Síntese Rápida de Evidências

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Síntese Rápida de Evidências

Estratégias de adesão ao tratamento de


longo prazo para pessoas adultas com
diabetes mellitus tipo 2 na APS
Quais são as estratégias eficazes para adesão ao
tratamento de longo prazo de pessoas adultas com
diabetes mellitus tipo 2 na APS?

28 de janeiro de 2021

Elaboração:
Preparada para:
Departamento de Promoção da Saúde Roberta Crevelário de Melo
Bruna Carolina de Araújo
(DEPROS/SAPS/MS), Brasília, DF Cézar Donizetti Luquine Júnior
Lais de Moura Milhomens
Preparada por: Letícia Aparecida Lopes Bezerra da Silva
Fiocruz Brasília, Brasília, DF Maritsa Carla de Bortoli
Tereza Setsuko Toma
Instituto de Saúde de São Paulo, São Paulo, SP
Coordenação: Jorge Otávio Maia Barreto
Sumário

1. Contexto ..................................................................................................................................... 2
2. Pergunta de pesquisa ............................................................................................................... 3
3. Métodos ..................................................................................................................................... 3
3.1 Critérios de inclusão e exclusão .......................................................................................... 4
3.2 Bases de dados e estratégias de busca .............................................................................. 4
3.3 Seleção de evidências .......................................................................................................... 4
3.4 Extração e análise dos dados .............................................................................................. 4
3.5 Avaliação da qualidade das evidências .............................................................................. 4
3.6 Atalhos para a síntese rápida .............................................................................................. 5
4. Evidências .................................................................................................................................. 5
5. Síntese dos resultados e opções para políticas .................................................................... 6
Opção 1. Promoção de intervenções realizadas por farmacêuticos ......................................... 6
Opção 2. Promoção de estratégias de monitoramento, comunicação, educação em saúde e
cuidado compartilhado .................................................................................................................... 8
6. Considerações finais ................................................................................................................... 10
7. Referências .................................................................................................................................. 11
Apêndices............................................................................................................................................. 17
Apêndice 1. Termos e resultados das estratégias de busca de revisões sistemáticas .......... 17
Apêndice 2. Estudos excluídos após leitura do texto completo, com justificativa................ 19
Apêndice 3. Características das revisões sistemáticas incluídas.............................................. 20

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

Mensagens-chave
O problema
A diabetes mellitus tipo 2 (DM2) refere-se à resistência à insulina e pode ter início insidioso e
sintomas brandos, acometendo principalmente adultos com longa história de excesso de peso
e com história familiar de DM2. Os tratamentos são parte importante do controle da DM2 e
com frequência são desafios a serem enfrentados por profissionais e pacientes. Esta síntese
rápida de evidências procurou identificar estratégias para aumentar a adesão ao tratamento
de pacientes com DM2.
Opções para enfrentar o problema
A busca nas bases de dados resultou em 1.518 referências, sendo selecionadas 9 revisões
sistemáticas (RS) para compor esta síntese narrativa. Na avaliação da qualidade metodológica
(AMSTAR 2), uma revisão foi classificada como de confiança moderada e as demais de
confiança criticamente baixa. Duas opções para abordar o problema foram sintetizadas,
agrupando-se as estratégias conforme sua similaridade quanto aos profissionais de saúde
e/ou ações realizadas.
Opção 1. Promoção de intervenções realizadas por farmacêuticos
Os efeitos de intervenções por farmacêuticos voltadas à adesão ao tratamento de adultos com
DM2 foram avaliadas em 5 RS. As estratégias utilizadas variaram entre combinação de
lembretes de recarga de prescrição e embalagem especializada, programa de cuidado
farmacêutico, ações educativas e acompanhamento de saúde e monitoramento relacionado
à medicação, realizadas em unidades de Atenção Primária à Saúde (APS) e farmácias. Todas
as revisões trouxeram resultados significativos acerca da adesão ao tratamento. Contudo,
duas RS apresentaram incertezas, o que pode interferir na avaliação geral da opção.
Opção 2. Promoção de estratégias de monitoramento, comunicação, educação em saúde e
cuidado compartilhado
Seis RS trouxeram resultados sobre monitoramento, comunicação, educação em saúde e
cuidado compartilhado, sendo essas ações realizadas por outros profissionais envolvidos no
cuidado em saúde numa variedade de ambientes, mas que podem ser aplicadas na APS. Todas
as intervenções apresentaram resultados positivos relacionados à adesão, entretanto foram
encontradas incertezas quanto a programas educativos, uso de mensagem de texto e
intervenções com o apoio de agentes comunitários de saúde e de enfermeiros.
Considerações finais
Esta síntese rápida de evidências encontrou intervenções relativas a assistência farmacêutica,
cuidado compartilhado, monitoramento, comunicação e educação em saúde que
apresentaram resultados a respeito da adesão ao tratamento de adultos com DM2 que podem
ser aplicadas no contexto da APS. No entanto, a qualidade metodológica das revisões foi em
sua maioria criticamente baixa, o que requer cautela em seus achados. Esta síntese rápida
não envolveu considerações de implementação e implicações relativas à equidade quanto a
cada uma das opções. As estratégias apresentadas nas opções podem ser implementadas de
forma única ou combinada, de acordo com os contextos locais.

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

1. Contexto
A diabetes mellitus (DM) é um transtorno metabólico de etiologias heterogêneas,
caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos, proteínas e
gorduras, resultantes de falhas na secreção e na ação da insulina 1.

A DM tipo 1 em geral manifesta-se de forma abrupta, e acomete especialmente


crianças e adolescentes sem excesso de peso. A DM tipo 2 (DM2) refere-se à resistência à
insulina e pode ter início insidioso e sintomas mais brandos. Ela ocorre principalmente em
adultos com longa história de excesso de peso e com história familiar de DM2 1.

A Atenção Primária à Saúde é responsável pelo acompanhamento de longo prazo de


pessoas com diabetes no Sistema Único de Saúde (SUS). Os tratamentos devem ser escolhidos
com base nos aspectos biopsicossociais de cada indivíduo em acordo entre profissionais e
pacientes, pois isso influi diretamente na adesão da terapêutica proposta2.

A adesão ao tratamento possui determinação multifatorial, envolvendo


responsabilidades tanto de profissionais de saúde quanto de pacientes para decisão da
terapêutica mais adequada. No entanto, estudos apontam que a baixa adesão terapêutica é a
primeira causa da redução de benefício clínico, o que acarreta complicações de saúde,
afetando as condições psicossociais e a qualidade de vida do paciente. Dessa maneira, são
necessárias ações que fortaleçam a adesão às recomendações de tratamento2.

2. Pergunta de pesquisa
Quais são as estratégias efetivas para adesão ao tratamento de longo prazo entre
pessoas adultas com diabetes mellitus tipo 2 na Atenção Primária à Saúde?

Quadro 1. Acrônimo PICOS de acordo com a pergunta de interesse.

P Problema Baixa adesão ao tratamento de longo prazo por adultos diabéticos na APS

I Intervenção Estratégias para melhorar a adesão ao tratamento

C Comparador Estratégias entre si ou nenhuma intervenção

O Desfechos (outcomes) Adesão ao tratamento

Desenho de estudo Revisões sistemáticas


S
(study design)

3. Métodos
Um protocolo de pesquisa foi elaborado previamente e submetido ao Departamento
de Promoção da Saúde (DEPROS/SAPS/MS).

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

3.1 Critérios de inclusão e exclusão


Foram incluídas revisões sistemáticas (RS) de ensaios clínicos, de estudos
observacionais ou de estudos qualitativos, com ou sem metanálises, publicadas em inglês,
espanhol e português, que avaliem as estratégias mais efetivas para a adesão terapêutica de
adultos (≤ 60 anos) com diabetes mellitus tipo 2 acompanhados na Atenção Primária à Saúde.
Foram excluídos overviews, scoping review, revisão integrativa, síntese de evidências para
políticas, estudos de avaliação de tecnologias de saúde, estudos de avaliação econômica e
estudos primários.
3.2 Bases de dados e estratégias de busca
As buscas foram realizadas em dezembro de 2020 nas bases eletrônicas PubMed,
Embase, Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS via BVS),
Cochrane Library, Epistemonikos, PDQ Evidence, Health Systems Evidence (HSE), Health
Evidence (HE) e Social Systems Evidence (SSE). As estratégias de busca utilizadas foram
desenvolvidas com base na combinação dos termos referentes a “adesão”, “diabetes mellitus
tipo 2” e “Atenção Primária à Saúde", estruturadas a partir do acrônimo PICOS, usando os
vocabulários controlados MeSH (PubMed), Emtree (Embase) e DeCS (LILACS), além de seus
sinônimos e termos alternativos, adaptando-os às demais bases. Não foram aplicados limites
de data e idioma nas buscas. Foi utilizado o filtro de revisão sistemática nas bases, exceto HE
(Apêndice 1).
3.3 Seleção de evidências
O processo de seleção foi realizado por meio do aplicativo para gerenciamento
bibliográfico Rayyan QCRI3. Os títulos e resumos foram lidos por dois revisores, de forma
independente, e as discordâncias resolvidas por consenso ou por uma terceira revisora. Os
estudos elegíveis foram lidos na íntegra.
3.4 Extração e análise dos dados
Os dados foram extraídos em planilha eletrônica, sendo registradas informações
relacionadas à autoria, ano de publicação, objetivos, população, intervenção, resultados,
limitações e conflito de interesses. Não foram extraídas informações sobre o comparador.
3.5 Avaliação da qualidade das evidências
A avaliação da qualidade metodológica das revisões sistemáticas incluídas foi realizada
com a ferramenta AMSTAR 2 – Assessment of Multiple Systematic Reviews4. Para determinar
a confiança global nos resultados das revisões sistemáticas, os domínios avaliados como
“parcialmente sim” foram computados como se representassem uma falha/fraqueza
completa (i.e., avaliados como “não”). Os domínios utilizados como críticos foram aqueles
determinados pelos autores no artigo original, com classificação da confiança nos resultados
das revisões em alta, moderada, baixa ou criticamente baixa4.

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

3.6 Atalhos para a síntese rápida


Por se tratar de uma síntese rápida produzida em 6 dias, apenas o processo de seleção
de títulos e resumos foi realizado em duplicidade e de forma independente5.

4. Evidências
De 1.518 publicações recuperadas das bases de dados, 1.482 títulos e resumos foram
avaliados após exclusão de duplicatas e 25 publicações elegíveis foram lidas na íntegra, sendo
16 excluídas por não atenderem aos critérios desta síntese rápida (Apêndice 2). Desta forma,
9 revisões sistemáticas foram incluídas em síntese narrativa6-14 (Figura 1).
Figura 1. Fluxograma do processo de seleção de estudos

Fonte: Elaboração própria, adaptada da recomendação PRISMA15.

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

5. Síntese dos resultados e opções para políticas


A maioria dos estudos primários foi realizada em países de alta renda, com destaque
para os Estados Unidos, presente em sete RS. Apenas uma revisão incluiu estudos da América
do Sul13. A confiança global nos resultados das RS foi classificada como moderada em uma RS6
e criticamente baixas nas demais oito7-14, conforme detalhamento na Figura 2.
Figura 2. Qualidade metodológica das revisões sistemáticas

*domínios críticos para classificação; M: moderada; CB: criticamente baixa.


Fonte: elaboração própria.

A síntese dos resultados é apresentada, a seguir, no formato de opções para políticas


que relatam benefícios, danos potenciais, incertezas, e principais elementos das intervenções
para melhorar a adesão ao tratamento entre adultos com diabetes mellitus tipo 2. As
principais características das RS são apresentadas no Apêndice 3.
Opção 1. Promoção de intervenções realizadas por farmacêuticos
As intervenções realizadas por farmacêuticos foram analisadas por cinco revisões
sistemáticas. Em relação à confiança nos resultados a partir da qualidade metodológica, uma
revisão foi classificada como moderada6 e a demais como criticamente baixas10-12,14. Os tipos
de intervenções utilizadas por farmacêuticos foram muito distintos entre os estudos, tais
como combinação de lembretes de recarga de prescrição e embalagem especializada10,
programa de cuidado farmacêutico10, ações educativas e acompanhamento de saúde12 e
monitoramento relacionado à medicação14.

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

Quadro 1. Síntese das evidências relevantes para a opção 1, segundo revisões sistemáticas
BENEFÍCIOS

Lindenmeyer e colaboradores (2006) encontraram em um estudo que a combinação de lembretes de recarga


de prescrição e embalagem especializada aumentou significativamente a taxa de adesão ao tratamento
farmacológico em comparação com o controle. Os autores destacaram também que dois estudos sobre
programas integrados de gestão e educação para controle glicêmico mostraram uma melhora da adesão no
grupo que recebeu orientações e acompanhamento pelo farmacêutico em comparação ao grupo controle10.

A revisão de Omran e colaboradores (2012) incluiu três estudos sobre estratégias baseadas na educação,
combinando 2 ou mais métodos, incluindo sessões presenciais, por telefone ou indiretamente por meio de
folheto e constataram que a adesão à medicação foi significativamente maior no grupo intervenção em
comparação ao grupo controle. Além disso, outro estudo relatou que as taxas de adesão eram mais altas em
pacientes que preenchiam suas prescrições em uma farmácia independente em comparação com aqueles que
faziam em uma rede de farmácias11.

Ong e colaboradores (2018) incluíram quatro estudos que avaliaram intervenções com farmacêuticos. Um
estudo mostrou que a intervenção farmacêutica com foco na educação estava associada a uma maior
proporção de pacientes que não esqueciam de tomar os medicamentos. O segundo estudo encontrou efeitos
positivos nos resultados de adesão aos cuidados farmacêuticos a partir da inclusão do profissional
farmacêutico na equipe. Já um ensaio clínico randomizado destacou que um programa de extensão conduzido
por farmacêutico clínico (trabalho com pacientes pessoalmente ou por telefone, entrevista motivacional)
teve apenas efeitos positivos de curto prazo com relação a adesão da medicação. O quarto estudo relatou
efeitos positivos da intervenção de farmacêutico comunitário face a face com foco em aconselhamento e
educação nos resultados de adesão à medicação após a intervenção 12.

O tratamento de DM2 com apoio de farmacêutico foi avaliado na revisão de Vermeire e colaboradores (2005),
na qual um ensaio clínico não randomizado mostrou resultados significantes de melhor adesão medida por
meio da hemoglobina glicada após um ano, em comparação ao cuidado usual apenas com médicos 6.

A revisão de Thakkar e colaboradores (2016) investigou um estudo sobre monitoramento de medicação em


tempo real com lembretes sobre os medicamentos prescritos e mostrou que essa intervenção foi vista como
um suporte positivo para a adesão aos medicamentos por 75% dos participantes. Na metanálise constatou-se
um aumento da adesão aos medicamentos pelos pacientes (OR: 2,959; IC 95% 1,448 a 6,046; p= 0,003) 14.

DANOS POTENCIAIS

Não foram informados danos potenciais nas revisões.

INCERTEZAS

Dois ensaios clínicos randomizados não encontraram diferenças de resultado na adesão à medicação
autorrelatada, com a intervenção farmacêutica (reuniões e telefonemas para iniciar planos de cuidados) 12.

Um estudo sobre estratégias baseadas na educação, combinando 2 ou mais métodos, incluindo sessões
presenciais, por telefone ou indiretamente por meio de folheto, não mostrou diferenças de resultado entre
os grupos11.

PRINCIPAIS ELEMENTOS DA OPÇÃO

Intervenções: combinação de lembretes de recarga de prescrição e embalagem especializada10; programas


integrados de gestão e educação para controle glicêmico10; estratégias baseadas na educação, combinando 2
ou mais métodos, incluindo sessões presenciais, por telefone ou indiretamente por meio de folheto 11;

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

intervenção farmacêutica com foco na educação12; intervenção farmacêutica (incluindo reuniões e telefonemas
para iniciar planos de cuidados)12; inclusão do profissional farmacêutico à equipe12; programa de extensão
conduzido por farmacêutico clínico (trabalho com pacientes pessoalmente ou por telefone, entrevista
motivacional)12; intervenção de farmacêutico comunitário face a face com foco em aconselhamento e
educação12; monitoramento de medicação em tempo real 14; tratamento com apoio de farmacêutico 6.

Local de entrega: farmácias6,10,11,14; serviços de APS12.

Quem entrega: farmacêutico6,10-12,14

Para quem: pessoas com DM26,10-12,14


Fonte: Elaboração própria.

Opção 2. Promoção de estratégias de monitoramento, comunicação, educação em saúde e


cuidado compartilhado
Intervenções abordando estratégias de monitoramento, comunicação, educação em
saúde e cuidado compartilhado foram observadas em seis RS. A confiança geral nos resultados
avaliada a partir da qualidade metodológica foi considerada moderada em uma6 e
criticamente baixa nas demais7-9,12,13.

Quadro 2. Síntese das evidências relevantes para a opção 2, segundo revisões sistemáticas
BENEFÍCIOS

Um ensaio clínico avaliou aulas de educação associadas ao acompanhamento semanal por teleconsulta com
enfermeiras e identificou, após três meses de intervenção, que os níveis de hemoglobina glicada (medida para
adesão) reduziram significativamente em comparação ao grupo que recebeu apenas cuidado habitual 6. Efeitos
nessa mesma direção foram observados com visitas domiciliares de acompanhamento para controle da
diabetes realizadas por profissionais cuidadores em outro ensaio. Nesse caso, a adesão ao tratamento melhorou
considerando a redução significativa da glicemia em jejum. O grupo que recebeu a intervenção também
apresentou leve redução no número de consultas perdidas, e aumento de consultas com oftalmologista 6.

Além disso, dois ensaios que investigaram intervenções combinadas de monitoramento e mensagens curtas
observaram resultados positivos na adesão ao tratamento farmacológico7.

A prática de check-ups regulares foi identificada em um estudo como influência positiva para adesão ao
tratamento, associada a uma cadeia de eventos que se inicia no momento da confirmação e passa por ser
orientado sobre o processo da doença, adquirir experiência e independência e, enfim, “aliviar-se” em relação à
condição de saúde8.

Um programa de compartilhamento de responsabilidades com os pacientes avaliado em um ensaio clínico


identificou, após quatro anos, redução estatisticamente significativa em várias medidas associadas ao aumento
de adesão ao tratamento (hemoglobina glicada, LDL, pressão arterial e número de eventos cardiovasculares) 6.
O cuidado colaborativo também esteve associado a uma melhora significativa da adesão ao agente
hipoglicemiante oral em metanálise de dois ensaios clínicos (238 participantes, risco relativo = 2,18, IC95% 1,61
a 2,96; P = 0,60 para heterogeneidade; I2 = 0%)9.

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

Um programa de educação ambulatorial sobre diabetes ministrado por educadores certificados analisado em
um ensaio clínico mostrou aumento da adesão à medicação para agentes anti-hipertensivos, aspirina, insulina
injetável e sensibilizadores de insulina12.

A qualidade da comunicação profissional-paciente percebida pelos pacientes esteve associada, em cinco


estudos primários, a uma maior adesão ao tratamento para diabetes mellitus tipo 2 13.

DANOS POTENCIAIS

Não foram informados danos potenciais nas revisões.

INCERTEZAS

Um estudo controlado antes-e-depois avaliou os efeitos de um programa educativo com cinco módulos sobre
diabetes. Após quatro meses, a redução nos níveis de hemoglobina glicada (medida de adesão) foi considerada
estatisticamente significativa tanto no grupo que recebeu a intervenção quanto em participantes que
receberam um curso básico6.

Uma metanálise de 5 ensaios clínicos com medidas de adesão autorreferidas não identificou diferenças
estatisticamente significativas entre grupos que fizeram uso de mensagens curtas isoladamente ou associadas
a estratégias de monitoramento e grupos controle7. O uso de mensagens curtas isoladamente obteve
resultados melhores de adesão em comparação a mensagens curtas associadas a estratégias de
monitoramento.

Três ensaios clínicos que utilizaram exclusivamente mensagens curtas via SMS identificaram melhora na adesão
ao tratamento farmacológico, no entanto a magnitude dos efeitos e a significância estatística mostraram-se
incertas7. Entre os seis ensaios clínicos que avaliaram estratégias de monitoramento, os resultados foram
inconsistentes. Três identificaram melhora e três acharam nenhum efeito 7.

Um ensaio clínico não encontrou diferenças no controle e na adesão entre os pacientes que receberam cuidados
prestados por agentes comunitários de saúde12. O mesmo ocorreu em três ensaios que tiveram como
intervenção entrevista motivacional por telefone e coaching de saúde, fornecimento de conselhos sobre
adesão e/ou entrevista motivacional por telefone e educação sobre diabetes individualizada por enfermeiras
visitantes, respectivamente12.

PRINCIPAIS ELEMENTOS DA OPÇÃO

Intervenções: visitas domiciliares de acompanhamento6; aulas de educação associadas ao acompanhamento


semanal por teleconsulta com enfermeiras6; educação sobre diabetes6; oferta de informações didáticas para
aumentar o conhecimento e a motivação (informações genéricas com foco no gerenciamento biomédico da
doença)8; mensagens curtas, que são mensagens entregues remotamente e que foram manejadas com
algoritmos e sistemas baseados em regras e, quando entregues por profissional de saúde ou outros indivíduos,
seguiram um rol previamente estabelecido de respostas sem exigir julgamento individual sobre o conteúdo da
mensagem7; estratégias de monitoramento, definidas como observações repetidas ao longo do tempo do grau
em que o comportamento de uma pessoa corresponde às recomendações acordadas com o profissional de
saúde7; cuidado colaborativo, que envolve um atendimento multiprofissional ao paciente, um plano de manejo
estruturado, um acompanhamento agendado do paciente e comunicação interprofissional aprimorada 9;
estratégias de comunicação profissional-paciente13; programa de compartilhamento de responsabilidades6;
introdução dos agentes comunitários de saúde12; programa de educação ambulatorial sobre diabetes
ministrado por educadores certificados12; entrevista motivacional por telefone e coaching de saúde, educação
individualizada sobre diabetes por enfermeiras visitantes, fornecimento de conselhos sobre adesão e/ou
entrevista motivacional por telefone12.

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

Local de entrega: serviços de APS6-9,12,13; domicílio6; clínica especializada (em diabetes ou oftalmologia)6;
farmácias comunitárias7; via SMS7; via sistema web7; via dispositivos portáteis de monitoramento7; via ligações
telefônicas7.

Quem entrega: profissionais de saúde6-9,12,13; profissionais de enfermagem6; educadores6; médicos6; programa


automatizado de resposta7; Agentes Comunitários de Saúde12; educadores em diabetes certificados, que são
enfermeiras ou nutricionistas12.

Para quem: pessoas com DM26,7,12,13; adultos e idosos com DM28; pessoas com DM2 e depressão9.
Fonte: Elaboração própria.

6. Considerações finais
Esta síntese rápida de evidências encontrou benefícios de intervenções relativas à
atenção farmacêutica, cuidado compartilhado, monitoramento, comunicação e educação em
saúde, que podem ser aplicadas no contexto da APS para a adesão ao tratamento de pacientes
com diabetes mellitus tipo 2. É importante ressaltar que a maioria das revisões sistemáticas
foi classificada como de confiança criticamente baixa e que muitos dos resultados se referem
a um número reduzido de ensaios clínicos.
Essa síntese rápida não envolveu considerações de implementação e implicações
relativas à equidade quanto a cada uma das opções. As estratégias apresentadas nas opções
podem ser implementadas de forma única ou combinada, de acordo com os contextos locais.

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

7. Referências
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Estratégias para o cuidado
da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus . Ministério da Saúde [Internet] 2013
[acesso em: 01 out. 2020]. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estrategias_cuidado_doenca_cronica_diabe
tes_mellitus.pdf
2. Araújo BC, Melo RC. Assistência Farmacêutica de Franco da Rocha, SP: qualidade da
prescrição, dispensa de medicamentos, adesão a tratamento e ações judiciais. São
Paulo: Instituto de Saúde; 2018. Disponível em:
https://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/biblio-1085383
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10. Lindenmeyer A, Hearnshaw H, Vermeire E, Van Royen P, Wens J, Biot Y. Interventions to
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https://doi.org/10.1111/j.1365-2710.2006.00759.x
11. Omran D, Guirguis LM, Simpson SH. Systematic Review of Pharmacist Interventions to
Improve Adherence to Oral Antidiabetic Medications in People with Type 2 Diabetes.
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12. Ong SE, Koh JJK, Toh S-AES, Chia KS, Balabanova D, McKee M, et al. Assessing the
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11
Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

adherence, and control: A systematic review. PLoS ONE 2018;13:e0195086.


https://doi.org/10.1371/journal.pone.0195086
13. Peimani M, Nasli-Esfahani E, Sadeghi R. Patients’ perceptions of patient–provider
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studies. Chronic Illn 2020;16:3–22. https://doi.org/10.1177/1742395318782378
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Reviews and Meta-Analyses: The PRISMA Statement. PLoS Med 2009;6:e1000097.
https://doi.org/10.1371/journal.pmed.1000097

12
Responsáveis pela elaboração
Elaboradores
Roberta Crevelário de Melo
Gerontóloga, pós-graduada em Saúde Coletiva e Avaliação de Tecnologia em Saúde e
especialista em Informática em Saúde.
Assistente de pesquisa, Instituto de Saúde - SES/SP
http://lattes.cnpq.br/3707606192544178
Bruna Carolina de Araújo
Fisioterapeuta, especialista em Micropolítica da Gestão e do Trabalho em Saúde e pós-
graduada em Saúde Coletiva e Avaliação de Tecnologias em Saúde
Assistente de pesquisa, Instituto de Saúde - SES/SP
http://lattes.cnpq.br/3259907478560577
Cézar Donizetti Luquine Júnior
Psicólogo, especialista em Saúde Coletiva
Assistente de pesquisa, Instituto de Saúde - SES/SP
http://lattes.cnpq.br/3424671335785060
Lais de Moura Milhomens
Psicóloga, especialista em Saúde Coletiva
Assistente de pesquisa, Instituto de Saúde - SES/SP
http://lattes.cnpq.br/652379396477603
Letícia Aparecida Lopes Bezerra da Silva
Obstetriz, especialista em Saúde Coletiva
Assistente de pesquisa, Instituto de Saúde - SES/SP
http://lattes.cnpq.br/0923884031059013
Maritsa Carla de Bortoli
Diretora do Núcleo de Fomento e Gestão de Tecnologias de Saúde
Instituto de Saúde - SES/SP
http://lattes.cnpq.br/7215886815063954
Tereza Setsuko Toma
Pesquisadora Científica VI
Instituto de Saúde - SES/SP
http://lattes.cnpq.br/3621675012351921
Coordenação
Jorge Otávio Maia Barreto
Pesquisador em Saúde Pública, Fiocruz Brasília
http://lattes.cnpq.br/6645888812991827
Declaração de potenciais conflitos de interesse dos elaboradores
Os autores declaram não possuir conflitos de interesse.
Financiamento
Esta revisão rápida foi comissionada e subsidiada pelo Ministério da Saúde, no âmbito do
projeto GEREB-010-FIO-20
Link de acesso ao protocolo desta Síntese Rápida:
https://www.dropbox.com/s/j19kv6wshrl4a6g/08_PROTOCOLO_DM_Adesao_final.pdf

16
Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

Apêndices
Apêndice 1. Termos e resultados das estratégias de busca de revisões sistemáticas
Data da busca: 16/12/2020

Base Estratégia Resultado


PubMed ((("Primary Health Care"[Mesh] OR "Care, Primary Health" OR "Health Care, Primary" OR 18
"Primary Healthcare" OR "Healthcare, Primary" OR "Primary Care" OR "Care, Primary") AND
(systematicreview[Filter])) AND ("Treatment Adherence and Compliance"[Mesh] OR
"Therapeutic Adherence and Compliance" OR "Treatment Adherence" OR "Adherence,
Treatment" OR "Therapeutic Adherence" OR "Adherence, Therapeutic")) AND ("Diabetes
Mellitus, Type 2"[Mesh] OR "Diabetes Mellitus, Noninsulin-Dependent" OR "Diabetes
Mellitus, Ketosis-Resistant" OR "Diabetes Mellitus, Ketosis Resistant" OR "Ketosis-Resistant
Diabetes Mellitus" OR "Diabetes Mellitus, Non Insulin Dependent" OR "Diabetes Mellitus,
Non-Insulin-Dependent" OR "Non-Insulin-Dependent Diabetes Mellitus" OR "Diabetes
Mellitus, Stable" OR "Stable Diabetes Mellitus" OR "Diabetes Mellitus, Type II" OR "NIDDM"
OR "Diabetes Mellitus, Noninsulin Dependent" OR "Diabetes Mellitus, Maturity-Onset" OR
"Diabetes Mellitus, Maturity Onset" OR "Maturity-Onset Diabetes Mellitus" OR "Maturity
Onset Diabetes Mellitus" OR "MODY" OR "Diabetes Mellitus, Slow-Onset" OR "Diabetes
Mellitus, Slow Onset" OR "Slow-Onset Diabetes Mellitus" OR "Type 2 Diabetes Mellitus" OR
"Noninsulin-Dependent Diabetes Mellitus" OR "Noninsulin Dependent Diabetes Mellitus"
OR "Maturity-Onset Diabetes" OR "Diabetes, Maturity-Onset" OR "Maturity Onset Diabetes"
OR "Type 2 Diabetes" OR "Diabetes, Type 2" OR "Diabetes Mellitus, Adult-Onset" OR "Adult-
Onset Diabetes Mellitus" OR "Diabetes Mellitus, Adult Onset")
LILACS ('atenção primária à saúde' OR 'primary health care' OR 'atención primaria de salud' OR 0
(via BVS) 'atenção básica') AND ('cooperação e adesão ao tratamento' OR 'treatment adherence AND
compliance' OR 'cumplimiento y adherencia al tratamiento') AND (‘diabetes mellitus, type 2’
OR ‘diabetes mellitus tipo 2’) AND (db:("LILACS"))
Embase ('primary health care'/exp OR 'first line care' OR 'health care, primary' OR 'primary care 10
nursing' OR 'primary health care' OR 'primary healthcare' OR 'primary nursing care') AND
('patient compliance'/exp OR 'adherence to therapy' OR 'adherence to treatment' OR
'compliance to therapy' OR 'compliance to treatment' OR 'patient adherence' OR 'patient
compliance' OR 'patients` adherence' OR 'therapy adherence' OR 'therapy compliance' OR
'treatment adherence' OR 'treatment adherence and compliance' OR 'treatment
compliance') AND ('non insulin dependent diabetes mellitus'/exp OR 'niddm (non insulin
dependent diabetes mellitus)' OR 't2dm' OR 'adult onset diabetes' OR 'adult onset diabetes
mellitus' OR 'diabetes mellitus type 2' OR 'diabetes mellitus type ii' OR 'diabetes mellitus,
maturity onset' OR 'diabetes mellitus, non insulin dependent' OR 'diabetes mellitus, non-
insulin-dependent' OR 'diabetes mellitus, type 2' OR 'diabetes mellitus, type ii' OR 'diabetes
type 2' OR 'diabetes type ii' OR 'diabetes, adult onset' OR 'dm 2' OR 'insulin independent
diabetes' OR 'insulin independent diabetes mellitus' OR 'ketosis resistant diabetes mellitus'
OR 'maturity onset diabetes' OR 'maturity onset diabetes mellitus' OR 'maturity onset
diabetes of the young' OR 'niddm' OR 'non insulin dependent diabetes' OR 'non insulin
dependent diabetes mellitus' OR 'non-insulin-dependent diabetes mellitus' OR 'noninsulin
dependent diabetes' OR 'noninsulin dependent diabetes mellitus' OR 'type 2 diabetes' OR
'type 2 diabetes mellitus' OR 'type ii diabetes' OR 'type ii diabetes mellitus') AND 'systematic
review'/de AND [embase]/lim NOT ([embase]/lim AND [medline]/lim)
Cochrane #1 Primary Health Care (7237) 14
Library #2 Treatment Adherence and Compliance (6747)
#3 Diabetes Mellitus, type 2 (52592)
#4 #1 AND #2 AND #3 (31)
HSE (Primary Health Care) AND (Treatment Adherence and Compliance) AND (Diabetes Mellitus, 3
type 2)
Epistemonikos Treatment AND Adherence AND "Diabetes Mellitus" AND "primary care" 9

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

Treatment AND Adherence AND "primary care" AND "Diabetes Mellitus, type 2" 5

Health Evidence (Primary Health Care) AND (Treatment Adherence and Compliance) AND (“Diabetes 0
Mellitus, type 2”)
PDQ Evidence (Primary Health Care) AND (Treatment Adherence and Compliance) AND (“Diabetes 1453*
Mellitus, type 2”)

Social Systems (Primary Health Care) AND (Treatment Adherence and Compliance) AND (“Diabetes 6
Evidence Mellitus, type 2”)
Total 1518
Fonte: Elaboração própria.
Nota: Foi utilizado o filtro de revisão sistemática nas bases de dados.
*A busca inicial no PDQ Evidence apresentou 1.560 resultados, mas foi possível exportar apenas 1.453
referências para seleção.

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

Apêndice 2. Estudos excluídos após leitura do texto completo, com justificativa


Estudo
Não aborda o desfecho
1 Egginton JS, Ridgeway JL, Shah ND, Balasubramaniam S, Emmanuel JR, Prokop LJ, et al. Care management
for Type 2 diabetes in the United States: a systematic review and meta-analysis. BMC health services
research. 2012;12(1):72.
2 Health Quality Ontario. Home telemonitoring for type 2 diabetes: an evidence-based analysis. Ontario
health technology assessment series. 2009;9(24):1–38.
3 Kim Y, Park JE, Lee BW, Jung CH, Park DA. Comparative effectiveness of telemonitoring versus usual care
for type 2 diabetes: A systematic review and meta-analysis. Journal of telemedicine and telecare.
2019;25(10):1357633X18782599.
4 So CF, Chung J. Telehealth for diabetes self-management in primary healthcare - a systematic review and
meta-analysis. Journal of telemedicine and telecare. 2018;24(5):1357633X17700552.
5 Connelly J, Kirk A, Masthoff J, Macrury S. The use of technology to promote physical activity in Type 2
diabetes management: a systematic review. Diabetic medicine : a journal of the British Diabetic
Association. 2013;30(12):1420–32.
Não é revisão sistemática
6 Cassimatis M, Kavanagh DJ. Effects of type 2 diabetes behavioural telehealth interventions on glycaemic
control and adherence: a systematic review. Journal of telemedicine and telecare. 2012;18(8):447–50.
7 Jaana M, Paré G. Home telemonitoring of patients with diabetes: a systematic assessment of observed
effects. J Eval Clin Pract 2007;13:242–53. https://doi.org/10.1111/j.1365-2753.2006.00686.x
8 Jardim RMFVS, Leal MCC, Marques AP de O, Barbosa LS, Cavalcanti MC de F, Gomes FMA. Factors
associated with the practice of physical activity in older diabetic primary care patients. Geriatr, Gerontol
Aging (Impr). 2020;14(1):61–70.
9 Kaveh G Shojania, Sumant R Ranji, Lauren K Shaw, Lisa N Charo, Jennifer C Lai, Robert J Rushakoff, et al.
Closing the Quality Gap: A Critical Analysis of Quality Improvement Strategies (Vol. 2: Diabetes Care).
[Internet]. 2004. (Stanford-UCSF Evidence-based Practice Center Rockville (MD): Agency for Healthcare
Research and Quality (US); September 2004. Report No.: 04-0051-2). Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK43938/pdf/Bookshelf_NBK43938.pdf
10 Long H, Bartlett YK, Farmer AJ, French DP. Identifying Brief Message Content for Interventions Delivered
via Mobile Devices to Improve Medication Adherence in People With Type 2 Diabetes Mellitus: A Rapid
Systematic Review. J Med Internet Res 2019;21:e10421. https://doi.org/10.2196/10421
Não aborda a população
11 Farmer A, Gibson OJ, Tarassenko L, Neil A. A systematic review of telemedicine interventions to support
blood glucose self-monitoring in diabetes. Diabetic medicine : a journal of the British Diabetic Association.
2005;22(10):1372–8.
12 Saheb Kashaf M, McGill ET, Berger ZD. Shared decision-making and outcomes in type 2 diabetes: A
systematic review and meta-analysis. Patient Educ Couns 2017;100:2159–71.
https://doi.org/10.1016/j.pec.2017.06.030
13 Antoine SL, Pieper D, Mathes T, Eikermann M. Improving the adherence of type 2 diabetes mellitus
patients with pharmacy care: a systematic review of randomized controlled trials. BMC endocrine
disorders. 2014;14(1):53.
14 Capoccia K, Odegard PS, Letassy N. Medication Adherence With Diabetes Medication. Diabetes Educ
2016;42:34–71. https://doi.org/10.1177/0145721715619038
Não foram realizadas na APS
15 Tan JHP, Cheng Kin Fong K, Siah CR. A Systematic Review and Meta-Analysis on the Effectiveness of
Education on Medication Adherence for Patients with Hypertension, Hyperlipidaemia and Diabetes.
Journal of advanced nursing. 2019;75(11):2478–94.
Texto completo indisponível
16 Schoenthaler A, Cuffee Y. A Systematic Review of Interventions to Improve Adherence to Diabetes
Medications within the Patient–Practitioner Interaction. Journal of Clinical Outcomes Management.
2013;20(11):494.
Fonte: Elaboração própria.

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

Apêndice 3. Características das revisões sistemáticas incluídas.


Acrônimos: ACS - Agente Comunitário de Saúde; DM2 - diabetes mellitus, tipo 2; EUA - Estados Unidos.
Autor, ano Objetivo Países ou regiões Intervenções analisadas Faixa etária
dos estudos nº de
primários participantes
(nº de estudos)
Farmer et al., Avaliar o impacto de Áustria (1) - Mensagens curtas (brief Adultos
2016 intervenções que promovem o Dinamarca (1) messaging interventions)
monitoramento do uso de EUA (9) - Monitoramento 5.527
medicação e mensagens curtas Índia (1) participantes
para apoiar a adesão Irã (1)
farmacológica em pacientes com Países Baixos (2)
DM2, e investigar o nível de uso
de teoria para guiar o
desenvolvimento dessas
intervenções.
Franklin, 2018 Revisar estudos que examinam a Alemanha (1) - Fornecimento de informações Adultos entre 35
experiência de suporte de Austrália (1) didáticas para aumentar o e 55 anos
autocuidado nas interações Noruega (1) conhecimento e a motivação
paciente-profissional e a Suécia (1) para promover a adesão 148 participantes
definição de metas por meio de
interações.
Huang et al. Examinar se um cuidado EUA (2) - Cuidado colaborativo Adultos entre 50
2013 colaborativo baseado na (atendimento multiprofissional e 60 anos
atenção primária melhoraria os ao paciente, plano de manejo
resultados de depressão e estruturado, acompanhamento 238 participantes
diabetes em pacientes com agendado do paciente e
depressão e diabetes. comunicação interprofissional
aprimorada)
Lindenmeyer Esta revisão tem como objetivo EUA (5) - Lembretes de refil dos Adultos
et al., 2006 mostrar se uma série de medicamentos de prescrição e Não informado
intervenções de cuidado da embalagem especializada
diabetes realizadas por - Programas integrados de
farmacêuticos têm sucesso em gestão e educação para controle
melhorar a adesão à medicação. glicêmico
Omran, 2012 Resumir os efeitos das Austrália (1) - Estratégias educacionais, Adultos
intervenções farmacêuticas Espanha (1) comportamentais, afetivas ou
destinadas a aumentar a adesão EUA (2) direcionadas ao profissional 3228
aos medicamentos participantes
antidiabéticos orais em
pacientes com diabetes mellitus
tipo 2.
Ong et al., Examinar os fatores de nível de Canadá (1) - Intervenção farmacêutica com Adultos
2018 sistema de saúde que China (1) foco na educação Não informado
influenciam a consciência, Coreia do Sul (1) - Inclusão do profissional
tratamento, adesão e controle EUA (8) farmacêutico à equipe
da DM2. Malta (1) - Programa de extensão
conduzido por farmacêutico
clínico
- Intervenção de farmacêutico
comunitário face a face com foco
em aconselhamento e educação
- Intervenção farmacêutica
(incluindo reuniões e
telefonemas para iniciar planos
de cuidados)
- Introdução dos ACS

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Estratégias para adesão ao tratamento de adultos com diabetes mellitus tipo 2

- Programa de educação
ambulatorial ministrados por
educadores
- Entrevista motivacional por
telefone e coaching de saúde
- Educação sobre diabetes
individualizada por enfermeiras
visitantes
- Fornecimento de conselhos
sobre adesão e / ou Entrevista
motivacional por telefone
Peimani et al., Explorar a associação entre as Argentina (1)* Comunicação profissional- 17.869
2020 percepções dos pacientes sobre EUA (3)** paciente participantes
a qualidade da comunicação Irã (1)
com seu profissional de saúde e Adultos
uma gama de resultados dos *Pesquisa Sem informação
pacientes em DM2. multicêntrica em 18 específica sobre
países da Ásia, idade
Europa, América do
Sul e América do
Norte.
**Multicêntrico em
26 países da África,
Ásia, Europa,
América Latina,
Oriente Médio,
América do Norte e
Oceania
Thakkar et al., Avaliar o efeito de mensagens Holanda (1) Monitoramento de medicação Adultos (idade
2016 de texto via celular na adesão em tempo real média de 54,6
farmacológica em doenças anos)
crônicas.
104 participantes
Vermeire et Avaliar os efeitos de Alemanha (1) - Visitas domiciliares de Adultos (idade
al., 2005 intervenções para melhorar a EUA (3) acompanhamento média entre 52,3
adesão ao tratamento Israel (1) - Aulas de educação associadas a 59 anos)
recomendado em pessoas com Taiwan (1) ao acompanhamento semanal
DM2. por teleconsulta com 949 participantes
enfermeiras
- Educação sobre diabetes
- Programa de compartilhamento
de responsabilidades para
participação dos pacientes
- Ajustes no tratamento com
apoio de farmacêutico
Fonte: Elaboração própria.

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