11 Classe - Aepmc - 2020

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Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Objectivo geral da disciplina: Dotar os alunos de conhecimentos básicos sobre as


diversas patologias agudas e crónicas (definição, sinais e sintomas, diagnósticos, formas
de tratamentos e cuidados de enfermagem) e subsidiar o futuro técnico para relacionar
teoria e prática; desenvolver raciocínio crítico para poder oferecer uma assistência com
qualidade.

11ªCLASSE

Unidade I: Introdução e apresentação da disciplina

1.1 Conceitos

Cirurgia: ramo da medicina que se propõe curar pelas mãos, se ocupa de moléstias
curáveis por meio de intervenções e trabalhos no corpo humano, praticadas por
instrumentos adequados.
Do grego: kheirourgia (kheiros, mão e ergon, obra).
Palavra origina do grego, ciência, arte, pois exige habilidade manual e aprendizado
constante por parte da pessoa que a pratica.
Cirurgia ou operação: é o tratamento de doença, lesão ou deformidades externas e/ou
interna, com o objectivo de reparar, corrigir, ou aliviar um problema físico.

É realizada na sala de cirurgia do hospital, em ambulatório ou consultório, quando o


procedimento for considerado simples.

Enfermagem Cirúrgica: É a parte da Enfermagem que presta assistência ao paciente


cirúrgico nos períodos pré, trans e pós-operatórios, com o objectivo de prevenir
complicações físicas e emocionais para reabilitação e recuperação.

As cirurgias são classificadas segundo:

• Âmbito

• O objectivo

• O local do corpo

• Pressupostos de tempo ou físicos.

Elaborado por: Miguel Manuel 1


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Âmbito

Segundo o âmbito as cirurgias podem dividir-se em pequenas e grandes.

A pequena cirurgia é uma cirurgia simples, que apresenta poucos riscos para a
vida. Podem ser feitas num consultório do cirurgião, clínica ou sala de operações.
Muitas podem ser feitas com anestesia local porém, algumas têm necessidade de ser
com anestesia geral.

A grande cirurgia é realizada numa sala de operações, geralmente em instituição


hospitalar, com anestesia geral ou regional. É mais grave que a pequena cirurgia e
podem envolver risco de vida.

Objectivo

A cirurgia pode ser realizada segundo as várias razões:

• Diagnóstico – para determinar a causa do sintoma

• Curativa – remover a parte doente

• Reparadora – fortalecer a região doente, juntar a região desligada ou lesionada,


corrigir deformidades

• Paliativa – aliviar os sintomas sem curar a doença

• Estética – melhorar a aparência

Local do corpo

A cirurgia pode ser externa ou interna. Na externa a pele ou os tecidos


adjacentes estão prontamente acessíveis ao cirurgião, por exemplo a cirurgia plástica é
uma cirurgia externa. Na interna envolve penetração profunda no organismo, como na
cirurgia de órgãos, grandes vasos ou estrutura óssea. Podem ser classificas por
localização de partes ou sistemas orgânicos, como na cirurgia cardiovascular, torácica,
intestinal ou neurológica.

Pressuposto de tempo ou físicos

A cirurgia pode ser ou não planeada.

Elaborado por: Miguel Manuel 2


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Cirurgia de emergência – é uma cirurgia não planeada que se faz na sequência de


traumatismos ou hemorragias de órgãos internos.

Cirurgia ambulatória – não exige entrada no hospital de véspera. O doente é admitido


no dia da cirurgia, fica para os cuidados pós-operatórios e tem alta antes do fim do dia.

Cirurgia do doente internado – aquela que o doente encontra-se internado numa


enfermaria e necessita de intervenção cirúrgica (electivas).

1.2 Noções básicas

Terminologias
Entende-se por nomenclatura cirúrgica ―o conjunto de termos de uma arte ou de
uma ciência:
Assim sendo, a nomenclatura cirúrgica é o conjunto de termos utilizados para indicar o
procedimento cirúrgico a ser realizado. Cabe ao profissional de enfermagem entender os
diversos aspectos que envolvem o procedimento cirúrgico, em especial a terminologia
pertinente. Essa terminologia é formada por prefixos, que designam a parte do corpo
relacionada à cirurgia, e por sufixos, que indicam o ato cirúrgico referente
Os principais objectivos da nomenclatura cirúrgica são:
 Fornecer sob forma verbal ou escrita uma definição do procedimento cirúrgico
realizado.
 Preparar o instrumental cirúrgico, artigos, equipamentos e acessórios
apropriados para cada tipo de cirurgia.
Prefixos e Sufixos
Otomia – Abertura de um órgão com ou sem dreno.
Stomia – Fazer cirurgicamente uma nova boca.
Ectomia – Remover um órgão.
Ráfia – Suturar ou reparar.
Pexia – Fixação de um órgão.
Scopia – Olhar o interior.
Litíase – Cálculo.

Elaborado por: Miguel Manuel 3


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Operações terminadas em OSTOMIA


Cistostomia - Abertura da bexiga para drenagem de urina.
Colecistostomia – Incisão da vesícula biliar para drenagem.
Colostomia – Operação para formar abertura artificial no cólon.
Gastrostomia – Formação cirúrgica de fístula gástrica na parede abdominal para
introduzir alimentos.
Ileostomia – Formação de abertura artificial no íleo.

Operações terminadas em PLASTIA


Artroplastia – Reconstrução da articulação com a finalidade de restaurar o movimento
e a função da mesma.
Queiloplastia – Repara dos defeitos dos lábios.
Rinoplastia – Cirurgia plástica do nariz.
Toracoplastia – Cirurgia plástica do tórax.
Salpingolplastia – Operação plástica na trompa de Falópio.
Terminologias diversas
Enxerto – Transplante de órgãos ou tecidos.
Amputação – Operação para eliminar membro ou segmento de corpo necrosado.
Anastomose – Formação de comunicação entre órgãos ou entre vasos.
Artrodese – Fixação cirúrgica de articulação para fundir as superfícies.

1.3. Cuidados de enfermagem

Os cuidados de enfermagem ao paciente cirúrgico variam de acordo com o tipo


de cirurgia e de paciente para paciente, atendendo suas necessidades básicas e suas
reacções psíquicas e físicas manifestadas durante este período.
A assistência pré-operatória tem como objectivo proporcionar uma recuperação pós-
operatória mais rápida, reduzir complicações, diminuir o custo hospitalar e o período de
hospitalização que se inicia na admissão e termina momentos antes da cirurgia,
devolvendo o paciente o mais rápido possível ao meio familiar.

Elaborado por: Miguel Manuel 4


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Objectivo:

Levar o paciente as melhores condições possíveis para cirurgia, para garantir-lhe


menores possibilidades de complicações. Cada paciente deve ser tratado e encarado
individualmente. Dependendo da cirurgia a ser realizada, o preparo pré-operatório
poderá ser feito em alguns dias ou até mesmo em minutos. Tem como objectivo também
assegurar confiança e tranquilidade mental ao paciente.

Assistência de enfermagem pré-cirúrgica geral: abrange o preparo sócio-psíquico-


espiritual e o preparo físico.
Preparo sócio-psíquico-espiritual:
 Providenciar a assinatura do termo de responsabilidade, autorizando o hospital a
realizar o procedimento;
 Explicar aos familiares sobre a cirurgia proposta, como o paciente retornará da
sala operatória e a importância em apoiá-lo nesse período;
 Explicar ao paciente sobre a cirurgia, o tipo de anestesia, e os exames que
porventura forem necessários, salientar a importância de sua colaboração
durante os procedimentos;
 Tranquilizá-lo em caso de ansiedade, medo do desconhecido e de destruição da
auto-imagem, ouvir atentamente seu discurso, dar importância às queixas e seus
relatos;
 Explicar as condições que irá retornar do centro cirúrgico (se acordado, com ou
sem gesso, etc.) e assegurar que terá sempre um profissional da enfermagem
para atendê-lo;
 Promover o entrosamento do paciente com o ambiente hospitalar, esclarecer
sobre normas e rotinas do local, e proporcionar um ambiente calmo e tranquilo e
 Providenciar ou dar assistência religiosa, caso seja solicitada.
Preparo físico:
 Realizar a consulta de enfermagem, atentando para as condições que podem
actuar negativamente na cirurgia e reforçando as positivas;
 Providenciar e/ou preparar o paciente para exames laboratoriais e outros exames
auxiliares no diagnóstico;
 Iniciar o jejum após o jantar ou ceia;

Elaborado por: Miguel Manuel 5


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 Verificar sinais vitais, notificar ao médico responsável se ocorreram sinais ou


sintomas de anormalidade ou alteração dos sinais vitais;
 Encaminhar ao banho para promover higiene, trocar de roupa, cortar as unhas e
mantê-las limpas e fazer a barba;
 Administrar medicação pré-anestésica, se prescrita;
 Realizar a tricotomia do membro a ser operado, lavar com água e sabão, passar
anti-séptico local e enfaixar (se necessário) com bandejas estéreis;
 Remover próteses, jóias, lentes de contacto ou óculos, prendedores de cabelo e
roupas íntimas;
 Promover esvaziamento vesical, colocar roupa cirúrgica apropriada (camisola,
toucas), transportá-lo na maca até o centro cirúrgico com prontuário e exames
realizados (inclusive Raios-X).

Cuidados com o doente no dia da cirurgia


Promoção de sono e repouso
A cirurgia é traumatizante, logo suscita stress. Por isso, é preciso energia para superar a
situação. Normalmente é preciso um sedativo na noite da véspera da cirurgia, para
assegurar um bom descanso nocturno. Se der sedação ou medicação para dor, adicional,
durante a noite, deve ser ministrada, pelo menos, 4 horas antes da medicação pré-
operatória.
O doente deve ser autorizado a dormir na manhã da cirurgia tanto tempo quanto quiser,
e a ficar sem ser perturbado, até pouco antes da administração de medicação pré-
anestésica.
Prevenção de alterações
Avaliação final. Os sinais vitais são examinados para identificação de alterações
significativas.
O registo de identificação do doente é verificado quanto a precisão, legibilidade e
firmeza. O registo será examinado outra vez pólo enfermeiro no BO. Esta acção protege
o doente contra a eventualidade de ser submetido a cirurgia destinada a outra pessoa.
Remoção de acessórios
Os ganchos do cabelo, as perucas, o verniz das unhas e as próteses dentárias são
retirados para evitarem acidentes. Só as próteses auditivas devem ser mantidas, visto

Elaborado por: Miguel Manuel 6


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haver necessidade para a comunicação entre o doente e os profissionais de saúde. Os


enfermeiros do BO devem ser informados que o doente tem a prótese auditiva colocada.
Aplicação de meias elásticas
Meias ou ligaduras elásticas são colocadas nos doentes com alto risco para
desenvolverem problemas tromboembólicos.
Esvaziamento da bexiga
Pede-se ao doente para urinar, imediatamente antes de ir para o BO. Se a bexiga tem de
ser mantida num estado de colapso durante toda a cirurgia, ou o doente tem uma
situação que interferirá com a micção depois da cirurgia, insere-se uma algália.
Salvaguarda de bens pessoais
Tanto próteses como outros bens materiais, como dinheiro ou jóias são devidamente
rotulados e entregues aos familiares do doente.
Medicação pré-anestésica
O termo pré-medicação é usado para significar a medicação administrada 1 a 2 horas
antes da indução da anestesia, que é geralmente dada imediatamente antes de o doente
ser levado para a cirurgia. Os objectivos da medicação são:
• Diminuir a ansiedade e proporcionar sedação;
• Induzir anestesia;
• Reduzir a secreção de saliva e suco gástrico, e;
• Prevenir uma reacção alérgica a anestésicos.
Entre os pré-anestésicos vulgares contam-se barbitúricos, narcóticos e benzodiazepinas.
Registo de dados finais
Os dados, relevantes para os cuidados ao doente nas fases intra-operatória e pós-
operatória, devem ser registados. Ter um registo com os dados importantes, muito
visíveis e acessíveis, facilita a continuidade dos cuidados e a fácil disponibilidade dos
mesmos para uso posterior.
Transporte para a sala de operações
o doente cirúrgico é normalmente transportado para a sala de operações numa maca ou,
em alguns casos, na cama.

Elaborado por: Miguel Manuel 7


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1.3. Questões legais na prática de enfermagem

A Enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e qualidade de vida


da pessoa, família e colectividade.
O Profissional de Enfermagem actua na promoção, prevenção, recuperação e
reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e
legais.
O Profissional de Enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos
humanos, em todas as suas dimensões.
O Profissional de Enfermagem exerce suas actividades com competência para a
promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da
bioética.

Quem recebe os cuidados?


 Paciente
 Cliente
 Utente
 Doente
Carta do direito do utente
 O direito à protecção da saúde está consagrado na maioria das Constituições
da República, e assenta num conjunto de valores fundamentais como a
dignidade humana, a equidade, a ética e a solidariedade.
 São estes os princípios orientadores que servem de base à Carta dos Direitos
e Deveres dos Doentes.
 O conhecimento dos direitos e deveres dos doentes, também extensivos a
todos os utilizadores do sistema de saúde, potencia a sua capacidade de
intervenção activa na melhoria progressiva dos cuidados e serviços.
 Evolui-se no sentido de o doente ser ouvido em todo o processo de reforma,
em matéria de conteúdo dos cuidados de saúde, qualidade dos serviços e
encaminhamento das queixas.
A Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes representa, assim, mais um passo no
caminho da dignificação dos doentes, do pleno respeito pela sua particular condição e
da humanização dos cuidados de saúde, caminho que os doentes, os profissionais e a
comunidade devem percorrer lado a lado.

Elaborado por: Miguel Manuel 8


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Direitos do utente
1. O doente tem direito a ser tratado no respeito pela dignidade humana;
2. O doente tem direito ao respeito pelas suas convicções culturais, filosóficas e
religiosas;
3. O doente tem direito a receber os cuidados apropriados ao seu estado de saúde, no
âmbito dos cuidados preventivos, curativos, de reabilitação e terminais;
4. O doente tem direito à prestação de cuidados continuados;
5. O doente tem direito a ser informado acerca dos serviços de saúde existentes, suas
competências e níveis de cuidados;
6. O doente tem direito a ser informado sobre a sua situação de saúde;
7. O doente tem o direito de obter uma segunda opinião sobre a sua situação de saúde;
8. O doente tem direito a dar ou recusar o seu consentimento, antes de qualquer acto
médico ou participação em investigação ou ensino clínico;
9. O doente tem direito à confidencialidade de toda a informação clínica e elementos
identificativos que lhe respeitam;
10. O doente tem direito de acesso aos dados registados no seu processo clínico;
11. O doente tem direito à privacidade na prestação de todo e qualquer acto médico;
12. O doente tem direito, por si ou por quem o represente, a apresentar sugestões e
reclamações;
Deveres do utente
1. O doente tem o dever de zelar pelo seu estado de saúde. Isto significa que deve
procurar garantir o mais completo restabelecimento e também participar na promoção
da própria saúde e da comunidade em que vive.
2. O doente tem o dever de fornecer aos profissionais de saúde todas as informações
necessárias para obtenção de um correcto diagnóstico e adequado tratamento.
3. O doente tem o dever de respeitar os direitos dos outros doentes.
4. O doente tem o dever de colaborar com os profissionais de saúde, respeitando as
indicações que lhe são recomendadas e, por si, livremente aceites.
5. O doente tem o dever de respeitar as regras de funcionamento dos serviços de saúde.
6. O doente tem o dever de utilizar os serviços de saúde de forma apropriada e de
colaborar activamente na redução de gastos desnecessários.

Elaborado por: Miguel Manuel 9


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1.4. Relação enfermeiro paciente

O relacionamento enfermeiro-paciente é uma relação entre duas ou mais


pessoas, o profissional e a pessoa que requer ajuda, que se dá através do processo
terapêutico (início, desenvolvimento e final), objectivando a resolução do problema
apresentado.
Quando se fala em pessoas doentes e que precisam de acompanhamento médico,
seja no hospital ou em domicílio, a relação entre técnico em enfermagem e paciente é de
suma importância para uma recuperação mais rápida e tranquila.
A relação enfermeiro paciente é uma das questões mais importantes no tratamento de
uma pessoa que se encontra hospitalizada, que muitas vezes está fragilizada e com medo
do tratamento.
Uma equipe de enfermagem humana, atenciosa trará confiança ao paciente e
com isso a relação enfermeiro paciente será potencializada. Por outro lado, se o paciente
percebe um descaso por parte deste profissional, a relação enfermeiro paciente estará
abalada e com certeza esse paciente terá dificuldades de aceitar ou até mesmo continuar
o seu tratamento.
Para que a relação enfermeiro paciente seja construída é preciso muito mais do
que carisma do profissional. Este deve desempenhar sua função assistencial e ao mesmo
tempo buscar entender o que se passa com o paciente para poder auxiliá-lo no momento
da internação.
A relação enfermeiro paciente não é apenas importante quando o paciente
encontra-se internado. Na Estratégia da Saúde da Família essa relação torna-se uma
arma importante, pois o enfermeiro acompanha essa família na sua intimidade.
A relação enfermeiro paciente é construída com atenção, carinho, dedicação
aliada com o saber e a intenção em se fazer o melhor para prevenção ou tratamento das
doenças.

Humanização do profissional da saúde


O profissional da saúde deve entender que seu ofício vai além de cumprir
horário, de respeitar as normas de trabalho, entre outras responsabilidades. Lidar com
vidas humanas demanda, acima de tudo, um posicionamento individualizado com
estima e apreço.

Elaborado por: Miguel Manuel 10


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Ao técnico em enfermagem compete respeitar a individualidade de seus


pacientes, não os vendo somente como um a mais para cuidar. Esse profissional deve
buscar uma proximidade ao tratar cada um, considerando sempre suas necessidades
físicas e emocionais.
Sendo assim, cabe a você reconhecer sua vocação para demonstrar humanização em seu
relacionamento com os pacientes, como também colocar em prática todo o aprendizado
adquirido em sua formação técnica.

Relação entre técnico em enfermagem e paciente


A relação entre técnico em enfermagem e paciente, sendo positiva, traz grandes
benefícios para a recuperação do doente. Mesmo em funções corriqueiras, como aferir a
pressão arterial para o controle da pressão alta, o profissional pode transmitir afecto e
carinho, os quais são factores muito importantes para a cura.
Ao exercer essa profissão, a pessoa precisa saber manter a calma quando, por
exemplo, o paciente está em desespero ou ansioso pela sua recuperação. No caso de
sofrimento, dar uma palavra de acalento pode ser bastante significativo e contribuir
directamente para o restabelecimento do enfermo.
Saber compreender, gostar de cuidar de pessoas e ser atencioso são algumas
características que possibilitam uma relação favorável e o bem-estar dos pacientes,
levando-os a cumprir o tratamento designado pelo médico.

Vínculo entre familiares e técnico em enfermagem


Além disso, o técnico em enfermagem deve ter um bom relacionamento não
somente com os pacientes, mas também com seus familiares. Uma família que possui
algum ente querido que carece de cuidados médicos tem no técnico de enfermagem uma
ponte de ligação com o restante da equipe de saúde.
Por outro lado, o familiar também passa a ser um elo entre o técnico de
enfermagem e o paciente. Por meio de orientações dadas pelos profissionais da saúde,
os familiares sentem-se mais tranquilos, influenciando positivamente o paciente na sua
recuperação plena.

Elaborado por: Miguel Manuel 11


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Distanciamento que a profissão exige


Para os que estão na carreira de técnico em enfermagem, lidar com o sofrimento de
pacientes e familiares não é uma tarefa fácil. Enfrentar uma rotina de trabalho,
vivenciando diferentes experiências de enfermidades, requer do profissional um
equilíbrio emocional para que tais sentimentos não permeiem sua vida.
Assim sendo, faz-se necessário manter um certo distanciamento em relação a saber
separar e lidar com diferentes sentimentos que afligem as pessoas das quais precisa
cuidar.
Todo tipo de relacionamento envolve convivência, comunicação e atitudes que
devem ser recíprocas. Quando uma das partes não desenvolve os atributos necessários
para uma boa convivência, o relacionamento torna-se difícil.

Um bom relacionamento desenvolve-se quando há confiança, empatia, respeito e


harmonia entre as pessoas envolvidas.

Conforme vamos desenvolvendo o nosso autoconhecimento e desenvolvendo o


conhecimento do outro, vamos aprendendo e aperfeiçoando a nossa maneira de nos
relacionarmos de forma mais eficaz.

Forças que Impulsionam Forças que Restringem


 Empatia  Vaidade
 Motivação  Apatia
 Iniciativa  Dependência
 Competência  Timidez
 Apoio  Manipulação
 Comunicação  Conflitos

Factores que podem prejudicar o relacionamento interpessoal:

 Não ouvir o outro


 Interromper o outro quando fala
 Falar em tom agressivo
 Impor as suas ideias sem se preocupar com a ideia do outro
 Não compreender as outras pessoas
 Não se colocar no lugar do outro – ―empatia‖

Elaborado por: Miguel Manuel 12


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Factores que favorecem o relacionamento interpessoal:

 Ter habilidade / facilidade em compreender os outros


 Boa comunicação

Obs. Podemos aprender e aperfeiçoar estas habilidades em compreender o outro e a si


próprio.

Como melhorar o relacionamento interpessoal:

 Melhorar o conhecimento de si próprio(compreender melhor como eu sou):


entender as minhas atitudes, os meus comportamentos, sentimentos, objectivos.
 Melhorar a compreensão do outro observando oseu comportamento,
sentimentos, acções e atitudes, no relacionamento com outras pessoas, dar
oportunidade para ele expor os seus pensamentos e sentimentos.

UNIDADE II: ADMISSÃO DO PACIENTE


Admissão - é a entrada e permanência do paciente no hospital, por determinado
período. Tem por objectivos facilitar a adaptação do paciente ao ambiente hospitalar,
proporcionar conforto segurança.
Na unidade de internação o paciente é recebido por um profissional da unidade e
encaminhado ao quarto ou enfermaria. Deve ser recebido com gentileza e cordialidade
para aliviar suas apreensões e ansiedades. Geralmente, o paciente está preocupado com
a sua saúde.
A primeira impressão recebida é fundamental ao paciente e seus familiares,
inspirando-lhes confiança no hospital e na equipe que o atenderá. Se recebido
atenciosamente, proporcionará sensação de segurança e bem-estar, e deste primeiro
contacto depende em grande parte a colaboração do paciente ao tratamento.
Procedimentos:
 Receber o paciente cordialmente, verificando se as fichas estão completas;
 Acompanhar o paciente ao leito, auxiliando-o a deitar e dando-lhe todo o
conforto possível;
 Apresentá-lo aos demais pacientes do seu quarto;

Elaborado por: Miguel Manuel 13


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

 Orientar o paciente em relação à: localização das instalações sanitárias; horários


das refeições; modo de usar a campainha; nome do médico e da enfermeira
chefe;
 Explicar o regulamento do hospital quanto à: fumo; horário de repouso; horário
de visita;

2.1. UNIDADE HOSPITALAR


Denomina - se hospital ao lugar no qual se atende os indivíduos que padecem de
uma determinada doença e que vão com o objecto de receber um diagnóstico e um
posterior tratamento para sua afecção. Segundo o tipo de patologia que atendam, há
diferentes tipos de hospitais, como: maternos infantis, geriátricos, gerais e psiquiátricos,
entre outros.
Para oferecer e cumprir suas responsabilidades com uma boa atenção, os
hospitais contam com diferentes áreas de especialidades que se ocupam das diferentes
demandas de previdência que podem ter para evitar desta maneira uma desorganização
generalizada. Assim, por exemplo, temos o pronto - socorro que é o lugar no qual
chegam os pacientes que sofreram uma urgência ou tiveram um acidente. Depois, está à
área de terapia intensiva no qual se destina aos doentes de maior gravidade, também
pode ser encontrado a área de terapia intermediária no qual se tratam os pacientes que
saíram de um quadro grave, mas que ainda requerem monitoramento antes de passar ao
leito comum.
E depois claro, cada hospital, conta com um sector de análise comum, outro
mais complexo, cirurgiões e andares inteiros destinados à recuperação dos pacientes em
quartos. É claro, que todas estas questões variam de acordo com o país, mas grandes
traços destas divisões podem ser apreciados em sua maioria.
Um hospital está composto por uma série de subsistemas que interagem entre si
dinamicamente: o sistema assistencial (inclui os consultórios externos e áreas de
internação), sistema administrativo contabilidade (ocupa-se da admissão e saída dos
pacientes, como todo o inerente a documentação em geral), gerencial (se encarrega da
direcção do hospital, as políticas e as finanças), de informação (se refere ao sistema
informático que mantém comunicadas a todas as áreas), técnico (se ocupa da
manutenção) e de docência e investigação (área encarregada da capacitação dos novos
profissionais).

Elaborado por: Miguel Manuel 14


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Ainda que não seja sua função primária, o hospital também cumpre um
importante papel na prevenção das doenças. Por exemplo, é muito comum que se
desenvolvam seminários sobre doenças ou campanhas de vacinação, promovidas pelos
ministérios de saúde pública dos países.

2.2. UNIDADE DE INTERNAMENTO


Internação ou Internamento é o local de permanência dos doentes a quem os
cuidados de saúde não podem ser administrados em regime ambulatório.
Definição - É o conjunto de elementos destinados a acomodações do paciente internado
e que englobam facilidades adequadas a prestação de cuidados necessários a um bom
atendimento.
Finalidade - Proporcionar ao paciente um ambiente propício a sua rápida recuperação.
Oferecer a enfermagem condições que favoreça um bom desempenho de suas funções;
Componentes diferem de hospital para hospital, mas de uma maneira geral e
composto por: Posto de Enfermagem, sala de serviços, sala de enfermagem, sala de
utilidade, copa, enfermarias ou quartos, rouparia, banheiro de paciente (com chuveiro, 1
sanitário) e banheiro de funcionários.
Tipos de Unidades - São unidades médicas, cirúrgicas, pediátricas, isolamento,
tratamento intensivo, etc.

2.3. UNIDADE DO PACIENTE


E o conjunto de espaços e móveis destinados a cada paciente;
Componentes Diferem de hospital para hospital, mas basicamente, consta de: cama com
colchão, mesa-de-cabeceira equipada com os pertences do paciente, uma cadeira,
campainha, mesa de refeições, escadinha.
A disposição dos móveis deverá ser de maneira que permita boa circulação ao redor.

LIMPEZA DE UNIDADE
Definição - E a limpeza realizada na Unidade do Paciente, pode ser: Limpeza
concorrente e Limpeza Terminal.
Limpeza concorrente - E feita diariamente após o banho do paciente e arrumação do seu
leito. Consiste na limpeza de parte do mobiliário da unidade do paciente.

Elaborado por: Miguel Manuel 15


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Limpeza Terminal - E a limpeza completa da unidade do paciente, após: Alta, óbito ou


transferência

NORMAS
01 - A limpeza terminal da unidade do paciente deve ser realizada pelo funcionário da
enfermagem após alta, transferência ou óbito;
02 - A limpeza concorrente da unidade do paciente deve ser realizada pelo funcionário
da enfermagem uma vez a cada plantão;
03 - O produto utilizado para a limpeza terminal da unidade devera ser fenol sintético.
No caso da limpeza concorrente, usar álcool a 70%;
04 - A limpeza do carrinho de banho, carrinho de parada, carrinhos de medicação e de
curativo, devera ser feita uma vez por plantão pela enfermagem, com fenol sintético;
05 - Os panos de limpeza utilizados na limpeza terminal ou concorrente, deverão ser
enxaguados quantas vezes forem necessárias na bacia utilizada para este fim;
06 - Ao realizar a limpeza concorrente, limpar a unidade com água e sabão, caso estiver
suja de sangue ou secreção;
07 - Utilizar movimentos simples e amplos em um só sentido;
08 - Observar a sequência da limpeza (do mais limpo para o mais contaminado,
evitando sujar as áreas limpas);
09 - Evitar molhar o chão.
Limpeza Terminal

2.4. MATERIAIS E EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS


Solução desinfectante (fenol),
01 Par de luvas de procedimento,
Panos de limpeza,
Hamper e sanito (saco plástico),
Bacia.
Técnica
01 - Lavar as mãos;
02 - Reunir o material;
03 - Colocar o material sobre a mesa-de-cabeceira;
04 - Calcar luvas;

Elaborado por: Miguel Manuel 16


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

05 - Desprender a roupa de cama e despreza-la no hamper, evitando movimentos


bruscos;
06 - Recolher materiais e equipamentos (ambu, humidificador, aspirador, comadre,
papagaio) e encaminha-los ao expurgo;
07 - Afastar a cama da parede, deixando espaço suficiente para realização da limpeza;
08 - Iniciar a limpeza do leito pela parte superior do colchão, da cabeceira para o centro,
inclusive as laterais do colchão, sempre do mais distante para o mais próximo;
09 - Continuar a limpeza do colchão, do centro para os pés, inclusive as laterais do
colchão, sempre do mais distante para o mais próximo;
10 - Dobrar o colchão ao meio e limpar o estrado iniciando da cabeceira para o centro.
Elevar o estrado e limpar a parte inferior do mesmo, inclusive espaldar e pés;
11 - Limpar a parte posterior do colchão, da cabeceira para o centro, retorna-lo em cima
do estrado;
12 - Dobrar o colchão para o lado contrario e limpar a outra metade do estrado, do
centro para os pés segundo a técnica, não se esquecendo da parte inferior do estrado;
13 - Realizar a limpeza da parte posterior do colchão iniciando do centro para os pés;
14 - Passar para o lado mais distante e limpar a lateral do leito, grade e pés do leito;
15 - Passar para o lado mais próximo e limpar a lateral do leito, grade e pés do leito;
16 - Limpar com a solução de fenol a mesa-de-cabeceira iniciando pela parte interna da
mesma;
17 - Limpar com a solução de fenol a parte externa da mesa-de-cabeceira;
18 - Limpar com pano embebido na solução de fenol o suporte de soro (retirando fitas
adesivas e esparadrapos que porventura estiverem colados);
19 - Retirar as luvas;
20 - Arrumar o leito conforme técnica descrita anteriormente;
21 - Encaminhar material utilizado ao expurgo;
22 - Montar o painel de gases;
23 - Lavar a mãos.

Elaborado por: Miguel Manuel 17


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2° Trimestre – Carga horária total: 36 Horas

UNIDADE IV: UNIDADE DE CENTRO CIRÚRGICO

4.1. Conceito

O Centro Cirúrgico - é o conjunto de áreas e instalações que permitem efectuar a


cirurgia nas melhores condições de segurança para o paciente, e de conforto para a
equipe de saúde.
No contexto hospitalar e o sector mais importante pela decisiva acção curativa da
cirurgia, exigindo, assim detalhes minuciosos em sua construção para assegurar a
execução de técnicas assépticas, instalação de equipamentos específicos que facilitem o
ato cirúrgico.
Em sua construção devemos observar: localização, área, estrutura, composição física,
salas de cirurgias, equipamentos e materiais, sua administração e regulamentos.
Sua localização deve oferecer segurança quanto as técnicas assépticas, sendo
distanciada de locais de grande circulação, ruídos e poeiras.
Quanto a área e ao número de salas devemos considerar a duração da programação
cirúrgicas especialidades atendidas, ensino e pesquisa.

ESTRUTURA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DO CENTRO CIRÚRGICO


► No centro cirúrgico, as actividades são direccionadas através da seguinte
estrutura:
1. Secção de bloco operatório (salas de operação equipadas);
2. Secção de Recuperação Pós anestésica (leitos equipados para atender ao paciente na
recuperação Pós anestésicas);
3. Secção de material (guarda de material estéril e não estéril, como medicamentos,
seringas, fios de suturas, próteses etc.).
► Na composição física temos elementos indispensáveis e Independentes para
melhor funcionamento da sua rotina:
1. Vestiário; 2. Conforto médico; 3. Sala de anestesias; 4. Sala de enfermagem;
5. Sala de estoque de material e medicamentos; 6. Área para recepção de pacientes;
7. Sala de operação;

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8. Sala para equipa de limpeza e elementos de apoio (banco de sangue, raios X,


laboratórios, anatomia patológica, auxiliares de anestesia, segurança, e serviços gerais –
engenharia clínicas parte eléctrica, hidráulica e electrónica).
► Em salas de cirurgias, local destinado aos procedimentos cirúrgicos, alguns
elementos são cuidadosamente, projectados para garantir a segurança e eficácia
das técnicas aplicadas:
● Tamanha das salas (dimensões adequadas a cada especialidade); ● Portas largas;
● Pisos de superfície lisa; ● Paredes anti-acústicas; ● Teto de material lavável;
● Janelas que não permitam entrada de poeira e insectos; ● Iluminação com ausência de
sombras e reflexos; ● Ventilação com temperatura ambiente; ● Renovação do ar e
humidade adequadas; ● Lavabo com misturadores para água.

► SALA DE CIRURGIA
Sala de cirurgia: é um dos componentes da zona estéril e deve dispor de:
 Uma mesa de operação com comandos de posições na cabeceira, ou mesa
própria para a especialidade a que se destina;
 Mesas auxiliares para o instrumental;
 Mesa para o anestesista e seus medicamentos;
 Aparelhos de anestesia e respiradores, foco de luz, para a enfermeira, prateleiras
para a guarda de fios, campos e instrumental.
 A sala de cirurgia deve abrigar aparelhos auxiliares como bisturi eléctrico.

► Material cirúrgico
Material cirúrgico: é todo o conjunto de objectos, instrumentos e equipamentos que
entram em contacto directo ou indirecto com a região operatória, utilizados para a
execução de determinado procedimento cirúrgico.
Sua classificação e de acordo com a sua função ou uso principal, visto que muitos
equipamentos tem mais de uma utilidade. Basicamente, um procedimento cirúrgico
segue 3 etapas principais: diérese, hemostasia e síntese.

4.2. Elementos da unidade

A unidade de Centro Cirúrgico é conceituada como sendo o conjunto de


elementos destinados às actividades cirúrgicas, bem como a recuperação anestésica e

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Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

pós-operatória. Representa um lugar de importância relevante no contexto hospitalar,


devido à complexidade de atendimento prestado para pacientes que necessitam de
tratamento cirúrgico, em carácter electivo ou emergencial.

Localização – deve ocupar área independente da circulação geral, ficando assim livre
do trânsito de pessoas e materiais estranhos ao serviço; deve possibilitar acesso livre e
fácil de pacientes provenientes das Unidades de Internação, Cirúrgica, Pronto-socorro e
Terapia Intensiva, bem como o encaminhamento dos mesmos às unidades de origem.

A unidade de Centro Cirúrgico é considerada uma área crítica no zoneamento das


unidades e ambientes funcionais do hospital. Entende-se por áreas críticas os ambientes
em que existe risco aumentado de transmissão de infecção, onde se realizam
procedimentos de risco, ou onde se encontram pacientes com o sistema imunológico
deprimido.

São considerados essenciais os elementos descritos a seguir:

Vestiários masculinos e femininos

Devem estar localizados na entrada do centro cirúrgico, de modo que os profissionais, e


outras pessoas que venham da área de circulação externa, só possam ter acesso ao sector
após a troca de roupa. O vestiário deve conter também armários para guardar pertences
dos usuários e sanitários anexos com lavabos e chuveiro.

Sala administrativa

É o local destinado ao controle administrativo da Unidade, concentrando a chefia de


enfermagem e a secretaria.

Área de recepção do paciente

É a área reservada para recepcionar e transferir pacientes da maca até a mesa cirúrgica.

Sala de espera

É a área destinada aos familiares ou acompanhantes do paciente, enquanto aguardam o


término da cirurgia e alta da sala de recuperação pós-anestésica (SRPA). Este ambiente
deve ser provido de poltronas e sanitário.

Área de escovação ou lavabos

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Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Prevê-se um lavabo com duas torneiras para cada duas salas de cirurgias. As torneiras
devem ser munidas de características especiais, que tornem possível abri-las e fecha-las
sem o uso das mãos. Os tanques devem ser instalados numa altura de mais ou menos 90
cm, para favorecer a mecânica corporal no ato da escovação. Neste local devem ter
escovas e solução anti-séptica.

Sala de cirurgia

É a área destinada à realização de intervenções cirúrgicas e endoscópicas. Preconizam-


se duas salas para cada 50 leitos não especificados ou para cada 15 leitos cirúrgicos. Os
requisitos que devem ser respeitados para facilitar o funcionamento são:

a) Área física

O tamanho da sala cirúrgica, metros quadrados, varia de acordo com a especialidade a


que é destinada. A sala cirúrgica mais funcional é a rectangular, pois oferece melhor
aproveitamento do espaço, mas pode ser circular ou quadrada. Como por exemplo:
herniorrafia, tireoidectomia, deve ter área mínima proposta de: 25 .Para as salas
destinadas as cirurgias especializadas, as mínimas propostas são: 36 .

b) Paredes

Devem ter os cantos arredondados em todas as junções, com a finalidade de facilitar a


limpeza. Devem ser revestidas de material resistente, mas que proporcione superfície
lisa e lavável. Este material deve favorecer a diminuição de ruídos externos. E quanto a
cor, deve ser neutra, suave e repousante.

c) Piso

É obrigatório que seja de material condutivo, por causa da associação de substâncias


anestésicas inflamáveis com oxigénio ou óxido nitroso; ou seja, deve ser bom condutor
de electricidade. Deve ser também de material resistente ao uso de água e soluções
desinfectantes, de superfícies lisas e de fácil limpeza.

d) Portas

Devem ser amplas para facilitar a passagem de macas e equipamentos cirúrgicos, devem
ser corrediças para evitar movimentação de ar, devem ser revestidas de material lavável
e de cor neutra. Devem, ainda, possuir protecção, a fim de prevenir danos por possíveis

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Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

esbarrões de macas. Precisam, também, ser providas de visor facilitando visualizar o


interior da sala sem a necessidade de abri-las durante o ato cirúrgico.

e) Janelas

Deve estar localizada de modo a permitir a entrada de luz natural em todo o ambiente,
provida de vidro fosco e ser lacrada com persianas recobertas por vidros, possibilitando
a limpeza.

A iluminação artificial da sala de cirurgia é feita por intermédio da luz geral de teto,
com lâmpada fluorescente e luz directa. Os focos permitem a luminosidade ideal em
todo o campo operatório, garantem a ausência de sombra e a alta naturalidade na cor dos
tecidos. Os tipos de focos são: fixo ou central, auxiliar e frontal.

O ar condicionado deve prover a renovação do ar ambiente sem produzir correntezas,


remover as impurezas e gases de ar e proporcionar temperatura e humidade adequadas
ao ambiente; isso contribui para a diminuição dos riscos de infecção da ferida
operatória, considerando a renovação do ar, onde podem estar suspensos bactérias e
outras partículas, além dos gases e vapores (sistema de ar condicionado central).

f) Instalações eléctricas

As tomadas devem estar localizadas a 1,5 m do piso, devendo possuir sistema de


aterramento para prevenir choque e queimaduras no paciente e equipe.

g) Sala para guarda de medicamentos e materiais descartáveis (Farmácia)

É o local reservado para armazenar medicamentos diversos, soros, soluções


desinfectantes e materiais descartáveis, como seringas, agulhas, luvas, fios de sutura e
outros.

h) Sala de guarda de material de anestesia

Neste local são guardados os aparelhos de anestesia, bem como as bandejas prontas para
uso nos diversos tipos de anestesia.

i) Sala para estocagem de material esterilizado

É a área onde se armazena o material esterilizado, como pacotes de roupa, compressas,


gases, caixas de instrumentais e outros.

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j) Sala de depósito de cilindros de gases

Este local está destinado para guardar cilindros de oxigénio e óxido nitroso, mesmo que
o sistema de distribuição seja centralizado.

k) Sala para guarda de aparelhos e equipamentos

Esta área se destina a guardar os aparelhos que, no momento, não estão em uso, como
bisturi eléctrico, aspirador portátil, focos auxiliares, unidade móvel de raio X e outros;
armazena também equipamentos como suportes de soro, talas para imobilização,
diversos tipos de coxins e outros.

l) Rouparia

É a área destinada a armazenar a roupa de uso na unidade, como lençóis das mesas
cirúrgicas e outros.

m) Sala ou laboratório de anatomia patológica

É a área que se destina à realização de exames anatomo-patológicos específicos e


rápidos. Esta sala pode ser dispensada, quando o laboratório estiver nas proximidades
do centro cirúrgico.

n) Laboratório para revelação de chapas (Raio X)

É a área utilizada para revelar radiografias, mas também pode ser dispensada quando a
Unidade de Radiologia estiver situada nas proximidades do Centro Cirúrgico.

o) Sala para material de limpeza

É a área destinada a guarda de aparelhos, utensílios e produtos utilizados na limpeza.

p) Sala de expurgo

É o local destinado a receber e lavar os materiais usados nas cirurgias.

q) Sala de estar para funcionários

Local de repouso dos funcionários (onde fazem o intervalo, os 15 minutos de descanso).

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r) Copa

É a área destinada a lanches rápidos para toda a equipe, a fim de evitar que o façam em
local inadequado ou deixar a unidade em momentos inoportunos.

s) Sala de Recuperação Pós Anestésica (S.R.P.A)

Estrutura organizacional da SRPA

Planeamento: A sala de RPA é a área que se destina à permanência do paciente logo


após o termino do ato anestésico cirúrgico. Neste local o paciente fica sob os cuidados
das equipes de enfermagem e médica, especialmente o anestesista. Nesta sala o tempo
de permanência do paciente vária, em média de 1 a 6 horas.

Localização: A SRPA deve estar instalada dentro do CC ou nas suas proximidades, de


modo a favorecer o transporte fácil do paciente anestesiado para este local, assim como
o seu rápido retorno à sala de operação, na vigência de uma re-intervenção cirúrgica.
Esta localização possibilita também o livre acesso dos componentes da equipe médica.

Estrutura física: A área física da SRPA, em metros quadrados, varia de acordo com as
especificações do ministério da saúde, que estabelece para ―uma sala com dois leitos no
mínimo, 8,5 m2 por leito, com distância entre estes e a parede, excepto cabeceira, de
1,0m; 6,5 m2, quando houver mais de dois leitos‖.

4.3. Características gerais

 Sala para chefia de enfermagem, destinada ao desempenho de determinadas


funções do chefe de enfermagem da clínica cirúrgica;

 Sala para reuniões, reservada para planeamentos e avaliações dos serviços;

 Secretaria, reservada para o desenvolvimento de serviços burocráticos;

 Posto de enfermagem, local para arquivo e manipulação dos prontuários e


papeletas, realização de relatórios diários de enfermagem, dependência para
preparo de medicamentos e materiais diversos utilizados nas técnicas de
enfermagem;

 Enfermarias e apartamentos (com banheiros), área ocupada pelo cliente para


repousar, promover higiene, eliminações e submeter-se a diversos tratamentos;

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 Sala para curativos e exames, o próprio nome da sala já diz a sua finalidade;

 Sala para recreação e palestras área reservada ao lazer e educação do paciente;

 Copa, local para realização das refeições dos pacientes autorizados a deambular;

 Arsenal, área onde são armazenados os materiais estéreis;

 Expurgo, local apropriado para lavar, desinfectar, enxaguar e secar os materiais


sujos e contaminados.
 Características Físicas
 Vestiário masculino e feminino: devem ser localizados na entrada do centro
cirúrgico. Devem conter armários e sanitários anexos com chuveiros;

 Posto de enfermagem;

 Copa;

 Sala para material de limpeza;

 Sala de expurgo;

 Sala para estocagem de material esterilizado;

 Local para lavabo;

 Sala de cirurgia;

 Sala de estar para relatórios médicos;

 Sala de estar e de repouso para pessoal;

 Sala para guarda de aparelhos e equipamentos;

 Rouparia;

 Sala de reserva de medicamentos e soluções usados no centro cirúrgico;

 Sala de recuperação.

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4.5. Equipa Cirúrgica composição

CUIDADOS INTRA-OPERATÓRIOS AO DOENTE – MEMBROS DA EQUIPA

Equipa cirúrgica

Os membros da equipa de cuidados intra-operatórios estão vulgarmente divididos em


duas categorias básicas – membros principais esterilizados e membros não –
esterilizados.

Membros esterilizados:

• O cirurgião principal;
• Assistente do cirurgião
• Enfermeiro instrumentista ou técnico

Membros não – esterilizados:

• Anestesista
• Enfermeiro circulante
• Outros

4.6. Organização do trabalho

A estrutura organizacional e o processo de desenvolver e implementar uma gestão


apropriada, ou seja, a Ordenação/ Coordenação dos Recursos ás Acções – Actos
Técnicos que visam a dinâmica do centro cirúrgico, dentro dos parâmetros da Gestão
Hospitalar em todas as suas dependências, ou ainda, abranger todos os recursos
necessários no processo (Humanos, físicos, Medicamentos, Materiais, Equipamentos,
Mobiliários, financeiros, Normas de procedimento/ Rotina, etc.). Exigindo assim, que
toda a área “chave” deve ter um gestor competente para aquela área –
Competência para aquela área – Competência é um conjunto de:

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 Conhecimentos: noções, informações memorizadas ou que o profissional sabe


onde procurar (num livro, numa revista, num CD-ROM, na internet, junto dum
profissional mais conceituado, etc.);
 Habilidades: capacidades praticas, frequentemente, mas não só manuais;
 Atitude: posturas psicológicas e comportamentos, compatíveis com uma
determinada actividade, que a facilitam.

Diferentemente dos Recursos Físicos, Materiais e equipamentos que apenas


devem ser bem conservados e que sempre funcionam da mesma maneira, os Recursos
Humanos são dotados de ciência e assim dinâmicos, não podem ficar iguais a eles
próprios, devem sofrer um processo constante de mudança que acompanhe a evolução
da situação.

Os recursos humanos são as pessoas que integram, permanecem e participam na


vida da empresa, qualquer que seja o seu nível hierárquico ou tarefa.

Classificar pessoas como ―recurso‖ sublinha o facto de serem tão ou mais


importantes como outros recursos, os recursos humanos são os mais complexos da
organização pelo que requerem particular atenção dos gestores e sua gestão exige níveis
elevados de cuidado, atenção e especialização.

A administração dos recursos humanos consiste no planeamento, na


organização, no desenvolvimento, na coordenação e no controle das técnicas capazes de
promover o desempenho eficiente do pessoal, ao mesmo tempo que a organização
representa o meio que permite as pessoas que com ela colaboram alcançar os objectivos
individuais relacionados directa ou indirectamente com trabalho.

Para gerir os recursos humanos de forma harmoniosa são necessárias


habilidades administrativas de três tipos básicos:

 Habilidade técnica;
 Habilidade humana;
 Habilidade conceptual.

Habilidade técnica: capacidade de usar instrumentos, adaptar processos ou aplicar as


técnicas de um campo de especialização. Abrange a capacidade de usar o conhecimento,

Elaborado por: Miguel Manuel 27


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

ferramentas e técnicas de uma disciplina ou campo específico ou referem-se ao


conhecimento e a capacidade de desempenhar a dinâmica de um determinado trabalho.

Habilidade humana: capacidade para trabalhar com os outros, compreende-los,


motiva-los quer a nível individual quer em grupo.

Habilidade conceptual: capacidade mental de coordenar e integrar todos os interesses


e actividades da organização

Requer do chefe dos recursos humanos a capacidade de ver a organização/ hospital,


centro ou posto de saúde como um todo e de compreender como as partes que a
constituem estão dependentes entre si.

Por isso, os recursos humanos devem estar sobre a supervisão e orientação de um chefe
competente responsável pela gestão destes para que a Instituição possa alcançar os seus
objectivos. Para tal e necessário estabelecer um quadro jurídico, normas e regras,
capazes de orientar a vida dessa organização e possibilitar o alcance dos objectivos que
persegue.

Por exemplo: uma unidade sanitária/ Ala ou piso, deve possuir instrumentos
administrativos, com regulamento da unidade, Manual de procedimentos, normas
internas, regras, estatuto funcional, quadro de pessoal, descrição de tarefas, etc. que
permitira disciplinar e orientar a sua actividade, garantindo maior eficiência no
relacionamento das equipes que ai actuam, além de contribuírem para melhoria da
qualidade de assistências.

As normas, regras e estatuto funcional devem estar plasmados em documentos escritos e


legais, aprovados pelas instâncias superiores de direito.

Legislação significa o conjunto de leis ou seja ordenar através de leis.Estas, por sua vez,
são de cumprimento obrigatório uma vez aprovadas, sob pena de punição para os
infractores.

As leis e normas são por isso instrumentos valiosos não só para a disciplina dos
trabalhadores mas também um meio de crescimento individual e colectivo. Uma base de
revindicação dos direitos ligados e dos deveres.

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Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

A lei pode ainda providenciar a disciplina construtiva como meio de auxiliar o


funcionário acrescer e não como medida punitiva. As leis aplicadas nesta perspectiva
criam a autodisciplina ou seja, a gestão individual da aplicação das leis. Assim não será
necessária a intervenção constante da autoridade formal para impor e fazer cumprir a
lei.

4.7. Regras

a) Antes de lavar as mãos, retirar anéis e pulseiras;


b) Quando houver lesões nas mãos e antebraços, protegê-las com pequenos curativos an
tes de calçar as luvas.
Anti-sepsia das mãos: Após a lavagem das mãos utiliza-se o álcool a 70%, glicerinado
ou não. 2.5 Superfícies. As superfícies das bancadas de trabalho são limpas e descontam
inadas antes e após os trabalhos e sempre após algum respingo ou derramamento, sobret
udo no caso de material biológico potencialmente contaminado e substâncias químicas.
Aerossóis são partículas microscópicas que permanecem suspensas no ar e podem carre
gar elementos químicos, biológicos ou sujidades. Todos os procedimentos de laboratóri
o são conduzidos com o máximo cuidado visando a evitar a sua formação.

4.8. Limpeza /tipo/procedimento (biossegurança)

Limpeza de unidade - é a limpeza de todo o mobiliário que compõe a unidade do


paciente.
Finalidades
 Promover conforto, segurança e bem-estar ao paciente;
 Remover Microorganismos;
 Evitar infecção cruzada;
 Manter a unidade com aspecto limpo e agradável;
Tipos de limpeza
_ Concorrente ou diária: Entende-se por limpeza concorrente a higienização diária de
todas as áreas do hospital, com o objectivo da manutenção do asseio, reposição de
materiais de consumo como: sabão líquido, papel toalha, papel higiénico, saco para lixo.
Inclui:

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→ Limpeza de piso, remoção de poeira do mobiliário e peitoril, limpeza completa do


sanitário;
→ Limpeza de todo o mobiliário da unidade (bancadas, mesa, cadeira), realizada pela
equipe da unidade (ou pela equipe da higienização, quando devidamente orientada).
Obs.:
• A limpeza das superfícies horizontais deve ser repetida durante o dia, pois há acúmulo
de partículas existentes no ar ou pela movimentação de pessoas;
• A limpeza ou desinfecção concorrente do colchão deve ser feita no período da manhã,
durante a higiene do paciente.
_ Terminal: Entende-se por limpeza terminal a higienização completa das áreas do
hospital e, às vezes, a desinfecção para a diminuição da sujidade e redução da população
microbiana. É realizada de acordo com uma rotina pré-estabelecida, habitualmente, uma
vez por semana ou quando necessário.
Além da limpeza da unidade outros mobiliários e equipamentos, que têm contacto
directo com o paciente, também devem ser limpos sempre que utilizados (cadeira de
rodas, maca e outros).
Consiste no método de limpeza ou desinfecção de mobiliário e material que compõem a
unidade do paciente no hospital. É feita após a alta, transferência, óbitos ou longa
permanência do paciente.
Executar a técnica com movimentos firmes, longos e em uma só direcção.

Equipamentos de Protecção Individual (EPI) - são elementos de contenção de uso


individual utilizados para protegerem o profissional do contacto com agentes
infecciosos, químicos, calor ou frio excessivo, fogo, entre outros riscos, no ambiente de
trabalho. Servem, também, para evitar a contaminação do material em experimento ou
em produção.
Guarda-pó - É usado dentro da área técnica, mesmo quando não se esteja executando
algum trabalho, e em todos os trabalhos que envolvam os riscos descritos acima, pois
protegem tanto a pele como as roupas do técnico. As mangas são longas, com elástico
na extremidade. O fechamento é frontal, com botões, preferencialmente de pressão. O
guarda-pó é confeccionado em tecido de algodão ou misto, não inflamável, e tem
comprimento abaixo dos joelhos. É usado permanentemente fechado. É lavado sempre
que sujar ou, no mínimo, uma vez por semana, mesmo que apresente aspecto limpo.
Para os que trabalham com amostras potencialmente contaminadas com agentes
biológicos classe 3 (Mycobacteriumtuberculosis ou Histoplasmacapsulatum, por

Elaborado por: Miguel Manuel 30


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exemplo), é utilizado um guarda-pó exclusivo para a área restrita de manuseio destes


agentes. Este guarda-pó é descontaminado em autoclave antes da lavação normal.
Nota: É proibido o uso de guarda-pós em elevadores, copas, refeitórios, toalhetes e
outros locais públicos. Este permanece no ambiente técnico, em cabides ou vestiários
específicos. Só é usado em áreas comuns para o transporte de materiais biológicos,
químicos, estéreis ou resíduos entre uma e outra UO.

4.9. Comunicações

A comunicação terapêutica

É um processo onde o enfermeiro conscientemente usa a comunicação verbal e não-


verbal com o objetivo de ajudar o paciente.

Elementos da Comunicação

Quem Tem algo a transmitir para quem


(emissor) (mensagem) (receptor)
. de alguma maneira
(canal)
gerando um efeito
(resposta)

Para que a comunicação seja efetiva é necessário que haja feedback.

Tipos de Comunicação

Verbal, Oral, Escrita, Não verbal, Visual e postura do corpo.

Comunicação Verbal

Oral – escrita: Refere-se às palavras expressas por meio da fala ou escrita.

Comunicação Não-Verbal

• não associada às palavras

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• ocorre por meio de gestos, posturas, expressões faciais (modo de olhar, sorriso)
e alterações fisiológicas (rubor, sudorese, tremores, palidez, etc).

Comunicação Não-Verbal

Estudos feitos sobre comunicação estimam que:


• 7% - dos pensamentos (das intenções) são transmitidos por palavras
• 38% - transmitidos por sinais paralinguisticos (tom da voz, velocidade com que
as palavras são ditas)
• 55% - sinais do corpo.

Classificação dos Sinais Não-Verbais

1- Paralinguagem – qualquer som produzido que não faça parte do sistema sonoro da
língua usada.

São fornecidos pelo:

• ritmo da voz

• intensidade entoação

• grunhidos (―ah‖, ―uh‖)

• ruídos vocais de hesitação, tosses provocadas por tensão, suspiro.

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• 2 - Cinésica – linguagem do corpo - movimentos, gestos manuais, movimentos


da cabeça, tremor nas mãos,etc.

• Ex: tamborilar os dedos (ansiedade), bater o pé (impaciência, raiva),etc.

• Na cinésica, de todo corpo,o rosto é a zona da qual as pessoas têm maior


consciência e em que as tentativas de controlo são mais frequentes.

• Ex: alegria - ―olhar brilhante‖, pálpebras levantadas, sorriso, levantamento da


bochecha dúvida – lábio em ―bico‖, inclinação lateral da cabeça, sobrancelhas
erguidas.

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Unidade V – Material para procedimento operatório

5.1 Tipos de material

A equipe de enfermagem é responsável pela montagem da sala cirúrgica, para que o


procedimento cirúrgico possa ocorrer com segurança e tranquilidade, priorizando a
saúde do paciente.

É preciso prever os materiais, instrumentais e equipamentos indispensáveis para a


realização do procedimento cirúrgico-anestésico e prover a sala cirúrgica de todo esses
itens necessários.

São recomendações importantes que o profissional deve estar atendo antes de iniciar a
montagem da sala cirúrgica:
Verificar no mapa cirúrgico a cirurgia que será realizada;
Verificar o nome do paciente, sua idade, horário agendado da cirurgia, equipe cirúrgica
e anestésica responsável e observações importantes sobre o procedimento cirúrgico;
Verificar se os equipamentos e materiais específicos solicitados, bem como os de rotina,
necessários para realizar o procedimento cirúrgico;
Lavar as mãos;
Verificar as condições de limpeza da sala cirúrgica antes de equipá-la com materiais e e
quipamentos;
Testar o funcionamento dos equipamentos da sala cirúrgica;
Verificar se a mesa cirúrgica oferece a possibilidade de manter o paciente na posição cir
úrgica apropriada para a realização do procedimento cirúrgico;
Verificar a existência de equipamentos acessórios como bancos, suporte de soro, braçad
eiras, arco, mesas para instrumentais, hampers e extensões eléctricas;
Solicitar ou buscar os artigos médicos esterilizados específicos que serão utilizados na c
irurgia;
O circulante deve verificar a integridade dos pacotes cirúrgicos;
Organizar os medicamentos e materiais descartáveis, sempre observando a validade da e
sterilização e a integridade das embalagens;
Prover a sala cirúrgica de diversos artigos para auxiliar a equipe cirúrgica, tais como tal
as, ataduras, soluções, adesivos e fitas adesivas;
Abastecer a sala com impressos utilizados para registar a cirurgia;
Verificar e montar o carro de anestesia;
Dispor em mesas auxiliares os artigos que serão utilizados pelo anestesista.

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Circulação na Sala Cirúrgica


A circulação da sala cirúrgica é o procedimento desenvolvido pela equipe de enfermage
m, durante todo o procedimento cirúrgico, com o objectivo de garantir condições funcio
nais e técnicas para o adequado andamento do procedimento cirúrgico, oferecendo segur
ança ao paciente.
Esta actividade é responsabilidade da equipe de enfermagem podendo ser realizada pelo
enfermeiro, pelo técnico ou pelo auxiliar de enfermagem. Geralmente o enfermeiro resp
onsável pelo centro cirúrgico é quem designa o profissional responsável por montar e ci
rcular a sala cirúrgica.
O instrumentista pode auxiliar nesta montagem, pois conhece os materiais e equipament
os utilizados pela sua equipe cirúrgica, agilizando e prevendo as necessidades de cada pr
ocedimento cirúrgico.
São recomendações importantes para o circulante da sala cirúrgica:
Lavar as mãos;
Receber o paciente, apresentar-se e conferir sua identificação com o seu prontuário;
Conferir os exames realizados pelo paciente;
Realizar a monitorização do paciente;
Auxiliar o médico anestesista na indução anestésica;
Auxiliar a equipe cirúrgica a paramentar-se;
Ligar os equipamentos cirúrgicos;
Posicionar o foco cirúrgico;
Aproximar o hamper próximo a equipe cirúrgica;
Realizar a contagem do número de compressas utilizadas nos procedimentos cirúrgicos
com abertura da cavidade abdominal;
Manter a sala cirúrgica em ordem;
Estar atento as solicitações da equipe cirúrgica;
Encaminhar o paciente para a sala de recuperação pós-anestésica;
Reorganizar a sala cirúrgica.
Desmontagem da Sala Cirúrgica
A desmontagem da sala cirúrgica é responsabilidade da equipe de enfermagem e se resu
me a remover os materiais, equipamentos e artigos utilizados na cirurgia e encaminhá-lo
s ao expurgo.
O instrumentista cirúrgico é responsável por retirar os materiais e equipamentos da sua
equipe cirúrgica e encaminhá-los para higienização. É importante ressaltar que o instru

Elaborado por: Miguel Manuel 35


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

mentista cirúrgico não deve levar os instrumentais sujos com matéria orgânica para ser l
impo em sua casa, ele deve realizar esta higienização no próprio hospital.
Lavar as mãos;
Calçar luvas de procedimentos, colocar os óculos de protecção e manter a máscara facia
l;
Reunir os campos e instrumentais cirúrgicos não utilizados;
Descartar os materiais perfuro cortantes em recipientes próprios;
Reunir e retirar os instrumentais da mesa;
Separar os materiais que foram utilizados pelo anestesiologista;
Retirar as luvas de procedimento;
Informar aos profissionais do serviço de limpeza para limparem a sala cirúrgica.

Equipamentos da Sala Cirúrgica


Bisturi Eléctrico - É um equipamento cirúrgico que transforma a corrente eléctrica alter
nada de baixa frequência em corrente eléctrica de alta frequência. Sua função é coagular
, dissecar e fulgurar.
A coagulação - refere-se à oclusão ou fechamento dos vasos sanguíneos por meio da so
lidificação das substâncias proteicas e de retracção os tecidos.
A dissecação - é a secção dos tecidos pela dissolução da estrutura molecular e celular, d
esidratando e fundindo as células próximas ao eléctrodo positivo.
A fulguração - é a coagulação superficial, indicada para eliminar pequenas proliferaçõe
s celulares cutâneas e remover manchas.
Aspirador Cirúrgico
Equipamento de apoio, utilizado na absorção de sangue e fluidos corporais durante o pr
ocedimento cirúrgico, sendo utilizado tanto no procedimento cirúrgico como na aspiraçã
o de secreções orais e traqueias realizada pelos anestesistas.
Foco Cirúrgico de Teto
É um equipamento instalado no teto da sala operatória com a finalidade de iluminar o ca
mpo operatório e melhorar a visualização do médico cirurgião. Ele pode ter uma ou dua
s cúpulas, cada uma com diversos bulbos.
Foco Cirúrgico Portátil
Tem a mesma função do foco cirúrgico de teto, porém sua potência é menor. Sua princi
pal função é servir como um foco auxiliar ou ser utilizado em pequenos procedimentos r
ealizados fora do centro cirúrgico como, por exemplo, no centro de terapia intensiva, he
modinâmica e unidade coronariana.

Elaborado por: Miguel Manuel 36


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Aparelho de Anestesia
Equipamento utilizado para suprir uma mistura de gases anestésicos e promover a suste
ntação da vida do indivíduo anestesiado com segurança. Esse sistema não somente liber
a os gases anestésicos, vapores e oxigénio, como também provê o período trans-operató
rio de um número de monitorizações básicas, realizando ainda a ventilação mecânica do
paciente.
Mesa Cirúrgica
É um equipamento destinado a acomodar o paciente durante o procedimento cirúrgico.
Possui diversos acessórios para ser utilizado em diversos tipos de procedimentos cirúrgi
cos. Pode ser eléctrica ou manual.
Bomba de Infusão
Equipamento destinado a infusão de drogas, controlando sua vazão, tempo e quantidade
de líquido infundido. Deve ser utilizada principalmente para drogas vasoativas.
Desfibrilador Cardíaco
É um equipamento destinado a realização da desfibrilação os cardioversão do coração. P
ode ser utilizado em cirurgias específicas como, por exemplo, na cirurgia cardíaca ou e
m intercorrências durante o procedimento cirúrgico.
Monitor Multiparamétrico
É um equipamento destinado a monitorização de pacientes com a apresentação dos segu
intes parâmetros:
Oximetria de pulso; Eletrocardiograma contínuo; Pressão arterial não invasiva; Pressão
arterial invasiva; Pressão arterial média; Frequência cardíaca; Capnografia; Frequência r
espiratória; Temperatura; Pressão intracraniana.

Equipamentos de Vídeo cirurgia


São os equipamentos destinados a realização de cirurgias por vídeo, como videocolecist
ectomia, videoapendicectomia, dentre outras. Citaremos abaixo os principais equipamen
tos destinados a este tipo de procedimento cirúrgico.
Fonte de Luz
É um equipamento que gera e fornece luminosidade necessária para a visualização do ca
mpo de trabalho do médico cirurgião, sendo utilizada em endoscópios rígidos ou flexíve
is.
Câmaras de vídeo
As micro câmaras como são chamadas são equipamentos de vídeo de alta definição, co
m dimensões reduzidas, que são utilizadas para tornar visíveis as imagens de um proced
imento endoscópico por meio de um monitor.

Elaborado por: Miguel Manuel 37


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

É possível com esse equipamento gravar o procedimento cirúrgico em foto e vídeo, pod
endo disponibilizá-lo em CD ou DVD.
Insufladores
Este equipamento promove a distensão da região na qual o procedimento cirúrgico será
realizado. Essa distensão pode ser realizada pelo gás, ou também por líquidos como ma
nitol, glicina ou soros. O método mais comum utilizado pelo gás dióxido de carbono.
Pneumoperitônio
O pneumoperitônio - é a presença de ar ou gás na cavidade peritoneal. As cirurgias vide
olaparoscópicas exigem a insuflação de dióxido de carbono por meio da agulha de Verr
es com a finalidade de facilitar a visualização dos órgãos abdominais e com isso proporc
ionar uma maior segurança à cirurgia.

Material cirúrgico necessário:


O L.A.P - é constituído de material permanente e de material de consumo:
Material Permanente:
 04 Aventais cirúrgicos
 08 Campos de 1mx1m
 06 Campos de 50cmx50cm
 08 Pinças hemostáticas curvas (preferencialmente)
 02 Pinças dente-de-rato
 02 Pinças anatómicas
 02 Porta-agulhas
 02 Tesouras curvas do tipo Metzembaum
 01 Cabo de bisturi para lâmina 15
 01 Par de afastadores de Farabouef
 06 Agulhas cortantes curvas de 2 e 3 cm
 06 Agulhas cilíndricas curvas de 2 e 3 cm
 01 Tesoura recta p/fios
 02 Cubas pequenas de aço inoxidável

Material de Consumo (gastos em cada operação)


 50 Pedaços de fio de algodão nº 30 (40 cm)
 50 Pedaços de fio de algodão nº 10 (40 cm)
 10 Compressas cirúrgicas grandes

Elaborado por: Miguel Manuel 38


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

 20 Compressas cirúrgicas pequenas

 02 Lâminas de bisturi nº 15

 08 Luvas cirúrgicas

 100 Gazes

 01 Rolo médio de esparadrapo.

Material Anestésico
 01 Seringa descartável de 20 ml, plástica, estéril

 03 Agulhas descartáveis 25x8

 01 Estetoscópio

 Folha de papel e caneta

A SALA DE OPERAÇÕES
Vestuário
Pessoal como principal fonte exógena de bactérias
Entrada sempre pelo vestiário
Indumentária própria
 Gorro, máscara, camisa, calça e propés
 Não estéril, lavado especial com água quente
 Circulação restrita ao centro cirúrgico

Observações
As lâminas de bisturi devem ser novas e nunca colocadas no LAP. A autoclavagem faz
com que percam o fio. Devem ficar fora do LAP em seus envelopes estéreis. Da mesma
maneira, os fios não devem ser colocados no LAP para uma segunda autoclavagem,
pois se tornam quebradiços.
Instrumentais
É aquele comum a qualquer operação, devendo estar presente em todas elas,
independentemente da especialidade. Assim, o auxiliar de enfermagem deverá conhecê-

Elaborado por: Miguel Manuel 39


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

lo muito bem, principalmente é instrumentista, tendo em vista o bom desempenho de


suas funções.
Auxiliam a equipe cirúrgica durante a operação, mas para isso é necessário que a equipe
de enfermagem ofereça-os em perfeitas condições de uso e no tamanho correcto.
O instrumentista cirúrgico é o profissional responsável por prever os materiais
necessários à cirurgia, bem como preparar a mesa com os instrumentais, fios cirúrgicos
e outros materiais necessários, ajudar na colocação de campos operatórios, fornecer os
instrumentais e materiais à equipe cirúrgica e manter a limpeza e protecção dos
instrumentais e materiais contra a contaminação.
Os instrumentais cirúrgicos são classificados de acordo com sua função:
 Diérese - utilizados para cortar, tais como o bisturi, tesoura, trépano;

 Hemostáticos - auxiliam a estancar o sangramento, tais como as pinças de


Kelly, Kocher, Rochester;

 Síntese cirúrgica - geralmente utilizados para fechamento de cavidades e


incisões,

 Sendo o mais comum a agulha de sutura presa no porta-agulha;

 Apoio ou auxiliares - destinam-se a auxiliar o uso de outros grupos de


instrumentais, destacando-se o afastador Farabeuf para afastar os tecidos e
permitir uma melhor visualização do campo operatório e a pinça anatómica para
auxiliar na dissecção do tecido;

 Especiais - aqueles específicos para cada tipo de cirurgia, como, por exemplo, a
pinça gémea de Abadie, utilizada nas cirurgias do trato digestivo.

FIOS USADOS EM CIRURGIAS


É o material empregado para unir estruturas para unir estruturas, nervos, músculos,
ossos, vasos sanguíneos, até que se processe a cicatrização.
Classificação:
a) Fios Absorvíveis: são aqueles que são absorvidos após algum tempo. Estes fios
podem ser de origem animal ou sintética (Ex: Categute, diâmetro – 0 a 7.0 e de 1 a 2);
b) Fios não absorvíveis: são os fios que não são absorvidos pelo organismo (Ex: Seda,
algodão, linho, metálicos, náilon, poliéster trançado, polipropileno, diâmetro – 0 a 9.0).

Elaborado por: Miguel Manuel 40


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

MONTAGEM DA SALA CIRÚRGICA


A enfermagem desempenha a função de circulante da sala cirúrgica, que pode
ser exercida pelo técnico em enfermagem.
Ao receber a lista de cirurgia, o circulante da sala verifica os materiais, aparelhos
ou solicitações especiais à mesma. Para prevenir a contaminação e infecção cirúrgica, é
importante manter a sala em boas condições de limpeza, observar se o lavabo está
equipado para uso e lavar as mãos. Portanto, antes de equipar a sala, o circulante limpa
os equipamentos com álcool etílico a 70% ou outro desinfectante recomendado,
deixando-os prontos para a recepção do cliente e equipe cirúrgica.
Para evitar problemas durante o ato operatório, o circulante deve testar o
funcionamento dos aparelhos sob sua responsabilidade, verificando suas perfeitas
condições de uso, bem como revisar o material esterilizado e providenciar os materiais
específicos em quantidade suficiente para a cirurgia, dispondo-os de forma a facilitar o
uso.
Com o anestesista, checar a necessidade de material para o carrinho de anestesia.
Deve-se também preparar a infusão endovenosa e a bandeja de anti-sepsia, e dispor os
pacotes de aventais, campos, luvas e a caixa de instrumentais em local limpo e
acessível. 23
Quando do processo de abertura do pacote, tomar o cuidado de manusear
somente a parte externa do campo, para evitar contaminar sua parte interna. Se o pacote
for grande, deve ser aberto sobre uma superfície; se pequeno, pode ser aberto afastado
do corpo e seu conteúdo oferecido ao profissional que dele fará uso.

5.4. Procedimentos de Biossegurança

A biossegurança pode ser definida como um conjunto de medidas que busca min
imizar os riscos inerentes a uma determinada actividade. Esses riscos não são apenas aq
ueles que afectam o profissional que desempenha uma função, e sim todos aqueles que
podem causar danos ao meio ambiente e à saúde das pessoas.
No que diz respeito aos profissionais de saúde, a biossegurança preocupa-se com
as instalações laboratoriais, as boas práticas em laboratório, os agentes biológicos aos q
uais o profissional está exposto e até mesmo a qualificação da equipe de trabalho. Isso é

Elaborado por: Miguel Manuel 41


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

importante porque, nesses locais, existe a frequente exposição a agentes patogénicos, alé
m, é claro, de riscos físicos e químicos.
Risco Biológico Está associado ao manuseio ou contacto com materiais biológic
os e/ou animais infectados com agentes biológicos que possuam a capacidade de produz
ir efeitos nocivos sobre os seres humanos, animais e meio ambiente. Em relação à bioss
egurança, os agentes biológicos são classificados de acordo com o risco que eles aprese
ntam.
NORMAS BÁSICAS DE BIOSSEGURANÇA
Estas normas consistem num conjunto de regras e procedimentos de segurança que visa
m a eliminar ou minimizar os acidentes e agravos de saúde relacionados ao trabalho em
laboratórios e em outros serviços de saúde.
Higiene Pessoal
a) Cabelos longos são mantidos presos durante os trabalhos;
b) As unhas são mantidas limpas e curtas, não ultrapassando a ponta dos dedos;
c) Calçados usa-se exclusivamente sapatos fechados no laboratório;
d) Lentes de contacto o ideal é não usar lentes de contacto no laboratório. Se for necessá
rio usá-las, não podem ser manuseadas durante o trabalho e necessitam ser protegidas co
m o uso de óculos de segurança. Evita-se manipular produtos químicos usando lentes de
contacto, uma vez que o material das lentes pode ser atacado por vapores ou reter substâ
ncias que possam provocar irritações ou lesões nos olhos;
e) Cosmético não é permitido aplicar cosméticos na área laboratorial;
f) Jóias e adereços usa-se o mínimo possível. Não são usados anéis que contenham reent
râncias, incrustações de pedras, assim como não se usa pulseiras e colares que possam t
ocar as superfícies de trabalho, vidrarias ou pacientes; Quando são usados crachás preso
s com cordão em volta do pescoço, estes devem estar sob o guarda-pó dentro da área an
alítica.

5.5. Papel do enfermeiro assistente

A dinâmica de trabalho no centro cirúrgico deve acontecer de forma multi e interdiscipli


nar. A integração entre os profissionais é indispensável, pois assim é possível enfrentar
as exigências impostas pelo ambiente, garantindo a segurança e o bem-estar dos pacient
es, frente à complexidade dos procedimentos realizados — seja em carácter electivo, sej
a de urgência ou emergência.

Elaborado por: Miguel Manuel 42


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Ao contrário do que muitos podem pensar, a demanda por actividades assistenciais do e


nfermeiro é tão intensa ou maior do que as burocráticas, requerendo do profissional tem
po significativo para realizá-las.
As responsabilidades de um enfermeiro em um centro cirúrgico
O enfermeiro pode desempenhar diversas actividades em um centro cirúrgico. Entre sua
s principais incumbências podemos destacar a assistência directa ao paciente — que tem
início na abordagem pré-operatória, quando o enfermeiro conhece o assistido, avalia sua
s condições físicas e emocionais e inicia a construção de uma relação de confiança, proc
urando identificar necessidades a serem atendidas ainda naquele momento ou mesmo du
rante o pré e pós-operatório.
O enfermeiro também assume algumas funções de gerências, que envolvem a organizaç
ão de todos os recursos materiais e humanos necessários para viabilizar a assistência hol
ística ao paciente, auxiliando em sua recuperação. O profissional pode, ainda, assumir a
gestão da equipe, sendo responsável por garantir sua capacitação contínua e promover o
desenvolvimento e aprimoramento de seus integrantes, em trabalho conjunto com as de
mais unidades do hospital.
Dentre as actividades assistenciais burocráticas podemos citar a previsão, provisão e con
trole de materiais e medicamentos, a coordenação e supervisão das actividades assistenc
iais prestadas pelos demais membros da equipe de Enfermagem e a implementação e ve
rificação de medidas de segurança para o paciente e para seus colegas de trabalho.
Diante dessas e de tantas outras atribuições inerentes à actuação do enfermeiro, este prof
issional precisa de investimento constante na actualização de conhecimentos para que es
teja apto a encarar todos os desafios quotidianos de um centro cirúrgico.

Distribui as actividades do enfermeiro do centro cirúrgico em quatro papéis considerado


s mais importantes a saber: administrativo, assistencial, ensino e pesquisa. O papel ad
ministrativo resume-se em actividades referentes ao planeamento, organização, direcção
ou liderança e controle ou avaliação. No papel assistencial é aplicado o processo científi
co na assistência peri-operatória. O papel ensino é considerado relevante como factor m
otivador para o aperfeiçoamento e actualização do profissional; ao passo que o papel pe
squisa é de um valor indiscutível para que a profissão se afirme cada vez mais como ciê
ncia.

3° Trimestre – Carga horária total: 36 Horas

Unidade VI: Pré-operatório

Fase pré-operatória - começa quando foi tomada decisão da intervenção cirúrgica e


termina quando o doente é transferido para a mesa do bloco operatório. O âmbito das
actividades de enfermagem, envolvidas, pode ser tão amplo como o começo da

Elaborado por: Miguel Manuel 43


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

observação do doente na unidade de tratamento ou em casa, através de uma entrevista


pré-operatória, ou tão limitado como fazer uma observação pré-operatória na zona do
bloco cirúrgico.

6.1. Recepção do paciente

Os doentes trazem consigo, para o B.O., um conjunto de sentimentos e valores únicos


que devem ser considerados no planeamento dos cuidados de enfermagem durante o
período intra-operatório. O enfermeiro da sala de operações funciona como advogado
do doente durante a cirurgia. Apesar das aptidões técnicas e instrumentais do enfermeiro
do B. O. este, deve possuir também aptidões relacionais, e integrar o processo de
enfermagem durante o período intra-operatório. Estes enfermeiros são responsáveis pela
criação de um ambiente seguro, carinhoso e eficiente, em que a equipa cirúrgica possa
funcionar de modo a dar o melhor resultado a cada doente.

6.2. Receios

Preparação psicológica para a cirurgia

Receios mais comuns relacionados com a cirurgia

O doente que enfrenta a cirurgia tem inúmeras decisões a tomar, que envolvem ameaça,
e por isso provocam ansiedade. A primeira pode ser a de procurar o médico (medo do
desconhecido). Podem ter de ser tomadas decisões em relação a exames específicos
(medo do desconhecido).

A decisão de fazer a operação pode ser a mais difícil. Fazer uma cirurgia importante
envolve pôr a vida sob o controlo de outros e sujeitar-se à intrusão no corpo e dor
possível. Pode também envolver alterações permanentes no estilo de vida.

Alguns dos receios subjacentes à ansiedade pré-operatória são elusivos, e o doente pode
não conseguir identificar a causa. Outros são mais específicos.

Elaborado por: Miguel Manuel 44


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Receios relacionados com a cirurgia

Gerais Específicos
Medo do desconhecido Diagnóstico de lesão maligna

Perda de controlo Anestesia


Perda de amor de outras pessoas Morte
significativas
Ameaças à sexualidade Dor
Alterações da imagem
Limitações permanentes

A maior parte dos cirurgiões cancelam a cirurgia em relação a um doente que


está extremamente ansioso. Os doentes, com níveis de ansiedade tão elevados que não
podem falar nem começar a dominar a ansiedade antes da cirurgia, experimentam,
frequentemente, dificuldades no período pós-operatório. Estão mais aptos a irritar-se,
ressentir-se, estarem confusos ou deprimidos. Também são mais vulneráveis as reacções
psicóticas do que os doentes com níveis de ansiedade inferiores.

A falta de qualquer reacção emocional à cirurgia pode indicar recusa em aceitar


a realidade; isto impede dominar e lidar com a ansiedade antes da cirurgia. Uma
ansiedade moderada permite ao indivíduo identificar e começar a lidar com as
sensações. Estes doentes normalmente experimentam em percurso pós-operatório
menos problemático.

6.6. Registo de dados.

Registo de dados finais

Os dados, relevantes para os cuidados ao doente nas fases intra-operatória e pós-


operatória, devem ser registados. Ter um registo com os dados importantes, muito
visíveis e acessíveis, facilita a continuidade dos cuidados e a fácil disponibilidade dos
mesmos para uso posterior.

Elaborado por: Miguel Manuel 45


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Transporte para a sala de operações

O doente cirúrgico é normalmente transportado para a sala de operações numa maca ou,
em alguns casos, na cama.

UNIDADE VII: O PAPEL DA ENFERMAGEM DURANTE A CIRURGIA

A dinâmica de trabalho no centro cirúrgico deve acontecer de forma multi e interdiscipli


nar. A integração entre os profissionais é indispensável, pois assim é possível enfrentar
as exigências impostas pelo ambiente, garantindo a segurança e o bem-estar dos pacient
es, frente à complexidade dos procedimentos realizados — seja em carácter electivo, sej
a de urgência ou emergência.

Ao contrário do que muitos podem pensar, a demanda por actividades assistenciais do e


nfermeiro é tão intensa ou maior do que as burocráticas, requerendo do profissional tem
po significativo para realizá-las.

As responsabilidades de um enfermeiro em um centro cirúrgico

O enfermeiro pode desempenhar diversas actividades em um centro cirúrgico. Entre sua


s principais incumbências podemos destacar a assistência directa ao paciente — que tem
início na abordagem pré-operatória, quando o enfermeiro conhece o assistido, avalia sua
s condições físicas e emocionais e inicia a construção de uma relação de confiança, proc
urando identificar necessidades a serem atendidas ainda naquele momento ou mesmo du
rante o pré e pós-operatório.

O enfermeiro também assume algumas funções gerenciais, que envolvem a organização


de todos os recursos materiais e humanos necessários para viabilizar a assistência holísti
ca ao paciente, auxiliando em sua recuperação. O profissional pode, ainda, assumir a ge
stão da equipe, sendo responsável por garantir sua capacitação contínua e promover o de
senvolvimento e aprimoramento de seus integrantes, em trabalho conjunto com as dema
is unidades do hospital.

Dentre as actividades assistenciais burocráticas podemos citar a previsão, provisão e con


trole de materiais e medicamentos, a coordenação e supervisão das actividades assistenc
iais prestadas pelos demais membros da equipe de Enfermagem e a implementação e ve
rificação de medidas de segurança para o paciente e para seus colegas de trabalho.

Elaborado por: Miguel Manuel 46


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Diante dessas e de tantas outras atribuições inerentes à actuação do enfermeiro, este prof
issional precisa de investimento constante na actualização de conhecimentos para que es
teja apto a encarar todos os desafios quotidianos de um centro cirúrgico.

7.1. Instrumentista

O enfermeiro instrumentista pode, ou não, ser um enfermeiro com formação


técnica neste domínio, mas esse papel pode ser desempenhado por outro enfermeiro, ou
técnico, treinado. As actividades do enfermeiro instrumentista podem incluir:

• Preparar os equipamentos esterilizados necessários à cirurgia;

• Ajudar o cirurgião e os assistentes durante a cirurgia;

• Ensinar o pessoal novo, se for qualificado para o fazer;

• Ajudar na contagem de agulhas, bisturis, gazes e instrumentos usados durante o


processo, utilizando as regras de «contagem» estabelecidas.

Para além de realizar estas actividades eficazmente, o enfermeiro instrumentista deve


possuir conhecimentos completos da técnica asséptica, aptidão e destreza manual,
resistência física, capacidade para trabalhar sobre pressão, e uma sincera preocupação
pelo rigor e responsabilidade, na realização dos cuidados óptimos ao doente.

7.2. Circulante

O enfermeiro circulante desempenha um papel no funcionamento global da sala


de operações. Esta pessoa é vital para o desenrolar eficaz dos cuidados ao doente antes,
durante e depois do processo cirúrgico. O enfermeiro circulante tem a missão de
coordenar todas as actividades da sala e de controlar os cuidados de enfermagem
necessários para o doente. O enfermeiro circulante é, muitas vezes, o único membro da
equipa que está em posição de ter uma panorâmica geral das necessidades dos cuidados
ao doente, e ser advogado do doente. Assim sendo, o enfermeiro circulante tem que
estar minimamente preparado como enfermeiro especialista de sala de operações.

As actividades do enfermeiro circulante podem incluir o seguinte:

• Observação, planeamento, implementação e avaliação das actividades de


enfermagem para ir ao encontro das necessidades individualizadas do doente.

Elaborado por: Miguel Manuel 47


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

• Criar e manter um ambiente seguro e confortável para o doente. Isto envolve


muitas vezes a observação diligente de falhas, na técnica asséptica, e aplicação
de medidas apropriadas para corrigir a situação.

• Dar assistência a qualquer membro da equipa, quando for necessária (dirigir e


antecipar a realização e as necessidades do enfermeiro instrumentista e dar
manutenção e equipamento extra, de acordo com as necessidades de qualquer
membro da equipa).

• Manter a comunicação entre membros da equipa, na sala de operações, e


qualquer contacto necessário com outros profissionais de cuidados de saúde e da
família do doente.

• Identificar quaisquer perigos ambientais, potenciais, ou situações traumáticas


que envolvam o doente ou membros da equipa, e proceder à acção apropriada
para corrigir ou ajudar a resolver o problema.

UNIDADE VIII: CUIDADOS NO PÓS-OPERATÓRIO

8.1. Reacções do paciente

Fase pós-operatória: começa com admissão do doente na sala de recuperação e


termina com uma avaliação continuada. O âmbito pode ser tão amplo como ver o doente
em casa ou na sala de tratamento, ou tão limitado como comunicar informações
pertinentes, sobre a cirurgia do doente, ao pessoal na sala de recuperação

A prática de enfermagem peri-operatória é encarada como um objectivo para os


cuidados prestados pelos enfermeiros do bloco operatório. Como prestador de cuidados
no período peri-operatório, o enfermeiro do B.O. combina as actividades de
enfermagem, tradicionais e alargadas durante o período intra-operatório, com as funções
pré-operatórias e pós-operatórias de observação, ensino e avaliação, desenvolvidas mais
recentemente, integrando assim tantas funções técnicas como profissionais.

8.2. Orientações gerais

Elaborado por: Miguel Manuel 48


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

O objectivo da fase pós-operatória é o regresso do doente, tão rapidamente


quanto possível, a um nível óptimo de funcionamento. A cicatrização da incisão precisa
ser promovida e evitadas complicações pós-operatórias. A enfermagem tem um papel
vital durante o período pós-operatório, na promoção de uma recuperação rápida, sem
problemas e confortável, dos efeitos traumáticos da cirurgia.

8.3. Cuidados de enfermagem/ tratamentos/ Tipos

O pós-operatório é o momento após uma cirurgia e que precisa de cuidados especiais até
a total reabilitação do paciente. É um momento delicado, no qual o paciente precisa mui
to da ajuda dos enfermeiros. Por isso, é fundamental que o enfermeiro esteja pronto e at
ento para as necessidades de cada paciente.

Cuidados básicos no pós-operatório

O enfermeiro deve estar pronto para responder as dúvidas que o paciente e/ou familiares
possam ter, bem como auxiliá-lo em suas necessidades básicas como na hora do banho,
por exemplo. É de responsabilidade do enfermeiro a administração dos medicamentos p
rescritos, bem como o acompanhamento de qualquer reacção distinta.

O enfermeiro precisa ficar atento à temperatura e a pressão arterial do paciente, tanto qu


anto a normalidade de outros sinais vitais. Além disso, deve cuidar do soro e de possívei
s sondas ou drenos, assegurando o funcionamento correcto dos mesmos.

O enfermeiro também deve ficar atento a estados de sonolência ou a reacções adversas d


ecorrentes da cirurgia, além de assegurar a segurança do paciente antes da retirada dos p
ontos.

Por que o pós-operatório é tão importante?

Após uma cirurgia, qualquer paciente fica mais vulnerável, com seu sistema imunológic
o mais baixo e propenso a outros problemas. Por isso, a atenção deve ser redobrada, par
a que haja uma recuperação completa e sem problemas subsequentes. Um pós-operatóri
o cuidadoso evitará infecções ou complicações e por isso a figura do enfermeiro é funda
mental ao lado do paciente.

Elaborado por: Miguel Manuel 49


Disciplina: Assistência Enfermagem e Patologia Medico Cirúrgica

Além disso, a presença dele tranquilizará o paciente e os familiares, deixando-os mais c


almos em um momento delicado de uma cirurgia. O trabalho cuidadoso e carinhoso de u
m enfermeiro em um momento desses colabora para uma recuperação tranquila e saudá
vel.

Outros cuidados

O enfermeiro deve estar atento à alimentação do paciente, cuidando para que este faça a
s refeições de forma correcta e que retorne o mais breve para uma dieta normal.

Deve ficar atento também aos possíveis problemas como infecções urinárias ou dificuld
ades na hora de evacuar, bem como outros problemas físicos que possam vir em decorrê
ncia da cirurgia. Nesse sentido, o enfermeiro deve manter contacto constante com o méd
ico e alertá-lo de qualquer alteração.

O pós-operatório não pode ser um bicho-de-sete-cabeças!


É de extrema importância que o enfermeiro esteja preparado para as adversidades dessa
condição e pronto para ajudar o paciente e a família de forma satisfatória. Compreenda
que o pós-operatório é um momento delicado, mas faça com que ele seja um momento
mais tranquilo para o paciente e também dentro da sua actuação como profissional.

Elaborado por: Miguel Manuel 50

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