Tecnologia Da Confecção
Tecnologia Da Confecção
Tecnologia Da Confecção
DA CONFECÇÃO
© SENAI - PR, 2003
Equipe de editoração
Referência Bibliográfica.
NIT - Núcleo de Informação Tecnológica
SENAI - DET - DR/PR
CDU - 687
Direitos reservados ao
1 – Normalização ................................................................................................ 05
9 – Bibliografia ..................................................................................................... 85
0503 TECNOLOGIA DA CONFECÇÃO
Normalização ...............................................
NORMALIZAÇÃO
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UMA HISTÓRIA INTERESSANTE ...............................................
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Desde tempos remotos, a humanidade, ao observar a ...............................................
natureza, já podia constatar alguns elementos de normas ...............................................
repetidos no ambiente em que vivia. Exemplos disso eram o ...............................................
movimento dos astros, a formação das plantas, a estrutura ...............................................
cristalina de determinadas substâncias, as classes de animais. ...............................................
...............................................
Quando o ser humano começou a viver em comunidade, ...............................................
precisou criar normas de convivência, de linguagem, de ...............................................
padrões de comportamento e outras. ...............................................
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Conforme foi descobrindo ou inventando vários tipos de ...............................................
armas, ferramentas e objetos de uso doméstico, percebeu as ...............................................
vantagens de se usar formas e procedimentos uniformizados. ...............................................
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O estudo de objetos pré-históricos pode nos mostrar que ...............................................
já era empregada a unificação e a padronização no ...............................................
desenvolvimento e confecção dos mais variados utensílios. ...............................................
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Os antigos oleiros já percebiam a necessidade de ...............................................
trabalhar com fôrmas para dar maior uniformidade às peças. ...............................................
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Hoje identificamos povos e épocas de cultura pré-histórica
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por meio de padrões ou desenhos feitos em urnas para enterrar
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os mortos, potes para água e outros utensílios encontrados.
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Um bom exemplo de normalização na Antigüidade é a
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pirâmide de Queóps, construída por volta de 2700 a.C. Ela foi
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erguida com pedras de medidas iguais, que se encaixam
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perfeitamente.
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• química
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• construção civil
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• qualidade e meio ambiente ...............................................
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Associações nacionais ...............................................
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As normas elaboradas pelas associações nacionais ...............................................
contam com a colaboração de técnicos e engenheiros que ...............................................
representam fabricantes, distribuidores, institutos de pesquisa, ...............................................
entidades profissionais e órgãos do governo. ...............................................
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Veja alguns exemplos de associações nacionais de ...............................................
normalização: ...............................................
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* Brasil: ABNT Associação Brasileira de Normas ...............................................
Técnicas ...............................................
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corretamente; ...............................................
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• capacete de segurança; ...............................................
• extintores de incêndio;
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• chuveiros elétricos com carcaça isolante; ...............................................
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• fios elétricos envolvidos por camada isolante (anti-
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chama)
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MÁQUINA DE COSTURA
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Com o aparecimento da máquina de coser, a arte da ...............................................
costura passou por uma grande transformação. Foram muitas ...............................................
as tentativas feitas para se conseguir por meios mecânicos a ...............................................
imitação da costura à mão com resultados satisfatórios. ...............................................
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Procurou-se fazer entrar uma agulha na fazenda por meio ...............................................
de dedos mecânicos que pareciam dentes, o que redundou ...............................................
em fracasso. Era preciso conseguir um meio de não segurar ...............................................
o tecido entre os dedos. ...............................................
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Idealizaram-se outros engenhos sem se chegar a um ...............................................
resultado satisfatório, até o aparecimento da bobina ou carretel, ...............................................
onde o fio era enrolado. Então começaram a aparecer ...............................................
dispositivos que a cada pontada da agulha soltava o fio, ...............................................
conseguindo-se assim, uma costura uniforme. ...............................................
...............................................
Na máquina, a marcha do fio é contínua, do carretel para ...............................................
o pano, e como aquele só pode passar através do pano em ...............................................
forma de alça ou cadeia, foi preciso escolher uma agulha ...............................................
apropriada e surgiu a agulha com orifício perto da ponta. ...............................................
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Na costura à mão, o fio é fixo na agulha e o trabalho não ...............................................
se move, determinando-se, a olho o comprimento do ponto ...............................................
cujo o tamanho é mais ou menos variável; na máquina, o pano ...............................................
é que se move sobre a agulha, avançando a impulsos regulares ...............................................
e com precisão, de maneira que o comprimento do ponto e a ...............................................
tensão do fio são uniformes. ...............................................
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HISTÓRICO ...............................................
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Em meados do século XVIII (1755), o alemão F. ...............................................
Weisenthal, recebia o diploma de invenção de um aparelho ...............................................
munido de uma agulha com duas pontas a qual tinha no centro, ...............................................
um orifício. Esta agulha podia, ao mesmo tempo, atravessar ...............................................
de lado a lado o tecido e movia-se de trás para adiante por ...............................................
meio de dentes colocados nos lados. Este aparelho fazia uma ...............................................
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amigos, que temiam nova revolta dos artífices, o pobre alfaiate ...............................................
acabou por abandonar seus trabalhos. ...............................................
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Enquanto se desenrolava tudo isto na Europa, os ...............................................
engenheiros americanos começaram a estudar e resolver os ...............................................
problemas da máquina de coser. Assim a idéia da agulha com ...............................................
o orifício na extremidade pontiaguda e o emprego de dois fios ...............................................
são invenções verdadeiramente americanas, pois foi inventado ...............................................
por Gualtério Hunt de Nova York no ano de 1835. Foi a primeira ...............................................
máquina que fez o pesponto, mas a invenção não foi ...............................................
patenteada e Hunt a abandonou quando sua filha lhe observou ...............................................
que essa máquina iria tirar o trabalho das costureiras. ...............................................
...............................................
Em 1844, o americano Elias Hove apresentou um modelo ...............................................
mais aperfeiçoado que todos os precedentes. Era uma ...............................................
máquina feita de madeira e arame, que, embora primitiva, ...............................................
continha a maior parte dos dispositivos essenciais. Foi a ...............................................
primeira máquina que fez o pesponto. ...............................................
...............................................
Esta invenção tinha dois detalhes distintos: a agulha era ...............................................
curva, com um orifício quase na ponta, e possuía uma ...............................................
lançadeira, que fora idealizada por Gualtério. A máquina de Hove ...............................................
era tão nova em suas múltiplas combinações, que foi ...............................................
considerada como novo invento. Tinha muitos detalhes, entre ...............................................
os quais uma placa para comprimir o tecido e um dispositivo ...............................................
para manter tensão no fio superior. Foi a primeira máquina ...............................................
que trabalhou com dois fios, Embora não aperfeiçoada, pois ...............................................
falhava, e o movimento dos dois fios era defeituoso. ...............................................
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Outros engenheiros e mecânicos tentaram aperfeiçoar ...............................................
a máquina, citando-se Allen Wilson, que em 1849 idealizou o ...............................................
encaixe rotativo. Este continha o fio inferior, tendo outros ...............................................
melhoramentos com a barra móvel provida de dentes os quais, ...............................................
saindo por uma ranhura em movimentos combinados e ...............................................
sucessivos com outra barra colocada na parte de cima, fazia ...............................................
correr o tecido. Isto foi conhecido por avanço em quatro pontos. ...............................................
Foi a maior melhoria que a máquina adquiriu. Desde então, o ...............................................
trabalho da costura mecanizada foi melhorando, se bem que ...............................................
paulatinamente, pois foi difícil encontrar aceitação por parte do ...............................................
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público, que tendo sido muitas vezes burlado, não dava ...............................................
importância ao novo engenho. ...............................................
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Nesse tempo, Allen Wilson, Isaac Singer o outros ...............................................
apresentaram máquinas quase perfeitas. Hove, não contente ...............................................
com tal coisa, moveu uma ação judicial contra os primeiros, ...............................................
que ficou conhecida por guerra da máquina de costura. Cada ...............................................
fabricante processava o outro, acusando-o de usurpador de ...............................................
patente. Todavia, isto terminou por um entendimento dando ...............................................
lugar à fusão de patentes, ficando provado que a máquina de ...............................................
Hove só fazia costura reta de poucos centímetros de cada ...............................................
vez, e nada valia sem os aperfeiçoamentos dos outros e vice- ...............................................
versa. Disto nasceu a organização da Sewing Machine ...............................................
Combination, sendo a fabricação autorizada a terceiros, ...............................................
mediante licença, a 15 dólares por máquina. ...............................................
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Em 1851, Singer fabricou a primeira máquina, que era ...............................................
muito pesada, em 1856 foi feito um modelo mais leve, destinado ...............................................
ao lar, denominado lombo de tartaruga, que executava em ...............................................
uma hora a costura de 10 a 14 horas à mão. O único ...............................................
inconveniente era o preço. ...............................................
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A primeira máquina de Singer era provida de uma agulha ...............................................
vertical; trabalhava com dois fios e fazia um pesponto fechado. ...............................................
Mais tarde, ele introduziu o movimento a pedal, porém pouca ...............................................
importância lhe deu e nunca patenteou. Este fabricante e seus ...............................................
sucessores foram os que mais aperfeiçoamentos introduziram ...............................................
na máquina de costura e que maior propaganda fizeram através ...............................................
do mundo, demonstrando sua prática e utilidade. ...............................................
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As primeiras máquinas foram construídas para que as ...............................................
fábricas as empregassem em seus trabalhos. Logo, porém ...............................................
notou-se que era um acessório útil em todos os lugares, e ...............................................
conservando suas características indispensáveis, foram ...............................................
adaptadas com elegância para usos domésticos. ...............................................
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Com a generalização da costura mecanizada, os ...............................................
principais países de Europa começaram a fabricar máquinas. ...............................................
Dentre eles destacamos Alemanha, Suíça, Itália, França, ...............................................
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CLASSIFICAÇÃO DAS MÁQUINAS DE COSTURA
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Os Principais avanços na tecnologia das máquinas de ...............................................
costura resultam da aplicação da eletricidade como força ...............................................
motriz e do desenvolvimento de alguns pontos novos. ...............................................
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As principais máquinas formavam pontos à velocidade ...............................................
que o operador, a pedalar, fazia girar o volante. Hoje em dia, ...............................................
porém, a pressão do pé do operador pode impedir o tecido ...............................................
debaixo do calçador e da agulha a velocidades superiores a ...............................................
9000 pontos por minuto. No entanto, poucas são as costuras ...............................................
de vestuário cujo comprimento é tal que permite atingir a ...............................................
velocidade máxima. De qualquer forma, mesmo um operador ...............................................
muito experiente tem dificuldades em guiar as peças com ...............................................
precisão a velocidades elevadas, pelo que se torna essencial ...............................................
a automatização do manuseamento para se poder tirar partido ...............................................
das potencialidades da costura a alta velocidade. ...............................................
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A qualidade da costura depende da integração de ...............................................
elementos das seguintes áreas: ...............................................
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• máquina de costura
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• linhas
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• tecido ...............................................
• operador ...............................................
Com este tipo de base, a peça tubular é costurada numa linha ...............................................
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CLASSIFICAÇÃO DOS PONTOS DE COSTURA
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Há alguns anos atrás, os diversos tipos de pontos eram
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conhecidos por nomes e termos criados pela própria indústria
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de costura, porém de modo irregular e sem obedecer a um
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critério lógico. Assim mesmo, esses nomes não eram
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reconhecidos por todos industriais e além disso, cada uma
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delas se reservava o direito de criar a sua própria nomenclatura
...............................................
particular. Não é preciso dizer que esse procedimento
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acarretava uma série de confusões e desencontros entre os
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fabricantes de equipamentos para costura, as indústria de
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confecção e consumidores de artigos costurados. Com o
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crescimento vertiginoso dessa indústria, a padronização dos
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diversos tipos de pontos se impôs ao mais elementar bom
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senso.
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Ainda que uma publicidade enorme e apelos fossem
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feitos, no sentido de se estandardizar a terminologia relativa
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aos pontos de costura, pouca importância e atenção eram
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dispensadas a esse respeito, pelos fabricantes de poupas e
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pelas demais indústrias que operavam com máquinas de
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costura. Isto se deu particularmente nos EUA.
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Por volta de 1930, quando as tensões políticas na Europa
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causavam preocupações ao mundo inteiro, a produção de
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artigos para fins militares constituía o ponto de convergência
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das atenções e interesses de todos os tipos de indústrias.
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Foi nessa ocasião que os fabricantes de confecções
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sentiram a necessidade de se curvarem a uma sistematização
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quanto a pontos e costura. Isto porque os pedidos e
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encomendas das forças armadas se referiam e exigiam essa
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padronização. Quando os Estados Unidos entraram na
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Segunda Guerra essas especificações adquiriram grande
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importância, de vez que todos os contratos de fabricação de
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roupas para o governo especificavam os pontos de acordo
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com a norma DDD-S-751.
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Estes pontos são formados por uma ou mais linhas introduzidas apenas a partir de um
lado do material. O ponto de cadeia de uma linha é geralmente utilizado para costurar
temporariamente (pespontar) ou para ponto invisível. Deve-se ter muito cuidado para que a
carreira de pontos se desfaça a partir do último ponto.
É formado por uma linha de agulha auxiliado por um looper cego. É usado para unir duas
ou mais peças de material, sempre que haja necessidade de elasticidade ou facilidade em
desfazer a costura como, por exemplo, em alinhavos. Este ponto é formado por uma única
linha conduzida pela agulha, sendo a laçada estirada adiante, de ponto a ponto, de modo que
as laçadas sucessivas passem, uma através da outra, formando uma corrente. É um ponto
elástico, ponto seguro e resistente. É usado em caseados, pregamentos de botão, fechamento
de saco, emenda de peças de tecido para tingimento.
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É formado por uma linha da agulha que se entrelaça consigo mesmo na superfície superior
do material. Esse ponto é invisível na superfície inferior do material. É um ponto elástico, pouco
seguro, pouco resistente. É usado em bainhas invisíveis para tecido plano.
Estes pontos são formados por linhas que passam isoladamente de um lado do material
para o outro em perfurações sucessivas da agulha. Tendo tido origem manual, são hoje
produzidos por máquinas. Quando se usa mais de uma linha, cada uma delas entra no tecido
no mesmo ponto de perfuração.
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Estes pontos são formados por uma ou mais linhas da agulha introduzidas de um lado
do material que se entrelaçam com a linha da bobina do outro lado.
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É formado por duas linhas, uma da agulha e outra da bobina. A aparência é igual dos dois
lados quando corretamente equilibrado, resultando em costuras resistentes e seguras, aperta-
das e com boa resistência à abrasão. A desvantagem consiste na freqüente necessidade de
mudança da bobina e não é muito flexível. É usado para costuras gerais como embainhar,
franzir, pregamentos e preparações em tecidos planos e de malha.
É formado por linhas como o ponto 301. Neste caso, forma-se um desenho em zigue-
zague, devido ao ângulo formado pelos pontos. Este ponto requer uma lançadeira rotativa
transversal. É usado em várias operações: pregar rendas, alinhavar, arrematar, operações
gerais em zigue-zague em roupas íntimas femininas, maiôs e artigos similares, onde uma
costura elástica é desejada. Também é usado como ponto decorativo na maioria das máqui-
nas zigue-zague domésticas e nas de bordar cheio.
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É formado por duas linhas, uma da agulha e uma do looper, às quais se entrelaçam no
lado de baixo do material de modo a formar um ponto corrente duplo. É usado para juntar duas
ou mais peças de material sempre que forem necessárias característica de elasticidade e
resistência. Este ponto pode ser desmanchado mas não tão facilmente como o ponto corrente
de uma linha. É usado em operações similares ao do ponto 301, onde a maior elasticidade é
requerida e em costuras longas onde se procura evitar troca de bobina, sendo que este ponto
utiliza linha de looper vinda de um cone.
Este tipo de ponto é formado por três linhas, sendo duas de agulha e uma de looper
inferior. Ideal para vários tipos de costuras: barras, costuras ornamentais e acabamento de
bordas.
Este tipo de ponto é formado por três linhas, sendo duas das agulhas e uma do looper
inferior. Este ponto corrente é usado para pregamento debrum, bainhas em malhas, passante
para cós, rebatimento de elástico. É um ponto muito elástico, resistente e seguro.
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Similar ao ponto tipo 406, porém com três linhas das agulhas e uma linha de looper. Este
ponto corrente é usado em vários tipos de costura como pregar fitas, fazer barras em malha,
ornamentar e operações de acabamentos de bordas.
Estes pontos são formados por uma ou mais linhas de agulha e/ou do looper, devendo
pelo menos uma das linhas circundar a borda do material que está sendo costurado. Estes
pontos são apropriados para costurar malhas e tecidos com elasticidade, uma vez que esta
classe de pontos possui excelentes propriedades elásticas quando se utilizam linhas apropri-
adas. A linha da agulha é responsável pela resistência, enquanto que as linhas dos loopers são
escolhidas de modo a melhorar a aparência e a maciez. Estes pontos não são apropriados
para tecidos sujeitos a desfiar ou a escorregar.
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Ponto formado por uma linha de agulha e uma linha de looper, contando com o auxílio de
uma laçador cego em forma de gancho. A linha da agulha é frouxa deixando o entrelaçamento
das linhas na borda no tecido. É usado para chuleados, bainha invisível, operações de acaba-
mentos de bordas e fechamento de fundo de calcinha.
Ponto formado por três linhas sendo uma de agulha, outra do looper inferior e outra do
looper superior. As linhas dos loopers entrelaçam-se no meio da espessura do tecido. É um
ponto elástico, resistente e seguro. Própria para chuleados e uniões em malhas.
Formado por três linhas, uma de agulha e duas de looper. É um ponto no qual a linha da
agulha é frouxa. É usado para ornamentar, fazer bainha invisíveis, costuras chuleadas e para
operações de acabamentos de bordas.
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É um ponto formado por quatro linhas: duas de agulha e duas de looper. É um ponto que
é feito formando simultaneamente uma fileira do ponto tipo 401 a uma distância determinada
da agulha que forma o ponto 503 na borda do material (ponto de segurança). É um ponto
elástico, resistente e seguro. É usado para operações de fechamento: pregar mangas, fechar
camisas, calças, etc.
Este ponto é formado por duas linhas de agulha e três linhas de looper, conjugando o
ponto tipo 401 e o ponto 504 na borda do material. Próprio para fechamento de lateral de cal-
ças, camisas e pregamento de mangas. Mais indicado para tecidos sem elasticidade. É um
ponto seguro e resistente.
Os pontos desta classe utilizam entre duas e quatro linhas de agulha, uma linha de
looper inferior e uma linha de laçadeira de recobrimento. Todos esses pontos são altamente
elásticos e produzem costuras planas, confortáveis e resistentes.
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Tipo de ponto formado por quatro linhas, sendo duas linhas de agulhas, uma do looper
inferior e uma do laçador superior. Estas duas últimas recobrem o ponto dos dois lados. É
um ponto ornamental usado para pregar debrum e aplicação sobre a costura de overlock.
Ponto formado por cinco linhas, sendo três de agulhas, uma do looper inferior e uma
do laçador superior. É um ponto usado para aplicação de debrum e também pespontar cos-
turas de interlock.
Ponto formado por seis linhas sendo quatro linhas das agulhas, uma do looper inferior
e uma do laçador superior. É um ponto similar ao ponto 605, porém com quatro agulhas.
Ideal para costuras lisas em artigos de tecidos de malha com efeitos decorativos.
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Esta classe de ponto é formada por uma única linha contínua de agulha com a caracte-
rística geral de que ao se efetuar a penetração do primeiro ponto uma porção de linha da agulha
será enrolada na bobina. É uma versão especial do ponto preso 301 e apenas se aplica a
costuras curtas ou pespontos.
Este tipo de ponto é formado por uma linha contínua da agulha a qual após a primeira
penetração é enrolada na bobina. Nos pontos seguintes se entrelaça da mesma forma que o
ponto tipo 301. A junção das linhas fica no meio do material. É usado para costuras em geral.
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PREPARAÇÃO E ACABAMENTO DE
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PEÇAS DE VESTUÁRIO
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ASPECTOS TÉCNICOS ...............................................
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ARMAZENAMENTO DO TECIDO ...............................................
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• Roupas que recebem um tratamento mais agressivo
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no uso, deve ter costuras de reforço (travete ou arre-
...............................................
mate) em algumas partes da peça, (ex.: cantos dos
...............................................
bolsos, final de vista, junção de ganchos, etc.)
...............................................
...............................................
O caseado tem sentido obrigatório, sendo:
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...............................................
• Calças: sentido horizontal no cós e na vista.
...............................................
• Camisas e blusas: sentido vertical, com distância de ...............................................
9 cm. ...............................................
• Camisa social: pé de gola sentido horizontal e os de- ...............................................
mais verticais. ...............................................
vagens. ...............................................
...............................................
• Esforço sobre o travete de segurança. ...............................................
ETIQUETAS ...............................................
...............................................
As etiquetas que devem ser utilizadas por lei são: eti- ...............................................
queta de CGC de empresa, etiqueta de composição e de ta- ...............................................
manho. ...............................................
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Os lugares de fixação são: ...............................................
...............................................
1- Calças, bermudas, salopetes, saias. ...............................................
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2- Camisas, blusas, jalecos, aventais, macacões, cole- ...............................................
tes, jaquetas, vestidos, jumpers, paletós e blazer. ...............................................
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3- Aventais: ...............................................
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PASSADORIA ...............................................
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Verificar com o fabricante do tecido o grau máximo de ...............................................
temperatura utilizado no ferro de passar, para evitar a danifica- ...............................................
ção das fibras do tecido. ...............................................
...............................................
Sempre que passar tecidos brilhosos passar do lado ...............................................
avesso ou com pano por cima. ...............................................
...............................................
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LAVAGEM ...............................................
...............................................
Lavagem caseira: ...............................................
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• Roupas coloridas é aconselhável o uso de água fria.
...............................................
• Dissolver o sabão totalmente. ...............................................
...............................................
• Nunca deixar a roupa muito tempo de molho.
...............................................
• Enxaguar em água abundante. ...............................................
...............................................
• Verificar com o fabricante do tecido as restrições com ...............................................
relação ao uso de cloro nos tecidos utilizados. ...............................................
...............................................
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Zíper ...............................................
...............................................
NBR 10592 - Zíper ...............................................
...............................................
Confecção para vestuário ...............................................
...............................................
NBR 13374 - Determ. De resistência da costura em ...............................................
materiais confeccionados ou não ...............................................
...............................................
Medidas de Tamanho ...............................................
...............................................
NBR 13377 - Medidas de corpo humano para vestuário - ...............................................
Padrões referenciais ...............................................
...............................................
ACABAMENTO ...............................................
...............................................
Esta é a segunda fase da produção de uma roupa, é tão ...............................................
importante quanto a primeira. ...............................................
...............................................
Este setor, que dependendo da complexidade do produ- ...............................................
to, pode ser tão extenso, que as vezes, confunde-se com uma ...............................................
própria linha de produção. Mas não podemos deixar de nos ...............................................
referir a este, sem nos esquecer de que se trata de um setor ...............................................
produtivo, e que deve utilizar toda a metodologia pertinente a ...............................................
esta situação. ...............................................
...............................................
O acabamento além de responsabilidade produtiva, deve ...............................................
ter um sério comprometimento com a qualidade. Todo esforço ...............................................
produtivo e qualitativo despendido durante toda a cadeias fa- ...............................................
bril nesta fase corre sérios riscos se não for adotados certas ...............................................
medidas. Pois é este praticamente o último elo entre a fabrica ...............................................
e o cliente. ...............................................
...............................................
Reiteramos a preocupação com qualidade pois em al- ...............................................
guns itens o aspecto estético e visual representam mais de ...............................................
50%, e é neste setor que se agregam estes fatores ao produto. ...............................................
...............................................
...............................................
...............................................
...............................................
...............................................
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...............................................
ANÁLISE DO PRODUTO
...............................................
...............................................
Finalidade ...............................................
...............................................
Tem por finalidade básica determinar a melhor seqüên- ...............................................
cia da construção do produto, introduzindo mudanças, que sem ...............................................
alterar a aparência do mesmo, seja possível tornar sua produ- ...............................................
ção mais fácil e mais econômica. ...............................................
...............................................
Etapas de trabalho ...............................................
...............................................
Podemos dividir a análise do produto em 3 etapas bási- ...............................................
cas: ...............................................
1ª - Identificação da situação atual ...............................................
...............................................
2ª - Questionamento da situação atual
...............................................
3ª - Proposição ...............................................
...............................................
1ª - Identificação da situação atual ...............................................
...............................................
A - Identifique as partes componentes, as aviamentos e ...............................................
suas quantidades. ...............................................
B - Identifique as operações de preparação. ...............................................
...............................................
São todas as operações efetuadas em uma das partes ...............................................
do produto, antes que seja enviada a uma outra. ...............................................
...............................................
Ex.: Bainha de bolso. ...............................................
...............................................
C - Identifique as operações de pré-montagem. ...............................................
...............................................
São todas as operações que unem duas ou mais partes ...............................................
componentes, antes da união dos componentes básicos. ...............................................
...............................................
Ex.: pregar bolso na frente. ...............................................
...............................................
D - Identifique as operações de montagem. ...............................................
...............................................
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• Não cruzar as linhas
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• Manter o equilíbrio do gráfico ...............................................
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• Fazer com que o mesmo tenha boa apresentação, fa-
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cilitando o seu entendimento.
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...............................................
Como traçar o gráfico
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...............................................
1 - Escreva em maiúscula e na horizontal, os nomes
...............................................
dos componentes, ficando no centro destes os com-
...............................................
ponentes básicos.
...............................................
2 - Abaixo de cada componente e na seqüência correta, ...............................................
escreva as operações de preparação ...............................................
3 - Ligue, através das linhas, na vertical, as operações ...............................................
de pré-montagem e em seguida as de montagem. ...............................................
...............................................
4 - Pode-se também encerrar as operações dentro de
...............................................
retângulos. Isto dá ao gráfico uma seqüência uni-
...............................................
forme.
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Unir Ombros ...............................................
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NOTA: Alguns produtos não apresentam operações de ...............................................
preparação ou mesmo de pré-montagem, sendo a sua pri- ...............................................
meira operação já de montagem. ...............................................
...............................................
Ex.: Biquíni, short. ...............................................
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Neste casos, uma seqüência das operações é o sufici- ...............................................
ente para compreender e visualizar sua construção. ...............................................
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PERFIL DA COSTURA
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A norma técnica n.º 17.003 NBR 9397 de 06/86 classi- ...............................................
fica, ilustra e designa os vários tipos de costuras usadas na ...............................................
indústria do vestuário. ...............................................
...............................................
Os perfis de costura são aplicação de uma série de pon- ...............................................
tos ou tipos de pontos para uma ou mais camadas de materi- ...............................................
ais componentes (tecidos). ...............................................
...............................................
As ilustrações a seguir mostram o corte transversal da ...............................................
configuração dos materiais. ...............................................
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1 - União de dois tecidos com uma costura na máquina ...............................................
reta ponto 301. ...............................................
Ex.: união de ombros. ...............................................
...............................................
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2 - Barra: tecido dobrado duas vezes e costurado com ...............................................
uma costura na máquina reta 301. ...............................................
Ex.: Barra de calça, bermuda, etc. ...............................................
...............................................
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3 - Um tecido cobrado preso com uma costura apenas. ...............................................
Ex.: Pregamento de bolsos. ...............................................
...............................................
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4 - Um tecido dobrado com duas costuras retas ...............................................
pespontando. ...............................................
Ex.: Bolsos pespontados. ...............................................
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FICHA TÉCNICA
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É um recurso, formulário que profissionais da área do ...............................................
vestuário tem em mão para poder realizar sem falhas todas ...............................................
as operações para a montagem de uma peça. ...............................................
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Desde a matéria prima, acessórios, linhas, máquinas, ...............................................
medidas para revisão, todos os dados que envolve a confec- ...............................................
ção da peça está especificado na ficha técnica que hoje é im- ...............................................
prescindível para se ter qualidade que é a grande exigência do ...............................................
mercado atual. ...............................................
...............................................
Na ficha técnica consta o desenho planificado da peça ...............................................
pronta com detalhes e acabamentos definidos já no desenho. ...............................................
...............................................
Também contem a descrição da peça definindo borda- ...............................................
dos, tecido, quantidades, marca do produto, coleção, acessó- ...............................................
rios, aviamento e tabela de medidas antes e pós lavagem. ...............................................
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Na seqüência operacional é especificado a operação que ...............................................
será realizada; ...............................................
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FICHA TÉCNICA
PRODUTO:
MARCA: SENAI
COLEÇÃO:
DESENHO PLANIFICADO
FRENTE COSTA
MATERIA PRIMA
NOME QUANTIDADE
TECIDO
AVIAMENTO
DESCRIÇÃO DA PEÇA
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FICHA TÉCNICA
Modelo : SAIA
FRENTE COSTAS
DESCRIÇÃO DA PEÇA
Saia co m abertura frontal
Palas dianteiras e traseiras
2 (dois) Bo lsos dianteiros e 1 (u m) lateral co m abertura de 1 (u m) vivo
Fenda traseira
MATÉRIA-PRIMA
Tecido Semprigual Soft – art. 0497 – Santista
Forro: Algodão cru
Aviamentos:
- Botão de Pressão
- Et iqueta Co mposição
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SEQÜÊNCIA OPERACIONAL
Peça : SAIA
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Seqüência operacional
Pontos Acessórios Perfil Classe P.P. cm
ód
ACABAMENTO
01 Fazer bainha 301 300 3
Fazer acabamento das pontas
02 301 300 3
do cós e da vista / patte frontal
03 Marcar caseado Manual
04 Casear 304 300 30
Travetar bolsos dianteiros,
05 304 300 30
lateral e abertura do traseiro
06 Marcar botões Manual
07 Pregar botões Prensa
08 Revisar Manual
09 Limpar Tesoura
10 Passar Ferro
11 Dobrar Manual
12 Embalar Manual
13 Selar Manual
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TABELA DE MEDIDAS
JAQUETA
JAQUETA TAMANHO 40
Altura da cava 28cm
Busto 100cm
Cintura 88cm
Comprimento/punho (circunferência) 24cm
Comprimento da manga 56cm + 4cm de punho
Comprimento total 54cm
Costas 46cm
Largura do degolo 19cm
Ombro 15cm
FICHA TÉCNICA
Modelo : JAQUETA FEMININA
FRENTE
COSTAS
DESCRIÇÃO DA PEÇA
Jaqueta Feminina
Bolso embutido lateral
Bolso sob lapela na pala dianteira
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MATÉRIA-PRIMA
Tipo de tecido: Semprigual Soft – art. 0497 – Santista
Forro: Algodão cru
Aviamentos:
- Botões de pressão
- Etiqueta Composição
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ÊNCIA OPERACIONAL
Peça: JAQUETA FEMININA
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TABELA DE MEDIDAS
CAMISETE POLO
CAMISETE POLO TAMANHO 40
Altura da cava 24cm
Busto 94cm
Cintura 88cm
Comprimento da manga 20cm
Comprimento geral 88cm
Costas
Largura do degolo 18cm
Ombro
Punho 30cm
Quadril 90cm
FICHA TÉCNICA
Modelo: CAMISETE PÓLO
FRENTE COSTAS
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DESCRIÇÃO DA PEÇA
Camisete abertura Pólo
Bolso chapado com pesponto de borda
Bainha do bolso com 2,5cm
Bainhas, mangas e barra com 3cm
MATÉRIA-PRIMA
Malha piquê Tubular
Gola retilínea
Aviamentos:
- 2 (dois) botões
- Entretela colante
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SEQÜÊNCIA OPERACIONAL
Peça : CAMISETE PÓLO
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BIBLIOGRAFIA
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