Apostila Karate Básico
Apostila Karate Básico
Apostila Karate Básico
Sumrio
Captulo 1 Histrico do Karate .................................................01
1.1. Introduo ..................................................................01
1.2. As Origens .................................................................02
1.3. O Okinawa Te ............................................................03
1.4. O Karate Moderno ......................................................05
1.5. Principais Estilos ........................................................06
Captulo 2 O Dojo e a Conduta do Karateca .............................07
2.1. Introduo ..................................................................07
2.2. O Dojo ........................................................................08
2.2.1. A Limpeza do Dojo ......................................08
2.2.2. Os Principais Elementos ...............................09
2.2.3. O Cumprimento ............................................09
2.3. Conduta Durante as Aulas ..........................................10
2.4. Os Personagens do Dojo ............................................11
2.4.1. Sensei ............................................................11
2.4.2. Senpai ...........................................................11
2.4.3. Kohai ............................................................11
2.5. O Dogi ........................................................................11
2.6. O Obi ..........................................................................12
2.7. Bases Filosficas ........................................................12
2.7.1. O Dojo Kun ..................................................12
ii
19
5.2.5. Tonfa..............................................................23
5.2.6. Sai .................................................................24
5.3. Armas Naturais ...........................................................24
5.3.1. Shuto .............................................................25
5.3.2. Seiryuto. .......................................................25
5.3.3. Haishu ...........................................................26
5.3.4. Nukite ...........................................................26
5.3.5. Seiken ...........................................................26
5.3.6. Uraken ..........................................................27
5.3.7. Tetsui ............................................................27
5.3.8. Koshi ............................................................27
5.3.9. Kakato. .........................................................28
5.3.10...........................................................Haisoku
.....................................................................28
5.3.11.............................................................Sokuto
.....................................................................28
Captulo 6 Tcnicas do Karate ..................................................29
6.1. Introduo ..................................................................29
6.2. Bases ..........................................................................30
6.3. Uke Waza ...................................................................31
6.4. Atemi Waza ................................................................32
6.5. Geri Waza ..................................................................33
Captulo 7 Treinamento.............................................................34
7.1. Introduo ..................................................................34
7.2. Kihon ..........................................................................34
7.3. Kata ............................................................................35
7.3.1. Kata e Significado ........................................35
7.4. Kumite ........................................................................36
7.4.1. Gohon Kumite ..............................................36
7.4.2. Sanbon Kumite .............................................36
7.4.3. Ippon Kumite ................................................36
7.4.4. Jiyu Ippon Kumite ........................................36
7.4.5. Jiyu Kumite ..................................................36
7.5. Termos Tcnicos ........................................................37
Captulo 8 Exames e Graduaes .............................................38
8.1. Introduo ..................................................................38
8.2. Graduaes .................................................................38
8.3. Exames .......................................................................39
8.3.1. Branca para Amarela ....................................39
8.3.2. Amarela para Vermelha ................................40
8.3.3. Vermelha para Laranja ..................................41
8.3.4. Laranja para Verde ........................................42
PROJETO PENIEL
KARATE
HISTRICO DO
INTRODUO
A maioria das pessoas imagina que as lutas marciais tm por objetivo princi-
pal a defesa pessoal, fisicamente falando. verdade que normalmente o indivduo praticante uma pessoa bastante forte, de personalidade, e com energia e tcnicas de defesa
pessoal, fisicamente falando, bastante aprimoradas e cientificamente estudadas e testadas,
em inmeros combates antigos e em competies modernas. Porm estas qualidades so
apenas uma das conseqncias dos treinamentos marciais, elas so atribuies vindas por
acrscimo dentro de uma meta muito mais profunda, importante e superior.
As lutas marciais, na verdade, tm como seu verdadeiro objetivo, ser um caminho alternativo para as nossas buscas de solues aos problemas que a vida nos apresenta, tentando ser uma soluo para nossas dificuldades. Assim, este caminho o DO
aberto inicialmente pelos hindus e chineses e posteriormente pelos japoneses tem vrias
correntes:
Y
AIKIDO;
JUDO;
KARATE DO;
KENDO;
IKEBANA;
KYUDO;
CERIMNIA DO CH;
COGIC
SENSEI-GUSTAVO SANTOS
1.2.
AS ORIGENS
As artes marciais atuais tm suas razes mais remotas por volta do de 5000
anos a.C., quando na ndia surgiu uma luta cujo nome em snscrito era Vajramushti,
cuja traduo literal significa punho real ou punho direto. Era uma arte guerreira da casta
Kshatriya (portanto, praticada por nobres apenas) foi uma arte marcial que se desenvolveu simultaneamente com prticas de meditao e estudo dos antigos clssicos hindus
(por ex: os Veda, Gita, os Purana). Esta arte marcial foi incorporada ao budismo, pois seu
criador era um prncipe e, portanto, um conhecedor da mesma (Sidarta Guatama o Buda
histrico).
Quase mil anos aps a morte de Buda, Bodhidarma, que era filho do rei Suo
1.3. O OKINAWA TE
A histria conta que o rei Hasshi, para evitar as revoltas, proibiu o uso de ar1
mas aos habitantes de Ryu Kyu . Tal proibio no impediu que o povo da pequena ilha
de Okinawa improvisasse armas de artefatos agrcolas:
Y NUNCHAKU;
Y TONFA;
Y JO;
Y BO.
Mais tarde Shimazu conquistou a ilha e proibiu mais uma vez o uso de as armas novamente.
Dado que Ryu Kyu pertencia China, sob a dinastia Ming, havia uma crescente imigrao da corte imperial e sem se aperceberem, eles introduziram as tcnicas de
lutas chineses na ilha. Com a nova proibio, os treinos se tornaram secretos e os alunos
passaram a ser escolhido com muito cuidado, treinando-se firmemente fazendo com que
as mos e os ps se tornassem armas eficazes contra espadas, facas e armaduras. O nome
genrico dado s formas de luta na ilha foi TE, que significa mo.
Havia trs principais ncleos de Te em Okinawa, estes eram nas cidades de
Shuri, Naha e Tomari. Conseqentemente os trs estilos bsicos tornaram-se conhecidos
como: Shurite; Nahate e Tomarite. E todos eram conhecidos como Okinawa Te.
O Shurite veio a ser ensinado por Sakugawa, que ensinou a Matsumura Sokon que por sua vez transmitiu esses ensinamentos a Itosu Anko. O Shurite foi o precursor dos estilos japoneses que eventualmente vieram a se chamar:
Y SHOTOKAN;
Y SHITO RYU;
Y ISSHIN RYU.
O Nahate tornou-se popular devido aos esforos de Higaonna Kanryo, tendo
este aprendido a arte com Arakaki Seisho e o seu aluno mais ilustre foi Miyagi Chojun,
que tambm estudou na China e mais tarde desenvolveu um estilo conhecido atualmente
como Goju Ryu.
O Tomarite foi desenvolvido juntamente por Matsumora Kosaku e Oyadomari Kosaku, sendo que os dois professores mais famosos desta poca Motobu Chokki e
Kyan Chotoku foram discpulos dos dois anteriores respectivamente. At ento o Tomarite era largamente ensinado e influenciou tanto Shurite como Nahate.
Azato Yasutsume orientou os primeiros passos de Funakoshi Gichin e posteriormente o companheiro e amigo Itosu foi quem ficou responsvel pelo aprendizado do
jovem Funakoshi. Com Azato a filosofia de treinamento era chamada Hito Kata San
Nen (um kata em trs anos).
No comeo do sculo XX (aproximadamente 1900) o Karate foi reconhecido
como um mtodo eficiente de condicionamento fsico e educao sendo ento ensinado
nas escolas pblicas da pequena ilha e o responsvel por esta introduo foi o Mestre Itosu. O ensino do Karate tornou-se oficial a partir de 1902 quando da visita do inspetor da
prefeitura de Kagoshima escola onde Funakoshi ensinava e este organizou uma demonstrao para o ilustre visitante.
No final do ano 1921 o Prncipe Hirohito convidou Funakoshi para fazer uma
demonstrao de Karate em Tquio, a exibio de Kata (Kanku Dai, o preferido de Funakoshi) foi um sucesso total. Aps esta demonstrao, Funakoshi foi assediado para permanecer em Tquio e ensinar sua arte que tanto maravilhou os japoneses.
1.4.
O KARATE MODERNO
Em 1922 sob a influncia do pintor Kosugi Hoan, Funakoshi publica o seu
primeiro livro intitulado Ryukyu Kenpo Karate, onde enfatiza os propsitos e a prtica
do Karate. Na introduo deste livro ele escreveu:
A pena e a espada so inseparveis como duas rodas de uma carroa.
Este livro teve grande repercusso e quatro anos depois foi reeditado com o ttulo de
Renten Goshin Karate Jitsu.
Em 1936, Funakoshi muda os caracteres kanji utilizados para escrever a palavra Karate. O caracter KARA, que significava China trocado por um outro que tinha o
mesmo som; o caracter utilizado foi um do Zen Budismo que significava vazio, passando
o Karate a ser conhecido no mais como Mos Chinesas, mas como Mos Vazias.
Funakoshi defendia o fato de que Mos Vazias era mais apropriado, pois representava
no s o fato de o Karate ser um mtodo de defesa sem armas, mas tambm representava
o prprio esprito do Karate, que esvaziar o corpo de todos os desejos e vaidades terrenas, como escrito por ele mesmo:
Como sobre a face polida de um espelho, se reflete
tudo que est diante dele e como um vale calmo
transmite os sons mais doces, assim o estudante de
karate, deve ter seu esprito livre de egosmo e das
coisas materiais, num esforo por reagir a tudo que
pode parecer adverso a ele.
Ainda sob a luz das mudanas, Funakoshi troca o nome dos Kata, com significado chins, para nomes mais adequados ao momento histrico que passa o Japo
(guerra sino-japons). O Karate at este momento era praticado apenas atravs dos Kata e
por volta de 1933 foram introduzidas s tcnicas bsicas de treinamento com a ajuda de
um colega, surgindo assim:
Y
GOHON KUMITE;
IPPON KUMITE;
JYU KUMITE.
YOKO GERI;
MAWASHI GERI;
FUMIKOMI;
PRINCIPAIS ESTILOS
Dentre todos os estilos de karate, os mais praticados na atualidade so:
Y SHOTOKAN Funakoshi (Tquio, 1922);
Y SHITO RYU Mabuni (Osaka, 1930);
Y GOJU RYU Miyagi (Kyoto, 1936);
Y WADO RYU Otsuka (Tquio, 1932).
O DOJO E A
INTRODUO
Os rituais em todos os Dojo propem aos praticantes uma srie de atitudes e
gestos que facilitam as relaes entre eles deixando claro o desejo comum de obedecer a
uma ordem vlida para toda a comunidade e para cada um. A inteno do praticante
sempre a de estimular o progresso na arte de todas as pessoas sem perder o desenvolvimento individual.
A prtica de karate est repleta de exerccios marciais, combativos, porm
com um total esprito de conciliao, buscando a vitria pela harmonia, pela paz, procurando esquecer as atitudes egostas e pensando sempre no grupo e como sendo parte dele.
O karateca treina com seu companheiro com todo respeito e considerao, pois o considera como parte de si mesmo e sem o qual no h treinamento.
Da ser fundamental tratar o companheiro com cortesia e agradecimento por
ele d a possibilidade de voc treinar e de aprender com ele. Ao professor, se deve o respeito e o agradecimento pela transmisso dos conhecimentos e pela dedicao e esforo
em ensinar segredos que foram por muitos sculos restritos a uma minoria privilegiada.
Respeitar e se fazer respeitar uma das regras mais importantes durante os treinamentos.
Conciliar e nunca confrontar o princpio bsico. Esquecer-se da palavra eu e substitu-la pela palavra ns a essncia do ensinamento. Outro ponto fundamental que no
se treina karate, mas sim, para a vida.
Portanto, fica claro ao praticante e ao grupo que o fundamental no vencer,
no derrubar, no ser o mais forte, mas descobrir o potencial individual, o centro das
aes e se, ele no for o centro, colocar-se em uma de suas rbitas, de acordo com suas
reais condies.
2.2.
O DOJO
O lugar onde se pratica Artes Marciais denominado Dojo, esta palavra foi
emprestada do Zen Budismo, significando Lugar de Iluminao (onde os monges praticavam a meditao, a concentrao, a respirao, os exerccios fsicos e outros mais). A
palavra dojo significa literalmente:
Y DO1 Caminho, estrada ou trilha (sentido espiritual);
Y JO Lugar (espao fsico).
Algumas pessoas referem-se academia de karate como um dojo, porm as
duas coisas so diferentes. A palavra dojo somente se refere ao espao fsico onde ocorre
o treino de karate (leia-se arte marcial japonesa), enquanto academia se refere ao local
onde se pratica karate. Portanto, o dojo o lugar onde se pratica o caminho.
Alguns podem perguntar sobre qual o caminho que se pratica em um dojo, a
resposta vem, mais uma vez, do Budismo (mais precisamente do Zen); O homem deve
despertar em meio s questes de todos os dias, vivendo intensamente no presente e concedendo ateno integral s coisas do cotidiano, para, desta maneira, retornar naturalidade de sua natureza, conforme ditado Zen:
Antes de estudar Zen, as montanhas so montanhas e os
rios so rios. Enquanto estuda Zen, as montanhas deixam
de ser montanhas, os rios deixam de ser rios. Uma vez alcanada a iluminao, as montanhas voltam a ser montanhas e os rios voltam a ser rios.
Isto quer dizer que um pintor alcana a felicidade pintando, um mdico realizando cirurgias e um karateca praticando karate.
2.2.1.
A LIMPEZA DO DOJO
O dojo limpo atravs do uso de panos midos empurrados sobre o piso pe-
los estudantes, fazendo com que a sujeira seja removida e no esfregada. Isto importante, pois limpar o cho um exemplo de humildade (no um castigo) que faz bem para o
desenvolvimento do indivduo.
1 JO Mesmo tendo a mesma pronncia de basto (jo), seu ideograma japons diferente.
A limpeza deve ser executada antes do treinamento e ser precedida por uma
boa varrida do piso. Os estudantes limpam o cho, enquanto o professor e alguns alunos
geralmente no participam da limpeza.
2.2.2.
OS PRINCIPAIS ELEMENTOS
O dojo tem em cada um de seus cantos um significado diferente:
O CUMPRIMENTO
Uma demonstrao tradicional de cortesia o cumprimento, isto tanto verdade que ele realizado no incio e no final da aula de frente para o Shomen (forma de
agradecimento queles que desenvolveram a arte). Ao cumprimentar, voc dever olhar
para baixo e no na face do seu oponente olhar na face de algum durante um cumprimento sinal de falta de confiana. O cumprimento pode ser feito de duas maneiras distintas:
Y RITSU REI cumprimento em p;
Y ZAREI cumprimento sentado (SEIZA).
paralelas deixam de existir e toda a ateno voltada para o professor e os seus ensinamentos devem ser executados com a mxima concentrao possvel para poder alcanarse a perfeio dos movimentos.
Quem ensina durante a aula o professor. Um praticante, que no seja designado pelo professor, no pode instruir ou corrigir ningum; considerado falta de respeito para com o professor corrigir algum, se ele no for seu parceiro de treinamento. As
perguntas devem ser dirigidas sempre ao professor ou ao aluno mais graduado que conduz o treino, que na ausncia do professor, deve receber as mesmas consideraes.
Jamais, na ausncia do professor, um karateca deve contestar o aluno mais
graduado que comanda o treino. Caso ache que a tcnica est errada, deve recorrer posteriormente ao professor e deixar que ele corrija o aluno mais graduado.
dever do estudante mostrar uma tica apropriada no dojo e ter respeito pelo
seu professor, isto feito, geralmente:
Y No argumentando com o professor durante a aula;
Y Quando ele corrige sua tcnica;
Y Quando assinala algum defeito no seu desempenho.
2.4.
2.4.1.
OS PERSONAGENS DO DOJO
SENSEI
A palavra Sensei (SEN - antes e
SEI
re-se somente ao instrutor e nunca pelo instrutor, ou seja, o professor deve ser chamado
de sensei, mas jamais dever se referir a ele por sensei. A palavra tem conotao de respeito e denota todo o respeito que o aluno tem pelo professor.
2.4.2.
SENPAI
O Senpai ser o aluno mais graduado de faixa preta (YUDANSHA) e que com o
KOHAI
O aluno menos graduado de uma aula considerado o Kohai e geralmente o
O DOGI
Para se treinar karate, bem como a maioria das artes marciais, necessrio
usar um uniforme especial denominado Dogi (criado por Jigoro Kano para os utilizarem
3
GI
quer dizer vestimenta, portanto, dogi significa a vestimenta para a prtica do caminho.
Ele deve est sempre limpo e, preferencialmente, sem nenhum detalhe especial que o diferencie dos demais, exceto pelo distintivo da academia. O dogi usado para praticar karate o karate-gi.
2.6.
O OBI
O Obi um cinturo ou faixa que serve para manter o dogi fechado, embora o
seu significado seja bem maior que um mero cinto. Como o karate gi, o obi tem um significado simblico. Esse aspecto simblico so as cores. Tradicionalmente, quando algum
comea a praticar karate, recebe a faixa branca. Aps anos de treinamento, a faixa tende a
escurecer assumindo uma colorao marrom. Se continuar praticando, ela vai se tornando
preta. A faixa preta significa que a pessoa esteve treinando karate por muitos anos.
Quando o karateca realmente se dedica ao karate, sua faixa, aps a preta, comea a ficar branca novamente, depois de muitos anos. Assim se completa o ciclo (conforme ditado Zen, citado anteriormente). A seguir o significado das cores do Obi:
Y BRANCO a cor da inocncia. Indica quem tem a mente e o esprito vazios,
algum que leigo nos aspectos espirituais do karate. Tambm indica
que esse praticante ainda no conhece bem as tcnicas do karate;
Y MARROM a cor da terra, a cor da solidificao. A faixa marrom indica
que o praticante j se tornou competente, que sua mente frtil e que
seu esprito est firme.
Y PRETO a fuso de todas as cores. Ela indica quem passou por todos os desafios e dificuldades necessrias para superar os obstculos encontrados nos primeiros anos de karate. Preto a cor da noite. Ela mostra
que o primeiro dia que comeou com a faixa branca, acabou e que
agora realmente comea a jornada de um karateca em busca do seu aprendizado interior.
2.7.
2.7.1.
BASES FILOSFICAS
O DOJO KUN
O Dojo Kun a tica do dojo. So cinco lemas (kun) que tm sido passados
desde os tempos mais remotos at o presente e so atribudos ao mestre Sakugawa (sculo XVIII). O propsito do dojo kun dar justificao tica para os praticantes de karate e
guiar as crianas para a prtica correta do karate.
2.7.2.
O NIJU KUN
O Niju Kun a sntese do pensamento de Funakoshi sobre como deve ser o
esprito do praticante de karate. So vinte preceitos cujo propsito dar subsdios cerca
da prtica cotidiana do karate, servindo tambm como um guia para o autoconhecimento.
Y
Captulo 3 A Respirao
Aprender descobrir aquilo que voc
j sabe. Fazer demonstrar que voc o
sabe.
RICHARD BACH
3.1.
INTRODUO
Diz a literatura esotrica que, o universo tem um ritmo prprio, forjado em
ciclos de opostos, yin yang, sol lua, homem mulher, dia noite, inverno vero,
tique taque (do corao), inspirao expirao. Os ensinamentos tambm se referem a
um tempo mais lento, para alcanar equilbrio interior.
Na prtica no oculta, no esotrica, podemos confirmar que um atleta bem
preparado fisicamente tem sua pulsao cardaca bem abaixo da populao normal. Enquanto se aceita que uma pessoa que no pratique exerccios regularmente tenha 80 batimentos cardacos por minuto (em repouso), um atleta em repouso, s vezes, no precisa
ter mais do que 60 para sentir-se bem, satisfazendo-se at com menos. O mesmo aparece
em relao s necessidades de respirao. O nmero de incurses (inspirao expirao) que um atleta necessita, bem menor do que o de um executivo, por exemplo.
Quanto melhor preparado estiver, menos precisar aumentar seu ritmo respiratrio, alm
do que, dispor de uma reserva para quando uma ao ou adversrio exigir.
O controle respiratrio no importante apenas para a prtica de esportes. Ele
pode fazer parte de todo um conjunto de atitudes que denotem uma maior harmonia pessoal. Percebam que, quando estamos irados, totalmente descontrolados, temos uma acelerao, tanto da ventilao quanto do ritmo cardaco, respiramos mais rpido e temos taquicardia; quando tendemos a nos acalmar, estes ritmos tambm tendero a se normalizar; quando recebemos um susto, o mesmo acontece e tendemos acelerao. Assim, a
perda brusca ou continuada de nosso equilbrio mental e emocional, nos leva a alterar
nossos ritmos, tendendo para uma repetio cclica rpida.
Numerosas prticas orientais tm suas bases estabelecidas sobre o ato de bem
respirar. Como exemplo, poderamos citar o Yoga (talvez a mais conhecida entre ns), o
Tai Chi Chuan e o Shikun. Em vrias artes marciais como, o Karate e o Aikido, a respirao sob controle requisito bsico, mesmo para um faixa branca. Observando-se o kata
executado por um perito, se percebe a harmonia entre os movimentos do corpo e a sua
respirao.
3.2.
PROCESSO DE RESPIRAO
A respirao o mecanismo mediante o qual o nosso corpo apreende do ar o
oxignio necessrio para realizar as combustes metablicas no funcionamento dos diversos tecidos, servindo tambm para eliminar determinados produtos, especialmente gs
carbnico.
Do perfeito funcionamento e da correta mecnica deste processo vital dependero o maior ou menor rendimento do indivduo, que ser mais perceptvel quanto maior
forem as necessidades orgnicas a que se submete o organismo. Portanto, quer na prtica
desportiva quer no cotidiano de capital importncia que o indivduo conhea e realize
corretamente todas as aes do mecanismo, permitindo-lhe conseguir um mximo rendimento.
Pode-se diferenciar, dentro do ato da respirao, uma fase inicial na qual se
introduz ar atravs das vias superiores at o pulmo (inspirao) e outra de sada do dito
ar uma vez utilizado (expirao). Esta ao mecnica se complementa com uma dupla
fase qumico-metablica de intercmbio gasoso, uma ao nvel do alvolo pulmonar onde
as hematitas do sangue recebem oxignio em troca de gs carbnico e a outra nos tecidos,
que fazem o processo inverso.
3.3.
FORMAS DE RESPIRAO
Existem duas maneiras (naturais) de se colocar ar dentro dos pulmes:
Y Respirao torcica (barriga para dentro e peito para fora);
Y Respirao abdominal (uso do diafragma).
Observe uma criana pequena dormindo. Veja como sua barriquinha sobe e
desce, numa calma de fazer inveja. Essa a respirao diafragmtica ou abdominal. Agora se lembre dessa mesma criana chorando ou assustada. Essa a respirao torcica.
Quando voc enche o peito de ar, encolhendo a barriga, est usando apenas a
musculatura do trax. Esse o tipo de respirao de quem est fazendo um exerccio fsico intenso ou est sob presso. Nesse ltimo caso, ocorre uma superficializao dos movimentos, entrando menos ar, mas com um grande nmero de inspiraes e expiraes. O
resultado acmulo de ar viciado, pobre em oxignio, alm de tenso muscular. J a respirao diafragmtica ocorre em situaes de calma e, muito importante, capaz de diminuir a reao de alarme. O diafragma o msculo que separa o abdmen do trax e
pode ser controlado com um mnimo de ateno.
3.4.
PRATICANDO A RESPIRAO
Num local calmo, em casa, passe a provocar a respirao diafragmtica, da
seguinte maneira: deitado, coloque uma mo na barriga, logo acima do umbigo, e a outra
no peito. Inale muito lentamente, procurando fazer de sua barriga um balo expandindose. A mo da barriga deve subir e a mo do trax deve se mexer muito pouco. Respire
com muita calma, de maneira regular e suave, expire muito lentamente, mais ou menos
na mesma velocidade que inspirou. Deixe sair todo o ar e se possvel, fique de um a dois
segundos parado antes de comear um novo ciclo.
Se pensamentos comearem a interromper sua concentrao, voc poder
contar o tempo que est passando, como mil, dois mil, trs mil, etc. sendo que cada um
desses nmeros contado mentalmente equivale a aproximadamente um segundo. Outra
maneira desenhar tambm na mente um crculo que se completa a cada ciclo de respirao, imaginando metade na inspirao e metade na expirao. possvel que suas primeiras experincias o deixem com alguma tontura. No force o organismo, este no um
desafio e muito menos uma competio, v devagar e procure se adaptar aos poucos.
Quando estiver dominando a tcnica voc conseguir desencadear a respirao abdominal quando precisar. Passe a empreg-la em situaes de tenso. Pode ser no
meio de uma aula (ningum vai notar), meio minuto antes de fazer quela prova importante, no meio do trnsito (dentro do nibus). Essa prtica faclima e sem querer voc
no apenas ir melhorar sua concentrao, mas tambm j comea a monitorar as situaes que o deixam mais tenso.
ENERGIA
Captulo 4 Energia
O que se educa no uma alma nem
um corpo... um homem.
MONTAIGNE
4.1.
INTRODUO
No oriente fala-se de um tipo de energia que est presente em tudo nossa
volta, ela influencia desde o mais simples ser ou coisa at os planetas. Tal fora, que
relacionada essncia do universo, envolve todas as entidades que nele existem e d vida, pois ela no fica estagnada em um lugar especfico, mas se movimenta e como um rio
sempre renovado. Ela possui muitos nomes:
CHI China;
KI Japo;
PRANA ndia.
4.2.
ENERGIA INTERIOR
Qualquer um pode entrar numa academia e aprender a dar socos e chutes ou
pegar uma espada e dar cortes com ela, mas o difcil a parte mental e espiritual que est
relacionada com a concentrao de energia, porque na verdade o karate trabalha muito
com a parte interna e se a pessoa no estiver bem espiritualmente no conseguir realizar
as tcnicas com perfeio.
Embora o conceito de energia interior seja realmente indefinvel como tudo
que rodeia a doutrina Zen, a existncia universal de uma manifestao vital de energia foi
tema presente em todas as civilizaes. E esta imagem talvez seja a que melhor se adapta,
podendo assim consider-la sob a forma de "impulso vital universal".
Ante isto, os cartesianos raciocnios ocidentais, que raramente se conformam
com no definir, etiquetar ou comparar qualquer ato ou circunstncia, ao confirmar a existncia do fato trataram de analis-lo, unindo na explicao atuaes fsicas, psquicas,
bioqumicas e inclusive astrais, que conformam uma complexa cadeia, aps a qual pre-
tende esclarecer essa especial "nsia de viver", esse "impulso vital" que em circunstncias
inslitas ou extremas aparece sem raciocnio cientfico vlido.
O treinamento marcial tem por base o desenvolvimento interior atravs do exterior (fsico) e aps este acontecer, o processo inverso tem incio, isto , o exterior se
desenvolve e expressa o interior. A expresso verbal da energia interior conhecida como Kiai.
4.2.1. KIAI
KI:
fora e
AI:
partir do baixo ventre (saika tanden aproximadamente cinco centmetros abaixo do umbigo). Todos tm um grito de fora, principalmente os grandes felinos. Geralmente, esses
animais paralisam suas presas com o seu kiai antes de atac-las. O kiai pode ser aplicado
em trs momentos:
No incio de uma atividade;
Durante a realizao desta tarefa;
Final de um trabalho.
Os gritos de guerra servem para aumentar, acelerar e expor a fora de ao do
homem. Portanto, podem ser aplicados contra incndios, vendavais e as fortes ondas martimas para criar coragem e energia para enfrent-los.
Na luta individual, para colocar o adversrio em movimento, o grito antecipa
seus golpes e, em seguida, pode se aplicar chutes e socos. No necessrio utilizar o grito simultaneamente com seus golpes. No decorrer da luta, ele servir para incentivar e
colocar numa situao vantajosa, sendo forte e profundo.
Tomar precauo ao gritar, pois se o grito for usado fora de ritmo ou de tempo ou em ocasies imprprias poder surgir como contra-efeito, tornando-se prejudicial.
No Japo h a prtica do Kiai Do caminho do grito da fora onde o praticante chega a ter medo do prprio grito.
4.3.
ENERGIA EXTERIOR
Enquanto o kiai a verbalizao da energia interior, o Kime a expresso f-
sica (corporal) dessa fonte vital que num momento aflora do ser com pausada fora irrefrevel ou com extraordinria violncia.
A modo de exemplo comparativo poderamos utilizar a energia vulcnica que
se manifesta quer atravs de manso rio de lava quer de violenta erupo, em ambos caso incontrolvel.
No exerccio das artes marciais e do karate em particular o termo kime, sinnimo dessa erupo violenta, utilizado para indicar a realizao total e plena de uma
ao efetiva, com a que se trata de conseguir num dado momento uma execuo tcnica
na qual a unio de concentrao e poder transbordam ao adversrio. Para isso necessrio canalizar toda a energia, tanto fsica como mental, anulando a ao consciente dos
sentidos e do ambiente habitual, inibindo a afirmao do "eu" interno, e partindo para o
caminho do "no pensar" libertando a energia vital prpria, mas concentrando-a num
momento dado de acordo com a atuao fsica.
4.4.
ATITUDE MENTAL
Entende-se atitude mental como o estado de conscincia que apresenta um ser
AS ARMAS NO
INTRODUO
Como dito anteriormente, a proibio do porte de armas na ilha de Okinawa
possibilitou aos ilhus o desenvolvimento de sistemas de defesa sem armas (karate) e simultaneamente a utilizao de ferramentas de trabalho usuais como armas de ocasio
(kobudo).
Alguns estilos de karate ainda hoje utilizam tais armas em seus treinamentos
e outros no usam. O estilo Shotokan (atribudo a Funakoshi Sensei) no faz uso de armas como parte de seu treinamento.
Apesar do estilo praticado no Cefet Karate Clube (Henshin Dojo) ser o Shotokan, de entendimento comum que as armas podem servir de auxiliar no desenvolvimento de habilidades especficas de forma no convencional (noo de espao e distncia
efetiva do companheiro) e em menor tempo de treinamento e favorecendo a lapidao do
esprito marcial de seus praticantes mesmo em um meio influenciado fortemente pela
competio.
5.2.
ARMAS ARTIFICIAIS
Y Bo;
Y Jo;
Y Nunchaku;
Y Kama;
Y Tonfa;
Y Sai.
5.2.1. BO
5.2.3. NUNCHAKU
Era uma ferramenta usada para bater gros de arroz. No sistema Matayoshi os
tipos mais comuns de nunchaku so o octogonal (hakkakukei) e o arredondado (marugata). Suas hastes de madeira de igual tamanho so conectadas por um pedao de corda ou
corrente.
5.2.4. KAMA
Era usado para cortar o arroz. O kama pode ser empregado para rasgar, cortar
lateralmente, espetar, perfurar e desviar ataques de outras armas.
5.2.5. TONFA
5.2.6. SAI
uma tonfa com trs pontas de metal. utilizada com duas ou trs pontas para interceder um ataque do oponente e usando lminas menores, que causam cortes e um
ataque perfurante. Apesar de sua exata origem ser obscura, tem semelhana com um instrumento utilizado na China, e acredita-se que tenha se derivado de um instrumento agrcola usado para cavar buracos na terra para plantao de sementes. Um terceiro sai era
levado nas costas em um cinto (obi) para reposio do que era atirado.
Uma variao do shuto o seiryuto e a diferena bsica entre eles est na posio da mo, isto , flexionando o pulso de modo que a borda externa da mo e a sua
extenso formem uma curva, como na figura acima.
Usado para atacar o rosto ou a clavcula e, em alguns casos, para dar apoio ao
corpo quando de uma queda.
No nukite a ponta dos trs primeiros dedos forma uma superfcie bastante
plana com uma leve curvatura do dedo mdio. As pontas dos dedos so usadas para golpear o plexo, o ponto central entre os olhos, a axila e outras partes sensveis.
Quando o nukite formado com a ponto dos dedos indicador e mdio estamos fazendo o chamado nihon nukite (mo em lana a dois dedos). Quando usamos apenas o dedo indicador para golpear e os outros ficam dobrados dando-lhe apoio, temo o
ippon nukite (mo em lana a um dedo).
5.3.5. SEIKEN (FRENTE DO PUNHO)
O seiken parte do punho situado entre o n do dedo mdio e o n do indicador. No momento do impacto toda a energia do corpo deve passar por uma linha direta
atravs do brao, alcanando o punho e passando para o alvo. A energia necessria para
tal movimento nasce no saika tanden e dela emana para todo o corpo.
MARTELO)
O calcanhar (kakato) usado para dar golpes tanto para trs como para frente
de forma circular. uma arma extremamente eficiente contra um oponente que tente lhe
agarrar por trs ou pelo lado.
5.3.10.
HAISOKU (PEITO DO P)
Para executar golpes usando haisoku deve-se esticar o p para baixo com os
dedos apontando para o cho. Usa-se esta arma nos golpes diretos chicoteando a perna na
direo da virilha ou na direo do rosto de forma circular ou ainda no peito e costas do
oponente.
5.3.11.
SOKUTO (FACA DO P)
TCNICAS DO KARATE
INTRODUO
O karate tem uma quantidade muito grande de tcnicas e no o objetivo des-
te trabalho apresentar todas, apresentaremos as mais usuais desde suas bases at as tcnicas de chute.
A apresentao constar do nome tcnico, de um desenho de sua forma e de
uma breve descrio.
O ponto fundamental do aprendizado do karate a postura. Nenhuma tcnica
de ataque ou de defesa ser eficiente se no tiver uma boa base.
A postura no karate formada pela parte do corpo que vai dos quadris para
baixo, e que deve fornecer uma base slida parte superior. As costas devem estar eretas
e perpendiculares ao solo, garantindo o equilbrio e a estabilidade. As tcnicas assim sero aplicadas com potncia, velocidade, preciso e eficincia.
6.2.
BASES
NOME
FORMA
DESCRIO
Manter os ps paralelos e em
conta- to. Os joelhos ficam
eretos, mas re- laxados.
HEISOKU DACHI
MUSUBI DACHI
HEIKO DACHI
ZENKUTSO DACHI
AVANADA)
(BASE
KIBA
DACHI
(BASE DO CAVALEIRO)
KOKUTSO DACHI
RECUADA)
(BASE
6.3.
UKE WAZA
NOME
GEDAN BARAI
(DEFESA BAIXA
VARRENDO)
(DEFESA ALTA)
DEFESA
DESCRIO
Levar o punho para prximo da
ore- lha oposta e baixe-a esticando
o Bra- o e com o dorso dirigido
para fren- te.
Desvie o ataque do oponente lateralmente, batendo com a rea
inferior do pulso.
O movimento termina com o
punho acima do joelho da perna da
frente.
Levantar lateralmente o
brao
man- tendo a mo fechada e
prxima da orelha.
Com o cotovelo dobrado a 90,
levar o brao para baixo e para
frente de encontro ao ataque
dirigido ao seu peito.
No impacto, mantenha o punho
voltado posio
para de opartida, levar o
Da
brao que serve para bloquear
para
cima
e para frente,
concluindo o movimento com o
antebrao na frente da testa e
distante desta de um punho.
O brao descreve uma curva e o
que
se retira passa na frente do nariz.
Os braos se cruzam e formam
Colocar o brao dobrado em um
n- gulo de 90 e embaixo do
outro, que se mantm estico.
Puxar o brao esticado para o
quadril
e lanar o outro para fora e para
fren- te.
O movimento termina idntico
ao chudan soto uke.
Posicionar a mo aberta prxima
orelha do lado oposto ao brao e
com o dorso voltado para fora.
A defesa se realiza com a faca
da
mo sobre o antebrao do
agressor.
6.4.
ATEMI WAZA
NOME
(SOCO
OI ZUKI
AVANANDO)
GYAKU
ZUKI
(SOCO CONTRRIO)
TETSUI
(SOCO MARTELADA)
SHUTO
UCHI
(GOLPE FACA DA MO)
ATEMI
DESCRIO
Oi zuki o soco desferido ao final
de um longo passo p/ frente.
Neste movimento o centro de
gravidade
recebe
um
grande
deslocamento e a velocidade do
corpo para frente d uma fora
adicional ao golpe.
O brao que desfere o golpe sai
da
cintura
e se projeta
frenteaoe oi
o
O
movimento
semelhante
zuki, diferindo apenas no fato de
que o brao usado do contrrio
ao da perna que avana.
Outra diferena est no uso da
rota- o dos quadris.
6.5.
GERI WAZA
NOME
MAE
GERI
(CHUTE FRONTAL)
MAWASHI GERI
(CHUTE
CIRCULAR)
YOKO GERI
(CHUTE
LATERAL)
USHIRO GERI
GERI
DESCRIO
Levantar o joelho, mantendo a
planta do p paralela ao cho e
puxar o cal- canhar para trs.
Apontar o joelho e o p na
mesma
dire
o.
Estirar a perna, tendo por centro o
joelho.
Bater no alvo com a ponta do p
(ko- shi). oPuxar
perna
assim
Levantar
joelhoa na
altura
do
abd- men, trazendo o p
lateralmente aos quadris.
Manter a coxa e a perna paralelas
ao
solo.
O calcanhar quase toca no glteo.
Girar o corpo sobre a perna de
apoio e estirar a perna para tocar o
alvo. Usar os quadris como
elemento
propulso
energia.o
O processodede
levantar de
e dobrar
joelho no chute lateral quase
idn- tico ao do chute frontal.
Jogar os quadris lateralmente e a
partir da esticar a perna.
Tocar o alvo com a faca do p
(soku- to).
A posio do joelho ir determinar
se o chute ser alto ou baixo.
O processo de levantar e dobrar o
joelho no chute para trs
idntico ao do chute frontal.
O golpe desferido com o
calcanhar
(kakato) e pode ser direcionado a
qualquer parte do corpo.
O golpe pode ser dado para frente,
bastando apenas girar o corpo e
exe- cut-lo com preciso.
TREINAMENTO
Captulo 7 Treinamento
No temas o progresso lento, receais
apenas ficar parado.
PROVRBIO CHINS
7.1.
INTRODUO
A agressividade a matria-prima do ser humano, e do homem, mas no a
violncia. Temos a violncia quando no conseguimos aprofundar a agressividade, quando superficializamos a agressividade, ento temos situaes de violncia. Porm a agressividade importante em tudo que fazemos, em qualquer ao profissional ou humana
importante agressividade, ou seja, se no tivermos um mnimo de agressividade ou
controle adequado no conseguiramos sobreviver na sociedade.
A agressividade deve ser trabalhada no sentido de proporcionar um caminhar
do ser humano no principal objetivo da arte marcial que proporcionar o desenvolvimento e aperfeioamento do esprito humano.
7.2.
KIHON
Os fundamentos tcnicos do karate so passados aos alunos atravs dos trei-
namentos de kihon, porm, no incio, tais princpios eram repassados por intermdio dos
kata.
no kihon que o praticante ir desenvolver todo o seu potencial para a arte
marcial, bem como preparar o seu corpo para as agruras que viro com o passar dos anos
de treino.
tambm no kihon que o praticante desenvolve o esprito de karateca, pois
este o momento onde os princpios do dojo kun so postos prova real e o corpo ir
padecer caso o esprito seja fraco ou o desejo de ser karateca no seja verdadeiro. O caminho do karate vislumbrado pela primeira vez durante os exerccios de kihon e o sentimento de dever cumprimento se manifesta com maior intensidade, mesmo quando o
corpo est exausto e quase sem foras para andar.
7.3.
KATA
O kata ou forma no karate um conjunto de golpes realizados numa seqn-
cia previamente definida e que durante anos foi nica maneira de se praticar karate.
Cada kata tem uma especificidade e se destina a desenvolver determinadas habilidades.
7.3.1. ESTILO SHOTOKAN
Y
HEIAN
SHODAN;
HEIAN NIDAN;
HEIAN SANDAN;
HEIAN YONDAN;
HEIAN GODAN.
TEKKI SHODAN;
TEKKI NIDAN;
TEKKI SANDAN;
BASSAI DAI.
BASSAI SHO;
KANKU DAI;
KANKU SHO;
JION;
JITTE;
JIIN;
HANGETSU;
GANKAKU;
ENPI;
GOJUSHIHO SHO;
GOJUSHIHO DAI;
NIJUSHIHO;
UNSU;
SOCHIN;
CHINTE;
MEIKYO;
WANKAN.
7.4.
KUMITE
No karate existem diferentes formas de se fazer combate kumite significa
Combate a cinco passos tem por objetivo fortalecer o vigor dos praticantes
atravs de seqncias de ataca e defesa. O gohon kumite deve ser praticado a exausto,
procurando realizar cada movimento com a maior preciso e fidelidade possvel.
7.4.2. SANBON KUMITE
Combate a trs passos, tendo por objetivo aumentar a agilidade de quem ataca e de quem defende. Deve ser executado com a mxima intensidade e velocidade de
movimentos, pois s assim o controle necessrio ao domnio das tcnicas utilizadas poder ser alcanado. O corpo dever trabalhar como uma unidade que se desloca pela rea
de combate.
7.4.3. IPPON KUMITE
Combate semilivre a um nico golpe, tendo por objetivo favorecer o desenvolvimento de vivncias corporais nas situaes de luta real e assim preparar o corpo e a
mente para as mesmas.
7.4.5. JYU KUMITE
Combate livre, onde o praticante deve dispor de um bom repertrio de golpes, bem com ter tticas e estratgias que possam enfrentar um ou mais oponentes em
combate real. Esta forma de combate a que mais se assemelha ao kata, pois para esta
situao que nos preparamos arduamente.
SIGNIFICADO
TERMOS
SIGNIFICADO
TERMOS
SIGNIFICADO
AGE
AGO
ASHI
ATEMI
ATE
BARAI
CHU
CHOKU
DACHI
FUMIKOMI
GE
GERI
GO
Levantar, erguer.
Queixo
P, perna.
Golpe sobre
corpo
Golpe
HIDARI
Esquerda
Alto
Cruz
Calcanhar
Guarda
Ombro
Forma
Ascendente
Exerccio
Penetrante
Golpe de p
Energia
Treino de base
Cortante
Esprito
Punho
Pescoo
Combate
Interior
Antebrao
Oposto
Oposto da mo
Atrs
Antebrao
KUTSU
MAE
MAWASHI
MIGI
MIKAZUK
IMOROTE
NAGE
NUKITE
OBI
OSAE
OTOSHI
REI
SABAKI
SEN
SHIAI
SHUTO
SOKUTO
SOTO
Postura
frente, diante.
Circular
Direita
Crescente
A duas mos
Projetar
Pique de mo
Faixa
Manter, prender.
Cair
Saudao
Esquivar
Iniciativa
Combate com
juiz
Faca da mo
Faca do p
Exterior
Tcnica
Montanha
Preparado,
pronto.
Lateral
Para frente
Golpe de mo
GYAKU
HAISHU
HAISOKU
HAITO
HEIKO
TAI
TATE
TE
TOBI
TSUI
TSUKI
Varrer, expulsar.
Mdio
Direto
Base, posio.
Esmagar o p
Baixo
Golpe de p
Fora
Contrrio,
oposto.da mo
Dorso
Tornozelo
Sabre da mo
paralelo
Corpo
Vertical
Mo
Saltar
Martelo
Golpe de mo
JO
JUJI
KOKAT
O
KAMAE
KATA
KATA
KEAGE
KEITO
KEKOM
IKERI
KI
KIHON
KIRI
KOKOR
O
KOTE
KUBI
KUMITE
UCHI
UDE
URA
URAKE
N SHIRO
U
WAN
WAZA
YAMA
YOI
YOKO
ZEN
ZUKI
Nmeros
TERM
SIGNIFICADO
TERMO
ICHI
NI
SAN
SHI
GO
SIGNIFICAD
O
Um
Dois
Trs
Quatro
Cinco
ROKO
SHICH
IHACH
KU
JU
Seis
Sete
Oito
Nove
Dez
EXAMES E
INTRODUO
A evoluo tcnica do karateca percebida pelo kyu ou nvel e cada um re-
presentado por uma cor de obi. O sistema de faixas (obi) adotado por Funakoshi foi uma
das muitas modificaes feitas aps encontro com Jigoro Kano (criador do jud), como
tambm adotou uma indumentria prpria prtica o dogi.
A mudana de kyu realizada em um ritual chamado exame de faixa e durante o qual o praticante demonstra sua percia tcnica a uma banca de avaliadores, os
quais devero analisar no apenas o conhecimento tcnico do praticante, mas tambm sua
conduta como karateca alm de sua capacidade intelectual. O grau de dificuldade dos exames proporcional ao kyu.
Atualmente, para evitar injustias, foi estabelecida uma nota mnima (formada pela mdia das notas dos avaliadores) que o praticante deve alcanar para fazer jus
nova faixa e com ela advm novas responsabilidades, pois a partir deste momento os erros anteriores, considerados no graves, no podero ser mais cometidos, alm de uma
mudana de comportamento no sentido de servir como modelo para as futuras geraes
de karateca, incorporando os ideais do mestre Funakoshi.
8.2.
GRADUAES
No karate existem sete faixas cada uma associada a uma cor representativa do
Vermelha 5 kyu;
Laranja 4 kyu;
Verde 3 kyu;
Roxa 2 kyu;
Marrom 1 kyu.
H uma oitava faixa que indica o grau (dan) de conhecimento do praticante e
esta a preta, a qual cresce com o passar dos anos indo do primeiro ao dcimo (psmorte).
8.3.
EXAMES
A seguir apresentamos as habilidades e competncias mnimas que cada kara-
teca deve desenvolver para almejar a faixa seguinte. Lembramos ainda que tal contedo
no uniformizado e que depende de cada academia ter ou no o seu prprio programa.
8.3.1. BRANCA PARA AMARELA
2.
3.
4.
Atemi waza;
2.
Geri waza.
COMPETIES
Captulo 9 Competies
Por mais que na batalha se vena um
ou mais inimigos, a vitria sobre si
mesmo a maior de todas as vitrias.
BUDA
9.1.
INTRODUO
A vitria sempre muito difcil, por mais que se fale o contrrio, cada vez
mais. O que fundamental que o participante de uma competio saiba que aquilo
uma mera representao e nesse ponto de vista a competio s um jogo. A competio
deve servir ao homem, portanto, no posso me destruir e nem deixar que ela destrua o ser
humano.
A competio deve ser vista de uma forma humanista e que possibilite a formao integral do homem, dando-lhe a capacidade de interagir consciente e criticamente
com seus pares, com sua comunidade e, se possvel, com a sociedade a que pertence,
transformando-a em um mundo melhor.
Portanto, a competio o momento ideal para a autocrtica e para tal no
podemos encobrir nossas falhas pelo resultado dos embates nela travados, mas, por outro
lado, devemos ver friamente o que foi feito de bom e de ruim e compar-los com os reais
objetivos que foram traados para o evento.
9.2.
REA DE COMPETIO
A rea de competio propriamente dita denominada de
KOTO,
que um
quadrado com 8 metros de lado (medido de extremo a extremo) e no seu interior encontramos um quadrado inscrito com 6 metros de lado. A rea entre o quadrado interno e a
extremidade do externo tem uma cor diferente da do quadrado interno e denominada de
rea de controle. Nas competies de karate h dois atletas que se posicionam direita e
a esquerda do rbitro, que pode ser um dos juzes, o competidor do lado direito denominado de
AKAI
referidas cores.
(vermelho) e o da esquerda de
AOI
9.3.
KATA
A competio de kata poder ser individual ou por equipe. aplicado o sis-
tema de eliminao simples podendo ser com ou sem repescagem. Durante a competio,
os atletas podero realizar tanto katas obrigatrios (SHITEI) quanto livres (TOKUI).
Nas duas primeiras rodadas, os competidores s podem escolher katas obrigatrios e nas demais a escolha livre. A critrio da organizao, os competidores podero
repetir o kata executado na rodada anterior.
O kata deve ser realizado de forma competente e deve demonstrar uma boa
compreenso dos princpios fundamentais que contm, ou seja, o competidor (es) deve
(m) passar comisso julgadora a essncia primordial do kata executado.
9.3.1. INDIVIDUAL
A competio individual de kata consiste em uma execuo individual em categorias separadas homens e mulheres.
9.3.2. EQUIPE
9.4.
KUMITE
A competio de kumite pode ser dividida em individual e por equipes e o
9.4.1. INDIVIDUAL
BIBLIOGRAFIA
Bibliografia
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Bach, R. Iluses As Aventuras de um Messias Indeciso, 14 Edio, Editora
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SP, 1998.
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Capra, F. O Tao da Fsica, Editora Cultrix, So Paulo SP, 1988.
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Karate: Esporte ou Arte Marcial?, Artigo no publicado, Natal RN, 1999.
Esporte de Competio, Publicao Interna da CAEF, CEFET RN, Natal
RN, 2000.
Duncan, O. Karate Katas, Ediouro Publicaes S. A., 1979.
Karate sem Mestre para Principiantes, Ediouro Publicaes S. A., 1988.
Enciclopdia das Artes Marciais CD-ROM, So Paulo SP, 2002.
Funakoshi, G. Karate Do Meu Modo de Vida, Editora Pensamento Ltda., So
Paulo SP, 1998.
Karate Do Nyumon Texto Introdutrio do Mestre, Editora Cultrix, So
Paulo SP, 2000.