Desigualdade Social E Dominação: Elite
Desigualdade Social E Dominação: Elite
Desigualdade Social E Dominação: Elite
Por ser considerada injusta e desumanizadora, a desigualdade tem sido criticada e combatida em
diversas instâncias da sociedade. Ela se apresenta nas situações do cotidiano, como nas relações
de classe, em que a classe trabalhadora se encontra subordinada ao capital, e também nas relações
de gênero, como a histórica opressão masculina, em tempos e sociedades diversas. Há
desigualdade também nas relações entre as diferenças etnias, principalmente na exploração dos
europeus do século XIX sobre os latino-americanos, asiáticos e africanos; ou, ainda, na dominação
dos Estados Unidos sobre os países da América Latina no século XX.
As múltiplas expressões da desigualdade revelam o fenômeno da dominação social. Em sua
origem sociológica, esse fenômeno foi tratado por Max Weber como a probabilidade de encontrar
submissão a uma determinada ordem por diversos motivos: conveniência ou mera inclinação pessoal
ou costume. Mas nas relações sociais, em geral, a dominação apoia-se em bases jurídicas que lhes
dão legitimidade. Nesse aspecto, a constituição do Estado organizador do poder político
institucionalizado contribui para um complexo ordenamento de deveres e direitos na sociedade.
Em sua teoria da dominação, Weber reconhece três tipos puros de dominação social: a legal
(presente na obediência às leis e às ações da burocracia, ou seja, da administração pública), a
tradicional (presente na relação entre senhor e súditos) e a carismática (proveniente da devoção
afetiva a um líder/herói, em função de virtudes pessoais).
A dominação é fenômeno de comando de um grupo sobre outro e supõe que os dois lados
estejam condicionados a essa situação, pondera o sociólogo brasileiro Pedro Demo. Nessa lógica,
há os dominantes e os dominados, o que não significa que estes não se rebelem.
Elite: segundo o pensamento sociológico tradicional, elite refere-se a uma fração da classe
dominante que detém o poder, impõe seus padrões culturais, econômicos e/ou políticos à população
e dela se mantém distante. Segundo o pensamento do sociólogo italiano Vilfredo Pareto existe a elite
ampla – o conjunto de indivíduos que chegou a um escalão elevado de hierarquia profissional-, e a
elite governante – um grupo mais restrito de indivíduos da elite ampla que exerce funções de direção
política.
O estudo da Sociologia nos revela os mecanismos de poder e as tentativas, por parte das
classes dominantes, de nos fazer acreditar que os fenômenos de dominação são algo natural. Por
essa razão o sociólogo francês Pierre Bourdieu diz que o conhecimento exerce um efeito libertador:
por meio dele a sociedade reflete e volta o olhar sobre si; seus agentes sociais descobrem o que são
e o que fazem.