Relatório Final
Relatório Final
Relatório Final
PM2015
Janeiro 2021
Grua Hidráulica Acoplada num Camião
Resumo
PALAVRAS-CHAVE
Índice
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 10
2. MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA ............................................................ 11
2.1 CONSTITUIÇÃO DA GRUA ............................................................................................... 12
2.2 ESTUDO DO MERCADO .................................................................................................. 12
2.2.1 Hiab X-HiPro 262.............................................................................................. 13
2.2.2 Palfinger PKK 26000 ........................................................................................ 13
2.2.3 Fassi F255 ........................................................................................................ 14
2.2.4 HMF 2500 ........................................................................................................ 14
2.2.5 Soluções existentes no mercado e opções tomadas ........................................ 15
2.3 SEGURANÇA DE MÁQUINAS E AVALIAÇÃO DE RISCOS (DIRETIVAS MÁQUINAS) ........................... 16
2.3.1 Perigos/Riscos significativos e respetivos requisitos de segurança ................ 16
2.3.2 Soluções adotadas neste projeto ..................................................................... 18
3. NOTAS DE CÁLCULO .......................................................................................... 20
3.1 DIMENSIONAMENTO DAS LANÇAS ................................................................................... 20
3.1.1 Dimensionamento da 4ª lança hidráulica ....................................................... 21
3.1.2 Dimensionamento da 3ª lança hidráulica ....................................................... 26
3.1.3 Dimensionamento da 2ª lança hidráulica ....................................................... 28
3.1.4 Dimensionamento da 1ª lança hidráulica ....................................................... 31
3.1.5 Dimensionamento da lança principal .............................................................. 33
3.1.6 Dimensionamento do braço ............................................................................ 35
3.2 DIMENSIONAMENTO DOS CALÇOS ................................................................................... 37
3.3 DIMENSIONAMENTO DA BASE ........................................................................................ 39
3.3.1 Sapatas ............................................................................................................ 39
3.3.2 Estabilizadores ................................................................................................. 41
3.3.3 Verificação da montagem ............................................................................... 43
3.4 DIMENSIONAMENTO DOS CILINDROS ............................................................................... 44
3.4.1 Cilindros das lanças ......................................................................................... 44
3.4.2 Cilindros de elevação e de articulação ............................................................ 44
3.4.3 Parâmetros dos cilindros dimensionados ........................................................ 45
3.5 DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ROTAÇÃO.................................................................. 46
3.6 DIMENSIONAMENTO DA BOMBA HIDRÁULICA .................................................................... 49
4. MONTAGEM DA GRUA ...................................................................................... 50
4.1 BASE ......................................................................................................................... 50
4.1.1 Estabilizadores e sapatas ................................................................................ 50
4.1.2 Sistema de rotação .......................................................................................... 51
4.1.3 Bloco hidráulico ............................................................................................... 53
4.1.4 Módulo elétrico................................................................................................ 55
4.1.5 Unidade limitadora de momento de elevação ................................................ 56
4.1.6 Aviso indicador de carga ................................................................................. 57
4.1.7 Zona de fixação ao camião .............................................................................. 58
4.2 LANÇA ....................................................................................................................... 59
NOMENCLATURA
SIGLAS
Lista de Figuras
Figura 1 – Grua florestal ........................................................................................................ 11
Figura 2 – Grua de carregamento (Load Crane).................................................................... 11
Figura 3: 1-Base; 2-Estabilizador; 3-Sapata; 4-Mecanismo de Rotação; 5-Coluna; 6-1ªlança ou
Braço; 7-Cilindro de Elevação; 8-2ª lança ou Lança Principal; 9-Cilindro de Articulação;
10-Lanças telescópicas hidráulicas; 11-Cilindros de extensão; 12-Lança manual; 13-
Gancho; 15-Pé da Sapata ................................................................................................ 12
Figura 4 – Esquema de uma Hiab X-HiPro 262 fechada ....................................................... 13
Figura 5 - Esquema de uma Palfinger PKK 2600 fechada ..................................................... 13
Figura 6 - Esquema de uma Fassi F255 fechada.................................................................... 14
Figura 7 - Esquema de uma HMF fechada ............................................................................ 14
Figura 8 – Estudo estático da 4ª lança .................................................................................. 22
Figura 9 – Tabela dos dados do perfil retangular do catálogo das Chagas .......................... 23
Figura 10 – Código das ferramentas/acessórios que podem ser acopladas nas lanças com as
dimensões mencionadas................................................................................................ 23
Figura 11 – Dimensão geral da lança, cujos valores podem ser consultados na figura 10 . 23
Figura 12 -Perfil inicial da 4ª lança ........................................................................................ 24
Figura 13 – Perfil final da 4ª lança......................................................................................... 25
Figura 14 – Estudo estático da 3ª lança ................................................................................ 27
Figura 15 – Perfil da 3ª lança ................................................................................................. 28
Figura 16 – Estudo estático da 2ª lança ................................................................................ 29
Figura 17 – Perfil da 2ª lança ................................................................................................. 30
Figura 18 – Estudo estático da 1ª lança ................................................................................ 31
Figura 19 – Perfil da 1ª lança ................................................................................................. 32
Figura 20 – Estudo estático da lança principal ..................................................................... 33
Figura 21 – Perfil da lança principal ...................................................................................... 34
Figura 22 – Diagrama de uma Palfinger PKK 26000, com indicação de onde os apoios vão
ser considerados e quais as solicitações ....................................................................... 35
Figura 23 – Estudo estático do braço .................................................................................... 36
Figura 24 – iglidur® J, Placa de varões .................................................................................. 37
Figura 25 – Imagem da 1ª lança hidráulica com os calços exteriores .................................. 37
Figura 26 – Outra imagem da 1ª lança hidráulica. Neste caso, são visíveis os calços interiores
(os de baixo). É percetível também, existem 4 calços exteriores e 4 interiores para
todas as lanças, exceto para a lança principal (que não tem calços exteriores) e para
4ªlança hidráulica, que não tem calços interiores. ....................................................... 38
Figura 27 – Tabela da variação do Limite Elástico do aço St52 conforme a espessura de
parede ............................................................................................................................. 39
Figura 56 – Imagens como esta, forneceram alguns valores para o desenho 3D do Chassis.
........................................................................................................................................ 63
Figura 57- Vista de cima da grua com a 1ª versão do chassis do camião ............................ 64
Figura 58 - Vista de cima da grua com um chassi adaptado à grua ..................................... 64
Figura 59 – Sistema de fixação da grua. A vermelho temos um calço metálico, onde uma
porca enroscada no varão faz pressão (de aperto) ....................................................... 65
Figura 60 – Vista global ......................................................................................................... 65
Figura 61 – Gráfico Gantt ...................................................................................................... 67
Figura 62 – Desenho técnico da lança principal ..................................................................... 77
Figura 63 – Desenho técnico do braço .................................................................................. 77
Figura 64 – Desenho técnico do estabilizador ...................................................................... 78
Figura 65 – Desenho técnico do suporte da lança ................................................................ 78
Lista de Tabelas
Tabela 1 – Valores de ∅2, 𝑚𝑖𝑛 𝑒 𝛽2 ...................................................................................... 18
Tabela 2 – Valores de 𝑣ℎ ....................................................................................................... 19
Tabela 3 – Combinação de cargas a considerar .................................................................... 20
Tabela 4 – Propriedades do aço Weldox 700 ....................................................................... 21
Tabela 5 – Verificação de validação da área dos calços ....................................................... 38
Tabela 6 – Dados dos cilindros .............................................................................................. 46
Tabela 7 Gama de fabrico...................................................................................................... 66
1. Introdução
Este trabalho, inserido na Unidade Curricular de Projeto Mecânico, tem como objetivo elaborar um
estudo de um dimensionamento de uma grua acoplada a um camião. Os pontos importantes na
escolha deste projeto rebateram pela eventualidade de um dos membros do grupo ter trabalhado
nessa área o que nos facilita a perceber o problema em questão. Para além dos motivos já referidos
anteriormente consideramos ser um projeto bastante pretendente devido a tudo o que o mesmo
engloba, sendo possível assim pôr em prática vários conhecimentos coletados em outras unidades
curriculares.
Inicialmente começamos por fazer um estudo de mercado com o objetivo de perceber que tipo de
gruas existem. Após termos algumas bases e informações sólidas sobre o tema deste projeto iremos
fazer os dimensionamentos dos cilindros hidráulicos, das lanças e o cálculo das reações nos apoios
dos calços. Posteriormente será efetuada a modelação de todos os componentes num software
CAD.
Como base de resolução deste problema, definimos alguns objetivos principais que são os
seguintes:
o Alcance máximo horizontal: 12 metros
o Carga máxima no alcance máximo hidráulico horizontal: 2000 kg
o Estabilizadores: Sim [2]
o Ângulo de giro: +/- 180
Vários tipos e modelos de gruas podem ser acoplados em camiões. De uma observação
geral no mercado, reparamos que existem dois grandes grupos de gruas hidráulicas, as
gruas de carregamento (“Load Cranes”) e as gruas florestais (“Forestry Cranes”).
As gruas florestais, tal como o nome indica, são usadas para agarrar troncos de árvores e
também trabalham noutras operações relacionadas com madeira e reciclagem. A
necessidade de maior articulação da lança torna este tipo de grua com uma fisionomia
diferente, mais concretamente, na localização dos cilindros de articulação, permitindo que
a lança tenha maior ângulo de abertura. Porém, o alcance de trabalho e a capacidade de
carga são relativamente baixos em comparação com as gruas de carregamento.
Sendo a capacidade de carga e o alcance fulcral no nosso projeto, o tipo de grua mais
adequado é sem dúvida a grua de carregamento (“Load Crane”).
De acordo com a Norma EN12999, uma grua (loader crane) é composta por uma coluna,
que gira sobre uma base, e por um sistema de lanças que está ligado no topo da coluna. As
principais partes que constituem a grua estão ilustradas na figura abaixo.
Figura 3: 1-Base; 2-Estabilizador; 3-Sapata; 4-Mecanismo de Rotação; 5-Coluna; 6-1ªlança ou Braço; 7-Cilindro de
Elevação; 8-2ª lança ou Lança Principal; 9-Cilindro de Articulação; 10-Lanças telescópicas hidráulicas; 11-Cilindros de
extensão; 12-Lança manual; 13-Gancho; 15-Pé da Sapata
Inicialmente, começou-se por procurar quais as marcas de gruas que operam neste
mercado e depois averiguar um modelo de cada marca com capacidade de carga e alcance
semelhante ao pretendido. O objetivo passa por analisar as respetivas diferenças e
semelhanças, e quais os melhores métodos/soluções que podemos aplicar no nosso caso.
As marcas que abordaremos são todas de origem europeia e por isso, seguem normas de
construção e de segurança europeias.
Uma das observações feitas neste estudo é que todos os modelos de gruas são
extremamente semelhantes, tanto na geometria dos componentes, como nas
características dimensionais e na forma de construção. Isto reflete os anos de
desenvolvimento do projeto de gruas, que tende a aproximar as geometrias de construção
para a solução mais ideal, tendo em conta fatores como a aplicação da norma Europeia EN
12999:2011 e algumas leis rodoviárias. A largura de uma grua fechada não pode ultrapassar
a largura do camião, ou o conjunto não pode ultrapassar os 2,55m permitidos por lei. Por
isso, o dimensionamento geométrico tem de ter em conta a posição da grua fechada.
Com a norma europeia EN12999:2011 em vigor (a norma das gruas hidráulicas), todas as
gruas produzidas desde 2011 tem de cumprir os requisitos desta para obterem a
certificação CE. Esta norma (que está em concordância com a EN ISO 12100) apresenta uma
lista de perigos e riscos significativos com os respetivos requisitos de segurança. Os perigos
podem ser:
• Perigos gerados pelo som, cujos requisitos de segurança definem que as gruas que
são projetadas como uma fonte de potência como uma parte integral, devem de
cumprir os requisitos da norma EN ISO 11688-1 de forma a diminuir o som.
• Entre outros perigos, que não são relevantes para este trabalho, tais como o
movimento não expectável da carga, acessórios inadequados de elevação
(ganchos e/ou manilhas, por exemplo), queda da carga, entre outros perigos não
previsíveis que se têm de ter em consideração.
Tabela 2 – Valores de 𝑣ℎ
Para serviços apenas recorrendo a um gancho, o fator dinâmico Ø5h toma valor 1,05,
enquanto que para balde ou garra (acessórios), o fator toma valor 1,3. Como no
nosso caso, apenas recorremos ao serviço de gancho:
∅5ℎ = 1,05
3. Notas de cálculo
Neste tópico serão abordados os todos os cálculos efetuados. Nos cálculos estruturais, por
exemplo, nas lanças, serão aplicados os fatores dinâmicos da norma EN 12999:2011.
Como os perfis hexagonais não estão normalizados, a pesquisa pelos mesmos não abrange
grandes resultados, mas pelo catálogo das Chagas podemos ter noção que o valor de altura
do perfil há de rondar os 200mm de altura e 100mm de largura. A pesquisa seguinte,
relativa a ferramentas que poderão ser adicionadas nas pontas das lanças, da marca
Palfinger, permitiu a observação da dimensão de certos perfis hexagonais, conforme a
seguinte imagem:
Figura 10 – Código das ferramentas/acessórios que podem ser acopladas nas lanças com as dimensões mencionadas.
Figura 11 – Dimensão geral da lança, cujos valores podem ser consultados na figura 10
Assim, conforme a figura 10, temos dimensões que poderemos experimentar utilizar. A que
nós decidimos usar é, consoante a pesquisa no catálogo das Chagas, a que tem dimensão
224x120 mm.
No programa de CAD SolidWorks, desenhou-se a secção e posteriormente, como o
programa o permite, obtivemos o resultado da Inércia do perfil, que, ao dividir pela
distância máxima de altura (y) até à linha neutra, obtém-se o módulo elástico e compara-
se seguidamente com o valor teórico.
Neste subtópico, o dimensionamento refere-se aos cálculos das reações nos apoios, uma
vez que o braço não é constituído por um perfil hexagonal. Os apoios considerados são a
ligação entre o braço e a coluna e entre o cilindro de elevação e a coluna, conforme a
imagem abaixo.
A B
Figura 22 – Diagrama de uma Palfinger PKK 26000, com indicação de onde os apoios vão ser considerados e quais as
solicitações
O cálculo vai ser simplificado, seguindo o mesmo raciocínio aplicado dos cálculos das
lanças, considerando assim que o cilindro de elevação terá de conseguir suportar a reação
ocorrida no apoio B, conforme a figura 22.
𝐷𝑎𝑑𝑜𝑠:
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 ú𝑡𝑖𝑙 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑛ç𝑎 (𝐿𝑢 ) − 2670 𝑚𝑚
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑎 𝑙𝑎𝑛ç𝑎 (𝐿𝑡 ) − 3070 𝑚𝑚
𝑃𝐴′ = 694950,89 𝑁
𝑃𝐵′ = 730900,38 𝑁
O cálculo do cilindro de elevação será feito de modo a que, a força exercida pelo mesmo
seja superior à reação do apoio B.
O dimensionamento dos calços passa por assegurar que a pressão máxima superficial
recomendada não é ultrapassada, que é de 34 MPa. Ou seja, em cada lança, consoante a
forças de reação nos apoios, deverá ser dimensionada uma determinada área para cada
calço de forma a que pressão superficial neste seja inferior à da recomendada pelo
fabricante. Os cálculos foram feitos para os calços exteriores e só posteriormente é que se
pensou em adicionar calços interiores, de forma a que, quando as lanças estão recolhidas,
estejam assentes nestes.
Figura 26 – Outra imagem da 1ª lança hidráulica. Neste caso, são visíveis os calços interiores (os de baixo). É
percetível também, existem 4 calços exteriores e 4 interiores para todas as lanças, exceto para a lança principal (que
não tem calços exteriores) e para 4ªlança hidráulica, que não tem calços interiores.
A verificação da validação da área dos calços, para cada lança, está na tabela abaixo. Para
estes cálculos, apesar de os calços estarem assentes com um certo ângulo, considerou-se
que as reações atuavam perpendicularmente sobre estes, que até confere mais segurança
(este cálculo). A tabela só apresenta os cálculos para as reações nos apoios de maior valor
uma vez que, os calços exteriores, tanto os de cima, como os de baixo, tem a mesma área,
e por isso, se um aguenta com os valores mais elevados das reações, é certo que os outros
calços também aguentam.
3.3.1 Sapatas
Para as sapatas, considerou-se que estas teriam as seguintes dimensões:
• Diâmetro exterior: 150mm
• Diâmetro interior: 130 mm
• Diâmetro da haste: 70mm
• Curso: 876mm
O corpo do cilindro, neste caso, da camisa, é feito num aço carbono St52, que é soldável.
O tubo é retificado interiormente e aço pode ser estirado a frio ou laminado a quente (para
grandes diâmetros), não considerável para o diâmetro das sapatas. Na figura seguinte, está
uma tabela retirada de um catálogo da Teclena, que apresenta vários valores da tensão
limite de elasticidade do aço St52 consoante a espessura de parede, que para as nossas
sapatas, foi estimado ter 20mm. Como a tabela apresenta valores inferiores a 20mm, e
depois outra gama entre 21-40 mm, decidimos optar por selecionar esta.
Figura 27 – Tabela da variação do Limite Elástico do aço St52 conforme a espessura de parede
Apesar da espessura de parede da camisa da sapata ter sido estimada, a equação em baixo
permite obter o valor que de espessura de uma camisa consoante o tipo de material, o
diâmetro interno, e a pressão de trabalho. Determinou-se que a grua iria funcionar com
uma pressão de 330 bar.
1,12 × 𝐷 × 𝑝
𝑠= 𝜎𝑦
20 ( 2 ) − 2𝑝
Onde:
𝑠 − 𝑒𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑟𝑒𝑑𝑒 (𝑚𝑚)
𝐷 − 𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜 𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑛𝑜 (𝑚𝑚)
𝑝 − 𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑟𝑣𝑖ç𝑜 (𝑏𝑎𝑟)
𝜎𝑦 − 𝑡𝑒𝑛𝑠ã𝑜 𝑙𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑒𝑙𝑎𝑠𝑡𝑖𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 (𝑀𝑃𝑎)
𝑆 − 𝑐𝑜𝑒𝑓𝑖𝑐𝑖𝑒𝑛𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑟𝑎𝑛ç𝑎 (2 𝑎 4)
cujos valores são:
𝐷 = 130𝑚𝑚
𝑝 = 330 𝑏𝑎𝑟
𝜎𝑦 = 345 𝑀𝑃𝑎
𝑆=2
O resultado fica:
1,12 × 130 × 330
𝑠= = 16,62 𝑚𝑚
355
20 ( 2 ) − 2 ∗ 330
Ou seja, os 10 mm de espessura estimados anteriormente não cumprem os requisitos de
segurança do atuador hidráulico. Contudo, os posteriores cálculos indicam que a pressão
de trabalho nas sapatas deverá ser bastante inferior, uma vez que a norma EN 12999:2011
impõe que a pressão máxima aplicada pelo pé da sapata no solo é calculada da seguinte
forma:
𝑀𝑑𝑦𝑛
𝑃=
𝐿∙𝐴
Onde:
• 𝑀𝑑𝑦𝑛 é o momento máximo no centro de rotação (coluna) incluindo fatores
dinâmicos, ou seja, foi calculado anteriormente e considera-se que é o momento
no apoio B do braço (3.1.6)
• 𝐿 é a distância do centro de rotação até à sapata. Ora, o centro de rotação da grua
(coluna), nunca está a meio do comprimento da base, contudo, para este cálculo,
consideramos esse ponto
• 𝐴 é a área do pé da sapata, que coincide com a área externa da camisa
𝑀𝑑𝑦𝑛 = 368380,2 𝑁𝑚
𝐿 = 3018 𝑚𝑚
𝐴 = 𝜋652
𝑃 = 9,20 𝑀𝑃𝑎 = 92 𝑏𝑎𝑟
Assim, terá de ser adicionado um limitador de pressão para as sapatas, que não poderão
trabalhar com 330 bar em serviço, mas sim, 92 bar.
As forças efetuadas pela sapata, de tração e compressão, estão calculadas em baixo:
𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 𝜋𝑟 2 ∙ 𝑝 = 𝜋652 ∙ 9,2 = 122,11 𝑘𝑁
𝑓𝑜𝑟ç𝑎 𝑑𝑒 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑟𝑒𝑠𝑠ã𝑜 = 𝜋(𝑟𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑖𝑜𝑟 − 𝑟ℎ𝑎𝑠𝑡𝑒 )2 ∙ 𝑝 = 𝜋(652 − 352 ) ∙ 9,2 = 86,71 𝑘𝑁
3.3.2 Estabilizadores
Considera-se usar o mesmo tipo de material de construção, Weldox 700, para as vigas dos
estabilizadores. Estas terão um perfil de secção retangular, serão ‘puxadas’ manualmente
para sua abertura, com um trinco de segurança, e também terão calços. Realizou-se um
estudo estático simplificado, para calcular as forças nos apoios (calços) de modo a
determinar a área necessária destes. Assim, determinou-se que o comprimento de viga útil
(aquele que abre) é 1873 mm, enquanto que comprimento total é 2130 mm. A solicitação
considerada é a força que a sapata realiza quando abre, e que, quando o pé da sapata toca
no chão, provoca um momento na viga. Essa solicitação é a reação normal que o solo faz
relativamente à força de tração da sapata.
𝑀𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 𝑒𝑚 𝑡𝑜𝑟𝑛𝑜 𝑑𝑒 𝐵:
𝑀𝑜𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝑁𝑚) = 227443,5
Aplicando o requisito de segurança que qualquer dimensionamento de engenharia
necessita de cumprir, relativamente à resistência dos materiais, temos:
𝜎𝑐
𝜎𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚 =
𝑛
𝜎𝑐 (𝑊𝑒𝑙𝑑𝑜𝑥 700) = 700 𝑀𝑃𝑎
𝑛 = 1,5
𝑀∙𝑦 𝑀
𝜎𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 = 𝑜𝑢 𝜎𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎 =
𝐼𝑥 𝑊𝑥
Aplicando os valores calculados do momento, calcula-se a seguir o Módulo Elástico.
𝑀
𝑊𝑥 = = 649,84 𝑐𝑚3
𝜎𝑎𝑝𝑙𝑖𝑐𝑎𝑑𝑎
Apesar de a secção da viga cumprir os requisitos, não se consegue obter uma área para os
calços de modo a que a pressão máxima superficial recomendada não ultrapasse o valor
exigido, que é 34MPa (calços da Igus).
Como dito no início do tópico 3, dimensionou-se a base para que não ultrapasse um
comprimente de 2,5 metro quando a grua está recolhida. A figura seguinte ilustra que o
esquema foi cumprido, onde se mediu a distância entre as duas sapatas (centro). Uma vez
que o diâmetro exterior de cada é 150mm, se se acrescentar 75mm (x2) à distância medida,
obtemos o valor pretendido de 2,5 metros.
Visto que a condição é satisfeita, podemos assegurar que este diâmetro é ótimo para ser
usado no cilindro da 1ª lança hidráulica, e obviamente, para as restantes também.
Os cilindros foram modelados com uma espessura de parede de 10mm. Contudo, é
necessário o cálculo da mesma para que a camisa aguente com a pressão interna. Assim,
para uma pressão de serviço de 330 bar e para um tubo retificado [St 52], a mínima
espessura de parede é:
1,12 × 65 × 330
𝑠= = 8,31 𝑚𝑚
355
20 ( 2 ) − 2 ∗ 330
Determinou-se que o diâmetro interno (do êmbolo) ideal para gerar uma força maior é
200mm:
𝐹𝑡𝑟𝑎çã𝑜 = 𝜋 ∙ 1002 ∙ 33 = 1036725,6 𝑁
Assim sendo, a medida normalizada mais próxima da espessura mínima é 27mm. Logo, o
diâmetro exterior toma valor 254mm.
Assim sendo, a medida normalizada mais próxima da espessura mínima é 24,5mm. Logo, o
diâmetro exterior toma valor 229mm.
𝑀 =𝐹∗𝑟
𝑟 = 0,142 𝑚
𝑀 = 30 𝑘𝑁𝑚
30
𝐹= = 211,267 𝑘𝑁
0,142
Sabendo a força necessária, determina-se agora o diâmetro do cilindro (êmbolo) necessária
para produzir o mesmo valor da força sobre uma pressão de 330 bar.
211267
𝑟=√ = 45,14 𝑚𝑚
𝜋 ∙ 33
Decidiu-se usar o valor de r=45mm, uma vez que aquele cálculo não é para achar um valor
mínimo obrigatório, mas sim, um valor aproximado de raio (êmbolo) para produzir 30 kNm.
A espessura de parede mínima é:
1,12 × 90 × 330
𝑠= = 11,92 𝑚
345
20 ( 2 ) − 2 ∗ 330
Figura 32 – Base. A branco, estão os calços postos onde a coluna vai ser montada
Decidiu-se usar o mesmo tipo de plástico usado nos calços das lanças. O calço assente na
horizontal apresenta uma pressão superficial inferior a 35 MPa, valor recomendado pela
Igus. O cálculo foi feito majorando um valor da força em:
4. Montagem da grua
Neste tópico, a montagem vai ser abordada sob vários conjuntos, mencionados nos
seguintes subtópicos.
4.1 Base
A base é a estrutura responsável por transmitir os esforços ao chassi do camião. A base
alberga os estabilizadores, sistema de rotação, bloco hidráulico, dispositivos eletrónicos e
é onde a coluna da grua está assente.
Figura 36 – Cremalheira
• H= 60mm
• H1= 54mm
• B= 60mm
• L= 1000 mm
• Módulo= 6
Figura 38 – Modelação (simplificada, sem os dentes retos) da cremalheira, já com os êmbolos afixados. No caso real,
ainda são montados vedantes nos êmbolos.
A seguinte imagem mostra o interior dos cilindros onde está montada a cremalheira,
através de um corte. À medida que o óleo hidráulico preenche o interior do cilindro e
empurra a cremalheira, esta, por contacto com os dentes da coluna, provoca um momento
de rotação na mesma.
Figura 39 – Corte feito na grua para observação interior do cilindro onde atua a cremalheira.
O manipulo vermelho ajuda esclarecer que esse mesmo tem como função mover/girar a
coluna. A sequência dos movimentos nos manípulos está definida consoante a norma EN
12999:2011, assim como os símbolos. A norma diz que, o manípulo que gira a grua está na
ponta em relação aos outros, e ou está do lado direito, ou do lado esquerdo. No nosso caso,
está no lado direito.
Figura 42 – Ordem dos movimentos/funções que foi adotado no nosso caso. Contudo, os dois da direita são para
extensões, ou seja, para fazer girar um rotor e abrir pinças. No nosso caso, vamos usar esses dois movimentos para
abrir e fechar cada sapata.
Assim, a sequência de operações para o nosso caso está ilustrada na figura abaixo.
Contudo, como já foi referido no dimensionamento das sapatas, a pressão que passa no
bloco hidráulico tem de ser limitada numa válvula limitadora antes de chegar às sapatas.
Num caso real, as gruas têm um bloco hidráulico próprio para as sapatas e estabilizadores,
implicando que haja 2 modos de trabalho hidráulico, um para a grua, e outro para as
sapatas e estabilizadores, não podendo trabalhar os dois em simultâneo. Assim, costuma
haver uma “torneira” que redireciona o óleo para um tipo bloco (da grua ou das sapatas e
estabilizadores).
Figura 45 – Modelação do módulo elétrico, que está situado atrás do bloco hidráulico.
Figura 46 – Indicador de 3 cores, modelo TL50 da Fabercom, com as características mencionadas na figura
Figura 47 – Modelo modelado, com uma altura hipotética, de forma a facilitar sua visualização à distância.
4.2 Lança
Antes de montar a coluna à base, que é uma sequência lógica, vamos abordar primeiro a
montagem de outro grande subconjunto, que são as lanças montadas. Este processo
engloba o encaixe da lança posterior (com calços colocados) na anterior e a montagem do
cilindro hidráulico com nestas duas, ou seja, este é fixado na lança anterior, mas a sua haste
é fixa na lança seguinte.
Decidimos usar o tipo de fixação dos cilindros às lanças da mesma forma que a marca HIAB
usa em alguns modelos, que é através de 4 ligações aparafusadas. A imagem seguinte,
retirada do site da HIAB, ilustra como é que a ponta do cilindro é:
Figura 50 – Cilindro da HIAB. Este é fixado através de 4 ligações aparafusadas, onde a rosca se situa na camisa.
A ponta deste cilindro, na haste, apresenta 2 “orifícios”, que é onde são enroscados
acessórios para ligação com tubos metálicos. Estes tubos metálicos estão ligados a outro
cilindro (ao posterior). Isto a torna a designação deste cilindro como um “cilindro
passante”. O óleo que vem desde o bloco, antes de chegar ao cilindro da 1ª lança
telescópica, passa por uma válvula de retenção. Apesar de esta válvula não ser diretamente
comum a todos os cilindros, é comum, mas de forma indireta, uma vez que os cilindros são
passantes. Resumindo, quando o cilindro da 1ª lança realiza todo o seu curso, o óleo
passará (se se mantiver premida a opção de esticar lança) para a haste, saindo pelos
acessórios e é direcionado pela tubagem metálica até ao próximo cilindro, que continuará
o processo de abertura a lança.
Figura 51 – Modelação de um cilindro da lança. Na ponta da haste não se modelou os orifícios onde são enroscados
os acessórios de ligação
A montagem da lança, como já referido anteriormente, começa com a colocação dos calços
nas lanças que vão ser enfiadas na lança anterior. A figura abaixo ilustra a 1ª lança
telescópica encaixada na lança principal, onde os calços também já estão montados. De
seguida, na figura 53, é montado o cilindro hidráulico, que é fixado com 4 parafusos e a
ponta da haste é fixada uma cavilha. O mesmo processo é repetido para a montagem das
lanças posteriores.
Com os grandes subconjuntos montados, resta agora montar a coluna à base e o respetivo
cilindro hidráulico de elevação, montar o braço à coluna e depois acoplar as lanças a este
conjunto, juntamente com o cilindro de articulação.
Como já referido, a coluna fica assente sobre plásticos na base e é fixa através de um freio
que lhe é afixado na parte de baixo da base. O resto das ligações (coluna, braço, lança e
cilindros) são feitas com cavilhas, sempre com anilhas e freios de segurança. A grua
montada figura na seguinte imagem.
Figura 56 – Imagens como esta, forneceram alguns valores para o desenho 3D do Chassis.
Da imagem, podemos observar que, enquanto seria possível afixar a grua de um lado (face
de cima), tal não seria na zona do suporte. A solução passa por mover o centro do suporte
alguns centímetros para a esquerda. De notar que nós chegámos a pensar nessa questão,
mas não o fizemos porque achávamos que não era o mais correto, até ter sido observado
gruas reais. Todas tinham o cento do suporte (eixo onde este encaixa) deslocado para a
esquerda. Como só reparámos nisso demasiado tarde, optámos apenas por adaptar o
chassis do camião à nossa grua, de forma a mostrar como o guindaste é acoplado. Contudo,
sabemos bem a falha e onde errámos, e que, adaptar o chassis à grua não é correto.
Figura 59 – Sistema de fixação da grua. A vermelho temos um calço metálico, onde uma porca enroscada no varão faz
pressão (de aperto)
5. Gama de Fabrico
Tabela 7 Gama de fabrico
Gama de Fabrico
Designação da Obra: Grua Hidráulica Obra N.º
IPL01
Componente N.º 1 Desenho Fabrico: Material: Chapa Weldox 700, 8mm
Designação: 1ª lança hidráulica
Fase Descrição Máquina Tempo[min]
Previsto Real
1 Corte por laser na chapa de modo a que, quando Máquina de corte 0,5
quinada, apresente a forma que tem na ponta por laser
2 Quinar a chapa em 5 pontos Quinadora 3
3 Soldar a união Soldadura 5
automática
4 Soldar o reforço (10mm) na ponta da lança Soldadura 3
automática
5 Soldar placas para dar altura, na ponta da lança Soldadura manual 4
sobre o reforço
6 Soldar encaixe dos calços exteriores (x4) Soldadura manual 8
7 Soldar encaixe dos calços interiores (x4) Soldadura manual 5
8 Soldar fixação do 2º cilindro hidráulico Soldadura manual 2,5
9 Soldar fixação da cavilha do 1ª cilindro hidráulico Soldadura manual 2
Sub Total[min] 33
6. Planeamento
Inicialmente foi definido por ordem dos docentes um planeamento do projeto, no qual foi
debatido por ambos os membros do grupo. Este momento tem como objetivo delinear
referências de trabalho e objetivos a cumprir em determinada altura para que se tenha
uma melhor organização de trabalho, facilitando assim a resolução do mesmo.
Para isso foi usado um software designado Gantt, software esse que permite ao utilizador
planear e gerir projetos de diferentes complexidades usando gráficos. Os usuários podem
criar tarefas, atribuí-las, definir dependências entre elas e especificar suas datas, de início
e término, bem como a sua duração. Para além disso, os usuários podem ter diferentes
espaços de trabalho para tarefas pessoais e eventuais projetos de empresas, além de
delegar a gestão de projetos a membros da equipe e definir funções, acompanhar o
andamento do projeto, adicionar anexos e comentários, entre outras coisas.
No que toca ao nosso planeamento inicial, este foi determinado consoante conceitos pré-
definidos e não com base na experiência de um projetista real. Mesmo assim, o
planeamento foi conduzido dando mais importância ao desenvolvimento do projeto, algo
que é consensual ou de senso comum.
A exigência deste semestre atrasou muito o nosso projeto. O que também não ajudou foi
termos começado tarde o desenvolvimento, uma vez que o primeiro mês de aulas foi
dedicado ao preenchimento do enunciado, realização do planeamento e da pesquisa de
mercado. Quando se começou a trabalhar no desenvolvimento, e dito de forma sincera,
não se tentou cumprir os prazos do planeamento, já estávamos atrasados em relação às
datas planeadas, o que nos prejudicou.
Com isto, não fizemos um novo Gantt uma vez que o modo de trabalho se resumiu a fazer
os cálculos das dimensões, modelação, pesquisas de componentes, …, indicando que não
houve uma linha ordeira de trabalho e de planeamento.
7. Orçamento
(Aqui o aluno deve indicar o orçamento do seu Projeto e compará-lo com um preço de um
equipamento semelhante encontrado no mercado e justificar as diferenças)
Com base no peso das peças estruturais, indicado pelo programa CAD SolidWorks, o
orçamento para estes componentes deriva do preço do tipo de material/ao kg (Weldox
700) com uma estimativa do preço de produção.
O preço dos cilindros poderia ser obtido de forma direta, caso se tivesse “encomendado”
a certas empresas, mas neste projeto, os mesmo tem dimensões (curso) específicos, o que
implica que o orçamento se retira do preço do tubo/haste ao metro, mais uma estimativa
de produção.
Os preços dos componentes restantes, como o bloco hidráulico, elementos de segurança,
cavilhas e freios, válvulas de retenção, tubos, mangueiras e acessórios são tabelados ou
estimados consoante a pesquisa que foi realizada.
Total € 21 412,02
7.2 Cilindros
Elevação 1500
Articulação 1900
1ª lança 700
2ª lança 800
3ª lança 850
4ª lança 835
Cremalheira 177,04
Total: 8 212,04
Luz avisadora 60
Total: 6191,48
8. Conclusão
Este trabalho permitiu desenvolver competências no desenvolvimento de um projeto
mecânico. Como um dos membros do grupo já trabalhou nesta área, no mundo das gruas
hidráulicas, foi bastante útil aproveitar o seu conhecimento sobre a constituição de uma
grua e transpor alguma sensibilidade no que toca a dimensões. O objetivo deste trabalho,
de dimensionar uma grua com um alcance horizontal máximo de 12 metros que eleve
2000kg, tornou-se um grande desafio, onde foram implementados cálculos de resistência
dos materiais e de hidráulica. Um ponto interessante neste projeto foi o acompanhamento
da norma EN 12999:2001 ao longo do dimensionamento e escolha de material. Foi o
primeiro contacto deste género que se teve com normas, o que nos confere uma aquisição
de conhecimento e prática na leitura e interpretação das mesmas num projeto. Outro
ponto interessante foi a procura de componentes para o projeto, desde a cremalheira, dos
tubos retificados e hastes cromadas para os cilindros, medidas dos freios de segurança,
mangueiras hidráulicas (cuja pressão de rutura deverá ser 4 vezes superior à pressão de
serviço), medidas de perfis (retangulares e hexagonais), entre outros, esta pesquisa que
nos confere mais noção do mercado de trabalho, sendo vantajoso para nós no futuro.
Umas das principais dificuldades que sentimos neste projeto, foi arranjar medidas e
geometrias para encaixar a grua na forma recolhida, onde fizemos várias versões de vários
componentes até encontrar um “sweet spot”. Contudo, achamos que podíamos ter feito
melhor, uma vez que o braço da grua é muito comprido, mas se se diminuísse o tamanho
deste, tinha-se de compensar noutro sítio, por exemplo, aumentar o tamanho da lança.
A grande falha deste projeto é a posição do suporte da base, que já foi referido
anteriormente. Porém, apesar de se ter feito um chassi adaptado para grua, consideramos
que o guindaste foi bem desenvolvido, uma vez que o cálculo estrutural cumpre as regras
(fatores dinâmicos) impostas pela norma, tornando o material seguro e capaz de aguentar
as solicitações. Também foram implementados dispositivos de segurança, requeridos pela
norma, tornando a grua mais segura para ser operada, uma vez que, nas mãos de uma
pessoa vulgar (um não operador qualificado), a grua pode passar a ser perigosa.
9. Desenhos
9.1 Desenho de Conjunto Comercial