Karate-Do Guia de Estudo - 2 Edição-Jun 2017-ARITA DOJO

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 86

1

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


2

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


3

Índice

Apresentação............................................................................... 3

Prefácio......................................................................................... 4

Capitulo 1 – Objetivo / Histórico do Karatê............................... 5


1.1- Bodhidharma e o Templo Shaolin............................. 6
1.2- Ginchin Funakoshi .....................................................7
1.3- O Karatê de Okinawa e Japão .................................8 á 15
1.4- Escolas de Karatê ....................................................15,16
1.5- Origens e Genealogia do Karatê (Estilos) ................17 á 20

Capitulo 2 – O Karatê JKA...........................................................21


3.1- Histórico JKA ............................................................22, 23

Capitulo 3 – Karatê- Do Tradicional............................................23, 24, 25

Capitulo 4 – O Karatê Pós-Guerra...............................................25, 26

Capitulo 5 – O Dojo e a Conduta do Karateca ..........................26


5.1- O Dojo ....................................................................27
5.2- A limpeza do Dojo ..................................................27
5.3- Os Principais Elementos ........................................28
5.4- O Cumprimento.......................................................28
5.5- A Conduta Durante as Aulas...................................29
5.6- Os Personagens do Dojo........................................29
5.7- O Dogi / Obi.............................................................30

Capitulo 6 – Bases Filosóficas ...................................................31


6.1- O Dojo Kun .............................................................31
6.2- O Niju Kun...............................................................31
6.3- O Significado da Expressão “OSS” ........................32

Capitulo 7 – As Armas no Karatê ...............................................33


7.1- Armas Artificiais ......................................................33
7.2- Armas Naturais .......................................................33, 38

Capitulo 8 – Técnicas de Karatê ................................................39


8.1- Introdução ..............................................................39
8.2- As Bases ................................................................39

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


4

8.3- Anexos (figuras de bases e técnicas) ....................40


8.4- Uke´s (defesas) ......................................................41
8.5- Tsuki´s (Socos) ......................................................42
8.6- Geri (Chutes) ..........................................................43, 44

Capitulo 9 – O Treinamento.........................................................45
9.1- Introdução (Kihon, Kata e Kumite) ..........................45, 46
9.2- Kata .........................................................................46 à 50
9.3- Kumite (educativos) ................................................51

Capitulo 10 – Exames e Graduações .........................................52


10.1- Introdução .............................................................52
10.2- Seqüência de exame de Kyu.................................52 à 56
10.3 – Quadro de graduações .......................................57

Capitulo 11 –Competições ..........................................................58


11.1- Introdução .............................................................58
11.2- Formas de competições ........................................58
11.3- Terminologias de Arbitragem (JKA).......................59 à 62

Capitulo 12 – Mestres (ITKF – JKA) ...........................................64


12.1- Mestres Nacionais ................................................64 à 66
12.2- Mestres Internacionais ..........................................66 à 69

Capitulo 14 – Leituras Indicadas ................................................69 à 78

Bibliografia .................................................................................79

Dados do Guia ............................................................................80

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


5

Apresentação

O Guia de Estudos Interno - Karatê Vol 2, tem por meta direcionar


e elucidar aspectos relacionados à teoria do Karatê-Do Shotokan,
ajudando assim na sua prática, abordando também curiosidades de
algumas escolas “irmãs”.
O objetivo é abordar fatos históricos desta arte, bem como seus
fundamentos técnicos e teóricos, condutas em aula, avaliações e
competições e algumas curiosidades desta milenar arte.
Lembrando, que em alguns capítulos deste guia os conteúdos não
estão completos, contendo “trechos” importantes dos temas abordados
com referências para aqueles que queiram aprofundar-se mais nos
tópicos. Todo o conteúdo é baseado em leituras de livros, vídeos,
pesquisas da internet e vivências do dia a dia, tanto pelos meios
tradicionais, como os meios acadêmicos.
Este volume é um “ajuste” e releitura do volume 01 (2010), onde
ele teve seu conteúdo atualizado (2017), e alguns tópicos novos foram
acrescentados.
Espero colaborar nos estudos do nosso Karatê-Do.

Prof. Rodrigo Arita


4°rd Dan JKA

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


6

Capítulo 1
Breve Histórico do Karatê

O Karatê tem suas raízes mais remotas ligadas a artes marciais


originárias na Índia, as quais posteriormente chegaram a China, onde se
desenvolveram duas lutas “Chuan-Fa” e “Nan-Pei-Chun”, sendo que estas
prosseguiram para a Ilha de Okinawa, no Japão, e foram mescladas às lutas
nativas, formando duas grandes escolas, “Shuri-Te” e “Naha-Te”, sendo que
as mesmas se desenvolveram e posteriormente deram origem a vários estilos
(escolas) de Karatê que conhecemos atualmente.
Em 1922, o Karatê foi introduzido em Tóquio, através de Gichin
Funakoshi, que após anos de intercâmbio com mestres e praticantes de
outras artes marciais, como Aikido, Judô e Kendô, influenciando-o a
incorporar também ao Karatê ortodoxo (constituído basicamente na prática
de Katas) os princípios do Budô (já característicos daquelas artes marciais),
considerado a essência, a estrutura e o alicerce da arte Marcial. Intervenções
do Mestre Funakoshi evidenciaram a forte conotação educacional encontrada
na prática do Karatê, procurando formar e aperfeiçoar o caráter, a
personalidade, tendo como objetivo a vida em sociedade. Existem atualmente
diversas escolas de Karatê, como por exemplo: “Wadoryu”, “Shitoryu” e
“Gojuryu”. No entanto, nossos estudos foram atribuídos apenas à escola
difundida por Gichin Funakoshi, ao qual foi atribuído o nome de “Shotokan”
pelos seus alunos. “Shoto” era o pseudônimo que mestre Funakoshi utilizava
para assinar seus poemas; “SHO” significa pinheiro e “TO” ondas ou o som
que as árvores fazem quando o vento bate nelas. Quando mestre Funakoshi
recolhia-se para escrever seus poemas e pensamentos ele costumava buscar
inspiração ouvindo o barulho dos pinheiros ondulando ao vento.

No Brasil, o estilo Shotokan teve como principais precursores:

• Mitsusuke Harada - tendo chegado em São Paulo, no


ano de 1955, portando o 5º Dan outorgado diretamene por Funakoshi, que
fundou neste país a “Brasil Shotokan Karatê Dojo” em São Paulo. Em 1963,
porém, dirige-se a França, também com o propósito de ensinar Karatê.
• Juichi Sagara – tendo chegado ao Brasil no ano de 1957, inicia, na Vila
Prudente, em São Paulo, o ensino da prática do Karatê, juntamente com
Yasutaka Tanaka (Rio de Janeiro), Sadamu Uriu (Rio de Janeiro), e
Tetsuma Higashino (Distrito Federal), todos colegas da Universidade
Takushoku (Takudai), a qual cursaram no Japão.
*Texto retirado de: Artigo Original Karatê-Do como própria vida ( Victor Lage e Luiz Gonçalves Junior -
NEFEF/DEFMH e PPGE/ SPQMH da UFSCar São Carlos SP Brasil)

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


7

Breve Resumo

• Séculos V e VI (Índia) – “Vajramushti” (punho cerrado inflexível);

• Bodhidharma (monge budista) – Viagem da Índia para a China (saúde


dos monges);

• Técnicas de respiração, yoga e movimentos – base do Kung Fu;

• Imigrantes chineses no Japão;

• Proibido o uso de armas na ilha de Okinawa (domínio japonês);

• Okinawa-Te (Mãos de Okinawa) – de técnicas locais – prática secreta;

• Introdução no Japão – sem ordem estabelecida e terminologias;

• 1979 (rei Shotai abdica) – Okinawa anexada ao Japão – recrutamento


de jovens ao serviço militar;

• Convite aos mestres – ensinar karatê no Japão (Gichin Funakoshi)

O karatê no Brasil

• Imigrantes japoneses (1908);

• 1956 – Primeira academia (Mitsuke Harada);

• 1972 – Brasileiro (Luís Watanabe): Campeão Mundial;

• 1977 – 8 finalistas do Mundial de Tóquio;

• 1983 – 4º lugar no Mundial do Egito;

• 2006 – Vice-Campeonato Mundial JKA –Austrália (Chinzo Machida)

2011 - 2º lugar no mundial JKA na Tailândia (Kumite Equipe)* Nas


Olimpíadas de 2016 (Rio-Brasil) o Karatê Esportivo (WKF) foi adicionado aos Jogos
Olímpicos de 2020 em Tóquio-Japão.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


8

1.1- Bodhidharma e o Templo Shaolin

Bodhidharma - Pintura do Período Meiji (1880)

Não existem registros escritos precisos sobre a origem das artes


marciais, no entanto, acredita-se que elas tenham suas raízes mais remotas
na Índia, há mais de dois mil anos atrás. Há indícios de que nessa época
tenha surgido a primeira forma de luta organizada, chamada de Vajramushti,
que seria um sistema de luta de guerreiros indianos. A história das artes
marciais começa a tomar uma forma mais concreta a partir do século VI,
quando no ano 520 A.D. um monge budista indiano chamado Bodhidharma -
28º patriarca do Budismo e fundador do Budismo Zen - deixou seu país e
partiu numa longa jornada em busca da iluminação espiritual. Bodhidharma
(conhecido no Japão como Daruma) viajou da Índia para a China, pernoitando
nos templos que encontrava pelo caminho e pregando sua doutrina aos
monges ou a quem quer que fosse.
Depois de ter perambulado por boa parte do território chinês, o destino
o conduziu ao Templo Shaolin, localizado na província de Honan. Diz a lenda
que, ao penetrar no velho mosteiro, Bodhidharma deparou-se com a precária
condição de saúde dos monges, fruto de sua inatividade. Foi então que ele
iniciou os monges na prática de uma série de exercícios físicos, ao mesmo
tempo em que transmitia-lhes os fundamentos da filosofia Zen, com o
objetivo de reabilitá-los tanto física quanto espiritualmente. Os exercícios
ensinados por Bodhidharma eram baseados em métodos de respiração
profunda e yoga, e seus movimentos se assemelhavam a técnicas de
combate. A prática desses exercícios logo tornou-se uma tradição no templo,
vindo mais tarde a atingir um estado de evolução tal que pôde ser
considerada como um verdadeiro e completo sistema de autodefesa: o
Shaolin Kung Fu, que no Japão é conhecido como Shorinji Kenpo. Esta arte
marcial em ascensão logo mostrava sua eficiência, primeiro com relação à
restabelecida saúde dos monges, e segundo como método de defesa pessoal
propriamente dito, posto em prática contra bandoleiros que por vez ou outra
saqueavam o templo, de quem os monges em outros tempos eram
considerados presas fáceis.
A reputação dos monges lutadores logo se espalhou pela China, fazendo
com que o Shaolin Kung Fu se difundisse amplamente pelo país,
principalmente durante a Dinastia Ming (1368-1644), vindo mais tarde a
conquistar outros países da Ásia e a dar origem a outros estilos de artes.

Fontes consultadas: Kodansha Encyclopedia of Japan, Kodansha.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


9

NISHIYAMA, Hidetaka, Karate: The Art of "Empty-Hand" Fighting, Tuttle Martial Arts.

1.2- Gichin Funakoshi

Gichin Funakoshi
(1868-1957)

A história do mestre Gichin Funakoshi se confunde com a própria


história do Karatê, por isso a ele é creditado o título de "Pai do Karatê
Moderno", devido aos seus esforços em divulgar essa arte para o mundo.
Gichin Funakoshi nasceu em Shuri, Okinawa, em 1868, o mesmo ano da
Restauração Meiji. Funakoshi era filho único e logo após seu nascimento foi
levado para a casa dos avós maternos, onde foi educado e aprendeu poesia
clássica chinesa. Algum tempo depois ele começou a freqüentar a escola
primária, onde conheceu outro garoto de quem ficou muito amigo. Esse
garoto era filho de Yasutsune Azato, um dois maiores especialistas de
Okinawa na arte do Karatê, e membro de uma família das mais respeitadas.
Logo Funakoshi começou a tomar suas primeiras lições de Karatê.
Como na época a prática de artes marciais era proibida em Okinawa, os
treinos eram realizados à noite, no quintal da casa de mestre Azato. Lá ele
aprendia a socar, chutar e mover-se conforme os métodos praticados
naqueles dias. O treinamento era muito rigoroso. Mestre Azato tinha uma
filosofia de treinamento que se chamava "Hito Kata San Nen", ou seja, "um
kata em três anos". Funakoshi estudava cada kata a fundo e, só então
quando autorizado pelo seu mestre, seguia para o próximo...
Enquanto praticava no quintal de Azato com outros jovens, outro
gigante do Karatê, mestre Itosu, amigo de Azato, aparecia e observava-os
treinando kata, fazendo comentários sobre suas técnicas. Era uma rotina dura
que terminava sempre de madrugada sob a disciplina rígida de mestre Azato,
do qual o melhor elogio se limitava a uma única palavra: "Bom!". Após os
treinos, já quase ao amanhecer, Azato falava sobre a essência do Karatê.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


10

Após vários anos, a prática do Karatê deu grande contribuição para a


saúde de Funakoshi, que fora uma criança muito frágil e doentia. Ele gostava
muito do Karatê, mas como não pensava que pudesse fazer dele uma
profissão, inscreveu-se e foi aceito como professor de uma escola primária
em 1888, aos 21 anos, aproveitando toda a cultura adquirida desde a infância
quando seus avós lhe ensinavam os Clássicos Chineses. Esta deveria ser sua
carreira a partir de então.

1.3 Karatê começa a ser ensinado nas


escolas de Okinawa

Em 1902, durante a visita de Shintaro Ogawa, que era então inspetor


escolar da prefeitura de Kagoshima, à escola de Funakoshi em Okinawa, foi
feita uma demonstração de Karatê. Funakoshi impressionou bastante devido
ao seu status de educador. Ogawa ficou tão entusiasmado que escreveu um
relatório ao Ministério da Educação elogiando as virtudes da arte. Foi então
que o treinamento de Karatê passou a ser oficialmente autorizado nas
escolas. Até então o Karatê só era praticado atrás de portas fechadas, o que
no entanto não significava que fosse um "segredo".
As casas em Okinawa eram muito próximas umas das outras, tudo que
era feito numa casa era conhecido pelas casas adjacentes. Enquanto muitos
autores pregam o Karatê como sendo um segredo àquela época, não era
exatamente isso o que se encontrava na prática. O Karatê era "oficialmente"
secreto...
Contra os pedidos de muitos dos mestres mais antigos de Karatê que
não eram a favor da divulgação da arte, Funakoshi trouxe o Karatê até o
sistema público de ensino, com a ajuda de Itosu. Logo as crianças de
Okinawa estavam aprendendo kata como parte das aulas de Educação Física.
A redescoberta da herança étnica em Okinawa virou moda, e as aulas de
Karate em Okinawa eram vistas como uma coisa legal.
Alguns anos depois, o Almirante Rokuro Yashiro assistiu a uma
demonstração de kata. Essa demonstração foi feita por Funakoshi junto com
uma equipe composta por seus melhores alunos. Enquanto ele narrava, os
outros executavam kata, quebravam telhas, e geralmente chegavam ao limite
de seus pequenos corpos. Funakoshi sempre enfatizava o desenvolvimento do
caráter e a disciplina nas suas narrações durante essas demonstrações.
Quando ele participava, gostava de executar o kata Kanku Dai, o maior do
Karate, e talvez o mais representativo. Yashiro ficou tão impressionado que
ordenou a seus homens que iniciassem o aprendizado na arte.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


11

Em 1912, a Primeira Esquadra Imperial da Marinha ancorou na Baía de


Chujo, sob o comando do Almirante Dewa, que selecionou doze homens da
sua tripulação para estudarem Karate durante uma semana.
Foi graças a esses dois oficiais da Marinha que o Karatê começou a ser
comentado em Tokyo. Os japoneses que viam essas demonstrações levavam
as histórias sobre o Karate consigo quando voltavam ao Japão.
Pela primeira vez na sua história, o Japão acharia algo na sua pequena
possessão de Okinawa além de praias bonitas e o ar puro.

O Karatê chega ao Japão

Em 1921, o então Príncipe Herdeiro Hirohito, em viagem para Europa,


fez escala em Okinawa e assistiu uma demonstração de Karatê, liderada por
Funakoshi, e ficou muito impressionado. Por causa disso, no final desse
mesmo ano, Funakoshi foi convidado para fazer uma demonstração de Karatê
em Tokyo, numa Exibição Atlética Nacional. Ele aceitou imediatamente,
acreditando ser esta uma ótima oportunidade para divulgar sua arte. Sua
demonstração de kata foi um sucesso.
Funakoshi pretendia retornar logo para Okinawa mas, depois da
exibição, ele foi cercado de pedidos para ficar no Japão ensinando Karatê.
Uma das pessoas que pediu para que ele ficasse foi Jigoro Kano (foto ao
lado), o fundador do Judo e presidente do Instituto Kodokan. Funakoshi
resolveu ficar mais alguns dias para fazer demonstrações de suas técnicas no
próprio Kodokan.
Algum tempo depois, quando se preparava novamente para retornar à
Okinawa, foi visitado pelo pintor Hoan Kosugi, que já tinha assistido a uma
demonstração de Karatê em Okinawa e pediu que ele lhe ensinasse a arte.
Mais uma vez sua volta foi adiada.
Funakoshi percebeu então que se ele quisesse ver o Karatê propagado
por todo o Japão ele mesmo teria que fazê-lo. Por isso resolveu ficar em
Tókyo até que sua missão fosse cumprida.
No Japão, Funakoshi foi ajudado por Jigoro Kano, o homem que reuniu
vários estilos diferentes de Jujutsu para fundar o Judo. Kano tornou-se amigo
íntimo de Funakoshi, e sem sua ajuda nunca teria havido Karatê no Japão.
Kano o introduziu às pessoas certas, levou-o às festas certas, caminhou com

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


12

ele através dos círculos sociais da elite japonesa. Mais tarde naquele ano, as
classes mais altas dos japoneses se convenceram do valor do treinamento do
Karatê.
Funakoshi fundou um dojo de Karatê num dormitório para estudantes
de Okinawa, em Meisei Juku. Ele trabalhou como jardineiro, zelador e
faxineiro para poder se alimentar enquanto ensinava Karatê à noite.

O primeiro livro

Em 1922, a pedido do pintor Hoan Kosugi, Funakoshi publicou seu


primeiro livro: "Ryukyu Kenpo Karate", um tratado nos propósitos e prática
do Karate. Na introdução daquele livro ele já dizia que "...a pena e a espada
são inseparáveis como duas rodas de uma carroça". O grande terremoto de
Kanto em 1º de setembro de 1923 destruiu as placas de seu livro, e levou
alguns de seus alunos com ele. Ninguém morreu com o tremor, os incêndios
que provocaram as mortes. O terremoto ocorreu durante a hora do almoço,
no momento em que cada fogão a gás no Japão estava ligado. Os incêndios
que ocorreram a seguir eram monstruosos, e maioria da vidas perdidas se
deveu ao fogo. Este livro teve grande popularidade e foi revisado e reeditado
quatro anos após o seu lançamento, com o título alterado para: "Rentan
Goshin Karate Jutsu".
Em 1925, Funakoshi começou a pegar alunos dos vários colégios e
universidades na área Metropolitana de Tokyo e nos anos seguintes esses
alunos começaram a fundar seus próprios clubes e a ensinar Karatê a
estudantes destas escolas. Como resultado, o Karate começou a se espalhar
por Tokyo. No início da década de 30 haviam clubes de Karate em cada
universidade de prestígio de Tokyo. Mas por que estava Funakoshi
conseguindo tantos jovens interessados em Karate desta vez?
O Japão estava fazendo uma Guerra de Colonização na Bacia do
Pacífico. Eles invadiram e conquistaram a Coréia, Manchúria, China, Vietnã,
Polinésia, e outras áreas. Jovens a ponto de irem para a guerra vinham a
Funakoshi para aprender a lutar, assim eles poderiam sobreviver ao
recrutamento nas Forças Armadas Japonesas. O seu número de alunos
aumentou bastante.
Por volta de 1933, Funakoshi desenvolveu exercícios básicos para prática das
técnicas em duplas. Tanto o ataque de cinco passos (Gohon Kumite) como o
de um (Ippon Kumite) foram usados. Em 1934, um método de praticar esses
ataques e defesas com colegas de um modo levemente mais irrestrito, semi-
livre (Ju Ippon Kumite), foi adicionado ao treinamento. Finalmente, em 1935,
um estudo de métodos de luta livre (Ju Kumite) com oponentes finalmente
tinha começado. Até então, todo Karate treinado em Okinawa era composto
basicamente de kata. Isso era tudo. Agora, os alunos poderiam experimentar
as técnicas dos kata uns com os outros sem causar danos sérios.
Neste mesmo ano de 1935, foi publicado seu próximo livro: "Karatê-
Do Kyohan". Este livro trata basicamente dos kata.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


13

Uma reforma no Karatê

Funakoshi era Taoísta, e ele ensinava Clássicos Chineses, como o Tao


Te Ching de Lao Tzu, enquanto ele estava vivendo em Okinawa. Funakoshi
era profundamente religioso. Ele tinha muito medo de que o Karate se
tornasse um instrumento de destruição, e provavelmente queria eliminar do
treinamento algumas aplicações mortais dos kata.
Então, ele parou de fazer essas aplicações. Ele também começou a
desenvolver estilos de luta que fossem menos perigosos. Funakoshi teve
sucesso ao remover do Karate técnicas de quebras de juntas, de ossos, dedos
nos olhos, chaves de cotovelo, esmagamento de testículos, criando um novo
mundo de desafios e luta em equipe onde somente umas poucas técnicas
seriam legais. Ele fez isso baseado nos seus propósitos e com total
conhecimento dos resultados.
Em 1936, Funakoshi mudou os caracteres Kanji utilizados para escrever
a palavra Karate. O caracter "Kara" significava "China", e o caracter "Te"
significava "Mão". Para popularizar mais a arte no Japão, ele mudou o
caracter "Kara" por outro, que significa "Vazio". De "Mãos Chinesas" o Karatê
passou a significar "Mãos Vazias", e como os dois caracteres são lidos
exatamente do mesmo jeito, então a pronúncia da palavra continuou a
mesma. Além disso, Funakoshi defendia que o termo "Mãos Vazias" seria o
mais apropriado, pois representa não só o fato de o Karatê ser um método de
defesa sem armas, mas também representa o espírito do Karat, que é
esvaziar o corpo de todos os desejos e vaidades terrenos. Com essa
mudança, Funakoshi iniciou um trabalho de revisão e simplificação, que
também passou pelos nomes dos kata, pois ele também acreditava que os
japoneses não dariam muita atenção por qualquer coisa que tivesse a ver
com o dialeto caipira (interiorano) de Okinawa. Por isso ele resolveu mudar
não só nome da arte mas também os nomes dos kata. Ele estava certo, e
seus número cresceram mais ainda.
Funakoshi tinha 71 anos em 1939, e foi quando ele deu o primeiro
passo dentro de um Dojo de Karate em 29 de Janeiro. O prédio foi feito de
doações particulares, e uma placa foi pendurada sobre a entrada e dizia:
"Shotokan". "Sho" significa pinheiro. "To" significa ondas ou o som que as
árvores fazem quando o vento bate nelas. "Kan" significa edificação ou salão.
"Shoto" era o pseudônimo que Funakoshi usava para assinar suas caligrafias
quando jovem, pois quando ele ia escrevê-las se recolhia em um lugar mais
afastado, onde pudesse buscar inspiração, ouvindo apenas o barulho do
pinheiros ondulando ao vento. Esse nome dado ao Shotokan Karate Dojo foi
uma homenagem de seus alunos.

A Segunda Guerra Mundial

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


14

Com a eminência de uma guerra pairando no ar, a necessidade de


treinamento nas artes militares estava em crescimento. Jovens estavam se
amontoando nos dojos, vindos de todas as partes do Japão. O Karatê foi de
carona nessa onda de militarismo e estava desfrutando de uma aceitação
acelerada como resultado.
Finalmente, no dia 7 de dezembro de 1941, o Japão comete seu grande
erro. O bombardeio das forças navais americanas em Pearl Harbor fora a gota
d'água. Numa tentativa de prevenir que as embarcações americanas
bloqueassem a importação japonesa de matéria-prima, os japoneses
tentaram remover a frota americana e varrer a influência ocidental do próprio
Oceano Pacífico. O plano era bombardear os navios de guerra e os porta-
aviões que estavam no território do Hawaii. Isto deixaria a força da América
no Pacífico tão fraca que a nação iria pedir a paz para prevenir a invasão do
Hawaii e do Alasca. Infelizmente, o pequeno Japão não tinha os recursos,
força humana, ou a capacidade industrial dos Estados Unidos. Com uma mão
nas costas, os americanos destruíram completamente os japoneses na Ásia e
no Pacífico.
Uma das vítimas dos ataques aéreos foi o Shotokan Karate Dojo que
havia sido construído em 1939. Com a América exercendo pressão em
Okinawa, a esposa de Funakoshi finalmente iria deixar a ilha e juntar-se a ele
em Kyushu no Sul do Japão. Eles ficaram lá até 1947.
Os americanos destruíram tudo que estava em seu caminho. As ilhas foram
bombardeadas do ar, todas as cidades queimadas até o fim, as colinas
crivadas de balas pelos cruzadores de guerra de longe da costa, e então as
tropas varreram através da ilha, cercando todo mundo que estivesse vivo. A
era dourada do Karate em Okinawa tinha acabado. Todas as artes militares
haviam sido banidas rapidamente pelas forças americanas.
Primeiro uma, depois outra bomba atômica explodiram sobre as cidades
de Hiroshima e Nagasaki. Três dias depois, bombardeiros americanos
sobrevoaram Tokyo em tal quantidade que chegaram a cobrir o Sol. Tokyo foi
bombardeada com dispositivos incendiários. Descobrindo que o governo do
Japão estava a ponto de cometer um suicídio virtual sobre a imagem do
Imperador, cartas secretas foram passadas para os japoneses garantindo sua
segurança se eles assinassem sua "rendição incondicional". O Japão estava
acabado, a Guerra do Pacífico também, mas o pesadelo de Funakoshi ainda
havia de acabar.

A morte de Yoshitaka F.

Foi então que Gigo (foto ao lado), também conhecido


como Yoshitaka, dependendo como se pronuncia os
caracteres de seu nome, filho de Funakoshi, um jovem e
promissor mestre de Karatê no seu próprio direito, aquele

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


15

que Funakoshi estava contando para substituí-lo como instrutor do Shotokan,


pegou tuberculose em 1945 e veio a falecer enquanto teimosamente recusa-
se a comer a ração americana dada ao povo faminto.
Funakoshi e sua esposa tentaram viver em Kyushu, uma área
predominantemente rural, sob a ocupação americana no Japão mas, em
1947, ela morre, deixando Funakoshi retornar a Tokyo para reencontrar seus
alunos de Karate que ainda viviam. Depois que a guerra havia acabado, as
artes militares haviam sido completamente banidas. Entretanto, alguns dos
alunos de Funakoshi tiveram sucesso em convencer as autoridades que o
Karatê era um esporte inofensivo. As autoridades americanas concederam,
mais por causa que naquela época eles não tinham idéia do que Karatê fosse.
Além disso, alguns homens estavam interessados em aprender as artes
militares secretas do Japão, então as proibições foram eliminadas
completamente em 1948.
Em maio de 1949, os alunos de Funakoshi movem-se para organizar
todos os clubes de Karate universitários e privados numa simples
organização, e eles a chamaram de Nihon Karate Kyokai (Associação
Japonesa de Karatê). Eles nomearam Funakoshi seu instrutor chefe. Em
1955, um dos alunos de Funakoshi consegue arranjar um dojo para a NKK.

Uma lição para o mundo

Em 1957, Funakoshi tinha 89 anos de idade. Ele foi um professor de


escola primária e um professor de Karatê. Ele se mudou para o Japão em
1922 (o que não é um pequeno ato de coragem) e trouxe consigo o Karate,
dando ao Japão algo de Okinawa com seu próprio jeito pacifista.
No processo, ele perdeu um filho, sua esposa, o prédio que seus alunos
fizeram para ele, seu lar, e qualquer esperança de uma vida pacífica. Ele
suportou uma Guerra Mundial que resultou em calamidade nacional, e ele
treinou seus jovens amigos e conheceu suas famílias apenas para vê-los irem
lutar e serem mortos pelas forças invencíveis dos Estados Unidos. Ele viu o
Japão queimar, ele viu os antigos templos e santuários serem totalmente
aniquilados, ele viu bombardeiros enegrecerem o Sol, e ele viu como um pilar

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


16

de fumaça negra subia de cada cidade no Japão e envenenava o ar que ele


respirava. Ele viu o Japão cair da glória para uma nação miserável,
dependendo de suprimentos de comida e roupas dos seus conquistadores. O
cheiro da fumaça e o cheiro dos mortos, os berros daqueles que foram
deixados para morrer lentamente, o choro das mães que perderam seus filhos
e esposas que nunca mais iriam ver seus maridos, o medo, o ruído
ensurdecedor dos B-29's voando sobre sua cabeça aos milhares, os clarões
como os de trovões por todo o país quando as bombas explodiam em áreas
residenciais, os flashes de luz na escuridão, a espera no rádio para poder
ouvir a voz do Imperador pela primeira vez, somente para anunciar a
rendição, a humilhação de implorar comida aos soldados. Intermináveis
funerais, famílias arruinadas e lares destruídos...
A lição mais importante que ele nos ensinou está expressa na história
do modo que ele passou pelo dojo principal de Jigoro Kano, o fundador do
Judô. Caminhando pela rua, ele parou e fez uma pequena prece quando
passou pelo Kodokan. E, se estivesse dirigindo um carro, ele tiraria seu
chapéu quando passasse pelo Kodokan. Seus alunos não entenderam porque
ele estaria rezando pelo sucesso do Judô. Ele explicou: "Eu não estou rezando
pelo Judô. Eu estou oferecendo uma prece em respeito ao espírito de Jigoro
Kano. Sem ele, eu não estaria aqui hoje".
Gichin Funakoshi, o "Pai do Karatê
Moderno", faleceu no dia 26 de abril de
1957. No seu túmulo está gravada
sua célebre frase: "Karate Ni Sente
Nashi". O monumento (foto ao lado)
está localizado no Templo Engakuji na
cidade de Kamakura, Japão.

De Okinawa para o Japão,


a "Arte das Mãos Vazia”

Gichin Funakoshi foi o homem certo que, no lugar e na época certa,


deu ao karatê de Okinawa o impulso de que este precisava para uma
expansão que não conheceria mais fronteiras. precursor da chegada de outros
experts Okinawenses ao Japão, o chamado "Pai do Karatê Moderno" trabalhou
movido por uma energia feroz a fim de desenvolver a arte de seu solo natal
em terras nipônicas e torná-la aceita pelos orgulhosos japoneses.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


17

Embora de porte físico pequeno (1,67m. para 65 kg.) Funakoshi soube


impor-se por incomum energia, força mental e coragem ilimitada, aspectos
que alia natural benevolência, distinção de maneiras e ímpar gentileza no
trato a todos. Para muitos de seus contemporâneos, Funakoshi era mais que
humano um "tatsujin"(indivíduo fora do comum).
Quando surgiu, pela primeira vez, aos olhos do público japonês com sua
habitual humildade, quase como se desculpando por lá estar, na grande festa
dos esportes organizada em maio de 1922 em Tóquio, para cumprir com a
demonstração de Karatê incluída de última hora em um programa de
disciplinas, Funakoshi era um homem que passava os 50 anos e não
correspondia, fisicamente, em nada, ao mito do "budoka terrível" que o Japão
procurava fazer sobreviver, numa época em que a nação atirava-se a uma
frenética ocidentalização iniciada em 1868 com a era Meiji.
Funakoshi soube como seduzir o público Japonês: não demonstrou
apenas Katas e formas de base, foi além, entusiasmou os assistentes
colocando a eficácia em estreita relação com as técnicas cientificamente
demonstradas - pela ação e pelas explicações claras e lógicas, numa
linguagem que convinha ao Japão ouvir, ansioso por modernidade.
Essa espetacular iniciativa de mudança que marca a ruptura com a
influência chinesa (não mais evocada) e liga a arte à filosofia budista ("vazio"
se refere ao vazio do espírito, à não-mente, ao "mu-shin" ou "sunyata" em
sânscrito) é atribuída, por algumas fontes, ao mestre Okinawense Chomo
Hanagi,a partir de 1906. É importante lembrar que o budismo nunca
desfrutou na ilha de Okinawa, da popularidade que teve em outros lugares,
quando Gishin Funakoshi, se atribui esta mesma iniciativa, em 1929(versão
admitida pelos historiadores em geral), ele chama seu método de "Daí Nippon
Kempo Kara-te Do" (ou seja, "método dos punhos e via das mãos vazias do
grande japão" e levanta assim uma onda de protestos entre os mestres que
haviam ficado em Okinawa.
Japan Karatê Association introduziu o jyu-kumitê no treinamento
clássico a partir de 1951 e acabou por se tornar uma organização cada vez
mais comercial, ambicionando uma projeção mundial graças a seus experts
que se revelaram realmente dinâmicos e tecnicamente convincentes.
A unidade da organização quebrou-se já quando Funakoshi ainda era vivo,
pois em 1954, o próprio Obata partia para seguir seu próprio caminho, e
depois outros mais.
Em 1958 desenrolou-se o primeiro Shiai oficial, vencido por Hirokazu
Kanazawa. Mas Funakoshi não pode mais ver isso: morreu em 26 de abril de
1957, aos 88 anos. Consta que, em seus últimos dias, no leito de morte, fez
ainda alguns movimentos com os braços, dizendo que começava a sentir "o
tsuki" (golpe de punho). Conta-se entretanto tantas coisas que não podem
mais ser constatadas e nem ao menos corretamente interpretadas. A morte
de Funakoshi, depois de mais de 10 anos nos quais deixara a
responsabilidade técnica do ensino relegada a outros, colocaram-no
definitivamente no rol das figuras lendárias. Sua lembrança não pode mais

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


18

ser diluída, nem mesmo por aqueles que não lhe compartilhavam o ensino.
"Estilo Funakoshi" sempre fora "formar o homem, mais do que o guerreiro".
o velho mestre tinha o costume de perguntar: "Qual a utilidade de um
homem forte,mas sem filosofia?".
A essência de sua abordagem a "arte da mão vazia" esteja talvez
contida nestas duas sentenças: A sensível e progressiva transformação de
Karate-jitsu em Karate-do, pelas mãos de Funakoshi não foi, entretanto, obra
de um único homem e sim resultado de todo um processo decorrente da Era
Meiji, a partir de 1868. A mudança não fora tão evidente e foi preciso tempo
para se impor.
Sem dúvida, a decisão de Funakoshi, que se justificou através de uma
longa troca de cartas, com os antigos mestres, que continuavam em
Okinawa, tinha o mérito de se revestir de extrema diplomacia face aos
japoneses. Dando à "kara" um novo sentido, ocultando sua origem chinesa.
Funakoshi agrada.

1.4- Escolas de Karatê-DO

As diferenças entre os estilos são baseados nos locais de origem. O


Karatê-Do se desenvolveu em três locais diferentes de Okinawa: Haviam três
principais núcleos de Te ( mãos ) em Okinawa, estes núcleos eram as cidades
de Shuri , Tomari e Naha. Conseqüentemente os três estilos básicos antes de
receberem os nomes acima mencionados tornaram-se conhecidos como: A
capital Shuri, surgiu o Shuri-te ( mão do sul ) sistema de luta que valorizava
a velocidade.
A cidade portuária de Tomari , surgiu o Tomari-te ( mão do centro )
sistema de luta que na verdade era uma fusão dos estilos de Shuri e Naha. A
cidade comercial de Naha , surgiu o Naha-te ( mão do norte ) sistema de
luta que dava ênfase 'a força , deu origem ao estilo Goju-Ryu de Karate.
Shuri-te e Tomari-te deram origem aos estilos, Shotokan, Shito-Ryu e Wado-
Ryu.

Goju-Ryu
O estilo Goju-Ryu, cujo nome advém de Go ( força ), Ju
(flexibilidade) foi fundado pelo Mestre Chojum Miyagi. É uma
técnica que prima pelo Bloqueio para dar mais rapidez ao ataque. É
uma técnica penosa, dura e verdadeira. Nessa escola caracteriza-se
uma respiração "Kokyu" abdominal sonora.

Shotokan
Fundado pelo Mestre Gichin Funakoshi , Shotokan, significa

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


19

"Academia de Shoto". Shoto em japonês significa Pinheiro - pseudônimo


artístico que o mestre Funakoshi assinava seus poemas. O estilo Shotokan é
ideal para longa distância, por ser uma técnica longa e ao mesmo tempo
rápida.

Shito-Ryu
O estilo Shito-Ryu criado por Kenwa Mabuni é caracterizado
por uma grande riqueza de formas (katas) e é uma fusão das
características Naha-te e Shuri-te. A palavra Shito vem dos
caracteres japoneses que escrevia o nome de seus professores "Shi"
representa o primeiro kanji do nome de Itosu e "To" representa o
primeiro Kanji do nome de Higaona, enquanto "ryu" significa escola ou
estilo.

Wado-Ryu
O estilo Wado-Ryu (Estilo do caminho da paz), foi criado pelo
Mestre Hironori Otsuka e se difere dos demais estilos por usar
o mínimo de esforço. É baseado em princípios físicos e
fisiológicos, utilizando esquivas, bases mais altas.

Shorin-Ryu
O estilo Shorin de Karatê nasceu na Ilha de Okinawa (na época
território independente - hoje um Estado do Japão). Antigamente
denominava-se Shuri-Te. Antes de ser denominado Shuri-Te, era
conhecido como Okinawa-Te; antes disto como Ti, Te, ou To-De (prática
nativa local).
A linhagem original do Shorin inicia-se com Choshin Chibana, seguido
por Katsuya Miyahira, e Yoshihide Shinzato, todos 10° Dan.

Kyokushin
Foi criado no Japão, em 1957, pelo Mestre Masutatsu Oyama. Na
opinião dele, os golpes deveriam ser reais, pois só assim cada
praticante saberia seu verdadeiro potencial. Oyama criou, então,
uma nova forma de luta, acrescentando o contato no Karate. O novo estilo
foi batizado de “KYOKUSHIN”, que significa “aprofundar-se na verdade”

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


20

1.5 – Origens e Genealogia do karatê

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


21

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


22
--

TO-DE
KANBUN UECHI

SAKUGAWA (1733-1815)
KO SHO KUN (KWANG SHANG FU)
SHION SA

ESPECIALISTAS
CHINESES WAISHIZAN IWAH ASON
DESCONHECIDOS

KANAGUSUK KORUKU
U MATSUMURA GUSUKUMA SOKON GUSHI SAKIYAMA
OYATOMARI MATSUMURA TOMOYORI (NAHA-TE)
YAMADA (TOMARI-TE) (SHURI-TE)
NAKAZATO
YAMAZATO
TOGUCHI

YARA – NÃO DEIXOU DISCÍPULOS


TOYAMA

KUWAYE RYOSEI
KANESHIRO KININ
KUBA KOHO

KUWAE
NAGAHAMA / ARAGAKI /
SENAHA / GUSHI /
SHIMABUKU / HIGA /
(NAHA-TE)
KANRYO HIGAONNA

KENZU
A PEICHIN
SAKIHARA/SAKUMA/KIYUN
TAWADA
KYAN CHOTOKU

NABE
CHOKI MOTOBU
YAMAZATO KIKI

ANKOH AZATO
ANKOH ITOSU
IHA KOTASU

YABU

TOMIGUSUKI
HOMBU

MATSUMURA

externa
Ramificação
NAHA-TE -

SHORIN-RYU SHOREI-RYU SHORIN – SHORIN-


SHITO - RYU

GOJU-RYU RYU RYU


Uechi-Ryu

SHOTOKAN

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


23

Shuri-Te / Shorin-Ryu / Shito-Ryu

ITOSU ANKO

(ou Yasutsune ou Shishu)


YAMAGAWA KENTSU YABU
(Choran) 1832-1916
(Norimichi)
YABIKU MODEN CHOSEI HANASHIRO
SHINPAN
(Masashige) CHOTEI SORYOKU
TOKUDA ANBUN SHINEI SHIROMA
CHOKI MOTOBU TAKUDA
TOYAMA
YABE

GICHIN
FUNAKOSHI
GUSUKUMA SHIROMA

CHOSEI KIYUNA
CHOKI
SHINSUKE KANESHIMA
OSHIRO
KENKO NAKAIMA
SHIMABUKU
KENKO JAHANA JINSUKE AMEKU
SANKICHI NICHIHIRA
CHOTOKU MAESHIRO
EISHIN GOYA
CHOSHIN CHIBANA

KANRYO HIGAONNA KENWA MABUNI


SHIKICHI MIYASHIRO
SHUGORO NAKAZATO
KENSHIN MABUNI YUCHOKU HIGA
(Kenei) KATSUYA MIYAHIRA
KENZO MABUNI CHOZO NAKAMA
MANZO ITAWA KANGI TERUYA
KENSEI KANESHIRO ANGI UESU
TERUO HAYASHI
(Shito-Ryu Hayashi-Ha)
SAKAGAMI
TOMOYORI
WATANABE
TANI
(Shukokai)

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


24

NAMBU Yoshinao
SANKUKAI

Revista Combat Sport, março de 1994

Genealogia do karatê moderno


Shuri-te / Naha-te – (Randall Hassell)·

SHURI-TE
Matsumura Sokon
1808-1895

NAHA-TE Itosu Azato


Higaonna Yasutsune Yoshitsune
Kanryo 1830-1915 1827-1906
1852-1915

Uechi GOJU-RYU Yabu Motobu SHOTOKAN


Kanbun Miyagi Kentsu Choki Funakoshi
1877- Chojun 1870-1937 1869-1941 Gichin
1948 1888-1953 1868-1957

KOBAYASHI
SHITO-RYU Kyan
Chibana Chotoku
Chosin 1870-
1885-1969 1945

SHITO-RYU SHUDO-KAN Taira MOTOBU- Arakaki


Mabuni Toyama Shinken RYU Ankichi
Kenwa Kanken 1895- Motobu 1899-1929
1887-1952 1883-1966 Chosei

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


25

UECHI- Chitose WADO- SHOTOKAI MATSUBAYASHI ISSHIN-RYU


RYU Gochoku RYU Yoshitaka SHORIN-RYU Shimabuku
Uechi Ohtsuka Egami Nagamine Shoshin Tatsuo
Kanei Hironori Hironishi 1907 1908-1975
Oshima
1911- 1892- Harada

KYOKUSHINKAI Suzuki J.K.A.


Oyama Masutatsu Mochizuki Nakayama
Nishiyama

Capitulo 2 – O Karatê JKA

A história da JKA

Originalmente, a arte marcial Te ("Hand") desenvolvido em Okinawa


como um sistema de auto-defesa. Devido ao contato freqüente de Okinawa
e intercâmbio com a China, é certo que a arte marcial de Okinawa foi
influenciada pelo kempo chinês em algum momento durante o seu
desenvolvimento. No entanto, com apenas tradição oral e não há registros
escritos contemporâneos formais, não é certo exatamente quando a arte
chamada Kara-Te surgiu pela primeira vez em Okinawa. Acredita-se que
ele desenvolveu cerca de 500 anos atrás, quando o governante dinástico
Rei Shoha unificada da região, depois de décadas de guerra e emitiu um
édito que proíbe a posse de armas na ilha.
De acordo com relatos convencionais, uma lei semelhante que proíbe
a posse ou uso de armas foi re-emitida e executada pelo clã Satsuma, que
invadiram Okinawa no início dos anos 1600, e trouxe-o sob o domínio do
Shogunato japonês. Acredita-se que neste ambiente karate desenvolvido
como uma forma de combate desarmado para proteger a si mesmo e país
de um, e foi ensinada e praticada em segredo. Em seguida, veio o
nascimento em 1868 em Okinawa o mestre de karatê Funakoshi Gichin. Ele
dedicou toda a sua vida à promoção dos valores da arte, e introduziu o
modo de karatê-jutsu para o Japão, onde se espalhou por todo o país. Em
1949, seus seguidores tinham estabelecido uma associação para a
promoção de karate; chamaram-Nihon Karate Kyokai, ou Japan Karate
Association. Era o início da JKA .

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


26

A JKA salta para frente para o século 21

Com o seu estatuto jurídico restaurado por decisões judiciais, a JKA


saltou para o século 21. Ele reestruturou a sua organização interna, e
também reorganizou sua base financeira. Em dezembro de 2000, ele
comprou a terra e estabeleceu uma marca nova sede e dojo no centro de
Tóquio. Esta foi a primeira vez que a JKA tinha possuído seu próprio
terreno e edifício. A cerimônia de inauguração foi realizada em maio de
2001, com a presença de numerosos dignitários e muitos membros de
outras organizações de karate.Com renovado vigor, a JKA se reposicionou,
definindo-se claramente como "O depositário da mais alta tradição de
Karate." Em 2004, lançou um novo site oficial, através do qual ele
continua, como sempre, para promover o verdadeiro karatê-do em todo o
mundo. A Japan Karate Association (JKA) foi originalmente criada em 1948
como uma organização sem fins lucrativos.
Com base na sua contribuição significativa para a sociedade através
de uma série de atividades, o Ministério da Educação japonês reconheceu a
JKA como Shadan Hojin (associação incorporada) em 1957. Através de um
contributo permanente e compromisso com a sociedade, JKA foi ainda
reconhecida pelo governo do Japão como KOEKI Shadan Hojin (interesse
público associação incorporada), em 21 de março de 2012. JKA é a única
associação de artes marciais japonesas à ser dado o reconhecimento pelo
seu governo. O mandato da JKA é contribuir para a paz mundial através 1)
realização de pesquisas e fornecendo instruções de Karate-Do, 2)
influenciar crianças e adolescentes para melhorar a sua saúde física e
mental, bem como cultivar o espírito das artes marciais, e 3) de largura
distribuição do conceito de arte marcial japonesa que enfatiza maneiras e
respeito, membros JKA se esforçam para desenvolver seus personagens e
contribuir para a sociedade em uma base diária, este é o objetivo da JKA e
é o valor de verdade de Karate-Do como uma arte marcial. JKA leva essa
responsabilidade a sério e sempre se esforçar para contribuir para a
sociedade através de várias atividades.

Técnicas JKA: a liderança Inseparável para o Kime

A fundação do karatê é o kihon (técnicas básicas), o kata (formas),


e o kumite (luta). Mediante estes três é preciso focar toda técnica, toda a
velocidade, toda a força e todo o progresso no karatê. Eles são, em
essência, um. E eles devem ser estudados como um: sem as técnicas
básicas kihon, não pode haver nem kata nem kumite. Da mesma forma,
kata separado de kumite é movimento simplesmente paralelo com o
conhecimento que vem da aplicação. Finalmente, kumite sem kata perde
sua agilidade e característica e sem esforço suavidade inerente karate.
Kihon é kata é kumite.
Na JKA, enfatizamos todos os três destes igual e simultaneamente.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


27

Através de anos de formação e experiência, nós desenvolvemos um


sistema único e inigualável de técnicas de Kihon. Colocamos um enorme
foco sobre os fundamentos, o ensino científico e passo-a-passo a postura
adequada, equilíbrio e ângulo de cada movimento específico. Tal como
acontece com a maioria das coisas, a repetição contínua é essencial, para
se obter os fundamentos errado, não pode haver mais progressos. Depois
de dominar o kihon, você passar para o kata, o núcleo de todas as
habilidades de karatê. No kata, não há nenhum movimento desperdiçado
ou sem sentido. Então, nós enfatizamos a repeti-las uma e outra vez.
Através da repetição constante, seu corpo aprende a mover
automaticamente, sem esforço e de forma eficiente. Na JKA, temos
refinado o kata para ser mais aplicável em “sparring kumite’’. Através das
técnicas aprendidas no kihon e praticados no kata, você descobre como
responder a situações naturalmente e livremente, e aplicar suas técnicas de
forma adequada em função das circunstâncias. E isso é quando o
verdadeiro poder do karate pode ser conhecido. Quando todo o seu -Body
estar e mentais explode para frente e baixos do oponente com um só
golpe, ele é chamado kime. Kime é o objetivo final da trindade-kihon-kata
kumite. Atualmente (2012) é presidida por Nakahara Noboyuki e o Diretor
Técnico é Sensei Masaaki Ueki. Afinados com a política de pesquisa e
expansão do professor Nakayama, esta nova direção da continuidade aos
trabalhos que já vinham sendo realizados, prosseguindo até nossos dias.
A JKA além de ser a organização mais expressiva que rege o Karatê
Shotokan, é também um grande centro de pesquisa científica, tal preceito
nós encontramos nas palavras do Sensei MASAHIKO TANAKA, 8º Dan e tri-
campeão mundial: “Somos um laboratório de eterna pesquisa e evolução
do Karatê, para que ele não pare no tempo e no espaço. Por isso ele é
considerado forte, eficiente e elegante”.

Fontes: 1- www.jka.or.jp
2- Manual de karatê Shotokan 2012
(prof. Robinson Alves)

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


28

Capitulo 3 - Karatê-Do Tradicional

Dento Karatê-Do - Caligrafia de Tsubouchi Hisako Sensei

O Karatê-Do Tradicional é uma arte marcial originada a partir das


técnicas de defesa pessoal sem armas de Okinawa, e tem como base a
filosofia do Budo japonês. Os objetivos do Karatê-Do Tradicional são definidos
pela filosofia do Budo, que se traduz na busca constante pelo
aperfeiçoamento pessoal, sempre contribuindo para a harmonização do meio
onde se está inserido. Através de muita dedicação ao trabalho, treinamento
rigoroso e vida disciplinada, o praticante de Karatê-Do Tradicional caminha
em direção dessas metas, formando seu caráter, aprimorando sua
personalidade.
Nesse sentido, pode-se afirmar que o Karatê-Do Tradicional contribui
para a formação integral do ser humano, não podendo, portanto, ser
confundido com uma prática puramente esportiva. "Tradição é um conjunto
de valores sociais que passam de geração à geração, de pai para filho, de
mestre para discípulo, e que está relacionado diretamente com o crescimento,
maturidade, com o indivíduo universal." [Johannes]
Cada pessoa pode ter objetivos diferentes ao optar pela prática do
Karatê-Do Tradicional, objetivos estes que devem ser respeitados. Cada um
deverá ter a oportunidade de atingir suas metas, sejam elas tornar-se forte e
saudável, obter autoconfiança e equilíbrio interior ou mesmo dominar técnicas
de defesa pessoal. Autocontrole, integridade e humildade resultarão do
correto aproveitamento dos impulsos agressivos existentes em todos nós.
A famosa expressão do mestre Gichin Funakoshi - "Karate Ni Sente
Nashi" - define claramente o propósito anti-violência do Karatê-Do
Tradicional: "No Karate não existe atitude ofensiva". O Karatê-Do Tradicional
também pode ser visto como uma ótima ferramenta de manutenção da
saúde, uma vez que suas técnicas contribuem para a formação de hábitos
saudáveis como os cuidados com a postura, a respiração com o diafragma e a
meditação Zen. Entende-se como saúde não só o estado de "ausência de
doenças", mas também o bem-estar físico, mental e espiritual do ser
humano. Como defesa pessoal, o Karatê-Do Tradicional mostra eficiência e
eficácia em suas técnicas, possibilitando ao lutador defender-se de qualquer
tipo inimigo.
No entanto, mais que um simples conjunto de técnicas, o Karatê-Do
Tradicional ensina ao seu praticante algo muito além do confronto físico, que
é a intuição e o discernimento perante uma situação de perigo, permitindo ao
lutador captar a intenção do adversário, avaliar a situação e tomar uma
atitude correta e consciente. O verdadeiro valor do Karate não está em
sobrepujar os outros pela força física. Nesta arte marcial não existe agressão,

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


29

mas sim nobreza de espírito, domínio da agressividade, modéstia e


perseverança. E, quando for necessário, fazer a coragem de enfrentar
milhões de adversários vibrar no seu interior. É o espírito dos samurais. A
nível mundial, o Karatê-Do Tradicional é representado pela International
Traditional Karate Federation (ITKF), sediada em Los Angeles (EUA),
Iidealizada pelo mestre Hidetaka Nishiyama (Im Memorian) , aluno direto do
mestre Gichin Funakoshi e um dos fundadores da Japan Karate Association
(JKA).
A ITKF, por sua vez, poussui três subdivisões: a Comissão Técnica, a
Comissão Científica e a Comissão de Arbitragem.

Técnica

Científica Arbitragem

A Comissão Técnica, sob a direção do mestre Hiroshi Shirai


(Milão/Itália), é responsável pela qualidade no ensino do Karatê. Organiza
cursos, seminários e campeonatos, com o objetivo de promover um
intercâmbio entre os praticantes de Karatê.
A Comissão Científica é formada por professores de Educação Física,
médicos desportistas, fisioterapêutas, etc., e é responsável por desenvolver
estudos e pesquisas sobre Karatê, baseados em métodos científicos
(biomecânica, cinesiologia, etc.), com o propósito de melhorar técnicas,
eliminar movimentos desnecessários e criar métodos de treinamento
sistemáticos.
A Comissão de Arbitragem tem como objetivo zelar pela aplicação da
técnica, sem perder a disciplina e o respeito à integridade física dos lutadores.
Promove cursos de arbitragem constantemente, visando formar árbitros de
qualidade e melhorar o nível das competições.
A Confederação Brasileira de Karatê-Do Tradicional (CBKT) é o órgão
máximo representante do Karatê-Do Tradicional no Brasil e é filiada à ITKF.
Possui cerca 27 federações filiadas*, tendo como presidente o Prof. Gilberto
Gaertner. Em novembro de 1996 a CBKT conseguiu um feito inédito para o
Karatê brasileiro, que foi a realização do VIII Campeonato Mundial de Karatê-
Do Tradicional no Ginásio do Ibirapuera em São Paulo. Foi a primeira vez que
o Brasil sediou um Campeonato Mundial de Karatê, no ano de 2010 na
Cidade de Curitiba-PR, nas instalações da PUC, foi realizado o segundo
Campeonato Mundial sediado no Brasil.
O Brasil hoje é uma das grandes forças mundiais do Karatê-Do
Tradicional. Isso se deve ao privilégio de termos no país a presença de

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


30

grandes mestres como Yasutaka Tanaka, Yasuyuki Sasaki, Yoshizo Machida,


Hiroyasu Inoki, Tatsuke Watanabe, Kazuo Nagamine, entre outros, que têm
contribuído enormemente para o desenvolvimento do Karatê brasileiro.

Capitulo 4 - O Karatê Pós -Guerra

Em 1922 sob a influência do pintor Kosugi Hoan, Funakoshi publica o


seu primeiro livro intitulado “Ryukyu Kenpo Karate”, onde enfatiza os
propósitos e a práticado Karate. Na introdução deste livro ele escreveu:
“A pena e a espada são inseparáveis como duas rodas
de uma carroça”.
Este livro teve grande repercussão e quatro anos depois foi reeditado
com o título de“Renten Goshin Karate Jitsu”.
Em 1936, Funakoshi muda os caracteres kanji utilizados para escrever a
palavra Karate. O caracter “KARA”, que significava China é trocado por um
outro que tinha omesmo som; o caracter utilizado foi um do Zen Budismo que
significava vazio, passando o Karate a ser conhecido não mais como “Mãos
Chinesas”, mas como “Mãos Vazias”.
Funakoshi defendia o fato de que “Mãos Vazias” era mais apropriado,
pois representava não só o fato de o Karate ser um método de defesa sem
armas, mas também representava o próprio espírito do Karate, que é esvaziar o
corpo de todos os desejos e vaidades terrenas,
como escrito por ele mesmo:

“Como sobre a face polida de um espelho, se reflete


tudo que está diante dele e como um vale calmo
transmite os sons mais doces, assim o estudante de
karate, deve ter seu espírito livre de egoísmo e das
coisas materiais, num esforço por reagir a tudo que
pode parecer adverso a ele”.

Ainda sob a luz das mudanças, Funakoshi troca o nome dos Kata, com
significado chinês, para nomes mais adequados ao momento histórico que passa
o Japão (guerra sino-japonês). O Karatê até este momento era praticado
apenas através dos Kata e por volta de 1933 foram introduzidas às técnicas
básicas de treinamento com a ajuda de um colega, surgindo assim:

O Gohon Kumite, Kihon Ippon kumite, Jyu ippon kumite e Jyu kumite.

O filho do Mestre Funakoshi, Yoshitaka, introduziu no Karate as


modernas técnicas de pernas:

Yoko geri, Mawashi geri, Fumikomi e Ura mawashi geri.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


31

Em 1939, os alunos de Funakoshi dão-lhe de presente o seu próprio


Dojo e nele havia uma placa pendurada onde se lia “SHOTOKAN” – “SHO”
significa pinheiro, TO” significa ondas ou o som que as árvores fazem quando
o vento bate nelas e “KAN” significa lugar ou escola. Portanto, nasce assim o
estilo Shotokan de Karatê, que nadamais foi do que uma pequena homenagem
dos alunos ao seu Mestre. Com o passar do tempo Funakoshi também mudou
o nome da própria arte de Karatê Jutsu – Técnicas das Mãos Vazias – para
Karatê Do – Caminho das Mãos Vazias.
Esta mudança foi de vital importância para o crescimento do Karate,
pois o mesmo deixou de ser visto apenas como um simples método de
treinamento e passou a ser um “caminho”, focalizando o lado espiritualizado
desta arte marcial. Portanto, o Karatê deixa de ser uma preparação física,
unicamente, e passa a se preocupar com a formação do cidadão e da
sociedade como um todo também.

Capitulo 5- O Dojo e a Conduta do Karateca


“A ação do ritual na formação do homem é secreta; ele previne o mal antes
que ele apareça; ele nos aproxima dobem e nos afasta do mal sem que nós
percebemos”.

Os rituais em todos os Dojo propõem aos praticantes uma série de


atitudes e gestos que facilitam as relações entre eles deixando claro o desejo
comum de obedecer a uma ordem válida para toda a comunidade e para cada
um. A intenção do praticante é sempre a de estimular o progresso na arte de
todas as pessoas sem perder o desenvolvimento individual. A prática de Karatê
está repleta de exercícios marciais, combativos, porém com um total espírito de
conciliação, buscando a vitória pela harmonia, pela paz, procurando esquecer as
atitudes egoístas e pensando sempre no grupo e como sendo parte dele.
O karateca treina com seu companheiro com todo respeito e
consideração, pois o considera como parte de si mesmo e sem o qual não há
treinamento. Daí ser fundamental tratar o companheiro com cortesia e
agradecimento por ele dá a possibilidade de você treinar e de aprender com ele.
Ao professor, se deve o respeito e o agradecimento pela transmissão dos
conhecimentos e pela dedicação e esforço em ensinar segredos que foram por
muitos séculos restritos a uma minoria privilegiada. Respeitar e se fazer
respeitar é uma das regras mais importantes durante os treinamentos.
Conciliar e nunca confrontar é o princípio básico. Esquecer-se da palavra
“eu” e substituí-la pela palavra “nós” é a essência do ensinamento. Outro ponto
fundamental é que não se treina karatê, mas sim, para a vida.
Portanto, fica claro ao praticante e ao grupo que o fundamental não é vencer,
não é derrubar, não é ser o mais forte, mas descobrir o potencial individual, o
centro das ações e se, ele não for o centro, colocar-se em uma de suas órbitas,
de acordo com suas reais condições.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


32

5.1- O Dojo

O lugar onde se pratica Artes Marcias é denominado “Dojo”, esta palavra


foi emprestada do Zen Budismo, significando “Lugar de Iluminação” (onde os
monges praticavama meditação, a concentração, a respiração, os exercícios
físicos e outros mais). A palavra dojo significa literalmente:
DO – Caminho, estrada ou trilha (sentido espiritual);
JO – Lugar (espaço físico).
Algumas pessoas referem-se à academia de karatê como um dojo,
porém as duas coisas são diferentes. A palavra dojo somente se refere ao
espaço físico onde ocorre o treino de karatê (leia-se arte marcial japonesa),
enquanto academia se refere ao local onde se pratica karatê. Portanto, o dojo é
o lugar onde se pratica o “caminho”.
Alguns podem perguntar sobre qual o caminho que se pratica em um
dojo, a resposta vem, mais uma vez, do Budismo (mais precisamente do Zen);
O homem deve despertar em meio às questões de todos os dias, vivendo
intensamente no presente e concedendo atenção integral às coisas do cotidiano,
para, desta maneira, retornar à naturalidade de sua natureza, conforme ditado
Zen:

“Antes de estudar Zen, as montanhas são montanhas e os


rios são rios. Enquanto estuda Zen, as montanhas deixam
de ser montanhas, os rios deixam de ser rios. Uma vez alcançada
a iluminação, as montanhas voltam a ser montanhas
e os rios voltam a ser rios”.

Isto quer dizer que um pintor alcança a felicidade pintando, um médico


realizando cirurgias e um karateca praticando karatê.

5.2 - A Limpeza do Dojo (SOJI)

O dojo é limpo através do uso de panos úmidos empurrados sobre o piso


pelos estudantes, fazendo com que a sujeira seja removida e não esfregada.
Isto é importante, pois limpar o chão é um exemplo de humildade (não um
castigo) que faz bem para o desenvolvimento do indivíduo (limpar a “Alma” de
impurezas -EGO).
JO – Mesmo tendo a mesma pronúncia de bastão (jo), seu ideograma japonês é
diferente.
A limpeza deve ser executada antes e depois do treinamento e será
precedida por uma boa varrida ou passada de pano do piso.

5.3 - Os Principais Elementos

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


33

O dojo tem em cada um de


seus cantos um significado
diferente:

SHIMOZA - Local onde ficam os alunos durante os treinamentos;


SHIMOZEKI - Local onde ficam os alunos que desejam falar com o professor;
JOZEKI - Local onde fica o aluno mais graduado;
KAMIZA - Lugar de Honra reservado ao professor e convidados;
SHOMEN – É a parede da frente do dojo;
NAFUDA – Quadro na parede do dojo que contém plaquetas com o nome dos
membros da academia;
HATA – É a bandeira da academia.

5.4 - O Cumprimento

Uma demonstração tradicional de cortesia é o


cumprimento, isto tanto é verdade que ele é realizado
no início e no final da aula de frente para o Shomen
(forma de agradecimento àqueles que desenvolveram
a arte).
Ao cumprimentar, você deverá olhar para
baixo e não na face do seu colega – olhar na face de
alguém durante um cumprimento é sinal de falta de
confiança. O cumprimento pode ser feito de duas maneiras distintas em RITSU
REI – cumprimento em pé e ZAREI – cumprimento sentado (SEIZA).
A maneira correta de se cumprimentar é, partindo-se da posição natural
(SHIZENTAI), curvar o corpo apenas em 30° e segurá-la por meio segundo e
retornar a posição ereta (ritsu rei). O cumprimento deve acontecer nas
situações a seguir:
􀂾 Quando entramos ou saímos do dojo;
􀂾 Quando o professor entra ou sai do dojo;
􀂾 No início e final de um combate;
􀂾 No início e final da aula;
􀂾 No início e final de um kata;
􀂾 No início e final de um exercício com um companheiro.
O Zarei é realizado a partir da posição Seiza (o praticante senta-se
sobre seus calcanhares e quando o fizer deverá abaixar sua perna esquerda e
em seguida a direita, colocando o dedão do pé esquerdo sobre o do direito, ao
levantar-se ocorre à inversão), inclinando-se o corpo e as mãos descem
suavemente das coxas para o chão, formando um
triângulo.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


34

5.5 - Conduta Durante as Aulas

O treinamento inicia com uma saudação e após este momento, as


conversas paralelas deixam de existir e toda a atenção é voltada para o
professor e os seus ensinamentos devem ser executados com a máxima
concentração possível para poder alcançar-se a perfeição dos movimentos.
Quem ensina durante a aula é o Sensei. Um praticante, que não seja
designado pelo professor, não pode instruir ou corrigir ninguém; é considerado
falta de respeito para com o professor corrigir alguém, se ele não for seu
parceiro de treinamento. As perguntas devem ser dirigidas sempre ao professor
ou ao aluno mais graduado que conduz o treino, que na ausência do professor,
deve receber as mesmas considerações.
Jamais, na ausência do professor, um karateca deve contestar o aluno
mais graduado que comanda o treino. Caso ache que a técnica está errada,
deve recorrer posteriormente ao Sensei e deixar que ele corrija o aluno mais
graduado.
É dever do estudante mostrar uma ética apropriada no dojo e ter
respeito pelo seu professor, isto é feito, geralmente:
- Não argumentando com o Sensei durante a aula;
- Quando ele corrige sua técnica;
- Quando assinala algum defeito no seu desempenho.

5.6 - Os Personagens do Dojo

a) SENSEI

A palavra Sensei (SEN - antes e SEI - vida)


significa aquele que ensina e refere-se somente ao
instrutor e nunca pelo instrutor, ou seja, o professor deve ser chamado de
Sensei e nunca pelo nome.
A palavra tem conotação de respeito e denota todo o respeito que o
aluno tem pelo professor. Na maioria da escolas o título de “Sensei” é
mencionado aos professores com a graduação acima do 3rd Dan.

b) SENPAI

O Senpai será o aluno mais graduado (normamelmte faixas pretas) e que


com o consentimento do sensei poderá ajudar (auxiliar) os alunos menos
graduados (assistente). Lembrando que SEMPAI não é uma graduação ou Título,
e sim, uma relação entre praticantes.

c) KOHAI / SEITO

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


35

O(s) aluno(s) menos graduado de uma aula é considerado o Kohai.


Seito = Aluno.

5.7 - O Do-gi / Obi (Vestimenta e


faixa)

Para se treinar karate, bem como a maioria


das artes marciais, é necessário usar um
uniforme especial denominado Do-gi (criado
por Jigoro Kano para os utilizarem durante os
treinamentos de Judo). O dogi é chamado
erroneamente de “quimono”, GI quer dizer
vestimenta, portanto, dogi significa a
vestimenta para a prática do caminho. Ele
deve está sempre limpo e, preferencialmente,
sem nenhum detalhe especial que o diferencie dos demais, exceto pelo
distintivo da academia. O dogi usado para praticar karatê é o KARATE-GI.
O Obi é um cinturão ou faixa que serve para manter o dogi fechado,
embora o seu significado seja bem maior que um mero cinto. Como o karatê gi,
o obi tem um significado simbólico. Esse aspecto simbólico são as cores.
Tradicionalmente, quando alguém começa a praticar karatê, recebe a
faixa branca. A faixa preta significa que a pessoa esteve treinando karatê por
muitos anos.

A seguir o significado das 3 principais* cores do Obi:

* BRANCO – é a cor da inocência. Indica quem tem a mente e o espírito


“vazios”, alguém que é leigo nos aspectos espirituais do karatê. Também indica
que esse praticante ainda não conhece bem as técnicas do karatê;

* MARROM – é a cor da terra, é a cor da solidificação. A faixa marrom indica


que o praticante já se tornou competente, que sua mente é fértil e que seu
espírito está firme.

* PRETO – é a fusão de todas as cores. Ela indica quem passou por todos os
desafios e dificuldades necessárias para superar os obstáculos encontrados nos
primeiros anos de karatê. Preto é a cor da noite. Ela mostra que o primeiro “dia”
que começou com a faixa branca, acabou e que agora realmente começa a
jornada de um karateca em busca do seu aprendizado interior.

(*) Dependendo da academia e/ou estilo_escola.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


36

Capitulo 6 - Bases Filosóficas

6.1 - O Dojo Kun

O Dojo Kun é a ética do dojo. São cinco lemas (kun) que têm sido
passados desde os tempos mais remotos até o presente e são atribuídos ao
mestre Sakugawa (século XVIII). O propósito do dojo kun é dar justificação
ética para os praticantes de karatê.

HITOTSU - JINKAKU KANSEI NI TSUTOMURU KOTO


Esforçar-se para formação do caráter!
HITOTSU - MAKOTO NO MICHI O MAMORU KOTO
Ser fiel ao verdadeiro caminho da razão!
HITOTSU - DORYOKU NO SEISHIN O YASHINAU KOTO
Criar o intuito de esforço!
HITOTSU - REIGI O OMONZURU KOTO
Respeitar, acima de tudo!
HITOTSU - KEKKI NO YU O IMASHIMURU KOTO
Reprimir o espírito de agressão!

6.2 - O Niju Kun

O Niju Kun é a síntese do pensamento de Funakoshi sobre como deve ser


o espírito do praticante de karatê. São vinte preceitos cujo propósito é dar
subsídios à cerca da prática cotidiana do karatê, servindo também como um
guia para o autoconhecimento.

O karatê começa e termina com saudação (rei);


No karatê não existe atitude ofensiva;
O karatê é um assistente da justiça;
Antes de julgar os demais, procure conhecer a si mesmo;
O espírito é mais importante do que a técnica
Evitar o descontrole do equilíbrio mental
Os infortúnios são causados pela negligência;
O karatê não deve se restringir ao dojo;
O aprendizado do karate deve ser perseguido durante toda a vida
O karatê dará frutos quando associado à vida cotidiana;
O karatê é como água quente. Se não receber calor constantemente esfria;
Não alimentar a idéia de vencer, pense em não ser vencido;
Adaptar sua atitude conforme for o adversário;
A luta depende do manejo dos pontos fracos (kyo) e fortes (jitsu);
Imagine que os membros dos adversários são como espadas;
Para o homem que sai do seu portão, há milhões de adversários;
No início seus movimentos são artificiais, mas com a evolução tornam-se naturais;
A prática de fundamentos deve ser correta, porém sua aplicação é diferente;

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


37

Não esqueça de aplicar: (1) alta e baixa intensidade de força, (2) expansão e
contração corporal e (3) técnicas lentas e rápidas;
Estudar, praticar e aperfeiçoar-se sempre.

6.3 - O significado da expressão OSU

OSS!!!

OSS (cuja a transcrição exata do japonês é OSU) é uma expressão


fonética formada por dois caracteres. O primeiro caracter "osu" significa
literalmente "pressionar", e determina a pronúncia de todo o termo. O segundo
caracter "shinobu" significa literalmente "suportar".
A espressão OSS foi criada na Escola Naval Japonesa, e é usada
universalmente para expressões do dia-a-dia como "sim", "por favor",
"obrigado", "entendi", "desculpe-me", para cumprimentar alguém, etc.,
bem como no mundo do Karatê para quase qualquer situação onde uma
resposta seja requerida. Para um karateka, OSS é a palavra mais importante.
A palavra OSS implica em pressionar a si mesmo ao limite de sua
capacidade e suportar. OSS significa, de uma maneira mais simples,
"perseverança sob pressão". É uma palavra que por si só resume a filosofia do
Karatê. Um bom praticante de Karatê é aquele que cultiva o "espírito de OSS".
OSS não deve ser dito de forma relaxada, usando apenas a garganta,
mas, como tudo no Karatê, deve ser pronunciado usando o "hara" (tanden).
Pronunciado durante o cumprimento, OSS expressa respeito, simpatia e
confiança no colega. OSS também diz ao Sensei que as instruções foram
compreendidas, e que o estudante irá fazer o melhor para segui-las.

Fontes consultadas

▪ N. Artan e B. Lowe, The Young Lions of Mas Oyama’s Kyokushin Karate Headquarters, Honolulu
HI Bobby Lowe, 1985.

▪ Schlatt, The Shôtôkan-Karate Dictionary, Schlatt Books, 2001.

«O oponente mais poderoso está dentro de nós mesmos.»


Sensei Hidetaka Nishiyama

«O caminho para o sucesso não tem atalhos.»


Sensei Masahiko Tanaka

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


38

Capitulo 7 - As Armas no Karatê

7.1 - Introdução

Como dito anteriormente, a proibição do porte de armas na ilha de


Okinawa possibilitou aos ilhéus o desenvolvimento de sistemas de defesa sem
armas (karate) e simultaneamente a utilização de ferramentas de trabalho
usuais como armas de ocasião (kobudo). Alguns estilos de karate ainda hoje
utilizam tais armas em seus treinamentos e outros não usam. O estilo Shotokan
(atribuído a Funakoshi Sensei) não faz uso de armas como parte de seu
treinamento.

7.2 - Armas Artificiais

a) Bo;
b) Jo;
c) Nunchaku;
d) Kama;
e) Tonfa;
f) Sai.

a) BO
Um pedaço de madeira que era carregado sobre os ombros para
transportar baldes de água. O modelo mais popular mede 1,82 m de
comprimento e tem 31,75 mm de espessura.

b) JO
Bastão tradicional japonês com 1,20 m de comprimento. Pode ser
manuseado como katana (espada japonesa), haja uma arte japonesa separada
chamada jojutsu. O desenvolvimento do jo, segundo a lenda, se deve a Muso
Gonosuke que enfrentou Miyamoto Musashi em combate por duas vezes.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


39

c) NUNCHAKU
Era uma ferramenta usada para bater grãos de arroz. No sistema
Matayoshi os tipos mais comuns de nunchaku são o octogonal (hakkakukei) e o
arredondado (marugata).
Suas hastes de madeira de igual tamanho são conectadas por um pedaço de
corda ou corrente.

d) KAMA
Era usado para cortar o arroz. O kama pode ser empregado para rasgar,
cortar lateralmente, espetar, perfurar e desviar ataques de outras armas.

e) TONFA
Um implemento de madeira que era utilizado para girar o moinho de
arroz e que teve um importante papel na história dos combates com armas
derivadas pelo uso efetivo.

e) SAI
É uma tonfa com três pontas de metal. É utilizada com duas ou três
pontas para interceder um ataque do oponente e usando lâminas menores, que
causam cortes e um ataque perfurante. Apesar de sua exata origem ser
obscura, tem semelhança com um instrumento utilizado na China, e acredita-se

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


40

que tenha se derivado de um instrumento agrícola usado para cavar buracos na


terra para plantação de sementes. Um terceiro sai era
levado nas costas em um cinto (obi) para reposição do que era atirado.

7.3 - ARMAS NATURAIS

Muitas partes do corpo podem ser usadas como armas nas artes marciais
e particularmente no karatê. As mãos, os cotovelos, os pés e os joelhos são as
partes mais utilizadas e se tornam armas eficientes e potentes quando
combinadas com outras e reforçadas com exercícios apropriados.
Há duas maneiras de usar a mão (1) aberta (kaisho) e (2) fechada (ken).
As principais partes do corpo usadas como armas no karatê são listadas a
seguir:

SHUTO (MÃO EM ESPADA)

Quando a mão aberta é usada como arma é necessário pressionar os


juntos uns contra os outros, dobrando a articulação do polegar e pressioná-lo
contra a parte lateral da mão. O pulso e o dorso da mão devem formar uma
linha reta com o antebraço para que a energia corporal possa fluir naturalmente
em direção aos dedos.
No shuto, a energia deve chegar aos dedos, forçando-os para deixá-los
resistente se em tensão. Isto é necessário para que o dedo mínimo não sofre
danos desnecessários quando da utilização de golpes com o shuto.
Usar a borda da mão como uma faca ou uma espada para golpear os
braços ou as pernas do oponente que ataca, sendo também usada para desferir
golpes contra a têmpora, a parte lateral do pescoço ou as costelas flutuantes.
Este tipo de golpe deve ser desferido com muita intensidade e velocidade.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


41

SEIRYUTO (BASE DA MÃO EM ESPADA)

Uma variação do shuto é o seiryuto e a diferença básica entre eles está


na posição da mão, isto é, flexionando o pulso de modo que a borda externa da
mão e a sua extensão formem uma curva, como na figura acima. Usado para
atacar o rosto ou a clavícula e, em alguns casos, para dar apoio ao corpo
quando de uma queda.
HAISHU (DORSO DA MÃO)

O haishu é utilizado principalmente para defender um golpe de mão.


Porém um haishu aplicado no plexo solar ou na parte lateral do tronco também
pode ser bastante eficiente.

NUKITE (MÃO EM LANÇA)

No nukite a ponta dos três primeiros dedos forma uma superfície


bastante plana com uma leve curvatura do dedo médio. As pontas dos dedos
são usadas para golpear o plexo, o ponto central entre os olhos, a axila e outras
partes sensíveis.
Quando o nukite é formado com a ponto dos dedos indicador e médio
estamos fazendo o chamado nihon nukite (mão em lança a dois dedos). Quando
usamos apenas o dedo indicador para golpear e os outros ficam dobrados
dando-lhe apoio, temo o ippon nukite (mão em lança a um dedo).

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


42

SEIKEN (FRENTE DO PUNHO)

O seiken é à parte do punho situado entre o nó do dedo médio e o nó do


indicador.
No momento do impacto toda a energia do corpo deve passar por uma
linha direta através do braço, alcançando o punho e passando para o alvo. A
energia necessária para tal movimento nasce no saika tanden e dela emana
para todo o corpo.

URAKEN (DORSO DO PUNHO)

No uraken a mão é fechada como no seiken, porém a área usada para


tocar o alvo é o dorso da mão (costas), como mostra a figura acima, com
particular tensão nos nós dos dedos indicador e médio.
O uraken deve ser aplicado com um movimento decisivo e chicoteado do
antebraço e deve ser usado para atacar áreas como o rosto e as partes laterais
do tronco do oponente.

TETSUI (PUNHO MARTELO)

O tetsui é também chamado de kentsui (martelo do punho), sendo


formado do mesmo modo que no seiken, porém a parte que entra em contato
com o alvo é a inferior próxima do dedo mínimo. Como no uraken, deve se
aproveitar à força decisiva para golpear.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


43

KOSHI (PLANTA DO PÉ)

No karatê a energia dos chutes é concentrada na ponta do pé (koshi),


que é formado curvando-se os dedos para cima, chicoteando a perna para o alto
ou empurrando para frente. Desta forma os golpes podem ser desferidos no
rosto, no peito e até na virilha do oponente.

KAKATO (CALCANHAR)

O calcanhar (kakato) é usado para dar golpes tanto para trás como para
frente de forma circular. É uma arma extremamente eficiente contra um
oponente que tente lhe agarrar por trás ou pelo lado.

HAISOKU (PEITO DO PÉ)

Para executar golpes usando haisoku deve-se esticar o pé para baixo


com os dedos apontando para o chão. Usa-se esta arma nos golpes diretos
chicoteando a perna na direção da virilha ou na direção do rosto de forma
circular ou ainda no peito e costas do oponente.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


44

SOKUTO (FACA DO PÉ)

No sokuto a borda do pé do lado do dedo mínimo serve como área de


contato com o oponente quer seja um golpe chicoteado quer empurrando. O
sokuto é usado nos chutes laterais.

Capitulo 8 - Técnicas do Karatê

8.1 - Introdução

O karatê tem uma quantidade muito grande de técnicas e não é o


objetivo deste trabalho apresentar todas, apresentaremos as mais usuais desde
suas bases até as técnicas de chute.
A apresentação constará do nome técnico, de um desenho de sua forma
e de uma breve descrição.
O ponto fundamental do aprendizado do karatê é a postura. Nenhuma
técnica de ataque ou de defesa será eficiente se não tiver uma boa base. A
postura no karatê é formada pela parte do corpo que vai dos quadris para
baixo, e que deve fornecer uma base sólida à parte superior. As costas
devem estar eretas e perpendiculares ao solo, garantindo o equilíbrio e a
estabilidade. As técnicas assim serão aplicadas com potência, velocidade,
precisão e eficiência.

8.2 - As Bases

Heisoku Dachi
Manter os pés paralelos e em contato. Os joelhos ficam eretos, mas
relaxados.

Musubi Dachi
Esta posição é parecida com heisoku dachi, só que com os pés
apontando para fora com os calcanhares unidos em e formando um ângulo de
60º.

Heiko Dachi

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


45

Manter os pés paralelos, apontados para frente e separados a uma


distância equivalente a largura dos quadris.
Pode-se dizer que o heisoku dachi com os pés separados.

Zenkutso Dachi
(base avançada)
A distância frontal dos pés é de duas tíbias e a largura pode ser a do
quadril ou de uma tíbia.
A perna da frente deve ser flexionada, deslocando o peso para frente. Os
pés devem estar bem plantados no chão e os tornozelos bem fechados.

Kiba Dachi
(base do cavaleiro)
Manter os pés paralelos, em linha e a uma distância de duas tíbias,
empurrar os glúteos para frente, impedindo que fiquem para fora,
abaixar os quadris, flexionando os tornozelos e joelhos.
Kokutso Dachi
(base recuada)
A distância frontal dos pés é de duas tíbias, porém alinhados e os
calcanhares formam um ângulo de 90º.O peso deve ser concentrado sobre a
perna de trás. O joelho da perna de trás é flexionado e aponta na mesma
direção do pé.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


46

8.3 - Veja as posições citadas acima nas figuras abaixo:

1.1 Técnicas de defesa (Básicas) (Uke´s)

8.4 - Uke´s (Básicos)

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


47

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


48

8.5- Tsuki´s / Uchi´s (Básicos)

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


49

8.6-Geri (Chutes básicos)

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


50

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


51

Capitulo 9 - O Treinamento

Kihon / Kata e Kumite

9.1- Introdução

O treinamento de Karatê Shotokan traz enormes benefícios. A


prática correta do Karatê, orientada com seriedade, permite
corresponder, às necessidades e expectativas dos pais, ensinando aos
seus filhos, desde crianças, a verdadeira finalidade do Karatê. A
orientação correta irá colaborar para evitar o aparecimento de certos
vícios (tabagismo, alcoolismo, uso de drogas), como também ao
sedentarismo – permanência exagerada na frente do computador e do
vídeo-game.
O Karatê é apresentado à criança de uma forma lúdica, não se
exigindo um aperfeiçoamento técnico. Através de jogos e brincadeiras, a
criança vai mantendo contato com as técnicas do Karatê.
Com o treinamento dos katas aprende e desenvolve sua coordenação
motora, estimula a sua lateralidade – sentido de direita / esquerda –
movimentos de saltos e deslocamentos com trocas de base e giros, em
que se aprende o sentido de equilíbrio. Os japoneses tem três
expressões para identificar esses processos de desenvolvimento:
- CHIIKU – desenvolvimento mental
- TOKUIKU – desenvolvimento moral
- TAIIKU – desenvolvimento físico
O Karatê Shotokan é um enorme aliado para a saúde – físico,
emocional e mental – para o jovem e adulto. O Karatê oferece valores
que vão além da atividade física, apesar de este se prolongar ao longo
dos anos. Ainda que seja verdade que, com a idade, a velocidade e os
reflexos vão diminuindo, a prática constante permite se antecipar às
situações de risco, para adquirir o sentido exato da resposta ao
movimento a ser realizada. Unindo a isto, a idade contribui para uma
apreciação mais exata do DÔ, buscando nos exercícios físicos e na
meditação os caminhos abertos pelo trabalho assíduo do Karatê.
É natural que ao procurar um Dojô de Karatê vai à procura de
uma arte de defesa pessoal. O momento o qual estamos vivendo, onde a
insegurança e a violência é uma constante em nossa sociedade, não
sendo privilégio dos grandes centros urbanos, nem de uma classe social,
atingindo a todos indistintamente. Faz-nos refletir sobre a importância
do aprendizado de uma arte de defesa pessoal, onde esta seja objetiva,
realista e prática, não iludindo o praticante com falsas promessas e
mentiras sobre a verdadeira essência da Arte Marcial. É claro que a
procura também se dá com a preocupação da melhora da saúde e do

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


52

condicionamento físico. O treinamento de Karatê, realizado de forma e


intensidade adequadas, fornece a seus praticantes vantagens a todo o
sistema fisiológico do organismo.

Numa sessão de treino, nós trabalhamos a resistência aeróbica e


anaeróbica, a força e a flexibilidade de forma a beneficiar de sobre
maneira a capacidade cardiopulmonar, o tônus muscular, a agilidade e o
sentido de equilíbrio, retardando desta maneira a ação degenerativa dos
anos.
Os treinamentos de kata contribuem significativamente para a
melhora da saúde, pois os katas Shotokan são divididos em dois grupos:
um é mais rígido, buscando o fortalecimento da musculatura e sistema
ósseo, o outro é mais flexível, auxiliando no desenvolvimento da
flexibilidade, velocidade e agilidade, mas ambos trazem uma importante
contribuição que é a respiração diafragmática, essencial para o
fortalecimento dos órgãos internos.
Diante de todos os fatores aqui elencados, podemos asseverar
que o KaratêDô Shotokan extrapola do conceito que nós temos de
esporte, ou atividade meramente esportiva recreativa. Assim,
constatamos uma busca na melhora da saúde de forma holística (física,
emocional e mental) e principalmente no aspecto psicossocial.

Fonte: Manual de Karate Shotokan (2012) Prof. Robinson Alves

9.2 - KATA

O kata ou forma no karatê é um conjunto de golpes realizados numa


seqüência previamente definida e que durante anos foi à única maneira de se
praticar Karatê.
Cada kata tem uma especificidade e se destina a desenvolver
determinadas habilidades.
Abaixo a relação de katas e suas características:

Nome, movimento, tempo de execução aproximado, características e


significado:

Heian Shodan
21 Kyodos
45seg
kata básico, desenvolvido para treinamento e aperfeiçoamento de técnicas
básicas. Paz (Hei) e tranquilidade(an)

Heian Nidan

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


53

26 Kyodos
45seg
kata básico, desenvolvido para treinamento e aperfeiçoamento de técnicas
básicas. Paz (Hei) e tranqüilidade(an)

Heian Sandan
20 Kyodos
45seg
kata básico, desenvolvido para treinamento e aperfeiçoamento de técnicas
básicas. Paz (Hei) e tranqüilidade(an)

Heian Yondan
27 Kyodos
45seg
kata básico, desenvolvido para treinamento e aperfeiçoamento de técnicas
básicas. Paz (Hei) e tranqüilidade(an)

Heian Godan
23 Kyodos
45seg
kata básico, desenvolvido para treinamento e aperfeiçoamento de técnicas
básicas. Paz (Hei) e tranqüilidade(an)

Tekki-Shodan
29 Kyodos
1min
Executado em linha reta e todo ele em Kiba-Dachi. Aplicação para lutas em
barcaças ou onde não se tenha espaço para recuar. " (tetsu = ferro , Ki =
cavaleiro ) "Cavaleiro de ferro"

Tekki-Nidan
24 Kyodos
1min
Um bloqueio para baixo e para o lado pode ser muito fortalecido colocando-se a
mão do outro braço contra o cotovelo do braço que bloqueia.Faça uma distinção
clara entre o bloqueio com agarro e o bloqueio com gancho. " (tetsu = ferro , Ki
= cavaleiro ) "Cavaleiro de ferro"

Tekki-Sandan
36 Kyodos
1min
Com este kata pode-se aprender os pontos chaves do bloqueio contínuo de nível

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


54

intermediário. Não importa quão rápido seja o desempenho, a posição deve ser
de força e firmeza, como nos outros katas Tekki’. " (tetsu = ferro , Ki =
cavaleiro ) "Cavaleiro de ferro"

Bassai-Dai
42 Kyodos
1min
Impetuosidade, espirito forte e força exuberante estão manifestados neste kata.
O karateka deve saber como transformar a desvantagem em vantagem.
Penetrar a fortaleza.

Kanku-Dai
65 Kyodos
1m e30s
O karateka tem que fazer uso dos seus próprios limites para conseguir vencer
mais de 8 adversários, é o maior kata e busca desenvolver a compreensão de
Kyo – falha mental e física e jutsu – alerta. (Kan=olhar,ku=nada,vazio, céu)/

Bassai-Sho
28 Kyodos
1min
Forma curta desenvolvido pelo Mestre Itosu a partir da forma básica Bassai,
possui técnicas contra golpes de bastão. Penetrar a fortaleza

Kanku-Sho
47 Kyodos
1min
Forma curta desenvolvido pelo Mestre Itosu a partir da forma básica Kanku-Daí
"mirando o sol, universo"

Jiin (*)
35min
1min
Provavelmente tem origem de Tomari-te. Pertence ao mesmo grupo do Jitte e
Jion. Não é um kata muito praticado e Funakoshi ensinou pouco a seus alunos,
mas exige alto nível de estudo. "Lugar de piedade" (ji = amor universal, gentil,
in = sombra)

Jion
46 Kyodos
1m e 15s
Kata onde se demonstra maturidade e equilíbrio espiritual na aplicação dos
movimentos, diferencia do Bassai e Kanku onde se demonstra grande força
física e espiritual. Budista (ji = amor, gentil; on = bondade)

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


55

Jitte
29 Kyodos
1min
Técnicas contra ataques de bastão. dez mãos"(ju – dez, te = mão)

Sochin
36 Kyodos
1m
(so=robusto, vigor, enérgico, chin=suprimir, ficar calmo),"criando raízes" "paz
inabalável"

Gojushiho-Dai
54 Kyodos
1m e 15s
Kata que exige movimentação harmoniosa utilizando a energia do solo em
neko-ashi, portanto exige muito equilíbrio e giro do corpo, domínio de keitô uke
(cabeça de galo) e contra ataque utilizando-se da energia do corpo em
deslocamento e de cima para
baixo. Considerado kata avançado, exige alto domínio de qualidade técnica. "54
movimentos" forma longa.

Gojushiho-Sho
54 Kyodos
1m e 15s
Transformação de gojushiho-dai, kata que representa defesa contra ataque de
bastão; transforma sua mão em uma espada, aplica-se defesa segura
conjugada com eficiente contra - ataque; kata cujo treino é recomendado para
aquele que domina as técnicas de karatê com maturidade. "54 movimentos"
forma curta.

Hanguetsu
41 Kyodos
1m Trabalha técnicas de respiração lenta e movimentos em meia lua. "meia-
lua" (han = metade , meio, guetsu = lua)

Gankaku
37 Kyodos
1min
Os movimentos deste kata lembra um grou apoiado sobre um pé em cima de
uma rocha, pronto para lançar-se sobre sua presa. O equilíbrio sobre uma perna
só, o chute lateral e o chute com o dorso do punho podem ser devidamente
desenvolvidos pela prática deste kata. "Garca sobre a rocha" (gan=rocha, kaku
= a garça sobre )

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


56

Empi
37 Kyodos
1min
Este kata tem posições altas e baixas, leves e facilmente executadas. É ótimo
para praticar a rápida inversão das posições do corpo. " O vôo das andorinhas "
(en = pássaro, pi = vôo)

Chinte
33 Kyodos
1min
Treina técnicas de mão que devem ser suficientes para livrar o karateka de
ataques de lutadores mais fortes que ele. "técnicas estranhas" , "mãos
estranhas" (chin = estranho, esquisito; te = mão)

Unsu
53 Kyodos
1min
Destinado a karatekas de alto nível, seu domínio indica que o karateka está
preparado para qualquer tipo de acontecimento. Nuvem e mãos (un = nuvem,
su = mão)

Wankan
17 Kyodos
45s
Menor número de movimentos "coroação do rei" (wan=rei, Kan=corvo)

Meikyo
32 Kyodos
1min
Defesa contra bastão e salto triangular, que é considerada técnica lendária
(sankaku-tobi). São extraídas todas as bases do kata heians, exigindo como
espelho limpo o estado de serenidade, transforma estado de desvantagem em
vantagem; para domínio desse kata exige-se alto domínio técnico. "espelho
limpo" ( mei = claro , kyo = espelho)

Niju-Shiho
34 Kyodos
1min
Treina alternância de força seguida de suavidade, velocidade seguida de
lentidão. "vinte e quatro movimentos"

Taikyoku é uma série de katas que foi criada pelo mestre Gichin Funakoshi, com o intuito de
facilitar o aprendizado dos katas e do Karatê em si. O embusen, isto é, o traçado em que se
desenvolve o exercício, é emprestado do kata heian shodan, o qual possui a movimentação mais
simples, assemelha-se à letra "I" romana.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


57

9.3 – KUMITE (Educativos)

No karatê existem diferentes formas de se treinar e prepara para um


“combate” – Kumite significa combate de mãos – e todas têm sua importância
no desenvolvimento do karateca. O aprendizado deste combate passa por
educativos que veremos a seguir:

a) Gohon Kumite
Exercícios a cinco passos tem por objetivo fortalecer o vigor dos
praticantes através de sequências de ataca e defesa. O gohon kumite deve ser
praticado a exaustão, procurando realizar cada movimento com a maior
precisão e fidelidade possível.

b) Sanbon Kumite
Combate a três passos, tendo por objetivo aumentar a agilidade de quem
ataca e de quem defende. Deve ser executado com a máxima intensidade e
velocidade de movimentos, pois só assim o controle necessário ao domínio das
técnicas utilizadas poderá ser alcançado. O corpo deverá trabalhar como uma
unidade que se desloca pela área de combate.

c) Ippon Kumite
Combate a um passo, tendo por objetivo criar no praticante a idéia de
vencer com um único golpe para isso é necessário o desenvolvimento de
habilidades acessórias, como observação, para análise das situações.
A noção de espaço e tempo (maai em japonês) torna-se fator
preponderante, bem como o conhecimento real do próprio corpo e de seus
limites físicos e mentais.

d) Jyu Ippon Kumite


Combate semi-livre a um único golpe, tendo por objetivo favorecer o
desenvolvimento de vivências corporais nas situações de luta real e assim
preparar o corpo e a mente para as mesmas.

7.4.5. JYU KUMITE


Combate livre, onde o praticante deve dispor de um bom repertório de
golpes, bem com ter táticas e estratégias que possam enfrentar um ou mais
oponentes em combate real. Esta forma de combate é a que mais se assemelha
ao kata, pois é para esta situação que nos preparamos arduamente.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


58

Capítulo 10 – Exames e Graduações

10.1- Introdução

A evolução técnica do karateca é percebida pelo kyu ou nível e cada um


é representado por uma cor de obi. O sistema de faixas (obi) adotado por
Funakoshi foi uma das muitas modificações feitas após encontro com Jigoro
Kano (criador do judô), como também adotou uma indumentária própria à
prática o dogi.

A mudança de kyu é realizada em um ritual chamado “exame de faixa” e


durante o qual o praticante demonstra sua perícia técnica a uma banca de
avaliadores, os quais deverão analisar não apenas o conhecimento técnico do
praticante, mas também sua conduta como karateca além de sua capacidade
intelectual. O grau de dificuldade dos exames é proporcional ao kyu.

Atualmente, para evitar injustiças, foi estabelecida uma nota mínima


(formada pela média das notas dos avaliadores, que em nosso dojo é 7, que o
praticante deve alcançar para fazer jus à nova faixa e com ela advêm novas
responsabilidades, pois a partir deste momento os erros anteriores,
considerados não graves, não poderão ser mais cometidos, além de uma
mudança de comportamento no sentido de servir como modelo para as futuras
gerações de karateca, incorporando os ideais do mestre Funakoshi.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


59

10.2- Segue abaixo a seqüência do exame de kyu que utilizamos:

Obs: São feitas duas avaliações com os alunos antes da aprovação para a
próxima graduação, que é composta por uma seletiva do exame (parte
técnica e teórica) e o exame de faixa (somente parte técnica), a média
mínima para aprovação em ambos é 7 (em uma escala até 10).

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


60

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


61

10.3- Veja abaixo o quadro de graduações Shotokan JKA:

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


62

Capitulo 11 – Competições

11.1 – Introdução

Sabemos que alguns mestres antigos são contra as competições, eles


afirman que em muitos lugares (Academias) o aspecto marcial da arte (Budô),
está sucumbindo diante da prática sistemática de treinos voltados para a
competição, mais sabemos também que se bem instruídos os alunos/atletas
saberão separar as coisas, competição e arte marcial caminharão juntos, mais
cada um dentro dos seus aspectos próprios.
Abaixo citaremos algumas competições peculiares no karatê-Do, sabendo
que na maioria das organizações as disputam acontecem no âmbito do kata e
kumite (individual e equipes):
Como arte competitiva, o Karatê deve usar as competições como meios
de treinamento adicional e para aumentar o desenvolvimento humano total,
pela melhoria da estabilidade emocional, disciplina mental e etiqueta
apropriada. Tomados em conjunto, estes objetivos formam o alicerce do
regulamento da competição do Karatê. O objetivo da competição é verificar o
nível técnico dos competidores. Para que isso possa ser feito, é necessária a
cooperação dos atletas, para que sejam respeitados tanto os princípios técnicos
como o espírito da arte do karatê.

11.2 - Formas de Competição (ITKF – JKA)

· KATA (JKA e ITKF) – exercícios pré determinados em sequências técnicas


estabelecidas. A disputa pode ser individual ou por equipe (formada por 3
atletas). No kata equipe após a sua execução, no sitema tradicional a equipe
deve demonstrar sua aplicação real contra dois adversários. Desta forma,
mostra-se a coligação entre kata (forma) e kumite(combate).

· KUMITE (JKA E ITKF) – luta por pontos onde um juiz central auxiliado por
quatro laterais atribuem ponto (ippon) ou meio ponto (wazari) para golpes que
sejam aplicados dentro das exigências técnicas previstas pelo
regulamento das organizações. As disputas podem ser individual ou por
equipe.

· FUKUGO (ITKF) – disputa em que o mesmo atleta disputa uma rodada kata
e na outra kumite. Para competir nesta categoria é necessária grande
habilidade, tanto no combate quanto na execução de kata. Além disso, a prova
de kata é constituída de Kata Kittei, no qual estão presentes elementos de
todos os estilos do Karatê Tradicional.

· EN-BU (ITKF) – defesa pessoal combinada demonstrada por duplas

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


63

(masculina, feminina ou mista). Os dois participantes devem demonstrar


habilidades técnicas extremamente eficientes tanto quanto demonstrar uma
realidade de combate.

11.3 –Terminologias de Arbitragem (JKA)

a) Árbitro Central

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


64

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


65

b) Árbitro Lateral

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


66

Assim como a prática do Karatê-DO, o estudo e a prática da arbitragem deve ser


aprofundados, buscando sempre como referências as clínicas de arbitragens, os manuais de
arbitragens e as atualizações anuais, bem como os credenciamentos e a efetiva atuação em
competições, todos esses requisitos irão qualificar positivamente os calouros á arbitragem.

Publicación KOUEKI SHADAN HOJIN NIPPON KARATE KYOKAI


JAPAN KARATE ASSOCIATION
Traducción español Osamu AOKI / Jeanin Sabah Mazzetta
10 Septiembre 2012

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


67

Capitulo 12 - MESTRES (ITKF –JKA)

12.1 - Mestres Nacionais

Mestre Yasuyuki Sasaki

Sensei Sasaki nasceu em 8 de março de 1946 na cidade de Hokkaido (Japão)


chegando no Brasil em 1959. Treina karatê há mais de 40 anos e teve como principais
mestres: Hagashino, Sagara, Y. Tanaka, Nakayama, Nishyiama, entre outros.
Atualmente é o presidente executivo da JKA Brasil e Diretor Técnico da FPKT.
Através do treino de ki-hon, kata e kumite, Sensei Sasaki busca uma grande paz.
Segundo ele, o karatê é um grande instrumento para a formação integral do homem.
Mestre Yoshizo Machida

Nascido em 29 de janeiro de 1946 na cidade de Ibaragui (Japão) chegou ao


Brasil em 1968. Iniciou seus treinamentos em 1961 tendo treinado com os mestres
Togushi, Nakayama, Nishiyama, Masahiko Tanaka e Takahashi Yoshimasa. Aos 19
anos foi campeão de Kumite no Torneio da Ilha de Okinawa. Sensei Machida treina
karatê porque gosta e diz que se deve treinar para vencer a si próprio (Força do
Espírito). Atualmente é o presidente de honra da JKA Brasil. Reside no Estado do
Pará há mais de 25 anos onde ministra aulas na Academia APAN.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


68

Mestre Hiroyasu Inoki


(In Memorian)

Nascido em 18 de setembro de 1940 na cidade de Yokohama, Sensei Inoki


chegou ao Brasil em 1956. Iniciou seus treinamentos ainda no Japão em 1952 tendo
treinado com os mestres Sakagami, Nakayama, Nishiyama e Asai. Hoje, Sensei Inoki
atua como árbitro internacional da ITKF e faz parte da Comissão Técnica da CBKT. Um
de seus objetivos no karatê é treinar para fortalecer o corpo e o espírito. Segundo
ele, somente com o treino regular e constante no Dojô é que se começa a entender o
que é o verdadeiro karatê.
Sensei Inoki Faleceu no ano de 2017, deixando todo seu legado á todos nós.
Mestre Yasutaka Tanaka

Nascido em Tóquio no dia 8 de outubro de 1936, sensei Tanaka viveu no


Japão até os 6 anos de idade, indo depois com a família para a China. Voltou ao Japão
após o fim da 2ª Guerra Mundial. Morou mais alguns anos no Japão onde fez
faculdade. Foi na faculdade de Takudae que conheceu o karatê, diretamente com o
sensei Nakayama. Hoje, Tanaka está no topo da hierarquia do Karatê-do Tradicional
no Brasil, e é um dos mais importantes mestres do Karatê-do Tradicional de todo o
mundo.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


69

Tem como objetivo que o karatê seja treinado para ajudar na boa formação
educacional dos praticantes.
Atualmente o Sensei Tanaka ministra aulas no Dojo KOBU-KAN (Av. Ruy
Barbosa, 170 - Flamengo - RJ )

Mestre Luiz Tasuke Watanabe

Nascido em 28 de julho de 1947. Veio de Hokaido (Japão) chegando ao Brasil


no final da década de 50. No Japão treinava com o sensei Nakaiama. Foi campeão
mundial em 1972 e atualmente, é membro da Comissão Técnica da ITKF e
Coordenador Internacional de Arbitragem.
Seu trabalho como treinador da Seleção Brasileira de Karatê-do Tradicional
merece destaque pelos ótimos resultados obtidos. Sensei Watanabe é uma figura
ímpar, sua forma de pensar é bastante instintiva e suas referências e analogias estão
sempre voltadas ao comportamento dos animais e aos fenômenos da natureza.

12.2 – Mestres Internacionais

Mestre Massatoshi Nakayama

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


70

Nascido em Kanazawa/Japão em 1913 e começou seu treinamento no Karate


com o mestre Funakoshi em 1931, aos 24 anos. Em 1955, ele foi indicado como
Instrutor-Chefe da Japan Karate Association (JKA), devido ao seu grande talento como
lutador e como mestre. Como professor e diretor de Educação Física na Universidade
de Takushoku (também conhecida como Takudai), Nakayama foi o pioneiro no
desenvolvimento do Karate Shotokan por meios científicos.

Mestre Hidetaka Nishiyama

Sensei Hidetaka Nishiyama


(1928 - 2008)

Nascido em Tóquio no ano de 1928, desde muito cedo entrou em contato com
as artes marciais. De fato, com apenas 5 anos começa a aprender kendo. Em 1944,
conhece o grande mestre Gichin Funkoshi e torna-se seu discípulo. Teve grande
dedicação à busca de perfeição dentro do Karatê Tradicional.
Sensei Nishiyama foi um renomado mestre Karatê no mundo, conhecido por
sua inabalável dedicação à preservação e proteção da Arte Marcial do Karatê
Tradicional. Dedicou sua vida aos princípios do Budo na qual é baseada sua amada
Arte Marcial: o Karatê Tradicional. Como Instrutor e membro da NKK/JKA (Japão) e

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


71

Presidente-Fundador da ITKF, a sua influência sobre a prática moderna do Karatê


Tradicional é inigualável.
Nascido em Tóquio, no Japão, em 10 de outubro de 1928, Sensei Nishiyama
tinha um longo histórico de treinamento das artes marciais desde a tenra idade. Com
5 nos de idade, ele começou seus treinamentos em Kendo sob a instrução de seu pai,
um consumado mestre de Kendo. Aos 10 anos, começou seu treinamento em judô e
em 1943 ingressou no Dojo de Karatê Shotokan onde tornou-se Shodan em 1946,
junto ao mestre Gichin Funakoshi.
Independentemente de onde viajou Sensei Nishiyama, ele deixou a sua marca como
um líder. Ele foi nomeado capitão da equipe de Karatê da Universidade e foi co-
fundador do All Japan Collegiate Karate Federation. Graduou-se em Ciências
Econômicas na Universidade Takushoku em 1951 ele foi co-fundador da NKK/JKA e foi
eleito para o seu Conselho Diretor.
Em Novembro de 2000, o Imperador do Japão concedeu-lhe o galardão da
ORDEM DO TESOURO SAGRADO DO JAPÃO, numa cerimônia celebrada nos Jardins do
Palácio Imperial (Tóquio), em reconhecimento dos seus contributos durante meio
século no desenvolvimento dos aspectos físicos, mentais e espirituais do Karatê
Tradicional, assim como da cultura japonesa.

Mestre Hiroshi
Shirai

Mestre Taiji
Kase

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


72

Mestre Masahiko
Tanaka

Mestre Takeshi
Oishi

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


73

Mestre Masao Kawasoe

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


74

Capitulo 14 – Leituras Indicadas

Título: KARATÊ DINÂMICO


Autor: Nakayama, M.
Editora: Cultrix

Título: O MELHOR DO KARATÊ 1 –


Visão Abrangente - Práticas
Autor: Nakayama, M.
Editora: Cultrix

Titulo: O MELHOR DO KARATÊ 2 - fundamentos


Autor: Nakayama, M.
Editora: Cultrix

Título: O MELHOR DO KARATÊ 3 - Kumite 1


Autor: Nakayama, M.
Editora: Cultrix

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


75

Título: O MELHOR DO KARATÊ 4 - Kumite 2


Autor: Nakayama, M.
Editora: Cultrix

Título:O MELHOR DO KARATÊ 5 - Heian e Tekki


Autor: Nakayama, M.
Editora: Cultrix

Título:O MELHOR DO KARATÊ 6 - Bassai, Kanku


Autor: Nakayama, M.
Editora: Cultrix

Título: O MELHOR DO KARATE 8 - Gankaku, Jion


Autor: Nakayama, M.
Editora:

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


76

Título: O MELHOR DO KARATE 9 - Bassai Sho, Kanku Sho, Chinte


Autor: Nakayama, M.
Editora:Cultrix

Título: O MELHOR DO KARATE 10 - Unsu, Sochin, Nijushiho


Autor: Nakayama, M.
Editora: Cultrix

Título: O Melhor do Karate 11 – Gojushiho Dai, Gojushiho Sho,


Meikyo
Autor: Nakayama, M.
Editora: Cultrix

Título: Karate-do - O Meu Modo de Vida


Autor: Funakoshi, Gichin
Editora: Cultrix

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


77

Título: Um Caminho de Paz - Um Guia das Tradições das Artes


Marciais para os Jovens
Autor: Standefer, Roxanne; Ledwab, ClaudioEditora: Cultrix

Título: BUSHIDO - O Código do Samurai


Autor: Yuzan, Daidoji
Editora: Madras

Título: A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen


Autor: Herrigel, Eugen
Editora: Pensamento

Título: MUSASHI - Volume I


Autor: Yoshikawa, Eiji
Editora: Estação Liberdade

Título: MUSASHI - Volume II


Autor: Yoshikawa, Eiji
Editora: Estacao Liberdade

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


78

Título: Sábios Guerreiros


Autor: Yang, Shang; Musashi, Miyamoto; Tzu, Sun
Editora: Claridade

Título: A Arte da Guerra


Autor: Tzu, Sun
Editora: L&pm

Título: O
Caminho do Guerreiro - Volume I
Autor: Sugai, Vera Lucia
Editora: Gente

Título: O Caminho do Guerreiro - Volume II


Autor: Sugai, Vera Lucia
Editora: Gente

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


79

Título: A Arte Japonesa de Criar Estratégias


Autor: Cleary, Thomas
Editora: Cultrix

Título: A Sabedoria do Guerreiro


Autor: Cleary, Thomas
Editora: Record

Título: O Zen nas Artes Marciais


Autor: Hyams, Joe
Editora: Pensamento

Título: KARATÊ-DO TRADICIONAL – Regras de Competição ITKF


Autor: Nishiyama, Hidetaka
Editora: Print Express

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


80

Título: KARATÊ-DO TRADICIONAL – Terminologia e Sinais


de Kumite
Supervisão: Souza, José Humberto de
Revisão: Watanabe, Luiz Tasuke

Título: VIAGEM AO JAPÃO


Autor: Cordeiro, Renata
Editora: Landy

Título: Hagakure - O Livro do Samurai


Autor: Yamamoto, Tsunetomo
Editora: Conra

Título: Os Samurais
Autor: Kristeva, Julia
Editora: Rocco

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


81

Título: O LIVRO DO CHÁ


Autor: Okakura, Kakuzo
Editora: Ediouro

Título: OKINAWA: UMA PONTE PARA O MUNDO


Autor: Yamashiro, José
Editora: Cultura Editores

Título: A ARTE DA MEDITAÇÃO


(inclui CERUMEM CD)
Autor: Goleman, Daniel
Editora: Sextante

Título: O MONGE E O EXECUTIVO –


Uma História sobre a Essência da Liderança
Autor: Hunter, James C.
Editora: Sextante

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


82

Título: SEGREDOS DO BUDÔ –


Ensinamentos dos Mestres das Artes Marciais
Autor: Stevens, John
Editora: Cultrix

Título: A PRÁTICA DO ZEN E O CONHECIMENTO DE SI MESMO


Autor: Low, Albert
Editora: Cultrix

Título: BUSHIDO - ALMA DO SAMURAI


Autor: Nitobe, Inazo
Editora: Tahyu

Título: THE ART OF EMPTY HAND FIGHTING (em inglês)


Autor: Nishiyama, Hidetaka
Editora: Tuttle Publishing

Título: Samurai - O Lendário Mundo dos Guerreiros


Autor: Turnbull, Stephen Editora: M. Books

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


83

Título: O Código Samurai - Princípios da Administração Japonesa


Autor: Lafayette, Boyé
Editora: Gestão Competitiva

Título: A Dobradura do Samurai

Brenman, Ilan

7Editora: Companhia das Letrinhas

Título: Os Vinte Princípios Fundamentais do Karatê - O Legado


Espiritual do Mestre
Autor: Funakoshi, Gichin
Editora: Cultrix

Título: Alma do Guerreiro –


Psicologia , Artes Marciais e Espiritualidade
Autor: Borges, Lívia
Editora: Thesaurus

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


84

Título:O Samurai - A Vida de Miyamoto Musashi


Autor:Pinheiro, Mauro
Editora:Estacao Liberdade

Título: História dos Samurais - 3ª Ed. 1993


Autor: Yamashiro, Jose
Editora: Ibrasa

Título: O Cavaleiro e o Samurai - Col. Angus Saga


Autor: Paes Filho, Orlando
Editora: Prestigio

Título: Histórias do Japão


Autor: Arrabal, José
Editora: Peiropolis

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


85

Título: O Livro dos Cinco Anéis - Gorin no Sho


Autor: Musashi, Miyamoto
Editora: Conrad

Título: KARATE-DO -História Geral e do Brasil


Autor: Bartolo,Paulo

Bibliografia

✓ Artigo Original: Karatê-Do como própria vida ( Victor Lage e Luiz Gonçalves Junior -
NEFEF/DEFMH e PPGE/ SPQMH da UFSCar São Carlos SP Brasil)
✓ Kodansha Encyclopedia of Japan, Kodansha.
NISHIYAMA, Hidetaka, Karate: The Art of "Empty-Hand" Fighting, Tuttle Martial Arts.
✓ Revista Combat Sport, março de 1994
✓ Site oficial: www.nkkbrasil.com
✓ N. Artan e B. Lowe, The Young Lions of Mas Oyama’s Kyokushin Karate Headquarters,
Honolulu HI Bobby Lowe, 1985.

✓ Schlatt, The Shôtôkan-Karate Dictionary, Schlatt Books, 2001.


✓ Fontes: www.fpktradicional.com.br (Conforme decidido na última reunião geral de 16
de dezembro de 2006, a FPKT passa a adotar o sistema de graduação de Kyu
conforme o sistema da JKA – Brasil).
✓ Site oficial: WWW.jka.org.jp (histórico JKA)Nakayama, M. – “O Melhor do Karate”
– Visão Abrangente”, Vol. 1, Editora Cultrix, São Paulo – SP, 1999.

✓ www.google.com.br/imagens/karatê

✓ HENSHIN KARATE DOJO - CEFET-RN PROF. HENRIQUE (Apostila de karatê)

✓ Manual de Karate Shotokan (2012) Prof. Robinson Alves –Bauru-SP


✓ KARATÊ DINÂMICO, Nakayama, M. Editora: Cultrix
✓ Hirokazu Kanazawa,Guia Prático do Karatê, Editora Escala - 2010.

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa


86

Título: KARATÊ DO - GUIA DE ESTUDO INTERNO (VOL 2)

Capa Designer: Neide Cristina - 1º Dan JKA

Preparação de Texto: Prof. Rodrigo Arita - 4°Dan JKA

Preparação de Imagens e Figuras: Designer Neide Cristina

Revisão Literária: Prof. Rodrigo Arita

Edição: 1ª Edição - Mar 2010


2ª Edição - Jun 2017

Rodrigo Arita
Faixa Preta -4rd Dan JKA
Instrutor e Examinador Internacional JKA
Graduado Em Educação Física
Pós-Grad. em Tr. Desportivo / Prep. Física / Fisiologia
Resp. Técnico: Arita Dojo (Barueri & Guarujá)

✓ Profº Karate CEPE-USP


✓ Diretor JKA-SP /JKA do Brasil
✓ Instrutor Internacional B
✓ Árbitro Internacional B
✓ Examinador Internacional C
✓ Atleta da Seleção Brasileira JKA
✓ Ranking Nacional JKA (2017 a 2024)
✓ Octacampeão Paulista JKA
✓ Octacampeão Brasileiro JKA
✓ Campeão Sul-Americano JKA
✓ Campeão Brasileiro Sul-Sudeste CBKT
✓ Best Eight Mundial JKA 2017 -Irlanda
✓ 10° Colocado Mundial JKA 2014 –Tóquio-JP

Guia de Estudo Interno – Proibida a reprodução externa

Você também pode gostar