Dullius
Dullius
Dullius
DEPARTAMENTO DE FÍSICA
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FÍSICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Por
-2011-
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
DEPARTAMENTO DE FÌSICA
Orientadora:
Prof. Dra. Divanízia do Nascimento Souza
São Cristovão
2011
ii
Dedico este trabalho aos meus
pais, José e Lorena; aos meus
irmãos Paulo, Denise e Maida;
aos meus sobrinhos Maria
Eduarda, Ana Clara, Isabelli e
João Pedro; e a minha namorada
Zaira.
iii
AGRADECIMENTOS
iv
DESENVOLVIMENTO DE SIMULADOR CARDÍACO PARA USO EM
MEDICINA NUCLEAR
RESUMO
v
DEVELOPMENT OF CARDIAC PHANTOM FOR USE IN NUCLEAR
MEDICINE
ABSTRACT
vi
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................ 1
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................... 6
2.1. PRINCÍPIOS BÁSICOS ............................................................................................. 6
2.1.1. RADIAÇÕES ......................................................................................................................................... 6
2.1.2. QUANTIDADE DE ÁTOMOS DE UMA AMOSTRA RADIOATIVA................................................. 12
2.1.3. INTERAÇÃO DA RADIAÇÃO COM A MATÉRIA ............................................................................ 13
vii
4.4. VARIAÇÃO DE VOLUME DO VENTRÍCULO ESQUERDO NO SIMULADOR
ANTROPOMÓRFICO DE CORAÇÃO ........................................................................... 47
4.5. IMAGENS DINÂMICAS DO SIMULADOR DINÂMICO DE CORAÇÃO ......... 50
4.6. INFLUÊNCIA DA FREQUÊNCIA CARDIÁCA NA MEDIDA DA FRAÇÃO DE
EJEÇÃO DO VENTRICULO ESQUERDO .................................................................... 52
4.7. COMPARAÇÃO ENTRE MEDIDAS DE FRAÇÕES DE EJEÇÃO ADQUIRIDAS
COM DIFERENTES MATRIZES .................................................................................... 53
4.8. COMPARAÇÃO ENTRE MEDIDAS DE FRAÇÕES DE EJEÇÃO EM
EQUIPAMENTOS DE MEDICINA NUCLEAR ............................................................. 54
5. CONCLUSÕES .......................................................................................... 56
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................... 58
viii
1. INTRODUÇÃO
A busca pela causa dos fenômenos naturais e a procura dos elementos mais
fundamentais dos corpos levou alguns filósofos gregos do século VI a.C. a formularem o
conceito de átomo como unidade elementar e indivisível da matéria. Somente entre 1880 e
1900 dados experimentais se mostram a favor da existência de uma estrutura descontínua da
matéria (ROCHA, 1976).
A experiência de Rutherford, realizada em 1911, é a base para a evolução dos estudos
da matéria. Em experimentos típicos de espalhamento, um fluxo de partículas carregadas pode
incidir sobre uma lâmina metálica. Verificou-se por meio desses experimentos que uma fração
das partículas incidentes é espalhada em vários ângulos e outras frações atravessavam em
linha reta uma folha metálica. O fato das partículas atravessarem a lâmina sem sofrer desvios
em suas trajetórias prova que a matéria é descontínua. Segundo Rutherford, as cargas
positivas e praticamente toda a massa atômica estariam concentradas em uma pequena região,
chamada de núcleo, e as cargas negativas distribuídas numa região orbital do átomo
(SYMON, 1982; ROCHA, 1976).
A descoberta dos isótopos estáveis por Joseph John Thomson, em 1910, indicava a
existência de um componente neutro no núcleo, que foi chamado de nêutron por Rutherford
em 1920. Somente em 1932, James Chadwick demonstrou a existência do nêutron através da
produção de núcleos de recuo por intermédio de choques elásticos com uma partícula neutra
de massa próxima à do próton.
O colapso dos elétrons com o núcleo do átomo, devido à irradiação contínua de
energia pela aceleração aos elétrons, imposta por intermédio da eletrostática, foi superado em
1913, quando Niels Henrick David Bohr propôs um modelo quantizado do átomo, com a
formulação das forças nucleares (ALMEIDA e TAUHATA, 1981).
Os núcleons (partículas pertencentes ao núcleo atômico, ou seja, prótons e nêutrons)
formam um sistema através de interações do tipo forte e eletromagnética, obedecendo à
estatística de Fermi. A busca da condição de estabilidade nuclear é obtida através de
processos corretivos, chamados de processos radioativos (ALMEIDA e TAUHATA, 1981).
Em 1896, um ano após a descoberta dos raios X por Willian Conrad Röentgen, o físico
francês Antoni Henri Becquerel verificou que sais de urânio emitiam uma radiação capaz de
impressionar chapas fotográficas, mesmo estando envolvidos em um papel preto. As
experiências de Becquerel o levaram a afirmar que o urânio emite espontaneamente uma
1
radiação penetrante. Ele ainda observou que a quantidade de radiação emitida era
proporcional a quantidade de urânio, essa se mantendo inalterada sobre variações de
temperatura, pressão, campos elétricos, campos magnéticos ou estado químico da amostra
(SCAFF, 2010; BITELLI, 2006; XAVIER et al, 2006; ROCHA, 1976). Em 1898, dois anos
após essa descoberta, o casal Curie (Pierre e Marie) descobriu dois novos elementos que
emitiam radiações penetrantes, o polônio e o rádio. Marie Curie utilizou o termo
radioatividade para descrever a energia emitida por esses elementos. Rutherford, em 1899,
fazendo um feixe de radiação atravessar um campo magnético mostrou a existência de três
tipos de radiação, denominadas alfa, beta e gama (XAVIER et al, 2006; BITELLI, 2006;
SCAFF, 2010).
Os tipos de radiações mais importantes em medicina nuclear, que é uma especialidade
médica que utiliza radioisótopos para estudo da fisiologia dos órgãos e também para terapia,
são: radiação gama (γ) e partículas beta (β) (THRALL e ZIESSMAN, 2003). A radiação gama
é utilizada no diagnóstico (formação da imagem) e em terapia, e as partículas beta são
utilizadas com finalidade terapêutica.
A medicina nuclear utiliza radioisótopos associados a fármacos (radiofármacos) para
estudos não invasivos da fisiologia dos órgãos. No diagnóstico em medicina nuclear certa
quantidade de radiofármaco é administrada ao paciente e é captada pelo órgão a ser estudado;
A imagem é gerada a partir da detecção das radiações ionizantes emitidas pelos órgãos ou
sistemas do corpo que captam o radiofármaco. A imagem possibilita obter informações sobre
o funcionamento do órgão ou sistema estudado (THRALL e ZIESSMAN, 2003).
Avanços tecnológicos em equipamentos e programas de aquisição de imagem nas
últimas décadas permitiram à medicina nuclear obter imagens cardíacas não invasivas, a partir
do uso de traçadores radioativos. Pacientes portadores ou com suspeita de doença arterial
coronária (DAC) podem ser submetidos à cintilografia miocárdica para detecção de isquemia,
determinação da viabilidade do miocárdio e avaliações pré e pós operatórias dos riscos
cardíacos. Os exames de perfusão do miocárdio, obtidos através de técnica tomográfica
associada ao eletrocardiograma (ECG), provêem informações diagnósticas a respeito da
perfusão do ventrículo esquerdo, que possibilitam avaliar e estimar os riscos em pacientes
com DAC (KHAN e WILDE, 2003; ZANCHET, 2007).
No Brasil, dados do SUS (Sistema Único de Saúde) mostram que na década de 1990
doenças cardiovasculares foram responsáveis por 30% de todas as mortes (NOBRE e
2
SERRANO, 2005). Atualmente, uma das áreas de maior aplicação da Medicina Nuclear é o
diagnóstico de doenças cardiovasculares.
A cardiologia aplicada à medicina nuclear, realizada em instituições de saúde
brasileira, tem evoluído de forma paralela aos centros internacionais mais avançados, pois a
produção industrial de novos traçadores e avanços tecnológicos nos aparelhos de aquisição e
de processamento de imagens proporcionaram o diagnóstico das diversas situações de doença
cardíaca, até mesmo na identificação da reversibilidade da disfunção do ventrículo esquerdo e
na seleção cirúrgica (CAMARGO, 2007).
O aprimoramento dos padrões de eficiência, confiabilidade e da tecnologia empregada
na prática diagnóstica em medicina nuclear, como em outras especialidades, exige um
controle de qualidade adequado. A garantia de qualidade abrange todos os esforços para que a
imagem resultante de um determinado procedimento se aproxime de uma ideal, livre de erros
e artefatos (IAEA, 1991, 2009).
Uma das formas de garantir o controle de qualidade nos procedimentos de aquisição
de imagens pelas câmaras cintilográficas empregadas em medicina nuclear é por meio da
utilização de objetos simuladores na realização dos testes necessários à avaliação desse
controle. As normas brasileiras recomendam que se utilizem simuladores adequados para
realização dos testes de uniformidade de campo, linearidade e resolução espacial das câmaras
cintilográficas, como, por exemplo, estabelecido pela norma CNEN-NE 3.05 da Comissão
Nacional de Energia Nuclear, CNEN, (CNEN, 1996).
A geração de imagens a partir de um objeto simulador dinâmico de coração é
fundamental para avaliar a capacidade do sistema de imagens no rastreamento do movimento
cardíaco. Vários objetos simuladores dinâmicos de coração têm sido concebidos para
reproduzir a sequência de pulsos ou movimentos cardíacos específicos, como a compressão
do ventrículo esquerdo, por exemplo (KEE et al., 2010).
Atualmente, são encontradas várias descrições sobre objetos simuladores de coração
na literatura, a seguir têm-se alguns exemplos:
Na década de 1980 Ullmann e Kuba (1985) desenvolveram um objeto simulador
cardíaco dinâmico para análise de ventriculografia e angiografia com uso de radionuclídeos.
O simulador desenvolvido por esses autores consiste de dois balões ligados a um pistão que,
quando preenchidos com radionuclídeos dissolvidos em água, simulam o volume do
ventrículo esquerdo. Utilizando esse simulador é possível verificar algumas das propriedades
do sistema de aquisição das imagens, por meio da análise do valor de fração de ejeção do
3
ventrículo esquerdo. O objeto simulador foi utilizado pelos autores para calibrar um sistema
de aquisição de imagens.
Debrun et al. (2005) realizaram pesquisas com objetos simuladores cardíacos para o
controle de qualidade em medicina nuclear. Utilizaram um objeto simulador dinâmico
cardíaco para comparar e validar as medidas de volume do ventrículo esquerdo em câmaras
tipo Gated SPECT e ecocardiografia em 4D.
Matusiak et al. (2008) criaram um objeto simulador de coração dinâmico para controle
de qualidade, com o qual é possível simular a variação da frequência de bombeamento
cardíaco, de 60 até 200 bpm (batimento por minutos) e o volume, de 70 a 100 mL, durante o
movimento de sístole e diástole. As informações sobre o volume de final de diástole (VFD) e
volume de final de sístole (VFS) são obtidas através de imagens planas sincronizadas ao ritmo
do coração (gatilhadas). Imagens do objeto simulador preenchido com radiofármaco
dissolvido em água podem ser utilizadas para verificar a capacidade do sistema de imagens na
avaliação do volume cardíaco e da uniformidade das paredes do miocárdio através da análise.
Esse objeto pode ser utilizado no controle de qualidade das câmaras de cintilação,
especialmente em medidas de fração de ejeção relacionadas à insuficiência cardíaca.
Vale ressaltar que, para desenvolver os simuladores, esses autores se basearam em um
documento da International Comission on Radiation Units and Measurements (ICRU), que
trata de objetos simuladores e modelos computacionais para terapia, diagnóstico e
radioproteção. (ICRU-48, 1992).
De acordo com os regulamentos brasileiros definidos pela CNEN-NN-3.05
(CNEN, 1996) e as publicações da Agência Internacional de Energia Atômica, IAEA, do
inglês International Atomic Energy Agency (IAEA, 1991; 2009), faz-se necessário a
realização de controle de qualidade (CQ) dos equipamentos e dos protocolos de aquisição de
imagem empregados em Medicina Nuclear. A principal razão para se realizar os testes de
controle de qualidade de equipamentos que utilizam radiação ionizante é garantir ao paciente
o melhor diagnóstico possível com a menor exposição à radiação (MATUSIAK et al., 2008).
Os custos financeiros elevados e a burocracia envolvida na importação dos objetos
simuladores para teste de controle de qualidade, provavelmente, dificultam a aquisição desses
objetos pelos serviços de medicina nuclear brasileiros.
4
Objetivo
Tendo em vista a importância de um programa de qualidade adequado em
equipamentos de aquisição de imagem e em programas de reconstrução das imagens
utilizados em medicina nuclear, os objetivos desse trabalho foram desenvolver dois objetos
simuladores cardíacos, um estático antropomórfico e um dinâmico. O objeto simulador
estático de coração foi desenvolvido para estudos em aquisição de dados sobre o volume do
ventrículo esquerdo do coração humano. O objeto simulador dinâmico de coração tem por
objetivo a prática de medidas da fração de ejeção do ventrículo esquerdo. As imagens obtidas
com esses objetos, utilizando radiofármacos aplicados em medicina nuclear cardiológica,
foram também utilizadas em controle de qualidade a partir de intercomparações de medidas
de fração de ejeção realizadas em diferentes equipamentos de tomografia computadorizada
por emissão de fóton único.
5
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1.1. RADIAÇÕES
6
eletromagnéticas não possuem massa, são todas as radiações que possuem vibrações de
campos elétricos e magnéticos, perpendiculares entre si. As radiações eletromagnéticas
viajam a velocidade da luz alterando somente seu comprimento de onda. As radiações
eletromagnéticas mais utilizadas na medicina são os raios X e a radiação gama. A seguir, são
apresentadas informações básicas sobre essas radiações.
A energia cinética efetiva (Qα) do sistema final é proveniente da diferença das massas
de repouso dos núcleos envolvidos na reação. A conservação do momento linear requer que a
energia cinética total seja dividida entre seus produtos.
A
X A
Y 0 0 ~ (2)
Z Z 1 1 0
7
Em que, ~ são antineutrinos. A hipótese da existência do neutrino (υ) e antineutrino
( ~ ) foi sugerida em 1931, por Pauli. Essas partículas são necessárias para explicar a
conservação de momento angular total. A energia cinética dos produtos dessa reação pode ser
dividida entre os produtos, o que explica o espectro contínuo da radiação beta. A Figura 2.1
ilustra o espectro contínuo de emissão do fósforo-32 (32P) (CHUNG, 2001).
8
Figura 2.2: Esquema decaimento radioativo do iodo-131 (POWSNER e POWSNER, 2006).
A
Z X A
Z 1 Y 0
1 β 0
0 υ (3)
A energia mínima para ocorrer o decaimento por emissão de pósitron é de 1,022 MeV,
energia equivalente à massa de repouso de dois elétrons.
O processo de captura eletrônica compete com o de desintegração beta positiva, pois
também ocorre quando o núcleo possui excesso de prótons. Na captura eletrônica um elétron
orbital, geralmente das camadas mais internas, é capturado pelo núcleo, então, ocorre
conversão de um próton em um nêutron e a liberação de um neutrino monoenergético. A
captura do elétron gera uma vacância, que é preenchida posteriormente pela transição de um
elétron da camada mais próxima, gerando raios X característicos. A Equação 4 descreve o
decaimento por captura eletrônica.
0 A A 0
e X Y
1 Z Z 1 0 (4)
9
Emissão de Radiação Gama (γ)
A radiação gama constitui-se numa onda eletromagnética com origem nuclear. Ondas
eletromagnéticas possuem campos magnéticos e elétricos se movimentando na forma de
ondas senoidais, perpendicularmente entre si. As ondas eletromagnéticas são caracterizadas
por sua energia, frequência e comprimento de onda, relacionados pela Equação 5.
v f. (5)
10
desse radionuclídeo, de energia de aproximadamente 140 keV, é ideal para a formação da
imagem em medicina nuclear (THRALL e ZIESSMAN, 2003).
Todo decaimento radioativo envolve a emissão de uma partícula alfa ou uma partícula
beta, o que altera o número de átomos do núcleo que se desintegra (núcleo pai)
transformando-o em outro elemento (núcleo filho). O processo de desintegração pode ocorrer
em qualquer tempo após a formação do nuclídeo pai; portanto, tem um caráter probabilístico.
A probabilidade de um átomo decair em um intervalo de tempo dt é λdt , em que λ é a
constante de desintegração radioativa. A velocidade de desintegração depende de λ e do
número de átomos do radioisótopo na amostra (N), como mostrado pela Equação 6.
dN
dt (6)
N
t
N N 0e (7)
12
λ – constante de desintegração radioativa
t – tempo decorrido
13
Figura 2.5: Esquema demonstrando a frequência relativa dos três processos mais frequentes
de interação dos fótons com a matéria (POWSNER e POWSNER, 2006).
14
O elétron ejetado tem energia cinética (E C) bem definida, dada pela Equação 8.
EC h Be (8),
No efeito Compton o fóton interage com um elétron de baixa energia de ligação, que
absorve somente parte de sua energia e é arrancado do material, o fóton é desviado de sua
direção original e continua sua existência dentro do material; porém, com energia menor. A
diferença de energia é transferida para o elétron ejetado na forma de energia cinética. A
relação entre a energia do fóton incidente (hυ 0) e a energia do fóton espalhado (hυ’) é dada
pela Equação 9.
h 0
h ' (9)
h 0
1 (1 cos )
m0 c 2
15
devidamente excluídos pela janela de seleção de energia; assim, esses fótons acabam
causando diminuição da resolução das imagens.
16
de fácil obtenção, custo razoável e a marcação (junção do fármaco ao radioisótopo) deve ser
realizada com certa facilidade (THRALL e ZIESSMAN, 2003). O tecnécio-99 ( c) foi
descoberto em 1937 por Carlo Perrie e Emilio Gino Segrè, seu nome vem do adjetivo grego
technetos, que significa artificial, por ter sido o primeiro elemento químico obtido
artificialmente (ARAÚJO et al., 2008).
Tabela 2.1: Características dos três geradores mais utilizados em medicina nuclear
(POWSNER e POWSNER, 2006).
99 235
O Mo é produzido em reator, através do método de fissão do U. Após sua
purificação, o elemento é ligado a uma coluna de alumina na forma de molibdato (Mo 24 ) . A
17
coluna é inserida num recipiente revestido de chumbo; tubos inseridos na coluna permitem a
99
eluição do sistema. A Figura 2.8 mostra a estrutura interna de um gerador Mo-99mTc
(CHERRY et al., 2003; THRALL e ZIESSMAN, 2003).
18
2.3. CÂMARAS DE CINTILAÇÃO
19
Figura 2.9: Esquema de uma câmara de cintilação (THRALL e ZIESSMAN, 2003).
20
a luz captada pelas fotomultiplicadoras é proporcional à distância das fotomultiplicadoras ao
fóton incidente. A resolução da matriz é limitada pela resolução da câmara (cristal e
fotomultiplicadoras) e pelo colimador (THRALL e ZIESSMAN, 2003; SAHA, 2006).
O analisador de pulso é usado para selecionar somente pulsos com alturas (energias)
convenientes, o intervalo dos pulsos selecionados é chamada de janela de energia. Com um
ajuste na janela simétrico de 20% centrada no fotopico (pico do espectro de radiação emitida)
do 99mTc, serão registrados apenas pulsos entre 126 keV a 154 keV, o restante dos pulsos será
desprezado, como mostra a Figura 2.11 (POWSNER e POWSNER, 2006; SAHA, 2006).
21
2.3.1. COLIMADOR DE FUROS PARALELOS
A espessura e a largura dos septos são escolhidas de acordo com a energia dos raios
gama incidentes, quanto maior a energia mais espessos são os septos. O desenho de um
colimador deve levar em conta a resolução espacial, que está ligada à capacidade de um
sistema diferenciar imagens de duas fontes pontuais ou lineares a pequenas distâncias, a
menor distância entre os pontos corresponde a resolução espacial e a sensibilidade,
relacionada à medida da proporção dos raios gama emitidos pela fonte e a radiação captada
pelo dispositivo. Quanto mais espesso o colimador, ou seja, septos mais longos, maior a
22
resolução espacial; porém menor a sensibilidade. Furos longos diminuem o ângulo de
aceitação, resultando numa perda da sensibilidade de contagens, todavia melhora a resolução
espacial.
Os colimadores de furos paralelos são classificados como: colimador de baixa energia,
utilizados para energias de 140 keV (99mTc); colimadores de média energia, que são
utilizados para radionuclídeos emissores de raios gama de até 400 keV; e colimadores de alta
131
energia, projetados especialmente para o I, esses possuem septos mais grossos do que os
colimadores de média energia (BAERT e SARTOR, 2006).
No esquema de decaimento do iodo-131 há também fótons com energias superiores a
600 keV, o que torna necessário o uso de colimadores de alta energia, para evitar degradação
na imagem (POWSNER e POWSNER, 2006).
Além dos colimadores de furos paralelos, também existem colimadores de desenhos
especiais. Por exemplo, colimador de furo único, cujo principal uso é na cintilografia da
tireóide, por oferecer a vantagem da magnificação da imagem, permitindo uma melhor
resolução de objetos menores. Outros colimadores como de furos convergentes e divergentes
também são utilizados em câmaras de cintilação.
23
segundo evento, que é a entrada do radiotraçador no coração, é preciso que haja células
miocárdicas metabolicamente ativas. Assim, a cintilografia do miocárdio pode ser vista como
um mapa da perfusão miocárdica regional. Se o paciente apresenta uma diminuição da
perfusão miocárdica regional, a cintilografia revela uma área com pouca emissão de fótons ou
sem fótons, o que acontece na doença arterial coronária hemodinamicamente significativa ou
na perda da viabilidade celular, como no infarto do miocárdio (THRALL e ZIESSMAN,
2003). A Figura 2.13 mostra uma imagem de cintilografia miocárdica e uma demostração
esquemática de cortes tomográficos do eixo curto transverso, eixo longo horizontal e do eixo
longo vertical do coração.
25
apresentam maior probabilidade de mortalidade. Pacientes com FEVE menor do que 35% são
considerados pacientes de alto risco (CÉSAR, 2004).
A fração de ejeção é a porcentagem de sangue que o coração bombeou para fora do
ventrículo em cada batimento cardíaco. A fração de ejeção pode ser obtida medindo-se a
variação de tamanho da cavidade ventricular durante o ciclo cardíaco. (SRIWONGTA, 2008;
THRALL e ZIESSMAN, 2003). O volume da diástole (maior volume) e da sístole (menor
volume) são obtidos através das imagens capturadas sincronizadas ao ECG, que informa ao
sistema o momento da aquisição das imagens. Os volumes do ventrículo esquerdo em diástole
e em sístole são obtidos através da aplicação de um programa disponível comercialmente, que
geralmente é fornecido juntamente com a câmara de cintilação (GERMANO et al., 1995;
RAMOS, 2002). A porcentagem de FEVE é obtida através da Equação 10.
26
Os objetos simuladores cardíacos dinâmicos simulam o movimento cardíaco e a
circulação sanguínea no coração, através de movimentos periódicos. É necessário um
mecanismo simulador de ECG acoplado ao objeto simulador para informar os momentos de
final da diástole e de final da sístole. Esse acoplamento possibilita ao objeto simulador, ou
sistema simulador, medir a fração de ejeção do ventrículo esquerdo. Fixando um valor de
FEVE no sistema simulador é possível verificar a acurácia do sistema de aquisição da câmara
de cintilação. Para realizar testes com simuladores dinâmicos é necessário que estes sejam
capazes de representar os sinais vitais de um paciente, para que as imagens obtidas de tais
objetos sejam equivalentes às que podem ser adquiridas de pacientes (BERGMANN, 1993).
Quando os objetos simuladores são utilizados para dosimetria, são incorporados neles
materiais que medem a dose absorvida, chamados dosímetros (MAGALHÃES et al., 2004;
CASTRO JUNIOR et al., 2004).
27
Os objetos simuladores permitem o treinamento de profissionais de medicina nuclear e
a análise da funcionalidade de órgãos e do próprio sistema de aquisição de imagem, sem a
necessidade de realizar treinamentos com o auxílio de pacientes (MURRAY et al., 1979).
Para garantir a qualidade do sistema cintilográfico tipo SPECT deve ser realizado
periodicamente um conjunto mínimo de testes. No Brasil, os testes exigidos estão citados na
norma da Comissão Nacional de Energia Nuclear, CNEN-NE 3.05, e na Resolução de
Diretoria Colegiada (RDC) de nº 38 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
de 04 de junho de 2008. Os testes exigidos pela ANVISA e CNEN, estão listados na Tabela
2.2.
Os testes realizados diariamente e mensalmente são suficientes para garantir a
qualidade das câmaras de cintilação para os testes realizados neste trabalho; portanto, não
serão abordados.
A metodologia de todos os testes realizados foi baseada da Norma CNEN-NN-3.05, e
nas recomendações da IAEA.
Tabela 2.2: Testes de controle de qualidade determinados pela ANVISA, CNEN para
câmara de cintilografia e suas respectivas frequências mínimas.
28
2.6.1. TESTE DE UNIFORMIDADE DE CAMPO
máx. mín.
UI (%) 100 (11)
máx. mín.
29
cintilação, assim como, à baixa densidade de contagem e a não correção da uniformidade do
sistema de aquisição.
30
FWHM (%) 1,75B (13)
Em que, B é a largura das menores barras visualizadas, obtida através da análise visual
da imagem gerada pelo simulador de barras paralelas.
Alguns dos principais fatores que diminuem a resolução espacial estão relacionados
com o alinhamento dos septos do colimador, alimentação ou mau funcionamento das
fotomultiplicadoras e defeito no cristal (IAEA, 1991, 2009).
O teste de linearidade verifica a capacidade da câmara de cintilação em reproduzir
imagens das linhas retas do simulador de barras sem distorções e curvaturas. Esse teste é
realizado com o mesmo objeto simulador de barras aplicado na medição da resolução espacial
(OLIVEIRA, 2000). Os principais fatores de defeito para o teste de linearidade são os
mesmos estabelecidos para resolução espacial.
2.6.3. SENSIBILIDADE
contagens tempo(mim)
S (14)
atividade
31
imagem. Se o centro de rotação não estiver alinhado podem surgir distorções em
reconstruções de fatias da imagem tomográfica. A Figura 2.17 mostra o efeito de reconstrução
sem desvio no centro de rotação e com desvio de 2 e 6 pixels. Um grande desvio de COR
transforma a imagem de um ponto em uma imagem em forma de anel (IAEA, 1991, 2009). O
valor de desvio do centro de rotação é considerado satisfatório somente quando for menor do
que 3 mm (IAEA, 1991, 2009; CNEN-NE 3.05).
32
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Figura 3.1: Câmaras de cintilação modelo (a) APEX SP4 e (b) APEX SPX6.
Foi adquirida uma imagem estática sem colimador, com quatro milhões de contagens
em matriz de 64 64 pixels. Utilizando uma fonte de tecnécio-99m dentro de uma seringa de
1 mL, posicionada a três metros do detector, com atividade de 11,1 MBq (0,30 mCi).
3.5. SENSIBILIDADE
99m
Para realizar o teste de sensibilidade utilizou uma fonte de 40 MBq (1 mCi) de Tc,
em um recipiente de acrílico com 10 cm de diâmetro, a fonte foi dissolvida em 60 mL de
água. Foram adquiridas 10 imagens com duração de 1 minuto cada.
34
3.6.CENTRO DE ROTAÇÃO (COR)
O teste do centro de rotação foi realizado através de uma fonte pontual, confeccionada
em uma capa de proteção de uma agulha de injeção contendo um pequeno pedaço de algodão.
O algodão foi umedecido com 74 MBq (2 mCi) de tecnécio-99m. Esse aparato é colocado no
centro da circunferência de giro do detector. São adquiridas imagens em 360° da amostra. A
Figura 3.3 apresenta os materiais utilizados para a preparação da fonte pontual: algodão, a
tampa e a seringa.
35
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
36
Figura 4.1: Fotografias do coração humano utilizado como molde.
37
Figura 4.2: Molde de alginato do coração utilizado como modelo (a), ventrículos cobertos
por látex (b) e simulador antropomórfico de coração (c).
Como não foi possível obter o volume do ventrículo esquerdo no objeto simulador
antropomórfico estático de coração, devido aos dois ventrículos ser interligados, foi
construído um objeto simulador somente com o ventrículo esquerdo, o que possibilitou a
obtenção do volume exato para cálculo da fração de ejeção. A construção do objeto simulador
dinâmico de coração contendo somente o ventrículo esquerdo foi baseado em
Matusiak et al. (2008).
O objeto simulador dinâmico foi construído em material elástico (látex líquido), sendo
composto por duas cavidades, uma interna e outra externa. Para a obtenção das imagens no
sistema SPECT, a cavidade interna é preenchida com água e a cavidade externa é preenchida
com tecnécio-99m associado ao fármaco sestamibi, dissolvido em água; a cavidade externa
simula a forma do ventrículo esquerdo. A Figura 4.3 (a) mostra um esquema das cavidades do
objeto simulador dinâmico. A Figura 4.3 (b) mostra uma fotografia do objeto simulador de
coração dinâmico.
38
Figura 4.3: (a) Esquema de construção do objeto simulador dinâmico de coração, (b) objeto
simulador dinâmico de coração.
39
Figura 4.4: Imagem do motor de impulsão onde é ligado o pistão com as seringas.
40
4.2. CONTROLE DE QUALIDADE DA CÂMARA DE CINTILAÇÃO
Nesta seção serão apresentados e discutidos os resultados obtidos a partir dos testes de
controle de qualidade para avaliação da uniformidade de campo, resolução espacial intrínseca,
sensibilidade e centro de rotação de dois modelos de câmaras cintilográficas: APEX SP4 e
APEX SPX6.
41
Figura 4.6: Imagem gerada a partir do teste de uniformidade de campo das câmaras de
cintilação APEX SP4 (à esquerda) e APEX SPX6 (à direita).
Os resultados dos testes de resolução espacial foram obtidos com o uso de objeto
simulador de barras paralelas nas câmaras de cintilação utilizadas nesse trabalho. Neste teste o
colimador é retirado, sendo colocado o simulador de barras acima do cristal de NaI da câmara
de cintilação. As imagens obtidas pela câmara da radiação emitida por uma fonte de tecnécio-
99m mostram todos os grupos de barras dos quatro quadrantes do simulador sem distorções.
A Figura 4.7 apresenta os resultados dos testes de resolução espacial e linearidade das
câmaras cintilográficas APEX SP4 e APEX SPX6.
42
Figura 4.7: Imagens obtidas nos testes de resolução espacial e linearidade das câmaras
cintilográficas APEX SP4 (à esquerda) e APEX SPX6 (à direita).
Por análise visual da imagem gerada pelo simulador de barras paralelas e utilizando-se
a Equação 13 do capítulo anterior, foram obtidos os seguintes valores para FWHM (Tabela
4.1).
43
4.2.3. TESTE DE SENSIBILIDADE
O teste de sensibilidade foi realizado com colimador de furos paralelos de baixa energia
e alta resolução. Foram realizadas dez aquisições estáticas sucessivas (contagens), cada
aquisição com duração de 1 minuto, utilizando uma amostra de tecnécio-99m com atividade
de 40 MBq. A partir dos valores obtidos nas aquisições, foi calculado o valor médio, e dele
subtraído o valor da contagem para radiação de fundo. Os resultados dos testes foram
calculados através da Equação 14, obtendo-se um valor médio de sensibilidade para
equipamento. Os resultados da sensibilidade das câmaras de cintilação estão apresentados na
Tabela 4.2, sendo considerados satisfatórios porque apresentam desvio percentual menor do
que 10% (CNEN-NE 3.05; IAEA, 1991, 2009).
O teste de centro de rotação foi realizado com o colimador de baixa energia e alta
resolução nas câmaras de cintilação. O teste mostrou uma correta interseção entre o eixo de
rotação e a perpendicular baixada do centro do plano do detector quando este está paralelo ao
eixo, pois como pode ser visto na Figura 4.8, em nenhum momento as linhas azuis
ultrapassam os traços brancos nos gráficos que limitam os valores aceitáveis.
44
Figura 4.8: Imagens obtidas como resultado do teste para avaliação do centro de rotação, das
câmaras de cintilação APEX-SP4 (à esquerda) e APEX-SP6 (à direita), respectivamente.
A Tabela 4.3 contém os resultados dos desvios nos eixos de rotação X e Y, calculados
a partir do programa de processamento de imagens das câmaras cintilográficas. Para que os
dados obtidos na avaliação sejam considerados satisfatórios, o desvio de cada eixo deve ser
menor que 4 mm (IAEA, 1991, 2009). Embora as câmaras de cintilação tenham apresentado
variações nos eixos X e Y, essas variações estão dentro dos limites aceitáveis pela norma
brasileira e recomendações internacionais (CNEN-NE 3.05; IAEA, 1991, 2009).
Desvio no Desvio no
Equipamento eixo X (mm) eixo Y (mm)
45
4.3. IMAGENS ESTÁTICAS DO SIMULADOR ANTROPOMÓRFICO DE
CORAÇÃO
47
Figura 4.10: Imagem do simulador antropomórfico de coração com volume de 143 mL.
48
Figura 4.11: Imagem do simulador de coração antropomórfico de coração com volume de
115 mL.
49
Figura 4.12: Imagem do simulador antropomórfico de coração com volume de 87 mL.
Para todos os testes realizados com o simulador dinâmico de coração foram realizadas
aquisições tomográficas do simulador dinâmico de coração, adquiridas na câmara de
cintilação APEX SPX6, em 180° do coração, a partir da oblíqua anterior direita de 45° (OAD
45°). A aquisição das imagens são sincronizadas com o ECG. Foram adquiridas oito imagens
por batimento cardíaco simulado. Durante as aquisições foi utilizado colimador de baixa
energia e alta resolução.
50
Os volumes da cavidade cardíaca externa e interna foram aferidos através de dez
medidas. Primeiramente, determinou-se o volume médio da cavidade interna, o qual foi de
180±4 mL; em seguida, foi determinado o volume da cavidade externa sendo encontrado a
média de 160±5.
Para este teste foram adquiridas imagens com matriz de 64 64 pixels. As imagens de
cada quadro (intervalo R-R no eletrocardiograma) foram somadas e reconstruídas. O
processamento das imagens da função ventricular foi realizado pelo programa acoplado nas
câmaras de cintilação. O simulador dinâmico de coração foi calibrado para fornecer o volume
do ventrículo esquerdo em final de diástole (VDF) igual a 160 mL e em final de sístole (VSF)
igual a 80 mL, ou seja, FEVE igual a 50%.
Após o processamento do SPECT gatilhado são obtidos os VDL e os VSF. A Figura
4.13 mostra a imagem obtida através do simulador dinâmico de coração com FEVE de 51%.
Na imagem abaixo, a fração de ejeção do ventrículo esquerdo é mostrada como EF (do inglês
Ejection Fraction).
51
Figura 4.13: Imagem obtida através do simulador dinâmico cardíaco com fração de ejeção de
51%.
Cada aquisição foi realizada com um volume sistólico final de 85 mL e volume final
de diástole de 160 mL, ou seja, uma fração de ejeção de 50%. A Figura 4.14 mostra os
resultados obtidos, com seus respectivos desvios padrão.
52
Figura 4.14: Gráfico apresentando a influência da frequência cardíaca na medida de
fração de ejeção do ventrículo esquerdo.
Os dados mostram uma variância de 3,1%, ou seja, uma variação não significativa
entre os valores de fração de ejeção obtidos variando a frequência cardíaca. O resultado está
de acordo com os obtidos por Nguyen et al., (2003), que observaram que a frequência
cardíaca não altera significativamente os valores da fração de ejeção do ventrículo esquerdo.
53
Figura 4.15: Gráfico da influência da matriz de aquisição na fração de ejeção do ventrículo
esquerdo.
O resultado está de acordo com os obtidos por Debrun et al., em 2005, que realizaram
uma comparação entre ecocardiografia 4D (o método de diagnóstico de estrutura e
funcionamento do coração baseado no uso de ultrassom permite a visualização das três
dimensões, em tempo real). A técnica SPECT gatilhado mostrou uma boa correlação entre os
volumes de FEVE obtidos nas duas modalidades; porém, com uma pequena superestimação
dos volumes com a técnica SPECT gatilhado devido a influência dos parâmetros de filtragem
e o tamanho do pixel em relação aos volumes medidos através da ecocardiografia 4D.
Os resultados obtidos neste trabalho mostram uma medida de fração de ejeção
ligeiramente maior para as matrizes menores.
Tabela 4.4: Valores obtidos das medidas de frações de ejeção em diferentes equipamentos
O resultado está de acordo com os obtidos por Makler et al., 1985, que realizaram uma
comparação de medidas de fração de ejeção utilizando um simulador cardíaco, entre onze
serviços de medicina nuclear da Filadélfia, Pensilvânia. Nessa comparação os autores não
observaram diferenças significativas de medidas de fração de ejeção entre os diferentes
equipamentos pesquisados.
Aqui, neste trabalho, também não foram observadas diferenças significativas entre os
valores de fração de ejeção obtidos nos dois equipamentos.
55
5. CONCLUSÕES
Perspectivas
57
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