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Comportamento Alimentar 2024

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Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto - FAMERP

Curso de Graduação em PSICOLOGIA


Departamento de BIOLOGIA MOLECULAR
Disciplina de FISIOLOGIA

Comportamento Alimentar
REFLEXÃO EVOLUTIVA

• Sucessivas alterações climáticas provocaram,

muitas vezes, a escassez destes alimentos,

levando os homens a deslocarem-se de região

para região, na perseguição de animais de

grande porte, próprios de climas frios (mamute,

bisonte, rena e cavalo).

• As técnicas de caça eram variadas: cerco dos

animais, batidas, armadilhas.


Genótipo Poupador
Hipótese do genótipo poupador:

• Proposta pelo geneticista James V. Neel


• Em épocas remotas, seleção natural teria preservado um genótipo específico
para poupar energia.
• Desta forma, um grupo de pessoas estariam “protegidas” da fome
Gene poupador:
E assim, as pessoas com um fenótipo metabólico mais "poupador", ou seja, aqueles que conseguiam
armazenar mais energia das calorias ingeridas (que engordava mais) e mantê-las, eram as que mais
sobreviviam aos tempos de escassez e fome.
➢ Resumindo, quem mais engordava tinha mais chance de sobreviver.
✓ ancestrais que experimentavam prazer ao comer gordura e açúcares tiveram maior sucesso reprodutivo e
transmitiram seus genes.

✓ comida parou de ser escassa – mas a predisposição para estocar gordura continuou presente.

Você tem que comer pq amanhã pode ser que não tenha comida
❑ a ressonância magnética sugere que ratos alimentados mostram uma alta preferência por uma
mistura de gordura e carboidratos na forma de batatas fritas em comparação com sua ração
padrão ou alimentos com um único macronutriente;

❑ efeito similar ao do vício, inibindo o sinal que avisa ao corpo que está na hora de parar de comer

❑ Mesmo com o estômago cheio, os animais que tinham acesso ao alimento calórico
continuavam comendo, e ganharam peso rapidamente.

❑ pesquisadores desenvolveram então uma ração com receita similar à da batata frita
industrializada: 35% de gordura e 65% de carboidratos.
✓ Foi demonstrado que após a ingestão de alimentos de elevada palatabilidade são encontrados níveis
elevados de dopamina extracelular e seus metabolitos

✓ O cérebro humano é uma vítima das comidas hipercalóricas devido a um mecanismo evolutivo de
sobrevivência

✓ O organismo foi então “treinado” a evitar a perda de peso a todo custo, dando preferência a
alimentos mais calóricos e moldando o comportamento em função do consumo desse tipo de
comida.
FOME; APETITE e SACIEDADE

Fome: forte desejo pelo alimento, sensação quando o estômago está vazio:
diminuição no organismo da quantidade de nutrientes como queda da glicemia- A falta
do alimento

Apetite: sensação relacionada ao paladar, aroma, aspecto visual da alimentação,


textura e nossas experiências anteriores com comidas específicas.
Por exemplo: aquela macarronada da avó faz todos os domingos para reunir a
família!

Saciedade: Quando nosso organismo sinaliza que não precisamos ingerir alimentos –
ausência de fome
Fatores
VIVER E COMER ESTÃO INTIMAMENTE RELACIONADOS
hedônicos

Influências Influências
metabólicas psicológicas

APETITE

Influências Influências
ambientais culturais Antes nós comíamos por fome - hoje com a
comida disponível comemos por :
✓ Prazer
Influências ✓ Recompensa
farmacológicas ✓ Ansiedade
TRANSTORNOS ALIMENTARES
MECANISMOS DE CONTROLE ALIMENTAR
FATORES NEURONAIS

Come menos

Não para de comer


HIPOTÁLAMO

CENTRO DA SACIEDADE
TEORIA GLICOSTÁTICA

1. CENTRO DA FOME: NÚCLEO HIPOTÁLAMO LATERAL – SEMPRE ATIVADO


2. CENTRO DA SOCIEDADE: NÚCLEO VENTRO MEDIAL – INIBE O NÚCLEO LATERAL

Núcleo lateral FOME

Ventromedial INIBE O NÚCLEO LATERAL SACIEDADE


Núcleo arqueado – HIPOTÁLAMO - SENSOR
ESTÍMULO DO APETITE
❑OREXÍGENOS: A palavra "orexígeno" é derivada do grego "orexis," que
significa "apetite," e "gen," que significa "gerar" :
▪ neuropeptídeo Y (NPY),
▪ proteína relacionada Agouti (AgRP)

RELACIONADOS A SACIEDADE: inibem a fome

❑ ANOREXÍGENOS:
▪ pró-opiomelanocortina (POMC)
▪ transcrito regulado por anfetamina e cocaina (CART)
Como são ativados os neurônios ?
GRELINA
❑Hormônio liberado pelas células do estômago
❑Estimular a sensação de fome quando o estômago está vazio (aumenta
períodos de jejum)
❑Estimula o neuropeptídio Y (NPY E AgRP)

Sinaliza para o hipotálamo

APETITE Tem que se alimentar

❑Cirurgia Bariátrica: diminui níveis de grelina: contribui a diminuição do apetite,


auxiliando redução de peso
LEPTINA - do grego leptos= magro

❑Hormônio produzido: pelo tecido adiposo (adipócitos)


❑Sinaliza ao hipotálamo para parar de comer – saciedade
❑Quanto mais gordura estocada mais Leptina

Sinaliza para o hipotálamo

Redução de alimento e aumento no gasto de energia

NYP e AgRP APETITE

as catecolaminas (estresse) reduzem a síntese de leptina


LEPTINA

❑Obesidade: Muita leptina (5xmaior) = RESISTÊNCIA A LEPTINA: problemas na


formação da molécula de leptina ou então no receptor que é onde o hormônio leptina
se encontra e se liga para realizar suas funções dentro da célula

. Emagrecer de forma lenta


Quando há uma perda de peso repentina, os níveis de leptina
diminuem também de forma rápida e o cérebro entende que está
passando por uma fase de restrição de alimentos, e desta forma
estimula o apetite.
Ingestão de alimentos

Ingestão de alimentos
▪ neuropeptídeo Y
(NPY), ▪ POMC
▪ proteína relacionada
Agouti (AGRP)

Grelina
Leptina
Colecistoquinina - CCK
❑o intestino libera um hormônio para o sangue, chamado de Colecistoquinina,
em resposta à presença de o alimento que chega intestino (duodeno).

✓ Provoca saciedade e a finalização da refeição

❑ Inibe esvaziamento gástrico(↓motilidade) e envia sinais pelo N.Vago provocando


saciedade e finalização da refeição –
❑ • Inibe neurônios orexígenos (NPY e AgRP) evitando comer
exageradamente.

NPY e AgRP APETITE


Polipeptídio YY (PYY)

❑Produzido no intestino
❑Transmite a informação: estou satisfeito – término das refeições

PYY: inibe a vontade de comer inibindo a produção de NPY/AgRP.


APETITE

❑Níveis de PYY são baixíssimos nos Obesos


Peptídeo semelhante ao Glucagon (GLP1)

•a presença do alimento estimula a secreção do GLP, que estimula a


secreção de insulina e ambos o apetite.

Insulina

❑insulina aumenta a captação de glicose – DIMINUI APETITE


❑queda da glicemia é um estímulo para o AUMENTO DO APETITE

Obesidade: produz citocinas


inflamatórias que impedem a GLP1
Glicose Insulina APETITE
Semaglutida análoga ao GLP1
CCK
PYY
GLP
DISTENÇÃO GÁSTRICA
TRANSTORNOS ALIMENTARES

Dimensão Dimensão
fisiológica afetivas/emocionais
❑ 3º ANOREXIA
mulheres
Dimensão Social
❑ 2º BULIMIA e Cultural
❑ 1º COMPULSÃO ALIMENTAR
Causas multifatoriais

Distorção da imagem corporal


Busca de aprovação social
Padrões estéticos inatingíveis
Relações familiares (abuso, traumas)
Transtornos alimentares

• Transtornos alimentares descrevem doenças que são caracterizadas por


hábitos alimentares irregulares e sofrimento grave ou preocupação com o
peso ou a forma do corpo.

Maioria adulto jovem e adolescentes do sexo feminino 1:10


Causas multifatoriais

Fatores Fatores Fatores


Fatores sociais
biológicos Psicológicos Familiares

Serotonina Famílias pouco


Afeito a rotina
Leptina afetivas e Corpo ideal
e controlador
distantes
Grelina
Pepdídeo YY
Abuso sexual e Mães rígidas,
físico na controladoras
infância ou ausentes
Fome e saciedade – compulsão alimentar

✓ Criança com fome tem medo e com a oferta de alimento ela se acalma
✓ O medo de não ser suficientemente nutrido com a energia alimentar, associado ao calor do afeto
está relacionado ao desenvolvimento psico-infantil
✓ Podendo se mesclar com a morte e abandono
TARE: Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo

O TARE está associado a uma ampla variedade de restrições alimentares,


como evitar certos grupos de alimentos, texturas ou cores específicas de
alimentos. Isso pode resultar em uma ingestão insuficiente de calorias e
nutrientes necessários para o crescimento e desenvolvimento adequados,
e pode levar a problemas de saúde física e emocional.
Anorexia Nervosa
❑ Distúrbio alimentar em que, manter-se magro, restringe sua dieta alimentar exagerada.
❑ Podem chegar a ficar caquéticos, e até mesmo irem a óbito.
❑ Mesmo com a perda de massa corporal, a pessoa não percebe que está muito abaixo do peso,
buscando ficar cada vez mais magro.
❑ Passa a se pesar constantemente e medir partes do corpo compulsivamente.
❑ As complicações fisiológicas que acarretam a anorexia pode levar a inanição e a morte.

• Apresenta a maior taxa de mortalidade dentre todos os


distúrbios psiquiátricos, cerca de 0,56% ao ano.
• Este valor é cerca de 12 vezes maior que a mortalidade
das mulheres jovens na população em geral.
• As principais causas de morte são: complicações
cardiovasculares, insuficiência renal e suicídio
Anorexia Nervosa

✓ A perda de peso é intensa e intencional


- pelo menos 15% do peso corporal
original

2 subtipos:

❑ RESTRITIVO: paciente deixa de comer

❑ PURGATIVO: práticas compensatórias

inadequadas: vômitos, laxantes, diuréticos

anorexia tipo purgativo, a pessoa mantém um peso corporal significativamente abaixo do normal.
Anorexia Nervosa – Quadro clínico

✓ Hipoglicemia
✓ Bradicardia
✓ Arritmias
✓ Intolerância ao frio
✓ Fadiga
✓ Alopecia
✓ Anemia
✓ Esofagite
Bulimia Nervosa
❑ Métodos compensatórios inapropriados para a perda de peso.
❑ A prática excessiva de exercícios físicos, o uso indevido de laxantes e vômitos
induzidos são os mais comuns.
❑ Pessoas que têm bulimia costumam ter vergonha sentir muita culpa por sua
falta de controle no consumo de alimentos altamente calóricos, como doces e
chocolates.
❑ Pessoas com bulimia costumam esconder dos parentes seus hábitos por
vergonha, tornando o diagnóstico mais complicado.
Bulimia Nervosa - Diagnóstico

❑ Grandes quantidades de comida em pouco tempo (<2h)


❑ Sentimento de culpa ou vergonha

❑ Comportamento compensatórios

VÔMITOS LAXANTES JEJUM EX. FÍSICO ORLISTAT

DIARRÉIAS
Bulimia Nervosa - Diagnóstico

Restrição
1x por semana por 3 meses

Purgação Compulsão
Bulimia Nervosa – Quadro clínico

❑ Erosão dentária

❑ Sinal de Russel: trauma da mão como indutora

do vômito

❑ Hipertrofia da parótida
TRATAMENTO
MULTIDISCIPLINAR

Endócrino
Psicólogo
Psiquiatra
Gastroenterologista
Nutricionista
ANOREXIA BULIMIA

Muito Magras No peso ou até acima do peso

Alteração da imagem corporal Baixa autoestima e medo de engordar

PODE ter compulsão seguida de purgação Purgação é critério diagnóstico

Restrição alimentar é critério diagnóstico PODE haver jejuns prolongados

Acham normal o comportamento Culpa, angustia e vergonha

Maios jovens: 15-17 anos Mais velhas: 20 anos


COMPULSÃO ALIMENTAR

❑ Ao contrário da bulimia, não se submetem a métodos compensatórios.

❑ Eles também não apresentam nenhuma preocupação com o corpo ou a estética.

❑ Costumam comer muito rápido mesmo sem fome, e uma quantidade

significativa de alimentos até chegar ao desconforto físico.

❑ Muitos são obesos (+50%) e grande parte deles se submetem a dietas e

controle alimentar.
COMPULSÃO ALIMENTAR - clínica

EPÍSODIOS DE COMPULSÃO ALIMENTAR

✓ Comer grande quantidade de comida no tempo curto


✓ Sensação de falta de controle

SINTOMAS COMO COMER SOZINHO, SOFRIMENTO, ANGUSTIA

1 X POR SEMANNA POR 3 MESES


COMPULSÃO ALIMENTAR - Tratamento

Tratar
Tratar
comorbidades
comorbidades
clínicas ligado
psiquiátricas
a obesidade

Terapia
Medicamentos
Nutricionista
Vigorexia
Exigência corpo perfeito

❑ paciente apresenta uma obsessão por desenvolver músculos, com prática

excessiva de exercícios físicos.

❑ Também costumam a ingerir em excesso substâncias que prometem

contribuir com o ganho de massa muscular.


❑ Nunca se sentem suficientemente fortes e musculosos
❑ Alterações comportamentais: Grandes períodos nas academias
❑ Levantamento de pesos cada vez maiores
❑ Uso de dietas
❑ Uso de suplementos, anabolizantes e termogênicos

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