Oposição À Execução e À Penhora

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA

COMARCA (…)

PROCESSO N.º (…)


(..) SECÇÃO DE EXECUÇÃO (..)

(…), para os relevantes fins, ao abrigo do disposto nos Artigo 856º e ainda
784º, ambos do Código Processo Civil, deduzir

OPOSIÇÃO À EXECUÇÃO E À PENHORA


COM APOIO JUDICIÁRIO

nos termos e com os seguintes fundamentos:


1.º
A aqui Oponente reside na (morada completa).

E só agora, com as citações da Senhora Agente de Execução, no ano de 2015 é
que teve conhecimento que o que serve de titulo à Acção Executiva é uma
Injunção a que foi aposta formula executória no dia 19/09/2011 e cuja morada
convencionada e onde o aqui Oponente terá sido notificado está correta, mas
na qual nunca recebeu qualquer notificação.

Só após a citação da Agente de Execução é que teve conhecimento da
presente acção executiva e da respectiva Injunção que lhe serve de base.

Motivo pelo qual, nos termos do Artigo 856º do C.P.C. deduz a presente
Oposição à Execução e à Penhora com os fundamentos abaixo discriminados.

Como facilmente se verá adiante, não pode a Executada deixar de ficar atónita
e extremamente envergonhada com tal situação.
I - POR EXCEPÇÃO:
NULIDADE DA CITAÇÃO


A presente acção executiva foi movida contra (nome), com base em
requerimento de injunção, apresentado pela Exequente junto do Balcão
Nacional de Injunções do Porto, ao qual foi aposta fórmula executória em
(data),

Tendo por fundamento a alegada falta de pagamento de dívidas provenientes
da prestação de serviços de telecomunicações, serviços, esses, prestados no
período compreendido entre Janeiro e maio de 2011, pela Exequente a
solicitação do Executada- Cfr. Título e requerimento executivo.

Ora, da análise daquele título e requerimento executivo resulta que, no mesmo
foi indicado como domicílio da Executada a (indicar a morada).

Domicílio esse que a Exequente indicou como convencionado.
10º
Sucede que a aqui Executada sempre residiu e continua a residir na morada
convencionada, mas nunca rececionou qualquer notificação, ou seja, nunca
rececionou a notificação da Injunção, a qual deu entrada junto do Balcão
Nacional de Injunções em 21/06/2011.

11º
Assim, durante todo este período de tempo, ou seja desde a data da entrada
do requerimento de injunção até ao dia da citação da Execução, a Executada
permaneceu completamente alheia a todos os acontecimentos.
12º
Ora, facilmente se constata que a Executada jamais foi notificada da Injunção
que serve de título aos presentes autos de Execução.
13º
Assim, e do supra exposto, verifica-se inequivocamente que a Oponente e
Requerida naquela Injunção declarativa não pode intervir no processo por não
ter sido notificada e jamais ter tido conhecimento desse processo.
14º
Como é sabido, e sendo essencial o direito de defesa na acção judicial, importa
que, ao demandado, seja dado efectivo conhecimento da pretensão jurídica
contra si apresentada e se lhe faculte as condições adequadas para responder .
15º
A falta de citação envolve, ipso facto, um atentado ao direito e à defesa a que
todo o impetrado tem absoluto e insofismável direito.
16º
Pelo que a falta de citação constitui uma nulidade absoluta, de conhecimento
oficioso e determina a anulação de todo o processado, após a petição inicial,
(Artigos 187º e 188° do C.P.Civil.)

Sem prescindir
17°
De acordo com o que se extrai da notificação recebida, tal dívida provirá de um
alegado contrato de prestação de serviços de telecomunicações, serviços
prestados em Janeiro, Fevereiro, Março, Abril e Maio de 2011 não pagos pela
Requerida e Executada.
18°
Assim, o contrato celebrado entre a Exequente e a Executada, referido no
Requerimento de Injunção e que serve de título à acção executiva, é regulado
pela Lei nº 23/96, de 26/07, com as alterações introduzidas pela lei n.º 10/2013
de 28/01, por se tratar de um contrato de prestação de serviços públicos
essenciais.

II - POR EXCEPÇÃO

Da prescrição:

19º

Encontrado o enquadramento legal do dito contrato, ao abrigo do qual foi contraído o


alegado crédito aqui em cobrança, desde já se realça o que aí se prevê quanto à
prescrição do direito a exigir o pagamento do preço dos serviços prestados ao abrigo
do mesmo.

20º

Em boa verdade, considerando o que, quanto a esta matéria, se encontra estipulado no


art. 10º, nº 1 da Lei nº 23/96, de 26/07, com as alterações introduzidas pela lei n.º
10/2013 de 28/01 – “O direito de exigir o pagamento do preço do serviço prestado
prescreve no prazo de seis meses após a sua prestação”, facilmente se finaliza que da
lei resulta, expressa e claramente, que o direito a exigir o pagamento dos
serviços aqui em causa tem de ser exercido antes de decorrido o prazo
prescricional de seis meses a contar da prestação dos mesmos, com o
pressuposto necessário da remessa (ao devedor) da competente factura
dentro desse mesmo prazo.

21º

Neste sentido, cfr. Acórdão do Supremo Tribunal de Justiça de 04/10/2007, in


www.dgsi.pt:

“Assim, o direito ao pagamento do preço prescreve seis meses após a


prestação de cada serviço prestado, posto que seja apresentada a
respectiva factura.

(…)

A apresentação da factura vale como interpelação para pagar, e não


como interrupção da prescrição, constituindo-se em mora o devedor
que não cumprir dentro do prazo fixado na correspondente factura”

22º

Também neste sentido se manifestou o Acórdão uniformizador de jurisprudência do


Supremo Tribunal de Justiça n.° 1/2010, in www.dgsi.pt:

“Nos termos do disposto na redacção originária do n.º 1 do artigo 10.º


da Lei n.º 23/96, de 26 de Julho, e no n.º 4 do artigo 9.º do Decreto-Lei
n.º 381-A/97, de 30 de Dezembro, o direito ao pagamento do preço de
serviços de telefone móvel prescreve no prazo de seis meses após a
sua prestação (...)”
23º

Ora, desde logo, cumpre salientar que – não obstante o lapso temporal decorrido desde
a data da respectiva emissão – a Executada crê nunca lhe terem sido remetidas as
facturas que titulam o crédito cujo pagamento ora se exige (descritas no requerimento
de injunção dos autos), o que – a confirmar-se – importa, desde logo (e atendendo ao
enquadramento legal supra transcrito) a prescrição das dívidas pelas mesmas tituladas
– prescrição que expressamente se requer seja declarada, com as legais
consequências.

24º

Admitindo, contudo, por mero dever de patrocínio, a hipótese de as mesmas facturas


terem sido remetidas ao Requerido dentro do prazo legalmente previsto para o efeito,
o que não se concede, necessário se torna realçar que tais títulos se reportam a
serviços prestados previamente ao mês de Julho de 2007.

25º

Como tal, é manifesto que, desde a prestação dos serviços cujo custo se encontra
titulado pelas referidas facturas até à citação do Requerido para os termos do presente
Requerimento

de Injunção decorreu e foi excedido, em larga medida, o prazo prescricional de seis


meses, estipulado nos normativos supra destacados – prescrição que, também aqui,
expressamente se invoca para os devidos e legais efeitos.

OPOSIÇÃO À PENHORA – Artigo 784º, ALINEA C) DO C.P.C.

26º
Nos presentes autos de Execução foi penhorada à aqui Oponente ½ de uma
fração autónoma, melhor descrita no auto de Penhora.
27º
À luz do NCP, e nos termos do disposto no artigo 733º daquele novo diploma
legal, a Executada, desde já informa o Exmo. Senhor Juíz do processo, que o
bem penhorado é casa de habitação efetiva da Executada e dos seus dois
filhos menores.
28º
Assim requer-se que a venda do imóvel aguarde a decisão sobre os embargos
na medida em que tal venda, causa prejuízo grave e dificilmente reparável à
aqui Executada.
29º
Sucede que, a penhora do imóvel propriedade da aqui Oponente tem um valor
muito superior ao indicado e atribuído pelo Agente de execução nomeado nos
presentes autos.
30º
Discorda a aqui Oponente, em absoluto o valor proposto pela Agente de
Execução e pelo critério seguido, pois é do conhecimento geral que o valor
patrimonial dos prédios urbanos atribuído Pelas Finanças e pela aplicação dos
factores previstos no Código do Imposto Municipal sobre os Imóveis fica muito
aquém do valor real dos prédios

31º
A Penhora do imóvel é manifestamente excessiva para garantir a divida que
consta dos autos.
32º
Assim, nos termos da alínea a) do Artigo 784º do C.P.C., a penhora do imóvel
pertença e propriedade do Executado é inadmissível pelos motivos supra
expostos.

DO APOIO JUDICIÁRIO

33º
É a aqui Opoente pessoa de condição social modesta, não dispondo de meios
económicos que lhe permita custear as despesas do presente processo, pelo
que foi concedido Apoio Judiciário na modalidade de isenção do pagamento da
taxa de justiça e demais encargos do processo, conforme documento n.º 1 que
à presente se junta e se dá por integralmente reproduzidos.
Termos em que, recebida a presente Oposição à execução e à
Penhora:
a) Deve o presente incidente ser julgado procedente e declarada nula
a citação da Executado, com todas as consequências legais.
b) Requer-se a V/Ex.ª, nos termos do n.º2 do artigo 733º do Código
Processo Civil, se digne suspender a instância Executiva;

c) Julgado procedente por provado o ora alegado, e pelo menos no que


se refere à ora Opoente, deve a Execução julgada extinta, e
declarando-se a prescrição dos créditos com todas as demais
consequências daí decorrentes.

VALOR: O da execução.

PROVA:
Documental:
A já junta aos Autos e a ora junta como documentos n.º 1
testemunhal:
-(Nome) , a notificar;
- (Nome), a notificar;

A ADVOGADA

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