Coordenadoria Da Mulher

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Projeto de Lei nº 2622, de 14 de maio de 2020.

CRIA A COORDENADORIA MUNICIPAL DA


MULHER, COM CARGO EM COMISSÃO DE
COORDENADORA, FUNDO MUNICIPAL DE
DIREITOS DA MULHER, CONSELHO
MUNICIPAL DE DIREITOS DA MULHER E
DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS.

Art. 1º Fica criada a Coordenadoria Municipal da Mulher, órgão que ficará


vinculado diretamente ao Gabinete do Prefeito Municipal.

Parágrafo único. A Coordenadoria da Mulher é vinculada ao Gabinete do


Prefeito, podendo ser subsidiada pela Secretaria Municipal de Assistência Social quanto à
estrutura administrativa, ao espaço físico, aos equipamentos e ao quadro de pessoal,
disponibilizando um assistente social e um auxiliar administrativo.

Art. 2º. A Coordenadoria prevista no art. 1º desta Lei, que tem como
finalidade assessorar, assistir, apoiar, articular e acompanhar ações, programas e projetos
voltados à mulher, compete:
I – dar assessoramento às ações políticas relativas à condição de vida da
mulher e ao combate aos mecanismos de subordinação e exclusão que sustentam a sociedade
discriminatória, visando buscar a promoção da cidadania feminina e da igualdade entre os
gêneros;
II – prestar apoio e assistência ao diálogo e à discussão com a sociedade e os
movimentos sociais no Município, constituindo fóruns municipais para articulação de ações
e recursos em políticas de gênero e, ainda, participar de fóruns, encontros, reuniões,
seminários e outros que abordem questões relativas à mulher;
III – efetuar assessoramento ou assistência à reestruturação ou a alteração
estrutural do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (COMDIM);
IV – dar assessoramento a diferentes órgãos do governo e articular programas
dirigidos à mulher em assuntos do seu interesse que envolvam saúde, segurança, emprego,
salário, moradia, educação, agricultura, raça, etnia, comunicação, participação política e
outros;
V – prestar assistência aos programas de capacitação, formação e de
conscientização da comunidade.
VI – prestar assessoramento ao Prefeito do Município de Salto do Jacuí em
questões que digam respeito aos direitos da mulher;
VII – acompanhar o cumprimento da legislação que assegura os direitos da
mulher e orientar o encaminhamento de denúncias relativas à discriminação da mulher;
VIII – promover a realização de estudos, de pesquisas, formando um banco de
dados ou de debates sobre a situação da mulher e sobre as políticas públicas do gênero;
IX – efetuar intercâmbio com instituições públicas, privadas, estaduais,
nacionais e estrangeiras envolvidas com o assunto mulher, visando à busca de informações
para qualificar as políticas públicas a serem implantadas;
X – executar outras atividades correlatas ou que lhe venham a ser designadas
pela autoridade superior;
XI – organizar programas e projetos que contemplem a eqüidade de gênero
e/ou aqueles desenvolvidos com mulheres visando ao empoderamento;
XII - assessorar na elaboração de projetos de pesquisa para subsidiar estudos e
definir prioridades em relação às demandas e necessidades básicas das mulheres de Salto do
Jacuí;
XIII – disponibilizar uma lista de instituições de fomento governamentais e
não-governamentais, em âmbito nacional e internacional para serem contatadas, mediante
envio de projetos na perspectiva de gênero visando solicitação de financiamento;
XIV – articular na perspectiva de redes, ONGs, movimentos sociais, fóruns de
mulheres, subsídios para o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, visando a
elaboração e execução de políticas públicas que contemplem a eqüidade de gênero;
XV – com base em dados de pesquisa, a partir das demandas postas por
mulheres, principalmente as excluídas dos direitos mínimos, definir prioridades em relação a
políticas específicas, referentemente à raça/etnia, a diferentes orientações e expressões
sexuais, geracional, às artesãs, às trabalhadoras, às agricultoras, para as mulheres que
habitam em Salto do Jacuí;
XVI – assessorar na elaboração de projetos que possam ser executados por
segmentos governamentais e não-governamentais que proponham medidas para garantir a
igualdade entre os sexos, capacitem as mulheres para participar do mercado de trabalho e
acabem com a discriminação;
XVII – criar uma articulação com grupos de mulheres e/ou lideranças de bairro
para estabelecer um elo de ligação entre a realidade das mulheres, sujeitos do cotidiano;

Art. 3º. Fica criado o cargo de provimento em comissão de Coordenadora


Municipal de Políticas Púbicas para as Mulheres, com remuneração de R$ 2.360,00, com
lotação no Gabinete do Prefeito, que passa a fazer parte integrante da Estrutura
Administrativa.

Parágrafo único: São requisitos para provimento do referido cargo: ser


brasileira nata ou naturalizada, estar em dia com as obrigações eleitorais, não estar
enquadrada no acúmulo ilegal de cargos públicos, ter Ensino Superior Completo, ter
exercido trabalho voluntário comprovado em Entidades/ONGS Municipais e/ou Regionais;
Art. 4º. Cria o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher – COMDIM, órgão
de caráter permanente, com competência propositiva, consultiva, fiscalizadora, normativa e
deliberativa, no que se refere às matérias pertinentes aos direitos da mulher; tendo este a
finalidade de promover, em harmonia com as diretrizes traçadas com o Governo Estadual e
Federal, políticas destinadas a assegurar à mulher participação e conhecimento de seus
direitos como cidadã, deliberar e fiscalizar sobre a aplicação dos recursos do Fundo
Municipal de Direitos da Mulher de Salto do Jacuí, parte integrante da Coordenadoria
Municipal da Mulher, vinculado ao Gabinete de Prefeito.

Art. 5º. Compete ao Conselho Municipal de Direitos da Mulher -


COMDIM:

I – elaborar seu regimento interno;

II – formular diretrizes e promover políticas, em todos os níveis da


Administração Pública Municipal Direta e Indireta, visando à eliminação das discriminações
que atingem à mulher;

III - criar instrumentos concretos que assegurem a participação da mulher em


todos os níveis e setores da atividade municipal, ampliando sua atuação e alternativas de
emprego para as mulheres;

IV - estimular, apoiar e desenvolver estudos, projetos e debates relativos à


condição da mulher, bem como propor medidas ao governo, objetivando eliminar toda e
qualquer forma de discriminação;

V - auxiliar e acompanhar os demais órgãos e entidades da Administração, no


que se refere ao planejamento e execução de programas e ações referentes à mulher;

VI - promover intercâmbios e convênios com instituições e organismos


municipais, estaduais, nacionais e estrangeiros, de interesse público ou privado, com a
finalidade de implementar as políticas, medidas e ações objeto deste Conselho;

VII - estabelecer e manter canais de relação com os movimentos de mulheres,


apoiando o desenvolvimento das atividades dos grupos autônomos;
VIII - realizar campanhas educativas de combate e conscientização sobre a
violência contra a mulher;

IX - propor a criação de mecanismos para coibir a violência doméstica e


fiscalizar sua execução, além de estimular a criação de serviços de apoio às mulheres
vítimas de violência;

X - acompanhar e fiscalizar o cumprimento da legislação e de convenções


coletivas que assegurem e protejam os direitos da mulher;

XI - receber denúncias relativas à questão da mulher, encaminhá-las aos


órgãos competentes, exigindo providências efetivas;

XII – prestar assessoria ao Poder Executivo, acompanhando a elaboração das


políticas públicas, programas e ações dirigidas às mulheres especialmente nas áreas de:

a) atenção integral á saúde da mulher;

b) assistência socioassistencial;

c) prevenção à violência contra a mulher;

d) assistência e abrigo às mulheres vítimas de violência;

e) educação;

f) trabalho;

g) habitação;

h) planejamento urbano;

i) lazer e cultura.

Art. 6º. O Conselho Municipal de Direitos da Mulher compõe-se de 08


membros e respectivos suplentes, sendo:

I – 04 representantes de Órgãos Governamentais, a saber:


a) Representante da Secretaria Municipal de Assistência Social;
b) Representante da Secretaria Municipal de Educação;
c) Representante da Secretaria Municipal de Saúde;
d) Representante do Poder Legislativo Municipal;

II - 04 Representantes de órgãos da sociedade civil e seus respectivos


suplentes, assim escolhidos:
a) Representante das Trabalhadoras Rurais;
b) Representante da EMATER;
c) Representante da Liga Feminina de combate ao Câncer;
d) Representante das Quilombolas e Indígenas.

§ 1º Os conselheiros serão nomeados pelo Prefeito para um mandato de


02 (dois) anos, admitida recondução.
§ 2º O CMDM é presidido por um dos seus integrantes, eleito dentre os
seus pares, para mandato de 2 (dois) anos, permitida uma única recondução por igual
período.
§ 3º O membro do Conselho que faltar, sem justo motivo, a três reuniões
consecutivas ou seis alternadas, no período de um ano, perderá automaticamente o
cargo.

Art. 7º. O COMDIM poderá instituir câmaras temáticas permanentes ou


grupos de trabalho, de caráter temporário, para estudar e propor ações específicas.

Art. 8º. Os conselheiros suplentes substituirão os titulares nos seus


impedimentos.

Art. 9º. O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher será formado por:

a) Comissão Executiva;

b) Pleno.
Art. 10. A Comissão Executiva será formada por Presidente, Vice-Presidente,
Secretário-Geral e Tesoureiro, que serão eleitos pelo Pleno em votação.

§1º As atribuições da Executiva serão especificadas no Regimento Interno da


COMDIM.

Art. 11. O pleno será formado por todos os membros do Conselho Municipal
dos Direitos da Mulher e seus respectivos suplentes.

Art. 12. Os membros do Conselho não receberão qualquer tipo de


remuneração pelo desempenho dessa função que será considerada de relevante
interesse público; exceto despesas com deslocamento e diária, quando à serviço ou
representando o COMDIM.

Art. 13. A Secretaria Executiva do Conselho será exercida


pela Coordenadoria Municipal da Mulher, cabendo a esta promover o apoio logístico
necessário ao funcionamento do Conselho, bem como elaborar as pautas e atas,
registrar as deliberações do conselho, arquivar documentos e demais procedimentos
administrativos necessários ao seu regular funcionamento.

Art. 14. Fica o Poder Executivo Municipal obrigado a oferecer atividades de


capacitação aos integrantes do Conselho. Bem como todas as condições administrativas,
operacionais de recursos humanos e financeiros que permitam o permanente funcionamento
do órgão, sua estruturação e atribuições, estando especificamente ligado para este fim à
Secretaria Municipal de Trabalho e Ação Social.
Art. 15. No prazo de 60 (sessenta) dias, após sua formação, o Conselho
Municipal de Direitos da Mulher elegerá seus cargos e elaborará seu regimento
interno, que deverá ser aprovado por Decreto do Chefe do Poder Executivo.

Art. 16. Revogadas as disposições em contrário, especialmente a Lei


Municipal nº 1472, de 25 de janeiro de 2006 e o Decreto Municipal nº 1704 de 18 de
novembro de 2005.

Art. 17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Salto do Jacuí, 14 de maio de 2020.

Claudiomiro Gamst Robinson


Prefeito Municipal
JUSTIFICATIVA

Senhora Presidente,
Senhores Vereadores

O Projeto de Lei que ora submetemos à apreciação desta


Casa tem por escopo a criação da Coordenadoria Municipal da Mulher, proposta que se
firma devido à necessidade de assegurar o exercício pleno dos direitos da mulher com a sua
participação e integração econômica, social, política e cultural. Nesta senda faz-se valiosa
qualquer medida municipal que busque conferir maior visibilidade às políticas públicas em
defesa da mulher, uma vez que já existem na esfera federal diversas iniciativas concernentes
ao referido tema.
Ante o exposto, contamos com a valorosa colaboração e o
entendimento dos Senhores Vereadores para aprovação deste Projeto de Lei.

Salto do Jacuí, 14 de maio de 2020.

Claudiomiro Gamst Robinson


Prefeito Municipal

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