01.ma - Modelos Economicos e Questao Social
01.ma - Modelos Economicos e Questao Social
01.ma - Modelos Economicos e Questao Social
QUESTÃO SOCIAL
Expedito Leandro Silva
SUMÁRIO
1 O SURGIMENTO DO CAPITALISMO .......................................................... 3
2 MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA E CLASSES SOCIAIS.......................... 7
3 MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO .............................................. 11
4 A QUESTÃO SOCIAL E SUAS DIFERENTES MANIFESTAÇÕES ................... 14
5 APREENSÃO DAS PARTICULARIDADES DO DESENVOLVIMENTO DO
CAPITALISMO NO BRASIL ......................................................................... 18
6 LUTAS MOVIMENTOS SOCIAIS E MARCADORES DE CLASSE ................... 22
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1 O SURGIMENTO DO CAPITALISMO
Por outro lado, esse processo produtivo gerou e acentuou-se na expansão das
desigualdades sociais. Sendo assim, pode-se dizer que se as mercadorias são trocadas
de acordo com a quantidade de trabalho investido nelas, como se deriva a
desigualdade do sistema de igualdade? Seguinte o pensamento de Marx, vimos que a
natureza e o universo da circulação das mercadorias, tornam-se a base de todas as
outras; nesse caso a força do trabalho é a grande expoente desse processo. Haja vista
que o proprietário dos meios de produção, o capitalista, compra a força de trabalho.
Logo, como toda e qualquer mercadoria, a força de trabalho, a força produtiva passa a
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ser valorizada, seguindo as regras do mercado, ou seja, seu investimento caminha de
acordo com aquilo que é suficiente para a vida e a reprodução do trabalhador.
A miséria e pobreza
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Quando se pensa ou justifica que no contexto social, todos são iguais perante a lei, ou
que todos são considerados iguais, torna difícil perceber ou identificar o sujeito em
dificuldade ou em situação de pobreza ou em condição de miserabilidade. Haja vista
que para muitos a pobreza é um incomodo e para outros pode ser algo natural,
normal.
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políticas públicas, os direitos sociais, a distribuição de renda, entre outros, tem
provocado o aumento acelerado da pobreza e a expansão da miserabilidade.
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2 MODO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA E CLASSES SOCIAIS
Portanto, meio de produção é tudo aquilo que gera patrimônio e riqueza. Assim sendo,
o dono do capital, dos bens e produtos, assegura que meios de produção, advêm da
matéria-prima que o torna instrumentos de produção. Enquanto que os trabalhadores
garantem a mão de obra, vendendo a força de trabalho.
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um pensar político e social. Ou seja, tem-se o inicio de um novo modelo econômico
que posteriormente, denominou-se modo de produção capitalista burguês.
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sociedade sem a presença do setor produtivo, sem sua produção, as relações de
produção, tornam-se essenciais para o convívio e manutenção da sociedade. Sendo
assim, é compreendido que ninguém vive sem comer, sem vestir. Portanto sem
produção não se pode existe vida social.
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As novas Forças Produtivas seriam, segundo Marx e Engels, a intervenção do proprio
estado e mais o proletariado. Seguramente, o proletariado seria a vertente socialista
do trabalhador assalariado capitalista. Por outro lado o estado assegura em sua
funçãoo que antes estava ao comando do empresariado e do estado burguês.
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3 MATERIALISMO HISTÓRICO E DIALÉTICO
Vale dizer que a linha que orienta o materialismo histórico, evoca que em todos os
setores do sistema econômico e especificamente o modo de produção, se concretiza
por meio das contradições sociais, econômicas e políticas, isto é, o sistema de
contradição provoca em seu desenrolar a extinção e consequentemente, irá ser
substituído por outro modelo de sistema, considerado tecnologicamente mais
aprimorado ou avançado para maior desempenho da vida social e econômica.
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Como vimos anteriormente, as forças de produção se encarregam e estão aliadas as
condições materiais de todo o sistema produtivo. Haja visto que a estrutura de uma
dada sociedade ou instituição social qualquer, é o reflexo e a maneira de como os
sujeitos, atores históricos e sociais, organizam a produção social de bens e serviços.
Pode-se dizer que a partir do pensar filosófico fundado no socialismo cientifico, Marx
apropria-se de três coisas que eram bastante propagadas em sua época e botou
juntas:
• A dialética que assume seu caráter teórico, onde afirma que tudo contem em si
a própria contradição. Ou seja, tudo que é temporal é também imperfeito,
devendo aperfeiçoasse para garantir o caráter permanente da mudança.
• A economia política, orientada principalmente pelos pensadores ingleses, entre
eles a ideia de Adam Smith e David Ricardo, onde afirmam que todo valor
resulta do trabalho humano, portanto, é o gerador das riquezas;
• O socialismo, que propõe um sistema social político, baseado no espírito de
igualdade, solidariedade e justiça social para todos.
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dialética; a atividade laboral, onde o trabalho é o que produz tudo, é identificado com
a teoria do valor; e o espírito coletivo, onde a igualdade é princípio de tudo, é a prática
do socialismo.
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4 A QUESTÃO SOCIAL E SUAS DIFERENTES MANIFESTAÇÕES
As questões sociais estão inseridas no universo da luta de classe e suas contradições,
geradas pelo sistema capitalista e a exploração da mão de obra (capital e trabalho).
Desse modo tem-se uma categoria que atua e se define estrategicamente no cerne do
modo de produção e do seu mercado competitivo.
O processo que envolve a questão social nada mais é do que as ações que constituem
um formato, um modelo de desenvolvimento das classes trabalhadoras, e sua
intervenção, ou ascendência no campo político da sociedade propriamente dita.
Melhor dizendo, isso ocorre através da apropriação da consciência de classe, que exige
seu reconhecimento por parte da elite capitalista e também do Estado, como
categoria, classe social e sujeito da história.
Nesse sentido, tomamos como referencia os movimentos sociais, que envolvem suas
ações coletivas, em uma dimensão social, político e cultural, isto é, onde os sujeitos
envolvidos participam de atividades e ações concretas, cuja força acentua-se na
capacidade de organização social.
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novas práticas de aprendizagem e significados entre os mais variados atores dos
movimentos sociais.
A conjuntura, as causas geradoras dos fenômenos sociais, situam-se mas mais variadas
circunstancias e objetos situacionais, entre os quais destacamos: desemprego, fome,
violência em geral, analfabetismo, condições de moradia precárias, analfabetismo
político, alienação, entre outros. Ou seja, tem-se a instituição de um modelo
profissional que em geral resulta da condição de miserabilidade gerada pelo
capitalismo competitivo. Entre essas novas ocupações laborais ou de trabalho, citamos
como exemplo algumas: vendedores ambulantes em semáforos, guardadores de
carros, catadores de papel; limpadores de vidro em semáforos; entregam propagandas
nos semáforos; sacoleiros que vende mercadorias contrabandeadas, vendedores
ambulantes de frutas; etc. Outros que também integram esse mesmo contingente
populacional costumam frequentar igrejas no intuito de encontrar saída para condição
de miserabilidade em que se encontram.
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Frente a essa ruptura, tem-se o desenvolvimento da revolução social que resultaria de
um modelo de conscientização e uso da força do próprio trabalhador, ou seja, o
assalariado conquistaria o poder político. Sendo assim, a propriedade privada, os
meios de produção, seriam transformados em propriedades coletivas e
consequentemente a transformação do homem capitalista em um homem do pensar
coletivo, cuja prática centraliza-se na sociedade comunista.
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5 APREENSÃO DAS PARTICULARIDADES DO DESENVOLVIMENTO DO
CAPITALISMO NO BRASIL
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Em face de isso, o capitalismo é um sistema econômico internacional, que se
consolidou em meio a diferentes períodos, entre os quais destacamos: capitalismo
comercial, capitalismo industrial, capitalismo financeiro e capitalismo estatal
monopolista e atualmente capitalismo pós-industrial. Notadamente, cada país ou
nação teve que se adequar ao modelo da divisão internacional do trabalho sob a
orientação e diretriz do sistema mundial de mercado.
Essa madeira era cortada, processada estocada por meio da Mão de obra dos índios
que formavam um contingente de sujeitos explorados, pelo estranho que proporia as
relações de troca, onde o índio, um trabalhador nato, adentrava na mata dias e mais
dias em troca de objetos manufaturados como tecidos ou objetos insignificantes
trazidas da Europa.
Em outro momento, presencia-se o surgimento de uma elite agrária rural que firma-se
em sintonia com o pensar ideológico do capitalismo urbano da metrópole que cresce
de maneira desordenada, desigual no Brasil.
Sua produção permaneceu por longas décadas firmadas na mão de obra escrava. Onde
seu potencial, sua carência de um sistema mais aprimorado com uma infraestrutura,
mais aprimorada, fez surgir as primeiras ferrovias do pais, ligando ao porto de Santos,
ou seja, agilizando o escoamento de toda.
Esse processo histórico da economia brasileira revelou um país que ainda não
conquistara o titulo de uma sociedade capitalista, aos moldes de um capitalismo
moderno e competitivo. Haja vista que a década de 1930 é identificada pelos analistas
econômicos como um período pré-capitalista com afinidades de um sistema
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econômico e ideológico que lembra o sistema semifeudal. Ou seja, ainda encarecia de
uma revolução industrial a moda da casa, brasileira.
Vale ressaltar que a década de 1930 é mundialmente demarcada por uma crise
econômica que foi desencadeada por meio da queda da bolsa de valores de Nova
Iorque. Nessa mesma época, no Brasil, Getúlio Vargas assume a presidência e passa a
investir no ideal nacionalista e no desenvolvimento de uma política de industrialização.
Porém não abandonou o setor mais forte da economia brasileira que se destacava no
ramo da produção agroexportadora e ao mesmo tempo enfrentava uma crise sem
precedentes.
Finalmente, pode-se dizer que a primeira fase da formação capitalista no Brasil, deveu-
se aos investimentos governamentais no que diz respeito a infraestrutura produtiva,
onde a denominada indústria de base demarca o capitulo inicial da história política e
econômica de grandes proporções, tais como: as grandes companhias estatais aqui
destacamos: a C S N - Companhia Siderúrgica Nacional, a Petrobrás, a Companhia de
Mineração Vale do Rio Doce, entre outras.
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6 LUTAS MOVIMENTOS SOCIAIS E MARCADORES DE CLASSE
Nesse sentido, as lutas são partes da ação política de cada pessoa ou de todos que
integram o grupo social, a comunidade, a categoria e etc. Por isso, cabe-nos pensar
que as lutas existem e são motivadas pelo ideal emancipatório daqueles que
constituem os movimentos reivindicatórios, se impondo historicamente no
reconhecimento dos direitos legítimos. Essas lutas se emanam nas mais variadas
categorias e manifestações, como por exemplo, o movimento feminista, o ideário
multiculturalista, onde suas bandeiras de lutas se revelam em meio as questões
étnicas, raciais e culturais, a luta contra a ideologia colonial presente ainda hoje nos
países emancipados, os movimentos contra todo tipo de opressão e autoritarismo, a
luta contra a marginalização e o preconceito, entre outros. Estas bandeiras de lutas se
efetuam nas reivindicações e também na construção de identidades plurais coletivas,
que se firmam na luta por igualdade de direitos e modos de vida.
A pauta das lutas inclui uma dinâmica própria, um discurso especifico ensejado nos
conflitos sociais que orienta questões de reconhecimento e ações inovadoras em
relação a política e o direito. Haja vista que as lutas instituem na busca por
reconhecimento que possibilitem aos sujeitos o sentido de romper com a política
individualista e hierárquica do Estado liberal.
A luta por direitos iguais acentua-se na ideia de que não é possível existir direitos sem
autonomia, e não se pode conceber, vivenciar experiências democráticas sem a
existência do direito. Diante disso, caso se queira implantar um modelo ou até mesmo
um sistema fundado nos direitos efetivos por meio do processo democrático e
participativo, faz necessário considerar, o contexto sociocultural das diferenças, sob o
olhar da sensibilidade, do desdobramento de cada grupo social existente. A conjuntura
política, as lutas que objetivam seu reconhecimento, constitui uma apropriação que
leva a uma identidade real, crítica e reflexiva das próprias origens, das maneiras, dos
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modos de vida nos quais os cidadãos e cidadãs, nasceram, e a partir da qual desejam
decidir quem é e quem se afirma em atores sociais.
Movimentos Sociais
O movimento social pode ser definido como um conjunto de ações coletivas com perfil
social, político e cultural que mobilizam as diversas camadas da população a se
organizar e expressar seus desejos, demandas e preocupações. Na realidade essas
maneiras de agir coletivamente adotam diferentes estratégias que se revelam entre
uma simples denúncia, ou uma pressão maior, ligada a uma passeata, marcha,
concentração, acampamento, atos de desobediência civil, negociações, entre outras.
Os movimentos atuais tem buscado sua autonomia e estão cientes que não se pode
ser contra tudo e contra todos, mas ser possuidor de independência que se
fundamenta em projetos e interesses que envolvam sujeitos, munidos de atitudes e
estratégias, isto é, possuidores de uma criticidade em meio a ação política que priorize
o exercício da cidadania. O ideário de igualdade e as experiências das diversidades
culturais se movem em direção de uma sociedade democrática munida de justiça
social. Por isso, uma vida cidadã requer uma interação entre direitos e deveres, oposta
ao conceito de cidadania neoliberal propagado pelos defensores do mercado, onde diz
que ser cidadão e ser consumidor em potencial. Contrapondo ao mercado, entende-se
que ser cidadão é alinha-se a ideia de civilidade, é a prática do espírito republicano.
A trajetória atual dos movimentos populares e sociais no Brasil demarca sua existência
nos fins da década de 1970 e primeiros anos da década de 1980, a época esses
movimentos instituíram-se em grupos de oposição ao regime ditatorial civil militar,
especialmente os grupos de orientação cristã, cuja inspiração foi a Teologia da
Libertação. Ainda na década de 1980 os movimentos populares como eram
identificados a época assumiram um papel de grande importância para a sociedade
brasileira que foi a mobilização nacional de forma organizada, pressionando lideranças
públicas e políticas para a conquista de novos direitos sociais e sobretudo na
elaboração da nova Constituição brasileira de 1988.
Marcadores Sociais
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em marcadores sociais, reportam-se a marcas que definem a própria identidade de
cada pessoa, tais como: sexo, classe social, raça, idade ou etnia. Por vezes, os
marcadores sociais estão inseridos no mesmo de esquema de idade e gênero que
constituem critérios básicos de diferenciação biológica que nas sociedades humanas
tornam-se significativos pela sua apropriação cultural.
Vale dizer que o universo complexo da social, se revela não somente por meio da
diferença de sexo, porém, deve ser considerado as condições e suas estruturas que
propiciam aos sujeitos sociais a aceitar ou transformar os estilos e modos de ser do
gênero que são produzidos, criados ou reinventados pelos sujeitos coletivamente ou
de forma exclusiva, na sua individualidade. Diante disso, institui-se um modelo de
comportamento e ação questionadora no que diz respeito à desigualdade de gênero e
demais relações sócias. No setor profissional, por exemplo, o universo do preconceito
surge muitas vezes de maneira camuflada e perniciosas. Por vezes não se refere de
instituir uma ideia de igualdade perfeita, equilibrada e justa entre os sujeitos, isto é, o
ideário em questão é o conceito de equidade, acentuado nos direitos coletivos e iguais
a todos.
Desse modo, estabelecem as classes sociais que devem primar pela participação dos
indivíduos, no tocante a distribuição de bens e serviços, entre os grupos sociais que
historicamente são demarcados, em sistemas diferenciados, de renda, bens, prestígio,
poder, ideologia, entre outros.
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Em geral, setores sociais utilizam-se de critérios, sociais e econômicos para caracterizar
ou classificar as diferenças sociais. Logo, a categoria povo, ou mesmo a classe social
seria um tipo exclusivo de estratificação social. Lembrando que a ideia de classe social
aprece nas análises de Karl Marx, como uma ferramenta teórica da luta de classe que
compõem as transformações sociais e históricas no mundo da vivencia política,
econômica e da cultura. Esses são de fato os objetos reflexivos dos marcadores sociais.
Considerando que o termo que orienta a classe social não é objeto único, pertencente
ao pensar marxista, e sua dinâmica economicista pode ser vista, sob o olhar de
conceitos e definições não necessariamente econômicos. Parece normal e costuma-se
afirmar que as desigualdades sociais estão relacionadas a fatores do mundo da
economia. Outro marcador social relevante é o universo da pertença, as etnias que
manifestam, marcando suas diferenças, através do grupo social, especificamente pela
expressão da cultura. Por isso, compreender as etnias, é adentrar no mundo das
diferenças, é também reconhecer que o grupo étnico pertence e convive em meio ao
processo histórico e cultural, continuamente.
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