Apostila de Hemato
Apostila de Hemato
Apostila de Hemato
Sistema circulatório
Vasos sanguíneos
Os vasos sanguíneos são tubos pelo qual o sangue circula. Há três tipos principais: as
artérias, que levam sangue do coração ao corpo; as veias, que o reconduzem ao coração; e
os capilares, que ligam artérias e veias. Num circulo completo, o sangue passa pelo coração
duas vezes: primeiro rumo ao corpo; depois rumo aos pulmões.
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Coração (o centro funcional)
Circulação pulmonar
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Ramificações
As artérias menores dividem-se em uma fina rede de vasos ainda menores, os
chamados capilares. Deste modo, o sangue entra em contato estreito com os líquidos e os
tecidos do organismo. Nos vasos capilares, o sangue desempenha três funções; libera o
oxigênio para os tecidos, proporciona os nutrientes às células do organismo, e capta os
produtos residuais dos tecidos. Depois, os capilares se unem para formar veias pequenas.
Por sua vez, as veias se unem para formar veias maiores, até que por último, o sangue se
reúne na veia cava superior e inferior e conflui para o coração, completando o circuito.
Circulação portal
A circulação portal é um sistema auxiliar do sistema nervoso. Um certo volume de
sangue procedente do intestino é transportado para o fígado, onde ocorrem mudanças
importantes no sangue, incorporando-o à circulação geral até a aurícula direita.
Veia
No sistema circulatório, uma veia é um vaso sanguíneo que leva sangue em direção
ao coração. Os vasos que carregam sangue para fora do coração são conhecidos como
artérias.
Função
As veias servem para levar o sangue dos órgãos de volta ao coração. Na circulação
sistêmica o sangue oxigenado é bombeado para o ventrículo esquerdo pelas artérias até os
músculos e órgãos do corpo, onde seus nutrientes e gases são trocados nos capilares,
entrando nas veias contendo restos celulares e dióxido de carbono. O sangue pobre em
oxigênio é recolhido pelas veias e levado até o átrio direito do coração, que transfere
sangue para o ventrículo direito, onde é então bombeado para as artérias pulmonares e
finalmente aos pulmões. Na circulação pulmonar as veias pulmonares trazem o sangue
oxigenado dos pulmões para o átrio esquerdo, que desemboca no ventrículo esquerdo,
completando o ciclo da circulação sanguínea.
O retorno do sangue para o coração é auxiliado pela ação do bombeamento de
músculos esqueléticos, que ajudam a manter extremamente baixa a pressão sanguínea do
sistema venoso.
Anatomia
Artéria
Artérias são vasos sanguíneos que carregam sangue a partir dos ventrículos do
coração para todas as partes do nosso corpo. Elas se contrastam com as veias, que carregam
sangue em direção aos átrios do coração.
O sistema circulatório é extremamente importante para a manutenção da vida. O seu
funcionamento adequado é responsável por levar oxigênio e nutrientes para todas as
células, assim como remover dióxido de carbono (CO2) e produtos metabólicos, manter o
pH ótimo, e a mobilidade dos elementos, proteínas e células do sistema imune. As duas
principais causas de morte em países desenvolvidos, o infarto do miocárdio e o ataque
cardíaco, podem ser resultado direto de um sistema arterial que tenha sido lentamente e
progressivamente comprometido pelos anos de deterioração
Descrição
Anatomia
Capilar sanguíneo
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Tecidos sanguíneos
Glóbulos Vermelhos.
Glóbulos brancos.
Plaquetas.
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Tecido linfático (linfa)
Sistema linfático
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Hematopoiese
Órgão Hematopoietico
Esses órgãos são: medula óssea, linfonodos (gânglios linfáticos), baço e fígado.
Produzem, no processo da Hematopoiese, os elementos do
sangue: leucócitos, hemácias e plaquetas.
Medula óssea
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A medula óssea mantém-se em atividade intensa e ininterrupta para produzir células
sanguíneas e para isso depende de abundante e contínuo suprimento de substâncias.
Para elaborar novos glóbulos vermelhos ela aproveita restos de glóbulos vermelhos
envelhecidos e destruídos, ferro contido na hemoglobina é reaproveitado.
Linfonodos
Baço
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O início da hematopoiese
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Eritrocitopoiese: de acordo com o grau de maturação, as células eritrocíticas são chamas de:
proeritroblastos, eritroblastos basófilos, eritroblastos policromáticos, eritroblastos ortocromáticos (ou
acidófilos), reticulócitos e hemácias.
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Hemograma completo
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A avaliação eritrocitária pode identificar processos anêmicos, policitêmicos,
alterações de forma e tamanho das hemácias. A avaliação leucocitária pode identificar
processos inflamatórios, infecciosos, alérgicos, parasitários e leucêmicos. Pode também
indicar a presença de elementos anormais e de atipias linfocitárias. A avaliação plaquetária
identifica processos de trombocitopenias adquiridas ou hereditárias e trombocitoses
O sangue venoso ou capilar pode ser usado para técnicas rotineiras de hematologia .
O sangue capilar obtido por punção de pele é bom para procedimentos como esfregaços
sangüíneos, porque aditivo químico é adicionado á amostra que cause alteração na
aparência das células. Todavia, os exames não podem ser repetidos , já que somente uma
pequena amostra é obtida por punção capilar.
Quando uma quantidade maior de sangue é nescessária , o sangue é obtido de uma
veia por punção venosa. As amostras venosas de sangue para exames hemátologicos são
usualmente colhidas em um frasco contendo anticoagulante para inibir a coagulação. O
anticoagulante mais frequente usado no laboratório de hematologia é o EDTA (ácido
etilenodiaminotetracético).
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Eritrograma
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VCM (Volume Corpuscular Médio): é o índice que ajuda na observação do
tamanho das hemácias e no diagnóstico da anemia: se pequenas são consideradas
microcíticas (< 80fl, para adultos), se grandes consideradas macrocíticas(> 96fl, para
adultos) e se são normais, normocíticas (80 - 96fl). Quando há variação, ou seja, são
observadas hemácias macrocíticas e microcíticas, o quadro é chamado de anisocitose. A
unidade utilizada é femtolitro (fl).
Esse dado ajuda a diferenciar os vários tipos de anemia. Por exemplo, anemias por
carência de ácido fólico cursam com hemácias grandes, enquanto que anemias por falta de
ferro se apresentam com hemácias pequenas. Existem também as anemias com hemácias de
tamanho normal.
Alcoolismo é uma causa de VCM aumentado (macrocitose) sem anemia.
HCM = 15,2 x 10
5,50
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CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média): É a média da
concentração interna( saturação) de hemoglobina em uma população de eritrocitos.
Como se sabe, a concentração é a relação entre o soluto(parte, conteúdo) e a solução(todo),
ou seja, é o conteúdo de uma determinada substância em um determinado volume.
Imagina-se uma população d eritrocitos , em que cada um deles tenha uma concentração
específica de hemoglobina. O CHCM é o valor médio dessa concentração.
O intervalo normal é de 32 - 36g/dl. Como a coloração da hemácia depende da quantidade
de hemoglobina elas são chamadas de hipocrômicas (< 32), hipercrômicas (> 36) e
hemácias normocrômicas (no intervalo de normalidade). É importante observar que na
esferocitose o CHCM geralmente é elevado.
RDW (Red Cell Distribution Width): é um índice que indica a anisocitose (variação de
tamanho), sendo o normal de 11,5 a 14,5%( variam de acordo com o modelo do contador),
representando a percentagem de variação dos volumes obtidos. Nem todos os laboratórios
fornecem o seu resultado no hemograma.
Normalmente realiza-se uma análise estatística em testes realizados em um grande
grupo de indivíduos normais para se chegar aos límites estabalecidos para hemoglobina,
hematócrito e número de hemácias, isto quer dizer que cada região possui um límite de
normalidade.
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Morfologia das Hemácias
Drepanócitos
Sinônimo de hemácias em forma de foice. Os eritrócitos adquirem essa forma devido
a presença da Hemoglobina S, que polimeriza e se precipita na membrana da célula,
ocasionando a deformação.
É encontrado nas doenças falciformes. Doença falciforme é um termo genérico que
engloba um grupo de anemias hemolíticas crônicas hereditárias, dentre elas a anemia
falciforme .
Esferócitos
São eritrócitos com a biconcavidade reduzida. Quando visualizados no microscópio
perdem a zona clara central, são mais densos e ocorre redução do diâmetro, em comparação
com os demais eritrócitos. Por isso, também são chamados de microesferócitos.
Pode ser causado por defeitos genéticos nas proteínas de membrana ou pode ser
adquirida, aparecendo nos casos de anemia hemolítica autoimune.
Eliptócitos/Ovalócitos
São eritrócitos que apresentam formas ovaladas e eliptocíticas. As causas dessa
alteração são defeitos genéticos nas proteínas do citoesqueleto da célula.
Na eliptocitose hereditária praticamente todas as hemácias têm essa forma. Porém,
pode ser encontrada uma pequena quantidade de eliptócitos/ovalócitos nas talassemias,
anemia ferropriva e anemia megaloblástica.
Codócitos
Sinônimo de hemácias em alvo. A hemácia apresenta dupla biconcavidade de tal
maneira que, quando projetada em um plano, a hemoglobina é visualizada em uma pequena
faixa periférica e, geralmente, na parte central, o que lhe dá o aspecto “em alvo”.
Podem ser encontrados nas hemoglobinopatias (SS, SC), talassemias, hepatopatias,
em pacientes esplenectomizados e na anemia ferropriva.
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Dacriócitos
São eritrócitos em forma de gota ou lágrima. A deformação ocorre quando as células
passam nas fenestrações entre cordões e sinus medulares do baço, sofrendo estiramento
além dos limites da elasticidade.
É muito comum na mielofibrose, devido à hematopoese extramedular (o baço produz
células sanguíneas devido a hipocelularidade da medula óssea). Pode ser encontrado
também nas talassemias, anemias hemolíticas e em pacientes esplenectomizados.
Esquizócitos
São eritrócitos fragmentados, irregularmente contraídos e mordidos.
São causados por traumas mecânicos, válvulas cardíacas artificiais, agressão térmica
nas queimaduras e agressão química pelo uso de fármacos oxidantes. Se a fragmentação for
significativa, o paciente irá apresentar manifestações clínicas de anemia hemolítica.
Aparecem também em condições clínicas como coagulação intravascular disseminada
(CIVD), púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) e Síndrome Hemolítico-Urêmica
(SHU).
Acantócitos
São hemácias com a membrana irregular, apresentando espículas irregularmente
distribuídas.
In vitro pode ser artefato. In vivo decorre de hepatopatias, diminuição da função do
baço e esplenectomia.
Outros achados não relacionados a forma:
Hemácias aglutinadas (agrupamentos de hemácias): quando a hemólise é causada
por um anticorpo contra hemácias, elas acabam se agrupando (crioaglutininas).
Hemácias em Rouleaux (hemácias em rolos, formam pilhas de rolos de hemácias):
aparece em alta concentração de globulinas anormais, mieloma múltiplo e
macroglobulinemia.
Inclusões nas hemácias:
Corpuscúlos de Howell-Jolly (aparecem como se fossem um botão azul escuro junto
à membrana da hemácia, por fragmento nuclear ou DNA condensado): após
esplenectomia, anemias hemolíticas severas.
Hemácias com pontilhados basófilos: (vários pontos roxos dentro da hemácia, pela
precipitação dos ribossomos ricos em RNA): aparecem na talassemia beta, intoxicação por
chumbo, anemia hemolítica por deficiência de pirimidina-5-nucleotidase.
Anel de Cabot (forma de uma anel ou em oito dentro da hemácia, por restos
nucleares): em anemias hemolíticas severas.
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Resumo
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Outros achados não relacionadas a forma
Hemácias Agrupamento das Hemolise
aglutinadas hemacias
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Anemias
Sinais e sintomas
* fadiga e fraqueza
* palidez cutâneo-mucosa (pele, conjuntiva)
* dificuldade de concentração
* vertigens e tonturas
* palpitações e taquicardia
* claudicação (dores nas pernas)
* dispnéia (falta de ar)
* inapetência ocorre frequentemente em crianças
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Classificação da anemia
A anemia pode ser classificada em duas categorias: aquelas que nascem com o
indivíduo (neste caso temos uma anemia hereditária) ou podem ocorrer com o indivíduo
por algo que lhe acontece durante a vida (neste caso são as anemias adquiridas).
Tipos
A anemia pode ser dividida em seis tipos:
Anemia ferropriva
Anemia ferropriva é o tipo de anemia decorrente da deficiência de ferro dentro do
organismo levando à uma diminuição da produção, tamanho e teor de hemoglobina dos
glóbulos vermelhos, hemácias. O ferro é essencial para a produção dos glóbulos vermelhos
e seus níveis baixos no sangue comprometem toda cascata de produção das hemácias.
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Anemia hemolítica
Em pessoas saudáveis, os glóbulos vermelhos duram por cerca de 120 dias antes de
serem descartados pelo organismo. Na anemia hemolítica, os glóbulos vermelhos no sangue
são destruídos antes do tempo normal, sem dar tempo de serem repostos pela medula óssea.
A anemia hemolítica ocorre quando a medula óssea não é capaz de repor os glóbulos
vermelhos que estão sendo destruídos.
A anemia hemolítica também tem sua forma autoimune, que ocorre quando o sistema
imunológico identifica erroneamente seus próprios glóbulos vermelhos como corpos
estranhos, desenvolvendo anticorpos que atacam as hemácias, destruindo-as muito
prematuramente.
Anemia falciforme
A anemia falciforme é uma doença hereditária (passa dos pais para os filhos)
caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com
uma foice, daí o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e rompem-se
mais facilmente, causando anemia.
É importante não confundir a anemia falciforme com a anemia ferropriva, causada
por deficiência de ferro. A segunda é muito mais comum (estima-se que 90% das anemias
sejam causadas por carência de ferro).
Anemia aplástica
Esta anemia rara, com risco de vida, ocorre quando seu corpo não produz uma
quantidade suficiente de glóbulos vermelhos. As causas da anemia aplástica incluem
infecções, doenças auto-imunes e exposição a produtos químicos tóxicos. A doença pode se
manifestar de diferentes formas e intensidades.
Causas
A anemia ocorre quando o sangue não possui sangue vermelho suficiente. Isso pode
acontecer se:
Seu corpo não produz células sanguíneas vermelhas suficientes
O sangramento faz com que você perca os glóbulos vermelhos mais rapidamente do
que eles podem ser substituídos
Seu corpo destrói os glóbulos vermelhos.
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Fatores de risco
Esses são fatores colocam você em maior risco de desenvolver anemia:
Distúrbios intestinais
Ter uma desordem intestinal que afeta a absorção de nutrientes no intestino delgado -
como doença de Crohn e doença celíaca - coloca você em risco de anemia.
Menstruação
Em geral, as mulheres que não chegaram ainda na menopausa apresentam maior risco
de anemia ferropriva do que homens e mulheres na pós-menopausa. Isso porque a
menstruação causa a perda de glóbulos vermelhos.
Gravidez
Se você está grávida e não está tomando um multivitamínico com ácido fólico, você
pode estar com um risco aumentado de anemia.
Condições crônicas
Se você tem câncer, insuficiência renal ou outra condição crônica, você pode estar em
risco de anemia de doença crônica. Essas condições podem levar a uma escassez de
glóbulos vermelhos.
Diagnóstico
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Leucócito
Os leucócitos, também chamados de glóbulos brancos, são células incolores
que atuam principalmente na defesa do corpo, protegendo-o contra organismos
invasores e desencadeando respostas imunológicas. Os leucócitos são produzidos na
medula óssea, local onde a maioria também amadurece. A partir desse local, eles são
levados através dos vasos sanguíneos para todo o corpo junto a outras células do sangue.
Tipos de leucócitos
Os leucócitos dividem-se em três classes:
* Os granulócitos constituem até 70% de todos os leucócitos. Têm esse nome porque
contêm grânulos com diferentes substâncias químicas, dependendo do tipo da célula.
Dividem-se em três classes: neutrófilos, eosinófilos e basófilos.
* Os linfócitos ou agranulócitos constituem 30% a 40% de todos os leucócitos. Os
linfócitos se dividem em dois subtipos principais: células B (as que amadurecem dentro da
medula óssea) e as células T (aquelas que amadurecem no timo).
* Os monócitos constituem até 7% de todos os leucócitos. Os monócitos se
transformam em macrófagos, quando saem da corrente sanguinea para o tecido. Processo
chamado de Diapedese.
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% no
Sangue
Tipo Morfologia Diagrama Função
dos
Adultos
N.Bastão célula
jovem com núcleo
em forma de
bastão com fina
granulação no
citoplasma. Neutrófilos estão envolvidos na defesa contra infecção
N.segmentado bacteriana e outros pequenos processos inflamatórios.
Neutrófilo célula madura 70% Também são chamados Fagócito e são o tipo mais
com núcleo abundante no sangue humano.
multilobulado(3 a
5 núcleos) ligados
por fina cromatina
e fina granução no
citoplasma.
Núcleo bilobulado
com grânulos Eosinófilos envolvidos nas infecções parasitárias e
Eosinófilo vermelho 2% a 4% processos alérgicos.Têm um núcleo celular bilobulado
alaranjado.
Núcleo irregular
bilobulado, citoplasma
é levemente basofílico Basófilos são responsáveis pela resposta alérgica e
Basófilo com vários grânulos <1% liberação de histamina. Têm um núcleo e grânulos
grosseiros corados de especificos coram-se de roxo.
roxo que cobrem o
núcleo.
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Granulócito
Características
Coloração
Granulócito basófilo
Descrição Celular
Função
Quantidade no sangue
Granulócito eosinófilo
Morfologia Celular
Quando visualizadas no esfregaço do sangue periférico, os eosinófilos apresentam tamanho
que varia entre 9-15 µm (micrometros). Seu núcleo contém de 2 a 3 lóbulos ligados por um
fino filamento nuclear. Seu citoplasma é tomado por grânulos vermelhos-alaranjados.
Função
Em áreas de inflamação alérgica, os eosinófilos são atraídos pela histamina produzida
por basófilos e mastócitos, migrando para o local inflamado. Essa ação migratória
provocada por substância química (no caso referido, a histamina) chama-se quimiotaxia.
Os grânulos liberam seu conteúdo (fosfatase ácida, arilsulfatase, β-glicuronidase,
ribonuclease, peroxidase eosinofílica, proteína básica principal) para o meio extracelular e
compõe sua atividade defensiva juntamente com a ação fagocitária de complexos antígeno-
anticorpo.
Quantidade de eosinófilos
Sua quantidade aproximada no sangue é de 150 células/μL (microlitro) e constitui
entre 2% a 4% dos leucócitos. Quando há um aumento do número de eosinófilos, isto é
chamado de eosinofilia. Quando há dimunuição, eosinopenia.
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Granulócito neutrófilo ( Bastão e Segmentado)
Os neutrófilos são uma classe de células sanguíneas leucocitárias, que fazem parte do
sistema imunitário do corpo humano e é um dos 5 principais tipos de leucócitos
(neutrófilos, eosinófilos, basófilos, monócitos e linfócitos).
São leucócitos polimorfonucleados, têm um tempo de vida médio de 6h no sangue e
1-2 dias nos tecidos e são os primeiros a chegar às áreas de inflamação, tendo uma grande
capacidade de fagocitose. Estão envolvidos na defesa contra bactérias e fungos. Os
neutrófilos possuem receptores na sua superfície como os receptores de proteínas do
complemento, receptores do fragmento Fc das imunoglobulinas e moléculas de adesão.
Morfologia Celular
Função
Fagocitose
Neutrófilos são fagocitos capazes de ingerir microrganismos ou partículas. Ao
fagocitar forma-se o fagossomo onde os microrganismos serão mortos pela liberação de
enzimas hidrolíticas e de espécie reativa de oxigénio. O consumo de oxigênio durante a
reação de espécies de oxigênio é chamado de queima respiratória que nada tem a ver com
respiração celular ou produção de energia.
A "queima respiratória" envolve a ativação da enzima NADPH-oxidase, que produz
grandes quantidades de superóxido, uma espécie reativa do oxigênio. Superóxido gera o
peróxido de hidrogênio que é convertido em ácido hipocloroso (HOCl) pela enzima
mieloperoxidase. É o HOCl que tem propriedades suficientes para matar a bactéria
fagocitada.
Quantidade
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Mastócito
O mastócito é uma célula residente no tecido conjuntivo. Contém no seu interior uma
grande quantidade de grânulos cheios de histamina (substância envolvida nos processos de
reações alérgicas) e heparina (uma substância anticoagulante). Os grânulos dos mastócitos
são metacromáticos (têm a capacidade de mudar a cor de determinados corantes básicos)
em função de sua alta concentração de radicais ácidos presentes na heparina. O seu papel
mais conhecido é na reação alérgica. Desempenha também um papel de proteção, estando
envolvido no sarar das feridas e na defesa contra organismos patogênicos.
O mastócito não pode ser confundido com o basófilo, pois eles têm origens diferentes.
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Agranulócito
Agranulocitos são células leucocitarias (parte do sistema imunitário do corpo
humano), caracterizado pela ausencia de granulos no citoplasma.
Linfócito
Distribuição no sangue
Morfologia
São três os tipos de linfócitos: Natural Killers (ou células NK), linfócitos T e
linfócitos B.
Células NK
São parte da imunidade celular mediada. Eles podem atacar a célula hospedeira.
Células NK tem parte importante no sistema imune inato e papel principal na defendendo-
se de hospedeiros tanto em tumores como em infecções virais. Células NK cells distingue
células infectadas e tumorosas de uma normal de células não infectadas por reconhecimento
de alterações nos níveis da molécula de superfície chamada de MHC - classe I (Complexo
principal de histocompatibilidade). As células NK são ativadas por citocinas chamadas
interferons. Ativadas células N liberam grânulos citotóxicos que destroem as células
hostis.[2] Elas são chamadas de "natural killer" por causa da noção inicial que elas não
necessitavam de ativação primária para matar células.
Linfócitos T
São assim chamados pois sofrem maturação no timo sendo também conhecidos pelo
nome de timócitos. São responsáveis pela imunidade celular,organismos estranhos ou
células infectadas são destruidas pelas células T em um complexo mecanismo. Há vários
tipos de linfócitos T:
*Linfócitos T supressores
*Linfócitos T reguladores
Linfócitos B
São assim chamados por terem sido inicialmente estudados na bursa de Fabricius, um
órgão das aves. São responsáveis pela imunidade humoral. Produzem imunoglobulinas,
chamadas de anticorpos, contra antígenos estranhos. Para serem ativados, outras células
como por exemplo o macrófago lhe apresentam fragmentos de antígenos. Os linfócitos B
ativados se transformam em plasmócitos. Os plasmócitos possuem em sua vesícula de
Golgi capacidade de produzir anticorpos em massa.
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Monócito
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Leucograma
SÉRIE BRANCA
Leucograma é o estudo da série branca (ou leucócitos), faz-se uma contagem total
dos leucócitos e uma contagem diferencial contando-se 100 células.
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Outras Células que podem ser encontradas:
* Blasto:
* Linfoblasto:
* L1: célula pequena, citoplasma basofílico e escasso. Encontrada nas leucemia linfóide
aguda tipo L1.
* L2: célula de tamanho médio, citoplasma de tamanho e basofilia variada. Encontrada na
leucemia linfóide aguda tipo L2.
* L3: célula grande ou média, citoplasma com intensa basofilia e com vacúolos. Aparece no
linfoma de Burkitt.
* Mieloblasto: possui citoplasma escasso, azulado (basofílico), núcleo redondo ou oval,
com um ou mais nucléolos evidentes. Pode apresentar grânulos no seu citoplasma e bastão
de Auer (forma de agulha). Os mieloblastos aparecem em casos de leucemia mielóide e
podem aparecer na síndrome mielodisplásica ou na reação leucemóide (infecção grave).
* Monoblasto: similar a outros blastos mas com núcleo mais contorcido ou irregular que o
mieloblasto. Aparece na leucemia mielomonocítica aguda ou na leucemia monocítica
aguda.
* Promielócitos Neutrofílico: O mieloblasto evolui para promielócito, célula maior que o
mieloblasto, citoplasma basófilo, grânulos de coloração vermelho-púrpura (grânulos
primários), núcleo oval com uma pequena identação.
* Mielócitos Neutrofílico: O promielócito evolui para mielócito, célula com citoplasma
acidófilo (rosa), mais abundante que o promielócito e com poucos grânulos e já não são
mais visualizados os nucleólos.
* Metamielócitos Neutrofílico: citoplasma acidófilo, núcleo identado com forma de feijão,
poucos grânulos.
* Bastonetes Neutrofílico: citoplasma acidófilo, núcleo em forma de S ou C. Não é
comum seu achado em sangue de pacientes normais, mas aparecem em número aumentado
em casos de infecção.
* Linfócitos Atípicos: citoplasma mais basofílico que o linfócito normal, núcleo irregular.
Aparece em infecções virais. Em grande número na mononucleose infecciosa, na infecção
por citomegalovírus, na toxoplasmose.
* Células Plasmáticas: citoplasma basofílico, tamanho moderado e núcleo excentrico.
Pode aparecer no mieloma múltiplo.
* Células Linfomatosas: citoplasma em quantidade variada, núcleo dobrado, convoluto,
clivado ou dobrado. Com um ou mais nucleólos. Aparece em linfomas.
* Hairy Cells: citoplasma azul páildo, com projeções citoplasmáticas. Aparece somente na
leucemia das células cabeludas.
Célula Cerebriforme: núcleo escuro contendo fendas e dobras (aparência de cérebro).
Aparece na síndrome de Sézary.
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Inclusões citoplasmáticas que podem ser encontradas em neutrófilos:
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Intervalos de referência:
Recém-nascido:
Leucócitos totais - 9 a 30 mil por mm3
Neutrófilos - 6 a 26 mil por mm3
Linfócitos - 2 a 11 mil por mm3
1 ano de idade:
Leucócitos totais - 6 a 17,5 mil por mm3
Neutrófilos - 1,5 a 8,5 mil por mm3
Linfócitos - 4 a 10,5 mil por mm3
10 anos de idade:
Leucócitos totais - 4,5 a 13,5 mil por mm3
Neutrófilos - 1,8 a 8 mil por mm3
Linfócitos - 1,5 a 6,5 mil por mm3
21 anos de idade:
Leucócitos totais - 4,5 a 11 mil por mm3
Neutrófilos - 1,8 a 7,7 mil por mm3
Linfócitos - 1 a 4,8 mil por mm3
Contagem diferencial:
Basófilos:
Neutrófilos: Relativa - 0 a 1 %
Relativa - 45 a 70 % Absoluta - 10 a 50 por mm3
Absoluta - 1.800 a 7.000 por mm3 Linfócitos:
Eosinófilos: Relativa - 20 a 40 %
Relativa - 1 a 3 % Absoluta - 1.500 a 4.000 por mm3
Absoluta - 50 a 300 por mm3 Monócitos:
Relativa - 3 a 7 %
Absoluta - 100 a 700 por mm3
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Desvio à esquerda
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Exemplo de leucocitose com desvio à esquerda, escalonado:
Leucometria = 20.000 por mm3
Bastonetes = 10 % - valor absoluto = 2.000 por mm3
Metamielócitos = 6 % - valor absoluto = 1.200 por mm3
Mielócitos = 2 % - valor absoluto = 400 por mm3
Escalonamento: Bastonetes > metamielócitos > mielócitos
O desvio à esquerda não-escalonado traduz:
A liberação de granulócitos jovens em processo de produção não-hierarquizado ,
Disfunção da medula óssea
Alterações típicas:
Infecções por bactérias gram-positivas podem ser acompanhadas de:
Leucocitose com neutrofilia , Desvio à esquerda, Eosinopenia, Linfopenia
Conforme o processo infeccioso regride:
A leucometria e a contagem de neutrófilos tendem a diminuir, Reaparecem os
eosinófilos e os monócitos , Aumenta a porcentagem de linfócitos
Infecções por bactérias gram-negativas podem ser acompanhadas de:
Leucopenias com ou sem desvio à esquerda
Infecções virais ocorrem concomitantemente com:
Leucopenia discreta e linfocitoses
Infecções crônicas costumam apresentar:
Porcentagens mais elevadas de células linfomononucleares (linfócitos e monócitos)
Processos alérgicos e as infestações parasitárias são comumente acompanhados de:
Eosinofilia
A leucemia mielóide crônica (LMC) pode ser acompanhada de:
Eosinofilia, Os basófilos aumentam também na LMC
Causas de neutrofilia:
Estímulo físico ou emocional ,Infecções, Inflamações, Tumores (em necrose)
,Neoplasias ,hematológicas, Uso de corticosteróides, Fatores de crescimento
,Hemorragias
Causas de neutropenia:
Uso de várias drogas: Antibióticos como cloranfenicol ,Antiinflamatórios, Analgésicos,
Anticonvulsivantes, Antitireoideanos, Anti-hipertensivos, Hipoglicemiantes orais,
Quimioterapia, Em especial, os casos de agranulocitose constitucional
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Termos utilizados
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Exames adicionais de hematologia
Reticulócito
Reticulócitos são eritrócitos (ou hemácias) imaturos. Como as hemácias, os
reticulócitos não apresentam núcleo e são chamados assim por causa da malha reticular
de RNA ribossômico, que se torna visível à microscopia quando corada com azul de
cresil brilhante.
Contagem de reticulócitos
A contagem é feita em porcentagem em relação às hemácias circulantes que já não
estão no estado de reticulócito.
Método automático
Atualmente, para contar reticulócitos, são usados contadores automatizados
usando laser com corante fluorescente que marca o RNA e DNA. Isso diferencia os
reticulócitos das hemácias (que não contêm RNA nem DNA).
Método manual
Pode também ser usado o método de coloração pelo azul de cresil brilhante e fazer
uma contagem, tirando-se uma porcentagem em relação às hemácias presentes no
campo microscópico. Os reticulócitos são as hemácias com pontos em seu interior.
Interpretação
Uma pessoa normal apresenta de 0,5 a 1,8% de reticulócitos circulantes. Porém, a
interpretação é feita em valores absolutos, isto é, multiplica-se o valor obtido em
porcentagem na contagem de reticulócitos pelo número de hemácias total do paciente.
Se uma pessoa tem anemia, a porcentagem de reticulócitos será aumentada se a
medula óssea tiver capacidade de produzir novas hemácias e se uma pessoa com anemia
tiver uma porcentagem normal, isto significa que a medula óssea não está produzindo
novas hemácias a fim de corrigir esta anemia. Pode-se concluir que o reticulócito
expressa a produção medular de novas hemácias.
O termo reticulocitose refere-se ao aumento de reticulócitos no sangue.
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Velocidade de Hemossedimentação
A velocidade de hemossedimentação (VHS) mede o grau de sedimentação de
glóbulos vermelhos em uma amostra de sangue durante um período específico. O VHS
é um teste muito sensível, porém não específico, que é freqüentemente o primeiro
indicador de doença quando outros sinais químicos e físicos estão normais. O VHS
comumente aumenta significativamente em doenças inflamatórias disseminadas: as
elevações podem ser prolongadas em inflamação localizada e câncer.
A velocidade de hemossedimentação (VHS) reflete o resultado entre as forças
envolvidas no movimento de sedimentação das hemácias e os mecanismos oponentes
exercidos por substâncias plasmáticas, principalmente o fibrinogênio e as proteínas de
fase aguda.
Objetivo
•Monitorar doença inflamatória ou maligna.
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Preparo do paciente
Jejum de 4 horas.
Valores de referência
Método: Westergreen, sistema automatizado
Achados anormais
O VHS aumenta na gravidez, anemia, inflamação aguda ou crônica, tuberculose,
paraproteinemias (especialmente mieloma múltiplo e macroglobulinemia de
Waldeströn), febre reumática, artrite reumatóide e algumas malignidades.
A policitemia, anemia falciforme, hiperviscosidade e baixos níveis de fibrinogênio
plasmático ou de globulina, tendem a deprimir o VHS.
Exames correlacionados
PCR, ASLO, alfa1-glicoproteína ácida, hemograma.
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VELOCIDADE DE HEMOSSEDIMENTAÇÃO (V.H.S)
MÉTODO DE WINTROBE
Material Necessário:
Procedimento
Valores Normais
Após 1 Hora Após 2 Horas
Homens : de 3 a 5 mm 7 a 15mm
Mulheres: de 4 a 7mm 12 a 17mm
Crianças: de 4 a 7mm 12 a 17mm
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Plaquetas
As plaquetas, também chamadas de trombócitos, são estruturas presentes no
sangue que, diferentemente do que muitos pensam, não são células. Na realidade, elas
são fragmentos de citoplasma formados na medula óssea a partir de células
denominadas megacariócitos. No sangue, essas estruturas atuam impedindo a
ocorrência de hemorragias e ajudando no processo de coagulação.
As plaquetas possuem importantes funções, e a função hemostática (interrupção
de fluxo sanguíneo por um vaso) é a mais conhecida. Isso quer dizer que uma plaqueta
auxilia na reparação de lesões vasculares impedindo a ocorrência de hemorragias.
Vale destacar, no entanto, que, para a hemostasia ser atingida, não apenas as plaquetas
estão envolvidas, são necessários também fatores de coagulação (ativados para levar à
formação de fibrina), fatores fibrinolíticos (enzimas que dissolvem o coágulo,
controlando seu tamanho), e células endoteliais que revestem o vaso.
Durante a reparação de um vaso sanguíneo, as plaquetas sofrem uma série de
modificações para permitir a eficiência do processo. Inicialmente, as plaquetas
aderem-se ao colágeno presente na parede do vaso sanguíneo com a ação dos
receptores. Em seguida, elas unem-se (agregação plaquetária) a partir das interações
entre o fibrinogênio e os receptores de superfície. Nesse momento, as plaquetas dilatam-
se, as organelas presentes nelas tornam-se mais centralizadas e ocorre o surgimento de
pseudópodes. Ao se agregarem, elas formam uma espécie de tampão no local
lesionado, diminuindo a perda sanguínea.
Normalmente, o organismo humano possui de 150 mil a 400 mil plaquetas por
microlitro de sangue. Desse total , 70% estão localizadas na circulação e 30% estão
presentes no baço. As plaquetas circulantes permanecem nos vasos sanguíneos por
aproximadamente 10 dias, quando são levadas para o baço e o fígado.
Quando ocorre um aumento exagerado das plaquetas circulantes, dizemos que é
um caso de trombocitose. Por outro lado, quando há uma diminuição exagerada nos
seus valores normais, é a ocorrência de uma trombocitopenia. Esses dois casos
merecem atenção, uma vez que a trombocitose está relacionada ao risco aumentado
de trombose, e a trombocitopenia está relacionada com o risco aumentado de
sangramentos.
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Coagulação sanguínea
A coagulação do sangue é um processo complexo no qual o sangue forma
coágulos sólidos. É uma parte importante da hemostasia (o cessamento da perda de
sangue de um vaso danificado) na qual a parede de vaso sanguíneo danificado é coberta
por um coágulo de fibrina para parar a hemorragia e ajudar a reparar o vaso danificado.
Desordens na coagulação podem levar a uma hemorragia aumentada e/ou trombose e
embolismo.
Obs.: Hemostasia é o conjunto de mecanismos que o organismo emprega para
coibir hemorragia. Para tal, é formado um trombo que obstrui a lesão na parede
vascular. Ao contrário do que muitos pensam, esse trombo não é constituido de coágulo
e sim de plaquetas. A coagulação, além de fornecer pequena quantidade de fibrina para
o trombo plaquetário, colabora na estabilização do trombo.
Todos os dias ocorrem pequenos sangramentos no nosso corpo. Na maioria das
vezes, estas pequenas hemorragias são resolvidas pelo próprio organismo com
facilidade.
Existem dois tipos de hemorragias, as externas, quando a lesão do vaso sanguíneo
provoca um extravasamento de sangue para o exterior do corpo humano, e as internas,
quando o sangramento ocorre no interior do corpo.
A coagulação sanguínea consiste na transformação do sangue líquido num gel
sólido, designado de coágulo sanguíneo ou trombo, com o objetivo de parar uma
hemorragia.
Mas de que forma é que isso acontece? Como é que o sangue passa de uma
consistência fluída para uma consistência gelatinosa?
Uma vez que o sangue circula dentro de vasos sanguíneos, uma hemorragia ocorre
quando a parede de um vaso sanguíneo é danificada.
A parede interna dos vasos sanguíneos (endotélio) contém uma proteína designada
de colagénio. Quando existe uma lesão e o colagénio fica exposto, as plaquetas são
ativadas e vão iniciar a sua função na formação do tampão plaquetário.
As plaquetas liberam a enzima tromboplastina ou tromboquinase, também
liberada pelas células da superfície interna do vaso rompido. Com isso, a protombina
torna-se ativa e se transforma em trombina, que também depende da presença de íons
cálcio e da vitamina K.
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Por fim, ocorre a transformação do fibrinogênio em filamentos de fibrina
formando uma rede, que favorece o fechamento do local ao reter as hemácias e outros
elementos figurados do sangue.
A rede de fibrina origina o coágulo, evitando, dessa maneira, a perda excessiva de
sangue (hemorragia).
O tampão plaquetário consiste num aglomerado de plaquetas que se forma em
torno do local da lesão no vaso sanguíneo.
A cascata da coagulação
Como referido acima, o objetivo da cascata da coagulação é transformar o sangue
num gel com consistência gelatinosa para parar uma hemorragia.
Na verdade, este coágulo sanguíneo irá reforçar o tampão de plaquetas.
O termo cascata é utilizado porque existe uma sucessão de acontecimentos
(reações químicas) até à formação do coágulo final.
Os principais intervenientes na cascata da coagulação são os fatores de
coagulação.
Os fatores de coagulação são proteínas presentes no sangue.
Existem vários fatores de coagulação, sendo classificados numericamente
através da numeração romana.
- Fator I (Fibrinogénio) – Fator VIII
– Fator Ia (Fibrina) – Fator IX
– Fator II (Protrombina) – Fator X
– Fator IIa (Trombina) – Fator XI
– Fator VII – Fator XII
– Fator III (Fator tecidual) – Fator XIII
– Fator IV (Cálcio)
– Fator V
– Fator VI
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De uma forma muito simples o que acontece em cada etapa é que um fator na
sua forma inativa é ativado e convertido numa enzima (substância química) capaz de atuar
e permitir a passagem para o patamar seguinte. Ou seja, todos os fatores são necessários
para que a cascata chegue ao fim.
No final, depois de todos os fatores de coagulação terem sido ativados, vamos ter um
coágulo sanguíneo reforçado por uma substância chamada fibrina que tem o aspeto de uma
rede. A fibrina permite fazer um reforço bastante eficaz do coágulo sanguíneo impedindo
que o sangue continue a sair para o exterior do vaso sanguíneo.
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Doenças Genéticas relacionadas a coagulação sanguinea
Hemofilia: é uma doença hereditária ligada ao cromossomo X, que ocorre quase que
exclusivamente nos homens, sendo as mulheres portadoras. O tipo mais comum
caracteriza-se pela deficiência no fator de coagulação VIII (hemofilia A), o outro tipo deve-
se à deficiência do fator IX (hemofilia B). O principal sintoma é a hemorragia causada por
traumas, geralmente em regiões cutâneo-mucosas (gengivas), musculares, de tecidos moles,
articulares e viscerais.
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Resumo do processo de coagulação sangüinea
A perda de sangue é sempre encarada pelo organismo como uma ameaça. Hemostasia
é o conjunto de mecanismos que mantém o sangue dentro do vaso, sem coagular, nem
extravasar. O mecanismo de coagulação do sangue é bastante complexo e sofre ação das
plaquetas e de diversas substâncias existentes no plasma e nos tecidos, conhecidos como
fatores da coagulação, anticoagulantes e fibrinolíticos. De uma forma mais simples, é como
se as paredes dos seus vasos fossem parecidas com uma parede normal. Nessa situação, as
plaquetas seriam equivalentes aos tijolos e os fatores da coagulação ao cimento. Ambos os
sistemas são fundamentais para que a parede permaneça intacta e o sangue não saia do
sistema.
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Alterações em qualquer ponto deste complexo sistema podem levar a maior risco de
sangramento (coagulopatias) ou de trombose.
Hemostasia secundária Esta é a maior fase do processo. Envolve uma série de reações
enzimáticas que começa com a formação da tromboplastina pela ação dos fatores do plasma, das
plaquetas ou dos tecidos. A protombina de transforma em trombina e a trombina transforma o
fibrinogênio em fibrina. A fibrina será a proteína que finalizará o processo de estancamento da
hemorragia.
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Exames de coagulação
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- Determinação do Tempo de Sangramento (DUKE) – (TS)
Material
· Lancetas estéreis
· Papel de filtro
· Cronômetro
· Algodão em álcool 70%
Procedimento
Valores normais
De 1 a 3 minutos.
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- Determinação do Tempo de Coagulação (LEE-WHITE) – (TC)
Material
Procedimento
Valores normais
De 5 a 10 minutos.
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Retratação do coagulo (RC)
Contagem de Plaquetas
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igual forma, a condição conhecida como sequestro esplénico, onde as plaquetas formam um
“pool” no baço, pode provocar a diminuição do número de plaquetas.
Mais frequentemente (até 1% da população), a tendência para ter hematomas ou
hemorragias frequentes deve-se a uma doença hereditária denominada doença de von
Willebrand. O número de plaquetas no sangue pode ser normal, mas a sua capacidade para
se unirem não é a mesma devido à diminuição do factor de von Willebrand, uma proteína
necessária para iniciar o processo de coagulação. A maioria dos casos não são
diagnosticados devido ao carácter pouco grave da doença. Muitos casos são descobertos
quando o doente se vai submeter a uma cirurgia ou a uma extracção dentária, ou durante o
parto. No entanto, alguns casos são mais graves e podem agravar-se com o consumo de
alguns fármacos, resultando numa ameaça à vida do paciente.
O aumento da contagem de plaquetas (trombocitose) pode observar-se em indivíduos
clinicamente saudáveis, enquanto outros podem ter uma doença sanguínea mais grave,
denominada síndrome mieloproliferativo. Alguns, embora tenham um número de plaquetas
elevado, podem ter uma tendência para sangrar devido à falta de coesão das plaquetas;
noutros, as plaquetas mantêm a sua capacidade de coesão mas, devido ao seu número
elevado, tendem a unir-se umas às outras, formando coágulos que podem bloquear um vaso
sanguíneo e provocar lesões, e até mesmo a morte (tromboembolismo).
Viver em grandes altitudes, o exercício físico extenuante e as situações de pós-parto
podem provocar o aumento dos níveis de plaquetas. Os fármacos que podem provocar o
aumento dos níveis de plaquetas incluem os estrogénios e os contraceptivos orais.
A diminuição dos níveis de plaquetas podem observar-se nas mulheres antes da
menstruação.
Outras doenças hereditárias provocadas por plaquetas defeituosas ou
diminuição/falta de proteínas que activam as plaquetas são a Trombastenia de Glanzmann,
a doença de Bernard-Soulier, a síndrome de Chediak-Higashi, a síndorme de Wiskott-
Aldrich, a síndrome de May-Hegglin e a síndrome de Down. No entanto, a ocorrência
destas doenças genéticas é relativamente rara.
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Tempo de Tromboplastina Parcial Ativada (APTT ou PTT )
Princípio
Amostra
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Observações Gerais:
Procedimento manual:
Equipamentos
- Banho-maria à 37 ºC
- Pipetas e micropipetas conforme volume indicado na técnica,
- Cronômetro,
- Tubos de hemólise ( rigorosamente limpo ).
Técnica
Procedimento manual
Homogeneizar o frasco do Reativo de Cefalina Elágico antes do uso.
Reagente de TTPA 100 μL
Plasma 100 μL
Valores de Referência
O intervalo de valores em indivíduos normais variam entre 30 – 43 segundos.
Consideram-se fora do normal os valores superiores à 6 segundos de um plasma controle.
Significado Clínico
Valores elevados: Na deficiência de um ou mais fatores que participam do sistema
intrínseco da coagulação sangüínea, com exceção das plaquetas e do fator XIII, bem como do
fator VII do sistema extrínseco; na presença de anticoagulantes circulantes, como a heparina, os
produtos de degradação da fibrina, nas fibrinolisinas, aantitrombina e outros.
Interferências
Falsos valores elevados: Contaminação da amostra com heparina; tubos com amostras
destampadas.
Falsos valores diminuídos: Armazenamento do plasma em tubos de vidro.
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Tempo de atividade da protrombina (TAP)
O tempo de protrombina (TP) ou tempo de atividade da protrombina (TAP) é
um exame laboratorial para avaliar a via extrínseca da coagulação. Em outras palavras, é
um exame usado para determinar a tendência de coagulação do sangue. O tempo de
protrombina normal é de cerca de 11 a 14,6 segundos. Quanto maior for o TP, menor será a
concentração de protrombina no sangue. O TP mede os fatores II, V, VII, X e o
fibrinogênio.
Como três fatores da via extrínseca são vitamina K dependentes (fatores II, VII e X) o
teste é também muito usado para monitoramento do uso de anticoagulantes orais.
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apontam que os anticoagulantes devem ser administrados à tarde (18h) e o material colhido
na manhã seguinte (até as 10h), de modo a garantir a absorção adequada do medicamento.
Entretanto, na prática, a melhor indicação é que o paciente tome o medicamento sempre no
mesmo horário e faça a coleta no mesmo prazo em que realizou as anteriores.
O exame pode ser feito manualmente em banho maria ou por intermédio de diversos
aparelhos disponíveis hoje no mercado. Verifica-se o tempo que leva para esse plasma
citratado coagular e corresponde com uma tabela disponível pelo fabricante contendo o
RNI/ISI. Existem drogas que alteram a ação dos anticoagulantes orais:
a) Drogas que potencializam a ação dos anticoagulantes orais: Alguns antibióticos, anti-
inflamatórios, ácido acetilsalicílico, antidepressivos tricíclicos, antiagragantes plaquetários,
cimitidina e outras drogas com ação no trato gastrointestinal, hormônios tireoidianos,
antilipemiantes, imunossupressores, entre outras;
b) Drogas que inibem a ação dos anticoagulantes orais: Alguns antibióticos,
antiácidos, contraceptivos orais, barbitúricos, antifúngicos, álcool, diuréticos,
corticorioides, anti-histamínicos, esteroides, entre outros.
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Procedimento manual:
Material necessário
- Banho – maria a 37º C
- Pipetas e micropipetas conforme volumes indicados
- Cronômetro
- Tubos de hemólise
Tipo de Tubo:
- Tubo de coleta de plástico ou siliconizado
Concentração do anticoagulante:
Coleta da amostra:
- Obter o sangue por punção venosa não traumática. Evitar garroteamento prolongado,
hemólise, formação de bolhas e a aspiração de líquido tissular. O sangue deve fluir
livremente.
- O sangue deverá ser centrifugado logo após a coleta a 3.000 rpm por 15 minutos afim de
se obter o plasma livre de células.
- O plasma poderá permanecer no tubo primário caso a análise seja feita de imediato ou ser
transferido para um tubo plástico a uma temperatura de 15-25º C .
A análise deve ocorrer dentro de um período de 4 horas a partir do momento da coleta,
ou a amostra deverá ser congelada a uma temperatura de –20º C. No momento da
realização do teste, a amostra deverá ser descongelada em banho-maria à 37º C com
rapidez. 11
Técnica:
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Interpretação dos resultados
Os resultados podem ser expressos de modos distintos:
1 - Tempo de Protrombina expresso em segundos
2 - Expresso em porcentagem de atividade protrombínica*
Valores de referência:
- A zona terapêutica preconizada pelos especialistas para pacientes sob tratamento anti -
vitamina K a longo curso corresponde a um INR de 2,5 a 4,0 ou taxas de 25 a 35%.
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Fibrinogênio
O fibrinogênio (Fator I) é uma glicoproteína sintetizada no fígado e está envolvida na
etapa final da coagulação, que consiste na sua conversão em fibrina, sob a ação da
trombina. Além de seu papel na coagulação, é uma importante proteína na resposta de fase
aguda. Portanto, pode estar elevado em diferentes patologias, como processos inflamatórios
e infecciosos agudos, traumas, neoplasias, pós-operatório, uso de anticoncepcionais orais e
síndrome nefrótica. Encontra-se também elevado por influências genéticas, na gravidez e
no tabagismo.
Entretanto, pode estar reduzido devido à diminuição da produção hepática, em
doenças hepáticas graves, ou por aumento de consumo, com conversão excessiva de
fibrinogênio em fibrina, sem tempo para reposição adequada, como nos quadros de
coagulação intravascular disseminada. Pode também apresentar-se diminuído nos casos de
fibrinólise primária e secundária e por conta do uso de agentes fibrinolíticos.
Já foram identificadas diversas variantes hereditárias do fibrinogênio
(disfibrinogenemia). Os quadros podem variar entre alterações hemorrágicas, tendência a
distúrbios trombóticos ou indivíduos assintomáticos. A disfibrinogenemia adquirida está
associada a doenças hepáticas ou renais. Sua avaliação tem um papel importante no
diagnóstico diferencial das coagulopatias adquiridas, na coagulação intravascular
disseminada, na fibrinólise primária e secundária, na disfibrinogenemia e na
afibrinogenemia.
Anticoagulante Lúpico
Os anticoagulantes lúpicos (ACL) são imunoglobulinas da classe IgG ou IgM. Assim
como os anticorpos anticardiolipina (ACA), os anticoagulantes lúpicos fazem parte da
família dos antifosfolipídios e interferem nos procedimentos de screening de coagulação
que dependem da presença de fosfolipídios. Constituem uma causa comum do
prolongamento do tempo de tromboplastina parcial ativado (APTT).
Os ACL são espécies-específicos e são neutralizados pela adição de fosfolipídios
(plasma rico em plaqueta). São anticorpos muito heterogêneos no que diz respeito às suas
características imunológicas e à variação de complexos fosfolipídicos e proteicos que
atuam como seu alvo antigênico. Dados recentes sugerem que outras proteínas, como a
proteína C, a proteína S e a trombomodulina, são também alvos para ACL.
Apesar da sua atividade anticoagulante in vitro, na prática os anticoagulantes lúpicos
estão relacionados a manifestações tromboembólicas recorrentes arteriais (menos
frequentemente) e venosas, abortos repetidos e, em certos casos, são encontrados em
pacientes hígidos, assim como em diferentes situações clínicas, como doenças autoimunes,
neoplasias, quadros infecciosos virais, bacterianos e parasitários, distúrbios neurológicos e
uso de alguns medicamentos.
A detecção laboratorial de ACL não deve ser baseada em um único teste. Deve-se
realizar uma combinação de testes de screening com ensaios para excluir deficiências de
fator de coagulação ou a presença de um inibidor de fator, os quais podem dar origem a
resultados falso-positivos para ACL. Ou seja, a detecção deve ser realizada em etapas:
screening para identificação da alteração; exclusão de déficit de fator, confirmando assim a
presença de um inibidor e a caracterização do tipo de inibidor.
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É importante também a interferência da heparina e dos anticoagulantes orais nos
resultados, determinando, portanto, que o teste seja realizado somente após duas semanas
da suspensão dos anticoagulantes orais e 48 horas após a última dose de heparina. Na
avaliação da síndrome de antifosfolipídios, alguns dados indicam que os ensaios de ACL
predizem com mais segurança trombose, perda fetal recorrente e trombocitopenia do que os
ensaios para ACA.
Entretanto, aproximadamente 60% dos pacientes são positivos tanto para ACL quanto
para ACA, enquanto os 40% restantes são positivos apenas para ACA ou para ACL.
Proteína S
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Exemplo de hemograma
66
Instituto Radiônica de Ensino
Curso Téc. em Analises Clínicas
Disciplina: Hematologia
67
d) ) Hem: 3,60 milhões/mm³
Hb : 11,2 g/dl
Hto : 33,1 %
VCM :
HMC :
CHCM:
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Instituto Radiônica de Ensino
Curso Téc. em Analises Clínicas
Disciplina: Hematologia
Estudo dirigido I
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Instituto Radiônica de Ensino
Curso Téc. em Patologia Clínica
Disciplina: Hematologia
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