Estética - Trabalho Dirigido

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ESTÉTICA – Uma introdução conceitual (texto 01)

profa. Rosália Menezes

ETIMOLOGIA do termo - Estética. Do grego aisthesis, significa "faculdade de


sentir", "compreensão pelos sentidos", "percepção totatalizante". Referia-se à cognição
por meio dos sentidos, ou seja, o conhecimento sensível, também chamado de
conhecimento empírico ou ainda experiência sensível e suas formas principais são a
sensação e a percepção.

Conceito e história do termo estética - Embora a arte faça parte do mundo humano
desde a Pré-história e tenha ocupado lugar de grande importância em todas as
civilizações, a palavra estética só foi introduzida no vocabulário filosófico em 1750
pelo filósofo alemão Alexander Baumgarten. QUEM? Alexander Gottlieb
Baumgarten, filósofo alemão, nasceu em 1714. Deu o primeiro curso de estética em
1742, que constituiu a base do livro Aesthetica e que ficaria inacabado até sua morte,
em 1762. Graças a ele, a filosofia foi enriquecida com essa nova área do
conhecimento. Para Baumgarten, a estética tem exigências próprias em termos de
verdade, pois alia a sensação e o sentimento à racionalidade. A estética, para ele,
completa a lógica e deve dirigir a faculdade do conhecer pela sensibilidade. Em seu uso
inicial, a estética se referia ao estudo das obras de arte enquanto criações da
sensibilidade (isto é, experiência dos cinco sentidos e dos sentimentos causados por
elas). Mais tarde, passou a usar o termo com referência à percepção da beleza,
especialmente na arte. Como o próprio nome indica, a estética se ocupa
preferencialmente com a expressão da sensibilidade e da fantasia do artista e com
o sentimento produzido pela obra sobre o espectador ou receptor.

Kant (filósofo alemão, nascido em 1724)* daria continuidade a esse uso, utilizando a
palavra "estéticá' para designar os julgamentos de beleza, tanto na arte quanto na
natureza. Mais tarde, no século XX, a constatação da existência de muitos valores
estéticos além da beleza levou o objeto da estética a deixar de ser "a produção
voluntária do belo". Mais recentemente, o conceito foi ampliado para se referir, além de
aos julgamentos e às avaliações, também às qualidades de um objeto, às atitudes do
sujeito para considerar o objeto e, principalmente, à experiência prazerosa que o
indivíduo pode ter diante de uma obra de arte. Mais importante do que tudo, o estético
passou a denominar outros valores artísticos, que não só a beleza no sentido tradicional.

Por isso, sob o nome de ESTÉTICA enquadramos um ramo da filosofia que estuda
racionalmente os valores propostos pelas obras de arte e o sentimento que suscita nos
seres humanos. Ao estudar a história das artes, entretanto, encontramos expressões
como: estética renascentista, estética realista, estética socialista etc. Nesses casos, a
palavra "estética', usada como substantivo designa um conjunto de características
formais que a arte assume em determinado período, que corresponde ao que chamamos
estilo. Esse é um significado restrito do termo estética.

*Immanuel Kant foi um filósofo alemão e um dos principais pensadores do Iluminismo. Seus
abrangentes e sistemáticos trabalhos em epistemologia, metafísica, ética e estética fizeram dele uma

das figuras mais influentes da filosofia ocidental moderna.

SENSAÇÃO: É que nos dá as qualidades dos objetos e os efeitos internos dessas


qualidades sobre nós – na sensação vemos, tocamos, sentimos, ouvimos qualidades
puras e diretas das coisas: cores, odores. Sabores, texturas, sons, temperaturas.
Sentimos o quente, frio, doce, amargo, liso rugoso, o vermelho e o azul. Sentimos
também qualidades internas, isto é, que se passam em nosso corpo/mente pelo nosso
contato com as coisas sensíveis: prazer, dor, agrado ou desagrado. O SENSÍVEL é, ao
mesmo tempo, a qualidade que está no objeto externo e o sentimento interno que nosso
corpo possui das qualidades sentidas. A sensação é uma reação corporal imediata a um
estímulo externo sem que seja possível distinguir, no ato da sensação, o estímulo
exterior e o sentimento interior.

Sentimos e percebemos várias qualidades nas coisas, água fria, azul, transparente,
maleável; alimento quente, pastoso, colorido, salgado. Percebemos várias qualidades e a
sentimos como integrantes das coisas. Nesse sentido, podemos dizer que não temos uma
sensação isolada da outra. Sentimos e percebemos formas como totalidades
estruturadas, percepções globais. A percepção sempre percebe uma totalidade completa.
A PERCEPÇÃO é sempre uma experiência dotada de significação, o percebido é
dotado de sentido e tem sentido na nossa história. Como quando olhamos uma
paisagem, a paisagem não é apenas uma reunião de coisas próximas uma das outras,
mas é a percepção de um todo complexo de sentido. Percebemos a paisagem na sua
relação entre céu, montanha, árvores, azul, vento, o marrom da terra , o verde da
vegetação, a chuva, cheiro e cores. Na percepção, o mundo possui forma e sentido e
ambas são inseparáveis do sujeito da percepção.

A PERCEPÇÃO É UMA RELAÇÃO DO SUJEITO COM O MUNDO EXTERIOR. A


RELAÇÃO DÁ SENTIDO AO PERCEBIDO E ÀQUELE QUE PERCEBE, E UM NÃO
EXISTE SEM O OUTRO.
SOMOS SUJEITOS ATIVOS E DAMOS AS COISAS PERCEBIDAS NOVOS SENTIDOS,
NOVOS VALORES, POIS AS COISAS FAZEM PARTE DA NOSSA VIDA E NÓS
INTERAGIMOS COM ESSE MUNDO.

O belo e o feio: questão do gosto ?

O que é a beleza? Será possível defini-la objetivamente? Ou será uma noção


eminentemente subjetiva, isto é, que depende de cada um? Ou na construção desses
conceitos estão envolvidos questões que envolvem a presença de uma epistemologia
colonial que dominou e domina não apenas nosso território geográfico, mas nosso
imaginário cultural e portanto, nossa subjetividade?

• Gosto e subjetividade

Subjetivo. Que é individual, válido para cada sujeito; baseado em valores,


preferências, limites e possibilidades individuais, mas também aos valores e referências
culturais que esse sujeito esteve exposto. Nossa subjetividade é construída numa
constante relação com o mundo vivido.

Objetivo. O que tem validade para todos os indivíduos, não somente para este ou
aquele; diz-se do conhecimento que é fundado sobre a observação do objeto.

O conceito de gosto não deve ser encarado como uma preferência arbitrária e
imperiosa da nossa subjetividade.
Quando o gosto é entendido dessa forma, ele refere-se mais a si mesmo do que ao
mundo dentro do qual ele se forma, e esse tipo de julgamento estético decide o que
prefiro em virtude do que sou. Passo a ser a medida absoluta de tudo (aquilo de que eu
gosto é bom e aquilo de que eu não gosto é ruim), e essa atitude só pode levar ao
dogmatismo e ao preconceito.

A subjetividade em relação ao objeto estético precisa estar mais interessada em


conhecer, entregando-se às particularidades de cada objeto, do que em preferir. Nesse
sentido, segundo o filósofo Kant “ter gosto é ter capacidade de julgamento sem
preconceito”. É a própria presença da obra de arte que forma o gosto: A obra de arte
convida a subjetividade a se constituir como olhar puro, livre abertura para o objeto, e o
conteúdo particular a se pôr a serviço da compreensão em lugar de ofuscá-la fazendo
prevalecer as suas inclinações. À medida que o sujeito exerce a aptidão de se abrir,
desenvolve a aptidão de compreender, de penetrar no mundo aberto pela obra. Gosto é,
finalmente, comunicação com a obra para além de todo saber e de toda técnica.

A recepção estética

A experiência estética é a experiência da presença tanto do objeto estético como do


sujeito que o percebe. Nenhum argumento racional ou conjunto de regras poderá nos
convencer de que um objeto é belo se não pudermos percebê-lo por nós mesmos, se não
estivermos frente a frente com ele. A obra de arte, como já dissemos, pede uma
recepção justa, que se abra para ela e ao mesmo tempo não lhe imponha normas
externas. Essa recepção tem por finalidade o desvelamento do objeto, por meio de um
sentimento que o acolhe e que lhe é solidário. A obra de arte espera que aquele que a
aprecia "jogue o seu jogo", isto é, entre no seu mundo, de acordo com as regras ditadas
pela própria obra para que seus múltiplos sentidos possam aparecer ao espectador, ao
acolhê-la, atualiza as possibilidades de significado da arte e testemunha o surgimento de
algumas significações contidas na obra. Outros a verão, e outros significados surgirão.
Todos igualmente verdadeiros.

A compreensão pelos sentidos

Agora fica mais fácil entender a definição de estética como "compreensão pelos
sentidos" e "percepção totalizante". A arte desafia o nosso intelecto tanto quanto as
nossas capacidades perceptivas e emocionais. Quando nos expomos a uma obra de arte -
seja ela erudita ou popular - de peito aberto, sem preconceitos e sem impor limites à
experiência, todo o nosso ser, tudo o que somos, pensamos e sentimos, se faz presente e
contribui para o surgimento de um sentido no sensível. Ao mesmo tempo, cada
experiência estética educa o nosso gosto, torna a nossa sensibilidade mais aguda, nos
enriquece emocional e intelectualmente, por meio do prazer e da compreensão que nos
proporciona.

Numa experiência estética, a sensibilidade ou gosto individual perante uma obra de arte
é o resultado de um processo de socialização. Esse gosto é condicionado pelo tipo de
sociedade, pela época, raça, classe social ou padrões culturais. Quando exprime o seu
gosto, o indivíduo revela a cultura em que foi formado. Em cada época existem fatores
que determinam a formação de padrões ou critérios de beleza aos quais o indivíduo,
inserido num determinado contexto sociocultural, se submete quer para produzir obras
de arte, enquanto artista, quer para avaliá-las, enquanto espectador. Ao longo da história
surgiram diferentes ideais de beleza que solidificaram-se no seio social e que os artistas
ora imortalizaram com obras de arte ora transformaram com outros estilos, critérios e
formas de expressão artística. O gosto ou os cânones dominantes de uma determinada
sociedade numa certa época tende a condicionar eventuais novas formas de expressão
estética (BARROSO, 2004, p. 85).

De Platão (filósofo grego) ao classicismo, os filósofos tentaram fundamentar a


objetividade da arte e da beleza. Para Platão, a beleza é a única ideia que resplandece no
mundo. Se, por um lado, ele reconhece o caráter sensível do belo, por outro, continua a
afirmar sua essência ideal, objetiva. Segundo o pensamento platônico, somos obrigados
a admitir a existência do "belo em si" independentemente das obras individuais que, na
medida do possível, devem se aproximar desse ideal universal.

O classicismo vai ainda mais longe, pois deduz regras para o fazer artístico a partir do
belo ideal, fundando a estética normativa. É o objeto que passa a ter qualidades que o
tornam mais ou menos agradável, independentemente do sujeito que as percebe.

Nos séculos XVII e XVIII, do outro lado da polêmica, os filósofos empiristas Locke e
Hume relativizam a beleza, uma vez que ela não é uma qualidade das coisas, mas só o
sentimento na mente de quem as contempla. Por isso, o julgamento de beleza depende
tão somente da presença ou ausência de prazer em nossas mentes.. O belo, portanto, não
está mais no objeto, mas nas condições de recepção do sujeito. No século seguinte, o
filósofo alemão Kant, pensa a questão do Belo, o Belo seria, portanto uma qualidade
que atribuímos aos objetos para exprimir um certo estado da nossa subjetividade. Mas ,
como já foi citado nesse texto: “ gosto é a capacidade de ter julgamento sem
preconceito”.
SENDO ASSIM, NÃO HÁ UMA IDEIA DE BELO NEM PODE HAVER REGRAS
PARA PRODUZI-LO. HÁ OBJETOS BELOS, MODELOS EXEMPLARES E
INIMITÁVEIS.
.
Hoje em dia consideramos o belo como uma qualidade de certos objetos singulares que
nos são dados à percepção. Beleza é, também, a imanência total de um sentido ao
sensível. O objeto é belo porque realiza sua finalidade, é autêntico, verdadeiramente
segundo seu modo de ser, isto é, por ser um objeto singular, sensível, carrega um
significado que só pode ser percebido na experiência estética. Não existe mais a ideia
de um único valor estético baseado no qual julgamos todas as obras. Cada objeto
singular estabelece seu próprio tipo de beleza.

E o feio ...

ETIMOLOGIA

Feio. Do latim foedus, que deu origem a "fealdade"; aquilo que é hediondo. feio.
Opostamente, a palavra latinafacia, que originou "face", refere-se à "presença",
"beleza". Etimologicamente, feio pode ser relacionado ao que não tem rosto,
fantasmagórico; o que é ausente; sem forma.
A questão do feio está implícita na problemática do belo. Por princípio, o feio não
pode ser objeto da arte. No entanto, podemos distinguir, de imediato, dois modos de
representação do feio:

• A representação do assunto "feio"


• E a forma de representação feia. No primeiro caso, embora o assunto "feio"
tenha sido banido do território artístico durante séculos (pelo menos desde a
Antiguidade grega até a época medieval), no século XIX ele vem a ser reabilitado.

A arte e suas relações com o mundo - Assim como o mito e a ciência são modos de
organização da experiência humana baseados na emoção e no intelecto. Também a arte
vai aparecer no mundo humano como forma de organização, maneira de transformar a
experiência vivida em objeto de conhecimento. É por meio da técnica, das emoções, do
intelecto, das percepções, da experiência e do contato que a artista ou o artista mantem
com o mundo que ela ou ele produz objetos artísticos ou realiza ações experimentações
artísticas. O entendimento do mundo não se dá somente por meio de conceitos
logicamente organizados que, pelo fato de serem abstrações genéricas, estão longe do
dado sensorial do mundo vivido. O conhecimento também pode se dar pela intuição,
pelo dado imediato, ou por práticas acumuladas e transmitidas pela ancestralidade
cultural de forma coletiva ou individual, mas que fala à razão, ao sentimento e à
imaginação.

Intuição. Como conhecimento imediato, a intuição pode ser empírica, se relacionada a


um objeto do mundo, e racional, se se refere à relação imediata entre duas ideias. Toda
intuição é uma descoberta, seja de um objeto, de uma nova ideia ou de um sentimento.

Arte é um caso privilegiado de entendimento intuitivo do mundo, tanto para o artista


que cria obras concretas e singulares quanto para o apreciador que se entrega a elas para
penetrar-lhes o sentido. A arte é um modo de conhecimento do mundo, um modo
humano de conhecer e participar do mundo com cores, sons, formas, linhas,
movimentos.
A artista ou trabalha a matéria (tinta, madeira, barro, papel, o corpo, as notas musicais
etc) e intui a forma organizadora dos objetos ou eventos sobre os quais focaliza sua
atenção. Ele vê, ou ouve, observa a aparência dos seres existentes no mundo. Todo
artista percebe, pela capacidade seletiva e interpretativa de seus sentidos (visão, olfato,
tato, audição, formas que nem sempre podem ser nomeadas e nem podem ser reduzidas
a um discurso verbal explicativo, pois precisam ser sentidas, percebidas.
No entanto, essas obras não são entidades abstratas nem entes da razão. Ao contrário,
são obras de arte, objetos sensíveis, concretos, individuais, que representam
analogicamente, ou seja. por semelhança de forma. a experiência vital intuída pelo
artista
Quando apreciamos uma obra de arte nós o fazemos por meio dos nossos sentidos:
visão, audição, tato, *cinestesia e até olfato. A partir dessa percepção
sensível, podemos intuir a vivência que o artista expressou em sua obra. Uma visão
nova, interpretação inédita da natureza e da vida. O artista atribui significados ao
mundo por meio de sua obra. O espectador pode ser capturado por esses muitos e
significados nela depositados. Luz, a cor, o volume, o peso, o espaço, enquanto dados
sensíveis, não são experimentados da mesma maneira na vida do dia a dia e na arte.
No cotidiano usamos esses dados para construir, por meio do pensamento lógico, o
nosso conceito de mundo físico. Em arte, esses mesmos dados são usados para
ampliar o horizonte de nossa experiência sensível. Nossa apreensão da realidade
pode ser alterada pelo uso incomum de cores ou sons, pela organização inusitada de
um espaço, pela textura ou forma dada a um material.

*Cinestesia. Sentido da percepção de movimento, peso, resisténcia e posiçào do corpo no espaço .

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ATIVIDADE 1 –

Pesquise e observe atentamente a obra de Caravaggio judite e holofernes .

Nome da/do artista: Onde nasceu: Qual a hostória desse artista?

Título e ano da obra: Qual o tema da obra? Qual estilo da obra ? (a escola )

Descreva os elementos que fazem parte dessa obra: Pessoas, elementos da natureza,
objetos, cores, formas abstratas (se houver)
Qual a história dessa obra?
Você considera essa obra bonita? O que mais lhe impressiona nessa obra? Qual a
sensação que essa obra lhe causa?

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