descrição Celular

Possui forma esférica e núcleo irregular. Tem tamanho de aproximadamente 10-15


µm (micrometros). Seu núcleo geralmente não é segmentado ou bilobulado, raramente com
três ou mais lóbulos. Seu citoplasma é levemente basofílico (cor azul) e quase sempre
ofuscado pelos vários grânulos grosseiros corados de roxo. Os granulos estão dispostos
irregularmente cobrindo também o núcleo.

Função

Acredita-se que também participam de processos alérgicos; produzem histamina e


heparina. Não são considerados os precursores dos mastócitos pois eles têm origens
diferentes. Os basófilos são ativados pela presença de estímulos como as anafilotoxinas
(complementos C3a, C4a e C5a) e os complexos IgE-antigeno. A resposta dos basófilos
traduz-se em dois processos complementares: desgranulação e libertação de histamina; e
28
sintese e libertação de derivados do ácido araquidónico (leucotrienios, tromboxanos e
prostaglandinas). A sua participação no choque anafilático (sistêmico) é maior que o
mastócitos, pois os basófilos são células que realmente estão presentes no sangue, e liberam
os mediadores para a circulação.

Quantidade no sangue

É a célula circulante menos encontrada no sangue periférico dentro os leucócitos.


Aproximadamente de 0-1% dos leucócitos são basófilos. Quando há aumento da quantidade
de basófilos no sangue periférico usa-se o termo basofilia.

Granulócito eosinófilo

Os granulócitos eosinófilos (ou acidófilos) são uma classe de células sanguíneas


leucocitárias que fazem parte do sistema imunitário e é um dos 5 principais tipos de
leucócitos (neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos). São responsáveis
pelo combate às infecções no corpo por parte de parasitas.
É classificado como granulócito por ter grânulos citoplasmáticos que podem ser
visualizados através de microscopia de luz, seus grânulos são acidófilos (têm afinidade por
corantes ácidos) e são corados por eosina.

Morfologia Celular
Quando visualizadas no esfregaço do sangue periférico, os eosinófilos apresentam tamanho
que varia entre 9-15 µm (micrometros). Seu núcleo contém de 2 a 3 lóbulos ligados por um
fino filamento nuclear. Seu citoplasma é tomado por grânulos vermelhos-alaranjados.

Função
Em áreas de inflamação alérgica, os eosinófilos são atraídos pela histamina produzida
por basófilos e mastócitos, migrando para o local inflamado. Essa ação migratória
provocada por substância química (no caso referido, a histamina) chama-se quimiotaxia.
Os grânulos liberam seu conteúdo (fosfatase ácida, arilsulfatase, β-glicuronidase,
ribonuclease, peroxidase eosinofílica, proteína básica principal) para o meio extracelular e
compõe sua atividade defensiva juntamente com a ação fagocitária de complexos antígeno-
anticorpo.

Quantidade de eosinófilos
Sua quantidade aproximada no sangue é de 150 células/μL (microlitro) e constitui
entre 2% a 4% dos leucócitos. Quando há um aumento do número de eosinófilos, isto é
chamado de eosinofilia. Quando há dimunuição, eosinopenia.

29
Granulócito neutrófilo ( Bastão e Segmentado)

Os neutrófilos são uma classe de células sanguíneas leucocitárias, que fazem parte do
sistema imunitário do corpo humano e é um dos 5 principais tipos de leucócitos
(neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos).
São leucócitos polimorfonucleados, têm um tempo de vida médio de 6h no sangue e
1-2 dias nos tecidos e são os primeiros a chegar às áreas de inflamação, tendo uma grande
capacidade de fagocitose. Estão envolvidos na defesa contra bactérias e fungos. Os
neutrófilos possuem receptores na sua superfície como os receptores de proteínas do
complemento, receptores do fragmento Fc das imunoglobulinas e moléculas de adesão.

Morfologia Celular

Quando visualizada no sangue periférico através de um esfregaço sanguineo e coradas


o neutrófilo apresenta-se como uma célula de diametro entre 12-15µm (micrometros). Seu
núcleo é polilobulado geralmente apresenta de três a cinco lóbuluos ligados por um fino
filamento nuclear. Seu citoplasma é abundante e possui grânulos finos dispersos. Os seus
granulos são divididos em primários e secundários. Os primários aparecem no estágio
promielócito. Os secundários (especificos) encontrados no estágio mielocitico e
predominantes no neutrófilo maduro.

Função

Fagocitose
Neutrófilos são fagocitos capazes de ingerir microrganismos ou partículas. Ao
fagocitar forma-se o fagossomo onde os microrganismos serão mortos pela liberação de
enzimas hidrolíticas e de espécie reativa de oxigénio. O consumo de oxigênio durante a
reação de espécies de oxigênio é chamado de queima respiratória que nada tem a ver com
respiração celular ou produção de energia.
A "queima respiratória" envolve a ativação da enzima NADPH-oxidase, que produz
grandes quantidades de superóxido, uma espécie reativa do oxigênio. Superóxido gera o
peróxido de hidrogênio que é convertido em ácido hipocloroso (HOCl) pela enzima
mieloperoxidase. É o HOCl que tem propriedades suficientes para matar a bactéria
fagocitada.

Quantidade

Neutrófilos são as células mais abundantes aproximadamente 70% os leucócitos.


Quando há um aumento no número de neutrófilos circulantes é chamado de neutrofilia e
quando há diminuição neutropenia.

30
Mastócito
O mastócito é uma célula residente no tecido conjuntivo. Contém no seu interior uma
grande quantidade de grânulos cheios de histamina (substância envolvida nos processos de
reações alérgicas) e heparina (uma substância anticoagulante). Os grânulos dos mastócitos
são metacromáticos (têm a capacidade de mudar a cor de determinados corantes básicos)
em função de sua alta concentração de radicais ácidos presentes na heparina. O seu papel
mais conhecido é na reação alérgica. Desempenha também um papel de proteção, estando
envolvido no sarar das feridas e na defesa contra organismos patogênicos.

O mastócito não pode ser confundido com o basófilo, pois eles têm origens diferentes.

Mastócitos da mucosa, presente no intestino e nos pulmões em sua superficie contém


respostas específicas para imunoglobolina principalmente IgE. É a principal célula
responsável pelo famoso choque anafilático local (no tecido conjuntivo).

31
Agranulócito
Agranulocitos são células leucocitarias (parte do sistema imunitário do corpo
humano), caracterizado pela ausencia de granulos no citoplasma.

Existem dois tipos de Agranulocitos:

Linfócito: Tem nucleo esferico, levemente basofilo.

Monócito: Possui o nucleo ovoide, com a cromatina clara, possui invaginaçoes,


citoplasma basofilo. Tem a função fagocitaria e de se diferenciar em macrófagos ao migrar
do sangue para os outros tecidos do corpo.

Linfócito

Linfócito é um tipo de leucócito, ou glóbulo branco, presente no sangue fabricados


pela medula óssea vermelha, através das células-tronco linfóides que se diferenciam em
células pré B e pró-timocitos. Os pró-timocitos dão origem aos Linfócitos T que por sua
vez vão amadurecer nos tecidos linfóides; já as células pré B dão origem aos Linfócitos B.
Por sua aparência ao microscópio, há duas categorias de linfócitos: os grandes e pequenos.
A maioria, mas não todos, os linfócitos grandes granulares são as chamadas Natural Killer
(células NK ou exterminadoras naturais). Os linfócitos pequenos podem ser linfócitos T ou
linfócitos B. Os linfócitos tem um papel importante na defesa do corpo.

Distribuição no sangue

Os linfócitos são encontrados no sangue contribuindo para 30% a 40% dos


leucócitos. Esta percentagem varia muito de acordo com a saúde do paciente. Se ele está
deprimido, estressado , esta percentagem cai muito, ou no caso de uma infecção viral, esta
percentagem cresce bastante. Numa rejeição de transplante, observamos grande aumento de
linfócitos. Uma baixa quantidade de linfócitos no sangue atesta que o corpo não possui
defesas contra doenças perigosas como o câncer.

Morfologia

Para observar os linfócitos em microscópio é necessário fazer colorações específicas,


assim será possível fazer um estudo da morfologia dos linfócitos. Geralmente os linfócitos
entre os leucócitos do sangue são as menores células.
Análise microscópica do sangue periférico mostra que um linfócito pequeno normal
tem entre 10-12 micrômetros de diâmetro, um núcleo redondo com cromatina condensada e
citoplasma escasso pouco basofílico. Normalmente o linfócito pequeno tem o tamanho
aproximado de uma hemácia (aproximadamente 7 micrômetros de diâmetro). O linfócito
grande tem entre 12-16 micrômetros, núcleo redondo, cromatina nuclear menos
condensada, citoplasma mais abundantes e com contorno celular irregular. Os grandes e
granulares apresentam grânulos azurófilos que contém enzimas lisossômicas. É impossível
distinguir as células T e B no esfregaço de sangue periférico.
32
Tipos

São três os tipos de linfócitos: Natural Killers (ou células NK), linfócitos T e
linfócitos B.

Células NK

São parte da imunidade celular mediada. Eles podem atacar a célula hospedeira.
Células NK tem parte importante no sistema imune inato e papel principal na defendendo-
se de hospedeiros tanto em tumores como em infecções virais. Células NK cells distingue
células infectadas e tumorosas de uma normal de células não infectadas por reconhecimento
de alterações nos níveis da molécula de superfície chamada de MHC - classe I (Complexo
principal de histocompatibilidade). As células NK são ativadas por citocinas chamadas
interferons. Ativadas células N liberam grânulos citotóxicos que destroem as células
hostis.[2] Elas são chamadas de "natural killer" por causa da noção inicial que elas não
necessitavam de ativação primária para matar células.

Linfócitos T

São assim chamados pois sofrem maturação no timo sendo também conhecidos pelo
nome de timócitos. São responsáveis pela imunidade celular,organismos estranhos ou
células infectadas são destruidas pelas células T em um complexo mecanismo. Há vários
tipos de linfócitos T:

*Linfócitos CD8+, T8, Tc ou Citotóxicos (célula killer): Destroem as células


infectadas através de mecanismo de apoptose, que é a morte celular programada.

*Linfócitos CD4+, T4, Th ou Auxiliares (T helper): São os intermediários da


resposta imunitária que proliferam após o contato com o antígeno para ativar outros
tipos de células que agirão de maneira mais direta. Existem 2 subtipos conhecidos
de linfócitos T auxiliares: Th1 e Th2.

*Linfócitos T supressores

*Linfócitos T reguladores

Linfócitos B

São assim chamados por terem sido inicialmente estudados na bursa de Fabricius, um
órgão das aves. São responsáveis pela imunidade humoral. Produzem imunoglobulinas,
chamadas de anticorpos, contra antígenos estranhos. Para serem ativados, outras células
como por exemplo o macrófago lhe apresentam fragmentos de antígenos. Os linfócitos B
ativados se transformam em plasmócitos. Os plasmócitos possuem em sua vesícula de
Golgi capacidade de produzir anticorpos em massa.

33
Monócito

O monócito é a maior célula circulante. Apresenta um núcleo irregular, em forma de


rim, com cromatina exibindo aspecto reticular. O monócito tem origem medular e constitui
uma série própria (monoblastos, promonócitos, monócitos e macrófagos).
Os monócitos que migram do sangue para os tecidos são denominados macrófagos.
Esse processo é deminominado de diapedese. Os macrófagos são os responsáveis pela
protecção dos tecidos. Como componente do sistema mononuclear fagocitário
(anteriormente chamado de sistema retículo endotelial) tem como funções: a remoção de
células mortas, senescentes, estranhas ou alteradas, remoção de partículas estranhas,
destruição de micro-organismos e células tumorais, e, principalmente, participar da
imunidade humoral e celular como célula apresentadora de antígenos aos linfócitos T.
A monocitose pode aparecer principalmente em estados de recuperação de infecções
agudas (bom prognóstico), infecções crônicas, processos inflamatórios como lupos
eritematoso e artrite reumatoide.

34
Leucograma

SÉRIE BRANCA

A contagem global e diferencial de leucócitos e suas alterações quantitativas e


qualitativas são as principais informações fornecidas na análise da série branca. Os
leucócitos totais são expressos em mil/mm3. A contagem diferencial é de grande
importância, podendo definir perfis patológicos, e é fornecida pela análise conjunta dos
equipamentos automatizados e pela leitura do esfregaço corado, que avalia as diferentes
formas leucocitárias e as expressa de forma percentualmente (relativa) e em mm3
(absoluta). A contagem global de leucócitos também pode ser realizada manualmente
atravéz do hemocitômetro ( Camara de Neubauer). A análise das alterações morfológicas
dos leucócitos também é realizada por observação microscópica do esfregaço corado.

Leucograma é o estudo da série branca (ou leucócitos), faz-se uma contagem total
dos leucócitos e uma contagem diferencial contando-se 100 células.

O estudo da série leucocitária (leucograma) inclui:


A contagem global dos leucócitos presentes num determinado volume de sangue.
A contagem diferencial dos diversos tipos leucocitários.
A avaliação morfológica do esfregaço sanguíneo ao microscópio.

Contagem diferencial de Leucócitos:

Em um paciente normal as células encontradas são:


* Monócitos: uma das maiores células da série branca, têm citoplasma azulado, núcleo
irregular (indentado, lobulado, em C ou oval) podem ter vacúolos (pela recente fagocitose).
Quando estão aumentados usa-se o termo monocitose e ocorre em infecções virais,
leucemia mielomonocítica crônica e após quimioterapia.
* Linfócitos: se pequenos têm citoplasma escasso, núcleo redondo; se grandes têm
citoplasma um pouco mais abundante. Podem ter grânulos. É a célula predominante nas
crianças. Seu aumento é chamado de linfocitose. Em adultos, seu aumento pode ser indício
de infecção viral ou leucemia linfocítica crônica.
* Eosinófilos: citoplasma basofílico que não é visualizado por causa da presença de
grânulos específicos (de coloração laranja-avermelhada), com núcleo com 2-3 lóbulos.
Quando seu número aumenta é chamado de eosinofilia, e ocorre em casos de processos
alérgicos ou parasitoses.
* Basófilos: citoplasma cheio de grânulos preto-purpúreos que cobrem o citoplasma. Em
um indivíduo normal, só é encontrado até uma célula (em termos percentuais), seu aumento
causa processos alérgicos.
* Neutrófilos Segmentados: citoplasma acidófilo (róseo), núcleo com vários lóbulos (2-5
lóbulos) conectados com filamento estreito. É a célula mais encontrada em adultos. Seu
aumento pode indicar infecção bacteriana, mas pode estar aumentada em infecção viral.

35
Outras Células que podem ser encontradas:

* Blasto:
* Linfoblasto:
* L1: célula pequena, citoplasma basofílico e escasso. Encontrada nas leucemia linfóide
aguda tipo L1.
* L2: célula de tamanho médio, citoplasma de tamanho e basofilia variada. Encontrada na
leucemia linfóide aguda tipo L2.
* L3: célula grande ou média, citoplasma com intensa basofilia e com vacúolos. Aparece no
linfoma de Burkitt.
* Mieloblasto: possui citoplasma escasso, azulado (basofílico), núcleo redondo ou oval,
com um ou mais nucléolos evidentes. Pode apresentar grânulos no seu citoplasma e bastão
de Auer (forma de agulha). Os mieloblastos aparecem em casos de leucemia mielóide e
podem aparecer na síndrome mielodisplásica ou na reação leucemóide (infecção grave).
* Monoblasto: similar a outros blastos mas com núcleo mais contorcido ou irregular que o
mieloblasto. Aparece na leucemia mielomonocítica aguda ou na leucemia monocítica
aguda.
* Promielócitos Neutrofílico: O mieloblasto evolui para promielócito, célula maior que o
mieloblasto, citoplasma basófilo, grânulos de coloração vermelho-púrpura (grânulos
primários), núcleo oval com uma pequena identação.
* Mielócitos Neutrofílico: O promielócito evolui para mielócito, célula com citoplasma
acidófilo (rosa), mais abundante que o promielócito e com poucos grânulos e já não são
mais visualizados os nucleólos.
* Metamielócitos Neutrofílico: citoplasma acidófilo, núcleo identado com forma de feijão,
poucos grânulos.
* Bastonetes Neutrofílico: citoplasma acidófilo, núcleo em forma de S ou C. Não é
comum seu achado em sangue de pacientes normais, mas aparecem em número aumentado
em casos de infecção.
* Linfócitos Atípicos: citoplasma mais basofílico que o linfócito normal, núcleo irregular.
Aparece em infecções virais. Em grande número na mononucleose infecciosa, na infecção
por citomegalovírus, na toxoplasmose.
* Células Plasmáticas: citoplasma basofílico, tamanho moderado e núcleo excentrico.
Pode aparecer no mieloma múltiplo.
* Células Linfomatosas: citoplasma em quantidade variada, núcleo dobrado, convoluto,
clivado ou dobrado. Com um ou mais nucleólos. Aparece em linfomas.
* Hairy Cells: citoplasma azul páildo, com projeções citoplasmáticas. Aparece somente na
leucemia das células cabeludas.
Célula Cerebriforme: núcleo escuro contendo fendas e dobras (aparência de cérebro).
Aparece na síndrome de Sézary.

36
Inclusões citoplasmáticas que podem ser encontradas em neutrófilos:

* Granulações Tóxicas: quando há um aumento na produção dos granulócitos, há uma


diminuição no tempo da maturação das células precursoras dos neutrófilos. Por isso os
neutrófilos aparecem no sangue com os grânulos primários. Estão presentes em casos de
infecções.

* Vacuólos: resultandes da fagocitose. Podem aparecer nos neutrófilos e monócitos. Seu


relato só é importante quando aparece nos neutrófilos. Aparece em casos de infecções
graves.

O leucograma está indicado no diagnóstico e no acompanhamento dos processos:


Infecciosos , Inflamatórios, Alérgicos, Tóxicos ou Leucêmicos

O leucograma dos processos infecciosos:

Pode orientar para o tipo de agente etiológico envolvido ou fase da doença


Infecções bacterianas tendem a comportar-se de modo diferente dos quadros virais quanto
aos achados leucocitários
Quadros agudos e crônicos e bactérias gram-positivas ou gram-negativas, tendem a
apresentar leucogramas distintos

O leucograma nas leucemias é fundamental para caracterizar:


Quadros agudos e crônicos , A linhagem blástica envolvida e o controle do tratamento.

Os leucócitos presentes na corrente periferica são constituídos por:


Linfócitos, Monócitos, Eosinófilos, Neutrófilos e Basófilos

37
Intervalos de referência:

Recém-nascido:
Leucócitos totais - 9 a 30 mil por mm3
Neutrófilos - 6 a 26 mil por mm3
Linfócitos - 2 a 11 mil por mm3
1 ano de idade:
Leucócitos totais - 6 a 17,5 mil por mm3
Neutrófilos - 1,5 a 8,5 mil por mm3
Linfócitos - 4 a 10,5 mil por mm3
10 anos de idade:
Leucócitos totais - 4,5 a 13,5 mil por mm3
Neutrófilos - 1,8 a 8 mil por mm3
Linfócitos - 1,5 a 6,5 mil por mm3
21 anos de idade:
Leucócitos totais - 4,5 a 11 mil por mm3
Neutrófilos - 1,8 a 7,7 mil por mm3
Linfócitos - 1 a 4,8 mil por mm3

Valor de referência para adultos:


Leucometria global - 4.000 a 10.000 por mm3
Contagens de leucócitos inferiores a 4 mil por mm3 são chamadas leucopenias
Contagens de leucócitos superiores a 10 mil por mm3 são chamadas leucocitoses

Contagem diferencial:
Basófilos:
Neutrófilos: Relativa - 0 a 1 %
Relativa - 45 a 70 % Absoluta - 10 a 50 por mm3
Absoluta - 1.800 a 7.000 por mm3 Linfócitos:
Eosinófilos: Relativa - 20 a 40 %
Relativa - 1 a 3 % Absoluta - 1.500 a 4.000 por mm3
Absoluta - 50 a 300 por mm3 Monócitos:
Relativa - 3 a 7 %
Absoluta - 100 a 700 por mm3

38
Desvio à esquerda

É a presença, no sangue periférico, de número elevado de Bastonetes. Eventualmente,


de alguns elementos precursores dos granulócitos maduros. Estes tipos celulares passam
à circulação em virtude de estímulo medular importante .
Tipos de desvio à esquerda:
Regenerativo
Comum na leucocitose
Patologias associadas:
Doenças infecciosas agudas - pneumonias e meningites
Processos agudos progressivos - apendicite, abscesso, peritonite e supurações
Degenerativo
Comum na leucopenia

Ocorre quando há uma maior quantidade de bastonetes e(ou) de células mais


jovens da série granulocítica: Metamielócitos , Mielócitos, Promielócitos e
Mieloblastos

A faixa de normalidade de valores absolutos para os bastonetes é de:


150 a 400 bastonetes por mm3 (1 a 4%)
A resposta inicial da medula óssea frente ao processo infeccioso é de liberação da
população de neutrófilos de reserva . O estímulo para o aumento da produção ocorrerá
simultaneamente, resultando na resposta proliferativa .Além do aumento da população
granulocítica, ocorrerá a aceleração do processo de maturação . Liberação das células,
com conseqüente desvio à esquerda no sangue periférico.
O desvio à esquerda, reacional ao processo infeccioso, é caracteristicamente
escalonado. Há uma proporção de células maduras maior que as células jovens,
refletindo a hierarquia que ocorre na produção dos neutrófilos .

Dados citológicos dos neutrófilos quase sempre estarão presentes no desvio à


esquerda:
Granulações tóxicas ou grosseiras , Corpos de Döhle , Vacuolizações citoplasmáticas
Exemplo de leucocitose (aumento de leucócitos) com desvio à esquerda:
Leucometria = 20.000 por mm3
Bastonetes = 10% - Valor absoluto de bastonetes = 2.000 por mm3

39
Exemplo de leucocitose com desvio à esquerda, escalonado:
Leucometria = 20.000 por mm3
Bastonetes = 10 % - valor absoluto = 2.000 por mm3
Metamielócitos = 6 % - valor absoluto = 1.200 por mm3
Mielócitos = 2 % - valor absoluto = 400 por mm3
Escalonamento: Bastonetes > metamielócitos > mielócitos
O desvio à esquerda não-escalonado traduz:
A liberação de granulócitos jovens em processo de produção não-hierarquizado ,
Disfunção da medula óssea

Alterações típicas:
Infecções por bactérias gram-positivas podem ser acompanhadas de:
Leucocitose com neutrofilia , Desvio à esquerda, Eosinopenia, Linfopenia
Conforme o processo infeccioso regride:
A leucometria e a contagem de neutrófilos tendem a diminuir, Reaparecem os
eosinófilos e os monócitos , Aumenta a porcentagem de linfócitos
Infecções por bactérias gram-negativas podem ser acompanhadas de:
Leucopenias com ou sem desvio à esquerda
Infecções virais ocorrem concomitantemente com:
Leucopenia discreta e linfocitoses
Infecções crônicas costumam apresentar:
Porcentagens mais elevadas de células linfomononucleares (linfócitos e monócitos)
Processos alérgicos e as infestações parasitárias são comumente acompanhados de:
Eosinofilia
A leucemia mielóide crônica (LMC) pode ser acompanhada de:
Eosinofilia, Os basófilos aumentam também na LMC
Causas de neutrofilia:
Estímulo físico ou emocional ,Infecções, Inflamações, Tumores (em necrose)
,Neoplasias ,hematológicas, Uso de corticosteróides, Fatores de crescimento
,Hemorragias
Causas de neutropenia:
Uso de várias drogas: Antibióticos como cloranfenicol ,Antiinflamatórios, Analgésicos,
Anticonvulsivantes, Antitireoideanos, Anti-hipertensivos, Hipoglicemiantes orais,
Quimioterapia, Em especial, os casos de agranulocitose constitucional

40
Termos utilizados

 Leucocitose: aumento no número total de leucócitos.


 Leucopenia: diminuição do número total de leucócitos.
 Eritrocitose ou policitemia: aumento do número de hemácias no sangue.
 Eritroblastemia: diminuição do número dos precursores das hemácias.
 Trombocitopenia: diminuição do número normal de plaquetas.
 Bicitopenia: diminuição em número de duas populações celulares.
 Pancitopenia: diminuição em número das três populações celulares.
 Desvio à esquerda: aumento do número de bastões acima de 5/mm³, ou
presença de formas mais imaturas como mielócitos e metamielócitos.
 Linfocitose: aumento do número de linfócitos.
 Linfopenia: diminuição do número de linfócitos.
 Neutrofilia: aumento do número de neutrófilos.
 Neutropenia: diminuição do número de neutrófilos.
 Eosinofilia: aumento do número de eosinófilos.
 Monocitose: aumento do número de monócitos.
 Basofilia: aumento do número de basófilos.

41
Exames adicionais de hematologia
Reticulócito
Reticulócitos são eritrócitos (ou hemácias) imaturos. Como as hemácias, os
reticulócitos não apresentam núcleo e são chamados assim por causa da malha reticular
de RNA ribossômico, que se torna visível à microscopia quando corada com azul de
cresil brilhante.

Contagem de reticulócitos
A contagem é feita em porcentagem em relação às hemácias circulantes que já não
estão no estado de reticulócito.

Método automático
Atualmente, para contar reticulócitos, são usados contadores automatizados
usando laser com corante fluorescente que marca o RNA e DNA. Isso diferencia os
reticulócitos das hemácias (que não contêm RNA nem DNA).

Método manual
Pode também ser usado o método de coloração pelo azul de cresil brilhante e fazer
uma contagem, tirando-se uma porcentagem em relação às hemácias presentes no
campo microscópico. Os reticulócitos são as hemácias com pontos em seu interior.

Interpretação
Uma pessoa normal apresenta de 0,5 a 1,8% de reticulócitos circulantes. Porém, a
interpretação é feita em valores absolutos, isto é, multiplica-se o valor obtido em
porcentagem na contagem de reticulócitos pelo número de hemácias total do paciente.
Se uma pessoa tem anemia, a porcentagem de reticulócitos será aumentada se a
medula óssea tiver capacidade de produzir novas hemácias e se uma pessoa com anemia
tiver uma porcentagem normal, isto significa que a medula óssea não está produzindo
novas hemácias a fim de corrigir esta anemia. Pode-se concluir que o reticulócito
expressa a produção medular de novas hemácias.
O termo reticulocitose refere-se ao aumento de reticulócitos no sangue.

Índice de produção de reticulócito


O médico usa-o no diagnóstico da anemia para saber se a medula óssea está
produzindo novas hemácias em resposta ao estado anêmico.
Se a produção de reticulócitos não aumenta em resposta à anemia, então esta deve
ter uma causa aguda com tempo insuficiente para a compensação, ou então deve haver
algum defeito na produção de hemácias pela medula óssea. Defeitos medulares incluem
deficiências nutricionais (deficiência de ferro, folato, ou vitamina B12) ou eritropoietina
insuficiente, o estímulo para produção de novas hemácias.
A produção de reticulócitos deverá crescer entre 2 a 3 dias de uma hemorragia
aguda, e atingir o pico entre 6 a 10 dias.
Quando o paciente tem hematócrito abaixo do normal, a porcentagem de
reticulócito não é confiável, por estarem exauridas suas hemácias.
O cálculo do Índice de Produção de Reticulócitos (IPR), em função da sua
contagem e em situação normal, é dado por:
IPR = Comtagem de reticulocitos x Hematpcrito / Hematocrito normal

Nesse cálculo, o valor médio de 45 é geralmente usado como hematócrito normal,


para homens e mulheres.

42
Velocidade de Hemossedimentação
A velocidade de hemossedimentação (VHS) mede o grau de sedimentação de
glóbulos vermelhos em uma amostra de sangue durante um período específico. O VHS
é um teste muito sensível, porém não específico, que é freqüentemente o primeiro
indicador de doença quando outros sinais químicos e físicos estão normais. O VHS
comumente aumenta significativamente em doenças inflamatórias disseminadas: as
elevações podem ser prolongadas em inflamação localizada e câncer.
A velocidade de hemossedimentação (VHS) reflete o resultado entre as forças
envolvidas no movimento de sedimentação das hemácias e os mecanismos oponentes
exercidos por substâncias plasmáticas, principalmente o fibrinogênio e as proteínas de
fase aguda.

A capacidade de agregação das hemácias depende de fatores ligados às mesmas, como a


força de coesão entre as hemácias e sua carga elétrica, que tem uma força repulsiva que
mantém as hemácias afastadas em condições normais, e fatores plasmáticos que têm
como função atenuar o efeito das forças repulsivas.
A presença de processos inflamatórios leva a uma agregação maior das hemácias,
formando agregados conhecidos como rouleaux. Esse fenômeno favorece o aumento da
velocidade de sedimentação das hemácias.
O aumento da concentração plasmática de imunoglobulinas e fibrinogênio leva a
uma diminuição da força repulsiva entre as hemácias, facilitando a agregação e
aumentando portanto a VHS. A presença de proteínas anômalas, como no mieloma, de
hemácias alteradas em número, forma ou tamanho e o uso de medicamentos podem
levar a uma alteração da VHS, mesmo na ausência de resposta de fase aguda. As
principais alterações que podem levar a um aumento significativo da VHS (=100mm na
1a hora) são processos infecciosos, doenças do tecido conjuntivo, neoplasias e doenças
renais.
A velocidade de hemossedimentação (VHS) é um indicador não-específico de
infecção e lesão tecidual. É útil para monitorar inflamação crônica, inclusive a atividade
da doença como na artrite reumatóide. A VHS é mais útil do que a proteína C reativa
para o diagnóstico e a monitorização da polimialgia reumática e a artrite de células
gigantes, em que se encontra freqüentemente elevada durante a recaída. Homens entre
45-64 anos com VHS no limite superior têm duas vezes mais risco de morte de doença
coronária do que os homens com VHS na faixa inferior, depois de ajustar outros fatores
de risco.
O método tem alta sensibilidade com baixa especificidade, o que leva a alterações
em inúmeras situações patológicas e em algumas situações fisiológicas como período
menstrual, gravidez, temperatura, sexo e idade.

Objetivo
•Monitorar doença inflamatória ou maligna.

•Auxiliar na determinação e diagnóstico de doenças ocultas tais como tuberculose,


necrose tecidual ou doença do tecido conectivo.

43
Preparo do paciente
Jejum de 4 horas.

Valores de referência
Método: Westergreen, sistema automatizado

O VHS normal varia de 0 a 10 mm/hora em homens e de 0 a 15 mm/hora em


mulheres.

Achados anormais
O VHS aumenta na gravidez, anemia, inflamação aguda ou crônica, tuberculose,
paraproteinemias (especialmente mieloma múltiplo e macroglobulinemia de
Waldeströn), febre reumática, artrite reumatóide e algumas malignidades.
A policitemia, anemia falciforme, hiperviscosidade e baixos níveis de fibrinogênio
plasmático ou de globulina, tendem a deprimir o VHS.

Exames correlacionados
PCR, ASLO, alfa1-glicoproteína ácida, hemograma.

ALTERAÇÕES DA VELOCIDADE DE HEMOSSIMENTAÇÃO


ELEVADA DIMINUÍDA
Infeceções bacterianas Policitemia
Hepatite aguda, hepatopatia crônica Hemonoglobinopatia
Pancreatites, colites e ilites, peritonite Esferocitose
Processos inflamatórios agudos e crônicos Alterações da forma das hemácias
Febre reumática Microcitose
Lúpus eritematoso sistêmico Hipofibrinogenemia
Artrite reumatóide Insuficiência cardíaca
Vasculites e dermatomiosites Cardiopatia congênita
Anemias graves Desnutrição grave
Leucemias e linfomas Lesões hepáticas graves
Metástases Uso de antiflamatórios
Síndrome nefrótica, glomerulonefrite aguda, pielonefrite
Tireoidites
Mieloma, crioglobulimia e macroglobulinemia
Necrose tecidual (cirurgias, queimaduras, quimioterapia e
radioterpia)
Uso de heparina

44
VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO (V.H.S)
MÉTODO DE WINTROBE

A hemossedimentação mede a estabilidade de hemácias no plasma que, por ser


menos denso, favorece a sedimentação dos glóbulos pela ação da gravidade , quando
colocados numa pipeta graduada de 0 a 200mm com 2,5mm de diâmetro interno e 1ml
de capacidade.
As hemácias em suspensão no plasma, colocadas na pipeta de westergreen, sofrem
sedimentação com velocidade variável em função da concentração de fibrinogênio e
globulinas, tamanho e forma das hemácias e alterações elétricas do plasma e glóbulos.
Inicialmente ocorre a queda individual das hemácias, seguida pela agregação dos
glóbulos com formação de rouleaux e aumento da velocidade de hemossedimentação,
que se torna constante para diminuir numa fase final, quando os glóbulos se concentram
na porção inferior da pipeta.

Material Necessário:

· Material completo para punção venosa


· Tubo contendo anticoagulante (EDTA)
· Suporte e pipetas de Westergreen
· Relógio

Procedimento

1. Colher 5 ml de sangue do paciente em jejum pela manhã, sem apertar


demasiadamente o garrote .
2. Colocar o sangue no tubo contendo EDTA e homogeneizar suavemente.
3. Com a pipeta de Westergreen aspirar sangue até exatamente a marca zero.
4. Colocar a pipeta no suporte próprio de forma a permanecer na vertical.
5. Marcar o tempo.
6. Fazer a leitura em milímetros após uma e duas horas ao nível da separação do
plasma e hemácias.

Valores Normais
Após 1 Hora Após 2 Horas
Homens : de 3 a 5 mm 7 a 15mm
Mulheres: de 4 a 7mm 12 a 17mm
Crianças: de 4 a 7mm 12 a 17mm

A velocidade de hemossedimentação é um teste sensível, porém, pouco específico.


Indica infecções agudas, crônicas e necrose por tumores malígnos, cirurgias e
inflamações granulomatosas. È útil no controle de evolução das doenças.

45
Plaquetas
As plaquetas, também chamadas de trombócitos, são estruturas presentes no
sangue que, diferentemente do que muitos pensam, não são células. Na realidade, elas
são fragmentos de citoplasma formados na medula óssea a partir de células
denominadas megacariócitos. No sangue, essas estruturas atuam impedindo a
ocorrência de hemorragias e ajudando no processo de coagulação.
As plaquetas possuem importantes funções, e a função hemostática (interrupção
de fluxo sanguíneo por um vaso) é a mais conhecida. Isso quer dizer que uma plaqueta
auxilia na reparação de lesões vasculares impedindo a ocorrência de hemorragias.
Vale destacar, no entanto, que, para a hemostasia ser atingida, não apenas as plaquetas
estão envolvidas, são necessários também fatores de coagulação (ativados para levar à
formação de fibrina), fatores fibrinolíticos (enzimas que dissolvem o coágulo,
controlando seu tamanho), e células endoteliais que revestem o vaso.
Durante a reparação de um vaso sanguíneo, as plaquetas sofrem uma série de
modificações para permitir a eficiência do processo. Inicialmente, as plaquetas
aderem-se ao colágeno presente na parede do vaso sanguíneo com a ação dos
receptores. Em seguida, elas unem-se (agregação plaquetária) a partir das interações
entre o fibrinogênio e os receptores de superfície. Nesse momento, as plaquetas dilatam-
se, as organelas presentes nelas tornam-se mais centralizadas e ocorre o surgimento de
pseudópodes. Ao se agregarem, elas formam uma espécie de tampão no local
lesionado, diminuindo a perda sanguínea.

Quantidade de plaquetas no organismo

Normalmente, o organismo humano possui de 150 mil a 400 mil plaquetas por
microlitro de sangue. Desse total , 70% estão localizadas na circulação e 30% estão
presentes no baço. As plaquetas circulantes permanecem nos vasos sanguíneos por
aproximadamente 10 dias, quando são levadas para o baço e o fígado.
Quando ocorre um aumento exagerado das plaquetas circulantes, dizemos que é
um caso de trombocitose. Por outro lado, quando há uma diminuição exagerada nos
seus valores normais, é a ocorrência de uma trombocitopenia. Esses dois casos
merecem atenção, uma vez que a trombocitose está relacionada ao risco aumentado
de trombose, e a trombocitopenia está relacionada com o risco aumentado de
sangramentos.

46
Coagulação sanguínea
A coagulação do sangue é um processo complexo no qual o sangue forma
coágulos sólidos. É uma parte importante da hemostasia (o cessamento da perda de
sangue de um vaso danificado) na qual a parede de vaso sanguíneo danificado é coberta
por um coágulo de fibrina para parar a hemorragia e ajudar a reparar o vaso danificado.
Desordens na coagulação podem levar a uma hemorragia aumentada e/ou trombose e
embolismo.
Obs.: Hemostasia é o conjunto de mecanismos que o organismo emprega para
coibir hemorragia. Para tal, é formado um trombo que obstrui a lesão na parede
vascular. Ao contrário do que muitos pensam, esse trombo não é constituido de coágulo
e sim de plaquetas. A coagulação, além de fornecer pequena quantidade de fibrina para
o trombo plaquetário, colabora na estabilização do trombo.
Todos os dias ocorrem pequenos sangramentos no nosso corpo. Na maioria das
vezes, estas pequenas hemorragias são resolvidas pelo próprio organismo com
facilidade.
Existem dois tipos de hemorragias, as externas, quando a lesão do vaso sanguíneo
provoca um extravasamento de sangue para o exterior do corpo humano, e as internas,
quando o sangramento ocorre no interior do corpo.
A coagulação sanguínea consiste na transformação do sangue líquido num gel
sólido, designado de coágulo sanguíneo ou trombo, com o objetivo de parar uma
hemorragia.

Mas de que forma é que isso acontece? Como é que o sangue passa de uma
consistência fluída para uma consistência gelatinosa?

Uma vez que o sangue circula dentro de vasos sanguíneos, uma hemorragia ocorre
quando a parede de um vaso sanguíneo é danificada.

A parede interna dos vasos sanguíneos (endotélio) contém uma proteína designada
de colagénio. Quando existe uma lesão e o colagénio fica exposto, as plaquetas são
ativadas e vão iniciar a sua função na formação do tampão plaquetário.
As plaquetas liberam a enzima tromboplastina ou tromboquinase, também
liberada pelas células da superfície interna do vaso rompido. Com isso, a protombina
torna-se ativa e se transforma em trombina, que também depende da presença de íons
cálcio e da vitamina K.

47
Por fim, ocorre a transformação do fibrinogênio em filamentos de fibrina
formando uma rede, que favorece o fechamento do local ao reter as hemácias e outros
elementos figurados do sangue.
A rede de fibrina origina o coágulo, evitando, dessa maneira, a perda excessiva de
sangue (hemorragia).
O tampão plaquetário consiste num aglomerado de plaquetas que se forma em
torno do local da lesão no vaso sanguíneo.

Quando se trata de hemorragias pequenas, o tampão de plaquetas pode ser


suficiente para parar a hemorragia. No entanto, por vezes ele apenas dá um contributo
inicial e é necessário continuar o trabalho até parar a hemorragia.
É aqui que se inicia a cascata da coagulação.

A cascata da coagulação
Como referido acima, o objetivo da cascata da coagulação é transformar o sangue
num gel com consistência gelatinosa para parar uma hemorragia.
Na verdade, este coágulo sanguíneo irá reforçar o tampão de plaquetas.
O termo cascata é utilizado porque existe uma sucessão de acontecimentos
(reações químicas) até à formação do coágulo final.
Os principais intervenientes na cascata da coagulação são os fatores de
coagulação.
Os fatores de coagulação são proteínas presentes no sangue.
Existem vários fatores de coagulação, sendo classificados numericamente
através da numeração romana.
- Fator I (Fibrinogénio) – Fator VIII
– Fator Ia (Fibrina) – Fator IX
– Fator II (Protrombina) – Fator X
– Fator IIa (Trombina) – Fator XI
– Fator VII – Fator XII
– Fator III (Fator tecidual) – Fator XIII
– Fator IV (Cálcio)
– Fator V
– Fator VI

48
De uma forma muito simples o que acontece em cada etapa é que um fator na
sua forma inativa é ativado e convertido numa enzima (substância química) capaz de atuar
e permitir a passagem para o patamar seguinte. Ou seja, todos os fatores são necessários
para que a cascata chegue ao fim.

No final, depois de todos os fatores de coagulação terem sido ativados, vamos ter um
coágulo sanguíneo reforçado por uma substância chamada fibrina que tem o aspeto de uma
rede. A fibrina permite fazer um reforço bastante eficaz do coágulo sanguíneo impedindo
que o sangue continue a sair para o exterior do vaso sanguíneo.

49
Doenças Genéticas relacionadas a coagulação sanguinea
Hemofilia: é uma doença hereditária ligada ao cromossomo X, que ocorre quase que
exclusivamente nos homens, sendo as mulheres portadoras. O tipo mais comum
caracteriza-se pela deficiência no fator de coagulação VIII (hemofilia A), o outro tipo deve-
se à deficiência do fator IX (hemofilia B). O principal sintoma é a hemorragia causada por
traumas, geralmente em regiões cutâneo-mucosas (gengivas), musculares, de tecidos moles,
articulares e viscerais.

Doença de Von Willebrand: disfunção da proteína denominada fator de von


Willebrand (FvW) essa doença é caracterizada por uma deficiência hereditária que dificulta
o estancamento do sangue. Por isso, pacientes que possuem esse tipo de disfunção sangram
demasiado quando apresentam algum ferimento. A doença de von Willebrand não tem cura,
contudo o problema pode ser atenuado com o uso de medicamentos.

Síndrome de Bernard-Soulier: Doença rara e hereditária causada pela presença de


plaquetas gigantes no sangue. Assim, pessoas que tem essa síndrome apresentam problemas
como o excesso de sangramento (nas mucosas, gengivas, nariz), facilidade em ter
hematomas, menorragia, bem como as hemorragias prolongadas.

Trombastenia de Glanzmann: Doença genética hemorrágica caracterizada por um


distúrbio de coagulação crônica ocasionado pela deficiência da proteína fibrinogênio
responsável pela formação de coagulação sanguínea. O tratamento é feito à base de
medicamentos e transfusão de plaquetas.

50
Resumo do processo de coagulação sangüinea
A perda de sangue é sempre encarada pelo organismo como uma ameaça. Hemostasia
é o conjunto de mecanismos que mantém o sangue dentro do vaso, sem coagular, nem
extravasar. O mecanismo de coagulação do sangue é bastante complexo e sofre ação das
plaquetas e de diversas substâncias existentes no plasma e nos tecidos, conhecidos como
fatores da coagulação, anticoagulantes e fibrinolíticos. De uma forma mais simples, é como
se as paredes dos seus vasos fossem parecidas com uma parede normal. Nessa situação, as
plaquetas seriam equivalentes aos tijolos e os fatores da coagulação ao cimento. Ambos os
sistemas são fundamentais para que a parede permaneça intacta e o sangue não saia do
sistema.

O complexo processo de hemostasia é dividido em três partes:


1. Hemostasia Primária: num primeiro momento o vaso se contrai
(vasoconstrição), reduzindo o fluxo sanguíneo naquela região, e as plaquetas se agregam
no local, formando um tampão plaquetário (inicial).
2. Hemostasia Secundária: envolve uma série de reações enzimáticas que terminam
na ativação da trombina. A trombina transforma o fibrinogênio em fibrina, e esta precipita -
se, formando uma rede de filamentos. Esta rede de fibrina na extremidade lesada no vaso
retém células sanguíneas, formando-se assim, um trombo, capaz de estancar o sangramento
(trombo de fibrina). A trombina é a principal enzima da hemostasia, catalisa a conversão
do fibrinogênio em fibrina, ativa fatores pró-coagulantes (V, VIII, XI e XIII), ativa
plaquetas, regula a função das células endoteliais e possui uma série de ações diretas em
outras células. Além disso, quando ligada à trombomodulina, ativa a proteína C, um pró-
anticoagulante, ajudando a regular o sistema, impedindo que o trombo cresça além do
necessário.
3. Hemostasia Terciária: ocorre a remodelação da rede de fibrina (fibrinólise), o que
permite que o fluxo sanguíneo retorne ao seu normal. A fibrina é degradada pela plasmina,
proveniente do plasminogênio.

51
Alterações em qualquer ponto deste complexo sistema podem levar a maior risco de
sangramento (coagulopatias) ou de trombose.

Conceitos importantes na hemostasia


Antitrombina ou heparina – Produzida pelos mastócitos (tecido conjutivo) impede
a transformação de protombina para trombina

Tromboplastina – Liberada pelas plaquetas inativa a heparina

Protombina _ Está no sangue circulante e se transforma em trombina durante a ação


do organismo na hemostasia.

Fibrinogênio – é uma proteína da coagulação produzida pelo fígado. Também, é


chamada de proteína da fase aguda porque sua concentração no sangue aumenta
rapidamente em resposta a processos inflamatórios em resposta a processos neoplásicos. A
trombina converte a molécula de fibrinogênio em fibrina.

Fibrina – É uma proteína envolvida na coagulação de sangramentos em ação


conjunta com a as plaquetas formam uma camada que retém as hemorragias.

Hemostasia primária O corre a vasoconstrição, o que torna menor o fluxo


sanguíneo. As plaquetas se agregam ao local em que há sangramento formando um tampão
inicial.O mecanismo de coagulação é bastante complexo sofre ação não só das plaquetas
mas também das diversas substancias existentes no plasma e nos tecidos.

Hemostasia secundária Esta é a maior fase do processo. Envolve uma série de reações
enzimáticas que começa com a formação da tromboplastina pela ação dos fatores do plasma, das
plaquetas ou dos tecidos. A protombina de transforma em trombina e a trombina transforma o
fibrinogênio em fibrina. A fibrina será a proteína que finalizará o processo de estancamento da
hemorragia.

Hemostasia Terciária - Após o processo de contenção da hemorragia, o organismo


tem em sua circulação muita fibrina. A deficiente produção de fibrina acarretaria em
continuidade da hemorragia, mas em contrapartida a sua produção em excesso predispõe o
organismo a quadros de trombose. E para que isso não aconteça, após ter contenção da
hemorragia, ocorre a fibrinólise, ou seja, a dissolução da fibrina, reativando o fluxo
sanguíneo. A fibrina é então degradada pela plasmina, que é uma enzima proveniente do
fibrinogênio.

52
Exames de coagulação

Entre os inúmeros exames laboratoriais que analisam a hemostasia destacam-se o


TAP (RNI) e o TTPA, que “resumem” as vias extrínseca e intrínseca da coagulação,
respectivamente. O coagulograma é um conjunto de testes que visa uma análise geral da
hemostasia do paciente muito utilizado e pré-requisito em exames pré-operatórios. O
coagulograma engloba o Tempo de Sangramento, Tempo de Coagulação, TAP (RNI),
TTPA, Contagem de Plaquetas e às vezes Retração do Coágulo.
O exame de coagulograma mede a quantidade dos fatores de coagulação no
organismo, que são essenciais na retenção de hemorragias e no equilibrio do fluxo
sanguíneo, sendo de grande importância na rotina hospitalar, tendo o técnico de análises
clínicas ´grande responsabilidade na liberação desses laudos.
Importante frisar que devido a fragilidade que percebemos haver na realização desse
exame (pode haver alteração devido a coleta e durante a análise), é indicado antes do
procedimento um jejum de 2 a 4 horas. O colhedor deve perguntar ao paciente todos os
medicamentos que utiliza regularmente, ou que utilizou mesmo que de forma esporádica
nos últimos dez dias, especialmente no caso antibióticos ou anticoagulantes orais. Tudo
deve ser anotado na guia que vai para o laboratório.
Geralmente é muito pedido antes de o paciente ser submetido a cirurgias para
verificar se este está apto a uma recuperação. Também é indicado antes de tratamentos que
induzam sangramento e quando o paciente apresenta histórico de sangramentos repentinos
ou de doenças que alteram a coagulação. Exemplo púrpura( doença autoimune que destrói
as plaquetas).
Também são solicitados quando um paciente for picado por algum animal ou inseto que
possui toxina que altera coagulação. Nesses casos o animal ou inseto deve ser capturado e
levado ao hospital junto com o paciente para ser realizado tratamento mais eficaz, caso não
seja possível é realizado coagulograma para avaliar a ação da toxina.
Exemplos de animais com toxinas anticoagulantes: algumas serpentes, ouriço de
fogo, barata d’agua, borrachudos e alguns tipos e besouros (entre outros )
O exame permite que se faça também a monitoração do estado de pacientes que utilizam
medicamentos anti-agregantes plaquetário ou medicamentos anticoagulantes como
forma de prevenir problemas cardíacos.

Exemplo de medicamentos: Aspirina, Varfarina, Coumadin, Marevan.

53
- Determinação do Tempo de Sangramento (DUKE) – (TS)

É um indicador de alterações numéricas (quantitativas) e funcionais (qualitativas) das


plaquetas. Geralmente, mantém-se normal, mesmo quando as plaquetas se encontram
diminuídas, porém acima do limite de 100.000/mm3. Em pacientes com plaquetopenia, a
variação do tempo de sangramento mantém uma boa correlação com os valores de
plaquetas. Valores alterados podem ser encontrados nos defeitos congênitos da plaqueta,
como a trombastenia de Glanzmann, e nos adquiridos, como nos quadros de uremia e
síndromes mieloproliferativas.
O tempo de sangramento corresponde à duração de uma pequena hemorragia quando
uma incisão de dimensões padronizadas é praticada na pele artificialmente. O teste fornece
dados relativos à função e número das plaquetas, bem como da resposta da parede capilar à
lesão.

Material

· Lancetas estéreis
· Papel de filtro
· Cronômetro
· Algodão em álcool 70%

Procedimento

· Fazer assepsia da polpa digital ( ou lóbulo da orelha) com álcool a 70%.


· Escolher o local da picada evitando áreas congestas e inflamadas.
· Com a lanceta perfurar o local escolhido e desinfetado, deixando o sangue fluir
livremente.
· Fazer funcionar o cronômetro no momento da picada.
· Usando o papel de filtro, secar de quinze em quinze segundos a gota de sangue que se
forma, sem tocar a pele, utilizando cada ver uma parte limpa do papel de filtro.
· Quando o sangue parar de fluir e de manchar o papel parar o cronômetro.
· Registrar a duração da hemorragia como o tempo de sangria.

Valores normais
De 1 a 3 minutos.

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- Determinação do Tempo de Coagulação (LEE-WHITE) – (TC)

O tempo de coagulação é um teste de baixa sensibilidade e de reprodutibilidade muito


variável, sendo afetado principalmente por alterações da via intrínseca do fibrinogênio e da
fibrina. Pode estar elevado no curso de heparinoterapia. Esse teste é substituído pela
realização do tempo de tromboplastina parcial ativado, que fornece um resultado fidedigno
das alterações de via intrínseca. Está prolongado na deficiência severa (<6%) de qualquer
fator de coagulação plasmática conhecido exceto o fator XIII (fator estabilizante da fibrina)
e o fator VII; Afibrinogenemia; Presença de um anticoagulante circulante (incluindo
heparina).
Apresenta-se normal na Trombocitopenia; Deficiência do fator VII; Doença de Von
Willebrand; Leves defeitos de coagulação devido a qualquer causa. Interferentes:
Falsamente aumentado em pacientes em uso de Anticoagulantes e Tetraciclinas e
falsamente reduzido em paciente em uso de Corticosteroides e Epinefrina.
O tempo de coagulação corresponde ao tempo gasto para o sangue coagular quando
retirado do organismo. Fornece dados relativos ao sistema de coagulação do sangue. É um
teste sujeito à numerosas variáveis.

Material

· Material para punção venosa


· Tubos de ensaio (hemóolise)
· Banho-maria 37°C
· Cronômetro

Procedimento

· Colher o sangue por punção venosa.


· Marcar o tempo logo que o sangue aparecer na agulha da seringa.
· Tomar dois tubos e colocar aproximadamente 1,0 mL de sangue em cada um. 7
· Colocar os tubos em banho-maria 37°C.
· Inclinar um dos tubos a cada minuto, até que este possa ser inclinado em um ângulo de
90° sem que o sangue escorra.
· Inclinar então o segundo tubo de 30 em 30 segundosaté a formação do coágulo.
· Marcar o tempo entre o momento da coleta e a total coagulação do sangue como sendo o
tempo de coagulação

Valores normais
De 5 a 10 minutos.

Observação: Utilizar sempre tubos muito bem limpos e secos.


Usar sempre 2 tubos
Caso não haja um banho-maria no local da coleta, colocar o tubo na palma da mão e apertá-
lo firmemente até colocá-lo no banho-maria.

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Retratação do coagulo (RC)

A retração é a fase final do processo de coagulação e está diretamente ligada à


atividade funcional adequada das plaquetas. O coágulo pode estar alterado em volume na
presença de plaquetopenia e nas anemias. A avaliação da retração tem sua maior utilidade
na avaliação de deficiências funcionais das plaquetas. É quando a retração se encontra
diminuída, mesmo na presença de um número normal de plaquetas. Pode ser influenciado
pela quantidade de trombina e do fibrinogênio e por valores alterados do hematócrito.
Observar o tipo de retração que se formou do sangue colhido após 30min
aproximadamente da coleta. Se hove retração total ou parcial do coagulo.
Obs.: colher em tubo seco- tampa tijolo sem aditivos de ativação de coagulação.

Contagem de Plaquetas

Estimar a quantidade de plaquetas por milímetro cúbico. Avaliar a eficiência de


produção destas células, pela medula óssea. Acompanhar o efeito das diferentes terapias
com quimioterápicos ou radioterapia. Auxilia no diagnóstico de doenças acompanhadas de
trombocitopenia e trombocitose.
A contagem de plaquetas solicita-se, geralmente, como parte de um hemograma
completo ou um coagulograma. Solicita-se quase sempre quando o paciente tem
hematomas inexplicáveis, ou demora demasiado tempo a parar de sangrar devido a um
pequeno corte ou ferida.
Os valores de referência normais num adulto são entre 150.000 a 400.000 plaquetas
por microlitro de sangue.
Se a concentração de plaquetas é inferior a 20.000 por microlitro, podem acontecer
hemorragias espontâneas, e este valor considera-se de risco. Os pacientes que padecem de
doença da medula óssea, como leucemia ou outra neoplasia da medula óssea, têm muitas
vezes hemorragias excessivas devido a uma descida significativa do número de plaquetas
(trombocitopenia). Como o número de células cancerígenas aumenta na medula óssea, as
células normais são expulsas da medula óssea, resultando na menor produção de plaquetas.
O baixo número de plaquetas pode observar-se em alguns paciente com problemas
hemorrágicos a longo prazo (como hemorragias crónicas por úlceras de estômago), daí a
reduzida distribuição de plaquetas. A contagem de plaquetas reduzida também se pode
observar em doentes com sépsis por Gram-negativos.
Algumas doenças auto-imunes (como lúpus ou púrpura trombocitopénica idiopática
(PTI), onde o sistema imunitário cria anticorpos que atacam o próprio organismo) podem
provocar a destruição das plaquetas.
Os fármacos como o acetaminofeno, quinidina, sulfamidas, digoxina, vancomicina,
valium e nitroglicerina, são apenas alguns que podem estar associados à diminuição da
contagem de plaquetas. Os pacientes submetidos a tratamento com quimioterapia ou
radiação também podem apresentar uma diminuição da contagem de plaquetas. Até 5% das
mulheres grávidas sofrem de trombocitopenia durante o final da gravidez.
A diminuição de plaquetas pode ocorrer em casos de doenças renais. A púrpura
trombocitopénica (PT) e a síndrome hemolítica urémica (SHU) observam-se na
insuficiência renal, e podem resultar num número de plaquetas diminuído no sangue. De

56
igual forma, a condição conhecida como sequestro esplénico, onde as plaquetas formam um
“pool” no baço, pode provocar a diminuição do número de plaquetas.
Mais frequentemente (até 1% da população), a tendência para ter hematomas ou
hemorragias frequentes deve-se a uma doença hereditária denominada doença de von
Willebrand. O número de plaquetas no sangue pode ser normal, mas a sua capacidade para
se unirem não é a mesma devido à diminuição do factor de von Willebrand, uma proteína
necessária para iniciar o processo de coagulação. A maioria dos casos não são
diagnosticados devido ao carácter pouco grave da doença. Muitos casos são descobertos
quando o doente se vai submeter a uma cirurgia ou a uma extracção dentária, ou durante o
parto. No entanto, alguns casos são mais graves e podem agravar-se com o consumo de
alguns fármacos, resultando numa ameaça à vida do paciente.
O aumento da contagem de plaquetas (trombocitose) pode observar-se em indivíduos
clinicamente saudáveis, enquanto outros podem ter uma doença sanguínea mais grave,
denominada síndrome mieloproliferativo. Alguns, embora tenham um número de plaquetas
elevado, podem ter uma tendência para sangrar devido à falta de coesão das plaquetas;
noutros, as plaquetas mantêm a sua capacidade de coesão mas, devido ao seu número
elevado, tendem a unir-se umas às outras, formando coágulos que podem bloquear um vaso
sanguíneo e provocar lesões, e até mesmo a morte (tromboembolismo).
Viver em grandes altitudes, o exercício físico extenuante e as situações de pós-parto
podem provocar o aumento dos níveis de plaquetas. Os fármacos que podem provocar o
aumento dos níveis de plaquetas incluem os estrogénios e os contraceptivos orais.
A diminuição dos níveis de plaquetas podem observar-se nas mulheres antes da
menstruação.
Outras doenças hereditárias provocadas por plaquetas defeituosas ou
diminuição/falta de proteínas que activam as plaquetas são a Trombastenia de Glanzmann,
a doença de Bernard-Soulier, a síndrome de Chediak-Higashi, a síndorme de Wiskott-
Aldrich, a síndrome de May-Hegglin e a síndrome de Down. No entanto, a ocorrência
destas doenças genéticas é relativamente rara.

Resultados determinados por: contagem automática com equipamento especializado.

Medicamentos que podem alterar os resultados: indometacina, heparina, acetazolamida,


acetoexamida, Antidepressivos tricíclicos, hidroxicloroquinona, Carbamazepina, Acido
etacrínico, Antimônio ,Maleato de bronferinamina, Metildopa, Penicilina, Oxifenilbutazona
Cloranfenicol, Diazóxido, Sais de ouro, Furozemida, Isoniazida, Fenitoína,
Sulfonamidas,Sulfato de quinidina, Pirimetamina, Quinina, Salicilatos,Estreptomicina
Diuréticos tiazídicos.
Outros fatores que podem alterar os resultados: menstruação, exercício físico intenso,
altas altitudes e temperaturas muito baixas.

Colher em EDTA ( tampa roxa)

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Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (APTT ou PTT )

O tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA ou PTTA) avalia defeitos da via


intrínseca da coagulação, podendo, portanto, constatar a deficiência dos fatores VIII, IX, XI
e XII. É útil também no controle do uso terapêutico de heparina e na avaliação da presença
de anticoagulantes circulantes. Pode apresentar-se alterado também quando ocorre
comprometimento da via final comum (X, V, II e I).
O achado de TTPA prolongado na presença de TAP normal indica a possível
deficiência dos fatores XII, XI, IX, VIII. Ao contrário, TTPA normal na presença de TAP
prolongado indica comprometimento do fator VII. Quando ambos (TTPA e TAP) estão
alterados, indicam comprometimento da via final comum, ou seja, dos fatores X, V, II e I.
Já ambos normais indicam pacientes sem alterações ou comprometimento do fator XIII.
O tempo de tromboplastina parcial ativada (APTT) é uma prova sensível à
deficiência de agentes pró-coagulantes do plasma, assim como à presença de certos
inibidores da coagulação. A rapidez, simplicidade e reprodutibilidade da prova a tornam
muito adequada para o controle da terapêutica anticoagulante por heparina.
O exame mede a efetividade do tratamento com heparina, e as deficiências dos fatores
de coagulação VII e XIII.
Exame realizado paralelamente ao teste de coagulação. O exame é importante nos
pré-operatórios, para diagnosticar tendências hemorrágicas.

Indicação médica do exame

O Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada é o teste de escolha para a avaliação da


via intrínseca da coagulação e para monitoração do uso de heparina clássica ( não –
fracionada ).

Princípio

O teste consiste em adicionar ao plasma, cálcio e extrato etéreo de cérebro que


contém cefalina, o substituto fosfolipídico das plaquetas ( tromboplastina parcial ). O tempo
consumido em segundos para a coagulação do plasma representa o tempo de
tromboplastina parcial.

Amostra

Preparo do paciente : Jejum de pelo menos 4 horas, após refeição leve.

Tipo de Amostras : Sangue colhido com anticoagulante citrato de sódio.

Critérios para rejeição da amostra : amostras coletadas com outro anticoagulante


que não seja Citrato de Sódio na concentração de 3,2% ou 3,8%.

58
Observações Gerais:

Pedir informação se o paciente usa anticoagulante, qual a dosagem. Pedir informação


sobre a história de sangramentos importantes anteriores, doenças de coagulação na família
ou testes de coagulação alterados periodicamente.
Ideal que a centrifugação seja de 15mim a 3 a 4 rpm. Para que a separação do plasma
seja completa.

Procedimento manual:

Equipamentos
- Banho-maria à 37 ºC
- Pipetas e micropipetas conforme volume indicado na técnica,
- Cronômetro,
- Tubos de hemólise ( rigorosamente limpo ).
Técnica

Procedimento manual
Homogeneizar o frasco do Reativo de Cefalina Elágico antes do uso.
Reagente de TTPA 100 μL
Plasma 100 μL

Homogeneizar e incubar de 3 a 5 minutos à 37ºC em banho-maria


Cloreto de Cálcio ( pré incubado ) 100 μL

Simultaneamente acionar o cronômetro e agitar o tubo dentro do banho-maria por


aproximadamente 30 segundos. Retirar o tubo do banho-maria e continuar agitando o tubo
suavemente até o momento da formação do coágulo. Parar imediatamente o cronômetro e
anotar o tempo de coagulação.

Valores de Referência
O intervalo de valores em indivíduos normais variam entre 30 – 43 segundos.
Consideram-se fora do normal os valores superiores à 6 segundos de um plasma controle.

Significado Clínico
Valores elevados: Na deficiência de um ou mais fatores que participam do sistema
intrínseco da coagulação sangüínea, com exceção das plaquetas e do fator XIII, bem como do
fator VII do sistema extrínseco; na presença de anticoagulantes circulantes, como a heparina, os
produtos de degradação da fibrina, nas fibrinolisinas, aantitrombina e outros.

Interferências

Falsos valores elevados: Contaminação da amostra com heparina; tubos com amostras
destampadas.
Falsos valores diminuídos: Armazenamento do plasma em tubos de vidro.
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Tempo de atividade da protrombina (TAP)
O tempo de protrombina (TP) ou tempo de atividade da protrombina (TAP) é
um exame laboratorial para avaliar a via extrínseca da coagulação. Em outras palavras, é
um exame usado para determinar a tendência de coagulação do sangue. O tempo de
protrombina normal é de cerca de 11 a 14,6 segundos. Quanto maior for o TP, menor será a
concentração de protrombina no sangue. O TP mede os fatores II, V, VII, X e o
fibrinogênio.
Como três fatores da via extrínseca são vitamina K dependentes (fatores II, VII e X) o
teste é também muito usado para monitoramento do uso de anticoagulantes orais.

O TP encontra-se elevado em casos de deficiência de alguns fatores abaixo:

 Fatores da via extrínseca:


o Fator VII
 Fatores da via comum:
o Fator II
o Fator V
o Fator X

As drogas anticoagulantes orais atuam sobre os fatores da coagulação pertencentes ao


sistema extrínseco da coagulação. Por isso, o tempo de atividade da protrombina (TAP) é o
exame de escolha para monitorização da terapêutica com essas drogas. Por avaliar a via
extrínseca, o TAP pode estar elevado na deficiência isolada do fator VII, na presença de
anticorpos inibidores circulantes e em patologias que afetem o processo de absorção,
síntese e metabolização da vitamina K, visto que a produção desse fator é dependente dessa
vitamina. Pode apresentar-se alterado também, quando ocorre comprometimento da via
final comum (X, V, II e I).
Como teste de referência para o acompanhamento da anticoagulação oral, o TAP não
fornecia a uniformidade desejada, gerando resultados que variavam amplamente em
comparações intra e interlaboratoriais. Por esse motivo, depois de diferentes tentativas de
padronização, em 1983, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu em conjunto
com o Comitê Internacional de Trombose e Hemostasia e a Comissão Internacional de
Padronização em Hematologia, a recomendação para a utilização mundial do ISI
(International Sensibility Index) e a conversão dos resultados obtidos em INR (International
Normalized Ratio) ou RNI.
Com esses dados podem calcular o índice de sensibilidade internacional (ISI) para
cada lote de tromboplastina produzido. Esse valor de ISI, fornecido pelo fabricante em cada
lote enviado, é utilizado para o cálculo do INR (razão normalizada internacional). Quanto
maior o ISI, menor a sensibilidade do reagente. O INR é obtido por um cálculo que divide o
valor do TAP encontrado na amostra do paciente pelo resultado do TAP de um pool de
plasmas normais, elevados ao ISI. Portanto, na prática, ele passa a funcionar como um TAP
padronizado intra e interlaboratorialmente.
O horário ideal para a coleta do sangue para avaliação do TAP está diretamente
relacionado ao horário da administração do medicamento. Os principais protocolos

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apontam que os anticoagulantes devem ser administrados à tarde (18h) e o material colhido
na manhã seguinte (até as 10h), de modo a garantir a absorção adequada do medicamento.
Entretanto, na prática, a melhor indicação é que o paciente tome o medicamento sempre no
mesmo horário e faça a coleta no mesmo prazo em que realizou as anteriores.
O exame pode ser feito manualmente em banho maria ou por intermédio de diversos
aparelhos disponíveis hoje no mercado. Verifica-se o tempo que leva para esse plasma
citratado coagular e corresponde com uma tabela disponível pelo fabricante contendo o
RNI/ISI. Existem drogas que alteram a ação dos anticoagulantes orais:
a) Drogas que potencializam a ação dos anticoagulantes orais: Alguns antibióticos, anti-
inflamatórios, ácido acetilsalicílico, antidepressivos tricíclicos, antiagragantes plaquetários,
cimitidina e outras drogas com ação no trato gastrointestinal, hormônios tireoidianos,
antilipemiantes, imunossupressores, entre outras;
b) Drogas que inibem a ação dos anticoagulantes orais: Alguns antibióticos,
antiácidos, contraceptivos orais, barbitúricos, antifúngicos, álcool, diuréticos,
corticorioides, anti-histamínicos, esteroides, entre outros.

Finalidade: Avaliar a via extrínseca de coagulação. Dosar o Fator V, o fator VII, a


protrombina e o fibrinogênio. Controlar o tratamento com anticoagulantes orais.
Normalmente deve ser repetido periodicamente, a critério médico.

Definição: O tempo de protrombina ( TP ) é a prova de escolha para a investigação


do sistema extrínseco da coagulação sanguínea, permitindo revelar deficiências dos fatores
que tomam parte neste sistema. O extrato de tecido ( tromboplastina extrínseca ) ao lado
dos fatores ll, V, VII e X, na presença de íons de cálcio, age sobre a protrombina para
formar a trombina, que, por sua vez conduz à formação de coágulo de fibrina.

Fisiopatologia: Esta prova é indicada em todos os estados hemorrágicos e purpúricos


e, rotineiramente, no pré – operatório, bem como no controle da terapêutica anticoagulante
pelo dicumarol e seus derivados.

Interferências: Os resultados de TP, podem ser afetados pela administração de


muitos medicamentos de uso corrente. Podem alterar-se com a presença no plasma de :
- Triglicérides ( > 700 mg/dL).
- Hemoglobina livre ( 100 mg/dL)
- Bilirrubina ( > 15 mg/dL)
- Heparina ( 0,5 U/mL, para PT e > 1,0 para FIB )
- EDTA

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Procedimento manual:

Material necessário
- Banho – maria a 37º C
- Pipetas e micropipetas conforme volumes indicados
- Cronômetro
- Tubos de hemólise

Amostra: Plasma co citrato de sódio

Tipo de Tubo:
- Tubo de coleta de plástico ou siliconizado

Concentração do anticoagulante:

- Usar citrato trissódico tamponado na concentração de 3,8%. A proporção de sangue e


anticoagulante é de 9+1 exatos (exemplo: 4,5 mL de sangue + 0,5 mL de
anticoagulante). O tubo deve ser invertido várias vezes para que o anticoagulante seja
adequadamente misturado a amostra.

Coleta da amostra:
- Obter o sangue por punção venosa não traumática. Evitar garroteamento prolongado,
hemólise, formação de bolhas e a aspiração de líquido tissular. O sangue deve fluir
livremente.
- O sangue deverá ser centrifugado logo após a coleta a 3.000 rpm por 15 minutos afim de
se obter o plasma livre de células.
- O plasma poderá permanecer no tubo primário caso a análise seja feita de imediato ou ser
transferido para um tubo plástico a uma temperatura de 15-25º C .
A análise deve ocorrer dentro de um período de 4 horas a partir do momento da coleta,
ou a amostra deverá ser congelada a uma temperatura de –20º C. No momento da
realização do teste, a amostra deverá ser descongelada em banho-maria à 37º C com
rapidez. 11

Técnica:

Realização em banho-maria à 37º C

Tromboplastina previamente incubado à 37º C * 200 μL


Plasma previamente incubado à 37º C * 100 μL

Disparar simultaneamente o cronômetro. Agitar brevemente o tubo dentro do


banho-maria para homogeneizar o conteúdo . Retirar o tubo do banho-maria
e continuar agitando.Parar o cronômetro no exato momento em que ocorrer a
*formação
Sugerimosdo como tempo de incubação 2 a 3 minutos, porém não mais que 10 min.
coágulo.

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Interpretação dos resultados
Os resultados podem ser expressos de modos distintos:
1 - Tempo de Protrombina expresso em segundos
2 - Expresso em porcentagem de atividade protrombínica*

Valores de referência:

- Tempo de protrombina : 10 a 14 segundos


- Percentagem de atividade protrombínica : 70% a 100 %
As taxas superiores a 100% não tem significado patológico.

- A zona terapêutica preconizada pelos especialistas para pacientes sob tratamento anti -
vitamina K a longo curso corresponde a um INR de 2,5 a 4,0 ou taxas de 25 a 35%.

* Recomenda-se que cada laboratório determine os seus próprios valores de


referência.

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Fibrinogênio
O fibrinogênio (Fator I) é uma glicoproteína sintetizada no fígado e está envolvida na
etapa final da coagulação, que consiste na sua conversão em fibrina, sob a ação da
trombina. Além de seu papel na coagulação, é uma importante proteína na resposta de fase
aguda. Portanto, pode estar elevado em diferentes patologias, como processos inflamatórios
e infecciosos agudos, traumas, neoplasias, pós-operatório, uso de anticoncepcionais orais e
síndrome nefrótica. Encontra-se também elevado por influências genéticas, na gravidez e
no tabagismo.
Entretanto, pode estar reduzido devido à diminuição da produção hepática, em
doenças hepáticas graves, ou por aumento de consumo, com conversão excessiva de
fibrinogênio em fibrina, sem tempo para reposição adequada, como nos quadros de
coagulação intravascular disseminada. Pode também apresentar-se diminuído nos casos de
fibrinólise primária e secundária e por conta do uso de agentes fibrinolíticos.
Já foram identificadas diversas variantes hereditárias do fibrinogênio
(disfibrinogenemia). Os quadros podem variar entre alterações hemorrágicas, tendência a
distúrbios trombóticos ou indivíduos assintomáticos. A disfibrinogenemia adquirida está
associada a doenças hepáticas ou renais. Sua avaliação tem um papel importante no
diagnóstico diferencial das coagulopatias adquiridas, na coagulação intravascular
disseminada, na fibrinólise primária e secundária, na disfibrinogenemia e na
afibrinogenemia.

Anticoagulante Lúpico
Os anticoagulantes lúpicos (ACL) são imunoglobulinas da classe IgG ou IgM. Assim
como os anticorpos anticardiolipina (ACA), os anticoagulantes lúpicos fazem parte da
família dos antifosfolipídios e interferem nos procedimentos de screening de coagulação
que dependem da presença de fosfolipídios. Constituem uma causa comum do
prolongamento do tempo de tromboplastina parcial ativado (APTT).
Os ACL são espécies-específicos e são neutralizados pela adição de fosfolipídios
(plasma rico em plaqueta). São anticorpos muito heterogêneos no que diz respeito às suas
características imunológicas e à variação de complexos fosfolipídicos e proteicos que
atuam como seu alvo antigênico. Dados recentes sugerem que outras proteínas, como a
proteína C, a proteína S e a trombomodulina, são também alvos para ACL.
Apesar da sua atividade anticoagulante in vitro, na prática os anticoagulantes lúpicos
estão relacionados a manifestações tromboembólicas recorrentes arteriais (menos
frequentemente) e venosas, abortos repetidos e, em certos casos, são encontrados em
pacientes hígidos, assim como em diferentes situações clínicas, como doenças autoimunes,
neoplasias, quadros infecciosos virais, bacterianos e parasitários, distúrbios neurológicos e
uso de alguns medicamentos.
A detecção laboratorial de ACL não deve ser baseada em um único teste. Deve-se
realizar uma combinação de testes de screening com ensaios para excluir deficiências de
fator de coagulação ou a presença de um inibidor de fator, os quais podem dar origem a
resultados falso-positivos para ACL. Ou seja, a detecção deve ser realizada em etapas:
screening para identificação da alteração; exclusão de déficit de fator, confirmando assim a
presença de um inibidor e a caracterização do tipo de inibidor.

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É importante também a interferência da heparina e dos anticoagulantes orais nos
resultados, determinando, portanto, que o teste seja realizado somente após duas semanas
da suspensão dos anticoagulantes orais e 48 horas após a última dose de heparina. Na
avaliação da síndrome de antifosfolipídios, alguns dados indicam que os ensaios de ACL
predizem com mais segurança trombose, perda fetal recorrente e trombocitopenia do que os
ensaios para ACA.
Entretanto, aproximadamente 60% dos pacientes são positivos tanto para ACL quanto
para ACA, enquanto os 40% restantes são positivos apenas para ACA ou para ACL.

Resistência à Proteína C Ativada

A resistência à proteína C ativada é causada por um defeito hereditário, autossômico


dominante, ligado ao gene do fator V, onde ocorre uma troca de aminoácidos (arginina por
glutamina) no local onde o fator Va é clivado pela proteína C ativada, tornando o fator Va
mutante (fator V Leiden) e assim resistente à inativação pela proteína C. A mutação resulta
em um aumento importante do risco de trombose. Estudos demonstram que,
provavelmente, esse defeito responda por cerca de 20 a 60% dos casos de trombose de
etiologia não esclarecida. O risco trombótico aumenta significativamente se associado a
outros fatores de risco, como o uso de contraceptivos orais, gravidez e em idosos.

Proteína S

Os estados de deficiência de proteína S se assemelham clinicamente aos da


deficiência de proteína C. A deficiência, quando homozigótica, manifesta-se na fase
neonatal como púrpura fulminante e coagulação intravascular disseminada. Quando
heterozigótica, têm sido descritos episódios tromboembólicos venosos e de trombose
vascular cerebral, especialmente quando associados outros fatores de risco.
A proteína S é também dependente de vitamina K, sendo sintetizada pelo fígado e,
em menor quantidade, pelas células endoteliais e por megacariócitos. Duas formas da
proteína S estão presentes na circulação: a livre e a conjugada. A porção livre corresponde a
aproximadamente 40% da concentração plasmática da proteína e representa a forma
funcionalmente ativa, enquanto a outra (60%) circula conjugada à proteína ligadora do C4b,
um componente do sistema complemento.

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Exemplo de hemograma

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Instituto Radiônica de Ensino
Curso Téc. em Analises Clínicas
Disciplina: Hematologia

1) Calcule os índices hematimétricos

a) Hem: 3,45 milhões/mm³


Hb : 12,3 g/dl
Hto : 36,8 %
VCM :
HMC :
CHCM:

b) Hem: 4,55 milhões/mm³


Hb : 13,2 g/dl
Hto : 39,1 %
VCM :
HMC :
CHCM:

c) Hem: 5,50 milhões/mm³


Hb : 15,2 g/dl
Hto : 45,1 %
VCM :
HMC :
CHCM:

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d) ) Hem: 3,60 milhões/mm³
Hb : 11,2 g/dl
Hto : 33,1 %
VCM :
HMC :
CHCM:

e) ) Hem: 5,00 milhões/mm³


Hb : 14,9 g/dl
Hto : 44,1 %
VCM :
HMC :
CHCM:

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Instituto Radiônica de Ensino
Curso Téc. em Analises Clínicas
Disciplina: Hematologia

Estudo dirigido I

1- Quais são os orgãos que compõe o sistema circulatório?


2- Qual a função do sistema circulatorio?
3- O que são vasos sangüíneos e quais são os tipos?
4- Quais são os elementos figurados do sangue?
5- O que são globulos vermellhos? Qual sua principal função?
6- O que são globulos brancos ? Qual sua principal função?
7- Qual a principal função das plaquetas?
8- O que é hematopoiese?
9- Quais são os orgãos hematopoiéticos?
10- O que comprende o hemograma completo?
11- O que avalia um hemograma completo?
12- Qual o tipo de amostra utilizada para realizasão do exame de hemograma completo?
13- Em que tubo devemos colher material para o exame de hemograma completo?
14- O que é eritrograma?
15- Quais são os resultados avaliados em um ertrograma?
16- Oque é hematocrito?
17- Oque é hemoglobina?
18- Quais são os indices hematimétricos e o que eles avaliam?
19- Um paciente realiza um eritrograma e tem o seguintes resultados:
Hto: 39%
Hem: 4.37 milh/mm3
Hba: 13.2 g/dl
Calcule os índices hematimetricos desse paciente.
20- RDW é um indice hematimétrico conseguido somente com a automação.O que esse
índice avalia em relação as hemacias?
21- Oque é microcitose , macrocitose e normocitose?
22- Oque é hipocromia e normocromia?
23- Oque é anisocitose?
24- Quanto a morfologia das hemácias como podemos classificalas?
25- O que é poiquilocitose?
26- Oque avalia os indices HCM e CHCM?
27- Oque avalia o VCM?
28- O que são reticulocitos?
29- O que é anemia?

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Instituto Radiônica de Ensino
Curso Téc. em Patologia Clínica
Disciplina: Hematologia

Estudo dirigido Hematologia II

1- Qual a função dos leucócitos?


2- Qual o valor de referencia para contagem leucocitária global?
3-Qual o nome dado a diminuição do contagem global dos leucócitos para valores a baixo de 4.000
células por mililitros? Esse fato pode ser indicativo de qual situação clínica?
4- Oque é leucocitose ? Esse fato pode ser indicativo de qual situação clínica?
5-Os leucócitos dividem-se em três classes Quais são elas?
6- Defina granulócitos e quais células representam esse tipo celular no sangue periférico?
7-Defina agranulócitos e quais células representam esse tipo celular no sangue periférico?
8- A contagem global de leucócitos pode ser realizada manualmente . Qual o tipo de instrumento se
usa para essa contagem?
9- Oque compõe um leucograma?
10- O leucograma é indicativo no diagnóstico e no acompanhamento dos processos patológicos.
Quais são eles?
11- Qual a função das seguinte células que estão presentes no sangue periférico: Eosinófilos,
Bastões, Segmentados, Linfócitos e monócitos.
12- Qual o significado clínico da expressão Desvio a esquerda?
13- Qual a função do basófilo?
14- Qual a célula que dá origem as plaquetas?
15- Qual a função principal das plaquetas?
16- Qual o valor de referencia das plaquetas?
17- As plaquetas tem são conhecidas por outro nome que nome é esse?
18- O que é trombocitopenia e trombocitose?
19- Oque são reticulócitos?
20- Qual o corante utilizado pra realizar a leitura de reticulócitos?
20-Oque é VHS e qual sua utilidade?

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