Revisão - M3 - 3º Ano - 2024

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Revisão Simulado 2º ciclo – 3º ano – M3

Questão 1

Diálogo de todo dia


— Alô, quem fala?
— Ninguém. Quem fala é você que está perguntando quem fala.
— Mas eu preciso saber com quem estou falando.
— E eu preciso saber antes a quem estou respondendo.
— Assim não dá. Me faz o obséquio de dizer quem fala?
— Todo mundo fala, meu amigo, desde que não seja mudo.
— Isso eu sei, não precisava me dizer como novidade. Eu queria saber é quem está no
aparelho.
— Ah, sim. No aparelho não está ninguém.
— Como não está, se você está me respondendo?
— Eu estou fora do aparelho. Dentro do aparelho não cabe ninguém.
— Engraçadinho. Então, quem está fora do aparelho?
— Agora melhorou. Estou eu, para servi-lo.
— Não parece. Se fosse para me servir já teria dito quem está falando.
— Bem, nós dois estamos falando. Eu de cá, você de lá. E um não conhece o outro.
— Se eu conhecesse não estava perguntando.
— Você é muito perguntador. Pois se fui eu que telefonei.
— Não perguntei nem vou perguntar. Não estou interessado em conhecer outras pessoas.
— Mas podia estar interessado pelo menos em responder a quem telefonou.
— Estou respondendo.
— Pela última vez, cavalheiro, e em nome de Deus: quem fala?
— Pela última vez, e em nome da segurança, por que eu sou obrigado a dar esta informação a
um desconhecido?
— Bolas!
— Bolas digo eu. Bolas e carambolas. Por acaso você não pode dizer com quem deseja falar,
para eu lhe responder se essa pessoa está ou não aqui, mora ou não mora neste endereço?
Vamos, diga de uma vez por todas: com quem deseja falar?
Silêncio.
— Vamos, diga: com quem deseja falar?
— Desculpe, a confusão é tanta que eu nem sei mais. Esqueci. Tchau.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Diálogo de todo dia. In: Para gostar de ler Júnior. v. 3. São Paulo: Ática, 2001. p. 21–22.
Na crônica de Carlos Drummond de Andrade, a confusão entre os falantes é desencadeada por
um trecho em que predomina a função da linguagem

(a) conativa, pois pretende-se saber com quem se fala e, por isso, o emissor se direciona ao
receptor.
(b) fática, pois a pergunta sobre quem fala inicia o diálogo ao abrir o canal de comunicação.
(c) poética, pois ressai a intenção de construir uma narrativa humorística a partir de um jogo
de linguagem.
(d) fática, pois o autor vale-se de marcas de oralidade ao longo do diálogo, como “Ah, sim”,
“engraçadinho” e “bolas!”.
(e) emotiva, pois emprega-se uma linguagem predominantemente figurativa, o que atribui ao
texto um caráter de intimidade.

Questão 2
“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar,
desistir ou lutar, porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o
decidir.”

Cora Coralina
No texto, a função emotiva da linguagem pode ser identificada por meio da característica
indicada em:

(a) objetividade da informação transmitida, ausentando-se juízo de valor sobre o tema.


(b) emprego de formas verbais no pretérito, mantendo uma relação comparativa entre o eu
passado e o eu presente.
(c) evidência do código reproduzido por meio dele próprio, esclarecendo o assunto principal.
(d) mensagem centrada no emissor, deixando claros seus anseios e suas percepções sobre a
própria vida.
(e) presença de marcas de interlocução, legitimando o canal de comunicação.

Questão 3

SONETO III
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prêmio pretendia.
Os dias na esperança de um só dia
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel, lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos


Lhe fora assim negada sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,


Dizendo: — Mais servira, se não fora
Para tão longo amor tão curta a vida

Como se a não tivera merecida, (3ª estrofe) O verso acima estabelece determinada relação de
sentido com os dois versos que o antecedem. Essa relação expressa sentido de:
(A) modo
(B) causa
(C) finalidade
(D) adversidade

Questão 4

Os linguistas têm notado a expansão do tratamento informal. “Tenho 78 anos e devia ser
tratado por senhor, mas meus alunos mais jovens me tratam por você", diz o professor Ataliba
Castilho, aparentemente sem se incomodar com a informalidade, inconcebível em seus
tempos de estudante. O você, porém, não reinará sozinho. O tu predomina em Porto Alegre e
convive com o você no Rio de Janeiro e em Recife, enquanto você é o tratamento
predominante em São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e Salvador. O tu já era mais próximo e
menos formal que você nas quase 500 cartas do acervo on-line de uma instituição
universitária, quase todas de poetas, políticos e outras personalidades do final do século XIX e
início do XX.

Disponível em: http://revistapesquisa.fapesp.br. Acesso em: 21 abr. 2015 (adaptado).

No texto, constata-se que os usos de pronomes variaram ao longo do tempo e que atualmente
têm empregos diversos pelas regiões do Brasil. Esse processo revela que:

(a) a escolha de “você” ou de “tu” está condicionada à idade da pessoa que usa o pronome.
(b) a possibilidade de se usar tanto “tu” quanto “você” caracteriza a diversidade da língua.
(c) o pronome “tu” tem sido empregado em situações informais por todo o país.
(d) a ocorrência simultânea de “tu” e de “você” evidencia a inexistência da distinção entre
níveis de formalidade.
(e) o emprego de “você” em documentos escritos demonstra que a língua tende a se manter
inalterada.

Questão 5

Como ganhar qualquer discussão


A verdade nem sempre depende de fatos – nos jornais, no Congresso ou no boteco, ela é
frequentemente empacotada com táticas perversas e milenares. Conhecer essas técnicas é um
bom jeito de se defender contra elas (e fazer a sua opinião prevalecer).
1. Capte a benevolência – Siga a dica da retórica romana (captatio benevolentiae) e adule o
interlocutor.
2. Exagere o argumento do adversário – É a “técnica do espantalho”, também chamada de
ampliação indevida pelo filósofo Arthur Schopenhauer.
3. Entre na onda – Concorde com parte dos argumentos do outro para, a partir daí, traçar a
própria conclusão.
Outras dicas do mal:
- Mantenha a calma (o tom de fala vale mais que bons argumentos).
- Invalide as opiniões do adversário, desqualificando-o sem questioná-lo.
- Repita o argumento do outro, mas agora a seu favor. - Revele que está usando uma tática
para ganhar a discussão (aproveite para fingir que você venceu).
NARLOCH, L. Disponível em: http://super.abril.com.br.

O fragmento, retirado de uma revista de divulgação científica, constrói-se em tom de humor, a


partir de uma linguagem lúdica e despojada. O apelo a esse recurso expressivo é adequado
para essa situação comunicativa, porque:

(A) converge para a subjetividade, característica desse tipo de periódico.


(B) segue parâmetros textuais semelhantes aos das publicações científicas.
(C) confirma o próprio periódico como meio de comunicação de massa.
(D) atende a um leitor interessado em expandir conhecimento teórico.
(E) contraria o uso previsto para o registro formal da língua portuguesa

Questão 6

Fazer 70 anos Fazer 70 anos não é simples. A vida exige, para o conseguirmos, perdas e perdas
no íntimo do ser, como, em volta do ser, mil outras perdas.
[…]
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião! Nós o conseguimos… E sorrimos de uma vitória comprada
por que preço? Quem jamais o saberá?
ANDRADE, C. D. Amar se aprende amando.
O pronome oblíquo “o”, nos versos “A vida exige, para o conseguirmos” e “Nós o
conseguimos”, garante a progressão temática e o encadeamento textual, recuperando o
segmento:

(A) “Ó José Carlos”.


(B) “perdas e perdas”.
(C) “A vida exige”.
(D) “Fazer 70 anos”.
(E) “irmão-em-Escorpião”.

Questão 7

Texto:

Todas as considerações que se possam fazer tendentes a convencer os homens de que eles
não têm sobre as mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição não devem
ser desprezadas. Esse obsoleto domínio à valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão
horrorosa que enche de indignação.
Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a insanidade de
generalizar a eternidade do amor. Pode existir, existe, mas excepcionalmente; e exigi-la nas
leis ou a cano de revólver é um absurdo tão grande como querer impedir que o Sol varie a
hora do seu nascimento. Deixem as mulheres amar à vontade. Não as matem, pelo amor de
Deus.
BARRETO, Lima. Não as matem. In: BARRETO, Lima. Vida urbana. São Paulo: Brasiliense, 1963. p. 83-85. (adaptado)

Ao tratar da violência contra a mulher, o texto recorre a recursos coesivos. Nesse sentido, um
pronome anafórico que remete a “mulheres” está presente no trecho

(A) “Esse obsoleto domínio à valentona”.


(B) “Não as matem, pelo amor de Deus”.
(C) “exigi-la nas leis ou a cano de revólver é um absurdo tão grande”.
(D) “a convencer os homens de que eles não têm sobre as mulheres domínio”.
(E) “é um absurdo tão grande como querer impedir que o Sol varie a hora do seu nascimento”.

Questão 8

“Há duas maneiras de abrir a cabeça de uma pessoa: ler um bom livro ou usar um machado.
Recomendo o de Assis”.

A expressão sublinhada exemplifica o seguinte mecanismo de coesão textual:

(A) elipse.
(B) remissão.
(C) anáfora.
(D) catáfora.

Questão 9
O cérebro das pessoas que tiram cochilos várias vezes por semana era mais de quinze
centímetros 'cúbicos' maior que o das pessoas que nunca faziam 'sonecas' diárias.
Os vocábulos destacados são formados pelos processos de, respectivamente:

(a) Parassíntese − parassíntese.


(b) Derivação imprópria − derivação regressiva.
(c) Sufixação − sufixação.
(d) Justaposição − aglutinação.
(e) Sufixação − parassíntese.
Questão 10

Considere os termos sublinhados no trecho “motivos para beber não hão de faltar neste país
sempre desgovernado e às vezes, graças a Deus, chuvoso”. É correto dizer que eles foram
formados, respectivamente, por:

(a) Parassíntese e sufixação.


(b) Prefixação e parassíntese.
(c) Justaposição e aglutinação.
(d) Sufixação e derivação regressiva.
Questão 11

Assim como o vocábulo destacado em “Nesta quarta-feira (2/8)”, trata-se também de uma
composição a palavra negritada em

(a) O vinagre é um produto obtido da fermentação acética do vinho.


(b)A infelicidade é um alto preço a pagar
(c) A lealdade é uma atitude rara nos dias atuais.
(d) Os amantes só se encontravam ao entardecer.
Questão 12

Considerando-se as regras de regência, assinalar a alternativa que preenche a lacuna abaixo


CORRETAMENTE.

Cheguei ____ aeroporto às 19 horas e fui me juntar ______ restante do grupo de passageiros.
Havia uma fila imensa e fiquei irritado. Tenho baixa tolerância ______ filas.

(a) ao | ao | à
(b) no | ao | à
(c) ao | no | a
(d) no | no | a
Questão 13

Assinale a alternativa que completa as lacunas da rase abaixo.

Se ele estivesse fazendo alguma coisa errada, não estaria agindo __ claras, __ luz da percepção
alheia, e sim no sótão do comportamento, vendo sem ser visto, que é assim que agem os
dissimulados, sempre insensíveis __ dor do próximo e jamais face __ face com a verdade.

(A) às – à – à - a
(B) as – a – à –a
(C) às – a – a - à
(D) as – à – a - à

Questão 14

Assinale a opção na qual a crase se justifica, respectivamente, pelo mesmo caso empregado
em “E, à medida que se acostuma, esquece o sol [...]” e “ A gente se acostuma à poluição”.

(A) À proporção que íamos caminhando, chegávamos à casa da vovó.


(B) Vá à Bahia no próximo final de semana e fique à espera de minha resposta.
(C) Por que disseste à Beatriz que foste até à Fernanda ontem?
(D) Entreguei todo meu dinheiro a sua mãe às pressas.
(E) Estamos à procura da felicidade constantemente, refiro-me à felicidade plena.

Questão 15

As palavras madeira, uruguaiano e lua têm os seguintes encontros vocálicos, respectivamente.

(a) hiato, ditongo e tritongo


(b) tritongo, ditongo, hiato
(c) hiato, tritongo, ditongo
(d) ditongo, hiato e tritongo (e) ditongo, tritongo e hiato

Questão 16

Os grupos de letras encontrados na palavra craque são classificados como:


(a) apenas encontros consonantais.
(b) encontro consonantal e dígrafos, respectivamente.
(c) dígrafo e encontro consonantal, respectivamente.
(d) apenas dígrafos.
(e) Nenhuma das alternativas anteriores.
GABARITO

1- B
2- D
3-A
4-B
5-C
6-D
7-B
8-D
9-C
10-A
11-A
12-A
13-A
14-A
15-E
16-B

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