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Biologia botânica e poluição

Fisiologia do estresse em plantas


Resistência a seca:

Inibição da expansão e crescimento das folhas: Folhas menores ou com crescimento limitado
reduzem a superfície de evaporação de água, ajudando a planta a conservar umidade.

Estímulo à abscisão foliar: A abscisão foliar é o processo de queda das folhas. Em períodos de
seca, algumas plantas deixam suas folhas caírem para reduzir a perda de água pela
transpiração.

Crescimento de raízes mais profundas: Raízes que penetram mais fundo no solo conseguem
acessar água em camadas mais profundas, o que aumenta a chance de sobrevivência da planta
em solos secos.

Fechamento de estômatos: Os estômatos são pequenas aberturas nas folhas que permitem a
troca de gases e a transpiração. Em condições de seca, o fechamento dos estômatos ajuda a
reduzir a perda de água.

Inibição da germinação de sementes: Algumas plantas evitam germinar em períodos de seca,


quando as chances de sobrevivência são menores. Elas esperam até que as condições sejam
mais favoráveis, como em épocas de chuva.

Parênquima aquífero: Esse tecido armazena água dentro da planta, como nas folhas
suculentas. Plantas com parênquima aquífero, como a Aloe vera (babosa), conseguem acumular
água para períodos de escassez.

Formação de cutícula espessa: Uma cutícula mais espessa cobre a superfície da planta e
impede a perda excessiva de água pela evaporação.

Xilopódios: Estruturas de reserva subterrâneas, como tubérculos, que acumulam água e


nutrientes, permitindo que plantas como o Spondias tuberosa (umbu ou imbuzeiro) sobrevivam
à seca. Os xilopódios armazenam energia e água, e a planta pode brotar a partir deles mesmo
após longos períodos de estiagem

Ácido abscísico (ABA): é um hormônio vegetal essencial para a resposta das plantas à seca. Ele
sinaliza para a planta reduzir a perda de água e entrar em um “modo de conservação” quando o
ambiente está seco. Por exemplo, o ABA pode estimular o fechamento dos estômatos, inibir a
germinação de sementes em condições de seca e regular o crescimento das raízes para permitir
a absorção de água em profundidade.
Resistência ao frio e ao congelamento:

Papel do Ácido Abscísico (ABA) no Frio

O ácido abscísico (ABA) desempenha um papel importante na adaptação das plantas ao frio,
ajudando a proteger e preparar a planta para enfrentar baixas temperaturas. Essas adaptações
induzidas pelo ABA incluem:

1. Dormência de gemas e sementes: A produção de ABA durante o frio induz a dormência,


um estado de repouso em que as gemas e sementes suspendem o crescimento até que as
condições climáticas melhorem. Isso ajuda a planta a evitar danos causados pelo
congelamento.
2. Abscisão de folhas, frutos e flores: O frio pode aumentar a produção de ABA e de etileno,
promovendo a queda de folhas, frutos e flores. A abscisão reduz a perda de água e permite
que a planta economize energia durante o inverno.
3. Fechamento dos estômatos: ABA induz o fechamento dos estômatos, reduzindo a perda
de água por transpiração e ajudando a conservar a umidade em condições de frio.
4. Formação de cera e escamas ao redor das gemas: O ABA estimula a formação de uma
camada protetora de cera e escamas ao redor das gemas, ajudando a evitar a perda de
água e a proteger os tecidos mais sensíveis do frio.
5. Concentração de solutos no floema: O ABA também promove o acúmulo de solutos no
floema, o que cria um tipo de “anticongelante” natural, ajudando a planta a lidar com o frio
e fornecendo recursos para a retomada do crescimento quando a temperatura aumentar.

Formação de Cristais de Gelo e Desidratação

Quando a temperatura cai abaixo do ponto de congelamento, ocorre a formação de cristais de


gelo no espaço extracelular (fora das células). Esse processo pode causar danos porque:

Movimento de água para fora da célula: A formação de cristais extracelulares “puxa” a


água do citoplasma, levando a uma desidratação interna. Esse processo protege a célula em
parte, mas a desidratação intensa pode prejudicar seu funcionamento.
Rompimento celular: Se os cristais de gelo são muito grandes, eles podem romper as
paredes celulares, danificando a estrutura da planta. Esse é o motivo pelo qual vegetais
congelados, como legumes, podem sofrer “branqueamento”, que é uma perda de cor e
textura após o congelamento e descongelamento.

Resistência ao Frio e Proteínas Anticongelantes (PACs)

Para lidar com o congelamento, algumas plantas produzem proteínas anticongelantes (PACs),
que ajudam a prevenir danos causados pelo gelo:

Produção de PACs em resposta ao frio: Em cerca de dois dias a uma semana, plantas
expostas ao frio produzem essas proteínas, que evitam o crescimento excessivo de cristais
de gelo nos espaços extracelulares. A produção dessas proteínas pode ser induzida por
fatores ambientais e por hormônios, como o etileno e o ABA.
Descoberta nas folhas de centeio: Esse mecanismo foi identificado em folhas de centeio e
é vital para a sobrevivência de plantas em climas frios.

Outras Estratégias de Resistência ao Frio

1. Xilema resistente: Algumas plantas possuem xilema altamente lignificado, o que torna o
tecido mais rígido e resistente a danos causados por cristais de gelo.
2. Resina em coníferas: Em plantas como as coníferas, a presença de resina ajuda a reduzir o
ponto de congelamento dos tecidos, protegendo a planta de danos durante o inverno.

Folhas com cristais de gelo


(desidratadas)

Resistência ao calor e ao choque térmico:

1. Comprometimento da Fotossíntese

Temperaturas muito altas podem afetar o processo de fotossíntese nas plantas. A fotossíntese é
sensível ao calor, e altas temperaturas podem inibir as enzimas responsáveis por esse processo.
Quando a fotossíntese é interrompida ou reduzida, a planta tem menos capacidade de produzir
energia, o que afeta seu crescimento e desenvolvimento.

2. Enrolamento das Folhas

Uma das respostas mais comuns ao calor intenso é o enrolamento das folhas. As folhas se
enrolam para diminuir a área de exposição ao sol e ao calor, reduzindo a quantidade de luz e
calor que alcançam a superfície foliar. Esse mecanismo ajuda a conservar a água e a reduzir a
transpiração, protegendo a planta de um ressecamento excessivo.

Estabilização de proteínas e enzimas: As proteínas de choque térmico ajudam a proteger as


proteínas e enzimas sensíveis ao calor, mantendo-as estáveis e funcionando. Isso é crucial, pois
o calor pode desestabilizar proteínas, causando sua degradação.
folha enrolada se mantendo hidratada

Resistência a estresse da salinidade:

1. Redução no Crescimento e Fotossíntese

Para muitas espécies de plantas, a exposição ao sal leva a uma redução no crescimento e na
taxa de fotossíntese. Esse processo é uma forma de adaptação ao estresse salino, pois, ao
diminuir o crescimento, a planta reduz a necessidade de absorver nutrientes e água de um
ambiente desfavorável. Isso ajuda a planta a sobreviver por mais tempo em um solo salino,
mesmo que em um estado de crescimento mais lento.

2. Plantas Halófitas e Eliminação de Sal

As halófitas são plantas adaptadas a ambientes com alta salinidade, como manguezais e costas
marinhas. Elas desenvolveram estratégias específicas para lidar com o excesso de sal, incluindo
a capacidade de eliminar o sal excedente.

planta halofita
salinidade

planta halofita

Um exemplo é o mangue-branco (Laguncularia racemosa), uma planta encontrada em


manguezais. Essa espécie possui glândulas de sal nas folhas que eliminam o excesso de sal
absorvido pela planta. Essas glândulas retiram o sal das células e o transportam para a
superfície da folha, onde ele é liberado na forma de pequenas gotículas salinas, visíveis como
pequenos cristais na superfície foliar. Dessa forma, a planta evita o acúmulo de sal em suas
células, o que poderia causar toxicidade e prejudicar seus processos vitais.
Outros Mecanismos de Adaptação

Além da eliminação do sal, as halófitas podem ter outras adaptações, como:

Acúmulo de solutos compatíveis: Algumas plantas acumulam substâncias como prolina e


glicerol, que ajudam a manter o balanço osmótico nas células. Isso permite que as células
absorvam água mesmo em ambientes com alta concentração de sal.
Espessamento da cutícula: Uma cutícula mais espessa nas folhas ajuda a reduzir a perda
de água, o que é útil para plantas que enfrentam estresse tanto por salinidade quanto por
alta evaporação em ambientes costeiros.
Armazenamento de sal em vacúolos: Algumas plantas conseguem armazenar o sal
absorvido em vacúolos (estruturas internas da célula), isolando o sal do restante do
citoplasma e evitando que ele interfira nas funções celulares

Déficit de Oxigênio:

Diminuição da Fase Fotoquímica: A fase fotoquímica é uma etapa da fotossíntese onde a


planta usa luz para produzir energia. Em condições de falta de oxigênio, muitas plantas reduzem
essa atividade para evitar o consumo excessivo de energia e água. Isso permite que a planta
conserve seus recursos em um ambiente estressante.

Diminuição da Transpiração: A transpiração é o processo pelo qual a planta libera vapor


d’água pelas folhas. Em ambientes encharcados, algumas plantas diminuem a transpiração para
evitar o acúmulo de água, já que o excesso pode levar à saturação das células e comprometer o
funcionamento da planta.

Raízes com Aerênquima: O aerênquima é um tecido especial com grandes espaços


intercelulares, permitindo o armazenamento e transporte de oxigênio nas raízes. Esse tecido
forma “canais” que transportam o oxigênio das folhas e caules até as raízes, permitindo que a
planta respire mesmo em solos pobres em oxigênio. Essa adaptação é comum em plantas de
áreas alagadas, pois ajuda a manter a oxigenação dos tecidos subterrâneos.
aerenquima

Pneumatóforos: Algumas plantas desenvolvem raízes especializadas chamadas


pneumatóforos, que são raízes aéreas que crescem para fora do solo e ficam parcialmente
expostas ao ar. Os pneumatóforos têm pequenas aberturas chamadas lenticelas que permitem
a entrada de oxigênio diretamente do ar para a planta. Um exemplo é o mangue-preto
(Avicennia schaueriana), encontrado em manguezais. Os pneumatóforos desta planta se
erguem acima da superfície encharcada e funcionam como “tubos de respiração”,
transportando oxigênio para o sistema radicular.
raiz
Oxigênio lenticelas

Adaptações vegetais a ambientes específicos


Os vegetais podem exibir uma série de adaptações para a

sobrevivência em ambientes hostis ou extremos.

• Muitos destas adaptações alteram morfologicamente ou

fisiologicamente o vegetal

• Algumas das adaptações observadas podem ser:

- Para evitar perda de água (Xeromórficos)


- Para sobreviver em solos com alto teor de sal (Halófitos)

- Para sobreviver em ambientes úmidos (Hidrófitos)

Xeromorficas

1. Epiderme Pluriestratificada: Algumas plantas xeromórficas possuem uma epiderme com


várias camadas de células, o que forma uma barreira contra a perda de água, reduzindo a
transpiração e ajudando a planta a conservar a umidade.
2. Armazenamento de Água (Parênquima Aquífero): Esse tecido especializado acumula
água nas folhas ou caules, permitindo que a planta tenha uma reserva para enfrentar
longos períodos de seca. A Aloe vera (babosa), por exemplo, armazena água em suas folhas
carnudas graças ao parênquima aquífero.
3. Xilopódios: Algumas plantas xeromórficas, como o Spondias tuberosa (umbu ou imbuzeiro),
possuem xilopódios, que são estruturas subterrâneas capazes de acumular água e
nutrientes. Os xilopódios funcionam como “reservatórios” que sustentam a planta durante
períodos de estiagem.
4. Cryptas Estomatíferas: São cavidades onde os estômatos (poros responsáveis pela troca
de gases) estão localizados. Esses estômatos “escondidos” reduzem a perda de água por
transpiração, protegendo os poros do calor e do vento direto.
5. Parênquima Paliçádico com Várias Camadas: Esse tipo de tecido fotossintético com
múltiplas camadas ajuda a planta a absorver e usar a luz de forma eficiente, o que é
importante em ambientes onde ela precisa conservar recursos e minimizar a exposição ao
ambiente seco.
6. Cutícula Espessa: A cutícula é uma camada cerosa que cobre a superfície das folhas. Em
plantas xeromórficas, a cutícula é mais espessa, formando uma barreira que reduz a perda
de água pela evaporação.
7. Pelos (Tricomas): Alguns xerófitos têm tricomas ou pelos que cobrem a superfície das
folhas. Esses pelos criam uma camada de ar próximo à superfície foliar, diminuindo a
evaporação e a transpiração. Eles também ajudam a refletir a luz solar, evitando o
superaquecimento.
8. Folha em Formato de Espinhos: Em muitas plantas xeromórficas, as folhas são
transformadas em espinhos, o que reduz a área de superfície exposta ao sol e,
consequentemente, diminui a perda de água. Esse é o caso dos cactos, que adaptaram suas
folhas para formas espinhosas.
9. Raízes com Alto Teor de Solutos: As raízes de plantas xeromórficas geralmente contêm
um alto teor de solutos, o que facilita a osmose, ou seja, a absorção de água do solo mesmo
em condições de pouca disponibilidade. Essa adaptação ajuda a planta a captar o máximo
de umidade possível.

Exemplos de Plantas Xeromórficas

Umbuzeiro (Spondias tuberosa): Possui xilopódios que armazenam água, permitindo que
a planta sobreviva em climas secos.
Aloe vera (Babosa): Armazena água em seu parênquima aquífero nas folhas.
Cactos: Adaptaram suas folhas para espinhos e têm uma cutícula espessa, o que reduz a
perda de água

Resumo das Funções dos Tricomas em Plantas Xeromórficas

Estabilizam a camada de ar acima da superfície foliar, reduzindo a perda de água pela


transpiração.
Refletem parte da luz solar incidente, protegendo a planta do superaquecimento e
evitando a evaporação excessiva.

Halofitas

Raízes com Alta Concentração de Solutos

As raízes de plantas halófitas possuem uma alta concentração de solutos, o que ajuda a
aumentar a capacidade de absorção de água. Em ambientes salinos, o solo possui uma
concentração de sais alta, o que dificulta a osmose (movimento da água para dentro das raízes).
Com uma concentração de solutos elevada, as raízes conseguem absorver a água do solo,
mesmo que este tenha muito sal.

Liberação de Sais por Glândulas Externas

Algumas halófitas possuem glândulas de sal na superfície das folhas, que ajudam a eliminar o
excesso de sal absorvido. Por exemplo, o mangue-branco (Laguncularia racemosa) possui
essas glândulas que excretam o sal, formando pequenos cristais na superfície foliar. Isso evita o
acúmulo excessivo de sal dentro das células, o que poderia ser tóxico.

Suculência (Parênquima Aquífero)

Muitas plantas halófitas têm tecidos suculentos, como o parênquima aquífero, que serve para
armazenar água. A suculência permite que a planta tenha uma reserva de água para enfrentar
períodos de baixa disponibilidade hídrica. Esse armazenamento de água é útil, especialmente
em marés baixas, quando a planta pode estar exposta ao sol e a uma maior evaporação.

Cutículas Espessas

As halófitas têm uma cutícula espessa cobrindo as folhas, o que forma uma barreira contra a
perda de água pela evaporação. Em ambientes onde o solo é salino e a água é escassa, essa
cutícula espessa ajuda a planta a conservar a umidade, reduzindo a transpiração e a perda de
água.

Estômatos em Criptas

Os estômatos em criptas são estômatos “escondidos” em cavidades nas folhas. Essa posição
reduz a exposição direta ao ar e ao sol, diminuindo a transpiração. Ao manter os estômatos
protegidos, as plantas halófitas evitam a perda excessiva de água, o que é fundamental em
ambientes salinos e secos.

Área Reduzida das Folhas

Em algumas halófitas, as folhas são pequenas ou mesmo reduzidas a escamas para diminuir a
área exposta ao sol e ao vento. Uma área foliar menor significa menos superfície para perder
água, o que ajuda a planta a conservar sua umidade

Hidrofitas

Redução de Tecidos de Transporte e Sustentação

Em plantas terrestres, tecidos de transporte (como o xilema) e de sustentação (como o


colênquima e o esclerênquima) são essenciais para distribuir água e manter a estrutura rígida
da planta. Mas, para plantas hidrófitas, a água está facilmente disponível e sua sustentação é
auxiliada pela própria água que as envolve, então esses tecidos são reduzidos, economizando
energia e espaço estrutural.

Aerênquima ou Espaços entre Células

O aerênquima é um tecido com grandes espaços entre as células, que retém ar e facilita a
flutuação da planta na água. Isso é especialmente importante para plantas que precisam
flutuar para expor as folhas à luz e realizar a fotossíntese. Esses espaços aéreos também
ajudam no transporte de oxigênio dentro da planta, já que o solo submerso pode ter baixa
concentração de oxigênio.

Cutícula Ausente ou Delgada

Em plantas terrestres, a cutícula (camada cerosa que cobre as folhas) impede a perda excessiva
de água. Nas hidrófitas, que vivem em ambientes com excesso de água, essa camada é ausente
ou muito fina, já que a retenção de água não é um problema. Essa característica permite que a
planta troque gases e absorva nutrientes diretamente da água ao redor.

Regiões da Folha sem Estômatos

Em plantas submersas ou flutuantes, muitas vezes as folhas têm estômatos apenas na face
superior (em contato com o ar) ou mesmo não possuem estômatos nas regiões submersas. Isso
evita a transpiração excessiva e permite a troca de gases nas partes que estão em contato direto
com o ar.

Turgor das Células Flutuantes Menor

Como essas plantas têm fácil acesso à água e alta transpiração, o turgor das células (pressão
interna que mantém a rigidez) pode ser menor do que em plantas terrestres. Isso ocorre porque
a planta não precisa manter uma pressão interna tão alta para garantir a estrutura, já que a
água ao redor fornece suporte natural.

Estômatos na Face Superior (Adaxial)

Em plantas aquáticas flutuantes, como a vitória-régia, os estômatos estão concentrados na


face superior das folhas (face adaxial), onde podem realizar a troca gasosa com o ar, pois a
face inferior está em contato com a água. Isso é conhecido como folha epiestomática.

Exemplos de Hidrófitas e suas Aplicações

Vitória-régia: possui estômatos na face superior e aerênquima nas folhas, o que facilita a
flutuação.
Elódea: é uma planta submersa que tem estômatos reduzidos, o que ajuda na adaptação
submersa.
Aguapé: suas folhas têm aerênquima para flutuação e fácil absorção de nutrientes da água

Poluição do ar
Principais Características da Atmosfera

Proteção Contra a Radiação Ultravioleta (UV)

A camada de ozônio presente na estratosfera absorve grande parte da radiação UV proveniente


do Sol. Essa proteção é vital, pois o excesso de radiação UV pode causar danos aos seres vivos,
incluindo queimaduras e aumento do risco de câncer de pele.

Estabilidade da Temperatura (Efeito Estufa Natural)

A atmosfera ajuda a manter a temperatura da Terra estável. Gases como o dióxido de


carbono (CO₂) e o vapor de água criam um efeito estufa natural, que impede que o calor se
dissipe rapidamente no espaço, evitando extremos de temperatura e permitindo condições
climáticas mais amenas e estáveis.

Coloração Azul

A cor azul do céu é resultado da dispersão da luz solar ao passar pela atmosfera. As moléculas
presentes nela espalham a luz azul de forma mais eficiente que outras cores, fazendo com que
o céu pareça azul para nossos olhos.

Distribuição da Massa Atmosférica

Aproximadamente 75% da massa da atmosfera está concentrada nos primeiros 11


quilômetros da superfície. Isso significa que a atmosfera se torna mais rarefeita (menos densa) à
medida que se afasta da Terra, tornando-se praticamente inexistente no espaço sideral.
1. Composição dos Gases
Nitrogênio (N₂): É o gás mais abundante na atmosfera, representando cerca de 78% de
sua composição. Ele é pouco reativo e por isso se acumula em grandes quantidades.
Oxigênio (O₂): Representa cerca de 21% da atmosfera. É muito reativo e só se mantém
em alta concentração graças à fotossíntese realizada por plantas e algas.

Poluição do Ar

A poluição atmosférica é causada pela liberação excessiva de gases e partículas, o que


compromete a qualidade do ar. Algumas fontes e consequências incluem:

Fontes de Poluição: Queima de combustíveis fósseis (petróleo, carvão mineral, gás


natural), queimadas de florestas, lixões, aterros sanitários e atividades agropecuárias. Essas
atividades liberam grandes quantidades de gases poluentes, como monóxido de carbono
(CO), dióxido de enxofre (SO₂) e metano (CH₄), além de partículas em suspensão.
Consequências da Poluição: A poluição do ar pode agravar problemas respiratórios,
reduzir a visibilidade e contribuir para o aquecimento global e a chuva ácida, que
prejudica ecossistemas e construções.

Monóxido de carbono

Como o CO afeta o organismo

Formação de Carboxiemoglobina

Quando o CO é inalado, ele se liga à hemoglobina no sangue, formando uma substância


chamada carboxiemoglobina (COHb). A hemoglobina é a proteína que transporta oxigênio
pelos glóbulos vermelhos do sangue, e o CO se liga a ela 250 vezes mais fortemente do que o
oxigênio. Isso impede que o oxigênio seja transportado adequadamente para os tecidos do
corpo, resultando em deficiência de oxigênio nos órgãos vitais, especialmente no cérebro e no
coração.

Efeitos no Corpo Humano

A falta de oxigênio devido à presença de CO no sangue pode ter diversos efeitos adversos no
corpo, incluindo:

Dores de cabeça
Perda da visão
Diminuição da coordenação motora
Náuseas
Inconsciência
Danos cerebrais permanentes
Morte, caso a exposição seja prolongada ou em altas concentrações.

Sobrecarregando o Sistema Respiratório e Cardiovascular

Quando o CO interfere na capacidade do sangue de transportar oxigênio, o corpo compensa


tentando aumentar o ritmo cardíaco e a frequência respiratória, o que aumenta o trabalho
do coração e dos pulmões. Isso pode ser especialmente perigoso para pessoas com problemas
cardíacos ou respiratórios preexistentes, pois o esforço adicional pode levar a complicações
graves, como arritmias ou até mesmo falência cardíaca.

Fontes Comuns de Monóxido de Carbono

Veículos automotores: Os carros são fontes significativas de CO devido à combustão


incompleta dos combustíveis.
Aquecedores a gás, lareiras e fogões: Quando não ventilados adequadamente, esses
dispositivos podem liberar CO.
Queimadas e incêndios: A queima de madeira ou carvão também gera monóxido de
carbono.
Geradores e máquinas em ambientes fechados: Equipamentos movidos a combustíveis
fósseis que não têm uma ventilação adequada podem acumular CO

Óxidos de enxofre e nitrogênio

Formação dos Óxidos

1. Óxidos de Enxofre (SOx)


Os óxidos de enxofre, especialmente o dióxido de enxofre (SO₂), são formados
principalmente pela queima de combustíveis que contêm enxofre, como o carvão e a
gasolina. Em veículos automotores, a combustão do combustível libera SO₂ no ar.
2. Óxidos de Nitrogênio (NOx)
Os óxidos de nitrogênio (NOx) são formados durante qualquer processo de
combustão. Quando o nitrogênio (N₂) e o oxigênio (O₂) do ar reagem a altas
temperaturas, como em motores de carros e usinas de energia, formam-se óxidos como
o óxido nítrico (NO) e o dióxido de nitrogênio (NO₂).

Poluição e Formação de Smog

A emissão de SO₂ e NOx nas grandes cidades, especialmente quando os ventos são
favoráveis, pode resultar na formação de smog (uma neblina poluente). O smog é
composto por uma combinação de poluentes atmosféricos, incluindo dióxido de enxofre,
óxidos de nitrogênio, partículas e outros poluentes, que podem formar uma neblina densa
e prejudicial à saúde.

Chuva Ácida
Quando os óxidos de enxofre (SO₂) e nitrogênio (NOx) se combinam com moléculas de água
presentes na atmosfera, eles formam ácidos fortes, resultando na chuva ácida. Os processos
são os seguintes:

1. SO₂ + H₂O → H₂SO₄ (ácido sulfúrico)


2. NOx + H₂O → HNO₃ (ácido nítrico)

Esses ácidos caem na forma de chuva ácida, o que pode causar sérios danos ao meio ambiente
e à saúde.

Impactos da Chuva Ácida

1. Danos a Construções e Objetos


A chuva ácida pode causar corrosão e destruição de materiais como estátuas, metais,
quadros e estruturas de construção. Isso ocorre devido à ação dos ácidos (H₂SO₄ e
HNO₃), que reagem com os materiais e os desgastam.
2. Danos à Vegetação
A chuva ácida pode lesionar folhas e caules das plantas e destruir líquens
(organismos sensíveis à poluição). A acidez pode também causar a queda prematura
das folhas, prejudicando o crescimento das plantas.
3. Impactos Aquáticos
Quando a chuva ácida atinge lagos e rios, ela pode diminuir o pH da água, tornando-a
ácida demais para sustentar a vida aquática. Isso pode resultar na morte de peixes e
outros organismos aquáticos que são sensíveis a mudanças no pH da água.
4. Impactos na Saúde Humana
A inalação de gases como SO₂ e NOx pode agravar condições respiratórias, como asma,
bronquite e enfisema pulmonar. A exposição constante a esses poluentes pode
aumentar o risco de doenças respiratórias crônicas e reduzir a qualidade do ar.

Agentes particulados

Os agentes particulados são partículas sólidas ou líquidas que estão presentes no ar e não se
queimam durante os processos de combustão. Essas partículas podem ter várias origens,
incluindo atividades industriais, queimadas, ou desgaste de materiais. Alguns exemplos incluem:

Fuligem (resultante da combustão incompleta)


Pó de borracha (proveniente do desgaste de pneus de carros e caminhões)
Cinzas de queimadas
Ferrugem (formada pela oxidação de metais)
Pó de sílica (ou pó de pedra, proveniente do desgaste de pedras ou areia)
Pó de amianto (fibra mineral usada em algumas indústrias, mas muito perigosa)

Essas partículas, quando inaladas, podem causar sérios problemas de saúde, especialmente no
sistema respiratório, devido ao seu impacto nos alvéolos pulmonares.
Efeitos no Sistema Respiratório

Os agentes particulados afetam principalmente os alvéolos pulmonares, que são pequenas


bolsas de ar nos pulmões onde ocorre a troca gasosa (hematose). Esses agentes podem
dificultar ou impedir o funcionamento adequado dos pulmões, levando a doenças pulmonares
graves.

CO2 - Dióxido de carbono

Fontes de Emissão:

Queima de combustíveis fósseis: carvão mineral, derivados de petróleo (gasolina, diesel) e


gás natural.
Queimadas de florestas e atividades industriais (ex.: produção de cimento e aço).

Impactos na Atmosfera:

Intensificação do efeito estufa: Excesso de CO₂ retém mais calor na atmosfera,


aumentando a temperatura média global e contribuindo para o aquecimento global.

Equilíbrio Natural:

O CO₂ é mantido em cerca de 0,03% ou 300 ppm na atmosfera, devido à fotossíntese das
plantas e organismos fotossintetizantes, que absorvem CO₂ e liberam oxigênio.

Perigos da Inalação de CO₂ em Grandes Quantidades:

Substituição do oxigênio no ar.


Aceleração da respiração e dificuldade respiratória.
Morte por sufocamento em concentrações muito altas, pois impede a absorção de
oxigênio pelos pulmões
INALOU CO2

Efeito estufa

Efeito Estufa Natural:

O efeito estufa é um fenômeno natural que permite que o calor seja retido na atmosfera,
mantendo o planeta com uma temperatura média de cerca de 15,5°C (adequada para a
sobrevivência dos organismos).
O CO₂ (dióxido de carbono) e a água são essenciais para esse processo natural.
Sem o efeito estufa, a Terra teria uma temperatura média de -23°C, o que tornaria
impossível a vida como a conhecemos.

Estufa Artificial:
Em uma estufa, um material plástico retém o calor e cria um ambiente mais quente,
permitindo que plantas fotossintetizem de forma mais eficiente e que o ambiente
permaneça aquecido, mesmo em temperaturas externas mais baixas.

Intensificação do Efeito Estufa:

O aumento de gases como CO₂, CH₄ (metano) e NOx (óxidos de nitrogênio) intensifica o
efeito estufa.
Parte da energia na forma de radiação infravermelha, que normalmente seria perdida no
espaço, fica retida na atmosfera, causando uma elevação na temperatura média do
planeta.
O CO₂ é o principal gás responsável por essa intensificação devido à sua maior quantidade
na atmosfera.

Gases Intensificadores do Efeito Estufa:

Metano (CH₄): Embora presente em menor quantidade, o metano pode absorver até 30
vezes mais calor que o CO₂, tornando seu controle importante para mitigar o aquecimento
global.
Óxidos de Nitrogênio (NOx): Podem absorver até 150 vezes mais calor que o CO₂,
também contribuindo significativamente para o aumento da temperatura.
Ozônio Troposférico (O₃): Formado pela reação de hidrocarbonetos e óxidos com oxigênio,
o ozônio troposférico pode absorver até 2000 vezes mais calor que o CO₂, sendo um dos
gases mais potentes na intensificação do efeito estufa.
Metano O3

NOx
sei la

Efeito estufa

Inversão térmica

Movimentação Natural do Ar:

Em condições normais, o ar quente próximo à superfície sobe, levando consigo os


poluentes.
Ar frio, localizado nas camadas mais altas da atmosfera, desce, o que cria um movimento
constante das massas de ar.
Esse movimento natural de ar favorece a dispersão dos poluentes, evitando que se
acumulem em grandes concentrações em um determinado local.

Inversão Térmica:

Durante a inversão térmica, a normal movimentação do ar é interrompida.


Uma massa de ar quente se sobrepõe a uma massa de ar fria perto do solo.
Como o ar frio é mais denso, ele fica preso próximo à superfície, enquanto o ar quente fica
acima dele.
Isso impede que o ar frio se mova para dissipar os poluentes, resultando no acúmulo de
poluentes no local.
Consequências da Inversão Térmica:

Sem a dispersão natural dos poluentes, há uma elevação da concentração de substâncias


nocivas no ar.
Compostos prejudiciais como o ozônio (O₃) podem se formar devido ao acúmulo de gases
poluentes, agravando a poluição do ar

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